Apostila - Massagem para Idosos e Deficientes
Apostila - Massagem para Idosos e Deficientes
Apostila - Massagem para Idosos e Deficientes
Título Página:
Longevidade____________________________________________________ 02
Metabolismo___________________________________________________ 03
Hormônios e Envelhecimento______________________________________ 04
O idoso e a imagem corporal_______________________________________ 04
O aposentado___________________________________________________ 05
O idoso em instituições___________________________________________ 06
O idoso e a visão oriental de saúde___________________________________07
Nosso comportamento para com o idoso_______________________________08
Trabalho com idosos e deficientes___________________________________ 09
A cadeira de rodas_______________________________________________ 09
Respiração e relaxamento__________________________________________10
Respiração de energização_________________________________________ 10
Liberação diafragmática___________________________________________11
Respiração nasal alternada_________________________________________ 11
Prática dos movimentos___________________________________________ 11
Visualização_____________________________________________________14
Massagem para idosos_____________________________________________14
Benefícios da massagem___________________________________________15
Principais pontos a serem observados quando se massageia um idoso________15
Precauções quando aplicar massagem em idosos_________________________ 15
A massagem propriamente dita______________________________________15
Óleos recomendados______________________________________________17
O velho e o idoso_________________________________________________18
Referências bibliográficas_______________________________________ 19
Humaniversidade Holística 1
Longevidade
O conceito de Limite de Vida
Desde a Antiguidade, o homem sempre procurou combater o envelhecimento e a morte. O homem
sempre perdeu essas batalhas, então surgiram outras teorias em relação à morte:
As primeiras são:
a) Egito antigo: morrer e depois reviver, como no caso das múmias. Eles acreditavam na ressurreição.
b) Morrer e ir para o Paraíso (vida eterna): muçulmanos, árabes, índios americanos, cristãos, etc.
c) Reencarnação: depois da morte, a alma entra novamente em outros corpos: espiritismo, budismo.
d) Taoísmo: não admite nenhuma derrota. Acreditava-se que o treinamento constante do corpo humano
através da meditação manteria o corpo sempre jovem e imortal.
Na verdade isso não ocorreu, mas provou-se que com esse treinamento prolonga a vida ao máximo,
pois vários mestres ultrapassaram 140 anos de idade, conforme os Escritos Chineses.
Diante disso os cientistas fizeram várias pesquisas entre os mamíferos e provou-se que o limite de vida
é de 7 vezes o período de crescimento. Por exemplo, nos cães o período de crescimento é de 2,5 anos, seu
limite de vida é de 17,5 anos. Nos humanos o período de crescimento é de 21 à 23 anos, seu limite de vida
é, portanto, acima de 150 anos.
Por que a maioria das pessoas não atinge o Limite de Vida?
Por que a maioria dos cães chega ao Limite de Vida?
Obter um alto Limite de Vida depende do bom funcionamento do metabolismo; maus hábitos
prejudicam o mesmo (fumar, beber...) reduzindo o limite.
Fatores que contribuem para a redução do Limite de Vida:
- fumar - reduz 20 anos
- bebidas alcoólicas - reduz 20 anos
- drogas - reduz 80 anos
- obesidade - reduz 40 anos
- sedentarismo - reduz 40 anos
- excesso sexual - reduz 20 anos
- desejo / tensão nervosa - reduz 20 anos
- sono insuficiente - reduz 20 anos
Humaniversidade Holística 2
Metabolismo
Metabolismo é a soma de todas as reações químicas que ocorrem na célula viva com a finalidade de
produzir energia e também formar os seus constituintes.
Anabolismo é a formação de novas moléculas.
Catabolismo é o processo de quebra de moléculas e de eliminação de substâncias desnecessárias.
Na 3ª idade, o metabolismo como um todo se torna mais lento, principalmente quanto à determinadas
funções glandulares, como ocorre com os ovários, testículos e tireóide.
Há uma tendência ao acúmulo de Radicais Livres que são moléculas que surgem durante o processo
vital da respiração das células, provenientes diretamente do oxigênio ou do processo de oxidação. Os
Radicais Livres constituem uma ameaça para as células, pois em determinadas quantidades podem alterar
as estruturas das proteínas e / ou das gorduras, favorecendo doenças como a arteriosclerose, a catarata e o
efisema pulmonar, além de acelerar o processo de envelhecimento.
Hoje é bem conhecido que o aumento na concentração de Radicais Livres compromete seriamente o
Sistema Imunológico, responsável pela defesa do organismo relacionado a vários tipos de câncer.
