Tabela Lupulo 2
Tabela Lupulo 2
Tabela Lupulo 2
Leo Sewald
Cervejaria Seasons
2017
quem sou eu?
❏ cervejeiro e diretor de operações da Cervejaria Seasons
❏ formado no Siebel Institute of Technology
❏ membro da ASBC/BA/MBAA
❏ vocalista e escritor amador, ex-programador, ator e chapista
❏ mestrado em Inteligência Artificial (leia-se: nerd!)
❏ Atual membro das diretorias - AGM/ABRACERVA
❏ viciado em lúpulo!
Tópicos
❏ sobre o lúpulo
❏ história e componentes
❏ botânica e cultivo
❏ formatos e classificações
❏ amargor e conservação
❏ IBUs
❏ degradação e conservação
❏ cálculos amargos
❏ perfil sensorial
❏ flavors e off-flavors
❏ aromas e óleos essenciais
❏ técnicas e dicas de lupulagem
❏ ajustando sua IPA
sobre o lúpulo
❏ trepadeira da família Cannabaceae
❏ tradicionalmente usado para conferir amargor à cerveja
❏ contraponto ao dulçor do malte
❏ alfa-ácidos isomerizados
❏ seleção analítica pelo potencial de amargor
❏ hoje é usado para conferir sabor e aroma
❏ derivados de óleos essenciais
❏ seleção sensorial, subjetiva
❏ utilização mais comum no meio de craft e homebrewing
❏ propriedades conservantes
❏ ácidos do lúpulo inibem o crescimento de algumas bactérias
❏ benefícios para a espuma
sobre o lúpulo (cont.)
❏ registros de lúpulos no Reino Unido em 3000 A.C.
❏ conhecidos por seu valor medicinal
❏ primeiro registro de cultivo de lúpulo - 736 DC na região do Hallertau
❏ só se tornou popular na cerveja durante séculos 13 e 14
❏ nos EUA, lúpulo só apareceu após a chegada dos imigrantes europeus em
1620
❏ principais regiões de cultivo
❏ Alemanha
❏ EUA
❏ Inglaterra
❏ Rep. Tcheca
❏ Eslovênia
❏ Austrália-Nova Zelândia
sobre o lúpulo (cont.)
❏ O lúpulo pelo mundo (fonte: Hopsteiner)
sobre o lúpulo (cont.)
❏ hoje, o desenvolvimento de lúpulo está modernizado
❏ contratos de fornecimento e produção
❏ desenvolvimento de novas variedades, através de programas como os da HBC (Hop
Breeding Company)
❏ laboratórios atuam em conjunto com fazendeiros e cervejeiros para atender às principais
demandas:
❏ fazendeiros: maior resistência a pestes, rendimento, durabilidade, trellis baixa
❏ cervejeiros: maior alfa, estabilidade de armazenamento, mais aroma
sobre o lúpulo (cont.)
❏ planta dióica
❏ fêmeas são as que interessam ao cervejeiro
❏ machos e sementes são usados no desenvolvimento de novas variedades
❏ perene - emerge da raiz (rizoma) anualmente
❏ colheita do lúpulo ocorre entre Agosto e Setembro (hemisf. norte)
❏ crescem de 6-8m por ano e podem crescer até 10cm por dia!
❏ normalmente plantados em estruturas de trellis
❏ apresentam melhor rendimento entre latitudes 35-55
❏ precisam de muito sol e água!
sobre o lúpulo (cont.)
sobre o lúpulo (cont.)
sobre o lúpulo (cont.)
❏ low versus high trellis:
❏ High:
❏ Método mais comumente usado na indústria
❏ Produz mais lúpulo por m2
❏ Mais trabalhoso para instalar o sistema de trellis
❏ Formação de cones mais uniformes
❏ Low:
❏ Mais simples de ser instalado
❏ Produz menos lúpulo por m2
❏ Por ficarem mais apertados, os cones não são tão uniformes
❏ Por concentrar mais umidade, há um maior risco de pragas se cuidados não forem
tomados
sobre o lúpulo (cont.)
❏ Na época de colheita, as trepadeiras são colhidas com o uso de caminhões e
tratores adaptados com lâminas
❏ Após a colheita, o preparo do lúpulo passa pelas seguintes etapas:
❏ Separação das folhas, galhos e sujidades
❏ EUA: direto para secagem
❏ Europa: descanso em silos que pode chegar a alguns dias
❏ secagem
❏ compressão em “bales” de 200lb (aprox. 90kg)
❏ Armazenamento a frio e posterior transporte para peletizadoras ou clientes (cervejarias)
sobre o lúpulo (cont.)
https://www.youtube.com/watch?v=Xvv-aZnPmvs
sobre o lúpulo (cont.)
