História do Mundo
Bíblico Antigo
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História do Mundo Bíblico Antigo 3
Apresentação
Estávamos em um culto de doutrina, numa sexta-feira destas quentes do
verão daqui de São Paulo e a congregação lotada até pelos corredores
externos. Ouvíamos atentamente o ensino doutrinário ministrado pelo Pastor
Vicente Paula Leite, quando do céu me veio uma mensagem profética e o
Espírito me disse “fale com o pastor Vicente no final do culto”. Falei: - Jesus
te chama para uma grande obra de ensino teológico para revolucionar a
apresentação e metodologia empregada no desenvolvimento da Educação
Cristã.
Prefácio
Este Livro da História do Mundo Bíblico Antigo, parte de uma série que
compõe a grade curricular do curso em Teologia do IBETEL, se propõe a ser
um instrumento de pesquisa e estudo. Embora de forma concisa, objetiva
fornecer informações introdutórias acerca dos seguintes pontos: Evolução ou
criação: Criação, A Idade do Homem, Pré-história, História, Classificação,
Antigas Civilizações; Povos e Nações do Mundo Bíblico Antigo: Noé,
Semitas, Acádios, Cananeus, Suméria e Mesopotâmia.
Declaração de fé
O que é doutrina? À luz da Bíblia, doutrina é o ensino bíblico normativo,
terminante, final, derivado das Sagradas Escrituras, como regra de fé e
prática de vida, para a igreja, para seus membros. Ela é vista na Bíblia como
expressão prática na vida do crente. As doutrinas da Palavra de Deus são
santas, divinas, universais e imutáveis.
A mesma palavra aparece para "doutrina dos apóstolos" (At 2.42), que
parece ser uma indicação das crenças dos apóstolos. A segunda tem o
mesmo sentido e aparece em Mateus 15.9 e Marcos 7.7. É, portanto, nas
epístolas pastorais que elas aparecem com o sentido mais rígido de crenças
ou corpo doutrinal da igreja - a Teologia propriamente dita.
O que é Credo? Credo vem do latim e significa "creio", e desde muito cedo na
história do Cristianismo é mais que um conjunto de crenças. É uma confissão
de fé. Ele tem como objetivo sintetizar as doutrinas essenciais do cristianismo
para facilitar as confissões públicas, conservar a doutrina contra as heresias
e manter a unidade doutrinária. Encontramos no Novo Testamento algumas
declarações rudimentares de confissões fé: A confissão de Natanael (Jo
1.50); a confissão de Pedro (Mt 16.16; Jo 6.68); a confissão de Tomé (Jo
20.28); a confissão do Eunuco (At 8.37); e artigos elementares de fé (Hb 6.1-
2).
História do Mundo Bíblico Antigo 7
O IBETEL crê:
No batismo bíblico com o Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a
intercessão de Cristo, com a evidência inicial de falar em outras línguas,
conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7).
tribulação; Segunda - visível e corporal, com sua Igreja glorificada, para reinar
sobre o mundo durante mil anos (1Ts 4.16.17; 1Co 15.51-54; Ap 20.4; Zc
14.5; Jd 14).
Sumário
Apresentação
Prefácio
Declaração de fé
CAPÍTULO 1
Evolução ou criação
1.1. Criação
1.2. A Idade do Homem
1.3. Pré-história
1.4. História
1.5. Classificação
1.6. Antigas Civilizações
CAPÍTULO 2
Povos e Nações do Mundo Bíblico Antigo
2.1. Noé
2.2. Semitas
2.2.1. Características dos povos semitas
2.2.2. Evolução das culturas semitas
2.2.3. Povos semitas na antiguidade
2.2.4. Povos semitas atuais
2.3. Acádios
2.3.1. História
2.3.2. Organização política e econômica
2.4. Cananeus
2.5. Suméria
2.5.1. História
2.5.2. Civilização Suméria
2.6. Mesopotâmia
2.6.1. Resenha histórica
2.7. Ur
2.8. Babilônia
2.9. Dinastia amorrita
2.10. Dinastia cassita
2.11. O novo império babilônico
2.12. Decadência
2.13. Cultura e sociedade
2.14. Síria
2.14.1. Geografia física
2.14.2. Clima e hidrografia
2.14.3. População
2.14.4. História
2.14.5. Assíria
2.14.6. A cultura assíria
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2.15. Egito
2.15.1. Geografia física
2.15.2. Hidrografia
2.15.3. Língua
2.15.4. Economia
2.15.5. História
2.15.6. Arqueologia
2.15.7. Inícios da moderna egiptologia
2.15.8. Escavações no século XX
2.15.9. Dinastias
2.16. Fenícia
2.16.1. História
2.16.2. Economia
2.16.3. Sociedade e política
2.16.4. Religião
2.16.5. História
2.17. Grécia antiga
2.17.1. Civilização micênica
2.17.2. Idade do bronze
2.17.3. Civilização micênica
2.17.4. Período arcaico
2.17.5. Período clássico
2.17.6. Guerra do Peloponeso
2.17.7. Pérsia
2.17.8. Dinastia aquemênida
2.17.9. Reino selêucida
2.17.10. Império arsácida
2.18. Macedônia
2.18.1. Hegemonia macedônica e decadência
2.19. Domínio romano
2.19.1. Civilização Helenísticas
2.19.2. Roma antiga
2.19.3. Origens da cidade
2.19.3. Monarquia
2.19.4. República
2.19.5. Expansão territorial
2.19.6. Invasão dos gauleses
2.19.7. Conquista da Itália
2.19.8. Expansão mediterrânea
2.19.9. Evolução da sociedade romana
2.19.10. Ditaduras e guerras civis
2.20. Império
2.20.1. Otávio Augusto
2.20.2. Decadência do império
2.20.3. Legado de Roma
2.21. Israel
2.21.1. Geografia física
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Referências
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Capítulo 1
Evolução ou criação
A evolução é o ponto de vista predominante, proposto pela comunidade
científica e educacional do mundo atual, em se tratando da origem da vida e
do universo. Quem crê, de fato, na Bíblia deve atentar para estas quatro
observações a respeito da evolução.