As isquemias, ou a falta de irrigação sanguínea, promove o aumento de Radicais Livres, assim como os
processos inflamatórios, doenças hepáticas e renais, etc.
Para que o organismo possa combater os Radicais Livres são necessárias as Substâncias Antioxi-
dantes produzidas pelas próprias células, mas que algumas vezes são insuficientes. Sabe-se que as
vitaminas C e E auxiliam o processo de combate aos radicais livres.
Dicas para uma vida mais saudável: atividade física regular, dieta bem equilibrada e evitar o estresse
são as melhores armas contra a excessiva produção de radicais livres.
Na manutenção do metabolismo, durante a 3ª idade, destacam-se o equilíbrio ácido-básico e a
quantidade de água do organismo, além da temperatura ambiente.
Acidose é a diminuição do pH do sangue e tem grande importância na 3ª idade. Causada por problemas
metabólicos, respiratórios ou descontrole do diabetes, que se manifesta através de sonolência, e distúrbios
circulatórios. Diarreias graves e insuficiência dos rins são outras causas de acidose metabólica na 3ª idade.
A temperatura ambiente tem grande importância na 3ª idade, quando o organismo diminui sua
capacidade de se adaptar a longos períodos de exposição ao frio ou ao calor. O excesso de frio pode levar
a Hipotermia (no nível de 35°C), pessoas acamadas ou com pouca movimentação e ingestão precária de
alimentos. Em geral a pessoa não sente frio, não treme e não se queixa. Em geral ocorre durante o sono, o
que pode ser extremamente perigoso.
O excesso de calor pode favorecer o Acidente Vascular Cerebral e também provocar a sensação de
fraqueza, sonolência e sudorese abundante.
O Diabetes Mellitus:
Quando a dosagem de açúcar (glicemia) no sangue, em jejum, é superior a 140 mg/dl. Esta doença é
caracterizada por distúrbios no metabolismo dos açúcares, gorduras e proteínas.
A interação entre fatores hereditários e ambientais levam a falta de secreção de insulina, aumento da
glicose no sangue e comprometimento de vários órgãos, destacando-se os rins, a retina e os sistemas
nervoso e circulatório. A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas que tem a função de regular a
quantidade de glicose existente no organismo. A glicose, nossa principal fonte de energia, penetra nas
células graças à ação da insulina. No diabetes há a falta de insulina, portanto a glicose não penetra nas
células permanecendo na circulação. No jovem a doença é totalmente dependente de insulina e em geral é
de difícil controle e perspectivas mais graves. Nos idosos apesar do controle ser mais fácil (pois não se
depende exclusivamente de insulina) é comum a doença não ser diagnosticada ou seu tratamento ser
negligenciado.
Geralmente o diabetes, no idoso, é benigno sendo controlável com dieta pobre em carboidratos e uso de
medicamentos que diminuem o nível de açúcar no sangue. A dieta é muito importante e está baseada na
restrição de carboidratos, incluindo-se além do açúcar, a batata, a beterraba, etc. O controle de peso é
fundamental, pois obesidade pode desencadear diabetes.
Resumindo
O tratamento do diabetes, na 3ª idade é feito, em geral, com:
Dieta, atividade física e, às vezes, uso de medicamentos que diminuem os níveis de glicose no
sangue.
O diabetes pode ser acompanhado de doenças circulatórias (coronariopatia, acidente vascular cerebral
e gangrena), principalmente doenças renais e distúrbios da visão. Observa-se também uma aceleração no
processo de arteriosclerose.
Humaniversidade Holística 3
Hormônios e Envelhecimento
Vários hormônios estão intimamente relacionados com o envelhecimento, devido à sua diminuição.
Destacam-se:
- DHEA - produzido pelas suprarrenais;
- CRESCIMENTO - produzido pela hipófise;
- MELATONINA – produzido pelo corpo pineal;
- ESTROGÊNIO e PROGESTERONA - produzidos pelas glândulas sexuais.
Menopausa é a interrupção definitiva da menstruação causada pelo envelhecimento dos ovários, que
deixam de produzir os hormônios femininos (estrógeno e progesterona).
Acontece ao redor dos 50 anos. Antes dessa parada definitiva da menstruação as mulheres passam por
uma fase onde a menstruação é irregular, denominada climatério.