❏ Bales são processados em plantas de peletização:
❏ Peletização costuma ocorrer durante o inverno (Novembro-Março no H.N.) para redução de
perda de aromas
❏ O processo passa por:
❏ Em alguns casos, blending de bales de safras diferentes (para padronização do varietal)
❏ Quebra e trituração dos bales
❏ Separação da matéria vegetal grossa, através de elementos filtrantes (telas)
❏ Dimensionamento das telas varia de acordo com o lúpulo (mais lupulina, tela mais
grossa)
❏ T45: leve aquecimento/forte frio p/ facilitar a separação de mais matéria
vegetal
❏ Re-suspensão e separação de mais matéria vegetal (hop shaker)
❏ Compressão do material separado no formato do pellet
❏ Empacotamento em embalagens com atmosfera inerte
sobre o lúpulo (cont.) piolho
mofo
polifenóis 2-5%
proteínas 15%
celulose 40-50%
umidade 6-10%
sobre o lúpulo (cont.)
❏ alfa-acidos: amargor, formação de espuma
❏ beta-ácidos: contribuições p/ o corpo, amargor “polemico” após oxidação
❏ óleos essenciais: aroma/sabor
❏ polifenóis: estabilidade coloidal, haze
❏ Proteínas: estabilidade de espuma, haze
sobre o lúpulo (cont.)
❏ lupulina é vida!
❏ resinas
❏ alfa-ácidos
❏ beta-ácidos
❏ óleos essenciais
❏ mirceno
❏ humuleno
❏ cariofileno
❏ farneseno
❏ ...
sobre o lúpulo (cont.)
Tabela componentes de aroma:
formas de apresentação do lúpulo
❏ formas de apresentação
❏ whole-leaf
❏ plugs
❏ pellets
❏ t45/t90
❏ produtos do lúpulo
❏ aroma tabs
❏ extratos
❏ óleos e produtos pós-fermentação
formas de apresentação do lúpulo (cont.)
❏ whole-leaf (flor)
❏ lúpulo seco após a colheita e armazenado em fardos
❏ muito suscetível a oxidação (em função da maior área de contato com o ar)
❏ deterioração rápida
❏ estocagem requer mais espaço
❏ baixa utilização quando comparado a pellets (dosar 4x mais, na média)
❏ facilidade de separar do mosto
❏ poucas variedades disponíveis no Brasil
formas de apresentação do lúpulo (cont.)
❏ plugs
❏ lúpulo em flor prensado em discos de 14g
❏ menor área de contato com o ar, minimizando a oxidação
❏ ocupa menos espaço de armazenagem
❏ cairam em desuso após a introdução dos pellets
formas de apresentação do lúpulo (cont.)
❏ pellets
❏ cones são moídos e prensados sob a forma de pequenos cilindros (pellets)
❏ ocupa ainda menos espaço no armazenamento
❏ melhor fator de utilização
❏ mais resistente a oxidação (menor área de contato com o ar)
❏ maior uniformidade e facilidade de amostragem para análise
❏ t45 - menos matéria vegetal, mais AA%/kg
❏ moagem com leve aquecimento e posterior resfriamento a -35C durante a separação,
glândulas de lupulina conseguem ser separadas com mais facilidade da matéria vegetal
❏ util para cervejas com muitas adições de amargor pois reduz trub
produtos do lúpulo
❏ Extratos de CO2
❏ feito com lúpulos previamente peletizados
❏ contém alfa, beta-ácidos e óleos essenciais
❏ pode ser utilizado para corrigir o amargor da cerveja
❏ Alguns experimentos ocorrendo com adições tardias
❏ muito usado por grandes cervejarias
❏ estável, melhor utilização, muito uniforme
❏ pode ser armazenado em temperatura ambiente
❏ transporte e armazenamento baratos
❏ Versões “singlehop” trazem características específicas
produtos do lúpulo
❏ IKE - Isomerized Kettle Extract
❏ Contém iso-alfa-ácidos
❏ Menor porção de óleos do que o extrato de CO2
❏ pode ser utilizado como substituto do cone/pellets
❏ Recomendado para adições de início de fervura
❏ pode ser armazenado em temperatura ambiente
❏ IsoHop
❏ Extrato aquoso de iso-alfa-ácidos
❏ Usado para corrigir amargor pós-fervura
❏ Alternativa quando uma receita “saiu dos eixos”
produtos do lúpulo (cont.)
