A Musica No Enem 2015

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BREVE HISTÓRIA DA MÚSICA NO BRASIL

QUESTÕES:

• Teoria musical........................................................................................................... 5

• Cantigas populares................................................................................................... 8

• MPB......................................................................................................................... 10

• MPB (Samba)........................................................................................................... 15

• MPB (Protesto/Década 60-70)............................................................................... 20

• MPB (Tropicalismo)................................................................................................. 22

• MPB (Regional)....................................................................................................... 25

• Rock nacional.......................................................................................................... 28

• Rap nacional............................................................................................................ 35

• Música internacional............................................................................................... 39

• Pesquisando sobre música na internet.................................................................. 43

• Gabaritos................................................................................................................. 48
BREVE HISTÓRIA DA MÚSICA NO BRASIL
(Das origens aos dias atuais)

SÉCULOS XVI, XVII E XVIII


• Cantigas populares;
• Ritmos percussivos africanos;
• Fanfarras militares;
• Músicas religiosas;
• Músicas eruditas europeias;
• Sons tribais indígenas.

FIM DO SÉCULO XVIII E INÍCIO DO SÉCULO XIX


• Lundu (africano) – sensual e dançante;
• Modinha (portuguesa) – sentimental e melancólica;
• Dança de salão europeia – trazida pela corte de D. João.

SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX


• Choro ou Chorinho;
• Marchinhas carnavalescas.
PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX
• Capoeira;
• Pagode;
• Batidas do Candomblé;
• Samba;
• Origens da MPB;
• Anos 20 a 40 (Era do Rádio);
• Baião (Maxixe / Xaxado / Xote);
• Samba-canção.

SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX


• Bossa nova;
• Era dos festivais da TV;
• Jovem guarda;
• Tropicalismo;
• Música de protesto;
• Festivais universitários / Samba-Rock;
• “Pessoal do Ceará”;
• Rock nacional;
• “Mangue beat”;
• Forró / Sertanejo / Axé / Funk carioca;
• Experimentações eletrônicas / Internet.
A MÚSICA NO ENEM

TEORIA MUSICAL

1. (ENEM-2013)

CAZES, H. Choro: do quintal ao Municipal. São Paulo: Editora 34, 1998.

A foto mostra integrantes de um grupo de choro tocando instrumentos de diferentes


classificações. Nessa formação, o instrumento que representa a família
a) das madeiras é a flauta transversal.
b) das cordas friccionadas é o bandolim.
c) dos metais é o pandeiro.
d) das percussões com membrana é o afoxé.
e) das cordas percutidas é o cavaquinho.

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2. (ENEM-2009) A música pode ser definida como a combinação de sons ao longo do


tempo. Cada produto final oriundo da infinidade de combinações possíveis será
diferente, dependendo da escolha das notas, de suas durações, dos instrumentos
utilizados, do estilo de música, da nacionalidade do compositor e do período em
que as obras foram compostas.

Figura 1 Figura 2

Figura 3 Figura 4

Figura 1 - http://images.quebarato.com.br/photos/big/2/D/15A12D_2.jpg.
Figura 2 - http://ourinhos.prefeituramunicipal.net/dados/fotos/2009/07/07/normal.
Figura 3 - http://www.edmontonculturalcapital.com/gallery/edjazzfestival/JazzQuartet.jpg.
Figura 4 - http://www.filmica.com/jacintaescudos/archivos/Led-Zeppelin.jpg.

Das figuras que apresentam grupos musicais em ação, pode-se concluir que o(os)
grupo(s) mostrado(s) na(s) figura(s)
a) 1 executa um gênero característico da música brasileira, conhecido como chorinho.
b) 2 executa um gênero característico da música clássica, cujo compositor mais
conhecido é Tom Jobim.
c) 3 executa um gênero característico da música europeia, que tem como repre-
sentantes Beethoven e Mozart.
d) 4 executa um tipo de música caracterizada pelos instrumentos acústicos, cuja
intensidade e nível de ruído permanecem na faixa dos 30 aos 40 decibéis.
e) 1 a 4 apresentam um produto final bastante semelhante, uma vez que as possi-
bilidades de combinações sonoras ao longo do tempo são limitadas.

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3. (ENEM-2009)

Figura 1 Figura 2 Figura 3

Disponível em: <www.jagged-globe. Disponível em: <lproweb.procempa. Disponível em: <www.estadao.com.br/


co.uk/images/i/1293.jpg>. com.br> fotos/jamelao10.JPG>.

Figura 4 Figura 5

Disponível em: <www.geocities.com/cosavip/> Disponível em: <www.amigosdavilamariana.com.


br/?q=node/9.

A música desempenha diversas funções na sociedade: educar, entreter, louvar,


dominar, seduzir, entre outras. Considerando o trabalho do artista em seu meio
cultural, é correto afirmar que a figura
a) 3 mostra uma situação em que a música é usada com finalidade terapêutica.
b) 1 mostra uma situação que ilustra o poder do som produzido por um ser domi-
nando outro ser.
c) 2 mostra a música em um contexto de louvor religioso.
d) 4 mostra uma atividade profana, ou secular, que envolve a música.
e) 5 mostra um grupo desempenhando uma atividade profissional.

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CANTIGAS POPULARES

4. (ENEM-2014)
Canto dos lavradores de Goiás
Tem fazenda e fazenda
Que é grande perfeitamente
Sobe serra e desce serra
Salta muita água corrente
Sem lavoura e sem ninguém
O dono mora ausente.
Lá só tem caçambeiro
Tira onda de valente
Isso é que é grande barreira
Que está em nossa frente
Tem muita gente sem terra
Tem muita terra sem gente.
MARTINS, J. S. Cativeiro da terra. São Paulo: Ciências Humanas, 1979.

No canto registrado pela cultura popular, a característica do mundo rural brasileiro


no século XX destacada é a
a) atuação da bancada ruralista.
b) expansão da fronteira agrícola.
c) valorização da agricultura familiar.
d) manutenção da concentração fundiária.
e) implementação da modernização conservadora.

5. (ENEM-2013)
Duerme negrito
Duerme, duerme, negrito,
que tu mamá está en el campo,
negrito...
Te va a traer
codornices para ti.
Te va a traer
rica fruta para ti.
Te va a traer
carne de cerdo para ti.
Te va a traer
muchas cosas para ti [...]
Duerme, duerme, negrito,
que tu mamá está en el campo,
negrito...
Trabajando, trabajando duramente, trabajando sí.
Trabajando y no le pagan,
trabajando sí.
Disponível em: http://letras.mus.br. Acesso em: 26 jun. 2012 (fragmento).

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Duerme negrito é uma cantiga de ninar da cultura popular hispânica, cuja letra
problematiza uma questão social ao
a) destacar o orgulho da mulher como provedora do lar.
b) evidenciar a ausência afetiva da mãe na criação do filho.
c) retratar a precariedade das relações do trabalho no campo.
d) ressaltar a inserção da mulher no mercado de trabalho rural.
e) exaltar liricamente a voz materna na formação cidadã do filho.

6. (ENEM-2009)
Cuitelinho

Cheguei na bera do porto


Onde as onda se espaia.
As garça dá meia volta,
Senta na bera da praia.
E o cuitelinho não gosta
Que o botão da rosa caia.

Quando eu vim da minha terra,


Despedi da parentaia.
Eu entrei em Mato Grosso,
Dei em terras paraguaia.
Lá tinha revolução,
Enfrentei fortes bataia.

A tua saudade corta


Como o aço de navaia.
O coração fica aflito,
Bate uma e outra faia.
E os oio se enche d´água
Que até a vista se atrapaia.
Folclore recolhido por Paulo Vanzolini e Antônio Xandó.
BORTONI-RICARDO, S. M. Educação em língua materna. São Paulo: Parábola, 2004.

Transmitida por gerações, a canção Cuitelinho manifesta aspectos culturais de um


povo, nos quais se inclui sua forma de falar, além de registrar um momento histórico.
Depreende-se disso que a importância em preservar a produção cultural de uma
nação consiste no fato de que produções como a canção Cuitelinho evidenciam a
a) recriação da realidade brasileira de forma ficcional.
b) criação neológica na língua portuguesa.
c) formação da identidade nacional por meio da tradição oral.
d) incorreção da língua portuguesa que é falada por pessoas do interior do Brasil.
e) padronização de palavras que variam regionalmente, mas possuem mesmo sig-
nificado.

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7. (ENEM-2009) No tempo da independência do Brasil, circulavam nas classes


populares do Recife trovas que faziam alusão à revolta escrava do Haiti.
Marinheiros e caiados
Todos devem se acabar,
Porque só pardos e pretos
O país hão de habitar.
AMARAL, F. P. do. Apud CARVALHO, A. Estudos pernambucanos. Recife: Cultura Acadêmica, 1907.

O período da independência do Brasil registra conflitos raciais, como se depreende


a) dos rumores acerca da revolta escrava do Haiti, que circulavam entre a população
escrava e entre os mestiços pobres, alimentando seu desejo por mudanças.
b) da rejeição aos portugueses, brancos, que significava a rejeição à opressão da
Metrópole, como ocorreu na Noite das Garrafadas.
c) do apoio que escravos e negros forros deram à monarquia, com a perspectiva
de receber sua proteção contra as injustiças do sistema escravista.
d) do repúdio que os escravos trabalhadores dos portos demonstravam contra os
marinheiros, porque estes representavam a elite branca opressora.
e) da expulsão de vários líderes negros independentistas, que defendiam a
implantação de uma república negra, a exemplo do Haiti.