As alterações que normalmente ocorrem são:
- Corporais: ondas de calor, suores noturnos, fadiga e palpitação;
- Emocionais: irritação, desânimo, instabilidade emocional;
- Sono: acorda frequentemente para urinar, tomar banho ou trocar roupas molhadas;
- Pele: ressecamento e aspecto desgastado da pele;
- Ossos: fragilidade (osteoporose),aumenta o risco de fraturas e desvios na coluna vertebral;
- Vagina e sistema urinário: ressecamento e diminuição da elasticidade da vagina, facilidade de
contrair infecções vaginais, necessidade frequente de urinar;
- problemas cardiovasculares: aumenta a incidência de infartos e derrames pela elevação do nível LDL
- colesterol, do tipo que facilita a formação de gordura nas artérias;
- Vida sexual: diminuição do desejo sexual (libido).
Humaniversidade Holística 4
Já foi pesquisado que um considerável número de pessoas morre cerca de alguns meses após ter se
aposentado ou ainda, cerca de 6 meses após a morte de seu companheiro.
A preocupação maior agora passa a ser com a morte, que embora esteja sempre muito bem camuflada,
aparece nas entrelinhas das manifestações da maioria dos aposentados. Embora haja um quase acordo
social de esquecê-la, negá-la, ou rejeitá-la, ela sempre aparece; todos, direta ou indiretamente, falam sobre
ela. Não somente com sentimentos de medo ou desespero pela conscientização maior de sua proximidade,
mas também alguns com enorme sabedoria diante da irreversibilidade desse fato, e de que a vida é
somente uma passagem.
Toda adaptação a uma nova vida sempre pressupõe uma crise, entretanto, tendo sempre em mente que
embora se esteja perdendo partes importantes da vida, outras podem ser ativadas e ser tão gratificantes
quanto as que se está perdendo. Deve-se estar em constante movimento de busca e reconstrução nesse
momento em que se tem tempo para tal.
Deve-se procurar afastar do idoso o medo e as crendices referentes à idade:
1) “Todos os velhos são iguais” - o que ocorre é exatamente o oposto, pois cada idoso se sente como
uma ilha sozinha e abandonada por todos.
2) “Velhice é sinônimo de doença” - como se essa fosse inevitável para todos os idosos.
3) “Velhos devem comer muito para manter a saúde” - ao contrário, podem e devem cortar até algumas
das calorias das refeições.
4) “Todo velho é desmemoriado” - ele só leva mais tempo para fixar as informações.
5) “Os homens demoram mais do que as mulheres para mostrar a idade” - no homem, os músculos são
substituídos por gordura a partir dos 5 anos, enquanto nas mulheres isso ocorre a partir dos 45 anos.
6) “A idade biológica é semelhante à cronológica” - depende do cuidado que se tem durante toda a vida
com seu corpo.
7) “Há diminuição do interesse sexual” - essa diminuição é decorrente mais das dificuldades
psicológicas resultantes das convenções sociais.
8) “Senilidade” - o mais cruel de todos os mitos, pois se acredita que com a idade há uma natural
deterioração do cérebro. Uma teoria diz que na verdade há um desgaste e, que o organismo como
um todo, passa a funcionar mais lentamente.
9) “A velhice na mulher começa na menopausa” - só o que envelhece é o seu sistema reprodutivo e ela
não deixa de ser mulher por essa razão.
O Aposentado
As reações que mais se notam nos aposentados são decorrentes de:
- desamparo econômico e social;
- as alterações biológicas que ocorrem na terceira idade;
- a presença silenciosa e constante da morte.
A partir da solicitação da aposentadoria, o cidadão brasileiro começa a sofrer uma série de mudanças
em sua vida.
Inicialmente, a sensação de que, por não ser mais produtivo, estar sendo marginalizado e de que tem
que dar lugar a outros mais jovens que profissionalmente estão na curva ascendente e não como ele
próprio na curva descendente.
Essa marginalização tão normal na nossa sociedade, traz como consequência que o idoso se recolha
saudosamente no seu passado, ou que se isole do grupo dos mais jovens tendo uma tendência de se
desvalorizar como pessoa, sentindo-se obsoleto e ultrapassado. Normalmente, uma pessoa na terceira
idade tem sentimentos bastante ambivalentes com relação a si mesmo, sentimentos esses que, por não
serem nunca discutidos com ele fazem com que a situação se agrave ainda mais. Ele necessita de ajuda
para se adaptar a uma nova vida e, consequentemente, a um novo grupo para conviver de forma saudável.
Primeiro deve-se refletir sobre o normal sentimento de desvalorização que qualquer ser humano, vivencia
por perder sua atividade, e, consequentemente sua identidade social de trabalhador. Por essa razão,
acredita que o grupo não mais o valoriza, nem o reconhece como uma pessoa com necessidades normais.
