Termografia Infravermelha

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UNIRV – UNIVERSIDADE DE RIO VERDE

FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA

TERMOGRAFIA INFRAVERMELHA

HELGNER BORGES ARAÚJO


Orientador: Prof. Eng. RONALDO LOURENÇO FERREIRA

Monografia apresentada à Faculdade de


Engenharia Mecânica da UniRV –
Universidade de Rio Verde, como parte das
exigências para obtenção do título de
Engenheiro Mecânico.

RIO VERDE – GOIÁS


2014
UNIRV – UNIVERSIDADE DE RIO VERDE
FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA

TERMOGRAFIA INFRAVERMELHA

HELGNER BORGES ARAÚJO


Orientador: Prof. Eng. RONALDO LOURENÇO FERREIRA

Monografia apresentada à Faculdade de


Engenharia Mecânica da UniRV –
Universidade de Rio Verde, como parte das
exigências para obtenção do título de
Engenheiro Mecânico.

RIO VERDE – GOIÁS


2014
DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia a minha avó Isoldivina Dias Borges, Cleber Borges Araújo,
sua esposa Adriele keite Borges Araújo, sua filha Emily Borges Araújo, meus pais Valtuir
Gonçalves Araújo e Marlene Dias Borges Arújo. Em especial, minha esposa Daiane da Silva
Freitas Araújo, minha filha Isabelle Freitas Araújo e meus amigos Evandro Nunes Souza e
Marcelo Luiz Borges, e à todos que me apoiaram na concretização desse sonho.
AGRADECIMENTOS

Ao Senhor Deus todo poderoso que ilumina nossos caminhos e nos protege todos os
dias de nossas vidas, à minha esposa Daiane e a minha filha Isabelle que renunciaram às
poucas oportunidades de lazer, para serem as maiores incentivadoras e parceiras nessa
caminhada rumo a um futuro melhor para nossa família. Aos meus pais, Valtuir e Marlene,
por me apoiarem sempre que precisei.
Aos professores da Faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade de Rio Verde,
por cederem seus conhecimentos e experiências durante esse período de cinco anos de
graduação e que são os responsáveis diretos pelo profissional que me tornarei futuramente.
Ao Prof. Eng. RONALDO LOURENÇO FERREIRA, pelo tempo dedicado à
orientação deste trabalho e por ter acreditado em meu potencial.
Aos meus amigos e colegas de graduação, em especial, Evandro Nunes que por várias
vezes auxiliou-me no entendimento das matérias estudadas, e ao amigo Marcelo Luiz Borges
que me ajudou desde a elaboração do tema desta monografia, até o desenvolvimento da parte
prática, também por ceder sua bancada didática para o desenvolvimento do mesmo, e por fim,
a todos que contribuíram para a realização deste.
RESUMO

BORGES ARAÚJO, Helgner. Termografia infravermelha. 2014. 25f. Monografia


(Graduação em Engenharia Mecânica) - UniRV - Universidade de Rio Verde , 2014.

Em busca da redução de custos e na tentativa de evitar o tempo que se perde na quebra


de máquinas e equipamentos, as empresas buscam novas formas de desenvolver a manutenção
e a inspeção de seu maquinário, sendo hoje fundamental nos processos de produção a
manutenção preditiva, pois permite descobrir e corrigir as falhas em seu estado inicial, o que a
torna cada vez mais eficiente e indispensável no dia a dia de praticamente toda e qualquer
indústria. Dessa forma, um dos métodos que vêm crescendo no mercado de manutenção
preditiva é o de análise termográfica, que por ser um método de manutenção de baixo custo,
ter um infinito campo de aplicação, podendo ser utilizada sem precisar interromper o processo
de produção. O olho humano não é capaz de compreender a radiação infravermelha emitida
pelos corpos, porém as câmeras termográficas podem medir esta radiação através de sensores
infravermelhos, capacitados para captar estas longitudes de ondas. A termografia é um tipo de
ensaio não destrutivo que por sua vez, permite a obtenção das temperaturas e um completo
relatório das distribuições de calor nos componentes, se utiliza de sistemas de infravermelhos
e tem como objetivo fornecer informações reativas às condições operacionais de
componentes, equipamentos ou de todo o processo. A termografia infravermelha permite
captar a temperatura de um objeto ou uma superfície sem manuseá-la. Sendo assim, podemos
transformar as leituras da radiação infravermelha em medições de temperatura, isso acontece
medindo a radiação infravermelha emitida do espectro eletro magnética da superfície ou do
objeto transformando estas informações em sinais elétricos.

PALAVRAS-CHAVE:

Manutenção Preditiva, temperatura, análise termográfica.


ABSTRACT
BORGES ARAÚJO, Helgner. Infraredthermography. 2014 f 25. Monograph
(GraduateMechanicalEngineering) - UniRV - Universityof Rio Verde, Rio Verde, 2014.

