2014 RaphaelDiegoGreenhalghV2
2014 RaphaelDiegoGreenhalghV2
2014 RaphaelDiegoGreenhalghV2
Volume 2
Orientadora:
Profa. Dra. Miriam Paula Manini
Brasília-DF
2014
Universidade de Brasília
Faculdade de Ciência da Informação
Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação
Brasília-DF
2014
G813s Greenhalgh, Raphael Diego
Segurança contra roubo e furto de livros raros: uma
perspectiva sob a ótica da Economia do Crime e da Teoria da
Dissuasão / Raphael Diego Greenhalgh. – 2014.
2 v. : il., color.
CDU 094:343.71
FOLHA DE APROVAÇÃO
Título: “Segurança contra roubo e furto de livros raros: uma perspectiva sob a ótica da
Economia do Crime e da Teoria da Dissuasão”.
___________________________________________
Profª. Drª. Miriam Paula Manini
Presidente (UnB/PPGCINF)
___________________________________________
Profª. Drª. Dulce Maria Baptista
Membro Interno (UnB/PPGCINF)
___________________________________________
Profª. Drª. Lillian Maria Araújo de Rezende Alvares
Membro Interno (UnB/PPGCINF)
___________________________________________
Profª. Drª. Adriana Lúcia Cox Hollós
Membro Externo (Arquivo Nacional)
___________________________________________
Profª. Drª. Valéria Gauz
Membro Externo (Museu da República)
___________________________________________
Profª. Drª. Eliane Braga de Oliveira
Suplente (UnB/PPGCINF)
Sumário
Volume 2
2 Número de funcionários:
Bibliotecários _______ Estagiários _______ Terceirizados _______ Bolsistas _______
Voluntários _______ Outros (dizer quais): ___________________________________
4 O prédio da instituição é:
( ) Gradeado ( ) Murado ( ) Cercado ( ) Outros: _______
8 Em caso de prédio adaptado para o uso atual, foi feito algum estudo e/ou projeto
prévio?
( ) Sim ( ) Não
9 O prédio é tombado?
( ) Sim ( ) Não
1
Elaborado tendo como referência o questionário aplicado pelo Museu de Astronomia e
Ciências Afins – MAST que está no livro: SILVA, M. C. S. M. E. et al. (Org.). Política de
segurança para arquivos, bibliotecas e museus. Rio de Janeiro: Museu de Astronomia e
Ciências Afins, 2006, p. 105-110.
260
( ) Sim ( ) Não
34 Em caso positivo, estas trancas abrem com (marque mais de uma opção, caso
necessário):
( ) Senha ( ) Cartão magnético ( ) Biometria ( ) Outros: ________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
54 Em caso positivo, como é feito esse controle (marque mais de uma opção caso
necessário)?
( ) Apresentação de documento de identificação pessoal
( ) Anotação de dados pessoais do usuário
( ) Cadastro de usuário em sistema automatizado da Biblioteca
( ) Controle da quantidade de livros consultados por vez
( ) Anotação manual dos títulos consultados
( ) Controle dos títulos cadastrados pelo sistema automatizado da Biblioteca
263
( ) Agendamento de consulta
( ) Outro: ____________________________________________________________
61 Existem normas para acesso em horários especiais, tais como a noite, finais de
semana e feriados, diferenciados do horário normal de atendimento ao público?
( ) Sim ( ) Não
63 Em caso positivo, quais são estas marcas (marque mais de uma opção caso
necessário)?
( ) Carimbo a tinta ( ) Carimbo em relevo ( ) Etiquetas na
lombada ( ) Ex libris ( ) Outros: ________________________
1 Nome da Instituição:
_______________________________________________________________
2 Nome do respondente:
_______________________________________________________________
3 Data do roubo ou furto, ou descoberta do crime:
_____________/____________/_____________
4 Descreva os detalhes da ação criminosa ou da descoberta do roubo ou furto:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
5 Quais autoridades foram informadas?
_______________________________________________________________
6 Houve inquérito policial?
( )Sim ( )Não
7 Em caso afirmativo, qual foi data da instauração do inquérito policial?
________________/___________________/___________________
8 Número do inquérito policial:
_______________________________________________________________
9 Houve indiciados criminalmente?
( ) Sim ( ) Não
10 Em caso afirmativo, quantos foram indiciados? Quais os nomes dos
indiciados?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
11 Número(s) do(s) processo(s) judicial:
_______________________________________________________________
12 Houve condenados pela justiça?
266
( ) Sim ( ) Não
13 Quantos condenados? Quais os nomes?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
14 Qual a pena de condenação de cada réu?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
15 Quais foram os livros e materiais levados?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
16 Houve livros e materiais recuperados? Quais?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
17 Detalhes da recuperação de livros e materiais:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
18 Outras informações pertinentes não abordadas nas questões anteriores (Por
favor, detalhe tudo sobre o crime):
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
267
1 Existe uma fiscalização efetiva pelo Iphan dos leiloeiros, antiquários e sebos,
que faça cumprir o Decreto-lei 25 e a Instrução Normativa 01, que os obriga a
se cadastrarem junto ao Iphan?
2 Caso positivo, existe pessoal suficiente para essa fiscalização?
3 Os leiloeiro e comerciantes de antiguidades realmente atualizam as listas de
obras que possuem com a periodicidade exigida?
4 Segundo a Resolução 13/85 os acervos relacionados às igreja, capela,
mosteiros estão tombados, assim como pelo art. 216 §5º da Constituição
Federal estão os documentos detentores de reminiscências históricas dos
antigos quilombos. Existem casos de tombamento de acervo bibliográfico de
instituição que não estão contemplados nestes dispositivos legais? Quais?
5 Quais as características que um acervo bibliográfico deve ter para ser aceito
seu tombamento?
6 Qual a razão para tão poucos tombamentos deste tipo de acervo? Por que as
instituições não solicitam o tombamento de seu acervo?
7 Como é o procedimento para a decisão de tombar um acervo bibliográfico? A
iniciativa deve partir do Iphan, da comunidade ou da própria instituição?
8 Existe fiscalização efetiva do Iphan sobre todos os procedimentos exercidos
no bem tombado?
9 Quais são as regras pra inserção de um item roubado ou furtado no Banco de
Dados de Consulta a Bens Culturais Procurados?
10 Existe algum projeto do Iphan sobre segurança contra roubo e furto junto às
instituições guardiãs de acervos raros?
270
Entrevistador – Isso.
Entrevistador – É verdade.
Entrevistador – É verdade.
Entrevistador – É verdade.
Entrevistador – É, lá ela diz que o bandido quando ele vai cometer o crime, aí
mais com finalidade econômica que ela analisa.
Entrevistado A – Certo.
Entrevistado A – Exatamente.
gerais, ela trabalha com um valor que hoje não tem mais valor nenhum que é a
confiança.
Entrevistador – É verdade.
Entrevistador – É verdade.
Entrevistador – É verdade.
Entrevistado A – É.
Entrevistador – Mas no ex libris a senhora defende o quê? Desde que ele seja
aplicado em papel, talvez sem acidez.
Entrevistador – Não.
Entrevistador – Não, ou talvez aquela que lê com a luz negra, talvez, não? A
senhora.
Entrevistado A – Veja só, toda marca é retirável, o que faz hoje quem comete
furto de obras de arte faz parte de uma gangue, dificilmente o indivíduo faz o
trabalho solitário, só se ele for alguém realmente, como um sóciopata, por
exemplo. É, e boa parte deles são sóciopatas, (Ininteligível) sóciopatas, porque
já foi realmente de ser pego no final, mas uma característica dessas gangues é
que tem restauradores. Então o que eles fazem agora? Eles recortam os
carimbos e preenchem o buraco como polpa de papel, então não existe marca
de propriedade que anule ou que inviabilize o furto, o objetivo da marca de
propriedade não é impedir que o furto ocorra, mas é marcar a propriedade da
obra exclusivamente, dizer assim: ―Olha, essa obra é minha.‖ A encadernação,
o fato de estar colado na encadernação muitos argumentam: ―Ah, mas não está
não o miolo propriamente dito.‖ Isso não faz diferença, o ex libris é uma marca
consagrada na história do livro de tal modo que ele atribui mérito a obra, se ele
for ex libris de um colecionador original.
Entrevistador – É verdade.
Entrevistado A – Não, não estão não, contra roubo nunca estarão, o roubo
pressupõe o uso de arma, nós tivemos um caso no Museu em São Paulo em
que o serviço de segurança foi afrontado com ladrões armados, e foram
furtadas obras de arte e livros. Então contra o roubo não há efetivamente
nenhum tipo de segurança, eu diria até que os Curadores de coleção estão
muito solitários, vou lhe dar aqui um exemplo: não existe uma estrutura de
proteção, porque o Brasil eu acho que ele é um pouco ingênuo nesse aspecto
de segurança. O que acontece assim no Brasil: as pessoas acreditam que o
brasileiro não vai fazer isso, e que se ocorre é porque é uma quadrilha
internacional, ainda se, toda a nossa estrutura de segurança, pelo menos pelo
ponto de vista dos guardiões, funciona no esquema de confiança e
credibilidade, eu acredito na inocência do brasileiro. Então vou aqui dar um
exemplo: eu trabalho na divisão de Obras Raras, se eu receber um telefonema
de uma pessoa me dizendo que está com o meu filho sequestrado, que está
com o revólver na cabeça do meu filho, e que eu tenho que jogar os dois
volumes da Bíblia de Mongúncia pela janela, porque tem uma pessoa ali
aguardando naquele momento.
279
Entrevistado A – É, existe esse sobre gestão de risco, mas nós temos normas
internas que são depois formalizadas pelo Presidente da instituição, como
ordem de serviço. Então por exemplo, essas ordens de serviço estabelecem,
por exemplo, quem pode ser o usuário da Biblioteca Nacional, estabelecem,
por exemplo, com que tipo de material você pode entrar na Biblioteca Nacional
e quais são as condições para você sair com ele. Então por exemplo, um
indivíduo para entrar com o computador para ir à divisão de Obras Raras ele
precisa da minha autorização, porque se ele não tiver a minha autorização para
280
entrar ele não sai com o computador dele, um exemplo. Todos os Servidores
por força dessa regulamentação devem apresentar sua bagagem na saída,
isso por quê? Porque o contrato de segurança da Biblioteca Nacional obriga a
empresa de segurança a indenizar a Biblioteca por qualquer perda.
Entrevistador – É verdade.
Entrevistador – É terrível.
Entrevistador – É verdade.
282
Entrevistador – É, até porque você vai evitar que o Diretor entre a qualquer
hora, qualquer coisa e ele vai se sentir, às vezes, ofendido diretamente.
Entrevistador – Tipo ao que o Mast publicou talvez, não sei, a gente não tem
muito isso.
Entrevistador – Isso, é.
Entrevistado A – É, isso não é a função da BN, houve uma Lei, uma Lei do
Livro que foi vetada, não foi aprovada não é? Que tentou estabelecer que seria
uma atribuição da BN e uma norma da ABNT, seria uma atribuição da BN dizer
o que é Livro Raro e uma norma da ABNT também dizer. Veja só, as diretrizes
sobre como lidar com o acervo devem levar em consideração duas pessoas
principais, aliás três pessoas, a primeira pessoa é a instituição, como você
283
falou tem umas diretrizes do Mast. Então a instituição ela vai estabelecer muito
sobre o ponto de vista dela, o interesse dela no que é precioso para ela, então
essa, e eu até conto essas três instituições, essas três pessoas no meu livro O
que é Livro Raro, então primeiro é a instituição de guarda. Quem é essa
instituição de guarda? Essa instituição de guarda ela se manifesta no
Presidente da instituição, no Diretor da instituição, porque uma instituição não
pode dizer nada a partir do ponto de vista do Bibliotecário exclusivamente, ele
precisa, é preciso que um Comitê se forme, que se estabeleça por diretrizes
que a autoridade máxima formalize isso como uma norma ou como uma
ordem, uma instrução de serviço. A outra pessoa é o Bibliotecário propriamente
dito, porque ele conhece o livro em princípio, então ele conhecendo a
Biblioteca ele vai apontar o que é precioso para a Biblioteca, o que é raro, o
que é único tal. E a terceira pessoa é o usuário, é o indivíduo que pesquisa
aquele acervo e conhece o acervo em termos de conteúdo, uma informação
que não é obrigação do Bibliotecário saber, então eu entendo que a
inexistência, não há uma diretriz única, seria quase que ditatorial, não se
aplicaria, é como se eu dissesse assim: as normas da BN vale para todo
mundo, não valem, valem para a Biblioteca Nacional porque ela é Biblioteca
Nacional, até recomendei ao Planor, que tirasse as normas da BN do site,
porque cria para a pessoa a ilusão: ―Ah, nós seguimos as normas da BN.‖ Não
é, meu Deus, quando ouço alguém me dizer eu leio apresentações de trabalho,
que às vezes, assim: ―Nós seguimos as normas da BN.‖ Nossa, meu coração
sai pela boca, o primeiro fundamento é que aquela é uma Biblioteca Nacional,
se a sua Biblioteca é uma Biblioteca Universitária, se a sua Biblioteca é uma
Biblioteca Especializada, essas normas não se aplicam, não se aplicam porque
a Biblioteca Nacional ela é única. A norma da Biblioteca Nacional pode ser
modelar para outras Bibliotecas, ela pode até servir como ponto de partida,
diante dessas dificuldades é que eu escrevi o que é Livro Raro, porque ouvia
os Bibliotecários me perguntando: ―Como é que eu sei o que são Livros raros?‖
Então a minha ideia não é dizer o que é, mas te dar os instrumentos, saber
olhar, como é que eu, que instrumentos que eu vou considerar? Como é que
eu vou mapear isso? Como é que eu vou me organizar? Quais os critérios que
eu posso usar para definir o que é errado na minha Biblioteca?
