Orientador Educacional Artigo
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Orientador Educacional Artigo
RESUMO
ABSTRACT
Report of field research conducted in schools of the network state of education of the urban
area of the municipality of President Medici in order to delineate the identity of the
educational advisor through its presence in the dynamic process of teaching learning. The
collected data were analyzed from the critical literature favoring the dialectical process of
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Pedagoga, com especialização em Orientação Educacional, atuando numa escola de Ensino Fundamental há 10
anos, em Presidente Médici-RO, onde já exerceu as funções de professora, Coordenadora Pedagógica e
Coordenadora do setor de Educação Especial da prefeitura. Contato: [email protected].
analysis in the following categories: self definition of the guiding educational, vision of
teachers and administrators about the function and position of institutional rules on the
subject. The identity of the educational advisor starts to be redefined and its functions
specified in the educational context with the core of your action the student, in a new light.
2 A COLETA DE DADOS
De acordo com os dados foi possível identificar quatro tipos de papéis auto atribuídos
pelos orientadores educacionais: o orientador de alunos, o orientador de professores, o
facilitador de relações e o solucionador de problemas. Concepções tidas como parte do
passado da Orientação Educacional por autores como Garcia (1994), Grinspun (1998),
Lück (2002) e Pimenta (1981) convivem lado a lado com posições mais atualizadas.
Esse fator é tanto mais alarmante quando se recorda que dos profissionais pesquisados, a
maioria, saiu da graduação a menos de 05 anos e portanto leva a crer que o curso de formação
desses profissionais não foi suficiente para fornecer parâmetros para uma atuação sólida e
contextualizada.
Entretanto, a classificação utilizada visa favorecer a apreensão do objeto de estudo
funcionando como instrumento de análise, não devendo ser vista como limitadora da ação dos
Orientadores, pois a prática cotidiana se faz e refaz a partir do conflito e a realidade não se
deixa aprisionar em compartimentos estéreis. O critério básico para esta classificação ateve-se
ao objetivo da ação profissional e não às formas.
O orientador como solucionador de problemas, no âmbito geral da escola, existe desde
os primórdios da Orientação Educacional. O profissional que atua nessa linha funciona como
um apêndice necessário ao bom andamento da escola e nisso perde a visão daquilo que é
realmente essencial: o processo ensino aprendizagem passando a ser chamado a ação à
medida que os problemas aparecem. Não há uma linha específica na qual ele atue, sua função
abrange qualquer tipo de problema desde os de aprendizagem até os sociais. Essa atuação
remete ao primeiro modelo de Orientação Educacional que Grinspun (1998) denomina
terapêutico. Neste sentido enfatiza:
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Para aprofundamento no tema consultar: FENETTI, Celso João. Uma nova proposta de Orientação
Profissional. São Paulo: Cortez,1994.
Tipos
Solucionadora O conflito sucesso/fracasso Sua ação é fragmentada por falta É meramente formal
de problemas escolar não importa desde que de objeto. Sua visão do processo pois os problemas não
quando visíveis e imediatos os educacional não é podem ser previstos.
problemas sejam resolvidos. contextualizada.
Facilitadora de As relações são o principal Ignora-se os outros Voltado para a
relações determinante do determinantes da ação educativa. integração dos sujeitos
fracasso/sucesso escolar. da ação educativa.
Orientadora de Currículo e práticas docentes Favorece a divisão entre o que pensa Visa as questões
professores determinam fracasso/sucesso e o que executa. Incorre na invasão curriculares
escolar. do campo de trabalho do supervisor metodológicas.
pedagógico.
Orientadora de alunos
Psicologista
Sucesso/fracasso escolar depende Fornece subsídios para que o aluno Visa o aluno enquanto
de vários fatores intrinsecamente avance no processo educativo. sujeito da ação educativa.
relacionados. Baseia-se no aluno como ser
histórico.
A busca pelo que se espera do orientador educacional na escola foi realizada através
dos regimentos internos e também das informações coletadas junto a docentes e gestores.
Os resultados apontam que os regimentos internos das escolas não podem ser, sem
uma pesquisa mais aprofundada, considerados como registro das expectativas das unidades
escolares acerca dos itens neles abordados porque são iguais entre si correspondendo portanto
a uma padronização que evidencia a cópia. Essa atitude coloca a existência do regimento na
instituição como um detalhe burocrático que deixa de servir parâmetro da ação adotado pelo
grupo a partir das diretrizes legais e das expectativas do mesmo. Foi possível verificar que há
dois tipos de direcionamentos básicos para a ação do Orientador Educacional nesses
documentos: O atendimento que enfatiza as relações mesclado com o psicologismo e que
prioriza o processo educacional evidenciando ora a atividade junto ao aluno ora junto ao
professor. Encontram-se aqui evidências de que a confusão acerca da identidade do orientador
educacional ultrapassa os limites de sua própria atuação sendo fruto do contexto
organizacional da escola que pode ser ampliado para a questão educacional cuja problemática
decorre do modo como está organizada a sociedade hoje. Neste ponto cabe citar Marx (1977
p. 201):
A remoção da maior parte dos obstáculos citados não pode partir apenas de vontades
individuais, precisará ser fruto do esforço coletivo e dependerá das mudanças que se
prenunciam na organização do trabalho e no delineamento de novos valores sociais.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
ALVES, Nilda; GARCIA, Regina Leite. (orgs). O fazer e o pensar dos supervisores e
orientadores educacionais. 7. ed. Edições Loyola: São Paulo, 1994.
ASSIS, Nizia de. Revendo o meu fazer sob uma perspectiva Teórico-Prática. In: GRINSPUN,
Míriam P. S. Zippin. (org.). A prática dos orientadores educacionais. 3. ed. São Paulo:
Cortez, 1998.
BRASIL, Lei n°9 394, de 20 de dezembro de 1996: Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional. Brasília: Diário Oficial da União n°248, de 23 de dezembro de 1996.
GARCIA, Regina Leite (org.). Orientação educacional: o trabalho na escola. 2. ed. São
Paulo: Edições Loyola, 1994.
_______ Orientação Educacional formação para transformação. Folha Dirigida [online]: Rio
de Janeiro, dez. 2003. Disponível em:http://www2.uerj.br/~clipping/dezembro03/d04/d04.
Acesso em 15/12/2003.
MAIA, Eny Marisa; GARCIA, Regina Leite; Uma orientação educacional nova para uma
nova escola. 7. ed. São Paulo: Edições Loyola, 1984.
MELO, Sonia Maria Martins de. Orientação Educacional: do consenso ao conflito. Papirus
Editora: São Paulo, 1994.