In pursuit of cost reductions and avoiding wasting of time regarding broken machinery
and equipment, companies seek for other ways of developing the maintenance and inspection
of theirs goods, being, nowadays, essential in process of production the predictive diagnostic
that allows to find out and correct flows in early stages, becoming more efficient and
indispensable to most industry every day, thus, one of the methods which is growing in the
predictive maintenance Market is the thermo graphic analysis, by being a low cost method of
maintenance, having an infinite usage field and it may be used without interrupting the
production process. The human eye is not able to realize the infrared radiation emanated by
bodies, although thermo graphic cameras can measure this radiation through infrared sensors
enable to catch those wavelengths. The thermography, which is a type of non-destructive test
that allows the achievement of temperatures and a complete report of heat allocations in the
components in infrared systems, has its goals as supplies reactive information to operational
circumstances of components, equipment’s or all the process. The infrared thermography
allows getting the temperature of an object or a surface without touching it. Thereby, we can
convert the infrared radiation reports into temperature measurement, so this happens by
measuring the infrared radiation emanated by the electromagnetic spectrum from the surface
or object changing this information into electric signs.

KEYWORDS:

Predictive Maintenance, temperature,


LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1– Sir Frederick William herschel (1738-1822). .......................................... 15


FIGURA 2– Evolução dos termovisores. ..................................................................... 17
FIGURA 3– Espectro eletromagnético ......................................................................... 22
FIGURA 4– termograma de uma xícara com café ....................................................... 24
FIGURA 5– Exemplo de diferentes paletas existentes................................................. 25
FIGURA 6– Exemplo de folha de alumínio amassado ................................................ 27
FIGURA 7– Exemplo de emissividade da fita isolante ................................................ 28
FIGURA 8– Exemplo de inserção de parâmetros no termovisor ................................. 29
FIGURA 9– Imagem da bancada didática .................................................................... 30
FIGURA 10– Desenho técnico engrenamento redutor cestaria.................................... 30
FIGURA 11– Imagens térmicas do redutor em perfeito estado de funcionamento...... 31
FIGURA 12– Imagens da engrenagem motora com um dente quebrado ..................... 32
FIGURA 13– Imagens térmicas do redutor após funcionamento com o dente quebrado
.................................................................................................................................................. 33
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ________________________________________________ 12
1.1 Objetivos ___________________________________________________________________ 12
1.2 Estruturas do trabalho _________________________________________________________ 12

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ____________________________________ 12


2.1 Tipos de manutenção __________________________________________________________ 17
2.1.1 Manutenção corretiva _____________________________________________________ 17
2.1.2 Manutenção preventiva ___________________________________________________ 18
2.1.3 Manutenção preditiva _____________________________________________________ 18

3 TEORIAS ENVOLVIDAS _______________________________________ 19


3.1 Calor ______________________________________________________________________ 19
3.2 Temperatura _________________________________________________________________ 19
3.3 Tipos de transferência de calor __________________________________________________ 20
3.3.1 Condução ______________________________________________________________ 20
3.3.2 Convecção _____________________________________________________________ 20
3.3.3 Radiação _______________________________________________________________ 20
3.4 Espectro eletro magnético ______________________________________________________ 22
3.5 Emissividade ________________________________________________________________ 22
3.6 Corpo negro _________________________________________________________________ 23
3.7 Termovisor _________________________________________________________________ 23
3.7.1 Termograma ____________________________________________________________ 23
3.8 Faixa de temperatura __________________________________________________________ 24
3.9 Amplitude e nível ____________________________________________________________ 24
3.10 Paletas _____________________________________________________________________ 24
3.11 Foco térmico ________________________________________________________________ 25

4 MATERIAIS E MÉTODOS ______________________________________ 26


4.1 Metodologia aplicada para determinação das propriedades térmicas _____________________ 26
4.2 Umidade relativa do ar ________________________________________________________ 26
4.3 Medindo a distância ___________________________________________________________ 27
4.4 Temperatura refletida _________________________________________________________ 27
4.5 Emissividade do alvo __________________________________________________________ 28
4.6 Ajustando o foco _____________________________________________________________ 28
4.7 Inserindo os parâmetros no termovisor ____________________________________________ 29
4.8 Projeto de bancada didádica ____________________________________________________ 29
4.8.1 Montagem da bancada didática _____________________________________________ 29
4.9 Desenvolvimento do projeto ____________________________________________________ 30
4.9.1 Foto térmica do redutor com engrenamento original _____________________________ 30
4.9.2 Foto térmica do redutor com engrenamento comprometido _______________________ 32
4.10 Avaliação da imagem térmica ___________________________________________________ 33

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ___________________________________ 34

6 CONCLUSÃO__________________________________________________ 35

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ______________________________ 36


LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES

Rpm. – rotação por minuto


Hp. – housepower
Cv. – cavalo vapor
Hz. – hertz
V. – volt
Kw. – quilowatt
mm. – milímetros
cm. – centímetros
°C. – célsius
M/s. – metros por segundo
Nm. – nanômetro
K. – quilo
Kg. – quilo gramas
1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho foi desenvolvido no intuito de obter conhecimento sobre uma


técnica de manutenção preditiva que está em grande ascensão no mercado, pois é uma técnica
que possibilita prolongar a vida útil e quantificar a eficiência do sistema, evitando paradas
inesperadas no processo, visto que permite antecipar o defeito e assim programar o conserto
em datas e horários propícios, onde não haja prejuízos na interrupção do processo.
O relatório por imagens térmicas revelou-se uma ferramenta de muito valor para
diagnosticar falhas e anomalias que são impossíveis de se observar sem o auxílio das câmeras
termográficas. O principal aspecto que agrega tanto valor a este tipo de análise é sua
praticidade, podendo ser aplicada sem necessitar a parada do processo e por não precisar de
muitos equipamentos, sendo que os necessários são de pequeno porte e alta eficiência gerando
imagens de alta resolução e diagnóstico imediato.
O benefício adquirido através deste tipo de análise, o torna muito atrativo ao mercado
global, pois possui ampla aplicação seja na mecânica, elétrica, medicina, ou fins militares e
estatais, possibilitando facilidade, eficiência e ótimo resultado, gerando um excelente custo
benefício.