1.1. Criação
“Cremos que a criação tem sua origem na pessoa de Deus. Ele se revela na
Bíblia como um ser infinito, eterno, auto-existente e como a Causa Primária
de tudo o que existe. Nunca houve um momento em que Deus não existisse.
Conforme afirma Moisés: “Antes que os montes nascessem, ou que tu
formasses a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade, tu és Deus” (Sl
90.2). Noutras palavras, Deus existiu eterna e infinitamente antes de criar o
universo finito. Ele é anterior a toda criação, no céu e na terra, está acima e
independe dela (1Tm 6.16; Cl 1.16).
Deus se revela como um ser pessoal que criou Adão e Eva “à sua imagem”
(Gn 1.27). Porque Adão e Eva foram criados à imagem de Deus, podiam
comunicar-se com Ele, e também com Ele ter comunhão de modo amoroso e
pessoal.
Deus também se revela como um ser moral que criou tudo bom e, portanto,
sem pecado. Ao terminar Deus a obra da criação, contemplou tudo o que
fizera e observou que era “muito bom” (Gn 1.31). Posto que Adão e Eva
foram criados à imagem e semelhança de Deus, eles também não tinham
pecado. O pecado entrou na existência humana quando Eva foi tentada por
Satanás em forma de serpente (Gn 3; Rm 5.12; Ap 12.9).
Deus criou todas as coisas em “os céus e a terra” (Gn 1.1; Is 40.28; 42.5;
45.18; Mc 13.19; Ef 3.9; Cl 1.16; Hb 1.2; Ap 10.6). O verbo “criar” (hb.”bara”)
é usado exclusivamente em referência a uma atividade que somente Deus
pode realizar. Significa que, num momento específico, Deus criou a matéria e
a substância, que antes nunca existiram.
(1) A criação da terra deu-se para prover um lugar onde o seu propósito e
alvos para a humanidade fossem cumpridos.
1.3. Pré-história
Entende-se por pré-história, nos esquemas cronológicos tradicionais, todo o
período que abrange a atividade humana desde suas origens até o
aparecimento da escrita. Primeiramente, a atividade humana insere-se numa
conformação social e tecnológica orientada pela economia predatória, e em
seguida pela economia de subsistência agrícola não-urbana (isto é, sem
distinção cidade-campo). Chama-se em geral de proto-história a época de
transição que se segue, quando as sociedades agrárias começam a reunir os
primeiros elementos para a posterior aplicação da escrita. Caracteriza-se pelo
começo da substituição da tecnologia da pedra pela do metal, em decorrência
de maior necessidade produtiva e do aumento do consumo no interior das
vilas. Nessa perspectiva, o advento da escrita constitui o marco convencional
do princípio dos tempos históricos.
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1.4. História
Disciplina que se ocupa do estudo dos fatos relativos ao homem ao longo do
tempo, a história se baseia na análise crítica de testemunhos concretos e
verídicos.
1.5. Classificação
Devido à amplitude do objeto da história, foi preciso dividir seu campo de
estudo em vários segmentos. Considerando-se o meio geográfico a ser
estudado, a história é universal quando se refere a todas as sociedades
humanas no mundo; é nacional no caso de se limitar à de um único país;
é regional ou local para áreas geográficas definidas mas não nacionais.
Assim, a história propriamente dita parte dos testemunhos escritos e foi, por
sua vez, dividida em períodos que, embora de certo modo arbitrários,
refletem grandes blocos bem definidos entre si: idade antiga, medieval,
moderna e contemporânea. Pode-se falar também de história recente, no
caso do estudo das últimas décadas, e de história geral para os panoramas
históricos que abarcam todos os períodos. A história da arte ou da cultura
ocupa espaço próprio. Cada uma dessas grandes seções em que se divide a
história como disciplina acadêmica pode, por sua vez, ramificar-se em
diversos temas específicos, centrados em áreas geográficas ou períodos
delimitados.
Capítulo 2
2.1. Noé
Escolhido por Deus para perpetuar a humanidade após o dilúvio, Noé
aparece na Bíblia como fundador da genealogia semítica e origem das raças
do mundo.
estabeleceu com Noé e seus filhos uma aliança, pela qual não haveria mais
dilúvio para devastar a terra, e renovou os preceitos firmados por ocasião da
criação, com duas variações: os homens poderiam matar e comer animais; e
o homem que matasse outro seria castigado por seus semelhantes.