Muito pelo contrario, acredita que o grupo o está marginalizando, como se pelo fato de ser considerado
por esse grupo como ultrapassado, não tivesse mais nenhum tipo de necessidade.
Humaniversidade Holística 5
Com pequenos depoimentos desse sentimento têm pensado que porque o individuo é aposentado, não
precisa de mais ninguém... Por isso a maior parte fica assim, à toa... Em segundo lugar, deve-se tomar em
consideração a visão que cada pessoa tem dela própria. A grande maioria julgava haver se realizado
profissionalmente, fazendo grandes sacrifícios como trabalhador, em nome do bem estar de todos. Após a
aposentadoria, porém, não recebe o agradecimento, nem reconhecimento de que se acha merecedor após
tantos sacrifícios, sendo que só lhe resta isolar-se, ou procurar apoio entre aqueles que vivem situação
semelhante a sua.
No entanto, esse movimento na verdade é mútuo: o aposentado se marginaliza, mas também é
marginalizado.
Na cultura oriental acontece o inverso: o idoso é respeitado e sempre consultado, pois sua sabedoria e
experiência muito ajudam na resolução dos problemas da família. Outro fator importante que gera
sentimentos de marginalização é a defasagem salarial que ocorre com a aposentadoria. O aposentado em
geral se sente injustiçado por ter contribuído por tantos anos com o objetivo de ter uma velhice tranquila, e
na realidade o que ocorre é que ele normalmente recebe uma aposentadoria muito aquém da esperada,
fazendo com que ele, ou fique dependente novamente do auxilio da família, ou ainda, lute com enormes
dificuldades financeiras para sobreviver. Segundo pesquisas realizadas pelo DIEESE em 1982, o
aposentado sofre uma queda brutal em seu poder aquisitivo justamente numa época de vida em que suas
necessidades são maiores e mais prementes. Isso faz com que ele se revolte contra o patrão que dele
"abusou" quando ele ainda era jovem e produtivo e contra o governo pela precariedade de suas instituições
e o descaso pela situação do trabalhador.
Resumindo, o aposentado sente-se sinônimo de velho: sente-se mais fraco para efetuar qualquer
mudança em sua vida, se sujeita por essa razão a ser visto e tratado como um ser ultrapassado, aceitando
com isso a marginalização que lhe é imposta.
O Idoso em Instituições
O idoso que vive em instituições tem pontos em comum com o que não vive, ambos tentam se adaptar
a uma nova realidade física, psicológica e social. Os que atualmente estão em instituições, por terem
passado a vida fora delas, tem no inicio uma difícil adaptação à nova realidade: falta de comunicação entre
os internados motivada por problemas físicos (surdez, visão, fala), ou ainda psicológicos, pois se fecham
totalmente ao contato com os outros não querendo falar de outros assuntos que não os de seu próprio
interesse (monólogo).
Nas instituições igualmente não se procura, até por falta de pessoal, facilitar essa adaptação, fazendo
com que o idoso se interesse por alguma atividade interna. Por isso existe uma tendência muito grande
do idoso em preocupar-se somente consigo mesmo. Se, além disso, o idoso não se sentir tratado da forma
como gostaria. Ficara inseguro e se sentirá mais fraco e doente do que realmente está.
Outro fator importante que colabora para que o idoso se sinta deprimido, é o seu constante convívio
com a morte, testemunhando-a contentemente.
No tocante a alimentação, a ida para um asilo faz com que passem a pensar nos dois extremos: ou se
preocupam demais com a alimentação ou ainda rejeitam o alimento.
Do ponto de vista psicológico, o idoso que foi colocado por sua família em instituições, por causa da
solidão e abandono que sentem, desenvolve rapidamente a chamada “demência senil’’. Um método que
muito pode ajudar nesse aspecto é procurar interessá-lo pelo mundo, e a participar de atividades sociais
alegres. Já o que é retirado das ruas e colocado na instituição, à aceita melhor. Essas duas reações opostas
têm, entretanto, bastante lógicas, pois para um idoso, existe a perda do convívio com sua família e para o
outro um ganho, pois saiu das ruas e ganhou um lar”.
Outro grande problema nas instituições é a falta total de privacidade. O idoso desenvolve por essa
razão um grande sentimento de posse com os objetos de sua propriedade, além de se sentir sempre
inválido e incomodado.
No Brasil, enquanto as famílias têm condições econômicas, o idoso vive com elas.
Os principais motivos para a internação de um idoso no Brasil são as dificuldades financeiras da
família, bem como seus sérios problemas de saúde como, por exemplo, derrame, paralisias e esclerose,
tornando o idoso totalmente dependente de alguém ou às vezes inapto para viver no grupo.