1.1 Objetivos

O objetivo do trabalho é abordar o assunto da captação de temperatura por radiação


infravermelha, uma técnica de manutenção preditiva utilizada atualmente para inspeção de
máquinas e de equipamentos utilizados no processo produtivo, objetiva ainda, fazer a
apresentação do aparelho utilizado na termografia e no termovisor.

1.2 Estruturas do trabalho

Sua estrutura visa atender às exigências do curso de Engenharia Mecânica, oferecido


pela UNIRV – Universidade de Rio Verde.
13

O presente trabalho foi organizado em quatro blocos: introdução, revisão bibliográfica,


desenvolvimento e conclusão.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Em 1800, o alemão Friedrich Wilhelm Herschel, mais conhecido por Sir William
Herschel, astrônomo do rei inglês, George III, e descobridor do planeta Urano, procurava um
meio de abrigar seus olhos quando observava o Sol através de telescópios e, ao testar a
amostragem de vidros coloridos, observou que algumas deixavam passar mais calor do que
outras, (Maldague & Moore, 2001).
Na procura de descobrir um único material, que pudesse atenuar o calor e proteger
seus olhos do brilho do sol, repetiu a experiência que Marsilio Landriani havia realizado em
1777, (Rogalski & Chrzanowski, 2002).
Com o auxílio de um prisma e três termômetros de mercúrio com os bulbos pintados
de preto, Hershel mediu a temperatura das várias partes de cor da luz do sol refratadas através
do prisma e incididas em um anteparo como podemos observar na figura 1. Notou um
aumento de temperatura da cor violeta para a cor vermelha, como havia sido observado
anteriormente por Landriani, entretanto, observou também que o maior pico de temperatura
ocorria na região escura, além do vermelho, (Maldague & Moore, 2001).
Décadas mais tarde essa região do espectro eletromagnético passou a ser chamada de
Região Infravermelha e a radiação, de Radiação Infravermelha, (Richards, 2001). Herschel
publicou os resultados dos seus experimentos em um artigo para a Philosophical
Transactionsof Royal Society, (AGA, 1969).
15

Fonte: www.medical-thermography.com
FIGURA 1– Sir Frederick William herschel (1738-1822).

John Frederick William Hershel, filho de Sir William Hershel, publicou em 1840 um
artigo no qual descrevia um arranjo usado para gravar imagens infravermelhas do espectro
solar. Esse arranjo incidia de um prisma que arremessava a luz do sol sobre um papel preto,
muito fino, imerso em uma solução de tintura a álcool colorido, as ondas de luz absorvidas
pelo papel davam diferentes taxas de evaporação da solução de tintura, o que resultava em
uma rudimentar imagem térmica pintada no papel, (Richards, 2001).
Essa foi a primeira imagem de infravermelho registrada, ssta técnica foi aprimorada
em 1929 por Marianus Czerny que inventou o Evaporograph, (Holst, 2000).
O Evaporography era um sistema de processamento de imagens infravermelhas que
usava uma fina película de óleo volátil aplicado a uma fina membrana absorvente e se baseava
na evaporação diferencial do óleo, (Richards, 2001).
Em 1880 o bolômetro foi inventado por Samuel Pierpont Langley e melhorado por
Charles Greeley Abbot. Bolômetro é um detector térmico que consiste de uma ponte de
Wheatstone, na qual é conectada a um dos seus braços uma fina tira de platina escurecida,
cuja condutividade elétrica varia quando aquecida por uma radiação incidente, (Gaussorgues,
1994).
No ano de 1892, Sir James Dewar introduziu o uso de gases liquefeitos como agentes
de refrigeração e inventou um recipiente isolado a vácuo, conhecido como frasco Dewar, no
qual era possível conter gases liquefeitos por dias inteiros, A partir de 1900, muitas patentes
relacionadas a dispositivos de detecção por infravermelho foram emitidas, mas o grande
desenvolvimento da termografia foi resultado do interesse militar que já na I Guerra Mundial
16

desenvolvia sistemas experimentais de detecção do inimigo. Um sistema de infravermelho


