Relatório FT Viscosidade

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UNESP UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

Julio de Mesquita Filho


CAMPUS DE GUARATINGUET

Laboratrio de Fenmenos de
Transporte

Medidas de viscosidade

Gustavo Pinheiro de Carvalho - 11213-2 Turma 243


Prof Jos Luz Silveira
2

UNESP UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA


Julio de Mesquita Filho
CAMPUS DE GUARATINGUET

OBJETIVO
Compreender o conceito de viscosidade. Familiarizar os alunos com as
tcnicas experimentais de medidas de viscosidade.

INTRODUO

RESUMO

2.1. Definio de Fluido:


Fluido qualquer substncia que se deforma continuamente sob a
aplicao de uma tenso de cisalhamento, no importando o quanto pequena
possa ser esta tenso. Na ausncia de uma fora no ocorrer deformao.
Desta forma, tm-se que os fluidos compreendem as fases lquidas e
gasosas (ou de vapor).
2.2. Equao de Newton
A definio e a equao da viscosidade foi analisada inicialmente por Isaac
Newton que sups uma pelcula de lubrificante entre duas lminas paralelas,
uma das quais fixa e a outra se deslocando com velocidade U, sob ao de uma
U
fora F, conforme demonstra a figura (1).
F
b
b
u
h

Figura 1

a
A experincia mostra que a fora F diretamente proporcional a rea A e
a velocidade (U), e inversamente proporcional a distncia entre as placas (h).
Desta forma:
F

A.U
h

A.U
h

- constante de proporcionalidade

Alterando o equacionamento de fora para tenso de cisalhamento ( ),


temos:
F
A
A.U

h. A

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U
h

U
tan
Relacionando na figura 1 a relao U h :
h
. tan

Lei da viscosidade de Newton:

du
dy

Equao 1

2.3. Viscosidade Dinmica


A viscosidade dinmica uma propriedade do fluido que determina o grau
de resistncia fora cisalhante. Por exemplo, se considerarmos as deformaes
da gua e da glicerina sob a ao da mesma tenso de cisalhamento, a glicerina
apresentar uma resistncia a deformao muito maior do que a gua.
Para os gases, a viscosidade aumenta com a temperatura enquanto que
para os lquidos, a viscosidade diminui quando a temperatura se eleva. A
presso tem uma influncia muito pequena na viscosidade dos fluidos, podendo
ser desprezada.
(Sistema Unidades
Internacional)
de

UNIDADES
FLT

MLT

1 centipoise

N
2
unidades de
N .s
m 2
m
m
unidades de du
dy
s
m

MKS

MK*S

N.s

kgf .s

kg
m.s

=1
decapoise

utm
m.s

CGS

SISTEMA
INGLS

dina.s
cm 2

g
cm.s

= 1 poise

lbt.s
ft 2
slug
ft.s

poise
100

2.4. Viscosidade Cinemtica


Trata-se tambm de uma propriedade do fluido que determina a
resistncia fora cisalhante e relaciona a viscosidade dinmica com a massa
especfica do fluido.

Equao (2)

O comportamento da viscosidade cinemtica em relao a temperatura e


a presso no necessariamente igual a viscosidade dinmica.

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Unidade:

MKS

m2
s

MK * S
CGS

m2
s

cm 2
( Stoke ( st ))
s

PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
Objetivo Especfico: Determinar a viscosidade cinemtica de trs tipos
de leos a partir de trs mtodos distintos:
Hagen Poiseuille (perda de carga)
Viscosmetro de Hoppler (queda de esfera)
Rotao de Estrutura (Viscosmetro Rheotest 2)
3.1 1 MTODO: Mtodo de Perda de carga Equao de Hazen
Pouseuille
.
3.1.1 Teoria do Mtodo:
A perda de carga a perda de presso dentro de um tubo pelo atrito entre
as camadas de fluido e as paredes do tubo. Isto deve-se a viscosidade do fluido.
A diferena de presso pode ser medida pelo produto da diferena de nveis de
fluido no manmetro diferencial e o peso especfico conforme demonstra a
equao 3.
p .H
Equao (3)
sendo p perda de presso ou perda de carga;
peso especfico; e
H diferena de nveis de fluido no manmetro diferencial.
O mtodo da perda de carga determina a viscosidade do fluido atravs do
esquema da figura 2:

H
D
leo
L
(a)

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Figura 2 (a) Manmetro diferencial

Mtodo da Perda de Carga:

.H .D 4 .
128.l.Q

Equao (4)
onde: H diferena de presso ou perda de carga
viscosidade dinmica
l comprimento da tubulao
D dimetro da tubulao
peso especfico
Q vazo volumtrica
3.1.2 Procedimento:
Nesta experincia utiliza-se o equipamento do laboratrio apresentado na
figura 3:

Figura 3 Esquema do equipamento do laboratrio para experimento.


