Métodos de Avaliação de Impactos Ambiental

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MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SUL DE


MINAS GERAIS - Campus Inconfidentes

Disciplina: ​Perícia Ambiental Agrícola - ​Curso de: Tecnologia em Gestão


Ambiental
Discentes: Augusto Vicente Chagas; George Fernando A. D. Oliveira; Gabriel
Jordão B. de Souza; Israel Felipe; Júlio César M. Dobicz; Michael H. de Souza.
Docente:​ Ângela
SUMÁRIO
RESUMO

INTRODUÇÃO

METODOLOGIA

PRINCIPAIS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

MÉTODO AD HOC

Também conhecido como método espontâneo o método ad hoc, do latim


“para isso” ou “para este caso” é adequado, principalmente, para casos onde há
escassez de dados preexistentes. Este se caracteriza por utilizar o conhecimento
empírico de uma equipe multidisciplinar, em que cada membro possui especialidade
para atender a proposta de seleção dos impactos a ser analisada, assim os
impactos são levantados por meio de longa reflexão dos membros da equipe,
caracterizando e expressando os impactos ambientais negativos e positivos em
tabelas, listas ou gráficos (MORAES; AQUINO, 2016; ​LELI et al., 2012; SILVA,
2015)​.
São apontadas vantagens e desvantagens para tal método por diversos
autores, dentre as vantagens citadas na literatura temos o desenvolvimento do
trabalho com maior rapidez e consequentemente menores gastos, além disso, a
apresentação dos dados em geral é organizada e facilmente interpretada pelo
público. Contudo, temos como desvantagem que os resultados do estudo possuem
alto grau de subjetividade e tendenciosidade, uma vez que baseiam-se na opinião e
julgamento humano (​CREMONEZ et al., 2014; ​MORAES; AQUINO, 2016; ​LELI et
al., 2012; SILVA, 2015).

Exemplo de aplicação (DELFOS)

MÉTODO CHECKLIST

Surgiu pela necessidade da tomada de decisões no que diz respeito à


implantação de projetos, considerando o parecer de especialistas em cada espécie
de impacto resultante do projeto, além dos pontos econômicos e técnicos. Consiste
na formação de grupos de trabalho multidisciplinares com profissionais qualificados
em diferentes áreas de atuação, apresentando suas impressões baseadas na
experiência para elaboração de um relatório que irá relacionar o projeto a ser
implantado com seus possíveis impactos causados ​(STAMM, 2003).
Esta metodologia quando utilizada isoladamente deve desenvolver a AIA
(Avaliação de Impacto Ambiental) de forma simples, de fácil interpretação e de
maneira dissertativa. A referida metodologia é adequada às situações com escassez
de dados e quando a avaliação deve ser disponibilizada em um curto espaço de
tempo (CARVALHO e LIMA, 2010). A vantagem desse método, além de ser
reali​zada em curto espaço de tempo como já mencionado anteriormente,
proporciona menores gastos e é facilmente compreensível pelo público em geral.
Por outro lado, exibe um alto grau de subjetividade, visto que considera a análise
qualitativa e deixa de lado o caráter quantitativo da avaliação, além de ser passível
de espacialização via SIG (Sistema de Informação Geográfica) e utilizar
informações que normalmente encontram-se disponíveis (RANIERI et al., 1998).
Como consta em SUREHMA/GTZ (1992), a legislação vigente no país não permite
sua utilização como método de avaliação de impacto ambiental, apesar de ser
citado em referências sobre o assunto.