testado naquela época permitia detectar um avião a uma distância de 1500 metros ou uma
pessoa a mais de 300 metros, (AGA, 1969).
Em 1917, Case criou o primeiro fotodetector dispositivo baseado na interação direta
entre os fótons da radiação incidente e elétrons do material, cuja sensibilidade e tempo de
resposta eram superiores às do bolômetro, (Maldague& Moore, 2001).
Com o desenvolvimento do fotodetector, programas de pesquisa militar na área de
processamento de imagens térmicas, se intensificaram e durante a II Guerra Mundial obteram
grandes avanços no desenvolvimento da visão noturna, pois os mísseis eram guiados pelo
calor e o primeiro scanner de linha fornecia o perfil de temperatura ao longo de uma linha,
para formar uma imagem bidimensional que necessitava do deslocamento relativo do objeto
analisado, (Tavares, 2003).
Com a inclusão em 1954 de um sistema de varredura óptico-mecânico ou eletrônico,
os equipamentos puderam formar uma imagem bidimensional e mesmo assim, um
Termovisor levava 45 minutos para criar uma imagem. Só em meados da década de 60 é que
foi desenvolvido o primeiro Termovisor de tempo real, capaz de produzir 20 imagens por
segundo, nesta ocasião se iniciou a comercialização de Termovisores, (Holst, 2000).
No início da década de 70 chegou ao Brasil os primeiros Termovisores, estes
aplicavam detectores resfriados a nitrogênio líquido, sistemas de varredura ópticos-mecânicos
para formar as imagens térmicas e a temperatura do objeto inspecionado era obtida através de
cálculos, (Santos, 2006).
Detectores de resfriamento criogênico evoluíram de refrigerados eletricamente para
detectores sem resfriamento, cujo sistema de varredura óptico- mecânico foi o peso que nos
anos 70 chegava mais próximo dos 40 kg, sendo diminuído para menos de 2 kg. As leituras de
temperatura passaram a ser visitadas diretamente através do monitor do Termovisor e a
sensibilidade térmica aumentou consideravelmente, atualmente os Termovisores são portáteis
como podemos observar na figura 2 e podem ser conectados ao computador, pois possuem
softwares para análise das imagens (Santos, 2006).
17

Fonte: Santos, 2006


FIGURA 2– Evolução dos termovisores.

2.1 Tipos de manutenção

A manutenção é definida como sendo um apanhado de atividades e recursos aplicados


aos equipamentos, na intenção de garantir o seu bom funcionamento dentro dos parâmetros de
disponibilidade, (Mirshawka, 1993).
O termo é utilizado para abordar a forma na qual as organizações tentam evitar falhas,
cuidando de suas instalações físicas, onde o autor enfatiza que a manutenção é uma parte
importante da maioria das atividades de produção, e afirma ainda que em algumas operações,
as atividades de manutenção serão responsáveis por parte significativa do tempo e da gerência
de produção, (santos, 2006). Ainda é comum certa confusão quanto à nomenclatura utilizada
para definir os tipos de manutenção, os nomes podem variar, mas o conceito deve estar bem
compreendido, conforme mostrado a seguir, pois permitem a escolha do tipo mais
conveniente para um determinado equipamento, instalação ou sistema, (Comitti, 2004).

2.1.1 Manutenção corretiva

A manutenção corretiva somente corrige as falhas sem descobrir as causas que


levaram a quebra da máquina, (santos, 2006). Trata-se da manutenção feita na máquina ou
equipamento que por sua vez já apresenta algum defeito ou falha em seu funcionamento, ou
seja, é a execução do reparo propriamente dito, substituindo ou reparando a peça ou
maquinário comprometido, sendo que neste caso, o reparo é feito já com o processo parado.
Isso dificulta a estimativa da produção, por não saber quando as paradas vão ocorrer e nem o
tempo gasto para o reparo, (Garrido, 2009).
18

2.1.2 Manutenção preventiva

Este tipo de manutenção trata de realizar os consertos e a substituição das peças em


intervalos de tempos já estipulados ou ainda seguindo critérios fixados no intuito de reduzir a
perda dos rendimentos, sendo feita as interferências nas máquinas ou equipamentos que ainda
não apresentaram defeitos, porém essa manutenção é feita segundo critérios já estabelecidos
que na maioria das vezes, são definidos por hora ou período de funcionamento, (Mirshawka,
1993).

2.1.3 Manutenção preditiva

A manutenção é feita na máquina ou equipamento através de um exame ou teste, a fim


de localizar o defeito ou ponto vulnerável e programar sua correção em um momento
propício, onde não haja prejuízos na parada da linha de produção. Sendo assim, as falhas
podem ser encontradas e corrigidas em seus estágios iniciais, antes que se tornem falhas
capazes de provocar a interrupção no processo produtivo, podendo diminuir os custos e o
tempo de intervenção através do conhecimento prévio dos defeitos a serem corrigidos,
aumentando a disponibilidade dos equipamentos para o processo e minimizando os riscos de
acidentes e interrupções inesperadas (Santos, 2006).
Neste caso, os mecânicos que antes só substituíam peças com defeito, passam a ser
profissionais realmente qualificados e capacitados que por sua vez, são capazes de fazer
estudos e apontar quais equipamentos precisam de atenção especial, desde uma simples
operação com um engraxamento ou lubrificação, ou até mesmo a substituição de peças com
defeito, (Santos, 2006).
3 TEORIAS ENVOLVIDAS

3.1 Calor

Calor é a transferência de energia de uma região para outra, como resultado de uma
diferença de temperatura entre elas. Essa energia se origina da agitação das moléculas das
quais a matéria é constituída e sua transferência se processa da região mais ardente para a
mais fria. O calor é, portanto, um fenômeno transitório, que detém quando não existe mais
uma diferença de temperatura, (Holst, 2000).