MPB

8. (ENEM-2015)
Essa pequena
Meu tempo é curto, o tempo dela sobra
Meu cabelo é cinza, o dela é cor de abóbora
Temo que não dure muito a nossa novela, mas
Eu sou tão feliz com ela
Meu dia voa e ela não acorda
Vou até a esquina, ela quer ir para a Flórida
Acho que nem sei direito o que é que ela fala, mas
Não canso de contemplá-la
Feito avarento, conto os meus minutos
Cada segundo que se esvai
Cuidando dela, que anda noutro mundo
Ela que esbanja suas horas ao vento, ai
Às vezes ela pinta a boca e sai
Fique à vontade, eu digo, take your time
Sinto que ainda vou penar com essa pequena, mas
O blues já valeu a pena
CHICO BUARQUE. Disponível em: www.chicobuarque.com.br. Acesso em: 31 jun. 2012.

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O texto Essa pequena registra a expressão subjetiva do enunciador, trabalhada em


uma linguagem informal, comum na música popular. Observa-se, como marca da
variedade coloquial da linguagem presente no texto, o uso de
a) palavras emprestadas de língua estrangeira, de uso inusitado no português.
b) expressões populares, que reforçam a proximidade entre o autor e o leitor.
c) palavras polissêmicas, que geram ambiguidade.
d) formas pronominais em primeira pessoa.
e) repetições sonoras no final dos versos.

9. (ENEM-2015)
Carta ao Tom 74

Rua Nascimento Silva, cento e sete


Você ensinando pra Elizeth
As canções de canção do amor demais
Lembra que tempo feliz
Ai, que saudade,
Ipanema era só felicidade
Era como se o amor doesse em paz
Nossa famosa garota nem sabia
A que ponto a cidade turvaria
Esse Rio de amor que se perdeu
Mesmo a tristeza da gente era mais bela
E além disso se via da janela
Um cantinho de céu e o Redentor
É, meu amigo, só resta uma certeza,
É preciso acabar com essa tristeza
É preciso inventar de novo o amor
MORAES, V.; TOQUINHO. Bossa Nova, sua história, sua gente.
São Paulo: Universal; Philips,1975 (fragmento).

O trecho da canção de Toquinho e Vinicius de Moraes apresenta marcas do gênero


textual carta, possibilitando que o eu poético e o interlocutor
a) compartilhem uma visão realista sobre o amor em sintonia com o meio urbano.
b) troquem notícias em tom nostálgico sobre as mudanças ocorridas na cidade.
c) façam confidências, uma vez que não se encontram mais no Rio de Janeiro.
d) tratem pragmaticamente sobre os destinos do amor e da vida citadina.
e) aceitem as transformações ocorridas em pontos turísticos específicos.

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10. (ENEM-2012)
Aqui é o país do futebol

Brasil está vazio na tarde de domingo, né?


Olha o sambão, aqui é o país do futebol
[...]
No fundo deste país
Ao longo das avenidas
Nos campos de terra e grama
Brasil só é futebol
Noventa minutos
De emoção e alegria
Esqueço a casa e o trabalho
A vida fica lá fora
E tudo fica lá fora
Inferno fica lá fora
As dores ficam lá fora

SIMONAL, W. Aqui é o país do futebol. Disponível em: www.vagalume.com.br.


Acesso em: 27 out. 2011 (fragmento).

Na letra da canção Aqui é o país do futebol, de Wilson Simonal, o futebol, como


elemento da cultura corporal de movimento e expressão da tradição nacional, é
apresentado de forma crítica e emancipada devido ao fato de
a) reforçar a relação entre o esporte futebol e o samba.
b) ser apresentado como uma atividade de lazer.
c) ser identificado com a alegria da população brasileira.
d) promover a reflexão sobre a alienação provocada pelo futebol.
e) ser associado ao desenvolvimento do país.

11. (ENEM-2012)

Agora eu era o herói


E o meu cavalo só falava inglês.
A noiva do cowboy
Era você, além das outras três.
Eu enfrentava os batalhões,
Os alemães e seus canhões.
Guardava o meu bodoque
E ensaiava o rock para as matinês...
BUARQUE, C. João e Maria, 1977 (fragmento).

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A MÚSICA NO ENEM

Nos terceiro e oitavo versos da letra da canção, constata-se que o emprego das
palavras cowboy e rock expressa a influência de outra realidade cultural na língua
portuguesa. Essas palavras constituem evidências de
a) regionalismo, ao expressar a realidade sociocultural de habitantes de uma de-
terminada região.
b) neologismo, que se caracteriza pelo aportuguesamento de uma palavra oriunda
de outra língua.
c) jargão profissional, ao evocar a linguagem de uma área específica do conheci-
mento humano.
d) arcaísmo, ao representar termos usados em outros períodos da história da língua.
e) estrangeirismo, que significa a inserção de termos de outras comunidades lin-
guísticas no português.

12. (ENEM-2011) Sobradinho


O homem chega, já desfaz a natureza
Tira gente, põe represa, diz que tudo vai mudar
O São Francisco lá pra cima da Bahia
Diz que dia menos dia vai subir bem devagar
E passo a passo vai cumprindo a profecia do beato que
dizia que o Sertão ia alagar.
SÁ E GUARABYRA. Disco Pirão de peixe com pimenta. Som Livre, 1977 (fragmento).

O trecho da música faz referência a uma importante obra na região do rio São
Francisco. Uma consequência socioespacial dessa construção foi o(a)
a) migração forçada da população ribeirinha.
b) rebaixamento do nível do lençol freático local.
c) preservação da memória histórica da região.
d) ampliação das áreas de clima árido.
e) redução das áreas de agricultura irrigada.

13. (Enem – 2010) O mestre-sala dos mares


Há muito tempo nas águas da Guanabara
O dragão do mar reapareceu
Na figura de um bravo feiticeiro
A quem a história não esqueceu
Conhecido como o navegante negro
Tinha a dignidade de um mestre-sala
E ao acenar pelo mar na alegria das regatas
Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por batalhões de mulatas
Rubras cascatas jorravam das costas
dos Santos entre cantos e chibatas...
BLANC, A; BOSCO, J. O mestre-sala dos mares. Disponível em: www.vagalume.com.br/joao-bosco/o-mestre-
sala-dos-mares.html. Acesso em: 10 de jun. 2016.

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A MÚSICA NO ENEM

Na história brasileira, a chamada Revolta da Chibata, liderada por João Cândido,


e descrita na música, foi o(a)
a) rebelião de escravos contra os castigos físicos, ocorrida na Bahia, em 1848, e
repetida no Rio de Janeiro.
b) revolta, no porto de Salvador, em 1860, de marinheiros dos navios que faziam o
tráfico negreiro.
c) protesto, ocorrido no Exército, em 1865, contra o castigo de chibatadas em
soldados desertores na Guerra do Paraguai.
d) rebelião dos marinheiros, negros e mulatos, em 1910, contra os castigos e as
condições de trabalho na Marinha de Guerra.
e) protesto popular contra o aumento do custo de vida no Rio de Janeiro, em 1917,
dissolvido, a chibatadas, pela política.

14. (Enem – 2010)


Carnavália

Repique tocou
O surdo escutou
E o meu corasamborim
Cuíca gemeu, será que era eu, quando ela passou por mim?
[...]
ANTUNES, A.; BROWN, C.; MONTE, M. Tribalistas, 2002 (fragmento).

No terceiro verso, o vocábulo “corasamborim”, que é a junção coração + samba


+ tamborim, refere-se, ao mesmo tempo, a elementos que compõem uma escola
de samba e à situação emocional em que se encontra o autor da mensagem, com
o coração no ritmo da percussão.
Essa palavra corresponde a um(a)
a) estrangeirismo, uso de elementos linguísticos originados em outras línguas e
representativos de outras culturas.
b) neologismo, criação de novos itens linguísticos, pelos mecanismos que o sistema
da língua disponibiliza.
c) gíria, que compõe uma linguagem originada em determinado grupo social e que
pode vir a se disseminar em uma comunidade mais ampla.
d) regionalismo, por ser palavra característica de determinada área geográfica.
e) termo técnico, dado que designa elemento de área específica de atividade.

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A MÚSICA NO ENEM

MPB (SAMBA)

15. (Enem – 2015)


Yaô

Aqui có no terreiro
Pelú adié
Faz inveja pra gente
Que não tem mulher
No jacutá de preto velho
Há uma festa de yaô
Ôi tem nêga de Ogum
De Oxalá, de Iemanjá
Mucama de Oxossi é caçador
Ora viva Nanã
Nanã Buruku
Yô yôo
Yô yôoo
No terreiro de preto velho iaiá
Vamos saravá (a quem meu pai?)
Xangô!
VIANA, G. Agô, Pixinguinha! 100 Anos. Som Livre, 1997.

A canção Yaô foi composta na década de 1930 por Pixinguinha, em parceria com
Gastão Viana, que escreveu a letra. O texto mistura o português com o iorubá,
língua usada por africanos escravizados trazidos para o Brasil. Ao fazer uso do
iorubá nessa composição, o autor
a) promove uma crítica bem-humorada às religiões afro-brasileiras, destacando
diversos orixás.
b) ressalta uma mostra da marca da cultura africana, que se mantém viva na produção
musical brasileira.
c) evidencia a superioridade da cultura africana e seu caráter de resistência à do-
minação do branco.
d) deixa à mostra a separação racial e cultural que caracteriza a constituição do
povo brasileiro.
e) expressa os rituais africanos com maior autenticidade, respeitando as referências
originais.

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A MÚSICA NO ENEM

16. (Enem – 2014)


Maria da Penha

Você não vai ter sossego na vida, seu moço


Se me der um tapa
Da dona “Maria da Penha”
Você não escapa
O bicho pegou, não tem mais a banca
De dar cesta básica, amor
Vacilou, tá na tranca
Respeito, afinal, é bom e eu gosto
[...]
Não vem que eu não sou
Mulher de ficar escutando esculacho
Aqui o buraco é mais embaixo
A nossa já foi tarde
[...]
Se quer um conselho, não venha
Com essa arrogância ferrenha
Vai dar com a cara
Bem na mão da “Maria da Penha”
ALCIONE. De tudo o que eu gosto. Rio de Janeiro: Indie; Warner, 2007.