284
Entrevistador – Entendi.
Entrevistador – É verdade.
Entrevistador – É verdade.
Entrevistador – Ah.
Entrevistado A – Nós teremos a divisão de Obras Raras que vai ser uma sala
cofre de leitura, teremos um cofre geral onde serão guardados os nossos
tesouros.
Entrevistador – É, bom, está bem geral aí, eu vou tentar diminuir um campo
essa, restringir um pouco essa questão sete, qual é o impacto causado? Aí
não, não sei se eu vou restringir ou vou ampliar mais, para o Patrimônio
Cultural e para a própria instituição quando acometido de roubo e furto.
Entrevistador – Não, daqui foi Itamaraty, primeiro, grande, acho que foi
Itamaraty.
Entrevistador – É verdade.
grego, ele conheceu a obra pelo fascínio, pelo encantamento físico da matéria
didática (Ininteligível).
Entrevistador – É verdade.
Entrevistador – Entendi.
290
Entrevistador – Eu vou pular aqui rapidinho para a gente terminar aí, quais
são as dificuldades enfrentadas para a recuperação do Livro Raro que a
senhora verifica assim?
Entrevistado A – Olha.
Entrevistador – Não é o caso da BN, na BN com o Livro Raro não teve não é?
Entrevistado A – Não, não recentemente, nós, acho que o último furto que a
gente se tem notícia foi no final dos anos 70.
Entrevistador – Entendi.
criaram agora um segmento para Livro Raro. Então a ideia é: eles vão discutir
a questão do Livro Raro, então a ideia é que as Bibliotecas Universitárias a
partir dessas iniciativas, por exemplo, estabeleça uma linha de apoio de
controle, de colaboração, de estabelecimento de critérios, porque são
Bibliotecas que têm identidades. O ideal seria que Bibliotecas de Museus
estabelecessem isso, que as Bibliotecas Jurídicas, por exemplo, promovessem
um encontro, já fizeram um encontro uma vez em que eu participei sobre Livros
raros, mas que estabelecessem esse contato, eu acho que esse é o caminho.
Entrevistador – É, sim.
Entrevistador – Ah.
Entrevistador – Verdade.
Entrevistado B – A gente sabe o que tem que fazer, se muitos de nós não
fizemos não é porque não queremos, é porque não conseguimos.
Entrevistador – É, mas o que eu vejo é que também têm coisas muito baratas
que pode-se dizer para uma Política de Segurança e as instituições, às vezes,
não têm não é?
Entrevistado B – Mas não tem por quê? Vamos pensar assim: aqui por
exemplo, você tem uma quantidade pequena de funcionários, a maior parte em
processo de aposentadoria, a maior parte dos prédios dos acervos que
guardam os acervos eles têm danos estruturais que precisam, obras que
precisam ser feitas, enfim. Então é impossível você dar conta de tudo, ah, é
muito tranquilo fazer um projeto como esse, desde que você tenha as pessoas
que consigam minimamente ter tempo para refletir.
mas quais as ferramentas contra roubo e furto que a senhora acha que pode
ser aplicado especificamente no caso de Livro Raro?
Entrevistado B – (Ininteligível) nós tivemos isso aqui desde antes do furto, isso
já existia na casa, cada andar hoje em dia tem um carimbo cego, sem tinta, e
se faz a marcação em páginas específicas com a logomarca do arquivo.
Entrevistado B – Mas acho que depende, acho que você pode escolher um
bom lugar, mas isso enfim.
295
Entrevistado B – O Livro Raro ele pode ter um, dois exemplares, naquele
documento só vai existir ele.
quem quer que seja. É, então lógico que a gente vai ter um excelente controle,
mas se eu tenho, se outro funcionário aqui dentro que mapeia, é...
Entrevistado B – É complexo.
Entrevistado B – Não, acho assim que, eu acho que os furtos, eu acho não,
eu tenho certeza, que os furtos não se iniciaram no início dos anos 2000, eu
escrevi bastante sobre isso assim, é que acaba acontecendo é que em um
determinado momento, e aí é uma intuição muito impressionista mesmo minha,
eu acho que o Moacir Ferreira ele tem um papel primordial nessa questão,
quando ele no mercado, com quatro Curadores no mundo inteiro comprando
para ele, logo depois você vê essa quantidade de furtos acontecendo, e furtos
de documentos, porque você percebe como é mais fácil fazer o transporte de
documentos. E acho que depois do furto do Itamaraty, a noção de que objetos
únicos e raros estavam sendo furtados e a dificuldade de fazer a passagem, a
venda, aí as fotos se tornam, as fotos, as revistas enfim, se tornam atrativo por
serem de cópias. Então acho que isso tem um momento, então os furtos não
acontecem se, naquele momento os furtos aconteciam no Brasil, sempre, tem
um nome dito por exemplo, no Arquivo Geral que o furto tenha acontecido
naquele final de semana, não na quantidade que foi levada e acho que isso foi
levado durante muitos anos, mas acho que se percebeu que teria uma
aquisição muito austera e controladora, e que então se... Acho que se for do
jogo do furto ali assim, acho que levaram as coisas assim, mas teve uma
(Ininteligível), ou se levou coisas que há muito tempo queria se levar e não se
tinha levado, acho que tem uma perda para todos o que aconteceu na
(Ininteligível) o que aconteceu na Mário de Andrade, no Instituto Goethe. É, e
se você olhar os acervos que a Polícia Federal apreendeu você vê que
determinadas instituições nem sabiam estavam sendo furtadas e descobrem
ali, muita da documentação que eu recolhi nos depósitos da Polícia Federal
como fiel depositária, que havia toda uma burocracia entre o Fundo Nacional e
a Biblioteca Nacional, e eu chegava lá e dizia: não, não tem o menor problema,
299
quem diz que quer aqui eu assino e trago. Eu tratei essa documentação, muitas
depois você vai devolvendo porque as pessoas vão chegando, muitos
documentos ali a gente não tinha um carimbo cego ou não e você danificar a
fibra, uma pista para dizer isso é daqui ou isso é dali. É como alguns anos atrás
eu tive que fazer um Parecer para o IPHAN de um Malgon raríssimo sobre
1922, provavelmente do Maut, eu expliquei no meu Parecer que a primeira
folha estava cortada a gilete, onde o Maut escreve para quem é o Malgon,
havia marcas na lateral de etiquetas, provavelmente porque estava em uma
instituição pública, aí o IPHAN te pergunta: ―É seu?‖ Eu disse: não é meu, se é
meu eu não sei, porque não existia um controle sobre o acervo no momento
que eu entrei, o que eu posso dizer é que é de uma instituição pública, merece
continuar em uma instituição pública, então eu me ofereço para fiel depositária,
e aí o IPHAN responde: ―Se não é seu vai a Leilão.‖ Eu falhei. E o contraponto
da pessoa que estava indo ao Leilão, ela escreve no documento em próprio
punho, sem reconhecimento de firma dizendo que ela comprou em um Leilão
de uma casa na Barra, e a palavra dela contra a minha palavra de fiel
depositária, e de fé pública eu como Servidora Pública ao assinar o papel eu
dou fé pública ao que eu estou dizendo, a fala dela é que valeu mais.
Entrevistado B – Não, eu acho que para uma Historiadora não é que a gente
não dá valor, você só dá valor as instituições de memória quando você tem um
pacto de cidadania com a nação onde você vive, e a relação que uma parcela
de nós temos para as várias classes de (Ininteligível) com o Patrimônio Público
que poder ser: um documento, um monumento, uma rua, qualquer coisa, expõe
a fragilidade do pacto social, compra e venda que se tem com essa ação. Acho
que não é que nós não tenhamos um cuidado com o que é nosso, nós não
conseguimos entender que aquilo é nosso.
300
Entrevistado B – Não, acho que não existe nas instituições de uma maneira
geral verba específica para nada, a gente faz todo ano enfim, as coisas
acontecerem, umas com mais sucesso, outras com menos sucessos.
Entrevistador – É verdade.
Entrevistado C – Não, fica à vontade. Inclusive eu vou dar muita volta e você
me interrompe à vontade para me direcionar para o que você quer, porque eu
sou prolixo, você já viu, vou falando e falando e me perco. Eu vou começar
talvez diferente do que maioria das pessoas vai te responder. Eu acho que a
condição mínima de segurança contra roubo e furto está talvez na questão da
cultura das pessoas que trabalham. E cultura dos funcionários que trabalham é
uma coisa muito geral, vamos fechar mais a questão da curadoria, não me
parece até onde vai meu conhecimento nenhuma das nossas instituições têm
um trabalho, eu estou falando assim, as públicas. Nenhuma delas tem um
trabalho efetivo de curadoria, ou seja, os responsáveis pelos acervos não
trabalham efetivamente o tempo todo na construção, zelando e construindo
esses acervos, certo?
Entrevistado C – Existe uma relação cara, eu observo isso, uma relação muito
fria, muito técnica, muito material, muito, é um emprego, você está ali, tem os
livros lá, tem usuário ali, você pega lá, não há envolvimento, isso é uma
questão maior, eu acho cultural do nosso país, sabe. A raiz disso está numa
questão que é política, econômica e social, olhar a história desse país colonial,
quando é que ele se torna independente, quando é que ele isso, quando é que
ele aquilo. Estamos aqui em 2014 ainda engatinhando. O que é que é a cultura
304
desse país, o que é que é biblioteca nesse país? O que é que é Livro Raro
nesse país? Um país que onde não se podia sequer imprimir até no século XIX.
Então se você olhar tudo isso, você começa a entender. Para você ver, eu
morei no Leme cara, que era, eu nasci nos anos 50, o Leme é de Copacabana,
um dos melhores lugares para se morar, classe média, média ascendente. Meu
pai intelectual, minha casa toda forrada de livros, não tinha televisão, eu era
(ininteligível) dos anos 60, 70. Como que você não tem televisão? Eu falei não,
porque tem tanta coisa aqui que...
Entrevistado C – A gente tem que avançar, a gente tem que para o ano 2050,
2100, a gente está em 2014. Talvez 2114, 2214, eu acho que é uma coisa
assim, o país precisa, a cultura, é uma questão como eu falei, política,
econômica e social, a gente tem que chegar num outro patamar, que contribua
para que se tenha menos roubo e furto, a gente sabe que tem roubo e furto.
Quando eu estava na BNF tinha lá um ex-funcionário de manuscritos.
Entrevistado C – Então acho assim, tem uma questão cultural e que se reflete
na própria maneira como a instituição funciona. Por exemplo, essas pessoas
que trabalham nas seções, elas tinham que ter a consciência, os funcionários
de que eles é que tem que zelar contra roubo e furto. No caso da Biblioteca
Nacional, você vê como é complicado, a área de consulta misturada com a
área onde você trabalha, que é misturada com a área de guarda, é tudo um
bolo só. Isso dificulta enormemente. E depois essa coisa de que se tiver um
problema, ah, tem a câmera que nunca funciona, tem o segurança na porta,
que é semianalfabeto, você empurra para o outro, que não funciona. Por
exemplo, quando eu trabalhei na França, um dos lugares que mais me marcou,
por isso que eu cito tanto, eu percebi que lá não, que lá é você que tem que
cuidar disso, você que trabalha lá dentro, que atende o público, é você que tem
que estar olhando, é você que tem que gritar, que saiu daquela porta, dançou.
Por exemplo, em instituições como na Biblioteca Nacional houve um tempo que
estavam pondo uma fitinha assim, para que quando saísse com o livro
roubado, apitar, eu achava aquilo. Entendeu, coisa de biblioteca pública, e é
306
outra história. Então eu acho isso cara, que assim, condições mínimas de
segurança contra roubo e furto, que as instituições de guardiães de Livros raros
deverão ter. Elas deverão insistir numa cultura um pouco mais evoluída que a
nossa, teria que haver entrega, compromisso, essas são palavras-chave.
Entrega, compromisso de toda equipe, amor pelo que faz, interesse pelo que
faz, e chamar para si as responsabilidades, fazer aquilo funcionar, para mim
essa é a base. A maioria das coisas que acontecem, acontecem porque são
instituições onde todo mundo tem um emprego, ou é estagiário, ou é
contratado, cada um vai ali no seu horário, faz o seu trabalhinho e vai embora.
Você sempre acha que é o outro, e o outro acha que é o outro que vai cuidar
disso. Porque se eu não zelar por minha biblioteca, ninguém vai zelar por mim.
A gente tem que assumir. Não sei se respondi?
Entrevistado C – Porque eu acho que outras pessoas que você vai entrevistar,
vão dar uma resposta mais técnica, específica de itens, então que bom, aí você
junta a ideia da minha com a do outro e faz o teu discurso, porque eu prefiro
falar aqui para você tudo aquilo que você já sabe, você entende, eu prefiro
pensar assim de uma maneira.
Entrevistado C – Na maioria das instituições aqui você sabe, você pode ter a
grana, arrumamos um dinheiro de não sei onde, compramos o melhor que tem
em segurança contra roubo e furto, em um ano não vai estar funcionando,
todas as vezes na biblioteca que investiu é assim.