3.2 Temperatura

Como se sabe a matéria é constituída por moléculas adotadas basicamente de


movimento de vibração, ou seja, possuem energia cinética de vibração que varia de uma para
outra. No entanto, podemos avaliar um nível médio de vibração para as moléculas que
compõe um corpo. Moléculas mais quentes se movimentam mais rapidamente, e moléculas
mais frias se movem mais devagar, (Quites & Lia, 2005).
Sendo assim, a temperatura é definida como nível médio da energia cinética da
vibração das moléculas ou átomos de um corpo, em outras palavras se dois objetos estão em
equilíbrio térmico com um terceiro objeto, então eles estão em equilíbrio térmico um com o
outro, (Chrzanowski, 2001).
Existe certo atributo ou propriedade de estado que descreve os estados
termodinâmicos dos objetos que estão em equilíbrio térmico um com o outro, e isto é
denominado temperatura. Consideramos para o uso da termografia a escala em kelvin, pois as
moléculas estão completamente paradas a zero kelvin o que corresponde – 273,15
célsius,(Chrzanowski, 2001).
Os conceitos de calor e temperatura às vezes são difíceis de ser separados, chegamos
até a imaginar que são iguais, por estar sempre relacionados, mas a diferença fundamental
20

entre eles é que em se tratando de temperatura medimos a intensidade, enquanto que no calor
medimos a quantidade de energi,. (Santos, 2006).

3.3 Tipos de transferência de calor

3.3.1 Condução

A condução pode ser definida como o processo pelo qual a energia é transferida de
uma região de alta temperatura, para outra de temperatura mais baixa dentro de um meio
(sólido ou líquido) ou entre meios diferentes em contato direto, este mecanismo pode ser
encarado como a transferência de energia de partículas mais energéticas para partículas menos
energéticas de uma substância devido a interações entre elas, (Quites & Lia, 2005).

3.3.2 Convecção

A convecção pode ser definida como o processo pelo qual a energia é transferida das
porções quentes para as porções frias de um fluido, através da ação combinada de: condução
de calor, acúmulo de energia e movimento de mistura, a transmissão de calor por convecção é
classificada, de acordo com o modo de motivação do fluxo, sendo elas naturais ou forçadas,
(Quites & Lia, 2005).
Quando o movimento de mistura tem meramente o lugar como resultado da diferença
de densidade causado pelos gradientes de temperatura, falamos de convecção natural ou livre,
em outras palavras, é quando somente o efeito da gravidade atua, quando o movimento de
mistura é induzido por algum agente externo, tal como uma bomba ou ventilador, chamamos
de convecção forçada, (Quites & Lia, 2005).

3.3.3 Radiação

A transmissão de calor por radiação ocorre sem contato físico entre os corpos, através
de ondas eletromagnéticas. Sendo assim, uma fonte quente cede calor a uma fonte fria sem
que o espaço intermediário altere seu estado térmico, na verdade todo corpo acima de 0 k é
capaz de emitir radiações eletromagnéticas, essas radiações atravessam um espaço
transparente e prosseguem sem nenhuma alteração de trajetória ou de comprimento de onda
até colidirem com um meio que lhe seja opaco. Então, haverá parcial ou quase total absorção
21

de radiações se transformando de energia radiante para energia térmica, esse é o meio pelo
qual o sol nos doa calor todos os dias, (Quites & Lia, 2005).
Todos os objetos que estão acima do zero absoluto (0 K) kelvin ou (-273,16° C)
Celsius, emitem radiação térmica. Isso acontece por causa da agitação térmica de átomos e
moléculas que os constituem, portanto quanto maior a agitação, maior será a temperatura e
emissão da radiação.
22

3.4 Espectro eletro magnético

Como a radiação eletromagnética é uma onda, entende-se que as grandezas que


caracterizam uma onda devem também estar associadas à radiação eletromagnética, pode-se
então dizer que a onda eletromagnética é caracterizada por uma frequência e comprimento de
onda, o olho humano não visualiza a radiação infravermelha emitida pelos corpos, contudo
somente uma pequena faixa chamada visível, compreendida entre 350nm a 700nm, (Santos,
2006). Sendo que 1nm equivale a 1 bilionésimo do metro, isto é, 1 nm = 0,000 000 001 m ou
ainda 0,000001mm.
Na figura 3, podemos observar que a radiação infravermelha está localizada entre o
espectro visível e o espectro micro-ondas, onde nos indica que a infravermelha é maior que a
visível, porém menor que as micro-ondas. Claramente percebemos que a faixa do espectro
visível é apenas uma pequena porção, quando comparada ao vasto mundo das ondas
eletromagnéticas que nos rodeiam.