A letra da canção faz referência a uma iniciativa destinada a combater um tipo de


desrespeito e exclusão social principalmente, à(s)
a) mudanças decorrentes da entrada da mulher no mercado de trabalho.
b) formas de ameaça doméstica que se restringem à violência física.
c) relações de gênero socialmente construídas ao longo da história.
d) violência doméstica contra a mulher relacionada à pobreza.
e) ingestão excessiva de álcool pelos homens.

17. (Enem – 2011)

TEXTO I
Onde está a honestidade?

Você tem palacete reluzente


Tem joias e criados à vontade
Sem ter nenhuma herança nem parente
Só anda de automóvel na cidade.

E o povo já pergunta com maldade:


Onde está a honestidade?
Onde está a honestidade?

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A MÚSICA NO ENEM

O seu dinheiro nasce de repente


E embora não se saiba se é verdade
Você acha nas ruas diariamente
Anéis, dinheiro e até felicidade.

Vassoura dos salões da sociedade


Que varre o que encontrar em sua frente
Promove festivais de caridade
Em nome de qualquer defunto ausente.
ROSA, N. Disponível em: http://www.mpbnet.com.br. Acesso em: abr. 2010.

TEXTO II

Um vulto da história da música popular brasileira, reconhecido nacionalmente,


é Noel Rosa. Ele nasceu em 1910, no Rio de Janeiro; portanto, se estivesse vivo, estaria
completando 100 anos. Mas faleceu aos 26 anos de idade, vítima de tuberculose,
deixando um acervo de grande valor para o patrimônio cultural brasileiro. Muitas de
suas letras representam a sociedade contemporânea, como se tivessem sido escritas
no século XXI.
Disponível em: http://www.mpbnet.com.br. Acesso em: abr. 2010.

Um texto pertencente ao patrimônio literário-cultural brasileiro é atualizável, na


medida em que ele se refere a valores e situações de um povo. A atualidade da
canção Onde está a honestidade?, de Noel Rosa, evidencia-se por meio do(a)
a) ironia, ao se referir ao enriquecimento de origem duvidosa de alguns.
b) crítica aos ricos que possuem joias, mas não têm herança.
c) maldade do povo a perguntar sobre a honestidade.
d) privilégio de alguns em clamar pela honestidade.
e) insistência em promover eventos beneficentes.

18. (Enem – 2011)


Não tem tradução
[...]
Lá no morro, se eu fizer uma falseta
A Risoleta desiste logo do francês e do inglês
A gíria que o nosso morro criou
Bem cedo a cidade aceitou e usou
[...]
Essa gente hoje em dia que tem mania da exibição
Não entende que o samba não tem tradução no idioma francês
Tudo aquilo que o malandro pronuncia
Com voz macia é brasileiro, já passou de português
Amor lá no morro é amor pra chuchu
As rimas do samba não são I love you
E esse negócio de alô, alô boy e alô Johnny
Só pode ser conversa de telefone
ROSA, N. In: SOBRAL, João J. V. A tradução dos bambas. Revista Língua Portuguesa
Ano 4, n° 54. São Paulo: Segmento, abr. 2010 (fragmento).

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A MÚSICA NO ENEM

As canções de Noel Rosa, compositor brasileiro de Vila Isabel, apesar de revelarem


uma aguçada preocupação do artista com seu tempo e com as mudanças político-
-culturais no Brasil, no início dos anos 1920, ainda são modernas. Nesse fragmento
do samba Não tem tradução, por meio do recurso da metalinguagem, o poeta
propõe
a) incorporar novos costumes de origem francesa e americana, juntamente com
vocábulos estrangeiros.
b) respeitar e preservar o português-padrão como forma de fortalecimento do
idioma do Brasil.
c) valorizar a fala popular brasileira como patrimônio linguístico e forma legítima
de identidade nacional.
d) mudar os valores sociais vigentes à época, com o advento do novo e quente
ritmo da música popular brasileira.
e) ironizar a malandragem carioca, aculturada pela invasão de valores étnicos de
sociedades mais desenvolvidas.

19. (Enem – 2010)

TEXTO I

Chão de esmeraldas

Me sinto pisando
Um chão de esmeraldas
Quando levo meu coração
À Mangueira
Sob uma chuva de rosas
Meu sangue jorra das veias
E tinge um tapete
Pra ela sambar
É a realeza dos bambas
Que quer se mostrar
Soberba, garbosa
Minha escola é um catavento a girar
É verde, é rosa
Oh, abre alas para a Mangueira passar
BUARQUE, C.; CARVALHO, H. B. Chico Buarque de Mangueira.
Marola Edições Musicais Ltda. BMG. 1997. Disponível em: www.chicobuarque.com.br.
Acesso em: 30 abr. 2010.

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TEXTO II

Quando a escola de samba entra na Marquês de Sapucaí, a plateia delira, o


coração dos componentes bate mais forte e o que vale é a emoção. Mas, para que
esse verdadeiro espetáculo entre em cena, por trás da cortina de fumaça dos fogos de
artifício, existe um verdadeiro batalhão de alegria: são costureiras, aderecistas, diretores
de ala e de harmonia, pesquisador de enredo e uma infinidade de profissionais que
garantem que tudo esteja perfeito na hora do desfile.
AMORIM, M.; MACEDO, G. O espetáculo dos bastidores. Revista de Carnaval 2010:
Mangueira. RJ: Mangueira, 2010.

Ambos os textos exaltam o brilho, a beleza, a tradição e o compromisso dos diri-


gentes e de todos os componentes com a escola de samba Estação Primeira de
Mangueira. Uma das diferenças que se estabelece entre os textos é que
a) o artigo jornalístico cumpre a função de transmitir emoções e sensações, mais
do que a letra de música.
b) a letra de música privilegia a função social de comunicar a seu público a crítica
em relação ao samba e aos sambistas.
c) a linguagem poética, no texto I, valoriza imagens metafóricas e a própria escola,
enquanto a linguagem, no texto II, cumpre a função de informar e envolver o
leitor.
d) ao associar esmeraldas e rosas às cores da escola, o texto I acende a rivalidade
entre escolas de samba, enquanto o texto II é neutro.
e) o texto I sugere a riqueza material da Mangueira, enquanto o texto II destaca o
trabalho na escola de samba.

20. (Enem – 2010)


Ó sublime pergaminho
Libertação geral
A princesa chorou ao receber
A rosa de ouro papal
Uma chuva de flores cobriu o salão
E o negro jornalista
De joelhos beijou a sua mão
Uma voz na varanda do paço ecoou:
“Meu Deus, meu Deus
Tá extinta a escravidão”
MELODIA, Z; RUSSO, N; MADRUGADA, C. Sublime pergaminho.
Disponível em http://www.letras.tema.com.br. Acesso em: 28 abr. 2010.

O samba-enredo de 1968 reflete e reforça uma concepção acerca do fim da escra-


vidão ainda viva em nossa memória, mas que não encontra respaldo nos estudos
históricos mais recentes. Nessa concepção ultrapassada, a abolição é apresentada
como

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A MÚSICA NO ENEM

a) conquista dos trabalhadores urbanos livres, que demandavam a redução da


jornada de trabalho.
b) concessão do governo, que ofereceu benefícios aos negros, sem consideração
pelas lutas de escravos e abolicionistas.
c) ruptura na estrutura socioeconômica do país, sendo responsável pela otimização
da inclusão social dos libertos.
d) fruto de um pacto social, uma vez que agradaria os agentes históricos envolvidos
na questão: fazendeiros, governo e escravos.
e) forma de inclusão social, uma vez que a abolição possibilitaria a concretização
de direitos civis e sociais para os negros.

MPB (PROTESTO / DÉCADA 60-70)

21. (Enem – 2014)


Eu sou um pobre caboclo,
Ganho a vida na enxada.
O que eu colho é dividido
Com quem não plantou nada.
Se assim continuar
vou deixar o meu Sertão,
mesmo os olhos cheios d’água
e com dor no coração.
Vou pro Rio carregar massas
pros pedreiros em construção.
Deus até tá ajudando:
tá chovendo no Sertão!
Mas plantar pra dividir,
Não faço mais isso, não.
VALE. J.; AQUINO. J. B. Sina de caboclo. São Paulo: Polygram. 1994 (fragmento).

No trecho da canção, composta na década de 1960, retrata-se a insatisfação do


trabalhador rural com
a) a distribuição desigual da produção.
b) os financiamentos feitos ao produtor rural.
c) a ausência de escolas técnicas no campo.
d) os empecilhos advindos das secas prolongadas.
e) a precariedade de insumos no trabalho do campo.

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A MÚSICA NO ENEM

22. (Enem – 2012)


Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Vivem pros seus maridos
Orgulho e raça de Atenas.
BUARQUE, C.; BOAL, A. Mulheres de Atenas. In: Meus caros amigos,1976.
Disponível em: http://letras.terra.com.br. Acesso em: 4 dez. 2011 (fragmento).

Os versos da composição remetem à condição das mulheres na Grécia antiga,


caracterizada, naquela época, em razão de seu(sua)
a) função pedagógica, exercida junto às crianças atenienses.
b) importância na consolidação da democracia, pelo casamento.
c) rebaixamento de status social frente aos homens.
d) afastamento das funções domésticas em períodos de guerra.
e) igualdade política em relação aos homens.

23. (Enem – 2010)


Pequeno concerto que virou canção

Não, não há por que mentir ou esconder


A dor que foi maior do que é capaz meu coração
Não, nem há por que seguir cantando só para explicar
Não vai nunca entender de amor quem nunca soube amar
Ah, eu vou voltar pra mim
Seguir sozinho assim
Até me consumir ou consumir toda essa dor
Até sentir de novo o coração capaz de amor
VANDRÉ, G. Disponível em: http://www.letras.terra.com.br. Acesso em: 29 jun. 2011.

