Manual DQP
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Nota de Apresentação
A Directora Geral
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Índice
Nota de Apresentação 3
Nota Introdutória 7
Parte 2: Procedimentos 65
Avaliação 129
Desenvolvimento 183
Reflexão 185
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Nota Introdutória
Júlia Oliveira-Formosinho
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Os estudos longitudinais sobre o impacto da educação de infância evidenciam que só uma pro-
visão de qualidade tem impacto duradoiro na vida actual e futura da criança, no seu sucesso
educativo e na sua integração social (Schweinhart e Weikart, 1993; Sylva et al, 2003).
Logo a mera oferta de lugares em contextos de educação de infância não é suficiente para garan-
tir os benefícios que o esforço de expansão de provisão pretende. É preciso cuidar da qualidade
dessa provisão.
Os estudos de Joaquim Bairrão e da sua equipa (1989, 1990, 1995, 1998) esclarecem que a
qualidade das creches e jardins de infância em Portugal se situa num nível mediano. É então ne-
cessário compreender quer os factores que promovem a mediania quer os factores que promovem
a reconstrução da qualidade.
Os factores que promovem a mediana e impedem a qualidade situam-se a vários níveis: o das
políticas educativas, o dos processos de formação, o da cultura organizacional e o das práticas
profissionais.
João Formosinho tem vindo a considerar a lógica burocrática (quer ao nível organizacional quer
profissional) como um factor determinante para a promoção dessa mediania ao incentivar uma
pedagogia oficiosa baseada apenas na conformidade normativa1. Esta pedagogia burocrática
paralisa processos activos de construção participada, promovendo um “ currículo uniforme pron-
to-a-vestir de tamanho único”.
Precisamos, então, de identificar quais os factores que têm potencial para transformar os processos
de ensino-aprendizagem e promover aprendizagens significativas.
Para isso procederemos à apresentação de dois paradigmas de qualidade.
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Universal Contextual
Estático Dinâmico
Apoiado
Estamos perante dois paradigmas (Kuhn, 1961). No paradigma tradicional, o processo de avalia-
ção e desenvolvimento da qualidade centra-se em produtos (realizações) previamente determina-
dos, a partir de conhecimentos estáveis, essenciais e, de algum modo, universais; feita por agen-
tes externos, de forma não colaborativa; permitindo comparações perante padrões (standards)
pré-existentes e orientando-se para generalizações.
No paradigma contextual, o processo de avaliação e desenvolvimento da qualidade centra-se nos
processos e nos produtos reconhecendo-os como contextuais; desenrola-se em colaboração, a
partir de actores internos (crianças, profissionais, pais), eventualmente apoiados por actores exter-
nos (amigos críticos, formadores em contexto), baseada numa construção contextual, dinâmica e
evolutiva; orientada para a construção de uma verdade singular que será útil aos próprios cons-
trutores dessa qualidade e àqueles que com eles queiram dialogar.
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Este paradigma contextual aponta para uma concepção ecológica da qualidade (Bronfenbrenner,
1979; Garbarino e Ganzel, 2000). É uma concepção ecológica porque se refere ao contexto,
aos papéis dos actores nos contextos e às suas interacções. É ecológica porque se refere, ainda,
às relações entre contextos (as salas entre si; a sala e a escola) concebidos num contexto social e
cultural mais vasto.
É uma concepção sócio-construtivista porque a qualidade não é conceptualizada, observada e
medida externamente; pelo contrário, é construída, face a face, nas interacções educacionais e
nas relações interpessoais que se estabelecem entre os actores chave e o seu significado é pro-
gressivamente clarificado. O papel do amigo crítico (ou do formador em contexto) que apoia a re-
construção da qualidade tem-se revelado muito eficaz (Bertram, 1996, Bertram e Pascal, 2004).
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2 O conceito de modelo pedagógico refere-se a um sistema educacional compreensivo que se caracteriza por combinar um quadro de valores,
uma teoria e uma prática. O modelo curricular é uma componente essencial de um modelo pedagógico situada ao nível do processo de ensino-
aprendizagem. No âmbito mais geral do modelo pedagógico, definem-se as grandes finalidades educacionais e seus consequentes objectivos; no
âmbito mais específico do modelo curricular explicitam-se orientações para a prática educacional (Oliveira-Formosinho, 2007a, 2007b).
3 João Formosinho e Joaquim Machado explicam porque é que um instrumento normativo produzido apenas como um conjunto de princípios, e
não como programa, pode ser recepcionado por alguns como uma “pedagogia oficiosa” de sentido uniformizante (Formosinho e Machado, 2005,
2007).
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porque perpassado, em cada uma das suas partes, por uma linha fundamentadora unificada. Este
referencial foi pensado para ser contextualizado em diferentes realidades e situações, propondo
uma flexibilidade de uso que tem como ponto de referência, para tomar decisões, a questão ou
a preocupação de partida. É a situação que levou à procura do referencial que vai determinar o
modo de uso. Iremos apresentar alguns exemplos.
Quando se sente que os actores centrais de pedagogia (as crianças, os educadores, os pais) não
estão a ser suficientemente escutados, pode decidir-se usar este referencial quando propõe a uti-
lização de entrevistas a adultos e crianças. Se a preocupação reside em saber como as crianças
vêem, sentem e gostam do espaço educativo, então a secção que se refere à organização do
espaço pode ser usada parcelarmente permitindo escutar as crianças no que respeita ao espaço
educativo. No caso de a preocupação residir em saber qual é a participação das crianças nas
actividades e projectos, a utilização da escala do envolvimento pode ser muito útil. Mas se a preo-
cupação residir nas características da interacção do adulto com as crianças, impõe-se a utilização
da escala do empenhamento.
São muitas as intervenções e os estudos disponíveis fazendo este tipo de utilização parcelar do
DQP. Naturalmente a utilização integral trará elementos muito úteis para uma maior compre-
ensão dos contextos, processos e realizações, mas exige uma maior disponibilidade de recursos
humanos5.
5 Na bibliografia anexa juntam-se um conjunto de estudos que elucidam as duas formas de utilização: a integral e a parcelar.
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da qualidade – o Projecto DQP – com pedagogias explícitas, dentro do quadro normativo das
OCEPES:
a pedagogia MEM (Movimento da Escola Moderna), no caso do estudo de Assunção Folque
intitulado Um projecto de construção da participação: a voz das famílias, educadoras, auxi-
liares e crianças;
a perspectiva pedagógica da Associação Criança – Pedagogia-em-Participação – no estu-
do de caso de Júlia Oliveira-Formosinho, Ana Azevedo e Mónica Mateus-Araújo, intitulado
A formação em contexto para a Pedagogia-em-Participação: Um estudo de caso;
um cruzamento de pedagogias explícitas postas em diálogo de forma coerente, na tradi-
ção praticada durante anos pela Associação Criança (Oliveira-Formosinho e Formosinho,
2001), no âmbito do estudo de Clara Craveiro intitulado Desenvolvendo a qualidade em
parcerias: Um estudo de caso;
no estudo de caso de Graciete Monge, intitulado Da intencionalidade à concretização: o
contributo formativo da escala de empenhamento do adulto, as educadoras encontram-se
em aproximação ao Movimento da Escola Moderna (MEM).
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O mesmo acontece no estudo de caso de Graciete Monge onde o DQP permite, especificamente,
avaliar a consistência das práticas em torno da intencionalidade educativa, utilizando a escala
do empenhamento do adulto e, como a própria autora afirma, proceder a uma abordagem mais
analítica da validade educativa no quadro do modelo curricular que se pratica.
As profissionais encontram no MEM um referencial para definir objectivos, para a organização do
tempo e do espaço, para a promoção da autonomia da criança. Graciete Monge, como forma-
dora em contexto, orienta-se para a compreensão dos processos de mediação pedagógica em
torno da intencionalidade educativa utilizando o referencial DQP, especificamente a escala de
empenhamento do adulto.
Ainda neste conjunto de quatro estudos que usam o referencial para avaliação (DQP) em con-
jugação com referenciais para a acção no quotidiano, temos o estudo intitulado A formação em
contexto para a Pedagogia-em-Participação de que sou co-autora com Ana Azevedo e Mónica
Araújo.
Este estudo de caso aproxima-se dos anteriores porque se desenvolve no âmbito de uma pe-
dagogia explícita e assumida, mas, no que se refere à utilização do referencial DQP, difere dos
anteriores. O referencial DQP é aqui usado em dois aspectos em interacção – a análise do
envolvimento da criança e do empenhamento do adulto – para compreender a identidade dos
processos de transformação, o seu ritmo e a interactividade contextual das dimensões pedagógi-
cas em transformação.
Quando verdadeiramente situado em contexto metodológico de investigação-acção, o DQP for-
nece alguns dos instrumentos que permitem investigar a formação para a transformação e a acção
que procura a mudança e a inovação. A contribuição do projecto DQP é, nesse contexto, a de
fornecer instrumentos para investigar a transformação e o de construir conhecimento sobre os
processos e resultados da inovação.
Esta é uma importante contribuição deste referencial, pois sabe-se que a investigação-acção é um
meio eficaz para a melhoria que tem impacto nas aprendizagens.
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Este caminho é percorrido, embora de forma um tanto diferente, pelo outro estudo que integra
este conjunto de quatro estudos – refiro-me ao estudo de Clara Craveiro intitulado Desenvolvendo
a Qualidade em Parcerias: Um estudo de caso. Já sabemos que o Projecto DQP permite uma
diversidade de práticas e utilizações. Neste estudo de caso, estamos em presença de uma outra
utilização – um estudo longitudinal de avaliação e transformação da qualidade. Este estudo torna
visível que a formação em contexto requer tempo para transformação; a pedagogia da inovação
é uma pedagogia da lentidão que sabe esculpir a mudança passo a passo.
Olhando para estes quatro estudos de caso em conjunto verifica-se claramente a riqueza da utili-
zação conjunta, no quotidiano pedagógico, de um referencial de avaliação da qualidade, o DQP,
e de uma pedagogia explícita (um modelo curricular ou uma perspectiva pedagógica) porque se
constituem numa gramática da acção educativa que permite uma pedagogia que responde aos
desafios da avaliação da qualidade.
Os estudos de caso que iremos apresentar seguidamente são realizados em contextos educativos
onde não se observa uma opção por pedagogias explícitas, sendo, no entanto, muito variadas as
características das pedagogias implícitas praticadas.
O estudo de caso de Rosa Novo e Cristina Pires intitulado A interacção do adulto com a(s) criança(s)
– Uma revisão da literatura também utiliza o desenvolvimento de graus académicos, neste caso
a pesquisa para tese de doutoramento, como sustentáculo da colaboração entre a instituição do
ensino superior e a instituição de educação de infância.
Neste estudo de caso o foco é a pesquisa das interacções adulto-criança. O estudo apresenta um
diálogo entre os estudos empíricos que utilizam a escala do empenhamento, quer no âmbito da
interacção adulto-criança, quer no âmbito da sua transformação.
Uma saliência partilhada deste estudo com a maior parte dos estudos apresentados neste livro é a
de sublinhar que a inovação se faz partindo de uma visão coerente teórica mas que no dia-a-dia
se concretiza por pequenos passos. Este estudo aponta também para a necessidade de apoio ex-
terno para estes processos; o reconhecimento desta necessidade é afirmado em todos os estudos
em presença.
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O estudo de Helena Luís e Maria José Calheiros intitulado Empenhamento do adulto – uma estra-
tégia de supervisão? centra-se na mesma preocupação do estudo de Rosa Novo e Cristina Pires,
e visa, compreender a aprendizagem dos estilos de interacção adulto-criança como competência
profissional essencial.
Utilizando o mesmo instrumento de investigação - a escala do empenhamento - que analisa os
perfis profissionais interactivos os três estudos percorrem caminhos diferentes. A análise conjunta
dos estudos é muito útil para compreender a natureza da interacção adulto-criança e os processos
de aprendizagem que requer. Os estudos de caso DQP, agora em publicação, começam, assim,
a dar contributos profícuos para o diálogo entre estudos empíricos e suas interpretações (Góis e
Portugal, 2009).
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Neste estudo de caso, Helena Luís e Maria José Calheiros têm como objectivo central verificar a
utilidade da escala de empenhamento para a aprendizagem profissional de estagiárias no âmbito
da interacção, analisada nas dimensões de sensibilidade à criança, espaço de autonomia no quo-
tidiano pedagógico e estimulação das aprendizagens.
O estudo concluiu que a escala do empenhamento é muito útil como instrumento de apoio à
aprendizagem profissional e verificou que a aprendizagem profissional no âmbito da interacção
é lenta e exige apoio. Estes dados confirmam dados de estudos anteriores (Oliveira-Formosinho,
1998; Novo, 2009).
Este estudo acrescenta diversidade metodológica a este conjunto: enquanto os restantes estudos
se desenvolvem num contexto único, este estudo desenvolve-se em três contextos, permitindo ou-
tros usos e compreensões. Este é também o único deste conjunto de estudos em que se faz uma
utilização do DQP para o estudo da transição entre o jardim de infância e a escola do primeiro
ciclo.
Algo que ressalta deste estudo de caso múltiplo são os níveis de envolvimento elevados e os níveis
de empenhamento total. Teresa Vasconcelos comenta o processo de atribuição de níveis que terá
inflacionado os resultados; aponta algumas razões para esse facto, como a de as educadoras não
terem um nível de confiança mútua que lhes permitisse ser mais objectivas umas com as outras.