Entrevistado C – Claro, ah tem que licitar, tem que não sei o que, você sabe
as barreiras que as pessoas aceitam, que não tinham que aceitar. Ah, porque o
procurador chefe. Poxa, tem que sentar com esse cara e sensibilizar ele, cara
307
aqui é um caso excepcional, mas ninguém faz isso. Não, mas o Ministério
Público, não, mas a lei. Tudo que eu realizei na biblioteca, Raphael, foi porque
eu passei por cima de tudo isso. Mas tudo fundamentado no processo, tudo
entendeu, de chegar na cara do Procurador e falar: não posso? Com essa
minha fundamentação então o senhor assina que eu não posso, mas olha,
tenho isso, isso e isso. Não, pode. Alguma dúvida? Eu estou roubando?
Alguém está roubando? Alguém está levando?
Entrevistador – É verdade.
econômicos envolvidos. Então a base disso aqui é cultural e é... Chega, já falei
demais. Daqui para dá para você tirar alguma coisa?
Entrevistador – Está. A gente vai e volta nisso aqui. Estamos gravando nos
dois para ter certeza que vai ficar. Vamos lá. Quais as ferramentas de
segurança contra roubo e furto adotado especificamente no caso de Livros
raros aí, eu não sei se o senhor tem esse conhecimento de alguma coisa
específica para Livro Raro que o senhor acredita que dá, ou mesmo de
iconografia que a gente possa aplicar no Livro Raro aí? Interesse cultural é
para tudo não é?
Entrevistado C – Não, olha, desculpe, mas eu acho que não, eu acho que em
iconografia ela funciona mais do que livros para você, que em iconografia é
mais comum ter tiragens que são mais artesanais do que no livro. Num livro
raríssimo. Você tem que ter aqui aquele Livro Raro para você. Se você for
entrar nesse conceito babaquérrimo de que Livro Raro é uma coisa toda
técnica, amarradinha por datas e não sei o que, meu caro, aí tudo bem, você
pode fundamentar isso, ah não, eu faço uma análise biológica, e eu vou provar
que esse exemplar tem uma pinta aqui que não sei o que. Agora eu acho que o
309
problema começa aí, esse conceito está errado, se você andar aí pelo mundo,
a coisa evoluiu, mas não necessariamente aqui, há pessoas aqui que pensam
de uma maneira absolutamente anacrônica a meu ver. Então se você
considerar que mesmo uma obra de produção mais recente pode ser, mesmo
que seja livro, que um livro mais recente pode ser um Livro Raro, eu vou te
adiantar que pode.
hoje como é que você faria se você cuidar disso num lugar. Olha, eu trabalharia
com as duas vertentes: marcas de propriedade definitivas ou não, você pode
fazer algumas coisas, à grafite mesmo, que também podem na eliminação
deixar indícios que você pode descobrir numa perícia, trabalharia com marca
definitiva e trabalharia com reprodução de alto nível. Entendeu, jogaria com
essas coisas. Agora acho inviável você pensar numa instituição como a
biblioteca e colocar coisas magnéticas, não sei o que, que apita, que toca, que
não sei o que, cara, essas tecnologias vão evoluindo, e ninguém mantém isso
do jeito que é a nossa máquina administrativa. Então eu não acredito em nada
disso, então nas obras, intervenção na obra para mim é marca e reprodução.
Agora com relação aos ambientes, eu acho que eu acredito sim na eficácia de
uma política de vigilância registrada. Câmeras de vigilância, eu acho que
funcionam sim, mas não do jeito que apresenta os da Biblioteca Nacional, onde
as câmeras de vigilância estão diretamente sobre a responsabilidade do chefe
da divisão de manutenção administrativa, que é da área administrativa e etc.
Eu nunca aceitei isso quando era chefe, se eu fosse chefe da iconografia eu
que iria zelar pelas câmeras. A política lá é assim sabe, o chefe é aquela coisa,
ah não, câmera não é comigo, é administração. E eu acho que está errado,
câmera tinha que ser comigo, sim, tinha que poder colocar o pé na porta lá da
câmera e falar, está funcionando, quero ver, me dá o backup da semana
passada que eu quero dar uma examinada. Mas não é assim, aqui pelo menos,
não é assim, você entende. E essas estruturas administrativas estão muito
longe, você sabe, tem um oceano onde entra gente. E que os guardiães do
acervo aqui não tem o menor controle sobre isso, depois tem mais, por
exemplo, na Biblioteca Nacional, sabe quem fica na sala trancada que tem as
câmeras? Só os seguranças da empresa de segurança.
Entrevistador – Terceirizados?
que vigia a porta, vigiar a câmera que filma o cara que vai passar na porta. Se
você pensar em inteligência que é uma palavra usada quando a gente pensa
em segurança, uma questão de inteligência, inteligência, e inteligência no
sentido maior do termo. Cara, não pode, como é que pode o mesmo cara que
cuida disso, cuida disso? Você entende?
Entrevistador – Entendo.
Entrevistador – É verdade.
entender, tinha tido um furto e fui fundo, incomodei essas máfias de segurança,
as corporações, bibliotecários, todos se uniram e me derrubaram, e eu vi que
daqui eu não vou passar, então porque foi o primeiro momento em que eu pude
peitar isso tudo, e de uma maneira radical, que tinha acabado de acontecer um
furto, eu estava chegando. E quando eu falei, vou pegar esse touro a unha,
vamos lá. Dois meses e meio eu estava afastado.
bibliotecários amam aquilo e querem que continue sendo. Então vai continuar
não dando certo. Acho que eu já me perdi não é?
segregando os filhos da puta, entendeu, para que esse mercado se torne legal,
não tem outro jeito. Quem não gosta de ir a Paris e no (ininteligível), palácio de
leilões, (ininteligível)?
Entrevistado C – Não cara, mas isso não é não, a minha sugestão aqui de
colaborador é, você tem que se abrir para um outro mundo, que história isso
tudo, na França o (ininteligível) é super bonito, não tem nada a ver. Depois
entra lá.
Entrevistado C – Leilão de moeda, leilão de selo, cara, você fica louco. Espera
aí, como é que é? Entendeu? E o tempo todo é gente entrando e saindo, ah,
317
dou tanto, e as exposições dos leilões que vão acontecer, você entra numa
sala, está tudo exposto, leilão daqui a tantas horas, esse leilão é amanhã,
exposição de dois dias. Então cara, quando você vai num lugar desse e vê,
(ininteligível). Os calendários, está vendo, (ininteligível), Paris, você pode
comprar na internet também, está vendo? (ininteligível), só para ver. Hoje é dia
27 não é? Olha aqui, sala 09, 14h, (ininteligível). Cartas autógrafas do Marcel
Pagnol, livros antigos modernos, fotografias, selo de correio, selo, selo mesmo,
porque tem selo que não é de correio, e papéis velhos. Está vendo, mas aí na
sala 09 as 14h15, você vê, na mesma hora tem o de arte decorativa, quadros
antigos, quadros contemporâneos, quadros do século XIX, quadros modernos.
Na mesma hora na sala 12 tem (ininteligível), é relógio não é?
Entrevistador – (ininteligível).
Entrevistador – É verdade.
Entrevistado C – Você olha aqui, olha. Tudo que você imaginar, tudo olha,
você vai embora. Tudo se leiloa, tudo se... Tudo se leiloa, é uma loucura. Então
assim, quando a gente se aproxima dessa cultura, você vê que tudo não é e
318
nem precisa ser como a gente acha, de que essa coisa do comércio é nefasta,
é obscura, é não sei o que. É assim que é, é igual você ir no SEASA, não sei o
que, e ter um milhão de frutas lá dentro, está todo dia, a pessoa vem, você vai
no mercado de comidas, não sei o que, em Brasília deve ter (ininteligível). Aqui
tem a CADEG, tem o SEASA, é uma loucura, você entra ali o tempo todo, está
chegando caminhão, saindo caminhão, o cara traz a produção, coloca ali, outro
vem e compra, é igual. Então acho assim, no Brasil a gente tem uma, a nossa
maneira de encarar isso é errada.
Entrevistador – Entendi.
Entrevistador – Não, não, foi ótima a resposta. Agora vamos para a cinco
aqui. Por que no Brasil não se tem diretrizes nacionais sobre segurança contra
roubo e furto? Por exemplo, nos Estados Unidos eu vejo lá, existe específico
para Livro Raro, tem uma sessão ligada à ALA, America Library Association, e
eles montam guias, diretrizes e no Brasil a gente não vê muito isso, inclusive
que é um papel que eu acredito que deveria ser desenvolvida pela BN talvez,
principalmente na área de biblioteconomia. Por que é que o senhor acha, um
pouco responder, tem a ver com cultural.
preempção? Não sabem. Já leram as leis? Não. Convivem com isso? Não. É
despreparo, falta de cultura. Então quando é que o Brasil pode vir a ter
diretrizes nacionais de segurança contra roubo e furto de Livro Raro? Bom, no
dia em que antes disso ele tiver uma política séria geral para os seus acervos.
Para você ver, um país onde o depósito legal não funciona, não pode ter uma
política de Livro Raro. Você entende? Coisas que tem que preceder essa, por
exemplo, a Lei de Depósito Legal tem que funcionar, é uma piada no Brasil o
depósito legal. Então no dia que o depósito legal funcionar, no dia em que
esses cadastros aí, se é que são efetivos, funcionarem, no dia em que o
governo tiver dinheiro no orçamento para instituições enriquecerem seus
acervos, você entende que não tem. No dia em que no orçamento votado todo
ano, tenha x dinheiro para comprar livros para a biblioteca, no dia em que todo
ano no orçamento votado tiver x dinheiro para o funcionário sugira para sua
chefe comprar etc. Aí a gente vai estar no caminho para isso, porque aí a gente
vai começar a construir.
Entrevistador – É verdade.
Entrevistador – Com certeza, tem muita coisa aqui que eu já estou pensando
aqui.
Entrevistado C – Que sirva para isso. Me desculpe se eu não sou muito linear.
Entrevistador – Não tem problema não, é isso mesmo. É por isso que eu
mandei para cá, isso é um relatório, a gente pode mudar.
Entrevistador – Para escrever lá na tese eu tenho que ter, fiz essa pergunta,
essa foi a resposta, porque você conhece a linguagem acadêmica aí.
sentido de estar ali cobrando, isso não funciona. Isso também obrigaria as
bibliotecas a se estruturarem melhor e investirem mais. Então o ideal por um
lado o público usuário, que acho que teria que crescer, ter mais gente
precisando usar esses Livros raros. E do outro lado, uma equipe mais bem
preparada, e claro, eu acho que amor é uma palavra, e que ame o Livro Raro,
que ame o conteúdo, isso é um problema que sempre me incomodou na
biblioteca, bibliotecários muitos especializados na coisa arte fatual, esse povo
aí do Livro Raro tem muito isso, ficar discutindo critério de raridade. E aí a
encadernação, o papel não sei o que lá, marca d'água não sei o que. Você fala
vem cá, já leu? Não. Me fala um pouco sobre o assunto desse livro. Então isso
é um problema, o que é que seria uma situação ideal? O bibliotecário de Livros
raros que saíssem do objeto do artefato, e penetrassem no conteúdo da obra.
Está me entendendo?
Entrevistador – Entendi.
Entrevistador – A gente mexe com acervo musical, por exemplo, não é que o
bibliotecário tem, não tem.
Entrevistado C – Hoje nos concurso eles aceitam, mas eu ajudei aqui para
isso, eu falo eu, ninguém reconhece, mas eu nesses 30 anos lá, eu ajudei a
quebrar isso. Eu fui até a pessoa na biblioteca que fez editais informais, fez
seleção e contratou não bibliotecários para tratar com acervo, decidido em ata
de reunião que todos os chefes bibliotecários aprovaram. Assim como eu fiz o
primeiro sistema de catalogação automatizado, marque, não o livro da
biblioteca. Aprovado. Então para você ver como eu sempre fui respeitoso,
democrático, nunca tive pressa, gastei dois, três, quatro anos para dar um
passo, gastei, mas dei bem dado, tendo isso arraigado na cultura,
convencendo as pessoas que esse era o melhor caminho. Mas aí voltando
aqui, então essa é a outra parte do que seria o ideal. Eu acho que a formação
tinha que ser revista, e teria que haver a possibilidade talvez de uma pessoa de
outra área ter não sei cara, fazer ou uma pós, uma especialização de um ano e
meio, 360 horas, mas que autorizasse essa pessoa a ser bem aceita no ramo,
não ser visto como um forasteiro. Ou a formação em Biblioteconomia se
diversificar, ter assim várias habilitações possíveis na biblioteconomia,
bibliotecário com habilitação em material visual, bibliotecário com habilitação
em... Não existe isso como uma habilitação mesmo, não existe isso, existe?
Entrevistador – Não.
vista das instituições, eu acho que se produzissem mais normas, manuais, tudo
isso que você falou, seria genial. Mas desde que por trás disso tivesse como
você falou, uma associação, não sei o que, que fosse ativa, tivesse voz, porque
eu acho assim, os bibliotecários no fundo, Raphael, eles sabem tudo que se
deve ser feito, a questão é ninguém faz, por que ninguém faz? Porque não
consegue. Não consegue por quê? Porque a cultura não está devidamente.
Então não sei se respondi, mas eu acho que tem que pensar nisso tudo. Ah, a
situação ideal é a biblioteca ter um equipamento assim, assado, uma regra
assada, assim. Aí é cagar regra não é? Não é isso que resolve.
Entrevistado C – É total, eu acho que é para o país. A gente fica dizendo que
a gente quer ser primeiro mundo, e uma coisa que os nossos governantes não
conseguem entender é que você se impor culturalmente é muito importante.