Inicialmente a vlvula encontra-se fechada e no h diferena nos nveis
do lquido no manmetro diferencial. Ento abre-se a vlvula, ocorrendo uma
diferena de presso no manmetro e aguarda-se at que se estabilize os nveis
de fluido. Ao estabilizar anota-se o tempo decorrido e a diferena de presso h.
Repete-se a experincia por mais duas vezes.
Para a determinao da viscosidade, inicialmente calcula-se o peso
especfico . Para cada medida pode-se determinar a perda de carga do
escoamento p a partir do valor do h obtido da experincia, aplicando a
equao 3. A vazo do escoamento dada como 5 ml/t, ou seja, para cada t,
ser calculada uma vazo caracterstica.
O valor da perda de carga e da vazo encontrados deve ento ser
substitudo na equao 4 determinando assim a viscosidade do leo. Para cada
medida deve ser realizado um clculo. Deve-se ao final realizar uma mdia
aritmtica dos valores de viscosidade para que, a partir desse valor mdio e a
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temperatura ambiente, seja encontrado na tabela SAE de Viscosidades Mdias


dos leos Lubrificantes em anexo, qual o tipo de leo foi utilizado.
3.1.3 Dados auxiliares:
Fluido: LEO
Massa especfica do leo: 0,883 g/cm 3
L (comprimento da tubulao) = 1,0 m
D (dimetro da tubulao) = 0,005 m
Q (vazo volumtrica) = 3 mL/t
g (acelerao da gravidade) = 9,8 m/s2
3.2 2 MTODO: Mtodo do Viscosmetro de Hoppler (Queda de
esfera).
3.2.1 Teoria do Mtodo:
O viscosmetro de Hoppler um equipamento que determina a
viscosidade atravs de queda esfrica. medido o tempo de queda de uma
esfera padro dentro de um tubo cilndrico, inclinado em 10 em relao a
vertical, no qual est contido o lquido que se pretende examinar sua
viscosidade (fig.4). Este viscosmetro serve para a medio da viscosidade de
fluidos newtonianos.
A viscosidade determinada a partir do seguinte equacionamento:

tubo de vidro
esfera

referncia

fluido
referncia

Fe
h

Pe

Fa

Fe Fora de Empuxo;
Fa Fora de Arraste;
Pe peso da esfera
v velocidade de descida da esfera;
viscosidade do leo;
a raio da esfera;
h altura resultante das duas marcas de
referncia;
peso especfico do leo;
e peso especfico da esfera.

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Figura 4 Viscosmetro de Hoppler

= K ( e ) t

Mtodo da Queda da Esfera


5
e

onde:
t

Equao

2a 2 g
9h

viscosidade dinmica
tempo de queda da esfera em segundos
e massa especfica da esfera
massa especfica do fluido
K constante caracterstica de cada esfera

3.2.2 Procedimento:
Inicialmente deve-se limpar cuidadosamente tanto o tubo cilndrico quanto
a esfera padro para se retirar qualquer resduo que prejudique a experincia.
Preenche-se ento o tubo cilndrico com o fluido que se deseja determinar
a viscosidade de forma lenta e cuidadosa para que no se formem muitas
bolhas de ar no lquido. Aps o preenchimento, deve-se ainda aguardar um
tempo para que as camadas de fluido se estabilizem no tubo, expelindo
qualquer bolha de ar existente, as quais alteram o resultado da medio.
No tubo de vidro existem duas marcas calibradas que servem de
referncia para se medir o tempo de queda da esfera. Assim, lana-se a esfera e
aciona-se o cronmetro no momento que ela passar pela marca superior.
Observa-se a sua queda de forma que, ao atingir a marca inferior, o cronmetro
desativado, anotando-se o tempo decorrido.
A viscosidade determinada pela equao 5 sendo que o fabricante do
equipamento fornece a constante K e a massa especfica e, caracterstica de
cada esfera. Semelhante ao mtodo anterior o valor da viscosidade e da
temperatura ambiente determinaro o tipo de leo da experincia atravs da
tabela SAE em anexo de Viscosidades Mdias dos leos Lubrificantes.
3.2.3 Dados auxiliares:
ESFERA AO
e = 8,133 g/cm 3
K = 0,130 cP cm 3 /g s

Fluido: LEO
= 0,889 g/cm 3

3.3 3 MTODO: Viscosmetro Rheotest 2 Mtodo de Rotao de


Estrutura
3.3.1 Teoria do Mtodo:
O viscosmetro de Rheotest 2 um equipamento de rotao de estrutura
que determina a viscosidade dinmica dos fluidos newtonianos bem como
realiza amplas investigaes das propriedades reolgicas dos fluidos nonewtonianos.

