Elementos de Maquinas 2009-10
Elementos de Maquinas 2009-10
Elementos de Maquinas 2009-10
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1
ELEMENTOS DE MÁQUINAS
2009/ 2010
1
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
ELEMENTOS DE MÁQUINAS
Todas as máquinas são constituídas por um conjunto de peças, ligadas entre si. Essas ligações podem
ser fixas, móveis ou elásticas.
As ligações fixas dividem-se em desmontáveis e permanentes. No primeiro caso podemos ter como
exemplo as ligações por peças roscadas, por chavetas, por pinos, por anéis elásticos e outras. São
exemplo de ligações permanentes as ligações por rebites ou por soldadura.
Nos capítulos seguintes serão abordados os órgãos de máquinas mais habitualmente utilizados nestas
ligações: rebites, pinos, cavilhas, pinos fendidos, parafusos, porcas, anilhas, anéis elásticos e chavetas.
Elementos de fixação
Para fazer uma caixa de papelão, podemos usar cola, fita adesiva ou grampos para unir as partes da
caixa. Por outro lado, para fazer uma caixa ou grade de madeira, utilizam-se pregos ou taxas para unir
as partes.
Na mecânica é muito comum a necessidade de unir peças como chapas, perfis e barras. Qualquer
construção, por mais simples que seja, exige união de peças entre si. Tal união exige a utilização
emprego de elementos próprios que são denominados elementos de fixação.
Numa classificação geral, os elementos de fixação mais usados em mecânica são: rebites, pinos,
cavilhas, parafusos, porcas, anilhas, chavetas etc.
A união de peças feita pelos elementos de fixação pode ser de dois tipos: móvel ou permanente. No
caso de uma união móvel, os elementos de fixação podem ser colocados ou retirados do conjunto sem
causar qualquer dano às peças que foram unidas. É o caso, por exemplo, de uniões feitas com
parafusos, porcas e anilhas.
2
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
Numa união permanente, os elementos de fixação, uma vez instalados, não podem ser retirados sem
que fiquem inutilizados. É o caso, por exemplo, de uniões feitas com rebites e soldas.
Tanto os elementos de fixação móvel como os elementos de fixação permanente devem ser usados
com muita habilidade e cuidado porque são, geralmente, os componentes mais frágeis da máquina.
Assim, para projectar um conjunto mecânico é preciso escolher o elemento de fixação adequado ao
tipo de peças que irão ser unidas ou fixadas. Se, por exemplo, unirmos peças robustas com elementos
de fixação fracos e mal dimensionados, o conjunto apresentará falhas e poderá ficar inutilizado.
Ocorrerá, portanto, um desperdício de tempo, materiais e recursos financeiros.
É ainda importante planear e escolher correctamente os elementos de fixação que serão usados para
evitar a concentração de tensão nas peças ligadas. Essas tensões causam rupturas nas peças por fadiga
do material.
Rebite
É fabricado em aço, alumínio, cobre ou latão. É usado para fixação permanente de duas ou mais
peças.
Figura 4 – Rebite
3
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
Pino
O pino une peças articuladas. Nesse tipo de união, uma das peças pode-se movimentar por rotação.
Cavilha
O pino fendido é uma haste ou arame com forma semelhante à de um meio-cilindro, dobrado de modo
a fazer uma cabeça circular e tem duas pernas desiguais. Introduz-se o pino fendido num furo na
extremidade de um pino ou parafuso com porca castelo. As pernas do pino são viradas para trás e,
assim, impedem a saída do pino ou da porca durante vibrações das peças fixadas.
4
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
Parafuso
O parafuso é uma peça formada por um corpo cilíndrico roscado e uma cabeça. Esta pode ter várias
formas.
Porca
A porca tem forma de prisma, de cilindro etc. Apresenta um furo roscado. Através desse furo, a porca
é atarraxada ao parafuso.
Anilha
A anilha é um disco metálico com um furo no centro. O corpo do parafuso passa por esse furo.
Figura 10 - Anilha
Anel elástico
O anel elástico é usado para impedir o deslocamento de eixos. Serve, também, para posicionar ou
limitar o movimento de uma peça que desliza sobre um eixo.
5
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
Chaveta
A chaveta tem corpo em forma prismática ou cilíndrica que pode ter faces paralelas ou inclinadas, em
função da grandeza do esforço e do tipo de movimento que deve transmitir.
