Contos de Fadas Indianos

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Contos de Fadas

Indianos
Joseph Jacobs
Tradução: Projeto Serenissima Notte
CONTOS DE FADAS
INDIANOS

Joseph Jacobs

Ilustrações de John D. Batten e outros

Tradução:
Pablo Lourenzoni
Conteúdo
O Leão e o Grou ........................................................................................................... 1
Como o Filho do Rajá conquistou a Princesa Labam ..................................................... 3
O Cordeirinho ............................................................................................................. 13
Punchkin ..................................................................................................................... 16
O Boião Quebrado ...................................................................................................... 24
Como os Irmãos Perversos Foram Enganados ............................................................. 25
No Dia em que o Sol, a Lua e o Vento Saíram para Jantar ........................................... 26
A Tartaruga Tagarela .................................................................................................. 28
O Asno em Pele de Leão ............................................................................................. 29
O Leão e o Grou
O Bodhisatta veio ao mundo em uma de suas vidas como um grou branco. Ele
nasceu na região de Himavanta e naquele tempo Brahmadatta reinava em Bevares.
Ocorreu que um leão, enquanto devorava um bom naco de carne, viu um osso cravar-se
em sua garganta. De tal modo inchou e incomodou, que ele já não podia mais comer,
seu sofrimento era terrível. O grou, empoleirado em uma árvore à procura de comida,
viu-o e perguntou, “Que mal te aflige, amigo?” O leão contou-lhe o que tinha sucedido.
“Eu bem que poderia te livrar desse osso, amigo, mas não me atrevo em entrar em tua
boca, pois temo que, se assim fizesse, logo me devorarias”. “Não temas, amigo, não te
devorarei, peço apenas que salve minha vida”. “Pois bem”, retornou o grou. E o fez
deitar-se do lado esquerdo.“Não convém acreditar nas palavras de um leão. Ninguém
sabe o que fará” – pensou o grou, e tratou de colocar uma pequena vareta de cada lado
da boca entre as mandíbulas do leão, de modo que, se tentasse fechar a boca, não
conseguiria. Assim prevenido, introduziu a cabeça na boca do leão e com o bico moveu
o osso, que logo saiu. Assim que viu o osso removido, o grou retirou também as varetas
e imediatamente subiu para os galhos da árvore. O leão ficou completamente curado.
Passado algum tempo, estava ele devorando um búfalo, justamente debaixo de uma
árvore onde estava o grou branco. “Eu vou experimentá-lo”, pensou o grou, e recitou
para ele esses primeiros versos:

Com o melhor de minha habilidade


Socorro eu te prestei,
Ó grande rei da selva! De sua majestade
Que recompensa haverei?

O leão replicou com outros versos:

Eu vivo de rapinar viventes


Para ver fome saciada
Já é muito ter a vida poupada
Quem já esteve entre meus dentes

Retornou o grou recitando mais duas quadras:

1
O bem não sabes devolver
Em ti não há gratidão
Nem quando mais deveria haver
Servir-te é inteiramente em vão
Teu afeto nunca é cativado
Nem pelo mais grato dos favores
Melhor convém afastar calado
Não te invejar nem excitar teus furores

E tendo assim falado, o grou voou para longe.

E quando contava essa história, o grande Mestre Gautama, o Buda, costumava


acrescentar: “Naquele tempo o leão era Devadatta, o traidor; o grou branco era eu
próprio”.

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Como o Filho do Rajá conquistou a Princesa Labam
Em um país havia um Rajá que tinha apenas um filho, o qual saía para caçar
todos os dias. Um dia, Rani, sua mãe, disse-lhe: “Podes caçar onde quiser nesses três
cantos; mas nunca deves ir ao quarto canto.” Ela disse isso porque sabia que se ele
entrasse no quarto canto, ouviria sobre a bela princesa Labam, e então deixaria seu pai e
mãe e procuraria a princesa.

O jovem príncipe escutou a mãe e a obedeceu por algum tempo; mas um dia,
quando estava caçando nos três lados aonde tinha permissão de ir, lembrou-se do que
ela lhe dissera sobre o quarto lado, e resolveu ver por que ela o proibira de caçar
lá. Quando chegou lá, viu-se em uma floresta, e não havia nada na floresta além de um
bando de papagaios, que nela viviam. O jovem Rajá atirou em alguns deles, e todos
voaram para o céu. Todos, isto é, exceto por um, e este era seu Rajá, que era chamado
de o papagaio Hiraman.

Quando o papagaio Hiraman se viu deixado sozinho, chamou os outros


papagaios: “Não me abandonem quando o filho do Rajá atirar. Se tratarem-me assim,
contarei à princesa Labam.” Então os papagaios retornaram à seu Rajá, conversando. O
príncipe ficou muito surpreso e disse: “Ora, esses pássaros podem falar!” Então disse
aos papagaios: “Quem é a princesa Labam? Onde ela mora?” Mas os papagaios não lhe
disseram onde ela morava. “Nunca conseguirás chegar ao país da princesa Labam." Isso
é tudo o que eles diziam.

O príncipe ficou muito triste quando viu que não lhe diriam mais nada; ele
deixou suas armas de lado e foi para casa. Quando chegou em casa, não falava nem
comia, ficou deitado em sua cama por quatro ou cinco dias e parecia muito doente.

Por fim, ele disse ao pai e à mãe que queria ir ver a Princesa Labam. "Eu devo
ir", disse ele; ”Eu devo ver como ela é. Diga-me onde é o seu país.”

“Não sabemos onde fica”, responderam o pai e a mãe.

“Então devo ir e procurar”, disse o príncipe.

“Não, não”, disseram eles, “não deves deixar-nos. É nosso único filho. Fique
conosco. Nunca encontrarás a princesa Labam.

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“Eu devo tentar encontrá-la”, disse o príncipe. ”Talvez Deus me mostre o
caminho. Se eu viver e a encontrar, voltarei para vós; mas talvez eu morra e nunca mais
os veja. Ainda assim tenho que ir.”

Então eles tiveram que deixá-lo ir, embora chorassem muito por ter de
despedir-se dele. Seu pai lhe deu roupas finas para vestir e um belo cavalo. E ele pegou
seu arco e flechas e muitas outras armas, “pois”, disse ele, “posso querer usá-las.” Seu
pai, também, deu-lhe muitas rupias.

Então ele próprio preparou o cavalo para a viagem e despediu-se de seu pai e
mãe; sua mãe embrulhou alguns doces em seu lenço, e deu ao filho. ”Meu filho”, ela
disse, “quando estiver com fome, coma alguns desses doces.”

Ele então partiu em sua jornada, e continuou andando até chegar a uma
floresta, na qual havia um lago e árvores frondosas. Ele banhou a si e ao seu cavalo no
lago, e depois sentou debaixo de uma árvore. - Agora – disse consigo mesmo -, vou
comer alguns dos doces que minha mãe me deu e vou beber um pouco de água, e então
continuarei minha jornada. Ele abriu o lenço e pegou um doce. Ele encontrou uma
formiga nele. Ele pegou outro. Havia uma formiga naquele também. Então ele colocou
os dois doces no chão, e pegou outro, outro e outro, até pegar todos; mas em cada um
ele encontrou uma formiga. “Não importa”, ele disse, “não vou comer os doces; as
formigas os comerão.” Então o Formiga-Rajá veio, parou diante dele e disse: “Tu tens
sido bom para nós. Se alguma vez estiver com problemas, pense em mim e nós viremos
até ti.