❏ produtos pós-fermentação
❏ HopAid - anti-espumante
❏ tetrahop/RediHop
❏ menção honrosa: óleos
❏ contém óleos essenciais solubilizados em álcool
❏ podem ser usados para melhorar o aroma da cerveja finalizada
❏ existem sob a forma de óleos específicos ou essências de determinados lúpulos (i.e. óleo de
Cascade) ou de determinados compostos (óleo de geraniol, cítrico, etc.)
❏ poucas gotas transformam uma fizzy yellow beer em uma Sierra Nevada!
produtos do lúpulo (cont.)
❏ aroma tabs
❏ feitos a partir de óleos essenciais extraídos com CO2
❏ virtualmente sem alfa-ácidos
❏ no final da fervura, funcionam como adição normal de aroma
❏ também servem para dry-hopping
❏ pouco controle sobre as variedades disponíveis
produtos do lúpulo (cont.)
❏ Lupulagem das cervejas no mundo: produtos utilizados
Classificações tradicionais
❏ lúpulos de amargor
❏ possuem teor de alfa-ácidos elevado
❏ normalmente utilizados em início de fervura
❏ variedades comuns:
❏ Magnum
❏ Nugget
❏ Galena.
❏ ...
Classificações tradicionais (cont.)
❏ lúpulos dual-purpose
❏ possuem boas características de aroma e teor de alfa-ácidos de médio a alto
❏ boa parte dos lúpulos modernos se encaixa nessa classificação
❏ variedades comuns:
❏ Columbus
❏ Simcoe
❏ Chinook
❏ Centennial
❏ Amarillo
Classificações tradicionais (cont.)
❏ lúpulos aromáticos
❏ geralmente possuem baixo teor de alfa-ácidos
❏ características aromáticas consideradas superiores
❏ normalmente utilizados no final do processo de fervura ou no dry hopping
❏ a denominação “nobre” normalmente descreve os lúpulos aromáticos das regiões do
Hallertau
❏ variedades comuns:
❏ Hallertau Mittelfrüh
❏ Tettnanger
❏ Saaz
❏ Spalt
❏ ...
Classificações tradicionais (cont.)
❏ variedades também podem ser classificadas por critérios geográficos,
identificando o “terroir”:
❏ alemães
❏ hallertau Perle, Hersbrucker, Tradition, spalt, tettnanger
❏ tchecos
❏ Saaz
❏ continentais (da Europa continental)
❏ Alemães e tchecos
❏ ingleses
❏ Fuggles, East Kent Goldings
❏ americanos
❏ Cascade, Columbus, Simcoe, Centennial…
Estilos lupulados
❏ O lupulo é destaque em diversos estilos de cerveja
❏ Pale ales
❏ IPAs
❏ Barley wines
❏ ESB
❏ Pilsner
❏ Cada escola cervejeira expressa a sua forma de usar o lupulo,
acrescentando um efeito de terroir ao estilo de cerveja produzido
❏ Ex: English Pale Ales costumam receber adições de Fuggles, Goldings, entre outros
enquanto American Pale Ales costumam receber adições de lúpulos americanos como
Cascade, Centennial, Citra, etc.
Estilos lupulados
❏ Pale Ales e IPAs:
❏ UK: Fuggles (terroso, floral), Goldings (spicy, melado), Target (salvia, citrico)
❏ US: Cascade (citrico, grapefruit), centennial (citrico, limão), Citra (frutado, frutas vermelhas)
❏ Australian: Galaxy (frutado, abacaxi/manga, spicy), Nelson Sauvin (frutado, uva branca)
❏ German: mandarina Bavaria (frutado, tangerina); Hull Melon (frutado, melão)
Estilos lupulados (cont.)
❏ Regras não existem só para ser seguidas!
❏ Sierra Nevada Torpedo Extra IPA
❏ Dry hopping de Magnum
❏ Tröegs Nugget Nectar
❏ Nugget como lúpulo de aroma
❏ mais muitos outros exemplos!
Amargor e conservação
❏ O amargor do lúpulo se origina, principalmente, dos alfa-ácidos:
❏ Humulona
❏ Cohumulona
❏ Adhumulona
❏ Os alfa-ácidos são isomerizados em iso-alfa-ácidos através da fervura:
❏ Iso-Humulona
❏ Iso-Cohumulona
❏ Iso-Adhumulona
Amargor e conservação
❏ Isomerização é uma transformação química na estrutura do alfa-ácido:
Amargor e conservação (cont.)
❏ IBU: International Bitterness Unit
❏ Uma escala que tenta expressar numericamente o amargor de uma cerveja
❏ considera apenas os iso-alfa-ácidos
❏ Definição:
❏ Amargor (IBU)=concentração de iso-alfa-ácidos em mg/l