Por que é que os Estados Unidos é o que é? A gente acha que é só porque
eles têm grana, é porque a gente só ouve rock and roll, usa jeans, vê cinema
americano, é isso, você se impõe culturalmente. Então eu acho que qualquer
furto de Livro Raro é uma derrota completa para o suposto projeto de país que
quer se impor internacionalmente. E até nacionalmente, fazer seu povo,
valorizar mais a sua cultura. Isso daqui é o nosso legado, é a base, é o que fica
documentado, o livro por excelência é uma fonte de história, de memória
documental, da maior importância. Então qualquer furto de Livro Raro e de
iconografia, para mim é um desastre completo. Só que a gente não dimensiona
assim, tem uma notícia de jornal ali, tem uma coisa na hora que acontece, e
depois isso vai para debaixo do tapete, se esquece. Mas é uma derrota, eu
acho isso um desastre, esse furto de 2005, os ladrões entraram lá durantes
três meses, escolheram a dedo, toda noite a segurança vai a porta, o cara ia lá
escolhendo armário por armário, foto por foto. Ele queria levar um álbum, ele
pegava um livro qualquer e enfiava na caixa para a caixa ficar pesada, normal.
Substituía foto roubada por outra foto qualquer que ele trazia. Então deixava
tudo num jeito para ficar o mais difícil possível. E foi tudo escolhido a dedo,
325
então assim, eles roubaram em torno de mil imagens, que assim, (ininteligível),
o melhor da fotografia brasileira do século XIX da coleção Dom Pedro, foi tudo
roubado, furtado. E até hoje a gente recuperou sabe quanto? 10% disso. Por
quê? Aí você vai na Polícia Federal, porra, vocês não estão investigando, tinha
que arrumar um mandado e aquilo. A Polícia Federal está subordinada ao
Ministério Público. Cara, não vai. Eu entendo, o Ministério Público está aí
lutando para manter, manter, vir ao direito de também conduzir investigações,
porque eles colocam a imagem de serem os fodões. Metade do Ministério
Público é assim, metade do Ministério Público é podre, igual tudo. Tudo é
podre nesse país, porque as pessoas que compram as obras furtadas não
deixam as investigações andarem. O fato é esse, por que é que elas não
deixam as investigações andarem? Porque elas acionam os seus contatos, que
acionam os seus contatos, enfim, isso é uma rede que envolve juízes, pessoas
ligadas ao Ministério Público, tudo, quer dizer, está tudo dominado, como a
gente fala. Por que é que essas obras são furtadas? Porque esses caras que
compram essas obras são pessoas influentes no nosso país, são políticos,
empresários, tarados, colecionadores que jamais se deixarão pegar.
Entrevistador –Vamos para a oito aqui, senão não dá nem meu prazo que
você me deu aí.
Entrevistado C – Olha, para não repetir tudo que eu já falei e numa coisa mais
técnica, eu diria que a maioria das instituições não tem um conhecimento muito
bem desenvolvido, arraigado, quanto a questões de segurança mesmo. Isso é
um assunto que não é muito bem desenvolvido, estudado. Se você pensar na
coisa de equipamento mesmo, é tudo muito caro, é uma tecnologia que evolui
o tempo todo, que exige manutenção, que a maioria das instituições mesmo
quando arruma dinheiro para comprar, depois não tem dinheiro para manter. E
a meu ver, a maioria das instituições não tem uma política de como usar isso
326
Entrevistado C – Não, claro que não, até onde eu sei, nenhum âmbito,
nenhuma previsão orçamentária.
Entrevistado C – Agora eu não acho que seria necessário existir uma verba
para roubo e furto, mas na rubrica da área técnica administrativa, não sei,
poderia ter uma rubrica de segurança, de investimentos e seguranças, não
precisa falar de roubos e furtos, mas é uma coisa usasse o termo de segurança
patrimonial e não sei o que, e isso deveria haver sim no orçamento de todas as
instituições.
Entrevistado C – E já que você está falando isso, vou dizer mais, todo
delegado da Delemaph não fica ali mais do que um ano, um ano e meio.
Entrevistador – Entendi.
Entrevistado D – Coisas como, que a gente faz, outro dia eu fui num médico
meu, para eu entrar no prédio, tiraram minha foto, pegaram meu RG, pegaram
meu nome, muitas vezes a gente vai numa biblioteca de porte, tal medida não
é tomada, isso é fatídico e, agora, o homem, eu falei de dispositivos
eletrônicos, mas, o homem, o homem atento, o homem interessado, o homem
zeloso de suas funções, um bom vigilante, ele é fundamental, você evitar que
pessoas cerquem uma mesa de consulta, isso é uma estratégia que eles
fazem, botam duas pessoas em pé, fazendo uma barreira, para que o outro
possa cortar, por exemplo, uma página...
333
aqui é uma situação especial, o furto de obra de arte, por quê? Em outros
lugares, quando há um furto, você quer pegar o agente do furto e recuperar a
coisa, mas se você não recupera a coisa, mas pega o agente, você evita que
ele aja novamente, você, ah, alcançou 90% dos objetivos. Aqui é muito
especial por quê? Porque, se eu pego o agente e não pego a obra, eu perdi, eu
até vou tirar o cara, daqui a pouco ele está solto de novo, vou ter um prazer
muito pequeno, assim, eu vou perder de quatro a um para ele, não perdi de
zero, mas perdi, o importante aqui é recuperar a coisa, então, o nosso foco
inicial é a recuperação da coisa. E qual é a dificuldade nisso? A dificuldade, a
dificuldade é agir de imediato e, porque não agimos de imediato? Por duas
coisas: primeiro: que nas, só não, se roubarem, sei lá, a coroa do Imperador,
como foi a Copa do Mundo...
Entrevistado D – Mas, livros, que é o seu objeto, o cara em vez, detecta que
tal livro foi furtado quando recuperamos e falamos: ―Olha só, esse livro aqui é
daí?‖, ―Sim, é.‖ Aconteceu já, por exemplo, com a obra Tico-tico, os caras não
sabiam que tinham roubado deles...
Entrevistador – Entendi.
Entrevistado D – Pode ter sido 16, 15, 14, 13, 12, 11, 10, nove.
Entrevistador – Entendi.
Entrevistador – Entendi.
337
Entrevistado D – Em relação aos livreiros, não, não há, não há, o que há mais
é uma relação de controle, nós temos...
Entrevistado D – Mas, não, ah, não, porque tem também o IBRAM, ah, não,
mas livro seria só no IPHAN.
338
Entrevistador – É, e aquele lá, também, não é tudo, também, que está lá, não,
então, deixa, eu estou pensando, tentando lembrar de uma, de uma instituição,
de uma, por exemplo, lá tem os, tanto os procurados, quanto os recuperados, a
Revista Tico-Tico, por exemplo, não foi uma que entrou lá, mas, como o senhor
disse, foi só depois que eles souberam, mas o material de iconografia, da ABN,
por exemplo, as fotos que foram roubadas, da coleção Teresa Maria Cristina
não estão lá, porque eu procurei ontem à noite, fotografias não, os da ABN não
vieram.
Entrevistador – É verdade.
Entrevistador – É verdade.
Entrevistador – Entendi.
Entrevistado D – Eu acho que sim, eu acho que sim, porque o problema não é
de delegado, é de agente, faltam agentes só, porque não é um crime, assim,
ele é um crime atraente, não seria difícil você atrair agentes para ele, agora, o
conhecimento que vem assim, ele é desenvolvido na rua, o que agrada os
policiais, por quê? Porque você tem que, quando desaparece uma obra dessa
e a nossa intenção é a busca da obra, você tem que ter conhecimento para
interceptar a obra.
Entrevistador – Gosta disso. E por que o senhor acha que não é delegado,
mas policiais para esse tipo de solução, de acompanhamento, para esse tipo
de inquérito, porque se não...
Entrevistado D – Eu não saberia lhe dizer, eu acho que falta mesmo uma,
uma, você vê assim, a minha divisão, ela é mais voltada para os crimes
341
Entrevistador – Entendi.
Entrevistado D – Já ouvi muita gente falar: ―Não vim para a Federal para
prender pescador‖, e, aí, como a delegacia é junto...
Entrevistador – É junto.
Entrevistado D – Você não pode ficar aqui só para investigar Laércio e seus
Blue Caps, tem outros caras, entendeu?
Entrevistador – Entendi, mas, pelo, o senhor está mais aqui, preso ao Rio,
mas pelo Brasil, de um modo geral, o senhor acha que elas estão preparadas?
O senhor acha que não? Não tem nem como...
342
Entrevistado D – Não, de uma forma geral, não, isso é normal. Olha só, nós
temos uma educação pública de terceira, uma saúde pública de terceira, não
seria nossos órgãos culturais...
Entrevistado D – Não é, na medida, a gente não sabe nem o que foi roubado.
Entrevistado D – Não, Laércio está preso, assim, realmente, ele ficou cinco
anos preso no Rio...
Entrevistado D – É mestrado?
construir essa linearidade da, do que ele fez, só que está, está meio
complicado, os processos vão me ajudar bastante, eu acho.
Entrevistador – Cinco anos, pelo Itamaraty, pelo roubo do Itamaraty, não, pelo
Instituto de botânica, aí ele pegou mais cinco pelo roubo do Itamaraty, é isso
que eu não entendi, porque não ficou preso 10, ele ficou preso cinco, quatro...
Entrevistado D – Olha, aqui, Brasil, com a importância que ele tem recebido,
no aspecto econômico, ele está se tornando um mercado de comercialização
de obras de arte muito importante, é um dos maiores mercados do mundo e,
com isso, o nosso patrimônio, ele se torna atraente, também, porque onde tem
um mercado certo, correto, legalizado, tem paralelo e um mercado grande,
oficial, tem um mercado paralelo grande, também. Portanto, é fundamental que
nós fiquemos atentos à supervalorização pelas obras de arte, pelo valor que
elas tem, mas, também, porque, esse mercado, ele está fazendo a lavagem de
um, de produtos, através de dinheiro, decorrentes de outros ilícitos, ilícitos que
têm uma repulsa social maior, tráfico de drogas, tráfico de armas, tráfico,
contrabando, entendeu?
346
Entrevistado D – Tem uma foto dele aqui, ele é do, de 1903, do Orlani.
Entrevistado D – Se você está com aquele livro dentro da sua bagagem, você
vai passar, você vai passar, não há sensibilidade da pessoa de, livro? Livro, o
cara é um intelectual, está indo estudar fora, então, é assim. Então, tem que
haver treinamento, inclusive, para, para que essas pessoas, pessoas muito
simples que quando operam aquelas máquinas, que elas saibam que outros
valores estão protegidos pelo Direito Penal, não só cocaína e ovos de
pássaros, que é o que basicamente eles pegam lá.
Entrevistador – Ah, eu sei qual é, ele é grandão mesmo, a gente tem ele lá na
biblioteca, ele é bem bonito mesmo. Então, o senhor tem essa dificuldade,
também, de impedir que ele saia do país, por isso, não é?
Entrevistado D – Por isso, passa direto, isso aí, outra dificuldade que também
é criado por, pelo sistema brasileiro, por exemplo, Victor Hugo, eu não tenho
como colocar, eu não tenho um sistema que chama, chama SINPI, Sistema
Nacional de Procurados e Impedidos, se criou um entendimento que uma
restrição, a saída de um nacional, só pode ser feita por ordem judicial, eu,
como delegado, eu não posso, nem fundamentando, porque o interesse é
fundamentado, mas, nem assim, eu não tenho como colocar lá assim: olha, o
Victor Hugo Batista da Silva, por estes motivos aqui, não são poucos, se é o
que ele for sair do Brasil, ele está impedindo de sair, mas quando ele for sair...
Entrevistado D – Tem que ser olhada a mala dele, com cuidado, a mala dele,
ele é sempre um, ah, mas isso fere direitos e garantias fundamentais, não é,
bom, a meu ver não é, mas é, para a Polícia é, os sistema brasileiro, de uma
forma geral, é.
Entrevistado D – Não podemos fazer, não podemos fazer, eu acho que na ida
e na volta, aí diz que, se é por questões tributárias, o cara da Receita pode, por
questões tributárias, os Estado é muito zeloso de alguns bens jurídicos, como
sua própria saúde financeira e tributária e, é negligente em relação a outros
bens, como patrimônio cultural.
Entrevistador – É, também.
Entrevistado E – Ele tem que tomar ciência de alguma forma, por exemplo,
denúncia ou então notícias de jornal, porque muitas vezes acontece isso,
revista, jornal, porque Leilão é uma coisa sempre cercado de um aparato, às
vezes, mercadológico, tem toda uma coisa.
Entrevistado E – Então está sabendo que vai ter um Leilão, mesmo não for
informado, mas aí o IPHAN vai lá e fiscaliza.
350
minha questão é muito daqueles que não seguem isso, porque tem também
lógico, porque senão não roubava, se não existisse esse comércio por fora, e é
essa que é a minha pergunta para o IPHAN, é essa, bom, você disse aí que
quando recebe denúncia vocês vão, mas isso acontece com muita frequência?
Não? São casos espaçados, vocês têm pessoal suficiente para ir lá averiguar
isso? É uma ação conjunta, por exemplo, com a Polícia, não sei como é que
funciona isso.
Entrevistado F – Minas.
Entrevistado E – Minas e Bahia que são as que mais acontecem isso, quer
dizer, Leilão onde acontece Leilão de Obra de Arte, quer dizer, você está
lidando com um público.
Entrevistador – Verdade.
basta lembrar, igual a esses portais de venda pela internet, é só imaginar esse
tipo de interface assim, de venda para ver como a coisa é muito mais ampla do
que a gente consegue, não é nem dar conta, consegue imaginar, consegue
imaginar, porque se alguém se for, se propuser a fazer um levantamento
desses, como é que faz em relação a metodologia de um trabalho desse? Quer
dizer, se você tem hoje o comércio eletrônico é, está nessa pujança.