Fonte: Santos, 2006


FIGURA 3– Espectro eletromagnético

Como podemos notar acima, a faixa em que os termovisores podem captar


compreende de 2 a 5 µm para aparelhos mais antigos e de 7,5 a 14 µm para aparelhos mais
novos, a radiação Infravermelha, assim como as radiações das diferentes regiões do espectro
eletromagnético, basicamente obedece às mesmas leis, propagam-se em linha reta, refletem,
refratam, são absorvidas, interferem, apresentam espalhamento de feixe, podem ser enfocadas
e viajam no vácuo, a uma velocidade de aproximadamente 324 m/s.(santos, 2006)

3.5 Emissividade

A razão entre energia emitida por um corpo em um determinado comprimento de onda


e a de um corpo negro, a temperatura igual dá-se o nome de emissividade (Santos, 2006).
23

Sendo assim, quanto maior a temperatura, mais radiação é emitida e em temperaturas


mais baixas o objeto emite menos radiação e cada material emite uma quantidade diferente
uns dos outros.

3.6 Corpo negro

O corpo negro é aquele que absorve totalmente a energia que é incidida sobre ele e ao
mesmo tempo não reflete, ou transmite calor, teoricamente sua emissividade vale 1.
Gustav Robert Kirchhoff em 1860 propôs o termo Corpo Negro como sendo, um
corpo capaz de absorver toda radiação incidente, independente do comprimento de onda,
direção de incidência e sua polarização. A radiação por ele emitida teria uma distribuição
espectral dependente apenas de sua temperatura, para tal corpo estar em equilíbrio
termodinâmico, ele deveria irradiar energia na mesma taxa em que a absorve, (AGA, 1969).
Portanto, um Corpo Negro, além de ser um absorvedor perfeito, é também um emissor
perfeito e não é um transmissor, (Groote, 2004).

3.7 Termovisor

3.7.1 Termograma

O termovisor, ou câmera de termografia, é um aparelho capaz de detectar o calor


proveniente da radiação infravermelha emitida por um corpo, convertendo o sinal elétrico e
produzindo imagens através de cálculos de temperaturas (MENDONÇA, 2005).Na Figura 4
está ilustrado um exemplo de um termograma de uma xícara com café.
Para as imagens geradas pelo termovisorsão chamadas de termogramas, se faz
necessário um programa para a obtenção e tratamento destas imagens térmicas (CORTIZO,
2007).
24

Fonte: Flir Systems, 2010


FIGURA 4– termograma de uma xícara com café

3.8 Faixa de temperatura

É a faixa de medição de temperatura do Termovisor, normalmente é comercializada a


faixa de -20° C a 500° C e raramente o limite máximo da faixa (500° C).
É importante lembrar que faixa de temperatura é uma característica do equipamento
logo, quando definido a faixa de temperatura, seu equipamento só ira trabalhar dentro daquela
faixa ajustada.

3.9 Amplitude e nível

É a parte interior da faixa de temperatura, ou seja, é a intensidade de radiação no qual


o equipamento pode realizar imagens e medições, em outras palavras é o contraste das
imagens que mais agrada ao observador.
Nível é o ponto intermediário da amplitude, consiste no brilho da imagem. É
importante lembrar que amplitude e nível são características da imagem, e que esse ajuste
pode ser feito direto no equipamento.

3.10 Paletas

São as cores que aparecem na imagem, sendo elas: monocromática que vai do tom
preto ao branco, a variação é no tom de cinza; policromática que vai do tom preto ao branco, a
variação é aplicada com viárias cores dependendo da tonalidade escolhida.
25

Fonte: Flir Systems, 2010


FIGURA 5– Exemplo de diferentes paletas existentes

3.11 Foco térmico

O foco determina a qualidade da medição de temperatura, a imagem fora do foco


refletirá muito mal no termógrafo, além de apresentar uma leitura errada, pois fora do foco a
leitura pode variar para mais ou para menos.
4 MATERIAIS E MÉTODOS

Termografia é a técnica que amplia a visão humana para a observação do espectro


infravermelho através do termovisor, com ela fica fácil a localização de regiões quentes ou
frias, através da compreensão dos termogramas chamados de imagens térmicas.
No intuito de estudar a eficiência da termografia infravermelha, iremos realizar um
experimento em uma bancada didática, onde um motor elétrico acoplado a um redutor de
velocidade em pleno funcionamento será inspecionado.
Será realizada uma medição com o engrenamento normal da máquina, e logo após,
provocaremos uma quebra no dente da engrenagem motora e novamente o colocaremos em
funcionamento. Após o período de algum tempo, faremos novas medições com o intuito de
comprovar o engrenamento comprometido pela quebra de um dente da engrenagem motora,
que possivelmente provocará uma elevação de temperatura, então iremos mostrar a
importância da análise termográfica na manutenção preditiva.
A partir desse experimento, exploraremos a obtenção dos dados e padrões de medição
necessários para obtermos a imagem térmica e o manuseio correto do equipamento.

4.1 Metodologia aplicada para determinação das propriedades térmicas

Para conseguir um procedimento que determine as propriedades térmicas do material,


é necessário identificar as características importantes do meio ambiente e da própria amostra.
Tais como; conhecer os parâmetros de emissividade do material, temperatura refletida,
temperatura ambiente, a distância entre o equipamento e o alvo e a umidade relativa do ar.