Alguns autores classificam a chaveta como elemento de fixação e outros autores, como elemento de
transmissão. Na verdade, a chaveta desempenha as duas funções: fixação e transmissão.
Figura 12 - Chaveta
6
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
REBITES
Um rebite é composto por um corpo em forma de eixo cilíndrico e por uma cabeça. A cabeça pode ter
vários formatos. Os rebites são peças fabricadas em aço, alumínio, cobre ou latão. Unem rigidamente
peças ou chapas, principalmente, em estruturas metálicas, de reservatórios, caldeiras, máquinas,
navios, aviões, veículos de transporte e treliças.
A tabela a seguir mostra a classificação dos rebites em função do formato da sua cabeça e do seu
emprego em geral.
O fabrico de rebites é normalizado, ou seja, segue normas técnicas que indicam as medidas da cabeça,
do corpo e do comprimento útil dos rebites.
Na tabela 2 apresentamos as dimensões normalizadas para os rebites. Os valores que aparecem nas
ilustrações são constantes.
7
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
Cabeça cilíndrica
Significa que o diâmetro da cabeça desse rebite é duas vezes o diâmetro do seu corpo. Se o rebite tiver
um corpo com diâmetro de 5 mm, o diâmetro da sua cabeça será igual a 10 mm, pois 2 x 5 mm = 10
mm. Essa forma de cálculo é idêntica para os restantes rebites.
Especificação de rebites
• o tipo de cabeça;
• o diâmetro do corpo;
• o comprimento útil.
O comprimento útil do rebite corresponde à parte do corpo que vai formar a união. A parte que vai
ficar fora da união vai ser usada para formar a outra cabeça do rebite. No caso de um rebite com
cabeça escareada, a altura da cabeça do rebite também faz parte do seu comprimento útil. O símbolo
usado para indicar comprimento útil é L e o símbolo para indicar a sobra necessária é z.
8
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
Na especificação do rebite é importante saber qual será o seu comprimento útil (L) e o excesso
necessário (z). Nesse caso, é preciso levar em conta:
• o diâmetro do rebite;
As figuras mostram o excesso de material (z) necessário para se formar a segunda cabeça do rebite em
função dos formatos da cabeça, do comprimento útil (L) e do diâmetro do rebite (d).
Por exemplo:
• material do rebite: rebite de aço, caracterizado pela sua classe, por exemplo 37R;
9
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
PINOS
As cavilhas são também chamadas pinos estriados, pinos entalhados, pinos ranhurados ou, ainda,
rebite entalhado. A diferenciação entre pinos e cavilhas leva em conta o formato dos elementos e suas
aplicações. Por exemplo, os pinos são usados para uniões de peças que se articulam entre si e as
cavilhas são utilizadas em conjuntos sem articulações; indicando pinos com entalhes externos na sua
superfície. São esses entalhes que fazem com que o conjunto não se movimente. A forma e o
comprimento dos entalhes determinam os tipos de cavilha.
10
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
Os pinos são usados em junções resistentes a vibrações. Há vários tipos de pino, segundo a sua
função.
TIPO FUNÇÃO
Pino cónico com haste roscada A acção de retirar o pino de furos cegos é facilitada
por um simples aperto da porca
11
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
Para especificar pinos e cavilhas deve ser levado em conta o seu diâmetro nominal, o seu
comprimento e a função do pino, indicada pela respectiva norma.
Figura 17 - Cavilhas
A cavilha é uma peça cilíndrica, fabricada em aço, cuja superfície externa recebe três entalhes que
formam ressaltos. A forma e o comprimento dos entalhes determinam os tipos de cavilha. A sua
fixação é feita directamente no furo aberto por uma broca, dispensando-se o acabamento e a precisão
do furo alargado.
12
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
TIPO UTILIZAÇÃO
KS 1 Fixação e junção
KS 2 Ajuste e articulação
KS 3 Fixação e junção em casos de aplicação de forças
variáveis e simétricas, bordas de peças de ferro
fundido
KS 4 Encosto e ajuste
KS 6 e 7 Ajuste e fixação de molas e correntes
KS 9 Quando há necessidade de puxar a cavilha
KS 10 Fixação bilateral de molas de tracção ou de eixos
de roletes
KS 8 Articulação de peças
KS 11 e 12 Fixação de eixos de roletes e manivelas
KN 4 Fixação de blindagens, chapas e dobradiças sobre
metal
KN 5
KN 7 Eixo de articulação de barras de estruturas,
ganchas, roletes e polias
13
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
Pino fendido é um arame de secção semi-circular, dobrado de modo a formar um corpo cilíndrico e
uma cabeça.