O filho do Rajá agradeceu, montou em seu cavalo e continuou sua jornada. Ele
seguiu em frente até chegar à outra floresta, e lá viu um tigre que tinha um espinho no
pé, e estava rugindo alto de dor.

“Por que ruges assim?”, Disse o jovem Rajá. ”Qual é o seu problema?”

“Há doze anos tenho um espinho no pé”, respondeu o tigre, “e isso me dói; é
por isso que rujo.”

“Bem,” disse o filho do Rajá, “eu tirarei para ti. Mas talvez, por ser um tigre,
quando eu fizer-te o bem, me comerá?”

"Oh, não", disse o tigre, “não o comerei. Faça-me o bem.”

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Então o príncipe tirou uma pequena faca do bolso e cortou o espinho do pé do
tigre; mas quando ele cortou, o tigre rugiu mais alto do que nunca - tão alto que sua
esposa o ouviu na floresta próxima, e veio correndo para ver qual era o problema. O
tigre a viu chegando e escondeu o príncipe na floresta, para que ela não o visse.

“Que homem machucou-te para rugires tão alto?” Disse a esposa. ”Ninguém
me machucou”, respondeu o marido; "Mas o filho de Rajá veio e tirou o espinho do meu
pé."

"Onde ele está? Mostre-o para mim”, disse sua esposa.

"Se prometeres não matá-lo, vou chamá-lo", disse o tigre.

“Eu não vou matá-lo; apenas deixe-me vê-lo”, respondeu sua esposa.

Então o tigre chamou o filho de Rajá, e quando ele veio, o tigre e sua esposa o
agradeceram imensamente. Então o deram um bom jantar, e ele ficou com eles por três
dias. Todos os dias ele olhava para o pé do tigre, e no terceiro dia estava bem
curado. Então ele se despediu dos tigres, e o tigre disse a ele: "Se estiver com
problemas, pense em mim e nós viremos até ti".

O jovem cavalgou sem parar até que chegou à uma terceira floresta. Encontrou
quatro faquires cujo mestre tinha morrido e lhes tinha deixado quatro objetos: uma cama
que podia transportar a pessoa para qualquer lugar que desejasse; uma bolsa que podia
dar a quem a possuísse joias, comida e roupas; um vaso de pedra que podia dar a quem
o possuísse a água que desejasse, não importando quão longe pudesse estar de uma
fonte; um bastão e uma corda, ao qual seu possuidor, caso alguém viesse assaltá-lo ou
fazer-lhe guerra, bastaria dizer: ‘Bastão, golpeie todos os homens que estão aqui’, e o
bastão os golpearia e a corda os amarraria.

“Os quatro faquires discutiam sobre essas quatro coisas. Um disse: "Eu quero
isso"; outro disse: "Não poderás tê-lo, porque eu o quero"; e assim por diante.

O filho do Rajá disse-lhes: “Não briguem por estas coisas. Vou atirar quatro
flechas em quatro direções diferentes. Aquele que chegar à primeira flecha terá a
primeira coisa - a cama. Quem chegar à segunda flecha terá a segunda coisa - a
bolsa. Quem chegar à terceira flecha terá a terceira coisa: o pote. E aquele que chegar à
quarta flecha, terá as últimas coisas - o bastão e a corda.” Eles concordaram, e o

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príncipe atirou sua primeira flecha. Os faquires correram para pegá-la. Quando a
trouxeram de volta, ele disparou a segunda, e quando eles a encontraram e trouxeram
para ele, ele disparou a terceira, e quando eles trouxeram a terceira, ele atirou a quarta.

Enquanto estavam longe, procurando pela quarta flecha, o filho do Rajá soltou
seu cavalo na floresta, sentou na cama, pegando o pote, o bastão, a corda e a bolsa
consigo. Então disse: “Cama, eu desejo ir ao país da Princesa Labam.” A pequena cama
subiu instantaneamente no ar e começou a voar, e voou e voou até chegar ao país da
Princesa Labam, onde aterrissou. O filho do Rajá perguntou a alguns homens que viu:
"De quem é este país?"

"O país da princesa Labam", responderam eles. Então o príncipe continuou até
chegar a uma casa onde viu uma velha.

"Quem és?", Ela perguntou. "De onde vens?"

"Eu venho de um país distante", disse ele; "Deixe-me ficar contigo esta noite."

“Não”, ela respondeu, “não posso deixá-lo ficar comigo; porque nosso rei
ordenou que homens de outros países não ficassem em seu país. Não podes ficar em
minha casa.”

“Tu és minha tia”, disse o príncipe; ”Deixe-me ficar contigo por esta noite. Vês
que é noite, e se eu for para a floresta, as feras me comerão.”

“Bem”, disse a velha, “podes ficar aqui esta noite; mas amanhã de manhã
deves ir embora, pois se o rei ouve que passaste a noite em minha casa, mandar-me-á
para a prisão”.

Então ela levou-lhe para sua casa, e o filho do Rajá ficou muito feliz. A velha
começou a preparar o jantar, mas ele a deteve: "Tia", ele disse, "Eu lhe darei comida."
Ele colocou a mão na bolsa, dizendo: "Bolsa, eu quero um jantar", e a bolsa deu-lhe
instantaneamente um delicioso jantar, servido em dois pratos de ouro. A velha e o filho
do Rajá jantaram juntos.

Quando terminaram de comer, a velha disse: “Agora vou buscar um pouco de


água”.

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“Não vá”, disse o príncipe. "Terás bastante água fresca." Então ele pegou seu
pote e disse: "Pote, eu quero um pouco de água", e então ela encheu com água. Quando
estava cheia, o príncipe gritou: "Pare, pote", e o pote parou de encher. "Veja, tia", disse
ele, "com este pote eu posso ter quanta água eu quiser."

A essa hora a noite chegou. "Tia", disse o filho do Rajá, "por que não acendes
uma lâmpada?"

"Não há necessidade", disse ela. ”Nosso rei proibiu as pessoas de seu país de
acenderem qualquer lâmpada; pois, assim que escurece, sua filha, a princesa Labam,
vem e senta-se em seu telhado, e ela brilha tanto que ilumina todo o país e nossas casas,
e podemos fazer nosso trabalho como se fosse dia."

Quando chegou a noite negra, a princesa se levantou. Vestiu-se com suas ricas
roupas e jóias, enrolou o cabelo e, em sua cabeça, colocou uma faixa de diamantes e
pérolas. Então ela brilhou como a lua, e sua beleza fez o dia virar noite. Ela saiu do
quarto e sentou-se no telhado do palácio. De dia ela nunca saía de sua casa; ela só saía à
noite. Todas as pessoas do país de seu pai então saíram para o trabalho e o terminaram.

O filho do Rajá observava a princesa em silêncio e estava muito feliz. Ele disse
para si mesmo: "Como ela é adorável!"

À meia-noite, quando todos foram para a cama, a princesa desceu do telhado e


foi para o quarto; e quando ela estava na cama, dormindo, o filho do Rajá levantou-se
suavemente e sentou-se em sua cama. "Cama", disse ele, "eu quero ir para o quarto da
princesa Labam." Assim, a pequena cama levou-o para o quarto onde ela estava
dormindo profundamente.

