Fisioterapia Nas Disf. Da Articulação
Fisioterapia Nas Disf. Da Articulação
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RESUMO
1. INTRODUÇÃO
1
Artigo apresentado à Faculdade de Ensino Superior de Catalão – Faculdade CESUC, como requisito parcial
para graduação no Curso de Fisioterapia.
2
Acadêmico do Curso de Fisioterapia do Centro de Ensino Superior de Catalão – Faculdade CESUC.
3
Acadêmico do Curso de Fisioterapia do Centro de Ensino Superior de Catalão – Faculdade CESUC.
4
Professor e supervisor de Estágio Supervisionado do Curso de Fisioterapia do Centro de Ensino Superior de
Catalão – Faculdade CESUC, orientador do trabalho de conclusão de curso.
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Artigo publicado na Revista Eletrônica “Saúde CESUC” – Nº 01 – Ano de 2010
Sobre a ATM, Menezes et al. (2008), classifica a mesma como parte do sistema
estomatognático, capaz de realizar movimentos complexos. A função e a estabilidade dessa
articulação regem a mastigação, deglutição, fonação e a própria postura mandibular.
Segundo Moreno et al. (2009), a Disfunção Temporomandibular (DTM) pode ser
definida como um conjunto de manifestações clínicas de má função mandibular, associadas
ou não à dor, que são geradas por agentes agressores à integridade morfológica ou funcional
do Sistema Temporomandibular.
Nesse sentido Biasotto-Gonzalez (2005), relata que existe uma estreita relação entre
disfunção muscular e dor, tratando-se de uma desordem geralmente relacionada ao estresse
que induz ao aumento do tônus muscular. Fato esse associado a hábitos parafuncionais, que
resulta em fadiga e espasmo gerando dor. Considera-se como hábitos parafuncionais, mascar
chicletes, roer unhas, morder canetas, bruxismo e apertamento dos dentes.
Steenks e Wijer (2005) confirmam que a etiologia das (DTM) tem origem
multifatorial, não existindo um fator etiológico único que possa ser responsabilizado pela
disfunção. Isso é confirmado pela sintomatologia clínica, pois as mesmas abrangem
importantes elementos funcionais, anatômicos e psicossociais.
Pelo exposto, Moreno (2009), afirma que exercícios terapêuticos têm sido muito
empregados na reabilitação e prevenção da DTM, com o objetivo de aliviar a dor e melhorar a
função. O autor justifica ainda que existam estudos conclusivos sobre a aplicação de
exercícios terapêuticos, associados à terapia manual, justificando que esses procedimentos
parecem ser úteis nos casos de deslocamento anterior do disco com redução da síndrome
dolorosa miofascial e DTM miogênica.
Visto que as desordens musculares fazem parte das DTM, constata-se que o
tratamento fisioterapeutico, favorece não só o alivio da sintomatologia do paciente, mas
também busca restabelecer a função normal do aparelho mastigatório (BIASOTTO-
GONZALEZ, 2005).
Biasotto-Gonzalez (2005), conclui ainda que a proposta de tratamento para DTM
dispõe de vários recursos, dentre eles a cinesioterapia e os recursos manuais, que podem ser
definidos como “exame ou tratamento pelas mãos”, inclui-se nessa definição a manipulação e
a mobilização articular, associados a uma massagem profunda podendo ajudar a mobilizar
tecidos aumentando o fluxo sanguíneo na área e eliminando os pontos gatilhos. Que ponde ser
considerado, como um ponto, localizado num músculo, que se apresenta tenso e muito
irritável, visto que o conjunto ou manobras realizadas com as mãos sobre os tecidos moles do
organismo tem objetivos curativos, profiláticos e / ou revigorantes.
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2. METODOLOGIA
2.1 Sujeito
O tipo de estudo realizado caracterizou-se como, estudo de caso, que foi realizado com
a paciente, R.R.C.O, com idade de 28 anos, do sexo feminino, que apresentou sintomas
referentes à DTM.