(Intervenções simultâneas)
Entrevistado E – Não, então assim, então falando nesse sentido mais amplo
do comércio de bens, realmente dá para dizer que o quadro é sempre muito
aquém.
Entrevistador – Entendo.
Entrevistado E – A tal da ficha limpa, quer dizer, fica feio para ele, então o
cara até preza em ir atrás, fazer, colocar ali de seis meses ou de um e um ano
que seja, mas assim, com alguma frequência ele se dispor a colocar no
CNART.
Entrevistador – Entendi.
Entrevistador – Entendi.
Entrevistador – Não, mas aí nem está aqui previsto, mas você falando aí,
existe um canal de denúncia específico para denúncia ou é, por exemplo,
alguém quer denunciar para quem ele liga aqui no IPHAN, porque até para eu
achar vocês dois foi uma cadeia de gente aí que eu tive que conversar até.
Entrevistado F – Não.
quer dizer, ele não vai lá e aplica uma multa ao cara, ele informa ao Ministério
Público, é isso.
Entrevistador – Entendi.
Entrevistado E – Ou então por exemplo, ele verifica que tem um cara que ele
vai de repente em uma feira de antiguidades, descobre um cara que tem umas
peças importantes e: ―Olha, você tem um cadastro no CNART?‖ ―Ah, não.‖
Entrevistado E – ―Não, não vou fazer.‖ Ele vai e fala: ―Está bom, eu vou
notificar o Ministério Público então que o senhor está...‖ É mais ou menos por
aí, essa articulação é com o Ministério Público que é feita.
Entrevistado E – Aí já começa entrar na, acho que não se imagina como essa
segunda sua...
ele não sabe se o cara vai sair só país, às vezes, ele não faz essa exigência, e
o cara que compra não sabe que não pode, e aí ele pensa: ―Eu comprei, então
tchau.‖
Entrevistador – Eu sabia que era cinco mil e alguma coisa, mas eu não
lembrava mesmo auto.
Entrevistador – Eu até lembro que ela, não é o IPHAN que não está lá como
Órgão Fiscalizador, é o Conselho Nacional de Arte, uma coisa assim, que não
chegou nem a existir, porque a Lei é tão antiga, que não foi atualizada.
Entrevistado F – É antiga, mas assim, foi com base nessa Lei que houve uma
ação, no Aeroporto de Viracopos no final do ano passado que apreendeu um
362
conjunto de livros antigos e Obras Raras que estavam sendo remetidos para o
exterior.
Entrevistador – Ah.
Entrevistado E – Preempção.
Entrevistador – Entendi.
de tudo também é muito maior, quer dizer, a gente estava falando de um Brasil
na década de 30, e quem lidava com o arte morava no Rio de Janeiro ou em
São Paulo, e eram meia dúzia de pessoas que comercializavam ou o que
adquiriam, ou eram os seus próprios proprietários também. É muito, o contexto
é muito diferente.
Entrevistado F – E tem, eu acho que que têm duas coisas também para, sobre
essa questão de aquisição, primeiro tem uma questão mesmo dos Museus
Federais que saíram do IPHAN, hoje estão sobre a gestão do IBRAM, então
por exemplo, essa questão de aquisição de acervo não está cabendo tanto ao
IPHAN, a exemplo de uma, da aquisição de um Portinari que era de um banco,
que foi oferecido ao IPHAN, ele era, eu acho que uma obra tombada
estadualmente pelo IEPHA no Rio de Janeiro. Aí foi oferecido ao IPHAN, só
que dentro do Sistema MINC cabe ao IBRAM agora esse tipo de investimento,
e aí a obra foi adquirida e está hoje no Museu Nacional de Belas Artes no Rio.
Entrevistado F – Não, então é só para ilustrar que assim, então tem uma
questão aí, tem outra também que é, foi oferecida ao IPHAN em função
também do direito de preferência, é o Decreto-Lei que é importante dizer que
um bem tombado não necessariamente vai ser destituído de propriedade
particular.
Entrevistado F – É.
Entrevistador – É, senão vocês não vão almoçar hoje, deixa eu seguir aqui.
Bom, você falou, os dois já falaram bastante da questão das igrejas que
estavam sendo e tal, e aí tem uma Resolução interna de vocês, a 13/85 que eu
não consegui ter acesso, vocês têm essa Resolução que possam me passar, é
possível?
Entrevistado F – Sim.
Entrevistador – A Ata.
Entrevistado E – Não.
Entrevistador – É, então vocês têm uma boa relação aí, vocês para caso eu
peça o tombamento, por exemplo, da Coleção de Obras Raras da Biblioteca da
UnB, digamos, se eu pedisse para vocês, vocês usariam, por exemplo, sei lá a
Normativa 01 para ver se realmente os livros estão, ou como é que seria,
entendeu? Quais as características? Quais características que ele teria que ter,
esse acervo?
368
Entrevistador – Mas é, falo pelo tombamento, por exemplo, ele entende, por
exemplo, sem a anuência do IPHAN a restauração, algo muito comum em livro
por exemplo, entendeu? Porque aí você evitaria por exemplo, a restauração
inadequada da obra que você traria para as pessoas que entendem disso
olhar: ―Ah, não, isso pode, isso não.‖
Entrevistador – Por exemplo, a UnB que é uma, a Biblioteca da UnB até como
bem está, mas é uma instituição federal que é até bem menor do que a
Biblioteca Nacional, com bem menos projeção nacional do que a... E talvez ela
não tenha um setor de restauração, por exemplo, entendeu?
município, União, Distrito Federal zelar pelo preservação dos bens culturais, eu
não lembro agora os termos, mas é só achar aí.
Entrevistador – É por aí, eu sei, falar do que você está falando da Lei.
Entrevistado F – É.
Entrevistado E – Vamos dizer assim, não, mas vamos supor que não seja,
vamos supor que não fosse tombado, protegido pelo Ato Discricionário do
Poder Executivo, ainda assim certamente haverá obras lá dentro, acervos,
coleções dentro daquele acervo todo que vão estar incluídas em pelo menos
uma dessas Leis.
Entrevistado E – Ou seja, é uma Lei Federal que está dizendo que aquilo está
sobre determinado grau de proteção, e quem é que vai ter que cuidar daquilo?
É o estado, é a União, é o município?
tombada, não vai precisar exigir: ―IPHAN tombe porque é importante.‖ Não, se
já tem o escopo legal de preservação daquilo.
Entrevistador – É isso.
Entrevistador – É, mas pela Lei de não comercializar eu posso hoje pegar ele,
desmembrar todo e distribuir para a Instituição Pública, porque parece que eu
não posso nem dar para, porque é particular por um ou outro dispositivo legal
que eu não eu, eu desconheço na hora.
Entrevistado F – É só exportação.
Entrevistado F – É só exportação.
Entrevistador – Do que de menor que tem pelo Brasil que não dá para a
gente.
Entrevistado E – Tem.
Entrevistado E – Não.
Entrevistado F – Ah.
Entrevistador – É isso que eu, por quê? Porque assim, entendo que não é
único, mas algumas coleções como, por exemplo, a Biblioteca Nacional.
(Intervenções simultâneas) Existe outros dispositivos, mas o tombamento
também eu penso que deveria, não sei.
Entrevistado F – Com muita clareza, mas quando o IPHAN ele estabelece que
no Manual de Conservação preventiva para determinado bem, que é um bem
que está tombado, tal, ele passa a ser uma referência para o município que
quer fazer a conservação preventiva de um determinado bem também. Então
quando você está em uma instituição do estado de preservação você é uma
referência.
Entrevistado F – Mas é.
Entrevistador – É, não, mas sabe por que eu estou perguntando essa questão
do tombamento? É porque eu fui ao MPF e lá eu vi um caso, o seguinte, eu
não sei nem quem foi, eu não tenho o nome de quem aqui do IPHAN que
376
Entrevistador – Eu sei.
Entrevistado F – Ele assim, não é o único exemplar, o que está faltando aí?
Entrevistador – Por que não incluir? Entendeu? Isso que, e coloca observação
olha, não é.
Entrevistado F – Olha, vamos falar sobre o BCP então, o banco de bens, essa
base de dados Bens Culturais Procurados só insere bem tombado pelo IPHAN,
pelo estado ou pelo município.
377
Entrevistado F – Então por que não inserir? Porque não cabe, porque você
tem que informar qual é a proteção.
Entrevistador – Então, mas aí não existe nenhuma base de dados então que
possa incluir.
Entrevistado F – Então assim, é só para dizer, quer dizer, quais são as formas
que a gente entende da publicidade, porque no fim das contas você, a base de
dados serve para armazenar dado e aí você de alguma forma tem onde
procurar.
Entrevistador – É, não.
Entrevistado F – É isso.
é o que, porque não, porque senão não é o do IPHAN, que eu entendo que
tenha competência, tem o tombamento.
Entrevistado F – Sim.
Entrevistador – Não, mas o cidadão comum se ele sabe ele não compra a
obra, se ele testa, são banco de dados que eu posso ver, o Leiloeiro tem o que
o da Interpol eles não têm acesso, os Leilões, os de vocês sim, que é aberto
em geral, por isso que eu falo, características de vocês que é aberta geral para
a população, entendeu? Se não é o de vocês não é outro, porque tem o da
Interpol, eu consegui acesso a ele, por exemplo, eu não posso publicar o que
está lá, se não pedir autorização para eles eu não posso nem falar o que eu vi.
Entrevistado F – É você, é isso, nós o que a gente tem que pensar sobre da
publicidade.
Entrevistador – Mas aí é que está, o Museu Chácara Do Céu tem um livro lá,
que é o livro de toros.
379
Entrevistador – Entendi.
Entrevistado E – Ou seja.
Entrevistador – Sim.
Entrevistado F – Pois é.
Entrevistador – Sim.
Entrevistador – É verdade.
Entrevistador – Entendi.
Entrevistado F – Áreas.
Entrevistado F – É (Ininteligível).
Entrevistador – A competência.
de alguma forma repercutem nos sites de outros sites, revistas eletrônicas que
são ligadas à área de bens móveis e enfim, que em alguma, de alguma forma
tem alguma relação com a área. E então assim, é importante a gente
considerar também outras formas de tratar da informação sobre
desaparecimento, e aí eu entendo também quando você coloca a base de
dados, porque não é notícia por si, mas também ter onde armazenar
informação caso o cidadão queira buscar, queira verificar, se você tem isso em
uma base e dados, agora é isso.
Entrevistador – Porque uma base de dados eu sinto que fica uma coisa mais
oficial, digamos assim, porque por exemplo, eu tive esse problema de
conseguir entrar em contato com a instituição, a instituição não querer me
passar dado, a Polícia Federal fala que não tem dado que foi de competência
da Polícia Civil, a Polícia Civil não atendeu e aí eu não consegui dado nenhum,
eu falei: então vou ter que ir ao jornal, por exemplo, aconteceu no caso do
Intuito de Botânica de São Paulo que foi um crime 2012, entraram.
Entrevistado E – Não.
Entrevistador – É a instituição que tem que vir pedir para vocês? Existe.
Entrevistador – Ah.
Entrevistado E – O tombamento ele é uma ferramenta que ele tem que levar,
quer dizer, em tese ele teria que levar em consideração a natureza de cada tipo
de bem, quer dizer, se você tomba uma residência, um imóvel por exemplo, é
uma coisa, tudo o que o cara tem que fazer ali ele tem que pedir autorização
para o IPHAN, ele pode vender, comprar, fazer reforma, instalar um banheiro
novo, passa fazer, faz o projeto dá entrada no IPHAN o IPHAN autoriza.
Tombamento de Sítio Arqueológico por exemplo, já começa ficar um pouco
mais complicado, porque o Sítio Ecológico ele é um designado bem que para
você conhecer você tem que destruir, não é? Você vai ter que fazer muito
escavação.
Entrevistado F – Do ano.
Entrevistador – É, se não fosse ninguém iria estar nem aí para isso, por isso
que eu falo de tombamento mesmo, entendeu? Porque é uma ferramenta legal
em que...
Entrevistador – Isso.
Entrevistador – Não, só ler as outras perguntas que faltaram, mas que foram
respondidas, existe fiscalização efetiva do IPHAN sobre os procedimentos
exercidos no bem tombado? Mas aí era uma questão do livro em específico
que a gente, que vocês vão ficar de me passar se existe casos ou não. Quais
são as regras para inserção de item no banco de dados? Aí você falou que tem
que ser tombado.
Entrevistador – Existe algum projeto do IPHAN? Ah, esse aqui foi o único que
talvez não foi respondido, mas vocês responderam mais ou menos. Existe
algum projeto do IPHAN sobre segurança contra roubo e furto junto ás
instituições, aí no caso eu pergunto específico de Livros raros, é de Livros raros
vocês sabem de algum? Já existiu?
Entrevistado F – De prevenção.
Entrevistador – É.
Entrevistador – Porque é igual você falou: ―Tem que ser ação continuada.‖
Não é?
Entrevistador – É, e tal, isso é só ela, quer dizer, não existe outra Biblioteca
que tem isso, igual a nossa da Biblioteca da UnB que veio do Carlos Lacerda o
391
acervo, veio do Pedro Nava, mesmo que existam outros exemplares, mas que
ajudou a construir o pensamento daquele cara é só essa. (Intervenções
simultâneas)
Entrevistado E – E aí? Pode fazer isso? No caso do tombamento sei lá, então
eu não sei a reposta, entendeu?