2.2. Semitas
O critério lingüístico é o único que permite definir inequivocamente uma
família de povos semitas e postular para eles uma unidade pré-histórica.
Provêm da cultura desses povos a escrita alfabética e as três grandes
religiões monoteístas do mundo -- judaísmo, cristianismo e islamismo.
Os hebreus não formam uma raça homogênea, pois passaram por diferentes
transformações étnicas nos muitos países a que foram levados pela
dispersão ordenada pelos romanos. Depois da diáspora, no século I da era
cristã, os grupos hebreus que ficaram na Ásia conservaram melhor suas
características do que os que migraram para a África e a Europa. Os
europeus formaram dois grandes subgrupos: sefarditas e asquenazitas. Estes
últimos se estabeleceram na Europa central e nos países eslavos e, além da
língua do país que os acolheu, mantiveram o iídiche (judeu-alemão). Os
sefarditas migraram para a Espanha (Sefarad é o nome da Espanha em
língua hebraica) e, ao serem expulsos em 1492, passaram à Itália, Europa
central, império turco e Marrocos. Falam também a língua dos países em que
residem, mas muito deles conservam ainda o castelhano tal como era falado
no século XV.
2.3. Acádios
O primeiro império da Mesopotâmia foi estabelecido por um povo semita
conhecido pelo nome de sua capital, Acad, situada em algum ponto da região
entre os rios Tigre e Eufrates, próxima à Babilônia. A língua acádia é o
História do Mundo Bíblico Antigo 23
elemento mais conhecido desse povo, que foi assimilado pela população
suméria, dominante na região.
2.3.1. História
Por volta do ano 2300 a.C., o chefe semita Sargão I, cujo nome significa “rei
justo” ou “rei verdadeiro”, fundou a cidade de Acad e empreendeu bem-
sucedidas campanhas bélicas, que estenderam seu domínio a toda a região
mesopotâmica limitada ao sul pelo golfo Pérsico e ao norte pelo litoral
mediterrâneo da Síria.
2.4. Cananeus
Na região de Canaã, situada no cruzamento de importantes civilizações
antigas, mesclaram-se elementos culturais de diversas origens: egípcios,
micênicos, cretenses, hurrianos e mesopotâmicos.
Entre os séculos XVI e XIII a.C., o domínio sobre Canaã era principalmente
egípcio, ameaçado pelas investidas hititas. Ocorreram então incursões
guerreiras de grupos nômades multiétnicos semitas, conhecidos como
habirus, que os historiadores geralmente identificam como os primeiros
hebreus. O declínio da dominação egípcia e hitita, ao final do século XII a.C.,
coincidiu com o estabelecimento dos israelitas, que ocuparam inicialmente as
colinas e a área meridional, lutando contra clãs e povos locais. No século
seguinte, os filisteus, aparentemente vindos de Creta, ocuparam a faixa
litorânea meridional e fundaram uma aliança de cinco cidades-estados. No
século X a.C., os israelitas, sob a liderança do rei Davi, derrotaram os filisteus
e consolidaram sua vitória sobre o povo local, os cananeus, que terminaram
por se extinguir. A partir de então, a região de Canaã tornou-se, na prática, a
terra de Israel.
2.5. Suméria
Com as escavações iniciadas em 1877 nas ruínas de Lagash, na
Mesopotâmia, ao sul da Babilônia, Ernest de Sarzec descobriu os vestígios
da mais antiga civilização humana, a da Suméria. Os sumérios inventaram a
escrita cuneiforme -- mais antiga forma grafada para representar sons da
língua, ao invés dos próprios objetos --, os primeiros veículos sobre rodas e
os primeiros tornos de cerâmica.
2.5.1. História
O primeiro rei a unir as diferentes cidades, por volta de 2800 a.C., foi o rei de
Kish, Etana. Por muitos séculos, a liderança foi disputada por Lagash, Ur,
Eridu e a própria Kish, o que enfraqueceu os sumérios e os tornou
extremamente vulneráveis a invasores. Entre 2530 e 2450 a.C., a região foi
dominada pelos elamitas procedentes do leste. Teve maiores conseqüências
a invasão, pelo norte, dos acadianos, cujo rei Sargão de Acad integrou a
Suméria a seu império. Sargão conseguiu ainda submeter os elamitas, antes
de lançar-se à conquista das terras ocidentais, até a costa síria do
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Após o declínio da dinastia acadiana, por volta do ano 2150 a.C. o território
foi invadido e devastado pelos gútios, povo semibárbaro originário dos
montes Zagros, a leste da Mesopotâmia. Graças à reação do rei de Uruk, que
expulsou os invasores, as cidades ficaram novamente independentes. O
ponto alto dessa era final da civilização suméria foi o reinado da terceira
dinastia de Ur, cujo primeiro rei, Ur-Nammu, publicou o mais antigo código
legal encontrado na Mesopotâmia. Depois de 1900 a.C., quando os amorritas
conquistaram todo o território mesopotâmico, os sumérios perderam sua
identidade como povo, mas a cultura suméria foi assimilada pelos sucessores
semitas.
2.6. Mesopotâmia
Berço de algumas das mais ricas civilizações humanas, a Mesopotâmia viu
surgir os primeiros impérios, as primeiras cidades da antigüidade e algumas
importantes invenções do homem, como a escrita e a legislação.