No momento em que a DGIDC lança um referencial para a avaliação da qualidade, este estudo
permite-nos reflectir numa questão muito importante - a formação para a observação. Como
Cristina Parente (2004) sublinha constantemente, é necessário formar para observar; esta forma-
ção deve começar na formação inicial de educadoras. O DQP pode constitui-se num contributo
importante para este processo formativo, como está demonstrado nestes vários estudos de caso.
Ângela Lemos com o estudo de caso intitulado Effective Early Learning/Desenvolvendo a Qualidade
em Parcerias EEL/DQP: Um estudo de caso traz também a questão da mediação pedagógica, isto
é, do perfil de interacção adulto-criança como fonte central para a promoção da autonomia da
criança.
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Isabel Kowalsky tem um olhar compreensivo sobre o papel da expressão dramática e da utilidade
do DQP a esse nível. Diz-nos claramente da sua expectativa de
Poder utilizar o referencial DQP, […] como uma oportunidade de poder vir a
obter mais dados não só relativos a este específico campo de investigação (a
expressão dramática) mas também quanto à possibilidade de enquadramento
numa perspectiva de melhoria da qualidade da pedagogia da infância.
O relatório mais amplo deste estudo de caso permite analisar as oportunidades de Expressão
Dramática das crianças, o seu envolvimento nessas actividades e a comparação entre níveis de
envolvimento em várias áreas de conteúdo.
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O estudo de Sónia Góis e Gabriela Portugal, intitulado Isto é giro, para nos vermos ao espelho e
pensarmos… Um processo de avaliação da qualidade num jardim-de-infância, é baseado numa
tese de mestrado desenvolvida por Sónia Góis e supervisionada por Gabriela Portugal. A aproxi-
mação às práticas através da observação é muito recomendada na literatura, mas é relativamente
rara quer em Portugal quer no estrangeiro. Estamos em presença de uma tese de mestrado que
utiliza o referencial DQP, na sua totalidade, para fazer observação de práticas, enveredando por
este caminho desejável.
Este estudo de caso permite chamar à atenção para a importância de criar uma cultura de inves-
tigação como contributo para o desenvolvimento da cultura profissional; neste aspecto, aproxima-
se doutros estudo de caso (Craveiro, 2007, 2009; Novo e Mesquita-Pires, 2009).
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opinião de vários actores da comunidade educativa (os pais, a equipa técnica) para caracterizar o
clima positivo que se vive neste agrupamento; sabe-se que o clima das instituições é muito impor-
tante para a qualidade dos serviços que elas prestam. Na análise salienta a Formação Pessoal e
Social e o Conhecimento do Mundo como as áreas onde as crianças realizam mais experiências;
reflecte ainda sobre os factores contextuais que poderão ter influenciado estes resultados.
O estudo de Liliana Marques e Helena Gil, Projecto DQP: Um contributo para a reconstrução da
avaliação pedagógica, é realizado num Agrupamento com dois jardins de infância, situado na
periferia de Lisboa.
Com este estudo de caso pretende efectuar-se uma abordagem geral da implementação des-
te referencial de avaliação da qualidade, com base nas Dez Dimensões da Qualidade de
Pascal e Bertram, e criar um foco de análise em torno da questão central das experiências de
aprendizagem.
O estudo de caso foca a questão das experiências de aprendizagem que o contexto em estu-
do permite às crianças, utilizando a Target (criança alvo) em conjugação com as Orientações
Curriculares (DEB, 1997), que definem as áreas curriculares para a educação de infância. Esta
utilização permite identificar as experiências de aprendizagem mais presentes e as mais ausentes
e permite questionar o porquê dessas presenças e ausências – possibilita, por exemplo, perguntar
pelo lugar da música no âmbito da educação de infância.
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O estudo de caso de Lúcia Santos intitulado Um modo participado de construir conhecimento re-
presenta um caso único no contexto destes estudos, pois que a sua autora integra o grupo DQP na
qualidade de líder pedagógica no âmbito das instituições de educação de infância da Fundação
Bissaya Barreto.
Lúcia Santos percepciona a sua entrada no projecto como um meio de analisar as boas práticas
de educação de infância em curso, identificar espaços de melhoria e experimentar nesses espaços,
e, assim, utilizar o DQP no âmbito dos processos correntes de gestão da qualidade da instituição.
Faz assim uma utilização ampla e continuada do referencial DQP como meio de promover a
melhoria da pedagogia e encontrar processos organizacionais de desenvolvimento sustentado.
Esta ligação entre a utilização do DQP como apoio ao desenvolvimento profissional e a sua clara
inserção nos processos de monitorização organizacional, realizada através da liderança pedagó-
gica da autora do estudo, situa este caso no âmbito das relações entre pedagogia e liderança.
O estudo claramente mostra a interconexão entre o desenvolvimento profissional e o desenvolvi-
mento organizacional que só as lideranças pedagógicas transformativas podem promover.
Reflexões finais
O DQP é na sua essência um referencial avaliativo. Os processos transformativos que a análise
reflexiva da realidade motiva são sustentados noutros referenciais, as gramáticas pedagógicas.
Mas o referencial DQP, mesmo neste âmbito, é um suporte prévio importante, porque permite
rigor quer na avaliação das oportunidades de aprendizagem quer na distribuição dessas opor-
tunidades. A sua utilização permite ainda identificar perfis de ganhos no âmbito de processos
transformativos.
A flexibilidade de utilização do Projecto DQP permite que se utilize o referencial de forma reflexiva
para encontrar respostas à preocupação específica inicial. É um processo muito diferente daquele
que seria uma utilização total, genérica, abstractizante, dentro de uma pedagogia burocrática, que
se traduziria num mero preenchimento de formulários.
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MANUAL DQP
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MANUAL DQP - Parte 1
Índice
Definições da Qualidade 35
Estratégias de Acção 53
Metodologia da Investigação 54
Referências 59
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MANUAL DQP - Parte 1
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MANUAL DQP - Parte 1
Introdução
A procura da qualidade na educação de infância constitui uma das prioridades da agenda política
e social do Reino Unido e de muitos outros países a nível mundial.
Nos últimos anos, foram publicados vários relatórios nacionais e internacionais que defendem a
expansão da rede da educação pré-escolar para crianças de zero e seis anos de idade. Todos
estes relatórios salientam a importância de promover a qualidade em toda a rede e analisam o
que isto implica, em termos de política educacional e de transformação das práticas.
Os relatórios sublinham a necessidade de serem criados um sistemas de observação e monitorização
que abranjam todos os estabelecimentos de educação de infância e que seja o primeiro passo
para desenvolver processos de melhoria e inovação.
Esta insistência no desenvolvimento da qualidade decorre da consciência de que a expansão dos
serviços não é suficiente. A investigação tem mostrado que só a elevada qualidade pode:
ter efeitos significativos e de longo prazo na realização escolar e social das crianças (Schweinhart
and Weikart, 1993; Sylva et al, 2003);
providenciar oportunidades para a aprendizagem integrada das literacias e para o desen-
volvimento das competências básicas. Estas oportunidades diminuem depois dos oitos anos
(Wylie, 2001);
desenvolver comportamentos sociais positivos, reduzindo o crime juvenil e promovendo a
cidadania (Schweinhart and Weikart, 1993; Reynolds et al 2001);
obter benefícios psicológicos e comportamentais que levam a benefícios económicos poste-
riores (Feinstein, 2000);
aproveitar os benefícios que representa a aprendizagem eficaz na pequena infância que tem
mais impacto que a aprendizagem em ciclos posteriores (Heckman e Lochner, 2001).
A oferta educacional para as crianças em idade pré-escolar no Reino Unido é desarticulada e di-
versa e, em comparação com outros países europeus, de baixo nível (National Commission 1993;
OCDE, 2001). Em Portugal a variabilidade entre contextos de cuidados e educação é também
muito acentuada.
No entanto, o Governo Inglês tem, desde 1997, feito um investimento sem precedentes na educa-
ção pré-escolar numa tentativa de combater a desigualdade e exclusão sociais, a pobreza infantil,
o insucesso escolar e apoiar a diversidade de famílias. Este investimento tem sido direccionado
para uma rápida expansão de serviços de apoio na educação pré-escolar no sentido de providen-
ciar condições razoáveis e acessíveis para todas as crianças e suas famílias.
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MANUAL DQP - Parte 1
Pensamos que é muito importante incorporar claramente esta dimensão no processo de desenvol-
vimento e avaliação da qualidade.
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MANUAL DQP - Parte 1
Definições da Qualidade
O conceito de qualidade tem sido tão utilizado na retórica política dos nossos tempos que corre
o risco de perder significado.
Desde os tempos de Platão e Aristóteles que os filósofos têm vindo a debater as definições de qua-
lidade ou excelência. Todas as tentativas para identificar os elementos essenciais de uma definição
da qualidade, sejam eles relacionados com a aprendizagem das crianças ou com qualquer outro
aspecto do quotidiano, provam ser problemáticas e discutíveis. A dificuldade reside no próprio
conceito. Como salientaram os filósofos da Antiguidade, a noção de qualidade é subjectiva e
pessoal. Platão, quando discute o conceito de beleza, argumenta que esta só pode ser compre-
endida após o contacto com coisas belas e acrescenta que o conceito é subjectivo. A beleza só é
compreendida após uma reflexão sobre as experiências de beleza e como uma avaliação baseada
nessas experiências.
Pirsig (1974) salienta que a qualidade não é nem espírito nem matéria, mas sim uma terceira enti-
dade independente de ambas; apesar de não poder ser definida, sabemos o que é.
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MANUAL DQP - Parte 1
valor, pensamos que, para a realizar melhor, será necessário o envolvimento activo de todos os
participantes no processo. Neste sentido, esta abordagem adopta um modelo inclusivo (Moss e
Pence, 1994). Assim, o processo de avaliação é realizado com os participantes e não para eles.
A subjectividade da definição é, deste modo, assumida e as percepções partilhadas tornam-se
o fulcro do debate sobre a qualidade da educação que é prestada, em cada estabelecimento
educativo.
A qualidade é definida a partir do quadro referencial do Projecto, das reflexões partilhadas e do
acordo que sobre elas é alcançado por profissionais, pais e crianças. É validada e rigorosamente
examinada por aqueles que estão mais ligados às experiências de aprendizagem que estão a ser
avaliadas. O Projecto, portanto, encontra-se firmemente alicerçado em princípios democráticos,
sendo que a equipa de investigação desenvolve esforços no sentido de estabelecer um trabalho
de parceria e co-autoria em todo o processo.
O ponto de partida teórico do Projecto espera que os processos avaliativos se transformem em
processos de desenvolvimento dos profissionais e da organização. Espera, também, que os vários
estabelecimentos de educação onde o Projecto for aplicado se tornem mais conscientes das suas
responsabilidades, mais preparados para alcançarem os seus objectivos e mais capazes de tomar
decisões (Pfeffer e Coote, 1991).
A finalidade é, portanto, apoiar os educadores de infância no processo de melhoria das suas
práticas, capitalizando em saberes prévios, através de uma mudança gradual e progressiva e não
provocando um corte radical.
Para facilitar essa análise, apresenta-se o quadro teórico da avaliação da qualidade, elaborado
por Pascal e Bertram.
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MANUAL DQP - Parte 1
Embora cada dimensão de qualidade seja apresentada separadamente para facilitar a sua aná-
lise, deve chamar-se a atenção para o facto de que estão inter-relacionadas. É de notar também
que não se apresentam por ordem hierárquica. As dez dimensões são todas importantes e neces-
sárias para construir a qualidade.
Finalidades e Objectivos
Esta dimensão diz respeito às afirmações contidas no projecto educativo no qual as finalidades e
objectivos para a provisão da aprendizagem são tornadas explícitas. Inclui também informação
sobre a elaboração do projecto educativo de estabelecimento, quem participou e como foi co-
municado a todas as pessoas interessadas. Deve ainda ser considerado o modo como estas fina-
lidades são postas em prática, partilhadas, comunicadas e compreendidas por todas as pessoas
envolvidas.
Currículo/Experiências de Aprendizagem
Esta dimensão prende-se com a diversidade e o equilíbrio das actividades de aprendizagem propor-
cionadas às crianças e com as oportunidades de aprendizagem que promovem. O currículo é inter-
pretado globalmente de modo a incluir todos os domínios de aprendizagem e desenvolvimento.
No contexto português, esta dimensão deve considerar, também, em que medida as actividades
e as experiências oferecem oportunidades de aprendizagem de acordo com as áreas e domínios
de conteúdo expressos nas Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar (Despacho
nº 5220/97, de 4 de Agosto). Embora se apresente, mais à frente, um resumo deste documento
pensa-se que ele deve ser consultado na íntegra.
37
MANUAL DQP - Parte 1
Pessoal
São relevantes para esta dimensão todas as questões relacionadas com o nível de qualificação
e experiência dos membros do pessoal, sua gestão, supervisão e avaliação. Devem analisar-se
também as oportunidades de desenvolvimento e formação profissional incidindo com particu-
lar ênfase no bem-estar do pessoal e no desenvolvimento de uma equipa competente, coesa e
colaborativa, motivada para a inovação e melhoria.