No Brasil, os asilos e casas de repouso são em sua grande maioria sustentados por grupos estrangeiros
ou religiosos. Existem poucos totalmente subvencionados pelo governo. Entretanto, enquanto para os
familiares tudo parece estar bem, pois o idoso está abrigado contando com assistência médica e é bem
alimentado, para o idoso falta o contato afetivo o lazer e a ocupação, trazendo como
Humaniversidade Holística 6
consequência a falta de ânimo para continuar vivendo, criando a mentalidade no idoso de que ele está ali
só a espera da morte.
Em São Paulo em 1981, foi iniciado um movimento denominado PRÓ IDOSO, que com seus
programas presta assistência ao idoso em instituições bem como ao que vive no convívio com a sociedade.
Esse movimento conseguiu entre 1982 e 1983 atender a 16.000 idosos.
Algumas propostas já foram feitas pelo PRÓ IDOSO:
1) A criação nas comunidades de bairros, de clubes e centros de convivência com o objetivo de
melhorar a socialização do idoso.
2) Escolas para idosos; onde seriam explicadas as alterações biológicas que ocorrem em seu organismo,
preparação para a aposentadoria, como a sociedade encara o idoso e outros assuntos de seu interesse.
3) Voluntários que iriam à casa dos idosos para lhes prestar auxilio dos mais diversos tipos, como fazer
compras para eles, lhes ajudar nos trabalhos domésticos, etc.
4) Centros de tratamento, onde o idoso recebe assistência medica, sem no entanto ficar internado.
A atitude que se tem para com o idoso, de “deixá-lo em paz” pois ele quer sossego, faz com que sinta
que pensamos ser perda de tempo e desgaste inútil de energia tentar ensinar idosos, que tem suas
limitações, ou ainda não querem aprender. Essa é uma atitude de comodismo que muito se vê nas
instituições.
Humaniversidade Holística 7
Nosso comportamento para com o Idoso
Para exemplificar o que o idoso sente em relação ao comportamento que adotamos frente a ele, transcrevemos um
poema de Donna Swanson, denominado “Recordações de Minnie”
Deus,
Minhas mãos estão velhas.
Nunca disse isso em voz alta, mas estão.
Antes eu sentia orgulho delas,
Eram macias, como a maciez aveludada de pêssegos firmes e maduros.
Sua maciez agora é mais
Como a dos lençóis velhos ou das folhas murchas.
Quando foi que mãos esguias e graciosas como aquelas
Tornaram-se estas garras, encolhidas e recurvadas?
Quando, Deus?
Aqui pousam elas em meu colo.
Lembranças cruas deste desgastado corpo que me serviu tão bem
Quanto tempo faz desde a última vez
Em que alguém me tocou?
Vinte anos?
Há vinte anos sou viúva, respeitada,
Objeto de sorrisos, nunca porem tocada,
Nunca trazida para tão perto que a solidão se dissipasse.
Lembro do modo como minha mãe costumava me segurar,
Deus,
Quando estava com minha carne ou meu espírito doendo,
Ela me puxava para muito perto de si, alisava meu cabelo sedoso.
E acariciava-me as costas, com o calor de suas mãos.
Oh Deus , estou tão só!
Lembro-me do primeiro rapaz que me beijou,
Éramos os dois tão inexperientes! Sabor de beijos juvenis e pipoca,
Sensação intima de mistérios por virem.
Lembro-me de Hank e dos bebês,
De que outro jeito posso me lembrar deles,
Senão juntos?
Das desajeitadas e ávidas tentativas de amantes novos, brotaram bebês,
E, conforme cresciam, crescia nosso amor.
E, Deus, Hank parecia não se importar
Que meu corpo tivesse perdido um pouco de seu brilho e elasticidade,
Ele ainda o amava e o tocava,
E, não nos importávamos por não estarmos mais tão lindos,
E as crianças abraçavam-me tanto.
Oh, Deus, estou sozinha.
Deus, por que não criamos as crianças para serem tolas e afetuosas,
Assim como dignas e adequadas?
Sabem, elas fazem o que devem.
Dirigem seus belos carros, vem até meu quarto em sinal de respeito
Sua conversa é animada, recordam-se, mas não me tocam.
Chamam-me Mamãe, Mãe ou Vovó,
Minnie jamais.
Minha mãe chamava-me Minnie,
Meus amigos também,
Hank me chamava também de Minnie.
Estes porem já se foram,
Como Minnie que se foi, só Vovó restou,
Deus,
E como ela está só.