A sua função principal é travar outros elementos de máquinas, como por exemplo porcas.
14
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
PARAFUSO
Todos os parafusos têm uma rosca de algum tipo. Assim vamos começar por conhecer as roscas.
ROSCAS
As roscas podem ser internas ou externas. As roscas internas encontram-se no interior das porcas. As
roscas externas localizam-se no corpo dos parafusos.
Permitem, também, movimento de peças. O ajuste da posição do mordente móvel do torno de bancada
é um exemplo de movimento de peça transmitido através da rotação de um parafuso.
15
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
Os filetes das roscas apresentam vários perfis. Esses perfis, sempre uniformes, dão nome às roscas e
condicionam sua aplicação – ver tabela 5.
Dependendo da inclinação dos filetes em relação ao eixo do parafuso, as roscas podem ter dois
sentidos: à direita ou à esquerda.
Na rosca direita, o filete sobe da direita para a esquerda, conforme a figura 23. Ao rodar no sentido
dos ponteiros do relógio um parafuso com rosca direita, este avança segundo o seu eixo.
16
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
Na rosca esquerda, o filete sobe da esquerda para a direita, conforme a figura 24. Neste caso, ao rodar
no sentido dos ponteiros do relógio um parafuso com rosca esquerda, este avança no sentido contrário,
isto é, no sentido da sua cabeça.
NOMENCLATURA DA ROSCA
d1 = diâmetro menor
H = altura do filete
f = fundo do filete
Figura 27 – Nomenclatura da rosca (em Desenho Técnico Básico, J.M. Simões Morais,2006)
Roscas triangulares
• rosca métrica
• rosca whitworth
• rosca americana
17
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
Rosca métrica ISO normal – EN ISO 68; EN ISO 261; EN ISO 724.
Entre a rosca normal (BSW) e a fina (BSF) apenas variam os números de filetes por polegada.
Apresentam-se a seguir as tabelas das roscas métricas de perfil triangular normal e fina e Whitworth
normal – BSW.
18
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
Tabela 6 – Dimensões de roscas métricas (em Desenho Técnico Básico, J.M. S. Morais, 2006)
19
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
20
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
PARAFUSOS
Parafusos são elementos de fixação, empregados na união não permanente de peças, isto é, as peças
podem ser montadas e desmontadas facilmente, bastando apertar e desapertar os parafusos que as
mantêm unidas. Os parafusos diferenciam-se pela forma da rosca, da cabeça e da haste.
Figura 30 - Parafuso
Em geral, um parafuso é composto de duas partes: cabeça e corpo.
21
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
Há uma enorme variedade de parafusos que podem ser diferenciados pelo formato da cabeça, do
corpo e da ponta. Essas diferenças, determinadas pela função dos parafusos, permitem distingui-los
em quatro grandes grupos: parafusos passantes, parafusos não-passantes, parafusos de pressão,
pernos.
Segue-se uma tabela síntese com características da cabeça, do corpo, das pontas e com indicação dos
dispositivos de aperto.
Cilíndrica
Fenda cruzada
Escareada Borboleta
Em que M10 designa rosca métrica de diâmetro nominal d, nesta caso 10 mm, 70 é o comprimento L
do parafuso e 8.8 representa a classe do material utilizado no seu fabrico.
22
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
parafuso auto-roscante
parafuso sextavado com porca de cabeça sextavada
perno
parafuso de cabeça
recartilhada
parafuso borboleta
Tabela 9 - Tipos de parafusos.
23
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
PORCAS
Porca é uma peça de forma prismática ou cilíndrica, geralmente metálica, com um furo roscado no
qual se encaixa um parafuso, ou uma barra roscada. Em conjunto com um parafuso, a porca é um
acessório amplamente utilizado na união de peças.
Figura 33 - Porca
A porca está sempre ligada a um parafuso. A parte externa tem vários formatos para atender aos
diversos tipos de aplicação. Assim, existem porcas que servem tanto como elementos de fixação como
de transmissão.
As porcas são feitas em diversos materiais: aço, bronze, latão, alumínio, plástico.
O perfil da rosca varia de acordo com o tipo de aplicação que se deseja. As porcas usadas para fixação
geralmente têm roscas com perfil triangular.