O jovem Rajá pegou sua bolsa e disse: “Eu quero muitas folhas de bétele”, e
imediatamente foi-lhe dada uma grande quantidade de folhas de bétele. Ele as colocou
perto da cama da princesa, e então sua pequena cama levou-o de volta para a casa da
velha.

Na manhã seguinte, todos os criados da princesa encontraram as folhas de


bétele e começaram a comê-las. "Onde conseguiram todas aquelas folhas de bétele?",
Perguntou a princesa.

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"Nós as encontramos perto de sua cama", responderam os criados. Ninguém
sabia que o príncipe havia vindo à noite e colocado tudo lá.

De manhã, a velha foi ter com o filho do Rajá. ”Agora é de manhã”, ela disse,
“e deves partir; porque, se o rei descobrir tudo o que tenho feito por ti, ele me
prenderá.”

"Estou doente hoje, querida tia", disse o príncipe; "Deixe-me ficar até amanhã
de manhã."

"Está bem", disse a velha. Então ele ficou, e eles tiraram o jantar da bolsa, e o
pote lhes deu água.

Quando chegou a noite, a princesa se levantou e se sentou em seu telhado, e às


doze horas, quando todos estavam na cama, foi ao seu quarto e logo adormeceu. Então o
filho do Rajá sentou-se na cama, que levou-o para a princesa. Pegou bolsa e disse: -
Bolsa, quero um xale muito lindo. A bolsa deu-lhe um xale esplêndido, e ele o estendeu
sobre a princesa enquanto dormia. Então ele voltou para a casa da velha e dormiu até a
manhã seguinte.

De manhã, quando a princesa viu o xale, ficou encantada. "Veja, mãe", disse
ela; "Khuda deve ter me dado este xale, é tão bonito." Sua mãe também estava muito
feliz.

"Sim, minha filha", disse ela; "Khuda deve ter lhe dado este esplêndido xale."

Quando amanheceu a velha disse ao filho do Rajá: "Agora deves mesmo ir."

"Tia", ele respondeu, "eu não estou bem o suficiente ainda. Deixe-me ficar
mais alguns dias. Eu ficarei escondido em sua casa, para que ninguém possa me ver.
“Então a velha deixou ele ficar.

Quando era noite negra, a princesa vestiu suas adoráveis roupas e jóias e
sentou-se no telhado. À meia-noite ela foi para o quarto e foi dormir. Então o filho do
Rajá sentou na cama e voou para o quarto dela. Lá ele disse para sua bolsa: "bolsa, eu
quero um anel muito, muito bonito." A bolsa deu-lhe um anel glorioso. Então ele pegou
a mão da princesa Labam gentilmente para colocar o anel, e ela se assustou.

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“Quem és?” Ela disse ao príncipe. "De onde vens? Por que vens ao meu
quarto?

"Não tenha medo, princesa", disse ele; ”Eu não sou ladrão. Eu sou um ótimo
filho de Rajá. O papagaio Hiraman, que mora na floresta onde fui caçar, contou-me seu
nome. Depois deixei meu pai e minha mãe para ver-te.

"Bem", disse a princesa, "como és filho de um rajá tão grande, não vou matá-
lo, e direi a meu pai e minha mãe que quero casar-me contigo".

O príncipe então voltou para a casa da velha; e quando chegou a manhã, a


princesa disse à mãe: “O filho de um grande Rajá veio a este país e quero casar com
ele”. Sua mãe contou isso ao rei.

"Bom", disse o rei; ”Mas se o filho de Rajá deseja se casar com minha filha, ele
deve primeiro fazer o que eu lhe pedir. Se ele falhar, eu vou matá-lo. Darei a ele oitenta
quilos de semente de mostarda e, com isso, ele deve esmagá-las e extrair seu óleo em
um dia. Se ele não conseguir fazer isso, morrerá.”

De manhã, o filho de Rajá contou à idosa que pretendia se casar com a


princesa. ”Oh”, disse a velha, “vá embora deste país e não pense em se casar com
ela. Vários filhos de Rajás vieram aqui para se casar com ela, e seu pai matou todos
eles. Ele diz que quem quiser se casar com sua filha deve primeiro fazer o que lhe for
solicitado. Se puder, ele se casará com a princesa; se ele não puder, o rei o matará. Mas
ninguém pode fazer as coisas que o rei lhe diz para fazer; então todos os filhos de Rajás
que tentaram foram mortos. Serás morto também, se tentar. Vá embora.” Mas o príncipe
não quis ouvir nada do que ela disse.

O rei mandou buscar o príncipe na casa da velha, e seus servos levaram o filho
de Rajá ao rei. Ali o rei deu a ele oitenta quilos de semente de mostarda e mandou-o
extrair todo o óleo naquele dia, levando-o na manhã seguinte para a corte.”Quem quiser
casar com minha filha”, disse ele ao príncipe, “deve primeiro fazer tudo o que lhe
digo. Se não puder, então eu o matarei. Então, se não conseguires extrair todo o óleo
destas sementes de mostarda, morrerás.

O príncipe ficou muito triste quando ouviu isso. "Como posso esmagar o óleo
de todas estas sementes de mostarda em um dia?", Ele disse para si mesmo; "E se eu

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não fizer isso, o rei vai me matar." Ele levou os grãos de mostarda para a casa da velha e
não sabia o que fazer. Por fim, lembrou-se da Formiga-Rajá e, no momento em que o
fez, a Formiga-Rajá e suas formigas se aproximaram dele. "Por que pareces tão triste?",
Disse a Formiga-Rajá.

O príncipe mostrou-lhe os grãos de mostarda e disse-lhe: “Como posso extrair


o óleo de todas estas sementes de mostarda em um dia? E se eu não levar o óleo ao rei
amanhã de manhã, ele me matará.

"Seja feliz", disse a Formiga-Rajá; ”Deite-se e durma; Extrairemos todo o óleo


para ti durante o dia, e amanhã de manhã tu o levarás ao rei. O filho do Rajá deitou-se e
dormiu, e as formigas extraíram o óleo para ele. O príncipe ficou muito feliz quando viu
o óleo.

Na manhã seguinte, levou-o a corte para o rei. Mas o rei disse: “Tu ainda não
pode casar-se com minha filha. Se quiser fazê-lo, deve primeiro lutar com meus dois
demônios e matá-los.” O rei há muito tempo tinha pegado dois demônios, e então, como
não sabia o que fazer com eles, havia os trancado em uma jaula. Ele temia soltá-los por
medo de que devorassem todas as pessoas em seu país; ele não sabia como matá-
los. Então, todos os reis e príncipes que queriam casar-se com a princesa Labam tiveram
que lutar com esses demônios; “Pois”, disse o rei a si mesmo, “talvez os demônios
possam ser mortos e então me livrarei deles”.

Quando ouviu falar dos demônios, o filho do Rajá ficou muito triste. "O que eu
posso fazer?", Disse consigo mesmo. ”Como posso lutar com esses dois demônios?”
Então ele pensou em seu tigre: e o tigre e sua esposa vieram até ele e disseram: “Por que
estás tão triste?” O filho do Rajá respondeu: “O rei ordenou que eu lute com seus dois
demônios e os mate. Como posso fazer isso? “Não tenhas medo “, disse o tigre. "Fique
feliz. Eu e minha esposa lutaremos com eles por ti.