Humaniversidade Holística 8
Trabalho com idosos e deficientes
A cadeira de rodas
Depender de uma cadeira de rodas pode abater qualquer pessoa que passe por essa experiência.
Muitas pessoas quando se sentem confinadas a uma cadeira de rodas, adquirem uma postura afundada
na cadeira e um aspecto cansado e deprimido, sem se preocupar com sua capacidade de recuperação da
mobilidade.
Em segundo lugar, essa postura afundada na cadeira, compromete a respiração que é essencial na luta
contra a imobilidade. Sem uma boa movimentação do diafragma, não estamos energizando todo o nosso
corpo para conseguirmos sucesso na atividade regeneradora do movimento.
Essa má postura dificulta o movimento do diafragma, chegando mesmo a suprimí-lo. As costas ficam
curvadas, o cíngulo peitoral voltado para dentro, devido a acentuada rigidez muscular de toda essa área e o
tórax totalmente comprimido.
Para reverter esse quadro tão negativo, a primeira coisa a fazer é tentar com que o usuário da cadeira de
rodas se sente com as costas o mais ereto possível, podendo para isso utilizar-se de outra pessoa que o
ajude, posicionada na parte posterior da cadeira, que vagarosamente lhe puxe o cíngulo peitoral contra o
encosto da cadeira. Os glúteos devem também estar bem encostados na cadeira. Se for necessário, para dar
melhor suporte à área lombar, apóie com uma pequena almofada ou travesseiro.
A melhora do processo de respiração é gradativa e pode ser feita individualmente ou ainda com
ajudante. A pessoa na cadeira de rodas deve ser incentivada a respirar plenamente, enchendo os pulmões
de ar e expirando de forma lenta para que os músculos intercostais recuperem gradualmente sua
elasticidade, o que auxiliará no relaxamento do plexo solar (proporcionando também, um relaxamento
mental) e ajudando finalmente a eliminar o ar viciado dos pulmões.
Para ilustrar esse processo, podemos ver a segunda figura:
Humaniversidade Holística 9
O ajudante deverá se posicionar atrás da cadeira, e puxar suavemente os ombros para trás na inspiração,
e soltando-os igualmente de forma suave na expiração.
Durante a expiração, alguns movimentos de cabeça e pescoço podem ser feitos também com o intuito
de auxiliar no relaxamento dos músculos.
Vamos tentar uma sequência:
- com os ombros eretos, inspire e no expirar, gire suavemente sua cabeça para a direita.
Volte a cabeça para a posição inicial. Inspire novamente e na expiração mova a cabeça novamente para
a direita. Repita essa sequência por 3 vezes, tentando a cada movimentação da cabeça, aumentar a rotação.
Volte a posição inicial, inspire e na expiração vire a cabeça para a esquerda. Repita o movimento por 3
vezes.
Agora, com a cabeça na posição normal, inspire e no expirar, deixe a cabeça cair para frente, fazendo
com que o queixo encoste-se ao tórax. A cada movimento faça com que o queixo encoste mais e mais no
tórax, permitindo o alongamento da parte posterior do pescoço. Volte a cabeça à posição normal; inspire e
na expiração deixe a cabeça cair para trás na repetição do movimento, com a boca fechada, deixe-a cair
cada vez mais para trás. Volte a cabeça à posição normal
Esses movimentos certamente auxiliarão muito no processo de liberação de tensões das pessoas que
utilizam cadeira de rodas.
Respiração e Relaxamento
*Quando se está realmente relaxado, não há movimento no tórax, o sinal é um pequeno movimento no
abdome.
*Cada expiração é um relaxamento, e toda inspiração é uma tensão (trabalho de levar o ar até os
pulmões).
*Quanto mais relaxada a posição, menor o movimento do diafragma e mais baixo o nível de energia.
Respiração de energização
* Movimento positivo para cima e para baixo das costelas inferiores, sem inflar o abdome e quase sem
mover o tórax superior - movimento do diafragma de maneira profunda e eficiente.
Objetivo: recuperar a respiração natural, movendo a área onde as costelas formam um “V” invertido - a
respiração passa a ser conscientemente desenvolvida.
Requer:
1. Coluna ereta;
2. No início, estimular com as duas mãos ao lado da caixa torácica, pressionando-as contra a cintura
durante a expiração - pressão das costelas em direção ao meio do corpo; a inspiração, retirar ou
deixar as mãos imóveis para estimular a inspiração profunda e o movimento dos músculos
intercostais.