24
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
Exemplo de designação de uma porca: Porca hexagonal ISO M10-10 (diâmetro nominal 10mm –
classe de material).
As porcas para transmissão de movimentos têm roscas com perfis quadrados, trapezoidais, redondo e
dente de serra – ver tabela 5.
Para aperto manual são mais usadas as porcas de tipo borboleta, recartilhada alta e recartilhada baixa.
Nas figuras seguintes, mostram-se os três tipos de porca e uma aplicação da porca borboleta.
As porcas cega baixa e cega alta, além de proporcionarem uma boa fixação, deixam as peças unidas
com melhor aspecto.
25
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
Certos tipos de porcas apresentam ranhuras próprias para uso de pinos bifurcados. Estes utilizam-se
para evitar que a porca se solte em consequência das vibrações.
26
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
Para montagem de chapas em locais de difícil acesso, podemos utilizar as porcas rápidas:
27
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
ANILHAS
A maioria dos conjuntos mecânicos apresenta elementos de fixação. Onde quer que se usem esses
elementos, seja em máquinas ou em veículos automóveis, existe o perigo de se produzir, em virtude
das vibrações, um afrouxamento imprevisto no aperto do parafuso.
Para evitar esse inconveniente utilizamos um elemento de máquina designado por anilha.
As anilhas têm a função de distribuir igualmente a força de aperto entre a porca, o parafuso e as partes
montadas. Em algumas situações, também funcionam como elementos de travamento.
Os materiais mais utilizados no fabrico de anilhas são o aço ao carbono, o cobre e o latão.
Tipos de anilha
Existem vários tipos de anilha: lisa, de pressão, dentada, serrilhada, ondulada, de travamento com
orelha e anilha para perfilados. Para cada tipo de trabalho existe um tipo ideal de anilha.
Anilha lisa
Além de distribuir igualmente o aperto, a anilha lisa tem também a função de melhorar o aspecto do
conjunto. A anilha lisa, por não ter função de travamento, é utilizada em órgãos de máquinas que
sofrem pequenas vibrações
28
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
Muito utilizada em equipamentos sujeitos a grandes vibrações, mas com pequenos esforços, como,
electrodomésticos, painéis de automóveis, equipamentos de refrigeração etc.
O travamento dá-se entre o conjunto parafuso/porca. Os dentes inclinados das anilhas formam uma
mola quando são pressionados e encravam-se na cabeça do parafuso.
29
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
Anilha serrilhada
A anilha serrilhada tem, basicamente, as mesmas funções da anilha dentada. Apenas suporta esforços
um pouco maiores. É usada nos mesmos tipos de trabalho que a anilha dentada.
Anilha ondulada
A anilha ondulada não tem cantos vivos. É indicada, especialmente, para superfícies pintadas,
evitando danos no acabamento das mesmas. É adequada para equipamentos que possuem acabamento
externo constituído por chapas finas.
Utiliza-se esta anilha dobrando-se a orelha sobre uma quina viva da peça. De seguida, dobra-se uma
aba da orelha envolvendo um dos lados chanfrado do conjunto porca/parafuso.
30
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
É uma anilha muito utilizada em montagens que envolvem cantoneiras ou perfis em ângulo. Devido
ao seu formato, este tipo de anilha compensa os ângulos e deixa perfeitamente paralelas as superfícies
a serem aparafusadas.
g) anilha de dentes cónicos h) anilha com serrilhado interno i) anilha com serrilhado cónico
31
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
ANÉIS ELÁSTICOS
O anel elástico é um elemento usado em eixos ou furos, tendo como principais funções:
Designa-se por deslocamento axial o movimento de qualquer peça no sentido longitudinal do eixo. O
anel elástico é também conhecido como anel de retenção, de travamento ou de segurança.
Os anéis elásticos são fabricados em aço-mola e têm a forma de um anel incompleto, que se aloja num
canal circular construído de acordo com as normas.
32
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
Aplicação em furos com diâmetro entre 9,5 e 1 000 mm. Trabalha internamente.
33
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
Tendo em vista facilitar a escolha e selecção dos anéis em função dos tipos de trabalho ou operação,
existem tabelas normalizadas de anéis, como as que se apresentam nas páginas seguintes.
34
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
35
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
36
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
Na utilização de anéis elásticos, existem alguns pontos importantes que devem ser observados:
· A dureza do anel deve ser adequada aos elementos que trabalham com ele.