Espaço educativo
Esta dimensão observa o contexto em que decorre o processo de aprendizagem. Deve ser consi-
derado o espaço interior e exterior, tendo em conta as suas potencialidades como ambientes de
aprendizagem. São recolhidas informações sobre tudo o que diz respeito à disponibilidade, estado
de conservação e adequação dos recursos, equipamento e materiais educativos.
Relações e Interacções
Esta dimensão diz respeito às formas de interacção entre os adultos e as crianças. Reúne-se evi-
dencia sobre como se desenvolvem e expressam as interacções durante as actividades de apren-
dizagem, tendo em conta as regras de comportamento social e os códigos de conduta. Nesta
dimensão incluem-se as oportunidades de iniciativa dadas às crianças e o estilo de intervenção
dos adultos. Dá-se relevo ao grau de envolvimento das crianças e às suas interacções durante as
actividades como meios de reflexão sobre a qualidade da experiência educativa proporcionada.
A utilização das escalas de envolvimento e do empenhamento providencia dados muito relevan-
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MANUAL DQP - Parte 1
tes sobre a qualidade das interacções educativas. As relações com os pais são outro elemento
importante a ter em conta.
Igualdade de oportunidades
Esta dimensão refere-se ao modo como o estabelecimento educativo, os participantes e as expe-
riências de aprendizagem reconhecem, respeitam e celebram a diversidade e, ainda, em que me-
dida o ethos da instituição é respeitador e inclusivo. A consciência da diversidade inclui o respeito
pelas diferenças de raça, género, religião, etnia, diferenças psicológicas.
É importante observar os materiais e as actividades com os critérios de igualdade e equidade;
diversidade e inclusão.
Devem documentar-se as oportunidades de provisão para crianças com NEE.
Monitorização e Avaliação
Esta dimensão fornece evidência sobre os procedimentos utilizados para monitorizar e avaliar as
actividades e a eficácia do processo de aprendizagem. Observa-se também os sistemas, as estru-
turas e os processos para a avaliação e melhoria da qualidade.
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MANUAL DQP - Parte 1
Estas 10 dimensões constituem a base para uma Fase da Avaliação e foram transformadas num
conjunto de questões de avaliação que se encontram detalhadas no Quadro 1.
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MANUAL DQP - Parte 1
Que tipo de oportunidades são dadas aos pais para partilharem a experiên-
cia de educação dos filhos com NEE?
41
MANUAL DQP - Parte 1
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MANUAL DQP - Parte 1
A. 2 - Integração do currículo
1 - Na educação pré-escolar, o educador de infância mobiliza o conhecimento e as competências
necessárias ao desenvolvimento de um currículo integrado, no âmbito da expressão e da comuni-
cação e do conhecimento do mundo.
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MANUAL DQP - Parte 1
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MANUAL DQP - Parte 1
Este princípio fundamenta todo o articulado da lei e dele decorrem os objectivos gerais pedagó-
gicos definidos para a educação pré-escolar no capítulo IV, artigo 10º.
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MANUAL DQP - Parte 1
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MANUAL DQP - Parte 1
A continuidade educativa é entendida como um processo que parte do que as crianças já sabem
e aprenderam, criando condições para o sucesso nas aprendizagens seguintes. Este processo é
marcado por dois momentos chave - o início da educação pré-escolar e a transição para a esco-
laridade obrigatória - que merecem uma atenção especial por parte do educador.
“A comunicação que o educador estabelece com os pais é essencial para facilitar
a entrada para a educação pré-escolar, para o desenrolar do processo educativo
e também para que os pais tenham um papel no momento da transição” (DEB,
1997, p. 89).
“O diálogo e a colaboração entre educadores e professores do 1º ciclo facilitam
a transição e uma atitude positiva da criança face à escolaridade obrigatória”
(DEB, 1997, p. 91).
47
MANUAL DQP - Parte 1
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MANUAL DQP - Parte 1
1993, Portaria 611/93, de 29 de Junho, a qual previa a aplicação do Decreto 319/91 à educação
pré-escolar. Assim, houve claramente uma preocupação quanto a servir este grupo etário mui-
to antes do que o grupo dos 0 aos 3. A portaria 611/93, sobrepõe-se ao postulado contido no
Despacho 891/99, o qual prevê que a IP deve ser providenciada a crianças entre os 0 e os 6 anos
de idade.
O Despacho 891/99, que regulamenta a IP, compreende, de forma resumida, os seguintes
aspectos:
A população alvo da IP são as crianças dos 0 aos 6 anos de idade, em risco social ou com
NEE, e as suas famílias;
Os serviços especializados são prestados, quer em casa, nas creches, ou noutros contextos
de educação de infância onde a criança esteja incluída;
A intervenção precoce é um serviço de base comunitária, que envolve saúde, educação e
segurança social, assim como instituições privadas e recursos informais;
O trabalho em equipa é importante, sendo as equipas dimensionadas de acordo com as
necessidades locais e nas bases da transdisciplinaridade;
A formação especializada nas questões do desenvolvimento e nas questões relacionadas
com a IP é necessária;
A intervenção individualizada deve ser desenvolvida e implementada de acordo com uma
filosofia centrada na família;
Para além da criança, a família é identificada como o foco da planificação e desenvolvi-
mento dos serviços de IP.
Recentemente, a educação especial foi alvo de uma reestruturação a qual se traduziu na publica-
ção do Decreto-Lei 3/2008, de 7 de Janeiro.
A Lei refere que as crianças com NEE devem estar nas instituições de educação regulares, dado
que um dos objectivos da política educacional em Portugal é, sempre que possível, a inclusão des-
tas crianças nas classes regulares. Para poderem estar incluídas no sistema regular de educação
de infância, as crianças com NEE deveriam beneficiar do suporte de serviços e de educadoras
especializadas. Contudo, políticas recentes originaram um decréscimo do número de educadoras
especializadas a apoiar este nível de ensino. Com excepção de situações muito específicas pode-
mos afirmar que a maioria das crianças com NEE em Portugal estão incluídas no sistema regular
de educação infância, e não em instituições segregadas.
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MANUAL DQP - Parte 1
1 Existe investigação portuguesa que mostra esta relação simbiótica utilizando como instrumentos de pesquisa as escalas do empenhamento do
adulto e do envolvimento da criança e verificando que estão relacionados (Oliveira-Formosinho, 2004).
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MANUAL DQP - Parte 1
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MANUAL DQP - Parte 1
10 Dimensões de Qualidade
INTERACÇÕES 3 Domínios de Impacto
Institucional
• Monitorização e Avaliação
Desenvolvimento Institucional
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MANUAL DQP - Parte 1
Estratégias de Acção
A abordagem da avaliação e desenvolvimento qualidade aqui presente teve como referência a
crescente literatura no campo da investigação sobre a melhoria e eficácia das escolas e a quali-
dade (Hopkins, 1986; 1992; Louis e Miles, 1991; Fullan e Hargreaves, 1992; Goddard e Leask,
1992; Scheerens, 1992; West-Burnham, 1992; Murgatroyd e Morgan, 1993; Sallis, 1993; Handy,
1994). A revisão desta literatura esclarece quanto a alguns princípios básicos de acção eficaz que
conduzem à melhoria da qualidade:
é necessário avaliar a qualidade;
é necessária uma perspectiva externa, mas avaliados e avaliadores devem conhecer-se e ter
confiança uns nos outros;
a avaliação deve resultar de um diálogo aberto, honesto e colaborativo que tenha como
referência uma linguagem comum;
o diálogo deve ser mantido durante um longo período de tempo;
o diálogo deve ter um enquadramento claro, sistemático e acordado;
os dados da avaliação devem ser recolhidos e questionados em conjunto;
o processo de avaliação deve conduzir a planos de acção;
a acção deve ser acompanhada, apoiada e monitorizada;
os estabelecimentos educativos devem apropriar-se do processo e dos seus resultados;
a contribuição de todos os participantes deve ser reconhecida e valorizada;
a colaboração e a participação são eficazes para os processos de mudança, mas a impo-
sição e as vias hierárquicas não.
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MANUAL DQP - Parte 1
O projecto DQP pode ser usado integralmente – quando existem recursos humanos para o levar
a cabo e vontade colectiva de o fazer. Pode também ser usado parcelarmente.
O projecto DQP representa uma proposta organizada, integrada e flexível onde as partes inte-
gram um todo mas têm coerência por si, podendo assim ser usadas separadamente. Os estudos
de caso que a DGIDC agora publica em volume anexo constituem-se em fonte muito rica para
compreender as potencialidades de utilização global e parcelar do DQP.
Metodologia da Investigação
A metodologia de investigação do Projecto utiliza uma abordagem qualitativa. Constitui uma for-
ma de avaliação e de investigação-acção na qual todos os elementos de apoio ao Projecto DQP
cooperam estreitamente com todos os intervenientes do estabelecimento de educação.
Os métodos e os materiais utilizados foram desenvolvidos e testados por um elevado número de
educadores (mais de 1300) que trabalham em diferentes estabelecimentos e modalidades de edu-
cação de infância, no Reino Unido.
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MANUAL DQP - Parte 1
FASE DE AVALIAÇÃO
a) Documentação da Qualidade
Ficha do estabelecimento
Análise documental
Fotografias
Observação do espaço educativo
Dados biográficos dos profissionais
Entrevistas com o(s) directores(es)
pessoal, pais e crianças
Observação de crianças-alvo (Target)
b) Avaliação da Qualidade
Escala de Envolvimento da Criança
Escala de Empenhamento do Adulto
Escala de Apoio do Adulto
Dados organizados num Relatório de Avaliação
FASE DO DESENVOLVIMENTO
Após a formação inicial para usar este referencial, este processo tem uma duração
aproximada de 12 a 18 meses.
Após a formação inicial para usar este referencial, este processo tem uma duração aproximada
de 12 a 18 meses.
FASE 1: Avaliação
Os métodos seguidos na fase de avaliação são de dois tipos: os métodos que são usados para a
documentação da qualidade e os métodos que são usados para a avaliação da qualidade.
1. Documentação da Qualidade
Nesta primeira fase, os elementos de apoio ao Projecto DQP e os educadores trabalham em
conjunto com colegas, pais e crianças para documentar e avaliar a qualidade no estabelecimento
educativo.
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MANUAL DQP - Parte 1
As dez dimensões referidas no “Quadro Teórico de Pascal e Bertram para a Qualidade” (1993) e
as perguntas de avaliação detalhadas no quadro 1 constituem a base de trabalho desta fase. As
informações são recolhidas colaborativamente, para responder às questões relativas a cada uma
das dez dimensões. Para se realizar este trabalho devem aplicar-se os seguintes instrumentos:
2. Avaliação da Qualidade
Para além deste manancial de dados qualitativos também se recolhem dados com instrumen-
tos de observação que constituem um meio para avaliar as mudanças que se vão operando à
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MANUAL DQP - Parte 1
medida que o Projecto avança. Estas medidas colocam a ênfase nos processos de aprendizagem.
A metodologia foi concebida para reflectir estes processos e centra-se na avaliação dos dois facto-
res que se estimam mais importantes na qualidade e eficácia da aprendizagem. Em primeiro lugar,
o modo como a criança se envolve no processo de aprendizagem. Em segundo lugar, o modo
como os adultos se empenham (interagem com a criança) para apoiar e facilitar a aprendizagem.
Utiliza-se dois métodos desenvolvidos pelo Professor Ferre Leavers (1993), dentro do Projecto de
Educação Experiencial, da Universidade de Lovaina: a escala do envolvimento da criança e a
escala do empenhamento do adulto. Utiliza-se ainda a escala de empenhamento do professor de
apoio a crianças com NEE (The adult supportive intervention scale).
Todos os dados recolhidos na fase da documentação da qualidade e na fase da avaliação da
qualidade são coligidos e cuidadosamente estruturados no Relatório de Avaliação. O Relatório da
Avaliação é, então, partilhado com os educadores para validação.
FASE 3: Desenvolvimento
Na terceira fase é implementado o plano de acção. A implementação consiste em levar a cabo
as acções destinadas a promover o desenvolvimento individual e/ou institucional, estreitamente
57
MANUAL DQP - Parte 1
relacionadas com as prioridades acordadas. O conteúdo desta fase é específico, de acordo com as
necessidades de cada uma das salas de actividades que funcionam no estabelecimento educativo.
Durante esta fase os progressos são monitorizados e o pessoal do estabelecimento é convidado
a recolher dados sobre o efeito que o plano de acção está a ter na qualidade das experiências
de aprendizagem das crianças (medidas de impacto). No final desta fase, os ganhos podem ser
avaliados usando os mesmos instrumentos que se usaram na fase de avaliação: a escala de
envolvimento da criança, a escala de empenhamento do adulto, e outras. Desta forma obtemos
informação relevante sobre o impacto do processo de avaliação e desenvolvimento da qualidade
FASE 4: Reflexão
Nesta última fase, o pessoal do estabelecimento é convidado a reflectir sobre o processo da ava-
liação e do desenvolvimento da qualidade e a analisar os dados do impacto obtidos com o de-
senvolvimento do plano. O elemento de apoio DQP e os educadores reúnem todos os dados num
relatório final que inclui os resultados da última recolha de dados e os pontos de vista da equipa
sobre o desenvolvimento que prevêem para o futuro. Isto poderá eventualmente conduzir a outro
ciclo de avaliação e desenvolvimento.