Em 331 a.C., a vitória de Alexandre o Grande sobre Dario III marcou o início
da colonização macedônica. A Babilônia tornou-se então importante centro
cultural, verdadeiro ponto de encontro entre as culturas grega e oriental. Com
História do Mundo Bíblico Antigo 29
2.7. Ur
Ao longo dos diversos períodos dinásticos do império sumério, Ur acumulou
templos e riquezas e se tornou um núcleo de civilização da antiguidade. Ali
teria vivido Abraão, por volta do século XVIII a.C.
2.8. Babilônia
2.12. Decadência
A queda da Babilônia em 539 a.C. e sua incorporação ao império persa
acarretou o fim da Mesopotâmia como região histórica independente.
2.14. Síria
A atual Síria -- que não coincide com a antiga região do mesmo nome, berço
de antiqüíssimas civilizações -- esbarra na instabilidade política do Oriente
Médio em sua tentativa de fugir ao subdesenvolvimento e enfrenta um
aumento populacional difícil de assimilar num país na maior parte desértico.
2.14.3. População
2.14.4. História
2.14.5. Assíria
Fruto das múltiplas relações com outros povos, a civilização assíria alcançou
elevado grau de desenvolvimento. Entre as preocupações científicas dos
assírios destacou-se a astronomia: estabeleceram a posição dos planetas e
das estrelas e estudaram a Lua e seus movimentos. Na matemática
alcançaram alto nível de conhecimentos, comparável ao que posteriormente
se verificaria na Grécia clássica.
2.15. Egito
Berço de uma das civilizações mais antigas do mundo, o Egito representa
papel estratégico para a paz mundial no cenário contemporâneo do Oriente
Médio.
2.15.2. Hidrografia
O Nilo é praticamente o único rio do Egito. Com uma extensão de 6.705 km, é
considerado o mais longo do mundo. Para ele afluem pequenos riachos nas
regiões montanhosas da península do Sinai. As chuvas torrenciais criam os
chamados uedes, cursos intermitentes nas montanhas do deserto Oriental.
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2.15.3. Língua
2.15.4. Economia
2.15.5. História
2.15.6. Arqueologia
tesouros que continha. O resultado foi que uma grande quantidade de jóias,
armas, móveis e relicários transformaram o acervo do Museu Egípcio do
Cairo em um dos mais valiosos do mundo.
2.15.9. Dinastias
Com a III dinastia, iniciada em 2650 a.C., a capital foi trasladada para Mênfis
e os faraós iniciaram a construção das pirâmides, grandes túmulos reais.
Inicia-se então o chamado Antigo Império, que vai até a VIII dinastia. Erguem-
se as pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos, faraós da IV dinastia, e a
esfinge de Gizé. A arte egípcia já se apresentava com todas as suas
características, nessa época de maior esplendor da civilização egípcia. O
território se estendeu até a segunda catarata do Nilo, e realizaram-se
expedições à Núbia e à Líbia. Aumentou o comércio marítimo no
Mediterrâneo oriental e se iniciou a exploração das minas de cobre do Sinai,
das pedreiras de Assuã e do deserto núbio.
Após cerca de trinta anos de paz interna, o Egito, rico e forte, pôde entregar-
se às novas tendências imperialistas. Tornou-se um estado essencialmente
militar e por 200 anos dominou o mundo então conhecido. Alargaram-se as
fronteiras do país, da Núbia até o Eufrates. Os príncipes da Síria, Palestina,
Fenícia, Arábia e Etiópia pagaram-lhe tributos. O tratado firmado em 1278
a.C. com Hattusilis III terminou com a secular guerra com os hititas. O luxo e
o poder econômico refletiram-se nas grandes construções desse período.
Com Ramsés XI findou o Novo Império. Rebentaram guerras civis e o Egito
entrou em decadência, perdeu territórios e sofreu invasões.
Por volta de 722-715 a.C., uma dinastia etiópica, com capital em Napata,
restaurou parcialmente a unidade nacional. Em 667 a.C., Assaradão invadiu o
Egito e ocupou Mênfis. Em 664 a.C., Assurbanipal tomou e saqueou Tebas.
Os egípcios, comandados pelos chefes do delta, reagiram e em 660 a.C.,
Psamético I, fundador da XXVI dinastia, expulsou os assírios. O Egito voltou
a conhecer nova fase de esplendor, chamada de renascimento saítico, devido
ao nome de sua capital, Saís. Em 605 a.C., Necau II tentou conquistar a
Síria, mas foi derrotado por Nabucodonosor. Em seu governo concluiu-se o
canal de ligação entre o Mediterrâneo e o mar Vermelho e, sob seus
auspícios, marinheiros fenícios contornaram a África.
Em 525 a.C., o último soberano nacional egípcio, Psamético III, foi derrotado
e morto por Cambises, rei dos persas, em Pelusa. O Egito foi incorporado ao
império persa como uma de suas províncias (satrapia). A partir de então, até
Artaxerxes II, reinou a XXVII dinastia persa. A organização social e religiosa
foi mantida e registrou-se certo desenvolvimento econômico. A libertação do
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Egito se deu em 404 a.C. Com Armiteu, único faraó da XXVIII dinastia, a
aristocracia militar do delta subiu ao poder. As instituições e a cultura
revigoraram-se sob as XXIX e XXX dinastias. Depois de saquear o país,
Artaxerxes III restaurou a soberania persa, em 343 a.C. O segundo período
da dominação persa terminou em 332 a.C., quando Alexandre o Grande da
Macedônia, vitorioso, entrou no Egito, após derrotar Dario III.