Então o filho do Rajá tirou da bolsa dois casacos esplêndidos. Eram todos de
ouro e prata e cobertos de pérolas e diamantes. Ele os colocou sobre os tigres para
embelezá-los, e levou-os para o rei, dizendo-lhe: "Podem estes tigres lutar contra seus
demônios por mim?" "Sim", disse o rei, que não se importava com quem matasse seus
demônios, desde que fossem mortos. “Então chame seus demônios”, disse o filho do

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Rajá, “e esses tigres lutarão contra eles.” O rei fez isso, e os tigres e os demônios
lutaram e lutaram até que os tigres matassem os demônios.

"Isso é bom", disse o rei. ”Mas deves fazer outra coisa antes de dar-te minha
filha. No céu eu tenho um tambor. Deves ir até lá e tocá-lo. Se não conseguires, o
matarei.

O filho do Rajá pensou em sua pequena cama; então ele foi até a casa da velha
e sentou na cama. ”Camazinha”, disse ele, “no céu está o tambor do rei. Quero ir até lá.”
A cama voou com ele e o filho de Rajá bateu o tambor, e o rei o ouviu. Ainda assim,
quando desceu, o rei não lhe deu sua filha. - Tu disseste - disse ele ao príncipe – ter feito
as três coisas que lhe mandei fazer; mas deves fazer mais uma coisa. - Se puder, farei -
disse o filho do Rajá.

Então o rei mostrou-lhe o tronco de uma árvore que estava perto de seu
palácio. Era um tronco muito, muito grosso. Ele deu ao príncipe uma machadinha de
cera e disse: "Amanhã de manhã deves cortar esse tronco em dois com esse machado de
cera".

O filho do Rajá voltou para a casa da velha. Ele estava muito triste e pensou
que agora o Rajá certamente o mataria. "Eu tive seu óleo extraído pelas formigas", disse
ele para si mesmo. ”Eu tive seus demônios mortos pelos tigres. Minha cama me ajudou
a bater em seu tambor. Mas agora o que posso fazer? Como posso cortar esse tronco de
árvore grosso em dois com uma machadinha de cera?”

À noite ele foi à cama para ver a princesa. "Amanhã", disse ele, "seu pai me
matará". "Por quê?", Perguntou a princesa.

“Ele me disse para cortar um tronco de árvore grosso em dois com uma
machadinha de cera. Como eu posso fazer isso?”, Disse o filho do Rajá. "Não tenha
medo", disse a princesa; "Faça como eu lhe disser, e o cortará em dois facilmente."

Então ela arrancou um fio de seu cabelo e o deu para o príncipe. ”Amanhã”,
disse ela, “quando ninguém estiver perto de ti, deves dizer ao tronco da árvore: 'A
Princesa Labam ordena que deixe-se cortar em dois por este cabelo'. Em seguida,
estique o cabelo até a borda da lâmina da machadinha de cera.

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O príncipe no dia seguinte fez exatamente o que a princesa lhe dissera; e no
minuto em que o cabelo que estava esticado na borda da lâmina do machado tocou o
tronco da árvore, ele se dividiu em dois pedaços.

O rei disse: "Agora podes casar-se com minha filha." Então o casamento
aconteceu. Todos os Rajás e reis dos outros países foram convidados a comparecer, e
houve grandes alegrias. Depois de alguns dias, o filho do príncipe disse à esposa:
"Vamos para a terra de meu pai". O pai da princesa Labam deu-lhes vários camelos,
cavalos, rúpias e servos; e viajaram em grande luxo para o país do príncipe, onde
viveram felizes.

O príncipe sempre manteve sua bolsa, seu pote, sua cama e seu bastão; só que,
como ninguém nunca guerreou com ele, nunca foi necessário usar o bastão.

12
O Cordeirinho
Era uma vez um pequeno Cordeirinho, que brincava com suas pequenas pernas
cambaleantes e se divertia incrivelmente.

Um dia, ele partiu para visitar sua Avó, e estava pulando de alegria ao pensar em todas
as coisas boas que receberia dela, quando encontrou um Chacal, que olhou para o jovem
petisco e disse: "Cordeiro, Cordeiro! Eu hei de comê-lo!”

Mas o Cordeirinho apenas saltitou e disse:

"Até minha avó eu hei de rumar,


Lá, de certo, irei engordar,
Então poderás me devorar”.

O Chacal achou isso razoável e deixou o Cordeirinho passar.

Pouco depois, ele encontrou um Abutre, e o Abutre, olhando avidamente para o tenro
petisco diante dele, disse: “Cordeiro, Cordeiro! Eu hei de comê-lo!”

Mas o Cordeirinho apenas saltitou e disse:

"Até minha avó eu hei de rumar,


Lá, de certo, irei engordar,
Então poderás me devorar”.

O Abutre achou isso razoável e deixou o Cordeirinho passar.

Depois ele encontrou um Tigre, e depois um Lobo, um Cão e uma Águia; e todos estes,
quando viram o pequeno petisco, disseram: “Cordeiro, Cordeiro! Eu hei de comê-lo!”

Mas para todos eles o Cordeirinho respondeu, saltitando:

"Até minha avó eu hei de rumar,


Lá, de certo, irei engordar,
Então poderás me devorar.”
Por fim, chegou à casa da avó e disse com toda a pressa: "Vovó, querida, prometi
engordar; portanto, como as pessoas devem cumprir suas promessas, por favor, ponha-
me em um cesto de milho imediatamente "

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Então a Avó lhe disse que ele era um bom menino e o colocou no cesto de milho, onde
o guloso Cordeirinho ficou por sete dias, e comeu, comeu e comeu, até mal conseguir
saltitar. Então, sua Avó lhe disse que ele estava gordo o suficiente para seja lá o que
fosse, e que deveria ir para casa. Mas o pequeno e astuto Cordeirinho disse que isso
nunca aconteceria, pois alguns animais certamente o comeriam no caminho de volta, já
que ele estava tão gordo e suculento.

"Vou lhe dizer o que deve fazer", disse o Mestre Cordeirinho; "deve fazer um
tamborinho com a pele de meu irmãozinho que morreu, e então poderei entrar nele e
sair rolando."

Então sua Avó fez um agradável tamborinho com a pele, deixando a lã na parte de
dentro. O Cordeirinho se aconchegou lá dentro, afastando-se alegremente. Logo se
encontrou com a Águia, que gritou:

"Tamborinho! Tamborinho!”
Você viu o Cordeirinho?

E o Senhor Cordeirinho, enrolado em seu ninho quente e macio, respondeu:

"Ele caiu no fogo, e o próximo serás tu!


Afaste-se do Tamborinho, ta-ta, tum-tum!

"Que decepção!" Suspirou a Águia, pensando com pesar no petisco tenro que deixara
escapar.

Enquanto isso, o Cordeirinho seguiu em frente, rindo consigo mesmo e cantando:

"Ta-ta, tum-tum;
Ta-ta, tum-tum!"

Todos os animais e pássaros que ele encontrou fizeram a mesma pergunta:

"Tamborinho! Tamborinho!”
Você viu o Cordeirinho?

E para cada um deles o espertinho replicava:

"Ele caiu no fogo, e o próximo serás tu!