58
MANUAL DQP - Parte 1
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61
MANUAL DQP - Parte 1
62
MANUAL DQP - Parte 2
Índice
PARTE 2: PROCEDIMENTOS 69
Introdução 76
AVALIAÇÃO 77
Documentação da qualidade 77
1ª Etapa 77
2ª Etapa 79
63
MANUAL DQP - Parte 2
3ª Etapa 103
Entrevistas 103
4ª Etapa 117
5ª Etapa 127
64
MANUAL DQP - Parte 2
6ª Etapa 135
65
MANUAL DQP - Parte 2
7ª Etapa 149
8ª Etapa 175
DESENVOLVIMENTO 179
9ª Etapa 183
REFLEXÃO 185
66
MANUAL DQP - Parte 2
67
MANUAL DQP - Parte 2
68
MANUAL DQP - Parte 2
PARTE 2: PROCEDIMENTOS
É crucial que o elemento de apoio adopte uma atitude democrática no trabalho dentro do estabe-
lecimento educativo onde dá apoio ao processo.
Deve criar um clima de confiança entre os participantes no projecto.
Deve empenhar-se no desenvolvimento de relações de trabalho colaborativas e abertas,
encorajando e apoiando a participação de todos os que trabalham no estabelecimento
educativo no processo de avaliação e desenvolvimento.
Não deve fazer juízos de valor mas deve estar disposto a expressar os seus pontos de vista
profissionais quando estes lhe forem pedidos.
Deve saber identificar as questões relativas à gestão do processo de mudança dentro de um
estabelecimento educativo e aconselhar quanto às formas de lhes dar resposta.
69
MANUAL DQP - Parte 2
70
MANUAL DQP - Parte 2
1ª Etapa
Reunião com os participantes
Carta-acordo
Carta a enviar aos pais
2ª Etapa
Preencher a Ficha do Estabelecimento
Recolher os documentos relativos às 10 dimensões:
documentos sobre os princípios orientadores
linhas gerais do currículo
avaliações anteriores
registos
folhas informativas
prospectos e outra informação
Tirar fotografias ao estabelecimento
Providenciar o preenchimento da ficha sobre o espa-
ço educativo
Recolher os dados profissionais de todos os que tra-
balham com as crianças
3ª Etapa: Entrevistas
Director
Membros do pessoal (máximo 5)
Pais (máximo 5)
Crianças (máximo 5)
71
MANUAL DQP - Parte 2
72
MANUAL DQP - Parte 2
FASE DE DESENVOLVIMENTO
FASE DE REFLEXÃO
73
MANUAL DQP - Parte 2
CARTA-ACORDO
Data ____/____/____
Promover a adesão aos objectivos do Projecto por parte de todos os membros do pessoal
envolvido.
Assegurar a inclusão do Projecto nos planos de desenvolvimento profissional e
organizacional.
74
MANUAL DQP - Parte 2
Devem ser assinados dois exemplares desta Carta-acordo e distribuídas às partes envolvidas.
75
MANUAL DQP - Parte 2
Introdução
Embora os procedimentos sejam apresentados etapa a etapa, quando se trabalha no terreno, isto
é, num estabelecimento educativo, nem sempre é possível seguir as etapas indicadas pela ordem
exacta. Este Manual inclui exemplos de todos os documentos relevantes para cada etapa. Os pro-
cedimentos estão divididos em quatro secções:
76
MANUAL DQP - Parte 2
AVALIAÇÃO
Os métodos utilizados na fase de Avaliação dividem-se em dois: aqueles que são úteis para a
documentação da qualidade e os que se usam para a avaliação da qualidade.
Documentação da qualidade
Nesta primeira fase, os elementos de apoio DQP e os educadores do estabelecimento educativo
trabalham, em conjunto com os outros colegas, pais e crianças para documentarem a quali-
dade da aprendizagem, usando o quadro referencial de “Avaliação da Qualidade de Pascal e
Bertram”.
1ª Etapa
Orientação Inicial dos Trabalhos
Falar com todos os potenciais participantes sobre a estratégia do Projecto.
Descrever a estratégia do Projecto e a natureza colaborativa do processo – distribuir o
Manual do Projecto aos participantes.
Estabelecer uma parceria através da carta-acordo assegurando a participação em todas as
etapas do projecto – ver exemplo na página seguinte.
Informar as famílias das crianças sobres os procedimentos do Projecto. As informações
podem ser fornecidas através de uma reunião, de uma carta ou de uma notícia publicada
na folha informativa do estabelecimento. A título de exemplo, inclui-se o texto de uma carta
tipo.
Negociar a duração do processo de recolha de informações e preencher a tabela da
calendarização das acções.
77
MANUAL DQP - Parte 2
Nome do estabelecimento.......................................................................................................................
Morada...................................................................................................................................................
............................................................Código Postal..............................................................................
Telefone..............................................................................
e-mail…………………………...……………………………
Data ____/____/____
Caros Pais,
Tenho o prazer de vos informar que o nosso estabelecimento educativo aderiu ao Projecto
Desenvolvendo a Qualidade em Parcerias. A finalidade deste projecto é avaliar e melhorar a qua-
lidade das aprendizagens que são proporcionadas às crianças no nosso estabelecimento.
Algumas crianças e adultos serão observados, ao longo do projecto, durante o decorrer normal
das suas actividades. Serão também tiradas fotografias para apoiar o desenrolar do processo. É
garantida a confidencialidade de todas as informações recolhidas assim como é garantido que as
pessoas que participam no projecto não serão identificadas.
Se desejarem receber mais informações não hesitem em entrar em contacto com a Direcção do
estabelecimento.
__________________________________________
78
MANUAL DQP - Parte 2
2ª Etapa
Recolha inicial de Dados
Preencher a Ficha do Estabelecimento Educativo (FEE)
Recolher todos os documentos relevantes para avaliar as 10 dimensões da qualidade para
que fiquem documentadas a filosofia educacional do estabelecimento, as suas finalidades e
objectivos e a sua orientação prática. Devem coligir-se os principais documentos disponíveis
tal como projecto educativo de escola (PEE), projecto curricular de turma (PCT) e outros pro-
jectos, avaliações, registos, materiais, folhas informativas, prospectos, etc. As informações
extraídas destes documentos serão incluídas no relatório da avaliação.
Documentar, através de registo fotográfico, o ambiente educativo, incluindo espaço(s)
interior(es) e exterior(es) e as diferentes actividades das crianças e do pessoal. As fotogra-
fias serão incluídas no relatório da avaliação e utilizadas durante as entrevistas feitas às
crianças.
Preencher a ficha sobre o espaço educativo (FEE)
Explicar a natureza da ficha de dados profissionais e distribui-la para ser preenchida por
todos os elementos do pessoal que trabalham com as crianças.
79
MANUAL DQP - Parte 2
a) PÚBLICO b) PRIVADO
(com ou sem fins lucrativos)
e) Outros _______________________________________________________________________
80
MANUAL DQP - Parte 2
CRIANÇAS
CRIANÇAS
4. Quantas crianças com as idades abaixo indicadas frequentam o Jardim de Infância?
a) 3 anos
b) 4 anos
c) 5 anos
Grupos homogéneos
Manhã das ____ horas às ____ horas; Tarde das ____ horas às ____ horas
Manhã das ____ horas às ____ horas - Tarde das ____ horas às ____ horas
81
PESSOAL
14. a) Qual o rácio adulto/criança no jardim de infância - n.º total de crianças / n.º total de adultos com
Qual o funções educativas (educadores,
rácio adulto/criança no jardimauxiliares/ajudantes
de infância? e educadores de apoio em permanência na
instituição)?
(determina-se dividindo o n.º total de crianças pelo n.º total de adultos com funções educativas -
educadores, auxiliares/ajudantes e educadores de apoio em permanência na instituição)
b) Qual o rácio adulto/criança por sala?
82
MANUAL DQP - Parte 2
a) educador de apoio?
b) outros técnicos?
FINANCIAMENTO
a) Autarquias montantes___________________________________________________
b) Projectos montantes________________________________________________________
c) Outros montantes___________________________________________________
83
MANUAL DQP - Parte 2
COMUNIDADE LOCAL
20. Qual a localização geográfica do Estabelecimento?
21. Indique a percentagem de famílias das crianças que frequentam o jardim de infância que se incluem
nos diferentes grupos sócio-económicos:
Observações (se desejar acrescentar alguma informação não contemplada nesta ficha, faça-o, por favor, no
espaço abaixo):
84
MANUAL DQP - Parte 2
NOME DO ESTABELECIMENTO........................................................................................................
…………………………………..................................…………...................................................
NOME DA INSTITUIÇÃO/AGRUPAMENTO..........................................................................................
.......................................................................................................................................................................
MORADA ………………………………………………………………………………….………
…..............................................................................................................................
CÓDIGO POSTAL ……………………………… TELEFONE……………….............................
E-MAIL……………………………………………………………………………………………
DIRECTOR PEDAGÓGICO/COORDENADOR DO ESTABELECIMENTO ………………...............
ELEMENTO DE APOIO DQP ……………………….….......... DATA …………………...............
85
MANUAL DQP - Parte 2
SALA.............................................…...................................................................................................
O ESPAÇO INTERIOR
1. Dimensões do espaço em m2
86
MANUAL DQP - Parte 2
87
MANUAL DQP - Parte 2
b) Vestiários
d) Placares/Expositores
b) lavandaria
88
MANUAL DQP - Parte 2
c) dormitório(s)
d) cozinha
f) refeitório
i) secretaria
89
MANUAL DQP - Parte 2
ESPAÇO EXTERIOR
1.Tem acesso a uma zona de recreio exterior? a) Sim b) Não
90
MANUAL DQP - Parte 2
a) Novo
b) Velho
Observações:
91
MANUAL DQP - Parte 2
a) Sim b) Não
Observações:
5. Tem mais alguma informação relevante que queira acrescentar? Faça-o, por favor, no espaço
abaixo.
92
MANUAL DQP - Parte 2
a) Habilitações académicas/profissionais
Bacharelato
Licenciatura
93
MANUAL DQP - Parte 2
3. Indique quanto tempo trabalhou com crianças entre os 0-6 anos nos seguintes sectores:
a) Voluntariado f) ATL
anos anos
b) Ensino Particular e Cooperativo g) Hospital
anos anos
c) Rede Pública – Jardim de Infância h) Ludotecas
anos anos
d) IPSS – Jardim de Infância i) Bibliotecas
anos anos
e) Creche j) Outros. Quais? ____________________
anos anos
a) mais satisfação
b) menos satisfação
94
MANUAL DQP - Parte 2
95
MANUAL DQP - Parte 2
10. Assinale os seguintes cursos/ temas de acordo com os títulos das colunas (frequentou, existe
na sua zona mas não frequentou, gostaria de frequentar):
c) Documentação pedagógica
e) Projecto educativo
s) Outros_____________________________
96
MANUAL DQP - Parte 2
11.Áreas Curriculares
b) Expressão Motora
c) Expressão Dramática
d) Expressão Plástica
e) Expressão Musical
g) Matemática
h) Conhecimento do mundo
j) Outras _________________________________________________________________
97
MANUAL DQP - Parte 2
NOME DO ESTABELECIMENTO..........................................................................................................
................................................................................................................................................................
NOME DA INSTITUIÇÃO/AGRUPAMENTO .......................................................................................
................................................................................................................................................................
MORADA...............................................................................................................................................
................................................................................................................................................................
CÓDIGO POSTAL ............................................... TELEFONE ............................................................
E-MAIL ............................................................................................................................................
O ELEMENTO DE APOIO DQP .................................................. DATA .............................................
NOME....................................................................................................................................................
1. Escolaridade
4 6 9 11 12
c) Tem formação profissional para exercer a função que desempenha? Sim Não
98
MANUAL DQP - Parte 2
3. Indique quanto tempo trabalhou com crianças entre os 0-6 anos nos seguintes sectores:
a) Voluntariado f) ATL
anos anos
b) Ensino Particular e Cooperativo g) Hospital
anos anos
c) Rede Pública – Jardim de Infância h) Ludotecas
anos anos
d) IPSS – Jardim de Infância i) Bibliotecas
anos anos
e) Creche j) Outros. Quais? __________________
anos anos
99
MANUAL DQP - Parte 2
100
MANUAL DQP - Parte 2
a) Se respondeu sim, diga que temas foram tratados e quanto tempo duraram essas acções?