Período macedônio ou ptolomaico. Nesse período, que vai até o ano 30 a.C.,
Alexandre foi recebido como libertador e fez-se reconhecer como “filho de
Amon”, sucessor dos faraós, prometendo respeitar as instituições e restaurar
a paz, a ordem e a economia. Lançou as fundações da cidade de Alexandria.
Com sua morte em 323 a.C., o controle do Egito passou a um de seus
generais, Ptolomeu, que a partir de 305 a.C. iniciou a dinastia dos lágidas.
Dentre seus herdeiros destacaram-se, inicialmente, Ptolomeu Filadelfo, cujo
reinado durou de 285 a 246 a.C. e se notabilizou pela expansão comercial, a
construção de cidades, e a criação de um museu e da biblioteca de
Alexandria; sucedeu-lhe Ptolomeu Evérgetes, que reinou de 246 a 222 a.C. E
impulsionou as letras e a arquitetura; e finalmente Ptolomeu Epífano, coroado
em 196 a.C., que foi homenageado com a redação do decreto da pedra de
Rosetta, em 204 a.C.
2.16. Fenícia
Os fenícios assimilaram as culturas do Egito e da Mesopotâmia e as
estenderam por todo o Mediterrâneo, do Oriente Médio até as costas
orientais da península ibérica. O maior legado que deixaram foi um alfabeto
do qual derivam os caracteres gregos e latinos.
2.16.1. História
Os fenícios chegaram às costas libanesas por volta de 3000 a.C. Sua origem
é obscura, mas sabe-se que eram semitas, procedentes provavelmente do
golfo Pérsico. No começo, estiveram divididos em pequenos estados locais,
dominados às vezes pelos impérios da Mesopotâmia e do Egito. Apesar de
submetidos, os fenícios conseguiram desenvolver uma florescente atividade
econômica que lhes permitiu, com o passar do tempo, transformar-se numa
das potências comerciais hegemônicas do mundo banhado pelo
Mediterrâneo.
2.16.2. Economia
2.16.4. Religião
2.16.5. História
A arte hitita que sobreviveu está ligada geralmente ao culto religioso. Não
foram encontrados restos anteriores a 1.400 a.C. Exceção feita para a
arquitetura, de tipo ciclópica, à busca da fama e beneficiavam-se tanto do
comércio quanto das terras de agricultura e pecuária, trabalhadas pelos
servos.
Por volta do ano 1600 a.C., a fusão entre grupos do continente e a civilização
minóica de Creta levou ao surgimento da cultura micênica, nome derivado da
cidade de Micenas, no continente. A civilização minóica, a mais característica
de toda a região do Egeu, notabilizara-se por suas cidades populosas, com
grandes edifícios e residências luxuosas; pelo agudo senso comercial; pelas
conquistas artísticas, que incluíam a escrita; e pela forma de governo, que
concentrava o poder político nas mãos de um rei, encarregado de administrar
as riquezas do país.
Por volta do ano 1600 a.C., a fusão entre grupos do continente e a civilização
minóica de Creta levou ao surgimento da cultura micênica, nome derivado da
cidade de Micenas, no continente. A civilização minóica, a mais característica
de toda a região do Egeu, notabilizara-se por suas cidades populosas, com
grandes edifícios e residências luxuosas; pelo agudo senso comercial; pelas
conquistas artísticas, que incluíam a escrita; e pela forma de governo, que
concentrava o poder político nas mãos de um rei, encarregado de administrar
as riquezas do país.
Diante da pressão dos dórios, povo procedente do norte que migrou para a
Grécia no início do século XII a.C., a civilização micênica sucumbiu. Os
dórios eram um povo guerreiro, que usava armas de ferro e cultuava deuses
masculinos, mais freqüentemente do que femininos. Destruíram os palácios
micênicos e escravizaram todos que não conseguiram fugir a tempo para
Atenas, para as ilhas ou para a Anatólia. Sua forma de vida era tão rude que
História do Mundo Bíblico Antigo 53
os 300 anos de seu domínio ficaram conhecidos como idade das trevas -- ou
como período geométrico, em alusão à simplicidade de sua cerâmica.
O que hoje se entende como literatura e filosofia gregas nasceu nas cidades
jônicas, onde também surgiu o alfabeto grego. Um importante elemento de
aglutinação cultural dessas cidades foram os poemas homéricos Ilíada e
Odisséia, baseados na guerra de Tróia e nas viagens do herói Ulisses. Os
gregos consideravam a poetisa Safo, da ilha de Lesbos, o maior nome da
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poesia lírica e Tales de Mileto o primeiro grande filósofo grego. Foi também
nesse período, na Beócia, no continente, que floresceu Hesíodo.
