Custume Internacional
Custume Internacional
Custume Internacional
Introdução ..................................................................................................................... 1
3. Bibliografia ............................................................................................................ 9
Introdução
O presente trabalho busca analisar o Costume Internacional como fonte do Direito
Internacional Público, nesta ordem de ideias, os Costumes internacionais são a segunda
grande fonte. Há uma actual tendência de codificação das normas internacionais. Foi a
primeira a aparecer, é, nessa linha, fonte-base anterior a todo Direito das Gentes. Nessa
linha, para que um determinado comportamento omissivo ou comissivo configure
costume internacional, fonte em sentido técnico, deve cumular dois elementos, quais
sejam: 1 – o material ou objetivo (“prova de uma prática geral”); e 2 – o psicológico,
subjetivo ou espiritual (“aceita como sendo o direito”), a "opinio juris". Caso configure
regra aceita como sendo o direito, é uma fonte jurídica, cujo descumprimento é passível
de sanção internacional. Resta cristalino que sua conceituação faz emergir a ideia de uma
prática constante, geral, uniforme e vinculativa. Assim sendo quem alega um costume
tem o ônus de prová-lo.
O Direito Internacional Público, tem vários meios ou modalidade como fonte jurídica que
não estão expressamente ou por escrito, acordadas entre os Estados. A essas fontes
jurídicas dá-se o nome de fontes não convencionais, algumas delas são tão importantes
que podem, dependendo do caso concreto, revogar tratados, o que não é algo incomum
visto que, a Corte Internacional de Justiça já revogou tratados em virtude da fonte não
convencional que será tratada no presente trabalho.
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1. COSTUME INTERNACIONAL
1.1. Conceito do Costume Internacional
Segundo Pereira (1993), um costume é um modo habitual de agir que se estabelece pela
repetição dos mesmos actos ou por tradição. Trata-se, portanto, de um hábito.
De acordo com Rezek (2014), o costume internacional é uma prática geral aceita como
sendo o direito. Possui elemento material e subjetivo. O elemento material é a própria
prática, ou seja, a repetição, ao longo do tempo, de um determinado modo de proceder,
atuar, diante de um determinado fato. Traduz-se pela repetição de atos, comportamentos
e opiniões, na administração de suas relações externas ou da organização interna, pelos
sujeitos de Direito Internacional.
Mello (1986) diz que a afirmação material de um costume provém de sua prática
constante e efetivamente cumprida. Trata-se da uniformidade e da concordância dos atos
emanados dos sujeitos de Direito Internacional. O segundo elemento, de caráter subjetivo,
é a convicção de que essa forma de agir é a mais justa e necessária (opinio júris).
Manifesta-se pela existência, livremente consentida, ou seja, a convicção do direito ou da
necessidade. Sua obrigatoriedade a distingue das regras de cortesia internacional.
Porém para o autor supra citado o Costume internacional deve espelhar o reconhecimento
generalizado por parte dos Estados e demais sujeitos de DIP de uma determinada pratica
como sendo obrigatória.
Nos ensina o professor Silva (2002) que o costume pratica reiterada, tida como
direito – é algo que já é visto no mundo jurídico muito antes da formação da Corte
Internacional de Justiça, na Escola Histórica Alemã por exemplo, onde para eles o
costume era uma pratica reiterada e dotada de convicção, mesmo que não fosse
democrático no historicismo alemão o costume já era considerado de suma importância.
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Hoje, no Direito Internacional ele é mais considerado como uma fonte jurídica
do que era no século XIX no Historicismo Alemão, e está previsto no Estatuto da Corte
Internacional de Justiça no Artigo 38 onde determina “3. O costume internacional como
prova de uma prática geralmente aceita como direito”.
O costume tem em Direito Internacional um papel bem maior do que aquele que tem no
domínio do Direito interno.
O costume internacional não resulta só da prática dos estados nas suas relações
bilaterais ou multilaterais. Resulta também da prática que se desenvolva no interior das
organizações internacionais.
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De harmonia com o art. 27.º, n.º3 da Carta das nações Unidas, as deliberações do
Conselho de Segurança em questões não processuais são tomadas com votos afirmativos
de nove membros. À letra, isto significaria que tanto o voto contrário como a abstenção
equivaleriam a veto. No entanto, desde há muito que se verifica não ser a tomada de
abstenção neste sentido.
- Olhando ao seu âmbito ou aos destinatários, contrapõe costume geral (obriga todos
os Estados) ou universal e costume particular (aplicável apenas a certo continente).
- Costume local, quase sempre bilateral, relativo a uma área geográfica circunscrita,
como foi o costume consagrador do direito de passagem de autoridades civis portuguesas
entre Damão e os enclaves de Dadrá e Nagar-Aveli. MIRANDA (2005:47)
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Porém, não há uma maneira fixada pelo Direito Internacional que determine ou
não se os Estados aceitam àquela ação, a continuidade da pratica por partes do Estados,
por exemplo, podem configurar um tipo de aceitação. O costume segundo o elemento
subjetivo pode surgir tanto de uma prática repetida a partir de ações simples, ou podem
partir de uma solução para uma certa necessidade.
De acordo com o Prof. Miranda (2005), existem duas correntes que tentam justificar a
obrigatoriedade do costume (e de qualquer outra norma internacional): (a) voluntarista ou
consensualista, segundo a qual os Estados vinculam-se aos costumes em razão do seu
consentimento; e (b) objetivista, para a qual o costume configura uma regra objetiva,
exterior e superior às vontades estatais. Há, atualmente, uma tendência da doutrina mais
moderna em filiar-se à corrente objetivista.
Para que se possa considerar existente um costume jurídico internacional, o uso deve ser
contínuo, ou seja, deve consistir numa prática constante dos sujeitos de Direito
Internacional que se encontrem em situação de o aplicar. Geral, quer dizer deve consistir
numa prática comum. Embora não seja de exigir a unanimidade de todos os membros
da sociedade internacional.
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os Estados ou os sujeitos de Direito Internacional em geral estariam adstritos a cumprir
os deveres decorrentes de normas consuetudinárias (Grócio).
A prova de que alguma ação entre Estados é um costume, pode ser por meio de
atos estatais, não só por aqueles que compões a pratica diplomática, mas também nos
textos legais em decisões judiciarias que discorram sobre temas de interesse de direito.
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1.7. Críticas ao costume
Até mesmo os novos Estados acabam sendo submetidos aos costumes antigos
pois, é imposto á eles pelo Direito Internacional a aceitação desses costumes. Com isso,
novos Estados têm que seguir costumes antigos e isso faz com que haja um freio no
movimento de renovação do Direito Internacional. Isso faz com que o interesse em mudar
o direito aplicável para que ele possa evoluir diminuem. Essa é a grande crítica sobre a
norma costumeira.
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2. Considerações finais
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3. Bibliografia
REZEK, F. Direito internacional público: curso elementar. São Paulo: Saraiva, 2014