Observações: este exercício não deverá ser feito por pessoa que tenha sofrido recentemente, fratura de
costelas; tanto a preocupação exagerada como a falta de interesse pela respiração pode ser danosa.
Humaniversidade Holística 10
Liberação diafragmática
Sentado em cadeira:
1. Antebraços ao lado das pernas e cabeça solta abaixo do joelho;
3. Soltar os membros superiores e tronco (como num desmoronamento), na expiração. O ar deve sair
pela boca juntamente com um grande som de “Há”.
4. Repetir 12 vezes.
Observação: em caso de equilíbrio precário por parte do praticante, pode-se ajudar, apoiando-o.
Objetivo: alcançar uma respiração profunda, com o maior movimento possível do diafragma, a fim de
retirar o ar viciado dos pulmões e provocar o batimento cardíaco rápido. Além disso, aumenta a
atividade do tono muscular.
Humaniversidade Holística 11
- ao mesmo tempo, tentar separar os joelhos, levando-os para fora também: - em seguida, movimentar
ombros, pescoço e cabeça.
3. Alongamento montanha:
- estender os membros superiores para o lado, levantando-os acima da cabeça - se possível, atrás da linha
do cíngulo peitoral - até tocarem as orelhas e estarem bem retos, unir os polegares;
- depois de alguns segundos, baixar os membros superiores vagarosamente, enquanto se expira;
- o movimento deve coincidir com a respiração, para aumentar a capacidade pulmonar e fortalecer tórax
e braços.
4. Trabalhando as costas:
- colocar as mãos nos braços da cadeira para ajudar o movimento;
- ao inspirar, arquear as costas para frente, enquanto as escápulas vão para trás;
- ao expirar, o cíngulo peitoral vai para frente e a coluna vertebral curva-se para trás o máximo possível.
- deve-se sentir o movimento.
5. Curvatura lateral:
- apoiar o antebraço direito no braço da cadeira;
- expirar, e ao inspirar, estender o membro superior esquerdo para o alto, virando a palma da mão em
direção à cabeça e inclinando o braço até encostá-lo na orelha;
- erguer a escápula o mais possível e expirar, inclinando o corpo para a direita, sem tirar os glúteos da
cadeira:
- permanecer na posição por várias respirações, colocando a menor pressão possível no membro superior
direito;
- retornar ao ponto de partida;
- Inspirar, e ao expirar, alongar o membro superior esquerdo para baixo;
- repetir o movimento do outro lado.
Humaniversidade Holística 12
- segurando com firmeza, puxar com as mãos, mantendo os membros inferiores retos.
Humaniversidade Holística 13
10. Trabalhando mãos, pés e olhos:
Mãos: trazer as mãos à altura do peito e então, fechar e abrir, esticando os dedos para fora. Repetir várias
vezes.
Olhos: vagarosamente, olhar para cima, para a direita, para baixo, para a esquerda e para cima
novamente. Repetir por três vezes. Olhar para a direita e para a esquerda, vagarosamente, por três vezes.
Olhar para cima, para extrema esquerda, para baixo e extrema direita, também por três vezes. Colocar o
dedo indicador cerca de 30 cm na frente e no centro dos olhos; focalizar o olhar no dedo e repentinamente
fixar o olhar na parede atrás dele. Repetir a mudança de foco por algumas vezes. Em seguida, atritar as
mãos e colocá-las sobre os olhos abertos, por cerca de dois minutos.
Pés: apoiar os pés no chão, apontados para cima; trabalhar os artelhos para frente e para trás, tentando
separá-los, fazer calmamente por um ou dois minutos. Trabalhar com o pé todo, para frente e para trás.
Em seguida, colocar um dos pés sobre a outra perna e girá-lo em ambas as direções, segurando-o com a
mão. Repetir com o outro pé.
Visualização
* processo que auxilia o movimento e as funções do corpo.
Passos:
1. Sentar ereto na cadeira, colocar uma pequena almofada na região lombar;
2. Realizar o movimento de erguer a parte superior do tronco e cíngulo peitoral (sem os encolher),
várias vezes;
3. Fazer rotação com os ombros, para frente e para trás;
4. Movimentos leves com a cabeça: iniciando com a cabeça para frente, inspirar e, ao expirar, virar
vagarosamente para a direita, permanecendo na posição durante algumas respirações: voltar a
cabeça para frente, inspirar e ao expirar, virar para a esquerda. Repetir.
5. Derrubar a cabeça até encostar o queixo no peito, com as mãos no colo, na expiração; fechar os
olhos e respirar devagar: postura ereta, tórax ereto e movimento suave do abdome: na inspiração
para dentro e na expiração para fora.
