Métodos Ativos
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Métodos Ativos
O que ele me ensinou foi, não tanto a técnica, mas a essência verdadeira da música
... Ele observava as raízes que estavam por baixo de um homem e sua arte, e me conduzia
a elas. (Educação é amor)
Métodos Ativos (III) - Anhembi Morumbi
“O método que estamos usando não é outro senão o do ensino da língua materna
aplicado, sem modificações, à educação musical”. (Ibidem)
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Suzuki criou seu método baseado no Isso se faz, como orienta Suzuki, por
fato de que todos nascemos com o mesmo meio: da repetição constante, utilizando-se
talento para a música. Ele havia observado gravações; de uma relação afetuosa e
e sustentava que o único aprendizado compreensiva com o aluno; da execução de
gratificante que recebe o ser humano era o um repertório selecionado da literatura
de sua própria língua, a “língua mãe”, a qual musical universal dirigida ao público, de cor,
ele chega a dominar com total correção, e da capacidade de tocar de ouvido antes
sem necessidade de saber ler e escrever, de ler a música (a leitura somente inicia-se
nem de conhecer a gramática. Como? Por após aproximadamente três anos de estudo
meio do estímulo e do amor. Ele pensou do instrumento, quando a técnica está
que, se quando um bebê balbucia sons relativamente desenvolvida).
guturais e toda a família grita alvoroçada:
“Ele falou Papai!”, o bebê se esforça para Em 1948 organizou a primeira turma
conseguir mais reações semelhantes e experimental de 40 alunos; em 1950 criou
chega a falar, o mesmo poderia acontecer uma instituição para ensinar a execução do
se, da mesma forma a música, também um violino, de acordo com seu método. Isso
idioma, lhe fosse ensinada. envolvia o trabalho com crianças de três ou
quatro anos, aprendendo um repertório fixo
O método baseia-se em três (geralmente de peças de compositores dos
premissas fundamentais: o esforço da séculos XVIII e XIX) em ordem de dificuldade.
imitação infantil, o estímulo e, sobretudo, o
amor. Seus milhares de alunos consideram O Método Suzuki é, talvez, o mais
que são mais sensíveis, melhores por reconhecido sistema de estudo musical,
serem músicos, por haverem sido bem utilizado independentemente do ensino na
tratados na infância e por haver tido uma escola regular. Ele enfatiza o treinamento na
relação bonita e especial com seus pais, mais tenra idade, e sua tradição de
peça fundamental do método. envolvimento de parentes nas lições das
crianças dá a ele uma identidade única entre
Sob princípios de aprendizagem, os métodos musicais. Os alunos Suzuki
pertinentes à tradição japonesa, segue a podem alcançar surpreendente progresso
instrução no método Suzuki: o clima em que com pouca idade porque são levados a
participa a família na educação das crianças fazer, com especialidade, duas coisas que
– um ambiente de cooperação, não de as crianças pequenas são programadas
competição, o cuidado de rever e repetir até pela natureza: por meio de um caminho
alcançar a segurança e a maestria, o timbre sistemático e cuidadosamente planejado,
dirigido ao desenvolvimento da audição, a assimilar (pela escuta) e imitar.
apresentação de modelos adequados com
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São ainda críticas comuns ao método Suzuki: os alunos têm dificuldades na leitura
à primeira vista, na análise estrutural das peças que tocam e não recebem orientação para
tocar em orquestras; em função da contínua repetitividade há também o risco da interpretação
mecânica.
Para mim, Suzuki fez uma profunda e soberba análise de uma série de fatores dos
agentes de transmissão para os diversos tipos de inteligência, que são relevantes para a
aquisição de desempenhos hábeis. Se alguém tiver que reduzir o complexo Método Suziki
a uma fórmula, terá que se referir a um profundo conhecimento interpessoal, sendo usado
como meio de tramitar no complexo caminho da música, com o grande objetivo de dar
suporte cultural para tal empreendimento.
Salientando que “todo regime tem seu preço”, Gardner cita algumas preocupações
comuns sobre a escrita e o caráter limitado do repertório de Suzuki. Outra observação
interessante é esse comentário:
Quanto ao movimento, no método Suzuki, deve-se ressaltar que o aluno tem aula
individual, toca sem partitura e em pé, o que facilita sua mobilidade enquanto toca. Isso é
suficiente para Suzuki, ou seja, que o aluno tenha flexibilidade e liberdade de movimentos.
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A técnica e a musicalidade são altamente enfatizadas. Esse método foi usado primeiro
no violino, mas estendeu-se a outros instrumentos de cordas, ao piano e aos instrumentos
de sopro. Teve um sucesso notável, não apenas no Japão, mas nos EUA e na Europa, e
recebeu aprovação ampla, ainda que não universal, por parte dos professores de música
tradicionais.
Suzuki era um idealista, cria no homem e na educação. Para ele, o papel do professor
não se restringe a ensinar música ao aluno, mas tem o papel de ajudar a criança a cultivar
a espiritualidade que lhe permita observar o mundo musical. Seu objetivo principal não é o
ensino do instrumento propriamente dito, mas a educação musical da criança.
Maurice Martenot
lateral, criando um vibrato; a mão esquerda controla potenciômetros que comandam filtros
capazes de alterar timbre e dinâmica. O instrumento foi usado por Varèse, Messiaen, Boulez,
entre outros, e ainda é usado por jovens compositores franceses.
Seu método pedagógico é conhecido quase que apenas na França. Não apresenta
inovações, a não ser em seu país, em função mais de seus princípios filosóficos do que
por orientações pedagógicas. Em 1927, Maurice Martenot participou de um congresso
europeu sobre métodos de educação ativa, e, embora interessado na música vanguardista
de sua época, sua pedagogia desenvolveu-se sobre material e conteúdos tradicionais.
Seus objetivos:
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Metodologia:
Ward utilizava o solfejo relativo e utilizava esse meio para a formação do ouvido do
aluno. No entanto, em sua permanência na França, utilizou também o Dó Fixo. Para lidar
com esse desafio, utilizou então a linguagem cifrada, de 1 a 7, que permite o treinamento de
intervalos nos contextos funcionais maior e menor. Emprega também a clave de Dó que se
movimenta pelas diferentes linhas do pentagrama.
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A percepção e a realização dos ritmos, desde as células até os motivos, incisos e
frases, são obtidas por meio dos “gestos rítmicos”. O gesto métrico é feito com suave
percussão de um dedo de uma mão na palma da outra.
Para a notação das alturas, Ward utiliza a notação cifrada e para o ritmo recorre a
barras e pontos.
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