MÉTODO DE MATRIZES DE INTERAÇÃO

A matriz de interação refere-se a uma listagem de controle bidimensional que


relaciona os fatores com as ações. Tal método é muito eficiente na identificação de
impactos diretos (alteração do ambiente que entra em contato com a ação
transformadora), visto que tem por objetivo relacionar as interações entre os fatores
ambientais e os componentes do projeto (FINUCCI, 2010). Embora possam
incorporar parâmetros de avaliação são meramente métodos de identificação,
importantes em atividades que possam causar impactos de maior intensidade e,
portanto, devem ser monitorados com bastante atenção (MOTA e AQUINO, 2002).
A metodologia de matriz de interações teve início a partir da tentativa de
suprir as falhas obser​vadas nas listagens (check-list). A Matriz de Leopold,
elaborada em 1971, é uma das mais conhecidas e utilizadas mundialmente, sendo
que a mesma foi projetada com o intuito de avaliar os impactos associados a quase
todos os tipos de implantação de projetos (BECHELLI, 2010).
A referida Matriz é baseada em uma lista de 100 ações com potencial de
possíveis provedores de impacto ambiental e 88 características ambientais
(FINUCCI, 2010). Faz-se necessário, inicial​mente, assinalar todas as possíveis
interações entre as ações e os fatores, para que posteriormente se estabeleça a
magnitude e a importância de cada impacto em uma escala que varia de 1 a 10. A
partir disto, é possível identificar e avaliar se o impacto em questão é positivo ou
negativo (OLIVEIRA E MOURA, 2009).
Enquanto o aferimento dos valores da magnitude é relativamente objetivo ou
empírico, refe​rindo-se ao grau de alteração provocado por determinada ação sobre
o fator ambiental, a atribuição da pontuação para a importância de cada impacto é
subjetiva ou normativa, visto que envolve atribuição de peso relativo ao fator afetado
no âmbito do projeto. Além disso, por não estabelecer o princípio da exclusão e
tampouco relacionar os fatores segundo seus efeitos finais, um mesmo impacto
pode estar em duplicidade. Também não há distinção dos efeitos a curto e médio
prazos nem se prega atenção em certos pontos críticos do impacto ambiental
(TOMMASI, 1994).
A avaliação do impacto é obtida quantitativamente e o estabelecimento destes
pesos constitui um dos pontos mais importantes da avaliação de todas as técnicas
matriciais, como também de qual​quer um dos demais métodos quantitativos. Neste
sentido, a matriz de Leopold é passível de críticas uma vez que em sua concepção
não há uma exibição clara da base matemática utilizada nos cálculos das escalas
de pontuação de importância e magnitude. Outros aspectos criticáveis incluem a
baixa eficiência na avaliação de impactos indiretos, a não apresentação das
características temporais e a dinâmica dos sistemas (MOTA e AQUINO, 2002).
Por outro lado, o método permite uma fácil compreensão do público em geral,
aborda fatores sociais, acomoda dados qualitativos e quantitativos, fornece boa
orientação para a realização de estudos e introduz a multidisciplinaridade.

MÉTODO DE REDES DE INTERAÇÃO

Consistem em esquemas que representam o segmento de operações entre


os elementos de um projeto (MORRIS e THERIVEL, 1995). As redes de interações
buscam estabelecer relações de precedência entre ações de um empreendimento e
os impactos por ele causados, sejam de primeira ou segunda ordem (CARVALHO E
LIMA, 2010). Segundo Oliveira e Moura (2009) essa metodologia visa o
estabelecimento de uma sequência de impactos ambientais provenientes de
determinada inter​venção, representando-os utilizando gráficos. As mesmas podem
ainda ser utilizadas para orientar as medidas a serem propostas para a minimização
dos impactos observados.
Os métodos de redes de interações estabelecem relações do tipo
causa-condição-efeito, propi​ciando, relativamente, uma apreciável e sucinta
identificação dos impactos e suas inter-relações, assim como a identificação dos
impactos indiretos e suas inter-relações. Além disso, identifica impactos indi​retos e
secundários de forma subseqüente ao impacto principal (FINUCCI, 2010; MORGAN,
1998). A possibilidade de cruzamento de disciplinas, podendo analisar em uma
mesma cadeia de impactos efeitos sobre a economia, fauna, água, dentre outros,
pode ser considerado uma grande vantagem (ERICKSON, 1994).
Estas redes apresentam como principais vantagens o fácil entendimento dos
impactos secundá​rios e indiretos e a possibilidade de introdução de parâmetros
estatísticos, permitindo que se estimem futuras modificações possíveis. Visam
também orientar as condições a serem propostas para o geren​ciamento dos
impactos identificados, recomendando medidas mitigadoras que possam ser
aplicadas desde o momento de efetivação das ações provocadas pelo
empreendimento e propor soluções de manejo, fiscalização e controle ambientais. A
única desvantagem na utilização do referido método consiste no fato de que as
redes não detectam aspectos temporais, dinâmica do sistema e importância relativa
dos impactos (CARVALHO e LIMA, 2010; ACHON et al., 2005).