101
MANUAL DQP - Parte 2
11. Se pudesse ter acesso à formação em serviço, diga quais dos seguintes temas lhe interes-
sam muito, lhe são indiferentes e lhe interessam pouco
a) Legislação
e) Actividades lúdicas/Jogos
f) Escola inclusiva/Necessidades
educativas especiais
g) Crianças em risco
i) Educação Multicultural/Igualdade
de oportunidades
j) Trabalho com pais
l) Orientações curriculares
m) Outros ______________________________________________________________
12. Tem outros comentários a acrescentar? Faça-o, por favor, no espaço abaixo.
102
MANUAL DQP - Parte 2
3ª Etapa
Entrevistas
O número de entrevistas a fazer depende do tamanho do estabelecimento educativo. Use as indi-
cações que se dão a seguir, como base para tomar decisões:
Entrevista ao director do agrupamento/instituição. Utilize o guião de entrevista ao director
como base;
Entrevista a cerca de metade dos membros do pessoal que trabalham com crianças. Utilize
o guião de entrevista ao pessoal como base;
Entrevista a uma amostra de pais, num máximo de 20%. Utilize o guião de entrevista aos
pais como base;
Entrevista a uma amostra de 20% de crianças. Utilize o guião de entrevista às crianças como
base;
Os guiões de entrevista servem como ponto de referência. Pode adaptar cada pergunta,
tendo em conta a pessoa que vai entrevistar;
Sugere-se que se tomem notas da conversa enquanto a entrevista está a ser gravada. As notas
referem-se só a frases significativas que podem apoiar a escrita do relatório de avaliação;
Certifique-se que os participantes entendem o processo e estão informados sobre como se
desenrola e para que serve. Os entrevistados devem ter acesso à transcrição da entrevista;
O guião da entrevista pode ser adaptado, contudo a essência das questões deve permane-
cer a mesma para todos os participantes.
Entrevistas
Todas as entrevistas deverão começar por uma introdução – legitimação da entrevista – que tem
como objectivo:
Explicar a finalidade da entrevista;
Motivar o entrevistado;
Garantir a confidencialidade da informação.
103
MANUAL DQP - Parte 2
1. FINALIDADES E OBJECTIVOS
a. O estabelecimento tem projecto educativo? Como foi elaborado? Quem participou na sua
elaboração?
b. Como é que o projecto educativo é divulgado aos diferentes intervenientes?
c. Quais as finalidades e os objectivos para a educação pré-escolar de acordo com o Projecto
Educativo do Estabelecimento? (adaptar consoante se está a entrevistar a direcção de esta-
belecimentos solidários, públicos ou privados).
d. Quais as finalidades e os objectivos para a creche de acordo com o Projecto Educativo do
Estabelecimento? (adaptar consoante se está a entrevistar a direcção de estabelecimentos
solidários, públicos ou privados).
e. Considera que este estabelecimento dá resposta às necessidades das crianças e dos pais?
Quais as principais preocupações em cada um destes domínios?
f. Há preocupação de integrar crianças com NEE? Quantas crianças com NEE há na institui-
ção? Como é feita a sua inclusão? Como está organizado o apoio educativo?
2. CURRÍCULO/EXPERIÊNCIAS DE APRENDIZAGEM
a. O que acha que as crianças devem aprender na educação pré-escolar?
b. O estabelecimento adopta algum modelo/método pedagógico de referência?
c. Que tipos de actividade/experiências educativas são proporcionadas às crianças?
d. Considera que as actividades desenvolvidas dão resposta às necessidades das crianças?
e. Acha que as actividades estão adaptadas a crianças com NEE? O atendimento a estas
crianças beneficia ou prejudica o trabalho realizado com o conjunto das crianças?
3. ESTRATÉGIAS DE ENSINO/APRENDIZAGEM
a. Quais as actividades/experiências que mais contribuem neste jardim de infância para a
aprendizagem das crianças? Acha que as experiências são diversificadas? Há aspectos que
não são contemplados?
b. Como vê o trabalho das educadoras de infância? E das auxiliares?
c. Como estão organizados os grupos? (Por idades? Heterogéneos? Outras preocupações
nessa organização? Porquê?) Há contactos e ou/actividades entre os diferentes grupos?
Como? Quando?
d. Acha que há uma preocupação com a aprendizagem e o progresso de toda e cada uma
das crianças? Como se concretiza?
104
MANUAL DQP - Parte 2
e. Acha que as actividades estão adaptadas às crianças com Necessidade Educativas Especiais
(NEE)
f. Acha que as crianças com NEE estão integradas nas actividades do grupo?
5. PESSOAL
a. Quantos educadores/professores e auxiliares há na instituição? Como estão distribuídos por
valências? Quem contrata o pessoal e com que critérios?
b. Qual o horário/distribuição de pessoal?
c. Acha que o número de educadores e auxiliares é suficiente no jardim de infância? E na
creche?
d. Há estabilidade de pessoal?
e. Como promove o desenvolvimento profissional do pessoal? Quais as principais necessida-
des de formação contínua? Quais as acções de formação que elementos da instituição têm
frequentado ultimamente? Acha mais importante uma formação centrada na instituição ou
na frequência de acções no exterior?
f. Tem educadores de apoio para crianças com NEE? Como funciona o apoio?
6. ESPAÇOS E MATERIAIS
a. Pensa que os espaços e materiais existentes são suficientes e adequados tanto para as crian-
ças da creche como para as crianças do jardim infância?
b. O que gostaria de melhorar relativamente a espaços e/ou materiais?
c. Estes espaços e materiais são adequados para crianças com NEE? Por ex. acesso de cadei-
ras de rodas?
7. RELAÇÕES E INTERACÇÕES
a. Que tipo de relações procura estabelecer entre todo o pessoal, nomeadamente entre as edu-
cadoras de infância, educadoras e auxiliares, entre estas e outros técnicos da instituição?
105
MANUAL DQP - Parte 2
8. IGUALDADE DE OPORTUNIDADES
a. Há uma preocupação no estabelecimento instituição em criar uma maior igualdade de
oportunidades (por referência ao estatuto sócio-económico, classe social, género, língua
materna, religião, etnia, deficiência física ou mental, etc.)? Como se faz para a pôr em
prática?
b. Acha que a educação pré-escolar pode ter um papel numa maior igualdade de oportunida-
des face à escola e a sucesso educativo? Porquê?
c. De que modo é que o estabelecimento promove a igualdade de oportunidades para todos,
independentemente das diferenças sócio-económicas, de classe social, de género, de língua
materna, étnicas, de religião, de deficiência física ou mental, ou outras?
1. FINALIDADES E OBJECTIVOS
a. Na sua opinião quais são as principais finalidades da educação pré-escolar (creche/jardim
de infância)?
b. Há crianças com NEE integradas na instituição? Na sua sala? Há alguma preocupação
especial com estas crianças? Estas crianças têm apoio? Que tipo de apoio?
106
MANUAL DQP - Parte 2
2. CURRÍCULO/EXPERIÊNCIAS DE APRENDIZAGEM
3. ESTRATÉGIAS DE ENSINO/APRENDIZAGEM
a. Que estratégias são utilizadas para promover a aprendizagem de todas as crianças?
b. Como é que o ensino é adaptado e organizado para apoiar a aprendizagem de todas as
crianças?
c. Como é que o ensino é adaptado e organizado para apoiar a aprendizagem das crianças
com NEE?
5. PESSOAL
a. Qual é o número de crianças na sua sala? E de adultos? Considera adequado o número de
crianças por adulto?
b. Considera adequada a formação inicial dos adultos?
c. Qual a formação e apoio de que dispõe o pessoal técnico?
107
MANUAL DQP - Parte 2
6. ESPAÇOS
a. Considera o ambiente educativo adequado para as crianças pequenas?
b. Gostaria de o melhorar? Como?
c. Acha que o espaço está preparado para crianças com NEE?
7. RELAÇÕES E INTERACÇÕES
a. Na sua opinião, como é atmosfera da instituição?
b. Como é apoiada a construção e desenvolvimento da equipa educativa? Como é comunicada
a visão da instituição?
c. Como é cuidada a criança individual?
d. Como se reage ao comportamento inapropriado?
e. Como é que as crianças chegam à compreensão do que está certo e do que está errado?
8. IGUALDADE DE OPORTUNIDADES
a. Como garante a igualdade de oportunidades para todos, independentemente das diferen-
ças sócio-económicass, de classe social, de género, de língua materna, étnicas, de religião,
de deficiência física ou mental, ou outras.
b. O que faz para desenvolver este contexto educativo de forma harmoniosa e inclusiva?
108
MANUAL DQP - Parte 2
109
MANUAL DQP - Parte 2
1. FINALIDADES E OBJECTIVOS
a. Na sua opinião quais são as principais finalidades da educação pré-escolar (creche/jardim
de infância)?
b. Há crianças com NEE integradas na instituição? Na sua sala? Há alguma preocupação
especial com estas crianças? Estas crianças têm apoio? Que tipo de apoio?
2. CURRÍCULO/EXPERIÊNCIAS DE APRENDIZAGEM
a. Que tipo de actividades/experiências de aprendizagem são proporcionadas às crianças?
b. O currículo está adaptado às crianças com NEE?
3. ESTRATÉGIAS DE ENSINO/APRENDIZAGEM
a. As crianças estão a aprender com as actividades proporcionadas?
b. Como é que os adultos apoiam a aprendizagem das crianças?
c. Participa na gestão do grupo? Como?
d. Quais são e como são distribuídas as funções e tarefas do educador e da(s) auxiliar(es)?
e. As crianças com NEE estão integradas nas actividades do grupo?
5. PESSOAL
a. Qual o número de crianças e adultos na sala? Considera adequado o número de crianças
por adulto?
b. Qual a sua formação profissional?
c. Teve alguma formação/sensibilização para trabalhar com crianças com NEE?
6. ESPAÇOS
a. Considera o ambiente educativo adequado para as crianças pequenas?
b. Gostaria de o melhorar? Como?
c. Acha que o espaço está preparado para crianças com NEE?
110
MANUAL DQP - Parte 2
7. RELAÇÕES E INTERACÇÕES
a. Que tipo de relações procura estabelecer com outros adultos do estabelecimento
educativo?
b. E com a educadora da sala?
c. Que tipo de relações procura estabelecer com as crianças?
8. IGUALDADE DE OPORTUNIDADES
a. Como se garante a igualdade de oportunidades?
111
MANUAL DQP - Parte 2
1. FINALIDADES E OBJECTIVOS
a. Porque escolheu colocar o seu/sua filho/a neste jardim de infância/creche?
2. CURRÍCULO/EXPERIÊNCIAS DE APRENDIZAGEM
a. Que experiências de aprendizagem são oferecidas às crianças neste estabelecimento
educativo?
b. Acha que a instituição encoraja a auto-estima das crianças e atitudes positivas perante a
aprendizagem?
4. PLANEAMENTO/DOCUMENTAÇÃO/AVALIAÇÃO
a. Como é que a aprendizagem das crianças é:
1. Planeada?
2. Documentada?
3. Avaliada?
b. Colabora nesses processos?
5. PESSOAL
a. Considera a qualificação do pessoal adequada?
b. Considera importante que as educadoras disponham de formação? Porquê?
c. Considera que o pessoal responde às necessidades individuais das crianças?
d. Considera que o pessoal responde às necessidades individuais das crianças com NEE?
6. ESPAÇO/MATERIAIS
a. Considera o espaço da sala e do recreio adequados?
b. Poderiam fazer-se melhorias?
c. Tem algumas preocupações no que se refere à saúde e/ou segurança?
d. Considera que o espaço responde às necessidades individuais das crianças com NEE?
112
MANUAL DQP - Parte 2
7. RELAÇÕES/INTERACÇÕES
a. Na sua opinião, como é a atmosfera da instituição?
b. A informação que recebe da instituição é acessível?
c. Como acha que é cuidada a criança individual?
d. Sabe como o jardim de infância reage quando se verificam comportamentos
inapropriados?
e. Acha que a instituição ajuda as crianças à compreensão do que está certo e do que está
errado?
f. Pensa que a instituição encoraja uma educação para a tolerância?
8. IGUALDADE DE OPORTUNIDADES
a. Acha que é garantida igualdade de oportunidades a todas as crianças?
b. Acha que a instituição é aberta e acessível a toda a comunidade?
c. Acha que o estabelecimento/ instituição procura a equidade e a inclusão?
d. Acha que as crianças com NEE estão integradas no grupo?
113
MANUAL DQP - Parte 2
Entrevista às crianças
Usar fotografias das áreas, das actividades e das pessoas. Falar informalmente a um pequeno gru-
po. Usar as questões que se seguem como um guia a ser adaptado consoante as necessidades.
Explicar as razões da entrevista – saber o que eles pensam sobre o jardim de infância. Obter o
consentimento das crianças.
Introduzir regras – falar um de cada vez (o gravador pode ser utilizado para auto-controlo do gru-
po – para ficar bem gravado, tem que falar um de cada vez).
1. FINALIDADES E OBJECTIVOS
a. Porque é que as crianças vêm para o jardim de infância? Sabes porque é que os teus pais
te trazem para aqui?
2. CURRÍCULO/EXPERIÊNCIAS DE APRENDIZAGEM
a. O que fazem aqui? O que gostam mais de fazer? O que gostam menos de fazer?
b. Podem contar-me alguma coisa que aprenderam no jardim de infância e que não sabiam
antes?
5. PESSOAL
a. O que é que fazem aqui as educadoras? E as auxiliares?
6. ESPAÇO
a. Qual é a área que gostam mais? Se pudessem mudar alguma coisa na vossa sala que
mudavam?
b. Qual é a actividade que gostam mais? Dentro da sala? Lá fora?