· Se o anel apresentar alguma falha, esta pode ser devida a defeitos de fabrico ou às condições
de operação.
· As condições de operação são caracterizadas por meio de vibrações, impacto, flexão, alta
temperatura ou atrito excessivo.
· Um projecto pode estar errado ao prever, por exemplo, esforços estáticos, mas as condições
de trabalho geraram esforços dinâmicos, fazendo com que o anel apresentasse problemas que
dificultaram o seu alojamento.
· Utilizar sempre ferramentas adequadas para evitar que o anel fique torto ou receba esforços
exagerados.
· Montar o anel com a abertura apontando para esforços menores, quando possível.
· Nunca substituir um anel normalizado por um “equivalente”, feito de chapa ou arame sem
critérios.
Para que esses anéis não sejam montados de forma incorrecta, é necessário o uso de ferramentas
adequadas, ou seja, alicates como os que se mostram na figura seguinte.
37
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
CHAVETAS
Figura 60 - Chavetas
Classificação:
• de cunha;
• paralelas;
• de disco.
Chavetas de cunha
Estas chavetas têm esse nome porque são parecidas com uma cunha. Uma das suas faces é inclinada,
para facilitar a união das peças.
• longitudinais;
• transversais.
38
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
Chavetas longitudinais
São colocadas na extensão do eixo para unir roldanas, rodas, volantes, etc.
Têm uma inclinação de 1:100 e as suas medidas principais são definidas relativamente a:
• altura (h);
• comprimento (L);
• largura (b).
As chavetas longitudinais podem ser de diversos tipos: encaixada, meia-cana, plana, embutida e
tangencial. Vejamos as características de cada um desses tipos.
Chavetas encaixadas - São muito usadas. A sua forma corresponde à do tipo mais simples de chaveta
de cunha. Para possibilitar o seu emprego, o rasgo do eixo é sempre mais comprido do que a chaveta.
Chaveta meia-cana – Sua base é côncava (com o mesmo raio do eixo). A sua inclinação é de 1:100,
com ou sem cabeça.
39
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
Não é necessário rasgo no veio, pois a chaveta transmite o movimento por atrito. Desta forma, quando
o esforço no elemento conduzido for muito grande, a chaveta desliza sobre o veio.
Chaveta plana – Tem uma forma similar à da chaveta encaixada, porém, para a sua montagem não se
abre um rasgo no eixo, mas é feito um rebaixo plano.
Chavetas embutidas - Estas chavetas têm os seus extremos arredondados, conforme se pode observar
na vista superior da figura. O rasgo para o seu alojamento no eixo possui o mesmo comprimento da
chaveta. As chavetas embutidas nunca têm cabeça.
Chavetas tangenciais - São formadas por um par de cunhas, colocada cada uma no respectivo rasgo.
São sempre utilizadas duas chavetas, e os rasgos são posicionados a 120º. Transmitem fortes cargas e
são utilizadas, sobretudo, quando o eixo está submetido a mudanças de carga ou golpes.
Chavetas transversais – São aplicadas em uniões de peças que transmitem movimentos rotativos e
rectilíneos alternativos.
Quando as chavetas transversais são utilizadas em uniões permanentes, a sua inclinação varia entre
1:25 e 1:50. Se a união é sujeita a montagens e desmontagens frequentes, a inclinação pode ser de 1:6
a 1:15.
40
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
Chavetas paralelas
A transmissão do movimento é feita pelo ajustamento das suas faces laterais às faces laterais do rasgo
para alojamento da chaveta. Deve ficar uma pequena folga entre o ponto mais alto da chaveta e o
fundo do rasgo do elemento conduzido.
As chavetas paralelas não possuem cabeça. Quanto à forma dos seus extremos, eles podem ser rectos
ou arredondados. Podem, ainda, ter parafusos para fixarem a chaveta ao eixo.
41
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 1 - 2009/2010
Chaveta de disco ou meia-lua (tipo Woodruff) - É uma variante da chaveta paralela. Recebe esse
nome porque a sua forma corresponde a um segmento circular.
É geralmente utilizada em eixos cónicos por facilitar a montagem e adaptar-se à conicidade do fundo
do rasgo do elemento externo.
Figura 74 – Montagem
Modern Machine Shop’s Handbook for the Metalworking Industries, 1ª edição, Hanser Gardner
Publications, Ohio, 2002
42