Na canção de Geraldo Vandré, tem-se a manifestação da função poética da lingua-


gem, que é percebida na elaboração artística e criativa da mensagem, por meio
de combinações sonoras e rítmicas. Pela análise do texto, entretanto, percebe-se,
também, a presença marcante da função emotiva ou expressiva, por meio da qual
o emissor
a) imprime à canção as marcas de sua atitude pessoal, seus sentimentos.
b) transmite informações objetivas sobre o tema de que trata a canção.
c) busca persuadir o receptor da canção a adotar um certo comportamento.
d) procura explicar a própria linguagem que utiliza para construir a canção.
e) objetiva verificar ou fortalecer a eficiência da mensagem veiculada.

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A MÚSICA NO ENEM

24. (Enem – 2010) Opinião

Podem me prender
Podem me bater
Podem até deixar-me sem comer
Que eu não mudo de opinião.
Daqui do morro eu não saio não
Daqui do morro eu não saio não.

Se não tem água


Eu furo um poço

Se não tem carne


Eu compro um osso e ponho na sopa
E deixa andar, deixa andar...

Falem de mim
Quem quiser falar
Aqui eu não pago aluguel
Se eu morrer amanhã seu doutor,
Estou pertinho do céu
KETTI, Zé. Opinião. Disponível em: http:/www.mpbnet.com.br. Acesso em: 28 abr. 2010.

Essa música fez parte de um importante espetáculo teatral que estreou no ano de
1964, no Rio de Janeiro. O papel exercido pela Música Popular Brasileira (MPB)
nesse contexto, evidenciado pela letra de música citada, foi o de
a) entretenimento para os grupos intelectuais.
b) valorização do progresso econômico do país.
c) crítica à passividade dos setores populares.
d) denúncia da situação social e política do país.
e) mobilização dos setores que apoiavam a Ditadura Militar.

MPB (TROPICALISMO)

25. (Enem – 2012)

Capa do LP Os Mutantes, 1968.


Disponível em: http://mutantes.com. Acesso em: 28 fev. 2012. (Foto: Reprodução/Enem)

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A MÚSICA NO ENEM

A capa do LP Os Mutantes, de 1968, ilustra o movimento da contracultura. O desafio


à tradição nessa criação musical é caracterizado por
a) letras e melodias com características amargas e depressivas.
b) arranjos baseados em ritmos e melodias nordestinos.
c) sonoridades experimentais e confluência de elementos populares e eruditos.
d) temas que refletem situações domésticas ligadas à tradição popular.
e) ritmos contidos e reservados em oposição aos modelos estrangeiros.

26. (Enem – 2011)


Brazil, capital Buenos Aires

No dia em que a bossa nova inventou o Brazil


Teve que fazer direito, senhores pares,
Porque a nossa capital era Buenos Aires,
A nossa capital era Buenos Aires.
E na cultura-Hollywood o cinema dizia
Que em Buenos Aires havia uma praia
Chamada Rio de Janeiro
Que como era gelada só podia ter
Carnaval no mês de fevereiro.
Naquele Rio de Janeiro o tango nasceu
E Mangueira o imortalizou na avenida
Originário das tangas
Com que as índias fingiam
Cobrir a graça sagrada da vida.

ZÉ, Tom. Disponível em http://letras.terra.com.br. Acesso em: abr. 2010.

O texto de Tom Zé, crítico de música, letrista e cantor, insere-se em um contexto


histórico e cultural que, dentro da cultura literária brasileira, define-se como
a) contemporâneo à poesia concretista e por ela influenciado.
b) sucessor do Romantismo e de seus ideais nacionalistas.
c) expressão do Modernismo brasileiro influenciado pelas Vanguardas europeias.
d) representante da literatura engajada, de resistência ao Estado Novo.
e) precursor do movimento de afirmação nacionalista, o Tropicalismo.

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A MÚSICA NO ENEM

27. (Enem – 2011)


[...]
Piraí, Piraí, Piraí
Piraí bandalargou-se um pouquinho
Piraí infoviabilizou
Os ares do município inteirinho
Com certeza a medida provocou
Um certo vento de redemoinho

Diabo de menino agora quer


Um Ipod e um computador novinho
Certo é que o Sertão quer virar mar
Certo é que o Sertão quer navegar
No micro do menino internetinho

GIL, G. Banda larga cordel. Geleia Geral. 2008.


Disponível em: http://www.gilbertogil.com.br. Acesso em: 24 abr. 2010 (fragmento).

No texto, encontram-se as expressões “bandalargou-se”, “infoviabilizou” e “in-


ternetinho”, que indicam a influência da tecnologia digital na língua. Em relação à
dinamicidade da língua no processo de comunicação, essas expressões representam
o(a)
a) expansão vocabular influenciada pelo uso cotidiano de ferramentas da cultura
digital.
b) desconhecimento das regras de formação de palavras na língua.
c) derivação de palavras sob a influência de falares arcaicos.
d) incorporação de palavras estrangeiras sem adaptações à língua portuguesa.
e) apropriação de conceitos ultrapassados disseminados pelas influências estrangeiras.

28. (Enem – 2010)


Sozinho vai descobrindo o caminho
O rádio fez igual ao seu avô
Rodovia, hidrovia, ferrovia
E agora chegando a infovia
Para alegria de todo o interior
GIL, G. Banda larga cordel. Disponível em: www.uol.vagalume.com.br.
Acesso em: 16 abr. 2010 (fragmento).

O trecho da canção faz referência a uma das dinâmicas centrais da globalização,


diretamente associada ao processo de
a) evolução da tecnologia da informação.
b) expansão das empresas transnacionais.
c) ampliação dos protecionismos alfandegários.
d) expansão das áreas urbanas do interior.
e) evolução dos fluxos populacionais.

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A MÚSICA NO ENEM

MPB (REGIONAL)

29. (Enem – 2015)


Assum preto
Tudo em vorta é só beleza
Sol de abril e a mata em frô
Mas assum preto, cego dos óio
Num vendo a luz, ai, canta de dor
Tarvez por ignorança
Ou mardade das pió
Furaro os óio do assum preto
Pra ele assim, ai, cantá mió
Assum preto veve sorto
Mas num pode avuá
Mil veiz a sina de uma gaiola
Desde que o céu, ai, pudesse oiá
GONZAGA, L.; TEIXEIRA, H. Disponível em: www.luizgonzaga.mus.br.
Acesso em: 30 jul. 2012 (fragmento).

As marcas da variedade regional registradas pelos compositores de Assum preto resultam


da aplicação de um conjunto de princípios ou regras gerais que alteram a pronúncia, a
morfologia, a sintaxe ou o léxico. No texto, é resultado de uma mesma regra a
a) pronúncia das palavras “vorta” e “veve”.
b) pronúncia das palavras “tarvez” e “sorto”.
c) flexão verbal encontrada em “furaro” e “cantá”.
d) redundância nas expressões “cego dos óio” e “mata em frô”.
e) pronúncia das palavras “ignorança” e “avuá”.

30. (Enem – 2014)

Óia eu aqui de novo xaxando


Óia eu aqui de novo para xaxar

Vou mostrar pr’esses cabras


Que eu ainda dou no couro
Isso é um desaforo
Que eu não posso levar
Óia eu aqui de novo cantando
Óia eu aqui de novo xaxando
Óia eu aqui de novo mostrando
Como se deve xaxar.

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A MÚSICA NO ENEM

Vem cá morena linda


Vestida de chita
Você é a mais bonita
Desse meu lugar
Vai, chama Maria, chama Luzia
Vai, chama Zabé, chama Raque
Diz que tou aqui com alegria.
BARROS, A. Óia eu aqui de novo. Disponível em <www.luizluagonzaga.mus.br >
Acesso em: 5 mai 2013.

A letra da canção de Antônio Barros manifesta aspectos do repertório linguístico e


cultural do Brasil. O verso que singulariza uma forma do falar popular regional é:
a) “Isso é um desaforo”.
b) “Diz que eu tou aqui com alegria”.
c) “Vou mostrar pr’esses cabras”.
d) “Vai, chama Maria, chama Luzia”.
e) “Vem cá, morena linda, vestida de chita”.

31. (Enem – 2012)

Minha vida é andar


Por esse país
Pra ver se um dia
Descanso feliz
Guardando as recordações
Das terras onde passei
Andando pelos sertões
E dos amigos que lá deixei
GONZAGA, L.; CORDOVIL. H. A vida de viajante, 1953.
Disponível em: www.recife.pe.gov.br. Acesso em: 20 fev. 2012 (fragmento).

A letra dessa canção reflete elementos identitários que representam a


a) valorização das características naturais do Sertão nordestino.
b) denúncia da precariedade social provocada pela seca.
c) experiência de deslocamento vivenciada pelo migrante.
d) profunda desigualdade social entre as regiões brasileiras.
e) discriminação dos nordestinos nos grandes centros urbanos.

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A MÚSICA NO ENEM

32. (Enem – 2010)


Chegança

Sou Pataxó,
Sou Xavante e Cariri,
Ianomâmi, sou Tupi
Guarani, sou Carajá.
Sou Pancaruru,
Carijó, Tupinajé,
Sou Potiguar, sou Caeté,
Ful-ni-ô, Tupinambá
[...]
Eu atraquei num porto muito seguro,
Céu azul, paz e ar puro...
Botei as pernas pro ar.
Logo sonhei que estava no paraíso,
Onde nem era preciso dormir para sonhar.