Entrevistador – Do acervo raro específico a gente pensa até que cada obra é
como se fosse uma gravura, a gravura você que é da arte você vai me dizer
isso melhor, mas a gravura por mais que eu tenha 150 exemplares cada uma é
única, é considerada única, até porque ela recebe uma numeração única e
392
eles, se perguntar lá o Colecionador ele vai falar: ―Não, mas essa aqui está
mais escura, aqui está mais não sei o quê.‖ E é única e o livro também, e
principalmente, pelo modo de produção artesanal, até mais ou menos no final
do século XIX que não muda quando nada, em 350 anos de produção do livro
ele é único, por quê? Porque tem um que tem um erro de impressão só aquele
livro, só aquele livro tem aquela gravura, só aquele livro tem aquela.
(Intervenções simultâneas)
Entrevistador – É, isso.
Entrevistado F – Porque nem acervo assim, o valor que todo o acervo raro
tem é indiscutível, no entanto, como é que a gente faz, por exemplo, se eu
tenho um que tem na Biblioteca Nacional também, tem esse que foi
desaparecido pelo instituto...
Entrevistador – Não.
Entrevistado F – Mas a questão é essa: como que você por exemplo, mas é
assim, pelo valor é isso que a gente precisa discutir, porque tudo tem valor,
tudo tem valor, mas quando você está falando sobre instrumento de
393
tombamento a gente está trazendo esse conjunto de bens, como eles têm uma
relevância muito grande para determinado processo da Cultura Brasileira. E
não é pelo valor de ter sido constituído por um grande intelectual, não é isso,
esse agrupamento de livros de Obras Raras pela encadernação, mas tem uma
conexão com a memória que vai além, porque senão o tombamento poderia
ser para todos, todos são dignos assim.
Entrevistador – É verdade.
1 In folio 30
Autor: Baerle, Gaspar van, 1584-1648.
Título: Rerum per octennium in Brasília et alibi nuper gestarum, sub
praefectura illustrissimi Comitis I. Maurittii, nassoviae, & C. Comitis, cunc
vesaliae gubernatoris & equitatus foederatorum Belgii ordd. sub avriacao
ductoris, historia / Casparis Barlaei.
Local: Amsterdam :
Editora: Ex Typographeio Joannis Blaeu,
Data: 1647.
Colação: 340 p., 56 f. de lâms. dobradas : il.(2 color.) ; 46 cm.
Nota: Exemplar imperfeito: Faltam as lâminas 11 e 37.
Assunto: Brasil - História - Domínio holandês, 1624-1654.
Registro: 150/07.05.1954
NS: 0210148
SITUAÇÃO: Sumido. Ficou só a caixa, encontrada no local do In folio 56
v. 7 com periódicos dentro.
2 In folio 375
Autor: Bordet, E.
Título: Radiographies de l`adulte normal / E. Bordet.-
Local: Paris :
Editora: A. Maleine,
Data: 1918.
Colação: 22 p., 20 f. de lâms. ; 28 cm.
Assunto: Radiografia médica.
Registro: F866/29.07.1965
NS: 0210741
SITUAÇÃO: Sumido.
3 In folio 354
Autor: Daubenton, Louis Jean Marie, 1716-1799.
Título: Collection d`oiseaux natifs de notre pais et etrangers, de
papillons, de cerfs-volans, de hannetons, de coquilles, de coraux et
d`autres productions naturelles peu communes / de Mr. d`Aubenton=
Samlung von innlandisch und auslandischen vogeln, papilions, schrotern,
2
A apresentação dos dados sobre as obras levadas está conforme o documento citado.
401
4 In folio 07
Autor: Descourtilz, J. T. (Jean Théodore)
Título: Ornithologie bresilienne, ou, histoire des oiseaux du Bresil,
remarquable par leur plumage, leur chant ou lers habitudes / par le Dr. J.
T. Descourtilz.-
Local: Rio de Janeiro :
Editora: T. Reeves,
Data: 1852.
Colação: 42 p., 48 f. de lâms. : il. ; 61 cm.
Assunto: Aves - Brasil.
Registro: 35/29.01.1953
NS: 0213024
SITUAÇÃO: Danificado. Retiraram as estampas, ficou só o texto.
5 In folio 319
Autor: Desmons.
Título: Panorama da cidade do Rio de Janeiro / dessine d`apres nature
par Desmons.-
Local: Paris :
Editora: Lemercier,
Data: [18--?]
Colação: 13 f. de lâms. : il. ; 53 x 70 cm.
Nota: Exemplar imperfeito: Falta página de rosto. Título da capa.
Assunto: Rio de Janeiro (RJ)
Registro: 34/15.01.1960
NS: 0213039
SITUAÇÃO: Sumido. Ficou só a capa.
6 In folio 28
Autor: Ferreira, Alexandre Rodrigues, 1756-1815.
Título: Viagem filosófica pelas capitanias do Grão Pará, rio Negro, Mato
Grosso e Cuiabá, 1783-1792 / Alexandre Rodrigues Ferreira. -
Local: Lisboa :
Editora: Real Jardim Botânico,
402
Data: [18--]
Colação: 3 v. em 5 : principalmente il. ; 50 cm.
Nota: Página de rosto manuscrita.
Conteúdo Conteúdo: V. 1. Desenhos de gentios, animaes quadrúpedes,
aves, amphibios, peixes e insetos-- V. 2. Prospectos de cidades, villas,
povoações, edifícios, rios e cachoeiras-- [V. 3, pt. 1-3] Plantas.
Assunto: Amazônia - Descrições e viagens.
Assunto: História natural - Amazônia - Obras ilustradas.
Assunto: Expedições científicas - Brasil.
Registro: V.1-174-11.03.1953; V.2-175/11.03.1953; V.3 pt.1-
152/09.03.1953
NS: 0271592
SITUAÇÃO: Danificado. Faltam algumas estampas.
7 In Folio 06
Autor: Gould, John, 1804-1881.
Título: A century of birds from the Himalaya mountains / by John Gould.-
Local: London :
Editora: [s.n],
Data: 1832.
Colação: 72 f., 80 f. de lâms. : il. ; 53 cm.
Assunto: Aves - Himalaia - Obras ilustradas.
Registro: 968/20.101952
NS: 0272866
SITUAÇÃO: Sumido.
8 In Folio 83
Autor: Hooker, William Jackson, 1785-1865.
Título: Description of the Victoria Regia, or Great water-lily of South
America / by Sir W.J. Hooker.-
Local: London :
Editora: Reeve,
Data: 1847.
Colação: 8 p., 4 f. de lâms. : il. color. ; 45 cm.
Assunto: Vitoria Regia - Brasil.
Registro: 430/17.07.1953
NS: 0273627
SITUAÇÃO: Danificado. Retiraram as estampas, ficou só o texto.
9 In folio 53
Autor: Levaillant, François, 1753-1824.
Título: Histoire naturelle des perroquets / François Levaillant.-
Local: Paris :
Editora: Chez Levrault & Schoell,
Data: 1801-1838.
Colação: 3 v. : principalmente il. color.; 52 cm.
Nota: "Troisieme volume (Supplementaire), pour fiare suite aux deux
vols. de Levaillant, contenant les especes laissees inedites par cet
auteur ou recemment de couvertes. Ouvrage destine a completer une
403
10 In folio 145
Autor: Levaillant, François, 1753-1824.
Título: Histoire naturelle d`une partie d`oiseaux nouveaux et rares de
l`Amerique et des Indes / par François Levaillant.-
Local: Paris :
Editora: J. E. G. Dufour,
Data: 1801-1802.
Colação: 8 pt., 240 f. de lâms. : il. color. ; 34 cm.
Nota: "Ouvrage destine par l`auteur a faire partie de son ornithologie
D`Afrique"
Nota: A Biblioteca possui: Pt.1
Assunto: Aves – América
Assunto: Aves - Índia
Registro: V.1-533/18.09.1953
NS: 0274789
SITUAÇÃO: Danificado. Retiraram as estampas, ficou só o texto.
11 In folio 133
Autor: Mikan, Johann Christian, 1769-1844.
Título: Delectus florae et faunae brasiliensis / auctore J. C. Mikan; jussu
et auspiccis Francisci I ... .—
Local: Vindobonae :
Editora: A. Strauss,
Data: 1820.
Colação: [50] p., 24 f. de lâms. : il. color. ; 56 cm.
Assunto: Botânica - Brasil.
Assunto: Zoologia - Brasil.
Registro: 1083/04.12.1952
NS: 0276015
SITUAÇÃO: Sumido. Ficou só a caixa e a capa.
12 In folio 302
Autor: Nieuhoh, Johann, 1630-1672.
Título: Gedenkwerdige brasiliaensis zee-en lant-reize : behelzende al het
geen op dezelve is voorgerallen: benessens ein bondige beschrijving van
lantschappen, steden en goldsdienst der inwoonders.-
Local: Amsterdam :
Editora: J. van Meurs,
Data: 1682.
Colação: [7], 240, [2] p., 6 f. de lâms. : il. ; 32 cm.
404
13 In folio 168
Autor: Piso, Willem, 1611-1678.
Título: Medicina brasiliensi, libri quatuor ... / Guilielmi Pisonis. Historiae
rerum naturalium brasiliae, libri octo ... / Georgi Marcgravi.-
Local: Lugdun. Batavorum :
Editora Apud L. Elzevirium,
Data: 1648.
Colação: 2 v. em 1 : il. ; 35 cm.
Nota: Página de rosto gravada: Historia naturalis Brasiliae in qua non
tantum plantae et animalia, sed et indigenarum morbi, ingenia et mores
describuntur et iconibus supra quingentas illustrantur.
Assunto: Medicina -- Brasil.
Assunto: História natural -- Brasil.
Secund - Marcgrave, George, 1610-1644. Historiae rerum naturalium
Brasiliae.
Registro 405/01.09.1959
NS: 0283604
SITUAÇÃO: Sumido.
14 In folio 79
Autor: Prevost, Jean-Louis, ca.1745-ca.1810.
Título: Collection des fleurs et des fruits / peints d`apres nature par Jean-
Louis Prevost, et tires de son porte-feuille ; avec un discours
d`introduction sur lésage de cette collectio dans les arts et les
manufactures ... par P. M. Gault-de-Saint-Germain ; avec une explication
des planches par Ant.-Nic. Duchesne.-
Local: Paris :
Editora: Chez Vilquin, ed. et marchand d`estampes,
Data: 1805.
Colação: 19, [48], 103 p., 88 f. de lâms. : il. color. ; 53 cm.
Assunto: Flores na arte.
Assunto: Frutas na arte.
Assunto: Plantas na arte.
Registro 484/20.08.1953
NS: 0284493
SITUAÇÃO: Danificado. Faltam algumas estampas.
15 In folio 106
Autor: Raddi, Giuseppe, 1770-1829.
Título: Plantarum brasiliensium nova genera et species novae, vel minus
cognitae. Pars. 1. (Filices) / collegit, et descripsit Iosephus Raddius.-
405
Local: Florentiae :
Editora: Ex Typ. A. Pezzat,
Data: 1825.
Colação: 101 p., 97 f. de lâms. : il. color. ; 37 cm.
Nota: Publicação interrompida.
Assunto: Botânica - Brasil.
Assunto: Filicales - Brasil.
Assunto: Botânica - Obra ilustradas.
Registro: 981/27.10.1952
NS: 0284582
SITUAÇÃO: Sumido. Ficou só a caixa.
16 In folio 09
Autor: Ribeyrolles, Charles, 1812-1860.
Título: Brazil pittoresco : álbum de vistas, panoramas, paisagens,
monumentos, costumes, etc.: com os retratos de sua majestade
Imperador Don Pedro II et da família imperial / photographiados [sic] por
Victor Frond; lithographiados {sic] pelos primeiros artistas de Paris ... ; e
acompanhados de três volumes in 4. sobre a história, as instituições, as
cidades, as fazendas, a cultura, a colonização, etc., do Brasil por
Charles Ribeyrolles.-
Local: Paris :
Editora: Lemercier,
Data: [1861?]
Colação: 1 atlas (75 f. de lâms.) : il. ; 65 cm.
Nota: A biblioteca só possui o atlas.
Assunto: Brasil - Descrições e viagens.
Assunto: Brasil - História.
Registro: ÁLBUM 176/13.03.1953
NS: 0286234
SITUAÇÃO: Sumido. Ficou só a capa.
17 In folio 192
Autor: Sclater, Philip Lutley, 1829-1913.
Título: Exotic ornithology : containing figuresand descriptions of new or
rare species of american birds / by Philip Lutley Sclater and Osbert
Salvin.—
Local: London :
Editora: B. Quaritch,
Data: 1866-1869.
Colação: 204 p., 100 f. de lâms. : il. color. ; 54 cm.
Nota: Exemplar imperfeito: Faltam as páginas 89-92 e lâmina 15.
Assunto: Aves - América do Norte.
Assunto: Aves - Obras ilustradas.
Secund - Salvin, Osbert, 1835-1898.
Registro 13/23.01.1956
NS: 0360860
SITUAÇÃO: Sumido. Ficou só a caixa e a capa.
406
18 In folio 256
Autor: Spix, Johann Baptist von, 1781-1826.
Título: Animalia nova sive species novae lacertarum, quas in itinere per
Brasiliam annis 1817-1820 / J. B. Spix.-
Local: Monachii :
Editora: F. S. Hubschmanni,
Data: 1825.
Colação: [8], 26 p., 30 f. de lâms. : il. color. ; 37 cm.
Nota: Encadernado com as obras do autor: Serpentum brasiliensium
species novae ou, histoire naturelle ... Monachii, 1824. Animalia nova
sive, species novae testudimum, quas in itinere per Brasiliam annis
1817-1820. Monachii, 1824- Animalia nova sive, specie novae ranarum,
quas in itinere per Brasiliam annis 1817-1820. Monachii, 1824.