114
MANUAL DQP - Parte 2
7. RELAÇÕES E INTERACÇÕES
a. Com quem gostas mais de estar no jardim de infância?
b. Com quem gostas mais de brincar?
c. O que acontece quando uma criança se porta bem?
d. O que acontece quando uma criança se porta mal?
e. O que acontece quando uma criança ajuda os outros?
f. O que achas que as pessoas pensam de ti?
g. Todas as crianças têm de fazer as mesmas coisas ou podem fazer coisas diferentes?
h. Quando não concordas com alguém ou com alguma coisa podes dizer que não
concordas?
i. Se tivesses de explicar a uma criança que pensa vir para aqui no próximo ano o que se pode
fazer e o que é proibido, o que é que tu lhe dizias?
j. Quem são os teus maiores amigos?
k. Como arranjas amigos aqui na escola?
l. Gostas de estar aqui?
8. IGUALDADE DE OPORTUNIDADES
a. Todas as crianças podem fazer as mesmas coisas, aqui no jardim de infância? Há coisas que
só podem fazer os meninos? Há coisas que só podem fazer as meninas?
b. Achas que as pessoas podem ser diferentes e mesmo assim ser amigas?
c. Há algumas actividades em que precisas de ajuda?
d. Há outros meninos que precisam de ajuda nas actividades?
115
MANUAL DQP - Parte 2
116
MANUAL DQP - Parte 2
4ª Etapa
Target (Criança-Alvo)
Fundamentação
FUNDAMENTAÇÃO
Segue-se uma amostra de crianças durante um dia em que se desenvolve a rotina do jardim de
infância com o objectivo compreender o quotiano da criança. Esta técnica dá informação sobre as
experiências de aprendizagem, o nível de escolha proporcionada às crianças, o seu envolvimento,
as formas de organização do grupo e os modos predominantes de interacção entre crianças e
adultos.
117
MANUAL DQP - Parte 2
118
MANUAL DQP - Parte 2
119
MANUAL DQP - Parte 2
Comportamento solitário
→ CA ← (+a) fala consigo própria enquanto realiza uma actividade
→ CA ← (- a) fala consigo própria não estando a realizar nenhuma actividade
CA não fala e não está a realizar nenhuma actividade
• Nível de Iniciativa
A partir do conjunto das observações, conte o número total de observações obtidas em cada um
dos níveis. Usando os totais, faça um gráfico de barras como aquele que se indica a seguir. Se
recolheu dados de crianças com NEE e, quer comparar as suas escolhas de actividade com as
escolhas feitas pelas outras crianças, faça o gráfico em papel transparente para o poder sobrepor
ao gráfico principal.
ZONA DE INICIATIVA
N.º 20
D
E
O
B
S
E
R
V
A
Ç 0
120
MANUAL DQP - Parte 2
• Experiências de Aprendizagem
A partir do conjunto das observações, conte o número total de observações relativas a cada uma
das áreas de aprendizagem em que as crianças estiveram envolvidas. Construa um gráfico de
barras que indique os totais obtidos em cada uma das áreas de conteúdo. Apresenta-se, seguida-
mente, um exemplo. Se quiser fazer comparações entre os totais obtidos por crianças com e sem
NEE, faça gráficos separados, um deles em papel transparente, e sobreponha-os. Siga o mesmo
procedimento se quiser comparar raparigas e rapazes ou crianças mais velhas e mais novas.
N.º
20
D N.º
E 20
D
O E
B
O
S B
E S
R E
V R
A V
Ç A
Ç
Õ
Õ
E E
S 0
S 0
F.P.S. F.P.S. E.M..E.M.. E.D.E.D. E.P.
E.P. E.Mu.
E.Mu. L.A.E
L.A.E MAT.
MAT. C.M.C.M.
Experiências
ExperiênciasdedeAprendizagem
Aprendizagem
• Interacção
A partir das observações, conte o número total de interacções registadas em cada tipo de
interacção. Construa um gráfico de barras para cada tipo de interacção. Apresenta-se, seguida-
mente, um exemplo.
N.º
N.º D
E
D
O
E
B
S
O E
B R
S V
E A
R Ç
V Õ
E
A S
Ç
Õ CA ←→ A CA → A A → CA CA ←→ C CA → C C → CA CA → GC → CA ← CA GC → CA CA ←→ GC
E
S
CA ←→ A CA → A A → CA CA ←→ C CA → C C → CA CA → GC → CA ← CA GC → CA CA ←→ GC
121
MANUAL DQP - Parte 2
• Envolvimento
O nível de envolvimento e as categorias grande grupo/pequeno grupo/par/individual, também
auxiliam a obter uma visão e compreensão mais ricas sobre o efeito das experiências de aprendi-
zagem que são proporcionadas às crianças.
Se tiver recolhido dados adicionais sobre as crianças com NEE, faça gráficos individuais para cada
criança com dificuldades de comunicação e depois, junte os resultados obtidos num só gráfico.
10
N.º
9
D 8
E
7
O 6
B
S 5
E
R 4
V
A 3
Ç
Õ 2
E
S 1
0
CA inic. A CA resp A CA olha A CA inic. C CA resp C CA olha C >CA< (+a) >CA< (-a) CA
Categoria
122
MANUAL DQP - Parte 2
ZONA DE INICIATIVA 1 2 3 4
GG
Formação Pessoal
e Social
PG
E x pressão Motora
Expressão
P Dramática
Expressão Plástica
I
E x pressão Musical
Linguagem Oral e
Abordagem à Escrita
Matemática
Conhecimento
do Mundo
INTERACÇÃO
NÍVEL DE ENVOLVIMENTO (assinale a interacção dominante)
(assinale o nível dominante) CA A CA A A CA CA
1 2 3 4 5 CA C CA C C CA CA
CA GC CA GC GC CA
123
MANUAL DQP - Parte 2
CONTAGEM
(assinale cada observação)
COMPORTAMENTO SOLITÁRIO
Comentários adicionais
124
MANUAL DQP - Parte 2
Avaliação da Qualidade
Nesta segunda fase os dados recolhidos fornecem os meios para avaliação da melhoria das
aprendizagens à medida que o Projecto avança no Ciclo de Desenvolvimento da Qualidade. À
luz dos resultados de investigações recentes (Sylva e Wiltshire 1993) as avaliações da qualidade
obtidas a partir dos resultados da aprendizagem são, por si só, insuficientes.
A nossa ênfase no processo acarreta o reconhecimento de que criar atitudes positivas para com
o aprender se constitui num factor crítico para o sucesso académico a longo termo (Schweinhart
e Weikart 1993).
Enquanto se reconhece a utilidade de algumas medidas de realização, reconhece-se também a
necessidade de medidas de processos.
A Metodologia DQP foi concebida de modo a dar ênfase à importância aos processos de apren-
dizagem. A avaliação centra-se, portanto, em dois factores-chave da qualidade e eficácia da
aprendizagem na infância. Em primeiro lugar, o modo como a criança se envolve no processo de
aprendizagem. Em segundo lugar, o estilo de interacções que os adultos têm com as criança.
Para tal adaptaram-se dois instrumentos de observação de Ferre Laevers: a Escala de Envolvimento
da Criança e a Escala de Empenhamento do Adulto, que passam a descrever-se.
125
MANUAL DQP - Parte 2
126
MANUAL DQP - Avaliação
5ª Etapa
127
MANUAL DQP - Avaliação
Neste manual a Escala de Envolvimento para Crianças Pequenas (LIS-YC), concebida pelo Professor
Ferre Laevers para o Projecto EXE, Leuven, Bélgica (Laevers 1994) é sempre referida pelo título de
Escala de Envolvimento da Criança.
128
MANUAL DQP - Avaliação
Concentração
A atenção da criança encontra-se orientada para a actividade. Nada parece poder distrair a
criança desta profunda concentração.
Energia
A criança investe muito esforço na actividade. Está muito interessada e estimulada. Esta energia
é frequentemente demonstrada pelo altear da voz ou pela pressão que faz sobre o objecto que
utiliza. A energia mental pode ser inferida através das expressões faciais as quais revelam que a
criança está concentrada no que está a fazer.
Complexidade e Criatividade
Observáveis quando a criança mobiliza, de livre vontade, as suas capacidades cognitivas e outras
para se dedicar a um comportamento mais complexo do que uma mera rotina. A criança envolvi-
da não pode mostrar mais competência – está a dar o seu melhor. Criatividade não significa que
o resultado tenha que ser original. A criatividade existe quando a criança dá um toque individual
ao que faz e contribui para o seu desenvolvimento criativo. Nesta situação, a criança encontra-se
nos limites das suas capacidades.
Persistência
A persistência é a duração da concentração na actividade que está a ser realizada. As crianças
que estão realmente envolvidas não abandonam facilmente o que estão a fazer. Querem conti-
nuar a actividade que lhes interessa e dá prazer, não se deixando distrair pelo que acontece à
sua volta. A actividade envolvida tem geralmente uma maior duração, embora o tempo investido
dependa da idade e da experiência da criança.
129
MANUAL DQP - Avaliação
Precisão
As crianças envolvidas mostram um cuidado especial com o seu trabalho e estão atentas aos
pormenores. As crianças que não se envolvem, estão pouco preocupadas com as questões de
pormenor. Os pormenores não são importantes para elas.
Tempo de reacção
As crianças que estão envolvidas estão atentas e reagem com rapidez a estímulos.
Correm, literalmente falando, para uma actividade e mostram grande motivação e entusiasmo.
Note-se que o envolvimento não se pode ver apenas pela reacção inicial. É mais que isso.
Linguagem
A importância que a actividade tem para as crianças pode ser observada através dos comentários
que fazem. Por exemplo, poderão, repetidamente, pedir para fazer uma determinada actividade e
dizerem que gostam de a fazer.
Satisfação
As crianças envolvidas demonstram grande satisfação perante os resultados alcançados.
N.B.
Os indicadores constituem meios para uma melhor compreensão do observador. Não devem
ser utilizados como uma escala, mas como aspectos que permitem ao observador apreciar o
envolvimento da criança. O observador deve determinar o nível de envolvimento da criança ser-
vindo-se da escala e tendo em conta os indicadores. É importante colocar-se na perspectiva da
criança para tentar saber o que ela realmente sente.
130
MANUAL DQP - Avaliação
131
MANUAL DQP - Avaliação
Observe 50% das crianças de 3, 4 e 5 anos, até um número máximo de 12. Certifique-se
que o grupo-alvo tem número igual de crianças no que se refere ao sexo e à idade.
Faça observações em 2 sessões numa semana (de manhã e à tarde, sempre que seja
possível).
Cada observação dura 2 minutos.
Observe cada criança três vezes por período (manhã ou tarde), mas não continuamente.
Realize um total de seis observações/12 minutos por criança.
Registe cada observação na Ficha de Observação do Envolvimento da Criança. Duas fichas
por criança.
132
MANUAL DQP - Avaliação
N.º 20
D
E
O
C
O
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R
Ê
N
C 0
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MANUAL DQP - Avaliação
HORA
HORA
HORA
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MANUAL DQP - Avaliação
6ª Etapa
Instrumentos de formação
Fundamentação
Observação do Empenhamento do Adulto / Categorias da Acção
Escala de Empenhamento do Adulto
Realização das observações
Utilização da Ficha de Observação do Empenhamento do Adulto
Instruções para a análise de dados
A Escala de Apoio do Adulto, para ser usada com adultos que trabalham com crianças com
NEE.
A investigação tem demonstrado que os estilos de interacção do adulto estão relacionados com a
aprendizagem dos alunos (Rogers, 1983). As qualidades atitudinais do educador são importantes
para a qualidade do ensino.
135
MANUAL DQP - Avaliação
A origem desta escala assenta no trabalho de Carl Rogers (1983) que postulou que,
“os alunos aprendem mais e comportam-se melhor em presença de níveis
elevados de compreensão, de interesse e de autenticidade do que quando
estes atributos se manifestam em baixos níveis.” (p.179)
Rogers apercebeu-se que nas aulas em que os professores apresentavam estas atitudes facilitadoras,
havia mais comunicação por parte dos alunos, mais resolução de problemas, mais perguntas,
maior envolvimento na aprendizagem, mais contacto visual, níveis cognitivos mais elevados e
maior criatividade. Estas atitudes facilitadoras foram resumidas no conceito de empenhamento
(Bertram, 1995).
O conceito de empenhamento contém este conjunto de características que descrevem a natureza
da relação entre o adulto e a criança. Estas características influenciam a competência do adulto
para motivar, alargar, promover e envolver a criança no processo de aprendizagem. As acções do
adulto podem, por conseguinte, ser categorizadas como apresentando ou não características de
empenhamento.
1. Sensibilidade: a atenção e cuidado que o adulto demonstra ter para com os senti-
mentos e bem estar emocional da criança. Inclui também sinceridade, empatia, capa-
cidade de resposta e afectividade.
136
MANUAL DQP - Avaliação
Foi construída, também, uma escala para ser utilizada nos estabelecimentos que integram
crianças com Necessidades Educativas Especiais. Esta Escala de Apoio do Adulto a Crianças
com NEE analisa o modo como os adultos levam a cabo o apoio a estas crianças. Algumas
destas crianças poderão estar a seguir programas de intervenção, concebidos por especia-
listas, durante o tempo que passam no estabelecimento que frequentam. Por outro lado, os
educadores que aí trabalham, poderão eles próprios, ir identificando as áreas em que o
desenvolvimento da criança precisa de mais apoio, e encorajá-la a cumprir mais tarefas re-
lacionadas com essas áreas. A escala investiga o modo como o adulto gere estas situações,
sem comprometer a autonomia da criança ou fazê-la sentir-se diferente das outras.