Mas de repente me acordei com a surpresa:


Uma esquadra portuguesa veio na praia atracar.
Da grande-nau
Um branco de barba escura,
Vestindo uma armadura me apontou pra me pegar.
E assustado dei um pulo lá da rede,
Pressenti a fome, a sede,
Eu pensei: “vão me acabar”.
Levantei-me de borduna já na mão.
Aí, senti no coração,
O Brasil vai começar.
NÓBREGA, A.; FREIRE, W. CD Pernambuco falando para o mundo, 1998.

A letra da canção apresenta um tema recorrente na história da colonização brasi-


leira, as relações de poder entre portugueses e povos nativos, e representa uma
crítica à ideia presente no chamado mito
a) da democracia racial, originado das relações cordiais estabelecidas entre portu-
gueses e nativos no período anterior ao início da colonização brasileira.
b) da cordialidade brasileira, advinda da forma como os povos nativos se associaram
economicamente aos portugueses, participando dos negócios coloniais açucareiros.
c) do brasileiro receptivo, oriundo da facilidade com que os nativos brasileiros aceita-
ram as regras impostas pelo colonizador, o que garantiu o sucesso da colonização.
d) da natural miscigenação, resultante da forma como a metrópole incentivou a união
entre colonos, ex-escravas e nativas para acelerar o povoamento da colônia.
e) do encontro, que identifica a colonização portuguesa como pacífica em função das
relações de troca estabelecidas nos primeiros contatos entre portugueses e nativos.

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A MÚSICA NO ENEM

ROCK NACIONAL

33. (Enem – 2015)

TEXTO I

[...]
A melhor banda de todos os tempos da última semana
O melhor disco brasileiro de música americana
O melhor disco dos últimos anos de sucessos do passado
O maior sucesso de todos os tempos entre os dez maiores fracassos

Não importa contradição


O que importa é televisão
Dizem que não há nada que você não se acostume
Cala a boca e aumenta o volume então.
MELLO, B.; BRITTO, S. A melhor banda de todos os tempos da última semana.
São Paulo: Abril Music, 2001 (fragmento).

TEXTO II

O fetichismo na música e a regressão da audição

Aldous Huxley levantou em um de seus ensaios a seguinte pergunta: quem


ainda se diverte realmente hoje num lugar de diversão? Com o mesmo direito
poder-se-ia perguntar: para quem a música de entretenimento serve ainda como
entretenimento? Ao invés de entreter, parece que tal música contribui ainda mais
para o emudecimento dos homens, para a morte da linguagem como expressão,
para a incapacidade de comunicação.
ADORNO, T. Textos escolhidos. São Paulo: Nova Cultural, 1999.

A aproximação entre a letra da canção e a crítica de Adorno indica o(a)


a) lado efêmero e restritivo da indústria cultural.
b) baixa renovação da indústria de entretenimento.
c) influência da música americana na cultura brasileira.
d) fusão entre elementos da indústria cultural e da cultura popular.
e) declínio da forma musical em prol de outros meios de entretenimento.

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A MÚSICA NO ENEM

34. (Enem – 2013)


Disneylândia

[...]
Multinacionais japonesas instalam empresas em Hong Kong
E produzem com matéria-prima brasileira
Para competir no mercado americano
[…]
Pilhas americanas alimentam eletrodomésticos ingleses
na Nova Guiné
Gasolina árabe alimenta automóveis americanos na
África do Sul
[…]
Crianças iraquianas fugidas da guerra
Não obtêm visto no consulado americano do Egito
Para entrarem na Disneylândia
ANTUNES, A. Disponível em: www.radio.uol.com.br. Acesso em: 3 fev. 2013 (fragmento).

Na canção, ressalta-se a coexistência, no contexto internacional atual, das seguintes


situações:
a) Acirramento do controle alfandegário e estímulo ao capital especulativo.
b) Ampliação das trocas econômicas e seletividade dos fluxos populacionais.
c) Intensificação do controle informacional e adoção de barreiras fitossanitárias.
d) Aumento da circulação mercantil e desregulamentação do sistema financeiro.
e) Expansão do protecionismo comercial e descaracterização de identidades nacionais.

35. (Enem – 2013)


TEXTO I
Eles se beijavam no elevador, nos corredores do prédio. Se amavam tanto,
que o vizinho solteirão da esquerda guardava por eles uma vermelha inveja. Uma
tarde, sem que ninguém soubesse por que, eles se enforcaram no banheiro. Houve
muito tumulto, carros da polícia parados em frente ao edifício, as equipes de TV.
O sol caía sobre as marquises e a cabeça dos curiosos na rua. Um senhor
dizia para uma mulher passando ali:
— Eles se suicidaram.
Uma comerciária acrescentava:
— Dizem que eles se gostavam muito.
— Que coisa!
Enquanto isso, o solteirão, na janela do seu apartamento, vendo todos lá
embaixo, mordia com sabor a carne acesa de uma enorme goiaba.
FERNANDES, R. O caçador. João Pessoa: UFPB, 1997.

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A MÚSICA NO ENEM

TEXTO II
Invejoso
O carro do vizinho é muito mais possante
E aquela mulher dele é tão interessante
Por isso ele parece muito mais potente
Sua casa foi pintada recentemente

E quando encontra o seu colega de trabalho


Só pensa em quanto deve ser o seu salário
Queria ter a secretária do patrão
Mas sua conta bancária já chegou ao chão
[...]
Invejoso
Querer o que é dos outros é o seu gozo
E fica remoendo até o osso
Mas sua fruta só lhe dá caroço
Invejoso
O bem alheio é o seu desgosto
Queria um palácio suntuoso
Mas acabou no fundo desse poço...
ANTUNES, A. Iê Iê Iê. São Paulo: Rosa Celeste, 2009 (fragmento).

O conto e a letra de canção abordam o mesmo tema, a inveja. Embora empreguem


recursos linguísticos diferentes, ambos lançam mão de um mecanismo em comum,
que consiste em
a) referir-se, em terceira pessoa, a um indivíduo qualificado como invejoso.
b) conferir à inveja aspectos humanos ao fazer dela personagem de narrativa.
c) expressar o ponto de vista do invejoso por meio da fala de uma personagem.
d) dissertar sobre a inveja, apresentando argumentos contrários e favoráveis.
e) fazer uma descrição do perfil psicológico de alguém caracterizado como invejoso.

36. (Enem – 2012)


TEXTO I
A característica da oralidade radiofônica, então, seria aquela que propõe
o diálogo com o ouvinte: a simplicidade, no sentido da escolha lexical; a concisão
e coerência, que se traduzem em um texto curto, em linguagem coloquial e com
organização direta; e o ritmo, marcado pelo locutor, que deve ser o mais natural (do
diálogo). É esta organização que vai “reger” a veiculação da mensagem, seja ela
interpretada ou de improviso, com objetivo de dar melodia à transmissão oral, dar
emoção, personalidade ao relato de fato.
VELHO, A. P. M. A linguagem do rádio multimídia. Disponível em: www.bocc.ubi.pt.
Acesso em: 27 fev. 2012.

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A MÚSICA NO ENEM

TEXTO II
A dois passos do paraíso
[...]
A Rádio Atividade leva até vocês
Mais um programa da séria série
“Dedique uma canção a quem você ama”
Eu tenho aqui em minhas mãos uma carta
Uma carta d’uma ouvinte que nos escreve
E assina com o singelo pseudônimo de
“Mariposa Apaixonada de Guadalupe”
Ela nos conta que no dia que seria
o dia mais feliz de sua vida
Arlindo Orlando, seu noivo
Um caminhoneiro conhecido da pequena e
Pacata cidade de Miracema do Norte
Fugiu, desapareceu, escafedeu-se
Oh! Arlindo Orlando volte
Onde quer que você se encontre
Volte para o seio de sua amada
Ela espera ver aquele caminhão voltando
De faróis baixos e para-choque duro...
BLITZ. Disponível em: http://letras.terra.com.br. Acesso em: 28 fev. 2012 (fragmento).

Em relação ao texto I, que analisa a linguagem do rádio, o texto II apresenta, em


uma letra de canção,
a) estilo simples e marcado pela interlocução com o receptor, típico da comunicação
radiofônica.
b) lirismo na abordagem do problema, o que o afasta de uma possível situação real
de comunicação radiofônica.
c) marcação rítmica dos versos, o que evidencia o fato de o texto pertencer a uma
modalidade de comunicação diferente da radiofônica.
d) direcionamento do texto a um ouvinte específico, divergindo da finalidade de
comunicação do rádio, que é atingir as massas.
e) objetividade na linguagem caracterizada pela ocorrência rara de adjetivos, de
modo a diminuir as marcas de subjetividade do locutor.
37. (Enem – 2011)
TEXTO I
A bandeira no estádio é um estandarte/A flâmula pendurada na parede
do quarto/ O distintivo na camisa do uniforme/ Que coisa linda é uma partida de
futebol/ Posso morrer pelo meu time/ Se ele perder, que dor, imenso crime/ Posso
chorar se ele não ganhar/ Mas se ele ganha, não adianta/ Não há garganta que
não pare de berrar/ A chuteira veste o pé descalço/ O tapete da realeza é verde/
Olhando para a bola eu vejo o sol/ Está rolando agora, é uma partida de futebol.
SKANK. Uma partida de futebol. Disponível em: www.letras.terra.com.br.
Acesso em: 27 abr. 2010 (fragmento).

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A MÚSICA NO ENEM

TEXTO II

O “gostar de futebol” no Brasil existe fora das consciências individuais


dos brasileiros. O gosto ou a paixão por um determinado esporte não existe
naturalmente em nosso “sangue”, como supõe o senso comum. Ele existe na
coletividade, em nosso meio social, que nos transmite esse sentimento da mesma
forma que a escola nos ensina a ler e a escrever.
HELAL, R. O que é Sociologia do esporte? São Paulo: Brasiliense, 1990.