Assunto: Lagartos - Brasil.
Assunto: Cobras - Brasil.
Assunto: Rãs - Brasil.
Registro: 162/05.05.1958
NS: 0361033
SITUAÇÃO: Danificado. Este In folio era encadernado com outras obras
do autor. Retiraram a primeira obra encadernada.
19 In folio 48
Autor: Spix, Johann Baptist von, 1781-1826.
Título: Avium species novae quas in itinere annis MDCCCXVII-
MDCCCXX per Brasiliam ... / collegit et descripsit Joannes Bapt. de Spix;
primum editi tabulas revisit, denuo imprimendas et emendatis coloribus
imbuendas curavit Car. Frid. Phil. de Martius.-
Local: Monachii :
Editora: Impensis Editoris,
Data: 1840.
Colação: 2 v. : il. color. ; 37 cm.
Nota: Página adicional (47) impressa sómente de um dos lados foi
acrescentada ao vol.1.
Assunto: Aves - Brasil.
Assunto: Aves - Obras ilustradas.
Secund - Martius, Karl Friedrich Philipp von, 1794-1868.
Registro: V.1-1046/25.11.1952; V.2-1047/25.11.1952
NS: 0361042
SITUAÇÃO: Sumido. Ficou só a caixa e a capa.
20 In folio 293
Autor: Spix, Johann Baptist von, 1781-1826.
Título: Simiarum et vespertilionum brasiliensium species novae ou,
histoire naturelle des especes nouvelles de singes de chauves-souris
observees et recueillies pendant le voyage dans l`interieur du Bresil ...
dans les anees 1817-1820 / publ. par Jean de Spix.—
Local: Monachii :
Editora: Typ. F. S. Hubischmanni,
Data: 1823.
407
22 In folio 468
Autor: Vasquez, Pedro Karp, 1954-
Título: Rio de Janeiro, 1862-1927 : álbum fotográfico da formação da
cidade / textos Pedro Karp Vasquez, Augusto C. da Silva Telles ;
prefácio Zuenir Ventura ; [reproduções fotográficas Sérgio Burgi].
Local: São Paulo :
Editora: Instituto Moreira Salles,
Data: c1998.
Colação: 205 p. : il. (algumas color.), mapas color. ; 39 cm.
Nota: Apêndices : p. 201-205.
Bibliog.:Inclui bibliografias e índices.
Assunto: Fotografias - Rio de Janeiro (RJ)
Assunto: Rio de Janeiro (RJ) – Descrições e viagens.
Assunto: Rio de Janeiro (RJ) - História.
Secund - Telles, Augusto Carlos da Silva, 1923-
Secund - Instituto Moreira Salles.
Registro: 56/28.04.2000
NS: 0379570
SITUAÇÃO: Sumido.
23 In folio 204
Autor: Vieillot, L.P. (Louis Pierre), 1748-1831.
408
24 In folio 250
Autor: Wied-Neuwied, Maximilian, 1782-1867.
Título: Recueil de planches coloriees d`animaux du Bresil / publ. par S.
A. S. le Prince Maximilien.-
Local: Weimar :
Editora: Bureau d`Industrie,
Data: 1822-1831.
Colação: 15 pt. em 1 v. : il. color. ; 46 cm.
Nota: Exemplar 2 imperfeito: Faltam as pts. 11-15.
Assunto: Zoologia - Brasil.
Assunto: Zoologia - Obras ilustradas.
Registro: EX. 2—51/22.02.1961
NS: 0362157
SITUAÇÃO: Danificado. Faltam algumas lâminas
25 In folio 14
Autor: AUDEBERT, J. B. (Jean Baptiste), 1759-1800.
Título: Histoire naturelle des singes et des makis
Local: Paris :
Editora: Desray,
Data: 1800.
Colação: iii, 165 p., f. de lâms. : il. (61 color.) ; 51 cm.
Nota: Exemplar imperfeito: Falta página de rosto. Título da lombada. Ex.
2 impressão de 1810, com laminas não coloridas
Assunto: Macacos.
Assunto: Lêmures.
Registro: 511/10.07.1952
NS: 0210083
SITUAÇÃO: Danificado. Retiraram quase todas as estampas.
26 In folio 50
Autor: MARTIUS, Karis Friedrich Philipp von, 1794-1868.
Título: Historia naturalis palmarum : opus tripartium...
Local: Lipsiae :
Editora: Monachii Impensis Auctoris,
Data: 1823-1850.
Colação: 3v. : il. ; 61 cim.
409
28 In folio 05
Autor: Martius, Karl Friedrich von.
Título: Ícones selectae plantarum cryptogamicarum, quas in it inere per
Brasiliam annis MDCCCXVII-MDCCCXX...
Data: 1828-1834.
SITUAÇÃO: Danificado. Totalmente recuperado.
29 In folio 10
Autor: Buffon, Georges Louís Leclerc, Comte de, 1707-1788.
Título: Histoire naturelle des oiseaux...
Data: 1771-1786.
SITUAÇÃO: Danificado.
30 In folio 25
Autor: Jacob, Nicholas Henri.
Título: Storia naturelle dele scimie...
Data: 1812-1814.
SITUAÇÃO: Danificado.
31 In folio 45
Autor: Spix, Johann Baptiste von.
Título: Atlas zur reise in Brasilien...
SITUAÇÃO: Danificado.
32 In folio 76
Autor: Pohl, Johann Emanuel Wied-Neuwied, Maximilian.
Título: Plantarum brasiliae icons et descriptions hactenus ineditae...
Data: 1827-1831.
SITUAÇÃO: Danificado. Totalmente recuperado.
410
33 In folio 86
Autor: Bonpland, Aime.
Título: Description des plantes rares cultivees a malmaison et a Navarre
SITUAÇÃO: Danificado.
34 In folio 124
Autor: Burmeister, Hermann.
Título: Erlauterungen zur fauna brasiliens : enthaltend abbildungen und
ausfuhrliche beschreibungen neuer oder ungenugend bekannter thier-
arten
SITUAÇÃO: Danificado. Totalmente recuperado.
35 In folio 229
Autor: Spix, Johann Bapstiste von.
Título: Selecta genera et species pisciu : quos in itinere per Brasilian
annis MDCCCXVII-MDCCCXX...
Data: 1829-1831.
SITUAÇÃO: Danificado. Totalmente recuperado.
estampas; in-fólio 133, livro completo; in-fólio 168, livro completo; in-fólio 229,
recuperadas 60 estampas; e in-fólio 319, recuperadas 13 estampas. Estes in-
fólios correspondem aos itens 4, 5, 11, 13, 28, 33, 35 e 36 da listagem acima.
3
Site do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro: http://www.rio.rj.gov.br/web/arquivogeral/
principal. Acesso em: 02 jul. 2014.
413
5
Registros apresentados conforme estão no documento.
417
Primeiro lote:
Segundo lote:
Piezas hurtadas: Pt. 1-2. t. 1: pt. 3-4. t. 2; pt. 5-6. t. 3: pt. 9-10. T. 5: t. 6 y
4 atlas (Total: 9 piezas)
6
Dados apresentados conforme descrição presente na listagem enviada pela instituição.
424
Terceiro lote:
10 The new Brazil – Its resources and attraction (Marie Robinson Wright) –
Philadelphia 1907
12 Comédia Portugueza
7
Descrição das obras conforme o Auto de Fiel Depositário.
428
8
Lista de instituições retirada do site oficial do PLANOR: http://www.bn.br/planor. Acesso em:
08 fev. 2012.
429
Sorocaba
Biblioteca Municipal Mario de Municipal Prefeitura de São Paulo São Paulo SP
Andrade
Biblioteca Municipal Origenes Municipal Prefeitura Municipal de Lençóis SP
Lessa Lençóis Paulista Paulista
Biblioteca Nacional de Brasília Pública Secretaria de Cultura do Brasília DF
Distrito Federal
Biblioteca Particular João [Privada] - - -
Milanez Muller*
Biblioteca Plinio Salgado [Municipal] [Prefeitura Municipal de [Rio Claro] [SP]
[Arquivo Público e Histórico Rio Claro]
do Município de Rio Claro]
Biblioteca Redentorista Privada Igreja da Glória. Juiz de Fora MG
Congregação
Redentorista
Biblioteca Publica Benedito Estadual Governo do Estado da São Luis MA
Leite Cultura do Maranhão
Biblioteca Publica do Estado Estadual Secretaria de Educação e Salvador BA
da Bahia Cultura
Biblioteca Publica do Estado Estadual Secretaria de Estado da Florianópolis SC
de Santa Catarina Cultura
Biblioteca Pública do Estado Estadual Secretaria de Estado de Manaus AM
do Amazonas Cultura
Biblioteca Publica do Estado Estadual Secretaria de Estado de Rio de Janeiro RJ
do Rio de Janeiro Cultura
Biblioteca Publica do Estado Estadual Secretaria de Estado da Porto Alegre RS
do Rio Grande do Sul Cultura
Biblioteca Publica do Paraná Estadual Secretaria de Estado da Curitiba PR
Cultura do Paraná
Biblioteca Publica Epifanio Estadual Secretaria da Cultura e Aracaju SE
Dorea Meio Ambiente
Biblioteca Publica Estadual Estadual Fundação Cultural do Belém PA
Artur Vianna Para Tancredo Neves
Biblioteca Pública Estadual de Estadual Secretaria de Estado da Maceió AL
Alagoas Cultura
Biblioteca Pública Estadual Estadual Secretaria Estadual de Cuiabá MT
Estevão de Mendonça Cultura
Biblioteca Publica Estadual Estadual Secretaria de Estado da Belo Horizonte MG
Luiz de Bessa Cultura de Minas Gerais
Biblioteca Publica Estadual Estadual Secretaria de Educação e Recife PE
Presidente Castello Branco Desportos
Biblioteca Pública Governador Estadual - Fortaleza CE
Menezes Pimentel
Biblioteca Pública Municipal Municipal Secretaria Municipal de Cabo Frio RJ
―Prof. Walter Nogueira‖ Cultura
Biblioteca Publica Municipal Municipal Prefeitura Municipal de Araraquara SP
Mario de Andrade Araraquara
Biblioteca Pública Municipal Municipal Secretaria Municipal de Feliz RS
Pedro Hahn Gestão Pública
Biblioteca Publica Municipal Municipal Prefeitura Municipal de Nova Prata RS
Professora Adelina Cherubini Nova Prata
Tomedi
Sociedade Sul Rio-Grandense Privada - Santa Cruz RJ
Biblioteca Técnica do Centro Federal Centro de Hidrografia da Niterói RJ
de Hidrografia da Marinha Marinha
Biblioteca Pedro Aleixo Federal Câmara dos Deputados Brasília DF
Museu Casa dos Contos. Federal Ministério da Fazenda Ouro Preto MG
Centro de Estudos do Ciclo do
Ouro
Biblioteca Cesar Bierrenbach Privada Centro de Ciências, Campinas SP
Letras e Artes
430
Região
Biblioteca de Obras Raras Estadual Universidade Estadual da Campina PB
Átila Almeida Paraíba. Biblioteca Grande
Central
Biblioteca Teixeira de Freitas Federal Universidade Federal da Salvador BA
Bahia/Faculdade de
Direito
Biblioteca do Museu de Arte Federal Universidade Federal da Salvador BA
Sacra Bahia
Biblioteca de Ciências da Federal Universidade Federal do Fortaleza CE
Saúde Ceará
Universidade Federal do Federal Ministério da Educação Fortaleza CE
Ceará
Biblioteca da Faculdade de Federal Universidade Federal do Fortaleza CE
Direito Ceará
Biblioteca Central do Federal Universidade Federal Niterói RJ
Gragoatá Fluminense
Biblioteca Central Federal Universidade Federal do Goiânia GO
Goiás
Biblioteca do Museu de Arte Federal Universidade Federal de Juiz de Fora MG
Moderna Murilo Mendes Juiz de Fora
Coordenação dos Órgãos Federal Universidade Federal do São Luis MA
Suplementares Maranhão
Biblioteca Central Federal Universidade Federal de Campo Grande MS
Mato Grosso do Sul
Biblioteca do Centro Federal Universidade Federal do Aquidauana MS
Universitário de Aquidauana Mato Grosso do Sul
Biblioteca de Obras Raras Federal Universidade Federal de Ouro Preto MG
Professor José Pedro Xavier Ouro Preto
da Veiga
Biblioteca Central Joaquim Federal Universidade Federal de Recife PE
Cardoso Pernambuco
Biblioteca da Faculdade de Federal Universidade Federal de Recife PE
Direito Pernambuco
Biblioteca Central do Centro Federal Universidade Federal do Rio de Janeiro RJ
de Ciências da Saúde Rio de Janeiro
Biblioteca Alberto Federal Universidade Federal do Rio de Janeiro RJ
Nepomuceno Rio de Janeiro. Escola de
Música
Biblioteca Central do Fórum Federal Universidade Federal do Rio de Janeiro RJ
de Ciência e Cultura Rio de Janeiro
Biblioteca Marina São Paulo Federal Universidade Federal do Rio de Janeiro RJ
de Vasconcellos Rio de Janeiro. Instituto
de Filosofia e Ciências
Sociais
Museu Nacional Federal Universidade Federal do Rio de Janeiro RJ
Rio de Janeiro
Biblioteca Central "Zila Federal Universidade Federal do Natal RN
Mamede" Rio Grande do Norte
Biblioteca Central. Federal Universidade Federal do Porto Alegre RS
Departamento de Obras Rio Grande do Sul
Raras
Biblioteca Universitária. Seção Federal Universidade Federal de Florianópolis SC
de Coleções Especiais Santa Catarina
Biblioteca Central "Manoel Federal Universidade Federal de Santa Maria RS
Marques de Souza", Conde Santa Maria
de Porto Alegre
Biblioteca Central/ Coleção de Federal Fundação Universidade Brasília DF
Obras Raras de Brasília
Biblioteca Central ―Cesar Estadual Universidade Estadual de São Paulo SP
Lattes‖. Diretoria de Coleções Campinas
433
* Não possui mais informações sobre estas instituições no Banco de Dados do PLANOR
434
1 Fonte geral
Brasil:
Brasiliana:
Cidades:
I RELATÓRIO:
II FUNDAMENTAÇÃO:
II 1 Questões preliminares:
Entretanto, não verifico a referida falha, uma vez que os fatos narrados
na denúncia permitem uma perfeita compreensão de todo o ocorrido, razão que
me leva a não vislumbrar qualquer óbice ao exercício do direito ao contraditório
e a ampla defesa, ambos insculpidos no art. 5º, inciso LV da CRFB-88.
