Transferência de Calor e Massa
Transferência de Calor e Massa
Transferência de Calor e Massa
MÓDULO XI
OBJECTIVOS
Os estudantes devem saber:
Conhecer as várias formas de transferência de calor.
Saber idealizar e calcular trocadores de calor;
Conhecer a essência da radiação e sua aplicação;
Determinar as quantidades de calor em jogo e aplicar práticas em cada caso.
PLANO TEMÁTICO
TEMA NH/T
1. Fundamentos básicos da transferência de calor por condução, convenção e radiação 06
2. Condução unidimensional em regime permanente 06
3. Condução em regime transitório 06
4. Convenção: conceitos e relações básicas 04
5. Convenção forçada no escoamento no interior de dutos 06
6. Convenção forçada no escoamento sobre corpos 04
7. Convenção livre 04
8. Radiação 06
9. Transferência de calor com mudança de fase 06
10. Termo-permutadores de calor 06
11. Transferência de massa 06
TOTAL 60
NH/T: Número de Horas por Tema
BIBLIOGRAFIA
1. Introdução.
Sempre que um corpo está a uma temperatura maior que a de outro ou, inclusive,
no mesmo corpo existam temperaturas diferentes, ocorre uma cessão de energia
da região de temperatura mais elevada para a mais baixa, e a esse fenômeno dá-
se o nome de transmissão de calor.
O objetivo da presente cadeira é estudar as leis e os princípios que regem a
transmissão de calor, bem como suas aplicações, visto que é de fundamental
importância, para diferentes ramos de Engenharia, o domínio dessa área de
conhecimento. Assim como o Engenheiro Mecânico enfrente problemas de
refrigeração de motores, de ventilação, ar condicionado etc. O Engenheiro
Metalúrgico não pode dispensar a transmissão de calor nos problemas
relacionados a processos piro metalúrgicos ou hidro metalúrgicos, ou nos projetos
de fornos ou de regeneradores.
Em nível idêntico, o Engenheiro Químico ou Nuclear necessita da mesma ciência
em estudos sobre evaporação, condensação ou em trabalhos de refinaria e
reatores, enquanto o Eletricista a utiliza no cálculo de transformadores e geradores
e o Engenheiro Naval aplica em profundidade a transmissão de calor em caldeiras,
máquinas térmicas, etc. Até mesmo o Engenheiro Civil e o arquiteto, especialmente
em países frios, sentem a importância de, em seus projetos, preverem tubulações
interiores nas alvenarias das edificações, objetivando o escoamento de fluidos
quentes, capazes de permitirem conforto maior mediante aquecimento ambiental.
Esses são, apenas, alguns exemplos, entre as mais diversas aplicações que a
Transmissão de Calor propicia no desempenho profissional da Engenharia.
Conforme se verá no desenvolvimento da matéria, é indispensável aplicar recursos
de Matemática e de Mecânica dos Fluidos em muitas ocasiões, bem como se
perceberá a ligação e a diferença entre Transmissão de calor e Termodinâmica. A
Termodinâmica relaciona o calor com outras formas de energia e trabalha com
sistemas em equilíbrio, enquanto a Transmissão de calor preocupa-se com o
mecanismo, a duração e as condições necessárias para que o citado sistema atinja
A segunda lei da termodinâmica diz que nenhum processo é possível, cujo único
resultado seja uma transmissão líquida de calor de uma região de baixa
temperatura para outra de temperatura mais alta.
Fig.2
Fig.3
Fig.4
Fig.5
Fig.6
Fig.7
Fig.8
A lei de Fourier é a lei básica de transmissão de calor por condução tendo sido J.
Fourier o primeiro a usa-la explicitamente num artigo sobre transferência de calor
no ano de 1822. Esta lei afirma que o calor trocado por condução em uma certa
Utilizando o conceito de Fluxo de Calor, que é a taxa de troca de calor por unidade
de área. [W/m],tem-se que:
O sinal negativo é posto para garantir que o fluxo de calor seja positivo no sinal
positivo de x.