Em 490 a.C. Dario lançou uma força invasora, mas o exército ateniense
rechaçou o ataque, na batalha de Maratona. A vitória foi importante por duas
razões: mostrou as perdas que os hoplitas (soldados de infantaria com
armadura pesada ou fortemente armados) gregos foram capazes de impor
aos persas e pôde ser usada para fins de propaganda.
Em 477 a.C. Atenas firmara com as cidades jônicas uma aliança, a liga de
Delos, para protegê-las dos persas. No início, as cidades que faziam parte da
liga mantiveram sua autonomia, mas Atenas desde o primeiro momento
assumiu a direção militar e a administração dos recursos que os aliados
haviam depositado no templo de Apolo, em Delos. Ao afastar-se o perigo
persa, a hegemonia ateniense começou a ser discutida por algumas cidades,
como Naxos e Tasos, que tentaram sem êxito abandonar a liga; pelas
cidades independentes, como Corinto, que se sentiam ameaçadas; e pelas
que faziam parte da liga do Peloponeso, à frente das quais estava Esparta.
2.17.7. Pérsia
assírio. Astíages, que reinou de 585 a 550 a.C., herdou do pai um extenso
domínio, que compreendia a planície do Irã e grande parte da Anatólia.
Sucedeu a Ciro o Grande seu filho Cambises II, que em seu reinado, de 529
a 522 a.C., empreendeu a conquista do Egito, então governado pelo faraó
Ahmés II, da XXVI dinastia. Ahmés tentou defender suas fronteiras com a
ajuda de mercenários gregos, mas, traído por estes, abriu as portas do Egito
a Cambises, que cruzou o Sinai e destroçou o exército de Psamético III,
sucessor de Ahmés, na batalha de Pelusa. A capital egípcia, Mênfis, caiu em
poder dos persas e o faraó foi aprisionado e deportado. Do Egito, Cambises
tentou levar a cabo a conquista de Cartago, o poderoso império comercial do
Mediterrâneo ocidental, mas a frota fenícia negou-se a colaborar com a
campanha, o que a inviabilizou. Ao retornar de uma vitoriosa expedição à
Núbia, o exército persa foi dizimado pela fome. Enquanto isso, um impostor,
fazendo-se passar por irmão de Cambises, apoderou-se da parte oriental do
império. Cambises morreu quando descia o Nilo com o resto de suas tropas.
Dario I o Grande. Dario I reinou entre 522 e 486 a.C. Um conselho de nobres
persas decidiu reconhecer como herdeiro de Cambises um príncipe da casa
real, Dario, que se distinguira como general dos exércitos imperiais por mais
de um ano. Os esforços para consolidar-se no trono ocuparam o novo “rei
dos reis”, que soube manejar habilmente o castigo e o perdão, até que as
forças inimigas foram dizimadas em todo o império. Tão logo se livrou de
seus adversários, Dario prosseguiu com a política de expansão e incorporou
a seus domínios grandes territórios do noroeste do subcontinente indiano
(mais tarde o Paquistão). Depois, as tropas persas tentaram, com pouco
êxito, estabelecer o controle das terras litorâneas do mar Negro, para opor
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Xerxes I. Imperador entre 485 e 465 a.C., Xerxes, filho de Dario, reprimiu
duramente a revolta que abalou o Egito no momento em que subiu ao trono,
e abandonou a atitude respeitosa de seu pai frente aos costumes das
províncias. Nova revolta, na Babilônia, foi dominada em 482 a.C. Conseguida
a pacificação do império, o exército de Xerxes invadiu a Grécia dois anos
mais tarde. Depois de vencerem a resistência grega nas Termópilas, os
persas tomaram e incendiaram Atenas, mas foram derrotados na batalha
naval de Salamina. A derrota de Platéias, em 479 a.C., conduziu ao
abandono da Grécia pelas tropas persas. O próprio imperador perdeu o
interesse por novas conquistas e dedicou-se à vida palaciana nas capitais do
império até 465 a.C., quando foi assassinado.
Durante seu reinado, de 359 a 338 a.C., Artaxerxes III conseguiu reconquistar
o Egito, o que levou o faraó a fugir para a Núbia. Enquanto isso, uma nova
potência, a Macedônia, surgia nas fronteiras ocidentais do império. Seu rei,
Filipe II, depois de derrotar os gregos em Queronéia, em 339 a.C., conseguiu
manter toda a Grécia sob sua hegemonia.
Concluído o curto reinado de Arses (de 338 a 336), subiu ao poder o último
rei aquemênida, Dario III (336 a 330). A batalha de Granico, em maio de 334,
pôs o império persa em mãos do filho de Filipe, Alexandre o Grande. Dario III
foi assassinado pouco depois de fugir de Persépolis.
O mais destacado dos imperadores selêucidas foi Antíoco III o Grande, que
reinou de 223 a 187 a.C. e estendeu os limites do império a leste e a oeste.
Em sua expansão para a Anatólia, ele entrou em conflito com Roma. Depois
da derrota sofrida em Magnésia frente aos romanos, em 190 a.C., o império
selêucida, pressionado em sua parte ocidental por Roma e na oriental pelo
reino dos partas, foi progressivamente se decompondo.