Nos critérios de avaliação, entre os quais utilizamos: Índice de Helkimo, Índice de
Fonseca, Escala Analógica Visual e Questionário de Triagem.
A Pesquisa poderia ser interrompida caso houvesse desistência ou falta da paciente,
falta de material e não disponibilidade de local para atendimento.
A pesquisa foi realizada na clinica escola de fisioterapia da Faculdade de Ensino
Superior de Catalão-CESUC. A paciente foi previamente informada sobre o tipo de
tratamento a que foi submetida, bem como todos os procedimentos realizados durante o
mesmo, o número de sessões e sua provável duração, variando em media de 25 a 45 minutos,
foram esclarecidos também todos os possíveis riscos e benefícios.
Para isso a paciente assinou o termo de consentimento livre e esclarecido, onde a
mesma se declarou ciente de todos os riscos e benefícios que foi submetida no tratamento.
Termo esse que isentou a paciente de qualquer custo gerado pela pesquisa, ao mesmo tempo
em que declarou a paciente livre para abandonar o tratamento quando julgasse necessário.
- Critérios de inclusão; A paciente apresentou dor, crepitação, diminuição da ADM
de acordo com o questionário de triagem recomendado para DTM segundo Academia
Americana de Dor Orofacial. Apresentou também presença de mordida cruzada, bruxismo,
idade acima de 18 anos e abaixo de 40 anos e que nunca usou aparelho ortodônticos.
- Critério de exclusão: Todos os pacientes que apresentaram idade acima de 40 anos
e abaixo de 18 anos, que usam ou já tenham usado aparelhos ortodônticos. Foram excluídos
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também, aqueles que usam algum tipo de medicação para alivio de dor ou que não
apresentaram dor, crepitação ou diminuição da ADM.
2.2 Procedimentos
As sessões tiveram inicio com a aplicação da escala analógica de dor no inicio e no
fim de cada sessão, e a aplicação do Índice de Helkimo e Fonseca na primeira e na ultima
sessão do tratamento.
- Escala visual analógica: e um modelo de régua graduado de 0 a 10 onde a paciente
classificou o nível de dor que ela apresentou durante cada sessão. Foi um instrumento
importante para verificarmos a evolução do paciente durante o tratamento e mesmo a cada
atendimento, de maneira mais fidedigna.
- Índice de Helkimo: usado como instrumento para mensurar a severidade da DTM,
que tem por objetivo classificar a voluntária em categorias de severidade de sinais clínicos de
DTM. É subdividido em cinco itens: limitação na amplitude de movimento mandibular,
limitação na função da ATM, dor muscular, dor na ATM e dor no movimento mandibular.
Para cada item são possíveis três pontuações, dependendo da avaliação clínica, o índice varia
de: 0, 1 e 5.
Ao final, a somatória das pontuações de cada item permite classificar a voluntária em
quatro categorias: sem sintomas de DTM (0 ponto), sintomas leves (1 a 4 pontos), moderados
(5 a 9 pontos) e severos (10 a 25 pontos).
- Índice de Fonseca: Caracteriza a severidade dos sintomas de DTM. Para cada uma
das questões do questionário de Fonseca são possíveis três respostas (sim, não e às vezes)
para as quais são preestabelecidas três pontuações (10, 0 e 5, respectivamente).
Com a somatória dos pontos atribuídos obtém-se um índice que permite classificar os
voluntários em categorias de severidade de sintomas: sem DTM (0 a 15 pontos), DTM leve
(20 a 45 pontos), DTM moderada (50 a 65) e DTM severa (70 a 100 pontos).
Assim o tratamento propriamente dito se iniciou com a terapia “digito pressão”, onde
o fisioterapeuta utilizou os dedos indicadores ou polegares, pressionando os pontos dolorosos
até a sedação dos mesmos. Os músculos tratados foram: músculo temporal, músculo
bucinador, músculo pterigóide medial, músculo pterigóide lateral, músculo masseter,
identificados na avaliação.