Exemplo 1:
As superfícies internas e externa de uma parede de 5 x 6m e 30 cm de espessura e
condutividade térmica de 0,69 W/mºC são mantidas as temperaturas de 20ºC e 5ºC
respectivamente. Determine o calor transferido pela parede.
fig.9
Resolução:
Assume-se: 1 Regime permanente pois a temperatura da parede mantêm-se
constante nos valores especificados. 2 As propriedades térmicas da parede são
constantes.
Propriedades: A condutividade térmica da parede é dada e o valor é k = 0,69
W/m·C.
Esta relação foi proposta originalmente pelo cientista Inglês Isac Newton (1701),
onde A é a área superficial ou de contacto, q é a densidade de fluxo de calor, h é o
coeficiente de troca de calor por convecção. é a temperatura da superfície e
é a temperatura do fluido. A temperatura do fluido é em geral tomada num ponto
afastado da superfície.
Uma preocupação a ser resolvida é o ponto onde deve ser colocado o termómetro
que fará a medição das temperaturas. Para a temperatura Ts é simples uma vez
que por definição esta deverá ser a temperatura da superfície. Entretanto no
segundo caso a situação se complica uma vez que a temperatura próximo da peça
quente será maior que longe dela.
A quantidade total de calor transmitida é dada por:
Exemplo 2:
A temperatura de ebulição do nitrogénio a pressão atmosférica ao nível das águas
do mar (1 atm) é de -196ºC. Dai o nitrogénio ser comummente usado em estudos
Fig.10
Resolução:
Assume-se: 1 Regime permanente. 2 As perdas de calor por radiação são
desprezadas. 3 O coeficiente de transferência de calor por convecção é constante e
uniforme em toda a superfície. 4 A temperatura das paredes do tanque é igual a
temperatura do nitrogénio no seu interior.
Propriedades: O calor de vaporização e a massa específica do nitro génio são
dados a 1 atm e são respectivamente 198 kJ/kg and 810 kg/m
.Análise: O calor transferido para o tanque calcula-se de:
A quantidade de (calor) energia que deixa a superfície como calor radiante depende
da temperatura absoluta e da natureza da superfície. Um irradiador perfeito ou
corpo negro emite energia radiante da sua superfície a razão qrad é dada por:
Onde:
A - é a área da superfície em m2.
T1- é a temperatura da superfície emissora em Kelvin;
T2- é a temperatura absoluta do ambiente que troca calor com o corpo dado e 𝜺 é a
emissividade do corpo dado.
Contudo os corpos reais emitem e absorvem apenas uma percentagem da energia
radiante.
Exemplo3:
Considere-se uma pessoa cuja área exposta é de 1,7 m2, a sua emissividade de
0,7 e a temperatura da sua superfície de 32 ºC. Determinar o calor que esta pessoa
perde por radiação numa sala grande
se esta tiver as paredes a:
a) 300 K
b) 280 K
Fig.11
Resolução:
Assume-se: 1 Regime permanente. 2 As perdas de calor por convecção são
desprezadas. 3 A emissividade da pessoa considera-se constante em todo o corpo.
Propriedades: A emissividade é considerada constante de 0,7.
Análise: É de notar que o homem está completamente envolvido pela pelas
paredes da sala.
Fig.12
O princípio físico que justifica o uso das alhetas é simples. Baseando-se na Lei
de Newton pode-se escrever:
1.6.3 Alheta que perde calor por convecção pela sua extremidade.
As alhetas não são susceptíveis de ser tão longas que a sua temperatura se
aproxime da temperatura ambiente na ponta. Uma situação mais realista é a
Exercício 1
O tubo de um sistema de aquecimento apresentado na figura abaixo, contém
200 alhetas por unidade de comprimento. Compare o calor libertado pelo tubo
sem alhetas e com alhetas. Determine a eficiência da alheta. O coeficiente de
Assumim-se:
1. Escoamento estacionário;
2. O coeficiente de troca de calor constante em toda alheta;
3. A condutibilidade térmica é constante;
4. Desprezamos a transferência de calor por radiação.
Exercício 2
Exemplo.3
Exercício 4