2.18. Macedônia
2.18.1. Hegemonia macedônica e decadência
Do ponto de vista cultural, o período compreendido entre 280 e 160 a.C. foi
excepcional. Tiveram grande desenvolvimento a história, com Políbio; a
matemática e a física, com Euclides, Eratóstenes e Arquimedes; a
astronomia, com Aristarco, Hiparco, Seleuco e Heráclides; a geografia, com
Posidônio; a medicina, com Herófilo e Erasístrato; e a gramática, com
Dionísio Trácio. Na literatura, surgiu um poeta extraordinário, Teócrito, cujas
poesias idílicas e bucólicas exerceram grande influência. O pensamento
filosófico evoluiu para o individualismo moralista de epicuristas e estóicos, e
as artes legaram à posteridade algumas das obras-primas da antiguidade,
como a Vênus de Milo, a Vitória de Samotrácia e o grupo do Laocoonte.
desapareceu com a vitória dos valores cristãos; seria, doze séculos depois,
uma das linhas de força do Renascimento.
Sob o título Roma antiga estuda-se todo o dilatado período que compreende
as origens de Roma, no século VIII a.C., a fase monárquica, a república
romana e o império, até o ano 476 da era cristã, quando ocorre o fim do
Império Romano do Ocidente.
No século VIII a.C., duas grandes civilizações haviam lançado suas bases na
península itálica: nas terras onde posteriormente se localizaria a Toscana, as
avançadas cidades etruscas se aproximavam do auge de seu esplendor; no
sul da península e na Sicília, a chamada Magna Grécia implantava uma
cultura semelhante à da Hélade, em cidades como Tarento e Siracusa.
descendia do herói troiano Enéias e foi amamentado, junto com seu irmão
Remo, por uma loba, que se converteu no símbolo da cidade.
2.19.3. Monarquia
2.19.4. República
Por volta de 450 a.C., o direito consuetudinário romano foi codificado pelos
decênviros (magistrados especialmente designados para essa missão) e
promulgada a Lei das Doze Tábuas, embrião do vasto corpo jurídico que
Roma legou ao mundo e que haveria de constituir a base dos sistemas
jurídicos modernos. A pressão dos plebeus levou a novas concessões, até
que, ao obterem acesso à dignidade sacerdotal, no ano 300 a.C., tornou-se
completa a igualdade jurídica entre todos os cidadãos da república.
Mais tarde, generais vitoriosos como Mário, vencedor dos címbrios e teutões,
e Sila, pacificador da Itália, aproveitaram o poderio de seus exércitos e sua
popularidade entre o povo para tentar apoderar-se do estado romano. O
Senado, temeroso de sua influência, interveio mais ou menos abertamente
contra eles. As classes altas tentavam consolidar as instituições republicanas,
enquanto o povo desejava, com determinação cada vez maior, um
governante único. Por outro lado, as possessões orientais, cuja influência no
mundo romano era considerável, careciam de tradição republicana e seus
habitantes consideravam natural o fato de serem governados por autocratas
divinizados.
O Senado tentou recuperar seu antigo poder, mas a revolta do povo romano
após os funerais do ditador desencadeou novo período de lutas civis e
repressão. Em 43 a.C., constituiu-se um segundo triunvirato, integrado por
Marco Antônio, Marco Emílio Lépido e Caio Otávio (chamado depois
Augusto), que o Senado foi obrigado a reconhecer. Os triúnviros dividiram os
domínios de Roma, mas nem por isso cessaram as lutas internas. Lépido foi
neutralizado, Otávio ocupou habilmente o poder no Ocidente e Marco
Antônio, impopular em Roma devido a seu comportamento de déspota
oriental, foi derrotado em Actium (Áccio) em 31 a.C. Com sua morte, Otávio
tornou-se o único senhor de Roma. A queda de Alexandria e o suicídio da
rainha Cleópatra -- aliada de Marco Antônio -- deixaram o Egito em mãos de
Otávio, que o incorporou a Roma como patrimônio pessoal.
2.20. Império
2.20.1. Otávio Augusto
O longo período durante o qual Augusto foi senhor dos destinos de Roma,
entre 27 a.C. e 14 da era cristã, caracterizou-se pela paz interna (pax
romana), pela consolidação das instituições imperiais e pelo desenvolvimento
econômico. As fronteiras européias foram fixadas no Reno e no Danúbio,
completou-se a dominação das regiões montanhosas dos Alpes e da
península ibérica e empreendeu-se a conquista da Mauritânia.
O século II, conhecido como o século dos Antoninos, foi considerado pela
historiografia tradicional como aquele em que o Império Romano chegou a
seu apogeu. De fato, a população, o comércio e o poder do império se
encontravam em seu ponto máximo, mas começavam a perceber-se sinais
de que o sistema estava à beira do esgotamento. A última grande conquista
territorial foi a Dácia e na época de Trajano (98-117) teve início um breve
domínio sobre a Mesopotâmia e a Armênia. Depois dessa época, o império
não teve mais forças para anexar novos territórios.
O século III viu acentuar-se o aspecto militar dos imperadores, que acabou
por eclipsar todos os demais. Registraram-se diversos períodos de anarquia
militar, no transcurso dos quais vários imperadores lutaram entre si devido à
divisão do poder e dos territórios. As fronteiras orientais, com a Pérsia, e as
do norte, com os povos germânicos, tinham sua segurança ameaçada.