Afaste-se do Tamborinho, ta-ta, tum-tum;

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Ta-ta, tum-tum; Ta-ta, tum-tum! "

Então todos suspiraram ao pensar no petisco tenro que haviam deixado escapar.

Por fim, o Chacal veio mancando, e apesar de sua tristeza, tão afiada quanto uma
agulha, ele também gritou:

"Tamborinho! Tamborinho!”
Você viu o Cordeirinho?

E o Cordeirinho, enrolado em seu ninho confortável, respondeu alegremente:

"Ele caiu no fogo, e o próximo serás tu!


Afaste-se do Tamborinho, ta-ta--"

Mas ele nunca terminou, pois o Chacal reconheceu sua voz imediatamente e exclamou:
"Olá! Virou do avesso, foi? Deixa só eu te tirar daí!" Assim, ele rasgou o Tamborinho e
engoliu o Cordeirinho.

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Punchkin
Era uma vez um Rajá que tinha sete lindas filhas. Elas eram todas boas garotas;
mas a mais nova, chamada Balna, era mais inteligente que o resto. A esposa do Rajá
morreu quando elas eram bem pequenas, então essas sete pobres princesas ficaram sem
mãe para cuidar delas.

As filhas do Rajá se revezavam para cozinhar o jantar do pai todos os dias,


enquanto ele estava ausente deliberando com seus ministros sobre os assuntos da nação.

Por volta dessa época, o homem Prudhan faleceu, deixando uma viúva e uma
filha; e todos os dias, quando as sete princesas estavam preparando o jantar do pai, a
viúva e a filha de Prudhan vinham implorar por um pouco do fogo da lareira. Então
Balna costumava dizer às irmãs: "Mande essa mulher embora; mande-a embora. Deixe-
a pegar o fogo em sua própria casa. O que ela quer com a nossa? Se permitirmos que ela
venha aqui sofreremos por isso algum dia."

Mas as outras irmãs respondiam: "Fique quieta, Balna; por que sempre brigas
com essa pobre mulher? Deixe-a pegar fogo se quiser". Então a viúva de Prudhan
costumava ir até a lareira e tirar alguns gravetos dela; e enquanto ninguém estava
olhando, ela jogava rapidamente um pouco de lama no meio dos pratos que estavam
sendo preparados para o jantar do Rajá.

O Rajá gostava muito de suas filhas. Desde a morte de sua mãe, elas
preparavam o jantar com as próprias mãos, a fim de evitar o perigo de ele ser
envenenado por seus inimigos. Então, quando ele encontrou a lama no meio de seu
jantar, pensou que devia ser descuido, já que não parecia provável que alguém tivesse
colocado lama ali de propósito; mas, sendo muito gentil, não quis repreendê-las, mesmo
a situação do curry estragado tendo se repetido vários dias seguidos.

Finalmente, um dia, ele decidiu esconder-se e ver as filhas cozinhando para ver
como tudo acontecia; então foi para o quarto ao lado e as observou através de um
buraco na parede.

Lá ele viu suas sete filhas lavando cuidadosamente o arroz e preparando o


curry, e quando cada prato ficou pronto, colocaram-nos perto do fogo, prontos para
serem cozidos. Em seguida, viu que a viúva de Prudhan foi até a porta e implorou por

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algumas lascas em brasa para preparar o jantar, com Balna se virando furiosa e dizendo:
"Por que não gastas a lenha de sua própria casa ao invés de vir aqui todos os dias e
pegar a nossa? Irmãs, não dêem mais madeira a esta mulher; deixem que ela mesma
compre."

Então a irmã mais velha respondeu: "Balna, deixe que a pobre mulher pegue a
lenha e o fogo; ela não nos faz mal." Mas Balna respondeu: "Se deixá-la vir aqui com
tanta frequência, talvez ela nos faça algum mal e nos arrependeremos algum dia".

O Rajá então viu a viúva de Prudhan ir para o lugar onde todo o seu jantar
estava bem preparado, e, quando ela pegou a madeira, jogou um pouco de lama em cada
um dos pratos.

Então ele ficou muito zangado e ordenou que a mulher fosse amarrada e trazida
diante dele. Mas quando a viúva chegou, disse a ele que tinha feito isso porque queria
chamar sua atenção; e ela falou de maneira tão inteligente, e agradou-lhe tanto com suas
palavras astutas que, em vez de puni-la, o Rajá se casou com ela, fez dela sua Rani, e ela
e sua filha vieram morar no palácio.

A nova Rani odiava as sete princesas e queria livrar-se delas, se possível, para
que sua filha pudesse ter todas suas riquezas e viver no palácio como princesa em seu
lugar; e em vez de ser grata a elas por sua bondade para com ela, ela fez tudo o que
podia para torná-las infelizes. Ela não lhes dava nada além de pão para comer, e ainda
em pouca quantidade, e pouquíssima água para beber; assim, essas sete pobres
princesinhas, que estavam acostumadas a ter tudo à vontade delas, boa comida e boas
roupas por toda a vida, tornaram-se muito infelizes; e elas costumavam sair todos os
dias para sentar-se ao lado do túmulo de sua mãe falecida, chorar e dizer:

"Oh, mãe! Não consegues ver suas pobres filhas, o quão infelizes estamos, e
como estamos famintas por causa de nossa cruel madrasta?"

Um dia, enquanto estavam chorando e se lamentando, surpreenderam-se ao ver


que um belo pomeleiro crescia no túmulo, coberto de frescos pomelos maduros, e as
crianças satisfizeram sua fome comendo alguns dos frutos; e todos os dias depois disso,
ao invés de tentar comer o jantar ruim que a madrasta lhes dava, costumavam ir ao
túmulo de sua mãe e comer os pomelos que cresciam ali na bela árvore.

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Então a Rani disse à sua filha: "Eu não sei dizer como, mas todos os dias
aquelas sete garotas dizem que não querem jantar, e não comem nada; no entanto, elas
nunca ficam magras e nem parecem doentes; elas parecem melhores. do que ti. Eu não
posso dizer como.” E ela pediu a filha que observasse as sete princesas para ver se
alguém lhes dava alguma coisa para comer.

Então, no dia seguinte, quando as princesas foram ao túmulo de sua mãe e


comeram os belos pomelos, a filha de Prudhan as seguiu e as viu colhendo os frutos.

Então, Balna disse para suas irmãs: "Estão vendo aquela menina nos
observando? Vamos mandá-la embora, ou esconder os pomelos, senão ela vai contar
tudo à mãe dela, e isso será muito ruim para nós."

Mas as outras irmãs disseram: "Oh não, não seja indelicada, Balna. A menina
nunca seria tão cruel a ponto de contar a sua mãe. Vamos, ao invés disso, convidá-la
para comer algumas frutas conosco.”

E chamando-a, deram-lhe um dos pomelos.

Porém, logo que comeu, a filha de Prudhan foi para casa e disse à mãe: "Não
me admira que as sete princesas não comam o jantar que lhes é preparado, pois no
túmulo de sua mãe cresce um belo pomeleiro, e elas vão lá todos os dias comê-los. Eu
comi um, e era o mais saboroso que já provei.