Chamado de ópio do povo por uns, paixão nacional por outros, o futebol, além de
esporte mais praticado no Brasil, pode ser considerado fato social, culturalmente
apreendido, seja por seus praticantes, seja pelos torcedores. Nesse sentido, as
fontes anteriores apresentam ideias semelhantes, pois o
a) futebol aparece como elemento integrante da cultura brasileira.
b) lazer aparece em ambos como a principal função social do futebol.
c) “tapete verde” e a “bola–sol” são metáforas do nacionalismo.
d) esporte é visto como instrumento de divulgação de valores sociais.
e) futebol é visto como um instante de supressão da desigualdade social.

38. (Enem – 2010)

A gente não sabemos escolher presidente


A gente não sabemos tomar conta da gente
A gente não sabemos nem escovar os dentes
Tem gringo pensando que nóis é indigente
Inútil
A gente somos inútil
MOREIRA, R. Inútil, 1983 (fragmento).

O fragmento integra a letra de uma canção gravada em momento de intensa mo-


bilização política. A canção foi censurada por estar associada
a) ao rock nacional, que sofreu limitações desde o início da Ditadura Militar.
b) a uma crítica ao regime ditatorial que, mesmo em sua fase final, impedia a escolha
popular do presidente.
c) à falta de conteúdo relevante, pois o Estado buscava, naquele contexto, a cons-
cientização da sociedade por meio da música.
d) à dominação cultural dos Estados Unidos da América sobre a sociedade brasileira,
que o regime militar pretendia esconder.
e) à alusão à baixa escolaridade e à falta de consciência política do povo brasileiro.

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A MÚSICA NO ENEM

39. (Enem – 2009) Tempo perdido

Todos os dias quando acordo,


Não tenho mais o tempo que passou,
Mas tenho muito tempo.
Temos todo o tempo do mundo

Todos os dias antes de dormir,


Lembro e esqueço como foi o dia
(...)
Nosso suor sagrado
É bem mais belo que esse sangue amargo
(...)
Veja o sol dessa manhã tão cinza
A tempestade que chega é da cor dos teus
Olhos castanhos

Então me abraça forte


E diz mais uma vez
Que já estamos distantes de tudo

Temos nosso próprio tempo.


Não tenho medo do escuro,
Mas deixe as luzes acesas agora,

O que foi escondido é o que se escondeu,


E o que foi prometido, ninguém prometeu
Nem foi tempo perdido;

Somos tão jovens


tão jovens
tão jovens

RUSSO, R. Disponível em: <http://letras.terra.com.br/legiao-urbana/22489>. Acesso em: 14 abr. 2009.

Entre os trechos a seguir, retirados da letra Tempo perdido, o que melhor reflete
a função conativa ou apelativa da linguagem é
a) “Nem foi tempo perdido/ Somos tão jovens”.
b) “Todos os dias antes de dormir/ Lembro e esqueço como foi o dia”.
c) “Todos os dias quando acordo,/ Não tenho mais o tempo que passou”.
d) “Então me abraça forte/ E diz mais uma vez/ Que já estamos distantes de tudo”.
e) “O que foi escondido é o que se escondeu,/ E o que foi prometido, ninguém
prometeu”.

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A MÚSICA NO ENEM

40. (Enem – 2009) Para o mano Caetano

O que fazer do ouro de tolo


1 Quando um doce bardo brada a toda brida,
Em velas pandas, suas esquisitas rimas?
Geografia de verdades, Guanabaras postiças
4 Saudades banguelas, tropicais preguiças

A boca cheia de dentes


De um implacável sorriso
7 Morre a cada instante
Que devora a voz do morto, e com isso,
Ressuscita vampira, sem o menor aviso
10
[...]
E eu soy lobo-bolo? lobo-bolo
Tipo pra rimar com ouro de tolo?
13 Oh, Narciso, peixe ornamental!
Tease me, tease me outra vez
Ou em banto baiano
16 Ou em português de Portugal
De Natal
[...]

Tease me (caçoe de mim, importune-me).


LOBÃO. Disponível em: http://vagalume.uol.com.br. Acesso em: 14 ago. 2009 (adaptado).

Na letra da canção apresentada, o compositor Lobão explora vários recursos da


língua portuguesa, a fim de conseguir efeitos estéticos ou de sentido. Nessa letra, o
autor explora o extrato sonoro do idioma e o uso de termos coloquiais na seguinte
passagem:
a) “Quando um doce bardo brada a toda brida” (v. 2)
b) “Em velas pandas, suas esquisitas rimas?” (v. 3)
c) “Que devora a voz do morto” (v. 9)
d) “lobo-bolo//Tipo pra rimar com ouro de tolo? (v. 11-12)
e) “Tease me, tease me outra vez” (v. 14)

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A MÚSICA NO ENEM

RAP NACIONAL

41. (Enem – 2015) O rap constitui-se em uma expressão artística por meio da qual os
MCs relatam poeticamente a condição social em que vivem e retratam suas expe-
riências cotidianas.
SOUZA, J.; FIALHO, V. M.; ARALDI, J. Hip hop: da rua para a escola. Porto Alegre: Sulina, 2008.

O “relato poético” é uma característica fundamental desse gênero musical, em que o


a) MC canta de forma melodiosa as letras, que retratam a complexa realidade em
que se encontra.
b) rap se limita a usar sons eletrônicos nas músicas, que seriam responsáveis por
retratar a realidade da periferia.
c) rap se caracteriza pela proximidade das notas na melodia, em que a letra é mais
recitada do que cantada, como em uma poesia.
d) MC canta enquanto outros músicos o acompanham com instrumentos, tais como
o contrabaixo elétrico e o teclado.
e) MC canta poemas amplamente conhecidos, fundamentando sua atuação na
memorização de suas letras.

42. (Enem – 2014)


TEXTO I

BANKSY. Disponível em: banksy.co.uk. Acesso em: 4 ago. 2012.


TEXTO II
Só Deus pode me julgar
[...]
Soldado da guerra a favor da justiça
Igualdade por aqui é coisa fictícia
Você ri da minha roupa, ri do meu cabelo
Mas tenta me imitar se olhando no espelho
Preconceito sem conceito que apodrece a nação
Filhos do descaso mesmo pós-abolição
MV BILL. Declaração de guerra. Manaus: BMG, 2002 (fragmento).

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A MÚSICA NO ENEM

O trecho do rap e o grafite evidenciam o papel social das manifestações artísticas


e provocam a
a) consciência do público sobre as razões da desigualdade social.
b) rejeição do público-alvo à situação representada nas obras.
c) reflexão contra a indiferença nas relações sociais de forma contundente.
d) ideia de que a igualdade é atingida por meio da violência.
e) mobilização do público contra o preconceito racial em contextos diferentes.
43. (Enem – 2013) Até quando?
Não adianta olhar pro céu
Com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer
E muita greve, você pode, você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão
Virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus
Sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer!
Gabriel, O Pensador. Seja você mesmo (mas não seja sempre o mesmo).
Rio de Janeiro: Sony Music, 2001 (fragmento).
As escolhas linguísticas feitas pelo autor conferem ao texto
a) caráter atual, pelo uso de linguagem própria da internet.
b) cunho apelativo, pela predominância de imagens metafóricas.
c) tom de diálogo, pela recorrência de gírias.
d) espontaneidade, pelo uso da linguagem coloquial.
e) originalidade, pela concisão da linguagem.

44. (Enem – 2014) PROPOSTA DE REDAÇÃO


A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos
conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto DISSERTATIVO-
-ARGUMENTATIVO em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema “O que
o fenômeno social dos ‘rolezinhos’ representa?”, apresentando proposta de
intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de
forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO I
Segundo o MC Daniel de Souza, a origem do “rolezinho” remete aos
chamados encontros de admiradores, em que fãs dos cantores de funk iam aos
shoppings para encontrar os ídolos. “Antes do ‘rolezinho’ tinha o encontro de
admiradores, que era com os famosinhos das redes sociais, que faziam o seu
encontro e reuniam o povo no shopping”, declarou. “É o único lugar que todo
mundo conhece e é público”. O jovem acredita que os encontros de admiradores
cresceram e se tornaram os “rolezinhos” de hoje, atraindo também pessoas que
aproveitam a situação para causar tumulto.
ANTONIO, T. Disponível em: http://memoria.ebc.com.br.
Acesso em: 16 jun. 2014 (adaptado).

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A MÚSICA NO ENEM

TEXTO II

Disponível em: http://altamiroborges.blogspot.com.br.


Acesso em: 16 jun. 2014.

TEXTO III
O funk da ostentação, surgido na Baixada Santista e Região Metropolitana
de São Paulo nos últimos anos, evoca o consumo, o luxo, o dinheiro e o prazer
que tudo isso dá. Em seus clipes, os MCs aparecem com correntes e anéis
de ouro, vestidos com roupas de grife, em carros caros, cercado por mulheres.
Diferentemente do núcleo duro do hip hop paulista dos anos 80 e 90, que negava
o sistema, e também do movimento de literatura periférica e marginal que, no
início dos anos 2000, defendia que, se é para consumir, que se comprem as marcas
produzidas pela periferia, para a periferia. O funk da ostentação coloca os jovens,
ainda que para a maioria só pelo imaginário, em cenários até então reservados para
a juventude branca das classes média e alta. Esta, talvez, seja a sua transgressão. Em
seus clipes, os MCs têm vida de rico, com todos os signos dos ricos. Esta exaltação
do luxo e do consumo, interpretada como adesão ao sistema, tornou o funk da
ostentação desconfortável para uma parcela dos intelectuais brasileiros e mesmo
para parte das lideranças culturais das periferias de São Paulo. Agora, os rolezinhos
– e a repressão que se seguiu a eles – deram a esta vertente do funk uma marca de
insurgência. Ao ocupar os shoppings, a juventude pobre e negra das periferias não
estava apenas se apropriando dos valores simbólicos, como já fazia pelas letras do
funk da ostentação, mas também dos espaços físicos, o que marca uma diferença.
BRUM, E. Disponível em: http://arquivo.geledes.org.br. Acesso em: 16 jun. 2014 (adaptado).