Foram realizadas 10 sessões consecutivas, com exceção ao sábado e domingo sendo
que as sessões não tiveram tempo pré-determinado, variando de 25 a 45 minutos visto que a
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paciente apresentou uma variação de tempo para se alcançar a sedação de cada ponto
doloroso. O método foi aplicado com a paciente deitada em decúbito dorsal, com o
fisioterapeuta posicionado de pé ou sentando atrás da cabeceira da maca.
Os pontos aplicados na musculatura do pterigóide e bucinador foram acessados de
forma intra-oral utilizando-se da mesma técnica dos pontos externos, porém o fisioterapeuta
utilizou luvas de látex descartáveis.
3. RESULTADOS
Após analise dos resultados dos índices (Helkimo e Fonseca) aplicados no início e no
final do tratamento, foi constatado que a paciente apresentou no primeiro índice uma
classificação de DTM severa, e no segundo DTM moderada. Após o término do tratamento,
que consistiu na aplicação de 10 sessões da técnica “Dígito Pressão”, observou-se no primeiro
índice uma regressão do quadro severo para moderado, e no segundo de moderado para leve.
A análise da escala visual analógica, aplicada no início e no final de todas as sessões,
demonstrou que a paciente apresentava um nível de dor moderado, que não regrediu apenas
na primeira (1) sessão, as demais (9) apresentaram regressão do quadro, de moderado para
leve. Podendo ser representado na seguinte tabela.
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3.1 Discussão
O presente trabalho buscou confirmar a eficácia do método “Digito Pressão” como
aliado definitivo para o tratamento das DTM. Concordando com essa afirmação, Andrade e
Frare (2008), relatam que a terapia manual tem sua eficácia baseada na eliminação das tensões
nos tecidos moles, pontos gatilhos e estados de defesa muscular, recorrendo a movimentos de
baixa intensidade que aplicados sobre a área, agem sobre o sistema sensorial através dos
órgãos tendinosos de Golgi.
Contribuído nessa discussão, Vilarta et al. 2007, confirmam que a massoterapia é um
recurso manual muito empregado nas DTM, por meio das terapias de pontos gatilhos, tendo
nesse método um importante recurso a ser utilizado para tratar a disfunção.
O primeiro índice aplicado, o “Índice de Helkimo”, foi o pioneiro no desenvolvimento de
índices para mensurar a severidade das desordens temporomandibulares, bem como as dores
desse sistema, pois foi a partir dos trabalhos de helkimo que pode se observar a prevalência e
o grau de severidade das DTM, individualmente e na população em geral, por meio de um
índice anamenético e clínico, em que se pode notar uma maior padronização dos estudos em
relação aos anteriormente realizados (Almeida et al. 2005).
A avaliação de Helkimo abrange: índice de amplitude de movimento; dor ao
movimento da mandíbula; dor na ATM; alterações na função da ATM; dor muscular. Para
cada item são possíveis três pontuações, o índice varia de: 0, 1 e 5, a somatória no início do
tratamento foi de 10 pontos classificando a paciente com disfunção severa, no índice de
disfunção 3 com intervalo de 10-13. No final do tratamento onde novamente foi aplicado o
índice, a paciente apresentou uma melhora, com a somatória de 5 pontos classificando a
paciente com disfunção moderada, no índice de disfunção 2 com intervalo de 5-9.
Segundo Chaves (2007), o índice Fonseca tem sido utilizado em vários estudos devido
sua simplicidade, favorecendo o estudo das epidemiologias populacionais.
Portanto o “Índice de Fonseca” foi inserido na pesquisa por ser um dos poucos
instrumentos disponíveis em língua portuguesa para caracterizar a severidade dos sintomas da
DTM. Para cada uma das questões do índice são possíveis três respostas (sim, não e às vezes)
para as quais são preestabelecidas três pontuações (10, 0 e 5, respectivamente). A somatória
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4. Conclusão
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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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