Avaliação Método RULA - Ergonomia

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CATÓLICA DE VITÓRIA CENTRO UNIVERSITÁRIO

AMANDA DIAS BELCAVELLO


GABRIEL DOS SANTOS CURTO
GABRIEL LIRIO SOUZA
THAYS SCHMIDEL BENINCA

AVALIAÇÃO ERGONÔMICA – MÉTODO RULA

VITÓRIA

1
2018

AMANDA DIAS BELCAVELLO


GABRIEL DOS SANTOS CURTO
GABRIEL LIRIO SOUZA
THAYS SCHMIDEL BENINCA

AVALIAÇÃO ERGONÔMICA – MÉTODO RULA

Projeto de Pesquisa apresentado à professora


Fabiana Abrahão, da disciplina Trabalho de
Ergonomia, do quinto período do curso
Fisioterapia da Católica de Vitória Centro
Universitário.

VITÓRIA

2
2018
SUMÁRIO

RESUMO................................................................................................................... 4
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 5
OBJETIVO................................................................................................................. 6
METODOLOGIA........................................................................................................ 6
RESULTADOS .......................................................................................................... 7
DISCUSSOES ........................................................................................................... 13
CONCLUSÃO............................................................................................................ 14
REFERENCIAS BILBIOGRAFICAS .......................................................................... 15

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RESUMO

O presente estudo apresenta uma pesquisa realizada com uma funcionária do setor
de Reumatologia do Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes, localizada
no município de Vitória-ES, onde se busca uma relação das possíveis dores
relatadas por essa funcionária, com movimentos e posturas adotadas, e se os
mesmos estão condicionados a má projeção do posto de trabalho. Posteriormente,
indicar soluções que diminuam o risco ergonômico da funcionária, diminuindo o risco
de lesões e afastamentos. Foram registradas imagens dos movimentos realizados
por ela durante a execução da função de recepcionista. Posteriormente, para análise
dos dados, foi aplicado o método RULA (RapidUpeerLimbAssessment) na avaliação
das posturas e esforços, e obtidos os níveis de ação, se aceitáveis, ou não, nas
posturas com maior índice de frequência. Os resultados alcançados demonstram
uma forte relação entre as dores relatadas pela funcionária e as posturas adotadas
para execução das tarefas prescritas para aquele posto de trabalho. Concluiu-se a
eficácia do método RULA, além da importância de uma avaliação de risco
ergonômico do posto de trabalho da funcionária.

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INTRODUÇÃO

Os problemas causados pela má postura corporal são muitos. Dentre eles, está a
algia da coluna vertebral. De acordo com a Organização Mundial de saúde (OMS),
85% da população mundial sofrem, ou sofrerão de dores na coluna. (KORELO et al.,
2013)

As alterações da postura humana, decorrentes do transporte de carga e posturas


inadequadas, despertam interesses de pesquisadores e ergonomistas, devido ao
comprometimento anatômico e funcional da coluna vertebral, que ocorre em função
do peso, da forma de transporte e das características físicas dos sujeitos (PASCOE
et al., 1997; WONG e HONG, 1997; GRIMMER et al., 2002; FOWLER, RODACKI e
RODACKI, in press).

As dores e queixas relacionadas com a coluna vertebral constituem um complexo


desafio para a Saúde Ocupacional. É importante destacar que acidente do trabalho,
do ponto de vista legal, “É aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da
empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que causa a morte ou
a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”.
(OLIVEIRA, 1992).

Em análise de prevenção de acidentes de um hospital público, constatou-se que as


condições econômicas socioeconômicas, a idade e as condições físicas do
empregado são fatores predisponentes de risco de acidente e que o ambiente de
trabalho e as instalações também são fatores de risco. (VOROBOW, 1975).

Os custos sociais, decorrentes de afastamentos e tratamento de dores ocupacionais


são elevados, e o agravante é que nas lombalgias um pequeno número de pessoas
acometidas gera custos excessivos, além do risco de perderem vários dias de
trabalho. São observados os gastos diretos e indiretos que ganham uma proporção
alarmante em relação a outras patologias. (MAETZEL, 2006)

Infelizmente, no Brasil, temos a cultura de tomada de ações corretivas, e não


preventivas. Isso gera uma preocupação por parte dos profissionais da saúde
quanto à integridade relacionada à ocupação do indivíduo. (KORELO, et al., 2013)

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Isso justifica a importância de uma análise ergonômica para prevenção de acidentes
ocupacionais, e a preocupação de especialistas para a mitigação de condições que
afastem funcionários de seus postos.

O método RULA é uma adaptação do método OWAS, acrescido de outras variáveis


como: força, repetição e amplitude de movimento articular, sendo recomendado para
analisar a sobrecarga concentrada no pescoço e membros superiores durante o
trabalho, e para tanto utiliza diagramas para simplificar a identificação das
amplitudes de movimentos nas articulações, bem como avalia o trabalho muscular
estático e as forças exercidas pelos segmentos em análise. (MCATEMNEY e
CORLETT, 1993).