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A MÚSICA NO ENEM

INSTRUÇÕES:
• O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
• O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.
• A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Cader-
no de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de
correção.

Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
• tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “insuficiente”.
• fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo.
• apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos.
• apresentar parte do texto deliberadamente desconectada com o tema proposto.

45. (Enem – 2010) Hip hop music

Hip hop music is a musical genre which developed as part of hip hop
culture, and is defined by key stylistic elements such as rapping, DJing, sampling (or
synthesis), scratching and beatboxing. Hip hop began in the South Bronx of New
York City in the 1970s. The term rap is often used synonymously with hip hop, but
hip hop denotes the practices of an entire subculture.
Disponível em: http://en.wikipedia.org. Acesso em: 8 jul. 2010.

Brazilian hip hop is one of the world’s major hip hop scenes, with active rap,
break dance, and graffiti scenes, especially in São Paulo, where groups tend to have
a more international style, influenced by old school hip hop and gangsta rap.
Brazilian rap has served as a reflection of political, social, and racial issues
plaguing the disenfranchised youth in the suburbs of São Paulo and Rio. The lyrical
content, band names, and song names used by Brazilian hip hop artists often
connote the socio-political issues surrounding their communities.
Disponível em: http://en.wikipedia.org. Acesso em: 8 jul. 2010 (fragmento).

Sendo a música uma das formas de manifestação cultural de um país, o rap brasi-
leiro, a partir das informações do texto, tem sido caracterizado
a) pela influência internacional nos nomes de bandas e de músicas.
b) como um instrumento de reflexão crítica do jovem da periferia.
c) pela irreverência dos cantores adeptos e suas vestimentas.
d) como um gênero musical de menor prestígio na sociedade.
e) pela criatividade dos primeiros adeptos do gênero hip hop.

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A MÚSICA NO ENEM

MÚSICA INTERNACIONAL

46. (Enem – 2015) O rap, palavra formada pelas iniciais de rhythm and poetry (ritmo e
poesia), junto com as linguagens da dança (o break dancing) e das artes plásticas
(o grafite), seria difundido, para além dos guetos, com o nome de cultura hip hop.
O break dancing surge como uma dança de rua. O grafite nasce de assinaturas
inscritas pelos jovens com sprays nos muros, trens e estações de metrô de Nova
Iorque. As linguagens do rap, do break dancing e do grafite se tornaram os pilares
da cultura hip hop.
DAYRELL, J. A música entra em cena: o rap e o funk na socialização da juventude.
Belo Horizonte: UFMG, 2005 (adaptado).

Entre as manifestações da cultura hip hop apontadas no texto, o break se caracte-


riza como um tipo de dança que representa aspectos contemporâneos por meio
de movimentos
a) retilíneos, como crítica aos indivíduos alienados.
b) improvisados, como expressão da dinâmica da vida urbana.
c) suaves, como sinônimo da rotina dos espaços públicos.
d) ritmados pela sola dos sapatos, como símbolo de protesto.
e) cadenciados, como contestação às rápidas mudanças culturais.

47. (Enem – 2015)


Siete crisantemos

A las buenas costumbres nunca me he acostumbrado,


del calor de la lumbre del hogar me aburrí.
También en el infierno llueve sobre mojado,
lo sé porque he pasado más de una noche allí.
SABINA, J. Esta boca es mía. Madri: Ariola, 1994 (fragmento).

Nessa estrofe da canção Siete crisantemos, do cantor espanhol Joaquín Sabina, a


expressão “llueve sobre mojado” faz referência ao(à)
a) constância necessária para viver.
b) esperança de uma vida melhor.
c) desprezo pelos bons costumes.
d) rotina entediante da vida.
e) rechaço a uma vida confortável.

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A MÚSICA NO ENEM

48. (Enem – 2014)

Masters of war

Come you masters of war


You that build all the guns
You that build the death planes
You that build all the bombs
You that hide behind walls
You that hide behind desks
I just want you to know
I can see through your masks.

You that never done nothin’


But build to destroy
You play with my world
Like it’s your little toy
You put a gun in my hand
And you hide from my eyes
And you turn and run farther
When the fast bullets fly.

Like Judas of old


You lie and deceive
A world war can be won
You want me to believe
But I see through your eyes
And I see through your brain
Like I see through the water
That runs down my drain.
DYLAN, Bob. The Freewheelin’ Bob Dylan. Nova Iorque:
Columbia Records, 1963 (fragmento).

Na letra da canção Masters of war, há questionamentos e reflexões que aparecem


na forma de protesto contra
a) o envio de jovens à guerra para promover a expansão territorial dos Estados Unidos.
b) o comportamento dos soldados norte-americanos nas guerras de que participaram.
c) o sistema que recruta soldados para guerras motivadas por interesses econômicos.
d) o desinteresse do governo pelas famílias dos soldados mortos em campos de batalha.
e) as Forças Armadas norte-americanas, que enviavam homens despreparados para
as guerras.

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A MÚSICA NO ENEM

49. (Enem – 2011)


Mary Mac’s mother’s making Mary Mac marry me.
My mother’s making me marry Mary Mac.
Will I always be so Merry when Mary’s taking care of me?
Will I always be so merry when I marry Mary Mac?
(from a song by Carbon Leaf)
Disponível em: http://www.uebersetzung.at. Acesso em: 27 jun. 2011.

O trava-língua, além de funcionar como um exercício de pronúncia, também pode


abordar assuntos relacionados à sociedade. No texto, o tema abordado refere-se
a) à união de duas pessoas que se amam há anos.
b) à decisão de Mary Mac de se casar com seu amor.
c) aos cuidados de Mary Mac com seu futuro esposo.
d) às dúvidas do filho sobre a felicidade após o casamento.
e) à felicidade da mãe com relação ao casamento da filha.

50. (Enem – 2011)


War
Until the philosophy which holds one race superior
And another inferior
Is finally and permanently discredited and abandoned,
Everywhere – May say war.

That until there is no longer


First class and second class citizens of any nation,
Until the color of a man’s skin
Is of no more significance than the color of his eyes –
Me say war.
[…]

And until the ignoble and unhappy regimes


that hold our brothers in Angola, in Mozambique,
South Africa, sub-human bondage have been toppled,
Utterly destroyed –
Well everywhere is war – Me say war.

War in the east, war in the west,


War up north, war down south –
War – war – Rumors of war.
And until that day, the African continent will not know peace.
We, Africans, will fight - we find it necessary –
And we know we shall win
As we are confident in the victory.
[…]
MARLEY, B. Disponível em: http://www.sing365.com. Acesso em: 30 jun. 2011 (fragmento).

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A MÚSICA NO ENEM

Bob Marley foi um artista popular e atraiu muitos fãs com suas canções. Ciente de
sua influência social na música War, o cantor se utiliza de sua arte para alertar sobre
a) a inércia do continente africano diante das injustiças sociais.
b) a persistência da guerra enquanto houver diferenças raciais e sociais.
c) as acentuadas diferenças culturais entre os países africanos.
d) as discrepâncias sociais entre os moçambicanos e angolanos como causas de
conflitos.
e) a fragilidade das diferenças raciais e sociais como justificativas para o início de
uma guerra.

51. (Enem – 2010)

Viva la vida

I used to rule the world


Seas would rise when I gave the word
Now in the morning and I sleep alone
Sweep the streets I used to own

I used to roll the dice


Feel the fear in my enemy’s eyes
Listen as the crowd would sing
“Now the old king is dead! Long live the king!”

One minute I held the key


Next the walls were closed on me
And I discovered that my castles stand
Upon pillars of salt and pillars of sand
[...]
MARTIN, C. Viva la vida, Coldplay. In: Viva la vida or Death and all his friends. Parlophone, 2008.

Letras de músicas abordam temas que, de certa forma, podem ser reforçados pela
repetição de trechos ou palavras. O fragmento da canção Viva la vida, por exemplo,
permite conhecer o relato de alguém que
a) costumava ter o mundo aos seus pés e, de repente, viu-se sem nada.
b) almeja o título de rei e, por ele, tem enfrentado inúmeros inimigos.
c) causa pouco temor a seus inimigos, embora tenha muito poder.
d) limpava as ruas e, com seu esforço, tornou-se rei de seu povo.
e) tinha a chave para todos os castelos nos quais desejava morar.

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A MÚSICA NO ENEM

52. (Enem – 2010)


Crystal ball
Come see your life in my crystal glass –
Twenty-five cents is all you pay.
Let me look into your past –
Here’s what you had for lunch today:
Tuna salad and mashed potatoes,
Collard greens pea soup and apple juice,
Chocolate milk and lemon mousse.
You admit I’ve got told it all?
Well, I know it, I confess,
Not by looking, in my ball,
But just by looking at your dress.
SILVERSTEIN, S. Falling up. New York: Harper Collins Publishers, 1996.

A curiosidade a respeito do futuro pode exercer um fascínio peculiar sobre algumas


pessoas, a ponto de colocá-las em situações inusitadas. Na letra da música Crystal
ball, essa situação fica evidente quando é revelado à pessoa que ela
a) recebeu uma boa notícia.
b) ganhou um colar de pedras.
c) se sujou durante o almoço.
d) comprou vestidos novos.
e) encontrou uma moeda.