Ressalto que dessa decisão não foi interposto qualquer recurso ou ação
autônoma de impugnação no momento oportuno. Portanto, já se encontra
443
1
CHIOVENDA, Giuseppe. Intitutizioni di Diritto Processuale Civile, Volume I. Napoli: Nicola
Jovene & C. Editori, 1933, p. 340. Para Marinoni e Arenhart, o texto acima traduzido para o
vernáculo significa basicamente que: ―a preclusão consiste na perda, ou na extinção ou na
consumação de uma faculdade processual‖ in MARINONI, Luiz Guilherme. ARENHART, Sérgio
Cruz, Manual do processo de conhecimento. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003, p.
654.
2
Art. 473 do CPC c/c art. 3º do CPP.
3
CHIOVENDA, Giuseppe. Intitutizioni... Volume I, p. 341. No mesmo sentido: BIAVATI, Paolo.
Iniziativa delle parti e processo a preclusioni. Revista Trimestrale di Diritto e Procedura Civile.
II/478-512, Milano: Giuffré Editore, giugno 1996. ―L´idea che le preclusioni siano, in definitiva,
444
II 2 Mérito:
un´esigenzalogica, connaturale a qualsiasi tipo di processo, già fatta propria dalla dottrina
dominante‖.
445
4
SANTOS, Juarez Cirino dos. A moderna teoria do fato punível. Rio de Janeiro: Freitas Bastos,
2000, p. 348.
447
Cumpre destacar, por fim, que a sanção penal surge como a medida
repressiva mais rigorosa como resposta do Estado àqueles que praticaram atos
cuja magnitude colocam em risco a convivência social. Esta punição, no
entanto, por importar muitas vezes em restrição ao direito fundamental de
liberdade, assegurado no art. 5º, caput, da Constituição brasileira, somente
poderá ser determinada quando existirem provas cabais de que o agente
tenha, de fato, contribuído para o evento danoso, pois, do contrário, se torna
imperiosa a sua absolvição, em homenagem ao princípio da presunção de
inocência, que também possui previsão constitucional (art. 5º, inciso LVII). Em
conseqüência, se verifica que o valor contido nesta norma da Constituição foi a
proteção do status natural do homem, desta sua faculdade de agir e decidir de
acordo com a sua própria determinação, que muitos denominam simplesmente
de ―liberdade‖5. No caso concreto, todavia, não tenho dúvidas de que houve a
prática do crime acima mencionado, também sendo manifesto o atuar
reprovável do acusado.
III DISPOSITIVO:
5
Dicionário Aurélio Eletrônico, v. 2.0.
448
I Relatório
II Fundamentação
É certo, por outro lado, que algumas das peças extraviadas eram de
dimensões tais que o acusado jamais passaria despercebido ao deixar as
dependências do Palácio do Itamaraty. Neste sentido, consta do relatório
subscrito pela servidora Maria Marlene, à fl. 72 do Inquérito Policial: “no dia
21/07 p.p., ao precisar de 3 (três) mapas guardados na Sala Calouste
Gulbenkian, constatamos que haviam desaparecido. Não caberia nenhuma
outra busca. Eram mapas grandes, medidas entre 2 e 3 metros. Só caberiam
ali”. De fato, e conforme alegado pela defesa, é absolutamente improvável que
o réu lograsse, sem o auxílio de funcionários, sair das dependências do Palácio
do Itamaraty levando consigo objetos com tais dimensões, sem ser percebido.
Itamaraty alguns dos itens extraviados. Ocorre que não há prova alguma que
permita concluir pela existência dessa colaboração.
De notar que Maria Marlene não pôde ser ouvida em juízo devido às
precárias condições de saúde (fl. 96, verso). De todo modo, a prova é
absolutamente convergente com os demais elementos e a condenação não se
apoia exclusivamente nela.
Por sua vez, Elizabeth Brandão, ouvida em sede policial conforme termo
de depoimento de fls. 338/339, afirmou “QUE se recorda que há dois anos,
aproximadamente, a Mapoteca do Itamarati, onde estagia na área de
biblioteconomia, recebeu a vista de dois rapazes, um moreno e outro mais
claro, quase louro, com trejeitos de homossexuais e sotaque de paulistas”.
459
Não há, por outro lado, nenhuma causa capaz de excluir a ilicitude da
conduta ou a culpabilidade do réu, cuja medida será analisada a seguir.
463
Observo, por fim, que a escala penal para o tipo do art. 155, § 4.º, é
elástica, sendo largo o intervalo entre a pena mínima e a máxima cominadas, a
demonstrar que não é correto o critério de fixação da pena-base a partir da
pena mínima cominada, mediante incidência de frações. Ao contrário, a pena-
base deve levar em conta o termo médio da pena cominada, aproximando-se
deste a pena aplicada para as condutas que revelam maior gravidade,
conforme as circunstâncias dispostas no art. 59 do Código Penal.
4 Da Prisão Cautelar
III Dispositivo.
I RELATÓRIO
12. ASSIS, Machado de. Histórias sem data. Rio de Janeiro: Garnier,
1909. 224p.
16. ASSIS, Machado de. Relíquias de casa velha. Rio de Janeiro; Paris:
H. Garnier, 1906. 264 P
469
17. ASSIS, Machado de. Varias historias. Rio de Janeiro: Laemmert & C.
Editores, 1896. 310p.
19. AZEVEDO, Aluisio. Demonios. São Paulo: Teixeira & Irmão Editores,
1893. 264p.
41. CRULS, Gastão. Hiléia amazônica. São Paulo: Ed. Nacional, 1944.
267p.
471
61. KELLER, Franz. The Amazon and Madeira rivers: sketches and
description from the note-book of an explorer London: Chapman and
Hali, 1875. 210p. : il., 27cm.
62. KOENIGSWALD, Gustavo. São Paulo. São Paulo: [5. n.], 1 895. 1
49p. : il., 28cm.
66. LEGENDE céleste. Nouveile histoire de Ia vie des saints avec la rie
de Notre-Seigneur JésusChrist, celie de Ia Saint Vierge. P. Meilier, 1845-
46.
75. MORAES, Vinicius de. Amor total. [Rio de Janeiro]: record, [1985?].
[18] p. : ii.; 12cm.
77. OSSER VAZIONE intorno all 'abuso dei caffê, ed alle virtù di un
nuovo té veneziano ... , 1754.
81. QUEIROZ, Eça de. O mandarim. Porto: Livraria Chardron, de Leilo &
Irmão, L.da, 1927.
91. SAMPAIO, Antonio José de. A general description of the state of the
Piauhy. 1905.
92. SANTOMA 50, Giuseppe. Sei litografie a colori. C. Bestett [s. 49cm.
93. SCHMIDT, Afonso. Carne para canhão: peça em três atos. São
Paulo: UNITAS, 1934. 98p., 18cm.
97. SPIX, Johann Baptist von. Avium species novae, quas in itinere per
Brasillam annis MDCCXVll-MDCCCxx. Monachii: Hubschmanni, 1824-
25. 2v. : ii.. col.; 37cm.
102. VERlSSÍMO, Erico. Contos. Porto Alegre: Globo, 1977. . 121p. : iI. ;
32cm.
103. VICENTE, Gil. Obras de Gil Vicente. Porto: Leilo & Irmão, 1965.
468p.
Foi juntado ofício expedido pela vítima informando que 37 (trinta e sete)
livros foram localizados (fls. 355/356).
II FUNDAMENTAÇÃO
478
passear naquele Estado; que mora em São Paulo; que esteve sozinho
todas as vezes que foi na biblioteca; que esteve apenas na sala de
periódicos, sendo que a pesquisa era sobre a vida de Carmem Miranda;
que não subtraiu nenhum periódico ou qualquer dos itens citados na
denúncia; que acredita que está sendo perseguido por policiais federais,
porque já teve problemas com a justiça em 2004, ocasionando sua
condenação pela receptação, como já declarado; que não conhece as
pessoas relacionadas na denúncia; que quando esteve na sala de
periódicos da biblioteca foi orientado por uma estagiária, cujo nome
seque (sic) tomou conhecimento ... " (fls.318/319).
"... que nega as imputações; que nega ter furtado as obras mencionadas
na denúncia da Biblioteca Pública do Paraná; que o depoente foi à
Biblioteca Pública do Paraná como pesquisador do setor de periódicos e
não como pesquisador do setor de Obras Raras; que não teve vista das
obras mencionadas na denúncia e nem esteve no setor de Obras Raras,
que é distinto do de periódicos; que não conhece o co-Réu Victor Hugo;
que não conhece as testemunhas cujos depoimentos estão às fls. 14/17;
que, no setor de periódicos, o depoente não precisa ter contato com os
funcionários da biblioteca; que nega ter cortado ou avariado exemplares
da Revista "O Cruzeiro" ou de outras publicações; que o setor de
periódicos é de livre acesso e, por isso, alguns exemplares estão muito
avariados; que alguns títulos estão desaparecidos, segundo informações
dadas pelos funcionários; que não tem nada mais a acrescentar; que
sua Defesa está sendo exercida pelo Dr. Marcos Antônio Ferreira Prado,
OAB/RJ n° 63.518; que já foi preso e processado, por crime de furto de
livros do Jardim Botânico, pela 2ª Vara Criminal Federal; que foi
condenado à pena de cinco anos de prisão; que responde a vários
outros processos, não sabendo elencá-los; que esteve na biblioteca por
três ou quatro vezes, salvo engano, em 2006, no período de férias de
junho; que não existe um meio de identificação de quem entra no setor
de periódicos; que o acesso é livre; que, no setor de Obras Raras, é
necessários que a pessoa se identifique para ter acesso aos livros; que
481
"... que a depoente foi procurada pela chefe da Seção de Obras Raras,
senhora Maria Dacechen, onde a mesma indagou sobre a possibilidade
de ter sido lado ou emprestado livros pela depoente, a resposta foi
negativa e a senhora Maria, quando então dirigiu-se a assessoria técnica
indagando sobre a mesma questão com a senhora Clarice. Neste
momento a depoente também já se encontrava naquela assessoria,
onde em conjunto decidiram checar as informações diretamente no local.
Diligenciaram. no setor através de pesquisas em fichas topográficas,
inventariando o acervo superficial mente, bem como diligenciaram em
outros setores com a finalidade de localizar obras faltantes. Toda essa
busca transcorreu aproximadamente três horas, ficando ao encargo da
senhora Maria, o inventário minucioso do que realmente estava faltando.
A depoente logo após juntamente com a senhora Clarice, comunicou os
fatos a senhora Maria Salete Perito de Bem, chefe do Grupo Auxiliar
Administrativo e responsável também pelas questões de segurança do
prédio. Em razão da ausência do diretor na BPP no dia da constatação
dos fatos, somente foi levado ao seu conhecimento o ocorrido no dia 03.
10.2006, muito embora o fato já estava formalizado perante a assessoria
técnica no dia 02. 10.2006. Neste dia 03. 10.2006, por ocasião do
comunicado formal ao senhor Cláudio Gamas Fajardo, diretor da BPP,
pela assessoria técnica, reuniram para considerações preliminares e
detalhamento do ocorrido, porém ainda no aguardo do inventário. Na
data de 1 1.10.06, foi concluído o levantamento das Obras Raras
faltantes que teve o acompanhamento pessoal da declarante, inclusive
com trabalhos extras de conferência perante toda semana, inclusive
sábado. Que a depoente esclarece que tomou conhecimento da
freqüência de pessoas suspeitas naquele setor. Porém, sem poder tirar
maiores conclusões. Que a depoente acompanhou o início das
investigações da delegada de policia Vanessa Alice, que checou o local
486
Também deve ser considerado o fato de ter sido apreendido com o co-
réu Vitor Hugo, com quem Laéssio estava durante suas idas à Biblioteca
Pública do Estado do Paraná, o livro mencionando no ofício de fls. 197/199,
pertencente à Biblioteca e que estava sendo levado para a Argentina.
Art. 29. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime, incide nas
penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
Ill DISPOSITIVO
500
salários mínimos a ser pago a uma entidade de assistência social (CP, art. 45,
§ 1°), para tanto se considerando a situação econômica do acusado e à luz do
disposto no artigo 49 e §§ do Código Penal, mediante termo de compromisso,
podendo a pena ser novamente convertida em restritiva de liberdade se for
observada qualquer das situações expressas no artigo 181, § 1º, da Lei de
Execuções Penais.
efeitos desta sentença, nos termos do artigo 15, inciso Ill da Constituição
Federal (CN, item 6.15.3).