MÉTODO DE SUPERPOSIÇÃO DE CARTAS

Referem-se a métodos cartográficos desenvolvidos no âmbito do


planejamento territorial. Pro​cura-se adaptar as técnicas cartográficas para aplicá-las
na avaliação de impactos ambientais, visando à localização e a identificação da
extensão dos efeitos sobre o meio através do uso de fotografias aéreas sobrepostas
(FINUCCI, 2010).
A metodologia consiste na montagem de uma série de mapas temáticos,
sendo que em cada mapa indica-se uma característica cultural, social e física que
refletem um impacto. Esses mapas quando integrados produzem a síntese da
situação ambiental de uma determinada área geográfica, podendo ser elaborados
de acordo com os conceitos de vulnerabilidade ou potencial dos recursos
ambientais (conforme a necessidade de obtenção de cartas de restrição ou de
aptidão do solo). Nestes mapas, a intensificação das cores é entendida como áreas
com impactos ambientais mais intensos. O referido método é de grande utilidade
quando se avaliam questões de dimensionamento espacial, como na comparação
entre as alternativas analisadas em um Estudo de Impacto Ambiental (EIA), sendo
este indicado para complementar outra metodologia de AIA (CARVALHO e LIMA,
2010). Atualmente, com o auxílio de satélites e computação gráfica, a aplicação
deste tem se tornado mais simples e rápida e com precisão incomparavelmente
superior aos métodos anteriores (STAMM, 2003).
A metodologia é vista como uma transcrição mais moderna do método GIS
(GeographicIn​formation System), sendo que a utilização de computadores ampliou
sua gama de aplicações e tornou o método ainda mais exato. Segundo Munn
(1979), a aplicação desta permite repartir a área de um mapa em porções, e cada
uma dessas porções armazena uma grande quantidade de informações.
A superposição de mapas tem como desvantagens a subjetividade dos
resultados, a limitação na quantificação dos impactos e a difícil integração de
impactos socioeconômicos, além de não con​siderar a dinâmica dos sistemas
ambientais e requerer altas quantias para sua aplicação. Em contra​partida,
apresenta visualização espacial e geográfica dos fatores ambientais, tal como da
extensão dos impactos e proporciona fácil comparação de alternativas. Além disso,
com o avanço da informática e o crescimento dos sistemas de Informação
Geográfica e georreferênciamento as operações com mapas tornam-se
extremamente ágeis, favorecendo as possibilidades de utilização deste método
(CARVALHO e LIMA, 2010; SUREHMA/GTZ, 1992).
MÉTODO DE SIMULAÇÃO

Este método consiste na aplicação de modelos de simulações computadorizadas


com o auxílio de modelos matemáticos ou softwares de inteligência artificial e
equipamentos, destinados a reproduzir tanto quanto possível o comportamento de
parâme​tros ambientais ou as inter-relações entre as causas e os efeitos de determinadas
ações. Sendo capazes de processar variáveis qualitativas e quantitativas a partir da
incorporação de hipóteses e pressupostos do projeto, incorporando dados de magnitude e
importância dos impactos ambientais em esfera física, biológica e socioeconômica. Neste
método é aplicado a múltiplos usos e pode ser aplicado em diferentes etapas do
empreendimento. Sendo muito aplicado para aferição de emissões gasosas e de
lançamento de efluentes, trazendo boas prospecções dos impactos gerados dentro de sua
de influência (​PIMENTEL; PIRES, 1992; M ​ ORAES; AQUINO, 2016)​.
Como vantagens, este processo é facilmente adaptado para uso múltiplo com outros
métodos de avaliação de impacto ambiental, considera a dinâmica dos sistemas ambientais,
interações entre fatores, impactos e variáveis temporais. Ainda assim o ambiente real não é
passível de reprodução precisa e por isso os dados apresentados pelos softwares não são
perfeitos, além disso, os mesmo softwares apresentam complexidade exclusiva,
demandando então o trabalho de especialistas para seu manuseio. Pela exigência do
softwares sofisticados e conhecimento especializado para manuseio, tal método também
pode apresentar incoerência pelo público e maior custo (​CREMONEZ et al., 2014;
MORAES; AQUINO, 2016)​.

TABELA - SÍNTESE DE VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS PRINCIPAIS


MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

COMBINAÇÃO DE MÉTODOS

MÉTODOS UTILIZADOS EM ESTUDOS ESPECÍFICOS

ESTUDO DE CASO

Avaliação de Impactos Ambientais: Estudo de caso no Cemitério Público do


município de Queimadas – PB
Introdução
A origem do nome cemitério vem do derivado grego ​“koumeterian ”que tem o
significado referente “aonde eu durmo” após o surgimento do cristianismo houve mudança
desse termo referente para repouso final pós-morte, necrópole, campo santo, sepulcrário.
Sabemos que o exponencial crescimento urbano, a partir do desenvolvimento
habitacional, designa o surgimento de cemitérios a céu aberto, sejam eles coletivos ou
separados, devido ao aumento populacional, houve se a necessidade de criar cemitérios ao
céu aberto, por superlotações de sepultamentos em igrejas e capelas. É de suma
importância o cemitério para a sociedade, seja do ponto de vista cultural, espiritual,
sanitário, entretanto, por se tratar de um empreendimento que oferece alto risco de poluição
ao meio ambiente e impacto psicológico à população é motivo de polêmica e preocupação
por parte de vários setores da sociedade.
Temos que atentar que o cemitério nunca foi incluído em listas de fontes tradicionais
de impacto e contaminação ambiental, sabe-se que os cemitérios não são
empreendimentos comerciais ou industrias, levando a negligenciar quando se trata de
assuntos ambientais.
Sánchez (2008) defende que a implementação de um empreendimento deve ser
precedida da Avaliação de Impactos Ambientais- AIA, através do qual é possível identificar,
interpretar e comunicar consequências sobre a saúde e bem-estar humano, configurando-o
como um instrumento para a gestão ambiental, conciliando com formulações de propostas
legislativas, programas de desenvolvimento, bem como de interpretar e comunicar
informações à população sobre os impactos relativos.
Após o contexto descrito logo acima, temos como objetivo descrever e avaliar os
impactos ambientais provenientes das atividades sepultamento realizados no cemitério
público no município de Queimadas - PB.

Referencial teórico
Os cemitérios podem causar impactos relevantes, dependendo aonde o
empreendimento será inserido, mudando as características adversas da região de
instalação. Pois existem resoluções do CONAMA “335/2003 e a 402/2008” que
regulamentam e estabelecem padrões, critérios e diretrizes mínimas, que devem ser
analisadas integralmente em confecções e projetos de implantação de cemitérios, sendo
eles horizontais ou verticais, para garantir a decomposição normal do cadáver e proteger as
águas subterrâneas da infiltração do necrochorume e a contaminação dos solos​.
O necrochorume é a principal fonte de poluição dos cemitérios, é um líquido viscoso
liberado dos cadáveres em seu processo de decomposição durante ao um tempo
determinado, também durante a putrefação dos cadáveres ocorre precipitação, volatização,
e evaporação de gases funerários, sendo esses gases o sulfídrico (H2S), o dióxido de
carbono (CO2), metano (CH4), a amônia (NH3) e o fosfina (PH3) – hidratode fósforo, incolor
e inflamável.
Evidente que a penetração do necrochorume no subsolo poder culminar na
contaminação das águas subterrâneas e superficiais, quando tem uma relação direta em
contato com o processo de decomposição dos cadáveres que acabam liberando os
microrganismos supracitados.
Metodologia
O estudo foi realizado no período de 14 de novembro a 25 de dezembro de 2014, no
município de Queimadas, região Metropolitana de Campina Grande, agreste paraibano.
Está situado entre a latitude 7° 21’ 28” S, e longitude 35° 53’ 52” W, que possui uma área de
401,776 km2 e uma população de 42,516 habitantes (IBGE, 2013). O local escolhido para
estudo foi o cemitério público do município de Queimadas-PB localizado no centro da
cidade cuja latitude é 7º 21’55.19” S e longitude 35º 54’ 24.46” W.
Foram adotados instrumentos de pesquisa como, visitas in loco, através da qual foi
realizada a observação direta da área do empreendimento funeral e registro fotográficos do
cemitério em estudo, bem como conversas informais das circunvizinhanças localizadas
próximos ao empreendimento. Os resultados foram quantificados a partir de uma Matriz de
Leopold adaptada, na qual foram consideradas as dimensões físicas, químicas, biológicas e
antropológicas da localidade estudada, bem como as magnitudes “Pouco importante”,
“Médio importante” e “Muito importante” como forma de qualificar os impactos observados.
Resultados e discussões
Os resultados foram quantificados através de uma Matriz de Leopold, na qual foram
consideradas as dimensões físicas, químicas, biológicas e antropológicas da localidade
estudada, bem como as magnitudes “Pouco importante”, “Médio importante” e “Muito
importante” como forma de qualificar os impactos observados.
Impactos físicos
Foram consideradas com magnitude muito importantes, o solo e geologia, esgoto
sanitário, sistema de água e uso do solo vizinho “permanente” ocorreu à descaracterização
topográfica para construir edificações vias de acesso, problemas ocasionados pela erosão
da água das chuvas assim como o assoreamento de mananciais superficiais devido a
implantação do empreendimento, a contaminação do subsolo e das águas superficiais do
entorno pelo necrochorume que dependerá muito da vulnerabilidade física do local e do
sistema de drenagem.
Como médio importante, a qualidade do ar (temporário), neste item pensou-se na
possibilidade de impactos no local no momento da escavação, terraplanagem do terreno, na
abertura de vias de acesso e na construção de edificações, o que pode ter aumentado à
concentração de CO2.
Impactos químicos
Nos impactos químicos foram preponderadas relevâncias moderadas com as
variáveis dos metais pesados e gases, cujo impacto é permanente, negativo e irreversível.
Os gases foram considerados como impactos de curto prazo com a área de influência
direta, enquanto que os metais pesados médio prazo de área de influência indireta. Foi
considerado de alta relevância “magnitude 10” provocado pelo necrochorume.
O Artigo 8º da Resolução CONAMA (335/2003) estabelece que os corpos sepultados
possam ser envolvidos por mantas ou urnas constituídas de materiais biodegradáveis, não
sendo indicado o emprego de plásticos, tintas, vernizes, metais pesados ou qualquer
material nocivo ao meio ambiente.
Impactos biológicos
Nos impactos biológicos foram observados a respectiva magnitude “muito
importante” de alta relevância, por ser temporário, negativo, curto prazo e irreversível, de
áreas indiretas e diretas.
Essa magnitude e alcances foram elencados devido ao fato de que a decomposição
envolve a ação de diversas bactérias, cuja atividade trófica culmina na formação de
diferentes gases e substâncias tóxicas, provocando contaminação química, microbiológica e
radioativa do ar, solo e lençol de água em casos de infiltração.
Impactos antrópicos
Foi considerado como pouco importante e positiva a variável “impacto sonoro” e
como muito importante e negativo, o “social” e a “infraestrutura”. Todas as categorias foram
qualificadas como de curto prazo e permanentes, sendo que neste derradeiro fator
considera-se o fato da imobilidade do empreendimento e inviabilidade de desativação por
motivos aos aspectos culturais e religiosos envolvidos no âmbito da representação social e
religiosa, influenciando também na qualificação do quesito reversibilidade, no qual o item
sonoro foi considerado irreversível, os demais como reversíveis.
Considerações finais
Consideramos os aspectos supracitados que tende das atividades sepulcrais no
cemitério público municipal da cidade de Queimadas-PB, é possível ponderar, que mesmo
em condições adversas no âmbito físico, como por exemplo, quando se trata do relevo do
terreno, a implementação de suas atividades é considerada viável, percebendo-se o
contexto histórico da urbanização da cidade em que está localizado, suas atividades
precederam a construção de residências e pavimentação de seu entorno, no entanto, neste
quesito, considera-se como relevante a adoção de estratégias para a drenagem e
pré-tratamento do necrochorume gerado a partir da decomposição dos finados sepultados.
CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS: ESTUDO DE CASO NO CEMITÉRIO
PÚBLICO DO MUNICÍPIO DE QUEIMADAS - PB. ​Queimadas-pb: Monografias Ambientais,
v. 03, set. 2015. Disponível em:
<https://periodicos.ufsm.br/remoa/article/viewFile/18683/pdf>. Acesso em: 10 jun. 2018.