6. Prestar atenção na respiração, que deve estar livre e ritmada.
7. Ouvir a expiração;
8. Sentir o toque físico do ar, durante a inspiração forte, o ar externo é mais frio do que a temperatura
interna do corpo;
9. Observar a expiração, para sentir o fluxo quente do ar através das narinas;
10. União com a respiração: ao inspirar, nota-se uma sensação de energia inundando a cabeça,
enquanto que na expiração a sensação espalha-se para o resto do corpo. Sensação de controle e
unidade, e aumento da sensação de energia;
11. Finalizar, devolvendo à mente a sensação do toque frio (inspiração) e do fluxo quente (expiração).
Ir tomando consciência do que se passa ao redor e alongar calmamente.
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capacidade sexual, a necessidade de contato tátil é ainda maior, pois é a única sensação sensual que lhes
resta.
Talvez a dificuldade que tenhamos em aceitar os idosos seja um reflexo de nosso próprio medo de
entender e aceitar que todos vamos entrar também na categoria de "velhos" e isso nos desgoste muito.
A massagem é o meio ideal que se tem de manter a qualidade de vida dos idosos, ajudando e aliviando-
os dos problemas mais comuns que aparecem com a idade: artrite, reumatismo, fadiga muscular, perda de
elasticidade das cartilagens e discos invertebrais (30 a 40% menos de tônus), digestão e intestinos que
funcionam mais devagar, cansaço geral, ansiedade, depressão, além do mau funcionamento dos órgãos
internos, especialmente do coração.
Benefícios da Massagem
Além do beneficio psíquico da comunicação através do toque, as vantagens no recebimento de uma
massagem regular são:
- melhoria da circulação sanguínea;
- maior flexibilidade muscular e articulatória - manutenção da saúde da pele;
- auxilia na manutenção do nível hormonal, o que ajuda a estabilizar as emoções.
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localizados os pontos iniciais e terminais dos meridianos Yang. Os membros superiores devem ser
trabalhados do punho em direção ao cíngulo peitoral e voltando, deslizando primeiro suavemente,
aumentando gradativamente a pressão. O que é realmente importante é que esse movimento seja continuo.
Portanto, se estivermos massageando o membro superior esquerdo do idoso, assim que nossa mão direita
tiver concluído o percurso punho , cíngulo peitoral pela face interna do membro superior, a mão esquerda
já começa o mesmo movimento pelo lado externo do membro superior.
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Costas
Se o idoso estiver sobre a maca, ajude-o a se virar de lado o máximo que puder respeitando sempre seu
limite.
E nessa região que se encontram os problemas crônicos de tensão que são consequência de má postura,
provocando dores e rigidez da área.
A maneira mais prática de se massagear as costas de um idoso é sentá-lo numa cadeira, colocar sobre
seu colo 1 ou 2 travesseiros para dar apoio, e pedir que ele flexione o corpo para frente.
Outra forma é pedir que ele se sente numa cadeira posicionada ao contrário onde o encosto servirá de
apoio para os membros superiores, e pedir para ele flexionar o corpo e ficar relaxado.
Os movimentos são:
1) Deslize as duas mãos por todas as costas para fazer o contato inicial:
2) coloque seus polegares na musculatura ao lado da coluna vertebral; deslize de baixo para cima, até
o pescoço lembrando principalmente dos seguintes pontos de assentamento: Pas B15= coração; Pas
B12 = fígado e Pas B23 = rins;
3) Vá lentamente aumentando a pressão. Quando chegar ao pescoço passe para o cíngulo peitoral, e vá
descendo lenta e suavemente pela lateral do corpo.
Óleos Recomendados
Para Artrite e Reumatismo – benjoim (protege a pele), camomila (calmante), lavanda, limão,
cravo, canela e veliver. Massageie a área afetada. e a enrole numa toalha aquecida:
Para Ansiedade e Depressão – lavanda, tangerina (bergamota), rosa, jasmim, alecrim e gerânio.
Apresentam bom resultado se acompanhados de toque carinhoso,
Para Palpitações - lavanda, camomila, melissa, neroli e Ylang Ylang apresentam bom efeito.
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O Velho e o Idoso
O idoso se renova a cada dia que começa.
são feias porque foram vincadas pela amargura, ao passo que as do idoso são bonitas,
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Referências bibliográficas:
Freitas, Elizabete Viana de –PY,Lígia Cançado, Flávio Aluízio Xavier- Gorzoni, Milton
Luiz –DO. Tratado de geriatria e gerontologia. Ed. Guanabara Koogan.
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