A cruel Rani ficou muito aborrecida ao ouvir isso, e no dia seguinte ficou em
seu quarto. Disse ao Rajá que tinha uma dor de cabeça muito forte. O Rajá ficou
profundamente triste e disse à esposa: “O que posso fazer por ti?” Ela respondeu: “Há
apenas uma coisa que vai fazer minha dor de cabeça melhorar. No túmulo de sua
falecida esposa cresce um belo pomeleiro; deves trazê-lo aqui e cozinhá-lo, tora e
galhos, e colocar um pouco da água que foi fervida na minha testa, e isso vai curar
minha dor de cabeça”. Então o Rajá enviou seus servos, e fez com que o belo pomeleiro
fosse arrancada pelas raízes e fez o que a Rani desejava; e quando parte da água em que
foi fervida foi colocada em sua testa, ela disse que sua dor de cabeça havia desaparecido
e que sentia-se muito bem. No dia seguinte, quando as sete princesas foram, como de
costume, para o túmulo de sua mãe, o pomeleiro havia desaparecido. Então todas
começaram a chorar amargamente.

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Havia na tumba da Rani um pequeno tanque e, enquanto choravam, viram que
o tanque estava cheio de uma rica substância semelhante a creme, que rapidamente
endurecia, tornando-se um espesso bolo branco. Ao ver isso, todas as princesas ficaram
muito contentes, comeram um pouco do bolo e gostaram; e no dia seguinte a mesma
coisa aconteceu, e assim continuou por muitos dias. Todas as manhãs, as princesas iam
até o túmulo de sua mãe e encontravam o pequeno tanque cheio do nutritivo bolo de
creme. Então a cruel madrasta disse à filha: "Eu não sei dizer como, destruí o pomeleiro
que costumava crescer no túmulo da Rani, e ainda assim as Princesas não emagrecem
mais, nem parecem mais tristes, mesmo nunca comendo o jantar que lhes dou, não sei
dizer como!

E sua filha disse: "Vou vigiar".

No dia seguinte, enquanto as princesas comiam o bolo de creme, veio ninguém


menos que a filha da madrasta. Balna a viu primeiro e disse: "Vejam, irmãs, lá vem
aquela menina novamente. Vamos nos sentar em volta do tanque e não permitir que ela
veja, pois se dermos a ela um pouco de nosso bolo, ela dirá à mãe dela, e isso será uma
grande infelicidade para nós ".

As outras irmãs, no entanto, acharam Balna desnecessariamente desconfiada e,


em vez de seguir seu conselho, deram à filha do Prudhan um pouco do bolo, e ela foi
para casa e contou tudo à mãe.

A Rani, ao ouvir o ao bem as Princesas estavam, ficou extremamente zangada


e mandou seus servos destruírem o túmulo da falecida e encher o pequeno tanque com
as ruínas. E não contente com isso, no dia seguinte fingiu estar muito, muito doente - na
verdade, perto da morte - e quando o Rajá, que estava muito triste, perguntou-lhe se
estava em seu poder obter-lhe algum remédio, ela disse-lhe: "Só uma coisa pode salvar
minha vida, mas sei que não fará isso". Ele respondeu: "Sim, seja o que for, eu farei".
Ela então disse: "Para salvar minha vida, deves matar as sete filhas de sua primeira
esposa, e colocar um pouco do sangue delas na minha testa e nas palmas de minhas
mãos, e a morte delas será minha vida." Com essas palavras, o Rajá ficou muito triste;
mas porque temia quebrar sua palavra, saiu com o coração pesado para encontrar suas
filhas.

Ele as encontrou chorando nas ruínas do túmulo de sua mãe.

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Então, sentindo que não poderia matá-las, o Rajá falou gentilmente com elas e
disse-lhes para irem a floresta com ele; e lá ele fez uma fogueira, cozinhou um pouco de
arroz, e deu a elas. Mas à tarde, fazendo muito calor, todas as sete princesas
adormeceram, e quando viu que estavam dormindo, o Rajá, seu pai, deixou-as para trás
(pois temia a esposa), dizendo para si mesmo: " É melhor que minhas pobres filhas
morram aqui, do que serem mortas por sua madrasta.

Ele então atirou em um cervo e, voltando para casa, colocou um pouco do


sangue na testa e nas mãos da Rani, e ela pensou então que ele realmente havia matado
as princesas, e disse que se sentia muito bem.

Enquanto isso, as sete princesas despertaram e, quando se encontraram


sozinhas na densa selva, ficaram muito assustadas e começaram a gritar o mais alto que
podiam, na esperança de que seu pai ouvisse; mas ele estava longe, e não teria sido
capaz de ouvi-las, mesmo que suas vozes fossem tão altas quanto um trovão.

Acontece que nesse mesmo dia os sete jovens filhos de um Rajá vizinho foram
caçar na mesma selva, e quando voltavam para casa, ao fim do dia, o príncipe mais
novo disse a seus irmãos: "Parem, eu acho que ouço alguém chorando e gritando. Não
ouvem vozes? Vamos na direção do som e descobrir o que é. "

Assim, os sete príncipes cavalgaram através da floresta até chegarem ao local


onde as sete princesas estavam sentadas chorando e torcendo as mãos. Ao vê-las, os
jovens príncipes ficaram muito surpresos, e ainda mais quando ouviram sua história; e
decidiram que cada um deles levaria uma dessas pobres e abandonadas senhoras para
casa e se casaria com ela.

Então o primeiro e mais velho príncipe levou a princesa mais velha para casa e
se casou com ela.

E o segundo levou a segunda;

E o terceiro levou a terceira;

E o quarto levou a quarta;

E o quinto tomou a quinta;

E o sexto levou a sexta;

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E o sétimo e mais bonito de todos, levou a bela Balna.

E quando chegaram à sua própria terra, houve grande regozijo em todo o reino,
no casamento dos sete jovens príncipes com sete princesas tão belas.

Cerca de um ano depois disso, Balna teve um filhinho, e seus tios e tias
gostavam tanto do menino que era como se ele tivesse sete pais e sete mães. Nenhum
dos outros príncipes e princesas tinha filhos, então o filho do sétimo príncipe e Balna foi
reconhecido como herdeiro por todos os demais.

Eles viveram muito felizes por algum tempo, até que em um belo dia o sétimo
príncipe (o marido de Balna) disse que iria caçar, e foi embora; esperaram muito por
ele, mas ele nunca mais voltou.

Então seus seis irmãos disseram que iriam e veriam o que havia acontecido
com ele; e eles foram, mas também não voltaram.

E as sete princesas se ressentiam muito, pois temiam que seus maridos


bondosos tivessem sido mortos.

Um dia, pouco depois disso, Balna balançava o berço de seu bebê e, enquanto
suas irmãs trabalhavam no quarto abaixo, chegou à porta do palácio um homem com um
longo traje preto, que dizia ser um faquir que veio pedir esmolas. Os servos lhe
disseram: "Não podes entrar no palácio - os filhos do Rajá foram todos embora;
achamos que eles devem estar mortos e suas viúvas não podem ser incomodadas por sua
mendicância". Mas ele disse: "Eu sou um homem santo, deves deixar-me entrar". Então
os servos ingênuos deixaram-no adentrar o palácio, mas não sabiam que aquele não era
um faquir, mas um Mago malvado chamado Punchkin.