CREMONEZ, F. E. et al. AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL:


METODOLOGIAS APLICADAS NO BRASIL. ​Revista Monografias Ambientais​,
Santa Maria, v. 13, n. 5, p. 3821-3830, 16 nov. 2014. Universidade Federal de Santa
Maria. ​http://dx.doi.org/10.5902/2236130814689​.

LELI, I. T. et al. Estudos ambientais para cemitérios: indicadores, áreas de influência


e impactos ambientais. ​Boletim de Geografia​, Maringá, v. 30, n. 1, p. 45-54, 21 jun.
2012. Universidade Estadual de Maringá.
http://dx.doi.org/10.4025/bolgeogr.v30i1.16348​.

MORAES, C. D.; AQUINO C. A. AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL: UMA


REVISÃO DA LITERATURA SOBRE AS PRINCIPAIS METODOLOGIAS. In:
SIMPÓSIO DE INTEGRAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DO SUL
CATARINENSE, 5., 2016. Araranguá. ​Anais … Araranguá: IFSC, 2016.

PIMENTEL,  G.;  PIRES,  S.  H.  Metodologias  de  avaliação  de  impacto  ambiental: 
Aplicações  e  seus  limites.  ​Revista  de  Administração  Pública​,  Botafogo,  v.  26,  n.  1, 
p.56-68, mar. 1992.

SILVA, T. S. MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS


UTILIZADOS NA REVISTA BRASILEIRA DE GESTÃO AMBIENTAL. ​Revista
Brasileira de Gestão Ambiental​, Pombal, v. 9, n. 1, p. 9-14, jan. 2015.

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