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A substncia a ser investigada fica na fenda anular do sistema de cilindros


coaxiais conforme demonstra a figura 5. O cilindro externo estacionrio de raio
R forma o recipiente de medio e contm a substncia ensaiada. A fim de

Figura 5 Esquema do Viscosmetro


regular a temperatura Rheotest
da substncia
investigada, este cilindro fica dentro de um
2.
recipiente de banho o qual se une com um termostato de circulao de lquido.
O equipamento composto de duas unidades: o viscosmetro e a unidade
de medio. O viscosmetro consiste no jogo de cilindros e de todo um sistema
que proporcione a execuo da experincia. A unidade de medio abrange os
componentes eletrnicos do viscosmetro que associados fornecem a leitura de
que proporcional ao momento de toro medido do dinammetro e por isso
tambm proporcional tenso de cisalhamento na fenda anular que contm o
fluido.
A equao 6 fornece a equao do equipamento para se determinar a
viscosidade do fluido, de acordo com a leitura :

TR
.100
DR

TR Z.

Equao 6

sendo:
viscosidade dinmica
TR tenso de cisalhamento (dina/cm2)
DR gradiente de cisalhamento caracterizado pelo conjunto de cilindros e
pela velocidade (S-1)
Z constante caracterstica do conjunto de cilindros escolhidos (dina/cm 2 .
1/SKT)
- leitura do valor de escala do instrumento SKT (graduao da escala)
3.3.2 Procedimento:
O sistema de medio do viscosmetro de Rheotest 2 interno e processase por um transformador eletromecnico de toro. A fim de medir o momento
de toro efetivo no cilindro em rotao aproveita-se a rotao relativa do eixo
de medio a partir de uma velocidade escolhida dependendo do tipo de fluido.

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Para a experincia, utiliza-se um conjunto de cilindro SS1, trabalhando na


faixa de velocidade 1, de forma que os valores do fabricante para Z e D R esto
preestabelecidos.
Todo o viscosmetro deve ser cuidadosamente limpo no momento de se
introduzir o fluido e, ao acionar o equipamento, apenas realiza-se a leitura do
valor da escala do instrumento no mdulo de medio. Ao final aplica-se a
equao 6 e determina-se a viscosidade do fluido e, recorrendo-se a tabela SAE
em anexo de Viscosidades Mdias dos leos Lubrificantes determina-se o tipo
de leo analisado.
3.3.3 Dados auxiliares:
Fluido: LEO
Massa especfica do leo = 0,895 g/cm3
Equipamento: VISCOSMETRO RHEOTEST 2
Conjunto de cilindros SS1 Faixa de velocidade 1
Z 5,81

dina
cm

1
SKT

Velocidade 7B => D R 48,6s 1

TABELA

DE CONDIES AMBIENTAIS

Temperatura (C)
23

Presso
atmosfrica
(mmHg)
712

TABELA DE DADOS
1 MTODO: MTODO DE PERDA DE CARGA EQUAO DE HAZEN
POUSEVILLE
MEDIDA

t (s)

102

63

50
2

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6,4
9,7
(cm.c.o.)
cm.c.o. centmetro de coluna de leo

11,8

2 MTODO: VISCOSMETRO DE HOPPLER MTODO DA QUEDA DA


ESFERA

Tempo decorrido na queda da esfera: 194 segundos

3 MTODO:
ESTRUTURA

VISCOSMETRO

RHEOTEST

ROTAO

DE

Leitura do valor de : 44,5 SKT.


SKT Graduaes do instrumento

RESULTADOS

OBTIDOS

1 MTODO: MTODO DE PERDA DE CARGA EQUAO DE HAZEN


POUSEVILLE
Medida 1: = 2,88 g/(cm.s)
Medida 2: = 2,70 g/(cm.s)
Medida 3: = 2,61 g/(cm.s)
Resultado final: = 2,75 g/(cm.s)
Logo este um leo SAE 40.
2 MTODO: VISCOSMETRO DE HOPPLER MTODO DA QUEDA DA
ESFERA
Resultado final: = 182,92 cP
Logo este um leo SAE 30.

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3 MTODO:
ESTRUTURA

VISCOSMETRO

RHEOTEST

ROTAO

DE

Resultado final: = 531,99 dyn.s/(cm2)


Logo este um leo SAE 50.

EQUIPAMENTOS UTILIZADOS
Barmetro Unesp 7773
Viscosmetro Hagen Poiseville
Viscosmetro Hppler
Viscosmetro Rheotest
Conjunto cilndrico SS1
Medidor de volume
Esfera 3 de ao

CONCLUSO
Atravs deste experimento foi possvel estudar na prtica a influncia da
viscosidade no movimento de corpos, e at mesmo o seu prprio escoamento,
que so informaes bsicas para um engenheiro civil. Atravs desses
experimentos, conhecemos tambm a diversidade entre os diversos tipos de
fludos, e no caso especfico desses ensaios, diagnosticar quais so os diferentes
tipos de leo, que tiveram a viscosidade obtida por 3 mtodos. Esses mtodos
de obteno desses valores so inmeros, e esses executados so alguns dos
principais utilizados.

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
Relatrio totalmente baseado no guia fornecido pelo professor Jos Luz
Silveira.

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