OBJETIVOS

O presente trabalho busca uma relação das possíveis dores relatadas por uma
funcionária residente do setor de Reumatologia do Hospital Universitário Cassiano
Antônio de Moraes, localizada no município de Vitória-ES, a má projeção do posto
de trabalho, considerando os movimentos e posturas por ela adotadas, durante a
execução do trabalho como recepcionista, realizando a avaliação ergonômica do
trabalho, com a análise de posturas e esforços durante a atividade, através da
aplicação da metodologia RULA (RapidUpperLimbAssessment). Posteriormente,
objetivou-se a aplicação de correções para mitigar ou extinguir os riscos
ergonômicos do posto de trabalho da funcionária.

METODOLOGIA

Para a pesquisa, foram utilizados como recurso, registros fotográficos da funcionária


em seu posto de trabalho, executando normalmente suas atividades diárias. Foram
avaliadas duas atividades em que se mantém maior freqüência pela funcionaria.
Estabeleceu-se como Tarefa 1 a atividade de manusear as gavetas inferiores de um
armário de escritório para a manipulação de documentos, estando a funcionária de
pé. A Tarefa 2 foi definida como a atividade de organização e movimentação de
pastas de documentos, que se localizam na estante atrás da funcionária, estando
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essa sentada. As imagens obtidas pelos discentes de fisioterapia foram utilizadas no
método RULA na análise de posturas e esforços. A partir daí obtidos os níveis de
ação, se aceitáveis ou não, nas posturas com maior freqüência em sua jornada de
trabalho. O aplicativo para a aplicação do método esteve disponível para download
no site <http://www.fbfsistemas.com/imagenserg.html>, e as conclusões e sugestões
de melhorias a partir do método empregado.

RESULTADOS

Após os registros fotográficos, foi possível mensurar pelo método RULA os níveis de
ação, objetivando a preservação da saúde ocupacional da funcionária. Os dados
podem ser visualizados a seguir:

TAREFA 1

Na imagem registrada, nota-se o movimento realizado pela funcionária com flexão


de tronco acima de 45 graus para pegar um prontuário na prateleira, o movimento é
realizado várias vezes ao dia e a carga é inferior a2 kg.

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BRAÇO ANTEBRAÇO PUNHO

Avaliando-se membros superiores, nota-se flexão de braço entre 20 e 45 graus,


flexão de antebraço entre 60 e 100 graus e flexão de punho de 15 graus durante o
movimento imposto pelo trabalho da funcionária.

PESCOÇO PESCOÇO

Em relação ao pescoço, observa-se rotação com máxima amplitude de movimento


(ADM) e flexão entre 0 e 10 graus durante a atividade.

TRONCO PERNA
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Na avaliação, encontrou-se flexão de tronco entre 20 e 60 graus durante as
atividades. A funcionária se encontra constantemente nessa posição para alcançar
objetos nas gavetas inferiores. Em relação aos membros inferiores, estes se
encontram estáveis, com pernas e pés bem equilibrados.

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De acordo com os dados obtidos pelo programa, observa-se uma pontuação de 5 ou
6 do método RULA, indicando o nível de ação 3, onde sugere investigação
ergonômica e a realização de mudanças no posto de trabalho, para que se possa
evitar ou mitigar danos na saúde ocupacional.

TAREFA 2

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Na foto acima a funcionária realiza uma rotação de pescoço e tronco e uma abdução
de ombro para pegar a pasta, a postura é repetitiva e com carga menos que 2 kg.

BRAÇO ANTEBRAÇO PUNHO

Avaliando-se membros superiores, nota-se flexão de braço entre 45 e 90 graus,


flexão de antebraço entre 0 e 60 graus e flexão de punho de 15 graus durante o
movimento imposto pelo trabalho da funcionária.

PERNAS

PESCOÇO PESCOÇO

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Em relação ao pescoço, observa-se rotação com máxima amplitude de movimento
(ADM) e flexão entre 0 e 10 graus durante a atividade.

TRONCO PERNA

Na avaliação, não se encontrou flexão de tronco, porém observa-se rotação com


máxima ADM durante as atividades. A funcionária se encontra constantemente
nessa posição para alcançar objetos na estante atrás da cadeira. Em relação aos
membros inferiores, estes se encontram instáveis, com pernas e pés sem equilíbrio
adequado.

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De acordo com as imagens acima, obtidas pelo programa, observa-se uma
pontuação de 5 ou 6 do método RULA, indicando o nível de ação 3, onde sugere
investigação ergonômica e a realização de mudanças no posto de trabalho, para que
se possa evitar ou mitigar danos na saúde ocupacional.