Sensibilidade – trata-se da atenção prestada pelo adulto aos sentimentos e bem-estar emo-
cional da criança e inclui indicadores de empatia, sinceridade e autenticidade. As observações
centram-se na forma como o adulto responde à diversidade de necessidades das crianças
incluindo:
necessidade de respeito: transmitindo à criança o sentimento de que é valorizada e aceite;
necessidade de atenção: escutando a criança, reconhecendo a sua necessidade de receber
atenção;
necessidade de segurança: reconhecendo e respondendo às suas inseguranças e
incertezas;
necessidade de afecto: tratando a criança com carinho e cuidado;
137
MANUAL DQP - Avaliação
Autonomia – trata-se do grau de liberdade que o adulto oferece à criança para experimentar,
dar opiniões, escolher as actividades e exprimir as suas ideias. Trata-se ainda do modo como o
adulto apoia a resolução de conflitos, o estabelecimento de regras e a gestão comportamental.
A observação da autonomia foca-se nos seguintes aspectos:
grau de liberdade na escolha da actividade;
oportunidades para fazer experiências;
liberdade para escolher e decidir como realizar actividades;
respeito pelo trabalho, as ideias e opiniões da criança sobre o seu trabalho;
oportunidade das crianças resolverem autonomamente problemas e conflitos;
participação das crianças na elaboração e cumprimento de regras.
138
QUADRO SÍNTESE DO EMPENHAMENTO DO ADULTO
QUALIDADES ENVOLVENTES Atitudes de Atitudes Atitudes Atitudes Atitudes de QUALIDADES NÃO-ENVOLVENTES
PONTO 5 total predominantes de nem de predominantes de Total PONTO 1
empenhamento empenhamento empenhamento falta de empenha- falta de
com traços de não nem de falta de mento com traços empenhamento
empenhamento empenhamento empenhamento
SENSIBILIDADE PONTO 5 PONTO 4 PONTO 3 PONTO 2 PONTO 1 SENSIBILIDADE
Adulto: Adulto:
• tem um tom de voz encorajador • tem um tom de voz ríspido
• faz gestos encorajadores e estabelece • é frio e distante
contacto visual com a criança • não liga à criança, não a respeita
• é carinhoso e afectuoso • critica e rejeita a criança
• respeita e valoriza a criança • não demonstra empatia com as necessida-
• encoraja e elogia des e preocupações da criança
• demonstra empatia com as necessi- • não ouve a criança e não lhe responde
dades e preocupações da cr. • fala a outros sobre a criança como se esta
• ouve a criança e responde-lhe estivesse ausente
• fomenta a confiança da criança
ESTIMULAÇÃO ESTIMULAÇÃO
Intervenção: Intervenção:
• tem energia e vida • feita de modo rotineiro
• é adequada • falta de energia e entusiasmo
• corresponde às capacidades e • não motiva a criança
Interesses da criança • não corresponde aos interesses e às
• motiva a criança percepções da criança
• é diversificada e clara • é pobre e falta-lhe clareza
• estimula o diálogo, a actividade • é confusa
ou o pensamento • não é adequada
• partilha e valoriza as actividades da • corta o diálogo, a actividade e o
cr. pensamento
• não verbal
AUTONOMIA AUTONOMIA
Adulto: Adulto:
• permite que a cr. escolha e apoia a • não permite à criança escolher e experi-
sua escolha mentar
• dá oportunidades à cr. para • não encoraja a criança a dar ideias
fazer experiências • não dá responsabilidades à criança
• encoraja a criança a dar as suas • não permite que a criança dê opiniões sobre
ideias e a assumir responsabilidades a Qualidade dos trabalhos que realizou
• respeita as opiniões da cr. sobre • é autoritário e impositivo
a qualidade dos trabalhos que realizou • aplica com rigidez as regras e não permite
• encoraja a cr.a resolver os conflitos, negociação
a elaborar e a aplicar regras
139
MANUAL DQP - Avaliação
Escala de 5 Pontos
Ponto 5 representa um estilo de empenhamento total
SENSIBILIDADE: o adulto
adopta um tom de voz encorajador
faz gestos de encorajamento e estabelece contacto visual
é carinhoso e afectuoso
respeita e valoriza a criança
encoraja e elogia
mostra empatia com as necessidades e preocupações da criança
ouve a criança e responde-lhe
fomenta a confiança da criança
140
MANUAL DQP - Avaliação
AUTONOMIA: o adulto
permite à criança escolher e apoia a sua escolha
dá oportunidades à criança para experimentar
encoraja a criança a dar as suas ideias e a assumir responsabilidades
respeita as opiniões da criança sobre a qualidade do trabalho realizado
encoraja a criança a resolver os conflitos
SENSIBILIDADE: o Adulto
tem um tom de voz ríspido
não respeita a criança
critica e rejeita a criança
não demonstra empatia com as necessidades e preocupações da criança
não ouve a criança nem lhe responde
fala com outros sobre a criança como se esta estivesse ausente
ESTIMULAÇÃO: a intervenção
feita de modo rotineiro
falta de energia e de entusiasmo
não motiva a criança
não corresponde aos interesses e às percepções da criança
é pouco diversificada e pouco clara
é confusa
não é apropriada
corta o diálogo, a actividade e o pensamento
AUTONOMIA: o adulto
não permite à criança escolher ou experimentar
não encoraja a criança a dar ideias
não encoraja a criança a assumir responsabilidades
não deixa a criança dar opiniões sobre a qualidade do trabalho que realizou
é autoritário e impositivo
aplica as regras com rigidez e não permite negociação
141
MANUAL DQP - Avaliação
SENSIBILIDADE
assegura que a criança seja bem sucedida
elogia o esforço genuíno e o resultado do trabalho
envolve a criança nas conversas
celebra os êxitos da criança com a criança e com o grupo
ESTIMULAÇÃO
apresenta as actividades indicando que elas dão muito prazer
providencia estimulação breve mas muito frequente
dá instruções claras, acompanhadas de demonstração
utiliza modalidades visuais, auditivas e tácteis
liga a tarefa com as restantes que a criança vai fazer durante o dia
introduz a tarefa e quaisquer alterações etapa a etapa
faz frequentes revisões
AUTONOMIA
apresenta as actividades como tarefas comuns
permite à criança acabar a tarefa começada pelo adulto (ou começar uma tarefa para ser
acabada pelo adulto)
dá tempo à criança para se habituar à tarefa
SENSIBILIDADE
permite que a criança não seja bem sucedida/que falhe
elogia indiscriminadamente
fala sobre a criança a terceiros, como se ela não se encontrasse perto
142
MANUAL DQP - Avaliação
ESTIMULAÇÃO
apresenta as tarefas como trabalhos aborrecidos
mantém a criança a fazer a mesma actividade durante longos períodos de tempo
as instruções são vagas
a informação é comunicada à criança através de uma só modalidade
as novas tarefas são muito diferentes das precedentes e, muito difíceis
uma vez aprendida, a criança não volta a fazer a mesma actividade
as actividades são encaradas como “tempo passado a remediar situações”
AUTONOMIA
apresenta as actividades à criança, como se elas constituíssem problema só para a criança
pede à criança que faça uma tarefa inteira por si só
insiste em que a criança siga o método desde o começo
143
TABELA SOBRE O APOIO DO ADULTO A CRIANÇAS COM NEE
QUALIDADES DE APOIO Qualidades Qualidades Não predomi- Qualidades Qualidades QUALIDADES C/ AUSÊNCIA DE APOIO
PONTO 5 de apoio total Principalmente nam qualidades principalmente com ausência PONTO 1
com apoio, mas com apoio nem com ausência de de apoio
com alguma com ausência apoio, mas com
ausência apoio de apoio algum apoio
SENSIBILIDADE PONTO 5 PONTO 4 PONTO 3 PONTO 2 PONTO 1 SENSIBILIDADE
Adulto: Adulto:
•certifica-se de que a criança é bem •permite que a criança não tenha sucesso
Sucedida •elogia indiscriminadamente
•elogia o esforço e resultados •fala sobre a criança a terceiros, como se ela
Genuínos não estivesse ao pé
•envolve a criança nas conversas •mantem as actividades da criança isoladas
•celebra os sucessos da cr. com ela e do grupo
com o grupo
ESTIMULAÇÃO ESTIMULAÇÃO
Intervenção: Intervenção:
•apresenta as actividades como •apresenta as actividades como maçadoras
gratificantes •mantém a cr. ocupada na mesma tarefa
•pouca mas frequente durante longos períodos
•instruções claras, acompanhadas por •instruções vagas
demonstração •as informações são transmitidas numa só
•utilização de modalidades visuais, Modalidade
auditivas e tácteis •as actividades novas são muito diferentes e
•liga a tarefa com as restantes tarefas Difíceis
do dia •uma vez aprendida, a criança não volta a
•tarefas e alterações introduzidas repetir a actividade
Etapa a Etapa •as tarefas são encaradas como “tempo para
•revisões frequentes remediar situações”
AUTONOMIA AUTONOMIA
Adulto: Adulto:
•apresenta as actividades como um •apresenta as actividades como se fossem só
trabalho feito em conjunto um problema da criança
•permite à criança acabar a tarefa •espera que a cr. faça o trabalho sem ajuda
Começada pelo adulto (ou começar •insiste em que a cr. siga, desde o início, o
MANUAL DQP - Avaliação
144
EEL Project/DQP 112
MANUAL DQP - Avaliação
Os educadores de infância devem ser capazes de apreciar de forma crítica a qualidade da edu-
cação e da aprendizagem que proporcionam. Deve salientar-se a importância de realizar estas
observações de forma rigorosa e aberta para que possam constituir um meio eficaz para desen-
volver a qualidade das práticas em sala, neste caso ao nível das interacções adulto/criança.
Embora estejamos conscientes da necessidade de promover boas relações de trabalho entre
colegas, achamos que uma observação entre pares só é útil se for rigorosa.
1 Encontrará um exemplar da Ficha de Observação do Empenhamento do Adulto no final do capítulo referente a esta etapa.
145
MANUAL DQP - Avaliação
Decida qual o estilo predominante em cada uma das 3 categorias localizando na es-
cala de 5 pontos; Ponto 5 – empenhamento total, Ponto 4 – atitudes predominantes de
empenhamento, etc. Assinale no quadrado respectivo.
Quando não tem dados de observação, assinale no quadrado SD (sem dados).
Em relação aos adultos que trabalham com crianças com NEE, utilize a Ficha de Observação
respectiva. Os procedimentos são os mesmos.
Quando não se dispõe de evidência para uma categoria de acção, assinala-se Sem Dados (SD).
Sensibilidade
SENSIBILIDADE
N.º 20
D
E
O
B
S
E
R
V
A
Ç 0
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MANUAL DQP - Avaliação
Estimulação ESTIMULAÇÃO
N.º 20
D ESTIMULAÇÃO
E
N.º 20
O
D
B
SE
E
O
R
B
V
SA
E
Ç 0
R
Õ PONTO 5 PONTO 4 PONTO 3 PONTO 2 PONTO 1
V
E
A
S Escala de Empenhamento
Ç 0
Autonomia
AUTONOMIA
N.º 20
D AUTONOMIA
E
N.º 20
O
D
B
SE
E
O
R
B
V
SA
E
Ç 0
R
Õ PONTO 5 PONTO 4 PONTO 3 PONTO 2 PONTO 1
V
E
A
S Escala de Empenhamento
Ç 0
147
MANUAL DQP - Avaliação
148
MANUAL DQP - Avaliação
7ª Etapa
Este processo leva algum tempo e, na realidade, é melhor que seja feito só por uma pessoa: pelo
Elemento de Apoio DQP. Os directores dos estabelecimentos de educação pré-escolar devem
aceitar esta condição.
O Relatório da Avaliação distribui-se por 13 secções. A Secção 2 contem páginas para compilação
de gráficos relativos aos resultados das observações feitas com a Target, a Escala do Envolvimento
da Criança e do Empenhamento do Adulto. Os gráficos são usados para fundamentar as afirma-
ções feitas no texto e devem ser inseridos nos espaços adequados.
149
MANUAL DQP - Avaliação
O relatório deve ser lido por todos os participantes, que devem reflectir sobre se o relatório apre-
senta com justiça o estabelecimento educativo em questão. Reveja o relatório e inclua os comen-
tários significativos antes de o encadernar.
150
MANUAL DQP - Avaliação
PROJECTO
DESENVOLVENDO
A QUALIDADE EM PARCERIAS
RELATÓRIO DA AVALIAÇÃO
NOME DO ESTABELECIMENTO:...........................................................................…….....…
………………………………………………………………………………………………………
MORADA: …………………………………………………………………………………………
……………………………………………………………………………………………………....
DATA: ………………………………………………………………………………………………
151
MANUAL DQP - Avaliação
152
MANUAL DQP - Avaliação
Introdução 155
Contexto 166
Pessoal 168
153
MANUAL DQP - Avaliação
154
MANUAL DQP - Avaliação
1. Introdução
A avaliação teve lugar durante o ano lectivo…
Projecto: Desenvolvendo a Qualidade em Parcerias
A compilação do Relatório da Avaliação representou um esforço conjunto por parte do pessoal, pais e
crianças, e ainda do Conselheiro Externo e do Elemento de Apoio DQP que com eles trabalharam.
