Variaveis de Desvio
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INSTITUTO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
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2013
SUMÁRIO
1 LINEARIZAÇÃO E VARIÁVEIS DESVIO .............................................................................. 3
1.1 Linearização ......................................................................................................................... 3
1.2 Variáveis Desvio .................................................................................................................. 5
2 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................... 7
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Prof. Luiz Augusto C. Meleiro – [email protected]
1 LINEARIZAÇÃO E VARIÁVEIS DESVIO
A Teoria de Controle Clássica é baseada na Teoria de Sistemas Lineares, cuja validade é
largamente conhecida e comprovada matematicamente. Considerando que grande parte dos
processos da Engenharia Química é não linear, para que a Teoria de Controle Clássica possa ser
aplicada, é necessário que os modelos não lineares sejam linearizados.
1.1 Linearização
Linearização é o processo pelo qual os sistemas não lineares são aproximados para sistemas
lineares. Considere a seguinte equação diferencial não linear:
dx
f (x) (1)
dt
Expandindo a função não linear f(x) em série de Taylor em torno de um ponto x , tem-se:
f ( x) f x
df x x d 2 f x x 2 ..... d n f x x n ... (2)
dx x x 1! dx2 x x
2! dxn x x
n!
f ( x) f x x x
df
(3)
dx x x
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Para o caso de uma função multivariável:
f
f ( x, y , z ) f x , y , z x x f y y f z z (4)
x x, y,z y x, y,z
z x, y,z
Exemplo
Considere o tanque utilizado para armazenar líquido representado na Figura 2.
O modelo matemático que descreve a variação da altura de líquido no tanque é descrito pela
seguinte equação:
dht
A qi (t ) q(t ) (5)
dt
Admitindo que a vazão de saída do tanque varie com a altura do líquido da forma q (t ) CV ht , o
modelo do processo fica:
dht
A qi (t ) CV ht (6)
dt
A linearização do modelo acima pode ser feita expandindo o termo não linear em uma série de
Taylor e truncando o resultado no termo da derivada 1ª:
f (h) f h h h
df
(7)
dh h h
ou seja,
h(t ) h
1
ht h (8)
2 h
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Assim, o modelo linearizado fica
dht
qi (t ) CV h V ht h
C
A (9)
dt 2 h
f x 0
dx
(10)
dt
Considere que x seja o ponto de linearização para a equação (1). Então o modelo linearizado
do processo (obtido pela expansão em Série de Taylor) é dado por:
f x x x
dx df
(11)
dt dx x
d x x df
x x (12)
dt dx x
dxt df
xt (14)
dt dx x
Esta é a aproximação linearizada do sistema dinâmico não linear descrito pela equação (1) e
expressa em termos de Variáveis Desvio.
A noção de variáveis desvio é muito útil em controle de processos porque, geralmente, deseja-
se manter o valor de uma variável de processo em algum ponto de operação ou estado estacionário
desejado (set-point). Consequentemente, o estado estacionário é um bom ponto em torno do qual se
pode desenvolver o modelo linearizado. Nestes casos, a variável desvio descreve diretamente a
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magnitude do deslocamento do sistema a partir do nível de operação desejado. Além disso, se o
controlador de um dado processo foi bem projetado, a variável de processo não se afastará muito do
estado estacionário desejado. Dessa forma, o modelo linear aproximado, expresso em termos de
variáveis desvio, descreverá bem o comportamento dinâmico do sistema.
Exemplo
Considere o tanque de nível do exemplo anterior, cujo modelo linearizado é dado por:
dht
qi (t ) CV h V ht h
C
A (15)
dt 2 h
qi CV h V h h ou
dh C
A
dt 2 h (16)
dh
A qi CV h
dt
A
d ht h
qi (t ) qi V ht h
C
(17)
dt 2 h
Pode-se verificar que os termos entre colchetes correspondem à definição de variável desvio e,
dessa forma, obtém-se o modelo na forma desejada:
dht
qi(t ) V ht
C
A (18)
dt 2 h
com h’(0) = 0.
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2 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1]. BEQUETTE, B. W. Process Dynamics – Modeling, Analysis, and Simulation. Prentice-Hall,
1998.
[2]. BEQUETTE, B. W. Process Control – Modeling, Design, and Simulation. Prentice-Hall,
2003.
[3]. LUYBEN, W. L. Process Modeling, Simulation and Control for Chemical Engineers – 2nd
Edition. McGraw-Hill, 1990.
[4]. OGUNNAIKE, B. A. and RAY; W. H. Process Dynamics, Modeling and Control. Oxford
University Press, 1994.
[5]. SEBORG, D. E.; EDGAR, T. F., and MELLICHAMP, D. A. Process Dynamics and Control.
John Wiley & Sons Inc., 1989.
[6]. SEBORG, D. E.; EDGAR, T. F., and MELLICHAMP, D. A. Process Dynamics and Control
– 2rd Edition. John Wiley & Sons Inc., 2004.
[7]. SEBORG, D. E.; EDGAR, T. F.; MELLICHAMP, D. A., and DOYLE III, F. J. Process
Dynamics and Control – 3rd Edition. John Wiley & Sons Inc., 2011.
[8]. STEPHANOPOULOS, G. Chemical Process Control: An Introduction to Theory and
Practice. Prentice-Hall, 1984.
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