O faquir Punchkin perambulou pelo palácio e viu muitas coisas lindas lá, até
que finalmente chegou à sala onde Balna estava sentada cantando ao lado do berço de
seu menininho. O Mago a achava mais bonita do que todas as outras coisas belas que
tinha visto, tanto que pediu-lhe para casar-se com ela. Mas ela disse: "Receio que meu
marido esteja morto, mas meu filhinho ainda é muito jovem; ficarei aqui ensinando-o a
crescer como um homem inteligente e, quando crescer, sairá pelo mundo, e descobrirá o
que houve com o pai. Que os céus proíbam-me de abandoná-lo, ou de casar-me
contigo". Com essas palavras, o Mago ficou muito zangado, transformou-a em um

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cachorrinho preto e a levou embora; dizendo: "Já que não virás comigo de livre vontade,
eu a forçarei a fazê-lo". Então a pobre Princesa foi arrastada, sem nenhum poder de
escapar, ou de deixar que suas irmãs soubessem o que havia acontecido a ela. Quando
Punchkin passou pelo portão do palácio, os servos lhe disseram: "Onde conseguiste este
lindo cachorrinho?" E ele respondeu: "Uma das princesas deu-o para mim como um
presente." Ao ouvir isso, deixaram-no ir sem mais questionamentos.

Logo depois disso, as seis princesas mais velhas ouviram o bebê, seu sobrinho,
começar a chorar e, quando subiram, ficaram muito surpresas ao encontrá-lo sozinho,
sem nenhum sinal de Balna. Então questionaram os servos, e quando ouviram falar do
faquir e do cachorrinho preto, adivinharam o que havia acontecido, e que fossem
procurados em todas as direções, mas nem o faquir nem o cachorro foram encontrados.
O que as pobres seis mulheres poderiam fazer? Elas perderam todas as esperanças de
reencontrar seus maridos bondosos, sua irmã e seu cunhado, e dedicaram-se desde então
a ensinar e cuidar de seu pequeno sobrinho.

Assim o tempo passou, até o filho de Balna completar quatorze anos de


idade. Então, um dia, suas tias lhe contaram a história da família; e assim que a ouviu,
ele foi tomado por um grande desejo de buscar seu pai, mãe e tios, e se pudesse,
encontrá-los vivos para trazê-los de volta para casa. Suas tias, ao descobrir sua
determinação, ficaram muito alarmadas e tentaram dissuadi-lo, dizendo: "Perdemos
nossos maridos, nossa irmã e cunhado, e agora és nossa única esperança; se fores
embora, o que faremos?" " Mas ele respondeu: "Peço-lhes que não desanimem; voltarei
em breve e, se for possível, trarei meu pai, minha mãe e meus tios". Então ele partiu em
suas viagens; mas por alguns meses não conseguiu nenhuma informação que o ajudasse
em sua busca.

Finalmente, depois de ter percorrido muitas centenas de quilômetros


cansativos, e quase sem esperança de descobrir alguma coisa sobre seus pais, um dia ele
chegou a um país que parecia cheio de pedras, rochas e árvores, e lá viu um grande
palácio com uma torre alta; num lugar de difícil acesso, ficava a pequena casa de Malí.

Enquanto olhava, a mulher de Malí o viu, correu para fora da casa e disse:
"Meu querido menino, quem és tu, que ousa aventurar-se nesse lugar perigoso?" Ele
respondeu: "Sou o filho de um Rajá e venho em busca de meu pai, meus tios e minha
mãe, a quem um feiticeiro perverso enfeitiçou."

22
Então a esposa de Malí disse: "Este país e este palácio pertencem a um grande
feiticeiro; ele é todo poderoso, e se alguém o desagradar, pode transformá-los em pedras
e árvores. Todas as rochas e árvores que vê aqui foram uma vez pessoas vivas, e o mago
os transformou no que são agora. Algum tempo atrás, o filho de um Rajá veio para cá, e
logo depois vieram seus seis irmãos, e todos eles transformaram-se em pedras e árvores,
e estes não são os únicos desafortunados, pois lá em cima vive uma linda princesa, a
quem o mago mantém presa há doze anos, porque ela o odeia e não se casará com ele".

Então o príncipe pensou: "Estes devem ser meus pais e meus tios. Encontrei
finalmente o que busco." Então contou sua história para a esposa de Malí, e implorou a
ela para ajudá-lo a permanecer naquele lugar por algum tempo e perguntar mais sobre as
pessoas infelizes que ela mencionou; ela prometeu ampará-lo e aconselhou-o a se
disfarçar para que o Mago não o visse e também o transformasse em pedra. O príncipe
concordou. Assim, a esposa de Malí vestiu-o com um sari e fingiu que ele era sua filha.

IMCOMPLETO

23
O Boião Quebrado
Vivia em certa cidade um brâmane chamado Svabhavakripana, o qual tinha um
boião que enchera com a farinha que lhe tinham dado de esmola e que lhe sobejara da
comida. Suspendeu este boião de um prego cravado na parede, pôs a cama por baixo
dele, e, com o olhar fixo, não cessava de contemplá-lo. Uma noite, estando deitado,
pensou:

“Já tenho o boião cheio de farinha; se houvesse uma carestia, poderia ganhar
com ele cem moedas de prata, com as quais posso comprar um par de cabras. E como as
cabras parem de seis em seis meses, depressa terei um grande rebanho. Com as cabras,
comprarei muitas vacas; com as vacas búfalas, e com as búfalas, éguas. As éguas
parirão e terei muitos cavalos, de cuja venda tirarei abundância de ouro. Com o ouro
construirei uma casa de quatro salas. Então um brâmane qualquer virá a minha casa e
dar-me-á a sua filha formosa e rica. Terei dela um filho, ao qual chamarei Somazarman.
Quando ele já puder saltar sobre os meus joelhos, pegando num livro irei sentar-me
atrás da cavalariça, e estudarei. Então Samazarman, fugindo à sua mãe pelo desejo de
sentar-se nos meus joelhos, correrá para mim, aproximando-se dos cascos dos cavalos.
Eu, então, irritado, direi à minha mulher: Pega no menino! Ela, ocupada com os
trabalhos da casa, não me ouvirá. Então, levantar-me-ei e dar-lhe-ei um pontapé.”

Tão mergulhado estava o homem nesta meditação, que deu um pontapé e partiu
o boião; a farinha caiu-lhe em cima, e ficou todo branco.

24
Como os Irmãos Perversos Foram Enganados
Um homem já velho e muito rico, pensando estar à beira da morte, chamou os
filhos e dividiu entre eles a sua riqueza. Entretanto, não morreu e viveu ainda longos
anos, e anos infelizes foram muitos deles. Além da fadiga da idade avançada, tinha de
suportar muitos abusos e crueldades de seus filhos.

Patifes, ingratos e egoístas!

Antes viviam competindo entre si, tentando agradar o pai na expectativa de


receber mais dinheiro. Mas agora que já tinham recebidos as suas heranças, ansiavam
apenas pelo dia em que ele se fosse definitivamente, isto é, quanto antes melhor. Ele
agora era-lhes apenas um peso desnecessário e dispendioso. E não faziam nada para
esconder isso, deixavam o pobre homem saber de seus sentimentos.

Um dia, ele encontrou um amigo e narrou-lhe todos os seus problemas. Muito


compadecido, o amigo prometeu pensar sobre o assunto, avaliá-lo em breve e orientá-lo
sobre o modo como agir. Assim fez. Alguns dias depois, veio visitá-lo, e colocou diante
dele quatro sacos de pedras e cascalho.