A finalidade da avaliação foi a de reunir dados que permitissem chegar a acordo sobre a quali-
dade das experiências educativas que são proporcionadas às crianças de 3, 4 e 5 anos de idade,
no nosso estabelecimento educativo. Esperamos que as informações contidas no Relatório da
Avaliação sejam usadas por todo o pessoal para pensar criteriosamente na qualidade dos serviços
e, simultaneamente, para planificar as acções futuras.
Estes dados foram examinados e resumidos em conjunto para serem apresentadas ao longo dos
13 capítulos em que se divide o Relatório da Avaliação. Nestes capítulos incluem-se as dimen-
sões da qualidade que são usadas por todos os que participam no Projecto DQP, como quadro
referencial do processo de avaliação, assim como os resultados das observações feitas às crianças
e aos adultos.
Devemos salientar que a finalidade deste Relatório da Avaliação é apresentar uma descrição fide-
digna das experiências educativas que são proporcionadas às crianças neste estabelecimento. Esta
descrição deverá ajudar o pessoal docente a fazer uma avaliação profunda e sistemática dos seus
métodos de ensino. A avaliação não teve como finalidade emitir juízos de valor. Esperamos, portanto,
que o pessoal docente se sinta confiante e disposto para fazer comentários e sugerir a introdução de
alterações, sempre que sinta que a imagem apresentada não corresponde totalmente à realidade ou
que contem imprecisões. (Poderão acrescentar-se as folhas que forem necessárias).
Aproveitamos a oportunidade para agradecer a todos os que colaboraram na recolha das infor-
mações contidas neste documento.
155
MANUAL DQP - Avaliação
2. Gráficos
Escala de Envolvimento
156
MANUAL DQP - Avaliação
Experiências de Aprendizagem
AM / PM
Nível de Envolvimento
157
MANUAL DQP - Avaliação
Rapazes / Raparigas
Nível de Envolvimento
158
MANUAL DQP - Avaliação
Esta informação é baseada nas observações de um grupo de adultos que trabalhem na instituição.
Esta escala pretende fornecer uma imagem do tipo de interacção entre o adulto e as crianças den-
tro de todo o estabelecimento. Sabe-se que este é um factor chave na eficácia das experiências de
aprendizagem e damos particular atenção a:
1. SENSIBILIDADE
N.º de observações
Escala de Empenhamento
159
MANUAL DQP - Avaliação
2. ESTIMULAÇÃO
Nº de observações
Escala de Empenhamento
3. AUTONOMIA
N.º de observações
Escala de Empenhamento
160
MANUAL DQP - Avaliação
1. SENSIBILIDADE
N.º de observações
2. ESTIMULAÇÃO
N.º de observações
161
MANUAL DQP - Avaliação
3. AUTONOMIA
N.º de observações
162
MANUAL DQP - Avaliação
a. INTERACÇÃO
N.º de observações
Interacção
b. EXPERIÊNCIAS DE APRENDIZAGEM
N.º de observações
163
MANUAL DQP - Avaliação
c. ZONA DE INICIATIVA
N.º de Observações
Zona de Iniciativa
d. TODA A CLASSE/GRUPO
N.º de Observações
GG PG P I
Toda a Classe/Grupo
164
MANUAL DQP - Avaliação
e. NÍVEL DE ENVOLVIMENTO
N.º de Observações
Nível de Envolvimento
165
MANUAL DQP - Avaliação
3. Contexto
DESCREVA:
UTILIZE:
1. A ficha do estabelecimento educativo
2. A entrevista ao director
3. As fotografias
4. Finalidades e Objectivos
DESCREVA:
1. As finalidades e os objectivos tal como se encontram apresentados no Projecto do Jardim
de Infância
2. Os pontos de vista dos participantes sobre as finalidades e objectivos
3. Até que ponto 1 e 2 são consistentes
4. Até que ponto são as finalidades e os objectivos partilhados por todos os participantes
UTILIZE:
1. Documentos escritos
2. As entrevistas ao director, pessoal, pais e crianças
5. Currículo/Experiências de Aprendizagem
DESCREVA:
1. Os objectivos da aprendizagem.
2. As experiências de aprendizagem.
3. Que experiências de aprendizagem estão disponíveis e quando?
4. Que experiências de aprendizagem são proporcionadas às crianças?
5. Como se promove a continuidade e a progressão?
166
MANUAL DQP - Avaliação
UTILIZE:
1. Documentos escritos
2. As entrevistas ao director, ao pessoal, aos pais e às crianças
3. Fotografias
4. Dados de observação das crianças – use a informação contida nos seguintes gráficos:
− Experiências de Aprendizagem
− Níveis de Iniciativa
− Grupos
− Níveis de Envolvimento
DESCREVA:
1. Como é organizado o currículo?
2. Como é proporcionada a aprendizagem?
3. Como estão organizadas as crianças?
4. Qual o papel desempenhado pelos vários adultos que trabalham com as crianças?
5. Qual é o nível da escolha dado às crianças nas suas actividades?
6. Quais as oportunidades de diálogo proporcionadas no estabelecimento?
UTILIZE:
1. Documentos escritos
2. As entrevistas ao director, ao pessoal, aos pais e às crianças
3. As fotografias
4. Observação das Crianças – use a informação dos seguintes gráficos:
- Níveis de Iniciativa
- Grupos
- Interacções
167
MANUAL DQP - Avaliação
DESCREVA:
1. Como e quando é feito o planeamento?
2. Que avaliações são feitas? Como são feitas?
3. Que tipo de documentação é feita e como é utilizada?
4. Quem está envolvido nos pontos 1, 2 e 3?
5. Como se interligam?
UTILIZE:
1. Documentos escritos (pode ser útil apresentar exemplos)
2. As entrevistas ao director, ao pessoal, aos pais e às crianças
8. Pessoal
DESCREVA:
1. Que pessoal existe?
2. Quais são as qualificações, formação e experiência do pessoal?
3. Rácio adultos/crianças
4. O papel, o estatuto e as responsabilidades de cada membro do pessoal
5. Como é feita a distribuição do pessoal?
6. As necessidades de formação identificadas
168
MANUAL DQP - Avaliação
UTILIZE:
1. Documentos escritos
2. As entrevistas ao director, ao pessoal, aos pais e às crianças
3. Biografias profissionais
4. Fotografias
9. Espaço Educativo
DESCREVA:
1. Tipo de edifício
2. A disposição (interior e exterior)
3. Como se encontra organizado e como é utilizado o espaço
4. As características dos espaços, recursos e equipamento
5. Como são organizados os recursos e o equipamento
6. O estado e a adequação dos espaços, recursos e equipamento
UTILIZE:
1. Documentos escritos
2. Ficha de dados sobre o espaço educativo
3. Entrevistas ao director, ao pessoal, aos pais e às crianças
4. Fotografias
DESCREVA:
1. Qual o ambiente que se vive dentro do estabelecimento
2. Tipo de interacções que se processam entre os adultos e as crianças
3. O modo como as regras e as questões relativas ao comportamento são tratadas
UTILIZE:
1. Documentos escritos
2. As entrevistas ao director, ao pessoal, aos pais e às crianças
3. Fotografias
4. Observações das crianças – use a informação contida nos seguintes gráficos:
- Interacção
- Grupos
169
MANUAL DQP - Avaliação
DESCREVA:
1. Qual é a posição oficial da instituição sobre a igualdade de oportunidades educativas?
2. Qual a orientação efectivamente implementada no estabelecimento (práticas correntes) no
que respeita às questões multiculturais, de género e de classe social?
3. Como é implementada a legislação em relação às crianças com necessidades educativas
especiais?
UTILIZE:
1. Documentos escritos
2. As entrevistas ao director, ao pessoal, aos pais e às crianças
3. Ficha de Dados sobre o Espaço educativo
4. Fotografias
5. Observação das crianças – use a informação contida
- Experiências de Aprendizagem
- Níveis de Iniciativa
6. Escala de Envolvimento da Criança – use a informação contida no seguinte gráfico:
- Envolvimento/sexo
7. Escala de empenhamento do adulto / Escala de apoio do adulto a crianças com NEE (se
apropriada) – use a informação contida nos gráficos seguintes:
- Sensibilidade
- Estimulação
- Autonomia
170
MANUAL DQP - Avaliação
DESCREVA:
1. Como é que os pais participam na vida do estabelecimento?
2. Que estratégias se utilizam para manter a ligação entre os pais e a escola?
3. Ligações com outros agentes sociais, por ex: terapeutas, assistentes sociais
UTILIZE:
1. Documentos escritos
2. As entrevistas ao director, ao pessoal, aos pais e às crianças
3. Fotografias
DESCREVA:
1. Procedimentos utilizados para monitorizar a qualidade, a segurança e o desenvolvimento
2. Frequência com que são realizados
3. Quem está envolvido na sua realização
UTILIZE:
1. Documentos escritos
2. Entrevistas ao director, ao pessoal e aos pais
171
MANUAL DQP - Avaliação
172
MANUAL DQP - Plano de Acção
PLANO DE ACÇÃO
173
MANUAL DQP - Plano de Acção
174
MANUAL DQP - Plano de Acção
8ª Etapa
175
MANUAL DQP - Plano de Acção
4. Recursos
Decidir os recursos necessários à implementação do plano de acção.
5. Responsabilidades
Fazer uma listagem das responsabilidades de cada membro do pessoal, para cada uma
das secções do Plano de Acção. As tarefas poderão ter que ser divididas em pequenas
partes, e estas, distribuídas por todos os membros do pessoal.
6. Calendário
Fazer uma listagem calendarizada de cada fase do plano de acção e indicar a data em
que cada fase deve estar acabada.
7. Avaliação do Impacto
Descrever os métodos de avaliação do impacto e dos efeitos do Plano de Acção na apren-
dizagem das crianças (medidas de impacto). Devem ser salientados os métodos a aplicar
para se alcançarem os objectivos do plano de acção.
176
MANUAL DQP - Plano de Acção
Assegurar que todos os membros do pessoal recebem uma cópia do plano de acção com-
pleto e que percebem o papel que terão de desempenhar.
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MANUAL DQP - Plano de Acção
178
MANUAL DQP - Plano de Acção
PROJECTO
DESENVOLVENDO
A QUALIDADE EM PARCERIAS
PLANO DE ACÇÃO
179
MANUAL DQP - Plano de Acção
PLANO DE ACÇÃO
1. Questões levanta-
das após o Relatório de 2. Objectivos do Plano de 3. Acção a desenvolver
Avaliação Acção
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MANUAL DQP - Plano de Acção
PLANO DE ACÇÃO
7. Avaliação do
4. Recursos 5. Responsabilidade 6. Calendarização Impacto
181
MANUAL DQP - Plano de Acção
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MANUAL DQP - Desenvolvimento
DESENVOLVIMENTO
Nesta terceira fase, o Plano de Acção começa a ser implementado através de um projecto
de desenvolvimento da qualidade para o estabelecimento educativo e para o seu pessoal
correspondente às prioridades identificadas no plano de acção. O conteúdo desta fase
de desenvolvimento da qualidade é ajustado de acordo com a especificidade de cada
estabelecimento.
9ª Etapa
NB. Estas duas medidas fornecem provas seguras de que se operaram alterações (ou não
se operaram).
183
MANUAL DQP - Desenvolvimento
10ª Etapa
Escala de Envolvimento da Criança
11ª Etapa
Escala de Empenhamento do Adulto
184
MANUAL DQP - Reflexão
REFLEXÃO
12ª Etapa
Reflectir sobre o impacto do processo visando o futuro
• O pessoal deve reunir para reflectir sobre as metas que conseguiram alcançar e so-
bre os dados que provam o impacto que o Plano de Acção teve sobre a qualidade
da aprendizagem das crianças.
• Deste debate de ideias, deve emergir a proposta do ciclo seguinte de planeamento
de acções para continuação do processo de desenvolvimento da qualidade.
13ª Etapa
Relatório Final
185
MANUAL DQP - Reflexão
186
MANUAL DQP - Reflexão
PROJECTO
DESENVOLVENDO
A QUALIDADE EM PARCERIAS
RELATÓRIO FINAL
187
MANUAL DQP - Reflexão
188
MANUAL DQP - Reflexão
ACÇÕES DESENVOLVIDAS
189
MANUAL DQP - Reflexão
190
MANUAL DQP - Reflexão
191
MANUAL DQP - Reflexão
1. SENSIBILIDADE
N.º de observações
Escala de Empenhamento
192
MANUAL DQP - Reflexão
2. ESTIMULAÇÃO
N.º de observações
Escala de Empenhamento
193
MANUAL DQP - Reflexão
3. AUTONOMIA
N.º de observações
Escala de Empenhamento
194
MANUAL DQP - Reflexão
1. SENSIBILIDADE
N.º de observações
Escala de Empenhamento
195
MANUAL DQP - Reflexão
2. ESTIMULAÇÃO
N.º de observações
Escala de Empenhamento
196
MANUAL DQP - Reflexão
3. AUTONOMIA
N.º de observações
Escala de Empenhamento
197
MANUAL DQP - Reflexão
FUTURAS ACÇÕES:
198
MANUAL DQP - Reflexão
199
MANUAL DQP - Reflexão
200