DISCUSSÕES

Após as avaliações e resultados obtidos, foi possível traçar medidas para solucionar
possíveis problemas que podem trazer desordens musculoesqueléticas na
funcionária, evitando o afastamento da mesma. Deu-se ênfase às articulações do
tronco e ombro, onde há maior incidência de afastamento de empregados por
comprometimento dessas áreas. Dessa forma, procurou-se manter a integridade
destas articulações, sugerindo alterações físicas no posto de trabalho, na disposição
dos objetos a serem alcançados pela funcionária. A respeito da Tarefa 1, o grande
agrave e risco estão relacionados à flexão excessiva de tronco ao longo do dia.
Como solução, sugeriu-se que os documentos que se encontram nas gavetas
inferiores, e que frequentemente são utilizados, fossem dispostos em uma prateleira
mais alta, ao nível da linha da articulação do cotovelo da funcionária. Tal mudança
tem a finalidade de diminuir a compressão sobre vértebras da coluna dorsal durante
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a flexão de tronco. Na Tarefa 2, encontrou-se como solução a disposição dos
documentos mais utilizados em uma prateleira com maior acesso, à frente da
funcionária, ou nas gavetas da mesa da mesma. Uma outra solução seria o
treinamento adequado para a utilização da cadeira de escritório giratória, para que
diminua ou se evite a rotação excessiva de tronco, que pode ocasionar compressão
sobre as vértebras lombares. Além disso, pausas regulares de trabalho são
interessantes para evitar o estresse sobre as articulações solicitadas durante o
serviço.

CONCLUSÃO

Concluiu-se a importância da avaliação ergonômica e eficácia do Método RULA


neste caso. Para as duas tarefas avaliadas neste trabalho, soluções urgentes e
eficazes devem ser encontradas, para evitar riscos ergonômicos no trabalhador. Ao
analisar uma situação real de trabalho através de um método reconhecido, não
apenas supõe-se a necessidade, mas constatam-se as prioridades para a
preservação da saúde do trabalhador. O presente estudo permitiu concluir que
existe risco ergonômico em potencial, na atividade administrativa de organização e
alcance de documentos disponíveis no escritório pela funcionária do hospital. A
utilização do método RULA permitiu avaliar, de forma satisfatória, os riscos que a
funcionário corre ao realizar a tarefa, principalmente quanto à coluna lombar. Como
o escore foi alto para coluna lombar, indica-se o emprego de outros procedimentos
para minimizar os riscos ergonômicos da funcionária. Implantar pausas regulares
de trabalho, mudar a disposição dos objetos e documentos adaptada à tarefa,
implantar treinamento operacional dando destaque para os movimentos e esforços,
continuar a pesquisa para identificar pontos que melhorem e corrijam os riscos
ergonômicos na realização deste serviço.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. ALEXANDRE, N.M.C.; BENATTI, M.C.C. Acidentes de trabalho afetando a


coluna vertebral: um estudo realizado com trabalhadores de enfermagem de
um hospital universitário. Rev.latino-am.enfermagem, Ribeirãoo Preto, v. 6, n.
2, p. 65-72, abril 1998.
2. FOWLER, N. E.; RODACKI, A. L. F.; RODACKI, C. L. N. Changes in thespine
kinematicsduetomechanicalloadsduring a simulated postal worker’stask.
GaitandPosture, in press.
3. GRIMMER, K.; DANSIE, B.; MILANESE, S.; PIRUNSAN, U.; TROTT, P.
Adolescentstanding postural response tobackpackloads: a
randomizedcontrolled experimentalstudy. BMC MusculoskeletDisord, v. 17, n.
3, p., 2002.
4. Korelo RIG, Ragasson CAP, Lerner CE, Morais JC, Cossa JBN, Krauczuk C.
Efeitode um programa cinesioterapêutico de grupo, aliado à escola de
postura, nalombalgia crônica. Fisioter Mov. 2013;26(2):389-94.
5. Maetzel A, Li L. The economic burden of low back pain: a review of studies
published between 1996 and 2001. Best Pract Res ClinRheumatol. 2006; 16
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6. MCATAMNEY, Lynn; CORLETT, E.Nigel. RULA: a surveymethod for
theinvestigationofwork-relatedupperlimbdisorders. UK. AppliedErgonomics,
v.24, n. 2, p. 91-99, 1993.
7. OLIVEIRA, J. Consolidação das leis do trabalho. São Paulo: Saraiva, 1992
8. PASCOE, D. D.; PASCOE, D. E.; WANG, Y. T.; KIM, C. K. Influenceof
carrying bookbags ongaitcycleandpostureofyouths. Ergonomics, v. 40, n 6, p.
631-641, 1997.
9. Vorobow G. Prevenção de acidentes no hospital. Rev Paul Hosp 1975;
23(5):198-203
10. WONG, A. S. K.; HONG, Y.
Walkingpatternanalyzingofprimaryschoolchildrenduringloadcarriageontreadmill
. Medicine and Science in Sports andExercise, v.29, p. 85, 1997

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