“Veja bem, meu amigo”, disse ele. “Teus filhos saberão que estive aqui hoje, e
farão perguntas sobre isso. Deves fingir que vim para pagar-lhe um antigo débito e que
agora é milhares de rupias mais rico do que supunha que fosse. Mantenha esses sacos
em tua posse, e não deixe, em hipótese nenhuma, que teus filhos ponham as mãos neles
enquanto viveres. Em breve verá a mudança de comportamento deles perante ti. Salve!
Voltarei em breve para ver como terás se saído”.

Os filhos, depois que souberam do aumento da riqueza, passaram a ser


atenciosos e amáveis com o pai, como nunca tinham sido antes. E assim continuaram
até o dia em que ele morreu. Então, os filhos abriram vorazmente os sacos, e viram que
eles só continham pedras e cascalho.

25
No Dia em que o Sol, a Lua e o Vento Saíram para Jantar
Certo dia, o Sol, a Lua e o Vento saíram para jantar com seus tios, o Trovão e o
Relâmpago. Sua mãe Estrela, uma das mais longínquas que se vê no céu, ficou
esperando sozinha pelo retorno de suas crianças.

O Sol e o Vento eram gananciosos e egoístas. Eles desfrutavam da grande festa


preparada para eles, sem pensar em levar um pouco das finas iguarias para sua mãe.
Mas a delicada Lua não a esqueceu. De cada prato servido no banquete, ela guardava
uma pequena porção sob suas longas e lindas unhas para que a Estrela pudesse também
partilhar da festa.

Quando retornaram, a mãe, que tinha ficado toda a noite em vigília pelos
filhos, com seu pequeno e brilhante olho atento, perguntou: “Bem, meus filhos, o que
trouxeram para mim?”. Sol, o primogênito, respondeu: “Não trouxe nada. Saí para me
divertir com meus amigos, e não para buscar um jantar para minha mãe!”. E o Vento
disse: “Tampouco eu trouxe qualquer coisa, mãe. Não podia esperar que te trouxesse
uma porção de coisas boas, quando apenas saí para meu próprio prazer”. Mas a Lua
disse: “Mãe, busca um prato, veja o que te trouxe”. E, sacudindo as mãos, despejou um
seleto jantar como nunca tinha sido visto.

A Estrela virou-se para o Sol, e disse: “Tu, que saiu para divertir-se com teus
amigos, regalar-se e deleitar-se sem um único pensamento para tua mãe, será
amaldiçoado. A partir de agora, teus raios serão sempre quentes e ardentes, e queimarão
tudo o que tocarem. Os homens te detestarão, e cobrirão suas cabeças quando
apareceres”.

Eis a razão por que o Sol é tão quente.

Tendo falado ao Sol, voltou-se para o Vento, e disse: “Tu, que igualmente
esqueceu de tua mãe em meio a teus deleites pessoais, ouça tua sentença: Soprarás
sempre nas estações quentes e secas, crestará e fará secar todas as coisas vivas. Os
homens te detestarão e te evitarão por todo o tempo”.

Eis a razão porque o Vento é desagradável mesmo no calor.

Mas para a Lua ela disse: “Filha, porque lembrou-te de tua mãe e guardou para
ela uma parte de teu próprio prazer, de hoje em diante terá para sempre uma suave

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temperatura, será calma e brilhante. Nenhuma nocividade acompanhará o resplendor de
teus raios puros, e os homens sempre te chamarão a abençoada”.

Eis a razão porque a luz da Lua é tão suave, amena e bela.

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A Tartaruga Tagarela
O futuro Buda nasceu uma vez na família de um ministro, quando Brahmadatta
reinava em Benares; e quando cresceu, tornou-se o conselheiro do rei nos assuntos
temporais e espirituais.

Esse rei era muito falador; enquanto falava, os demais não tinham oportunidade
de dizer sequer uma palavra. E o futuro Buda, querendo curar essa tagarelice dele,
constantemente procurava por algum meio de fazê-lo.

Naquela época, vivia, em um lago nas montanhas do Himalaia, uma tartaruga.


Dois jovens hamsas, ou patos selvagens, que vieram alimentar-se lá, fizeram amizade
com ela. E um dia, quando haviam tornado-se amigos muito íntimos, disseram à
tartaruga:

"Amiga tartaruga! O lugar onde moramos, na Caverna Dourada do Monte Belo


no país do Himalaia, é um lugar delicioso. Virás conosco?"

"Mas como posso chegar lá?"

"Nós podemos levá-la. Tens apenas de segurar sua língua, e não dizer nada, a
ninguém."

"Oh! Consigo fazer isso. Leve-me convosco."

"Isso mesmo", disseram eles. E fazendo a tartaruga morder uma haste, eles
mesmos pegaram as duas extremidades com os bicos e voaram para o ar.

Vendo-a assim carregada pelos hamsas, alguns aldeões gritaram: "Dois patos
selvagens estão carregando uma tartaruga em uma haste!" A tartaruga tentou queria
dizer: "Se meus amigos escolheram carregar-me, não é de sua conta, escravos
desgraçados!" Com seu vôo veloz, os patos selvagens sobrevoavam o palácio do rei na
cidade de Benares, quando ela soltou o bastão que estava mordendo e caiu no pátio
aberto, partida em dois! E surgiu então um assunto universal: "Uma tartaruga caiu no
pátio aberto e partiu-se em dois!"

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O Asno em Pele de Leão
Ao mesmo tempo em que Brahmadatta reinava em Benares, o futuro Buda
nasceu de uma família camponesa; e quando cresceu, passou a ganhar a vida lavrando o
solo.

Naquela época, um vendedor ambulante costumava ir de um lugar para outro,


traficando mercadorias transportadas por um asno. Em cada lugar que ia, quando tirava
a carga das costas do asno, costumava vesti-lo na pele de um leão, e deixá-lo solto nos
campos de arroz e cevada. E quando pastores viam o asno, não ousavam aproximar-se
dele, tomando-o como leão.

Então, um dia, o vendedor ambulante parou em uma aldeia; Enquanto


cozinhava o próprio café da manhã, vestiu o asno com a pele de um leão e o soltou num
campo de cevada. Os pastores no campo não se atreviam a aproximar-se; mas indo para
casa, eles espalharam a notícia. Então todos os aldeões saíram armados; assobiando
cantos e batendo tambores, aproximaram-se do campo e gritaram. Aterrorizado com o
medo da morte, o asno soltou um grito - o zurro de um jumento!

E quando soube que tratava-se de um asno, o futuro Buda pronunciou os


primeiros versos:

"Isso não é um rugido de leão,


Nem tigre e nem pantera;
Vestido com pele de leão
Um asno que finge ser fera!

Mas quando os aldeões souberam que a criatura era um asno, o espancaram até
que seus ossos se quebrassem; e, tirando a pele do leão, foram embora. Então o
vendedor ambulante veio; e vendo o asno caído em tão má situação, pronunciou o
Segundo Verso:
"Muito tempo pôde o asno,
Vestido com a pele de um leão
Alimentar-se da verde cevada.
Mas ele zurrava!
E sua ruína veio então".

E mesmo enquanto ele ainda falava, o asno morreu no local!

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