Bretanha, Dácia e parte da Germânia foram abandonadas ante a
impossibilidade das autoridades romanas de garantir sua defesa. Cresceu o
banditismo no interior, enquanto as cidades, empobrecidas, começavam a
fortificar-se, devido à necessidade de defender-se de uma zona rural que já
não lhes pertencia. O intercâmbio de mercadorias decaiu e as rotas terrestres
e marítimas ficaram abandonadas. Um acelerado declínio da população
ocorreu a partir do ano 252, em conseqüência da peste que grassou em
Roma.
O rei godo Alarico saqueou Roma no ano 410. As forças imperiais, somadas
às dos aliados bárbaros, conseguiram entretanto uma última vitória ao
derrotar Átila nos Campos Catalaúnicos, em 451. O último imperador do
Ocidente foi Rômulo Augústulo, deposto por Odoacro no ano 476, data que
mais tarde viria a ser vista como a do fim da antiguidade. O império oriental
prolongou sua existência, com diversas vicissitudes, durante um milênio, até
a conquista de Constantinopla pelos turcos, em 1453.
Se, em linhas gerais, a arte romana não foi original, Roma teve o mérito de
haver sabido transmitir à posteridade os feitos dos artistas gregos. Os
poucos vestígios que sobreviveram da pintura romana mostram que as
tradições gregas continuavam vivas. Os temas indicam a crescente
preocupação religiosa, a serviço dos imperadores divinizados; referem-se,
principalmente, à imortalidade da alma e à vida de além-túmulo. O
cristianismo se valeu do Império Romano para sua expansão e organização e
depois de vinte séculos de existência são evidentes as marcas por ele
deixadas no mundo romano.
O latim, idioma que a expansão romana tornou universal, está na origem das
atuais línguas românicas, tais como o espanhol, o italiano, o português, o
francês, o catalão e o romeno. Depois de quase dois mil anos, pode-se ainda
falar de um mundo latino de características bem diferenciadas.
2.21. Israel
Após quase dois mil anos de dispersão por todo o mundo, em 1948 o povo
hebreu fundou um estado próprio na Palestina, região que tinha ocupado na
História do Mundo Bíblico Antigo 75
Israel ocupa uma estreita faixa de terra no Oriente Médio. Seu nome oficial,
em hebraico, é Medinat Israel (Estado de Israel). O país faz fronteira com o
Líbano, ao norte; a Síria, a nordeste; a Jordânia, a leste e sudeste; e o Egito,
a sudoeste. É banhado a oeste pelo mar Mediterrâneo. Na fronteira com a
Jordânia, fica o mar Morto. Sua superfície é de 20.700 km2, excluídos os
territórios anexados após a guerra de 1967. Desde essa data, Israel ocupou
vários territórios que estavam sob a soberania de países vizinhos, como a
parte oriental da cidade de Jerusalém; a Judéia e a Samaria, ou Cisjordânia;
as colinas de Golan, antes dominadas pela Síria; e a península do Sinai e a
faixa de Gaza, sob controle egípcio. A península do Sinai foi devolvida ao
Egito em 1982 como parte do acordo de paz firmado entre os dois países. Em
1993, um acordo árabe-israelense devolveu aos palestinos a autonomia
sobre Jericó e a faixa de Gaza.
O rio mais importante de Israel é o Jordão, que entra no país pelo nordeste,
junto à fronteira com a Síria, verte suas águas no mar da Galiléia, prossegue
na direção sul, separando a Cisjordânia da Jordânia, e desemboca no mar
Morto. Outros cursos fluviais são o Iarkon, que deságua no Mediterrâneo,
próximo a Tel Aviv, e o Kishon, que corre através da planície de Esdraelon e
desemboca junto à cidade de Haifa.
2.21.5. População
2.21.7. Economia
2.21.8. Agricultura
A agricultura é muito limitada pela escassez de água, embora uma vasta rede
de aqueduto s permita a irrigação das zonas áridas do sul. A totalidade do
potencial de água doce é aproveitada, e por isso qualquer aumento da
demanda requer medidas altamente onerosas, como a dessalinização da
água do mar ou a captação da água que se evapora nas zonas de cultivo. Os
produtos agrícolas mais importantes são cítricos, tomate, batata, trigo e
frutas.
2.21.10. Indústria
2.21.11. Transportes
2.21.12. Sionismo
Por terem sido os judeus um povo disperso pelo mundo durante séculos, sua
cultura foi enriquecida pelas contribuições das comunidades em que viviam.
Sobre essa base formou-se a vida cultural em Israel. Parte do antigo folclore
hebraico perdeu-se, mas o que ainda se conserva é protegido pelo estado. A
Orquestra Filarmônica de Israel tem prestígio internacional. As artes plásticas
são muito influenciadas pela arte européia, embora tenham surgido
movimentos especificamente judaicos. Na literatura, que busca um caminho
entre a expressão judaica e os problemas contemporâneos de Israel,
destacam-se entre os muitos nomes importantes os do poeta Abraham
Shlonsky e Shmuel Yosef Agnon, Prêmio Nobel de 1966. Entre as instituições
culturais estão a Academia da Língua Hebraica, fundada em 1954, e a
Academia de Ciências e Humanidades de Israel, criada em 1960.
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Referências
ALMANAQUE ABRIL. Abril multimídia. 1997.