PESQUISANDO SOBRE MÚSICA NA INTERNET

História da música brasileira – Breve resumo


Tem muita gente reclamando dos gostos musicais que caíram nas graças do
povo brasileiro. Mas, antes de criticar que isso é bom e aquilo é ruim, que tal conhecer
um pouco da história da música brasileira? Entendendo como chegamos até aqui,
concluímos que não é apenas moda, é cultura. Espero que gostem!
A música brasileira tem como sua maior influência a música africana, trazida
pelos escravos, com seus ritmos frenéticos e instrumentos rudimentares. Mas esta não
foi a única influência que desembarcou nos portos brasileiros na época da colonização.
Os colonizadores europeus trouxeram o erudito, a dança de salão, os saraus e a música
religiosa, totalmente contrastantes com os cantos geralmente uníssonos e responsórios
dos índios. Enquanto, na opinião de alguns historiadores, a mestiçagem dos povos foi
uma desgraça para o Brasil, sabe-se que ela foi elementar para a formação cultural do
país, e só teve seu início oficial após a abolição da escravatura, em 1888. A mistura
dessas culturas diversas se tornou responsável pelo que conhecemos como música
brasileira hoje.
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A MÚSICA NO ENEM

O primeiro ritmo musical originalmente brasileiro foi o maxixe, formado a partir


de uma mistura entre o lundu (este termo significa “umbigada” e é uma espécie de
samba muito sensual praticado nas rodas dos escravos) e a “modinha” portuguesa
(composição suave, geralmente romântica, tocada na viola e dançada em salões). Com
a umbigada do lundu e a poesia da modinha, a identidade musical brasileira tomava
forma. Por volta dos anos 1880, surgia um novo jeito de se fazer música no Brasil, no
subúrbio da então capital Rio de Janeiro. Era uma forma mais charmosa e chorosa de se
tocar as canções populares vindas da Europa, o que começou a ser chamado de Choro.
O Choro nascera mais precisamente como uma forma musical (utilizava-se
frequentemente a forma de Rondó) do que como um gênero de fato. O virtuosismo
e o reconhecimento dos músicos eruditos na época eram notáveis, tanto que os
músicos brasileiros também queriam executar tais obras, mas da sua maneira. O
jeitinho brasileiro de se fazer música foi criando forma, a versatilidade, a improvisação
e a habilidade dos músicos se tornaram características do Choro. Reuniam-se músicos
próximos, geralmente violonistas, flautistas e cavaquistas, e atuavam como “orquestras
portáteis”, se apresentando em estabelecimentos comerciais. Um nome importante do
início do Choro, responsável pela formação de vários conjuntos de músicos, foi o do
flautista Joaquim Antônio da Silva Calado, ou simplesmente, Calado.
As primeiras gravações musicais no país datam do início de 1900 e acabaram
impulsionando a música como negócio e como objeto de consumo e lazer. Os
primeiros encontros sociais para apreciação de música aconteciam nas confeitarias,
onde a alta sociedade se reunia para tomar chá enquanto ouvia grandes músicos da
época. Também dentre as décadas de 10 e 20 era forte a presença de uma música feita
longe dos grandes centros brasileiros: a música sertaneja. Como exemplo desta música
sertaneja podemos citar a canção Luar do Sertão, composta por Catulo da Paixão
Cearense e João Pernambuco, muito diferente da música sertaneja que conhecemos
nos dias de hoje.

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A MÚSICA NO ENEM

O entrudo, como era originalmente chamado o carnaval de rua, foi trazido


pelos europeus para o Brasil no final do século XVIII. Enquanto as classes média e alta
faziam sua folia dentro de salões, com passeios e bailes de máscaras que imitavam os
grandes bailes de Paris, a classe baixa organizava “cordões carnavalescos” nas ruas,
fazendo marchas pelas ruas e criando, consequentemente, o samba. Diferente do
samba que conhecemos hoje, o samba das marchinhas de carnaval era chamado de
“marcha rancho” e, inicialmente, era tocado com instrumentos de sopro. Ainda com a
abolição da escravatura, muitos negros saíram da Bahia para viver no Rio de Janeiro.
Esse movimento foi fundamental para a criação do samba por volta dos anos 1910, e
teve como figura importante o músico, compositor e violonista Ernesto Joaquim Maria
dos Santos, o Donga, que gravou o primeiro samba intitulado Pelo telefone. O samba
chegou ao seu auge com a época de ouro do rádio brasileiro, na década de 30.
Com o crescimento do rádio e da gravação elétrica no final dos anos 20, ser mú-
sico se tornava oficialmente uma profissão. As grandes rádios possuíam orquestras que
tocavam ao vivo durante os programas, que eram apresentados em teatros e vistos por
plateias. Havia concursos que elegiam as melhores e mais charmosas cantoras e acaba-
ram criando verdadeiros deuses e deusas da música brasileira. Como primeiro meio de
comunicação midiático do país, o rádio se tornou uma fonte universal de informações
e entretenimento. Nomes como Carmem Miranda, Ary Barroso e Pixinguinha surgiram.

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A MÚSICA NO ENEM

Logo a televisão chegou ao país. Enquanto ela ia tomando o lugar do rádio nas
casas das classes sociais mais altas, na década de 50, um novo movimento nascia no Rio
de Janeiro. O pontapé inicial da bossa nova foi dado por Elizeth Cardoso, ao gravar o
LP intitulado Canção do amor demais. Logo, artistas como João Gilberto, Vinicius de
Moraes e Tom Jobim surgiram, inovando a música brasileira. Eram músicas inovadoras,
pois suas composições tratavam sobre assuntos com caráter apreciativo, exaltação da
beleza, criadas a partir de associações entre palavras esteticamente semelhantes; e sua
elaboração harmônica era muito desenvolvida, abusando de escalas e sonoridades não
usadas nos outros estilos brasileiros.
A bossa nova se tornou uma referência da música nacional. Em 1962, um show
intitulado New Brazilian Jazz Music aconteceu em Nova Iorque, colocando os grandes
nomes do gênero em evidência em outros países. Tom Jobim foi um dos artistas que
foram profundamente beneficiados com esse show, vendeu muitas de suas músicas
para fazer versões em inglês e acabou vivendo nos Estados Unidos por bastante tempo.

Paralelo ao sucesso da bossa nova, um novo gênero vindo de fora do país começava
a interessar jovens brasileiros. O rock de Elvis Presley e dos Beatles influenciava jovens que
também queriam formar suas bandas em casa. Também interessado nesse sucesso e na
repercussão que o rock causava entre os jovens, um dos canais de televisão da época
criou a jovem guarda. O programa conquistou fãs de todas as idades, tornando-se popular
e literalmente ditando moda, já que era possível encontrar muitos jovens nas ruas com
roupas semelhantes as dos ídolos da televisão. Nomes muito importantes do movimento
eram Roberto Carlos, Wanderléa, Nalva Aguiar, entre outros.
Os canais de televisão faziam grandes festivais em teatros, onde apresentavam
muitos artistas ao público a cada edição. A MPB (música popular brasileira) estava se
formando, tanto como movimento cultural quanto como protestante contra a Ditadura
Militar no país, e apresentou ao público nomes como Chico Buarque, Geraldo Vandré e
Edu Lobo. A transição para a década de 1970 foi marcada pela consolidação da MPB,
termo que sugeria um tipo de música mais sofisticada do que a feita em outras tendências
também populares dentro da música brasileira. Com o passar dos anos, mais artistas
despontavam, como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Elis Regina e Maria Bethânia.

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A MÚSICA NO ENEM

Logo após a MPB, outros dois movimentos tomavam espaço: a Tropicália e


o Iê-Iê-Iê. O movimento tropicalista caracterizou-se por associar, em uma mistura de
elementos da cultura pop, os baianos Caetano Veloso e Gilberto Gil, que foram os
principais expoentes desse movimento. Já o Iê-Iê-Iê ligava-se basicamente ao rock
genuinamente produzido no exterior, embora o Brasil tenha suavizado, adotando
uma temática romântica em uma abordagem geralmente mais ingênua que a música
internacional. Teve como grandes nomes Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Tim Maia,
Wanderléa, José Ricardo, Wanderley Cardoso e conjuntos como Renato e seus Blue
Caps, Golden Boys, The Fevers.
Durante os anos 80, nascia dentro do rock brasileiro o movimento BRock, com o
surgimento de artistas como Blitz, Paralamas do Sucesso, Titãs, Ultraje a Rigor e Legião
Urbana. No final da década de 1980, gêneros populares ou regionais como o sertanejo,
o pagode e o axé music passaram a ocupar espaço considerável nas emissoras de rádio
FM e canais de TV.
A música não parou desde então. Grandes nomes desses estilos citados passavam
de um movimento para o outro, enquanto construíam suas carreiras. Muitos estão vivos
e ativos artisticamente até hoje. Roberto Carlos se tornou “o rei do pop”, Paralamas do
Sucesso, Titãs, Caetano Veloso, Gilberto Gil, entre tantos outros, continuam na mídia
com trabalhos recentes.
Esse texto foi escrito por Adriane Fernandes (Drika), em maio 2012.
Disponível em: www.discotecaria.blogspot.com.br.

Outros sites para pesquisa:


• www.almanaque.fouta.uol.com.br/musica
• www.potaledumusicalco2.mus.br
• www.tubrasil.ebc.com.br/musica
• www.revistas.pucsp.br/musica
• www.wikipedia.org/musicadobrasil
• www.vagalume.com.br
• www.letras.mus.br

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A MÚSICA NO ENEM

GABARITO

1. A 28. A
2. A 29. B
3. B 30. C
4. D 31. C
5. C 32. E
6. C 33. A
7. A 34. B
8. B 35. A
9. B 36. A
10. D 37. A
11. E 38. B
12. A 39. D
13. D 40. D
14. B 41. C
15. B 42. C
16. C 43. D
17. A 44. REDAÇÃO
18. C 45. B
19. C 46. B
20. B 47. D
21. A 48. C
22. C 49. D
23. A 50. B
24. D 51. A
25. C 52. C
26. E
27. A

CRCA/Rev.:EDG

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