4.2 Umidade relativa do ar

Para o fornecimento do valor de umidade relativa do ar, utiliza-se um psicrômetro que


deve ser posicionado ao lado do alvo ficando em repouso por 1 min para estabilização da
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indicação. O valor fornecido deve ser anotado e inserido tanto no termovisor durante a leitura,
quanto no programa do termovisor fornecido pelo fabricante.

4.3 Medindo a distância

A distância entre o termovisor e o alvo pode ser medida por meio de uma trena e o
valor fornecido deve ser anotado e inserido tanto notermovisor durante a leitura, quanto no
programa do termovisor.

4.4 Temperatura refletida

O procedimento para determinação da temperatura refletida foi baseado no manual do


termovisor fornecido pela Flir Systems (2010).
Deve-se cortar um pedaço de folha de alumínio de aproximadamente (30 x 40) cm,
amassar e colocar em um papel cartão do mesmo tamanho.
O papel cartão com o alumínio deve ser posicionado no alvo, com o lado da folha de
alumínio voltado para o termovisor, a Figura 6 mostra como fica o pedaço de papel alumínio
amassado.

Fonte: Própria
FIGURA 6– Exemplo de folha de alumínio amassado

Deve-se inserir no painel do termovisor a emissividade como sendo 1.0, e a distância


do alvo como sendo 1,0 metro e medir o valor da temperatura aparente da folha de alumínio.
O valor fornecido deve ser anotado para entrar como referência, quando solicitada a
temperatura refletida durante a determinação da emissividade do material e a realização das
leituras térmicas.
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Um detalhe muito importante é que a temperatura refletida deve ser idêntica à


temperatura atmosférica do ambiente.

4.5 Emissividade do alvo

O procedimento para determinação da emissividade do alvo foi baseado no manual do


termovisor fornecido pela Flir Systems (2010).
Pode se usar a tabela de emissividade dos materiais fornecida pelo fabricante, se o
material do alvo não estiver na nela, deve-se usar um pedaço de fita isolante na superfície, de
aproximadamente, (6 x 3) cm. Em seguida posicionar o pedaço de fita e mantê-la por 10
minutos nesta posição, até a estabilização da temperatura, dessa forma pode-se inserir o valor
da emissividade da fita isolante que já é conhecida. Na figura 7 podemos observar este
exemplo.

Fonte: Flir Systems, 2010


FIGURA 7– Exemplo de emissividade da fita isolante

4.6 Ajustando o foco

Deve-se ajustar o foco do termovisor na fita isolante, até que a imagem fique mais
detalhada e agradável vista a olho nu, para que seja realizada então, a medição da temperatura
e anotado o valor.
Após esse procedimento, retira-se a fita isolante, posiciona-se o foco na superfície do
alvo e varia-se a emissividade até que a temperatura do alvo fique condizente com a
temperatura anotada da fita isolante, feito isso, anota-se o valor da emissividade do alvo.
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4.7 Inserindo os parâmetros no termovisor

Os parâmetros adquiridos, conforme descritos anteriormente são necessários para


melhor detalhamento das informações da imagem, assim como uma melhor confiabilidade de
dados, já que por sua vez um simples parâmetro indicado erroneamente acarretara uma leitura
de valores distorcidos.
Os parâmetros a serem inseridos como vemos na figura 8 abaixo são; emissividade,
temperatura refletida em graus célsius, humidade relativa do ar e temperatura atmosférica, que
por sua vez, deve modificar a amplitude da temperatura em graus Celsius. Após a inserção, o
termovisor já estará pronto para a obtenção da imagem.

Fonte: Própria
FIGURA 8– Exemplo de inserção de parâmetros no termovisor

4.8 Projeto de bancada didádica

4.8.1 Montagem da bancada didática

A bancada é constituída de motor elétrico da marca Weg, com modelo de carcaça 71,
rotação de 1680 rpm, potência 0,37HP/0,50CV, um inversor de frequência da marca WEG
CFW 08, cuja frequência é 0 a 80Hz e a tensão de alimentação 220V.
Possui um redutor da marca Cestari, modelo C51224NA00AW, potência 0,37 Kw,
rotação de entrada 1750 RPM, rotação de saída 110,06 RPM e fator de serviço 4,45.
A base estrutural é composta de uma viga U de 203,2 mm x 1.200 mm, soldada sobre
duas cantoneiras de 25,4 mm x 1.200mm, que foram perfuradas para a fixação do conjunto,
como podemos observar abaixo na figura 9.
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Fonte: Própria
FIGURA 9– Imagem da bancada didática

4.9 Desenvolvimento do projeto

4.9.1 Foto térmica do redutor com engrenamento original

O foco deste projeto concentra-se no acoplamento do engrenamento do redutor Cestari


mostrado abaixo na figura 10, o engrenamento “original” que em perfeito estado foi colocado
em funcionamento por 6 horas.

Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABa0IAH/projetos-mecanicos
FIGURA 10– Desenho técnico engrenamento redutor cestaria.
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Em seguida, configuramos o termovisor inserindo os parâmetros; emissividade 0,82,


temperatura refletida 32 graus célsius, humidade relativa do ar 70 por cento, temperatura
atmosférica que é a mesma da refletida 32 graus célsius, amplitude de temperatura de 0 a 350
graus célsius e distância de 1metro.
Após a configuração do mesmo, foi realizada a primeira coleta de imagens térmicas
para observação da temperatura da carcaça da caixa redutora.
Ainda com o motor em funcionamento, retiramos a tampa da caixa redutora para a
realização da primeira coleta de imagens térmicas, do engrenamento em pleno funcionamento
para adquirirmos a temperatura da engrenagem motora como podemos observar abaixo na
figura 11.

Fonte: Própria
FIGURA 11– Imagens térmicas do redutor em perfeito estado de funcionamento

Com a realização deste primeiro teste, foi possível a coleta de algumas imagens
térmicas e dados de temperatura, a fim de serem usadas posteriormente como referência de
comparação entre as imagens adquiridas com o segundo experimento.
Após esta primeira coleta, desligamos o motor elétrico, retiramos a engrenagem
motora, prendemos em uma morsa e em seguida, com o auxílio de uma lixadeira provocamos
a quebra de um de seus dentes como ilustrado na figura 12.
32

Fonte: Própria
FIGURA 12– Imagens da engrenagem motora com um dente quebrado

4.9.2 Foto térmica do redutor com engrenamento comprometido

Nesta etapa, a engrenagem motora já com o dente quebrado foi novamente recolocada
no engrenamento. Em seguida, ligamos o motor colocando o redutor para funcionar
novamente, após um período de 6 horas de funcionamento, realizamos uma nova coleta de
imagens térmicas da caixa de redução. Logo após, novamente com o redutor em
funcionamento retiramos a tampa da caixa de redução e fizemos uma coleta de imagem
térmica da engrenagem motora como podemos ver na imagem 13 abaixo.
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Fonte: Própria
FIGURA 13– Imagens térmicas do redutor após funcionamento com o dente quebrado

4.10 Avaliação da imagem térmica

Comparando as primeiras imagens com as adquiridas após a quebra simulada do dente


da engrenagem motora, foi possível detectar que houve uma variação de temperatura da
carcaça de 42,4 °C para 52,7 º C e também houve um aumento de temperatura da
engrenagem motora que variou de 61,3 °C para 82,3 °C.
O que nos leva a entender que o aquecimento gerado, tanto na caixa redutora, quanto
na engrenagem motora foi causado pela quebra do dente e que o termovisor foi de grande
importância para fornecer as imagens térmicas que compõem esta comparação.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com o estudo apresentado acima, observamos que a análise termográfica


atualmente é um dos métodos excelentes para manutenção preditiva, pois nos permitiu
visualizar as imagens térmicas e medir as variações de calor existentes, fornecendo um
relatório preciso sobre o real estado do equipamento analisado, possibilitando a escolha do
melhor momento e a melhor maneira de executar a manutenção.
As técnicas abordadas foram de real utilidade e de fácil aplicação no projeto, além de
se mostrarem eficazes no levantamento dos parâmetros de medição, e na execução da análise
termográfica realizada.
Comparando as primeiras imagens com as adquiridas após a quebra do dente da
engrenagem, pode-se observar o aumento da temperatura, levando a crer que tal fato pode ter
ocorrido devido o atrito realizado pelo impacto na região onde faltava um dente, ou mesmo
pela perda da lubrificação utilizada devido às limalhas de ferro, provenientes do atrito entre a
superfície do dente quebrado e os demais dentes em bom estado da engrenagem seguinte do
engrenamento.
6 CONCLUSÃO

Com a inspeção termográfica foi possível diagnosticar com exatidão o aumento da


temperatura da caixa redutora, ela contribuiu de forma eficiente para a detecção do mau
funcionamento do engrenamento do redutor e foi capaz de identificar o aquecimento térmico
do sistema causado pela engrenagem motora comprometida pelo dente quebrado.
Foi possível confirmar claramente que a análise termográfica é um processo seguro,
apesar de poder ser executada sem o desligamento do equipamento, não apresenta risco ao
termografista, por não ser necessário o contato físico entre ele e o equipamento a ser
inspecionado.
É importante ressaltar que o conhecimento das ferramentas e configurações do
termovisor, além da qualificação e experiência do termografista em estabelecer os parâmetros
e os critérios necessários para serem inseridos no aparelho, são de suma importância para uma
boa análise termográfica, uma vez que inserindo os parâmetros errados ou mesmo não
configurando o termovisor corretamente, pode comprometer toda a inspeção termográfica.
De modo geral compreendemos que através das anomalias encontradas, analisando e
comparando com os critérios anteriormente estabelecidos, foi possível programar a parada do
equipamento para efetuar a manutenção corretiva, sabendo exatamente onde corrigir, sem
perda de tempo procurando o defeito.
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Dez/1991.

AGA; "Thermovision System 680/102B - Operating Manual, Publication 556.053"; AGA


1969.

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Systems, Inc. 2010.

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eficácia – A Vez do brasil. São Paulo: Makron Books do Brasil Ed. Ltda., 1993

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2005.
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Technology"; SPIE Press 2001.

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Aplicação da Termografia"; Metrologia, 2003.

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