Avaliação Da Aprendizagem Na Eja
Avaliação Da Aprendizagem Na Eja
Avaliação Da Aprendizagem Na Eja
“Não é acabando com a prova escrita ou oral que melhoraremos o processo da avaliação de aprendizagem, mas
ressignificando o instrumento e elaborando-o dentro de uma nova perspectiva pedagógica”. (Moretto, 2010 p9)
Neste texto, propõe-se o estudo e a reflexão sobre a Avaliação da aprendizagem na EJA. As instituições que ofertam a
modalidade de Educação de Jovens e Adultos devem refletir sobre os avanços e desafios de cada aluno da EJA sob sua
responsabilidade e é essencial que o educador entenda que ele é o grande articulador, o organizador e o mediador do ensino
aprendizagem de seus alunos. É preciso se desvencilhar do arcaico entendimento de que avaliar a aprendizagem é aplicar
provas e realizar exames para posteriormente traduzi-las em notas, conceitos e menções que somente classifica e exclui os
alunos da EJA. Numa perspectiva inovadora, Hoffman (2002) afirma que mediação é intervenção, intercessão, intermediação
do professor que se dedica mais tempo aos que apresentarem maiores dificuldades, estimulando-os a superar o medo da
punição, propiciando um espaço para colocar suas dúvidas, seu raciocínio, permitindo a interação entre professor e alunos.
Para Hofmann (2002), o movimento de mediar o processo de ensino aprendizagem utilizando a avaliação pressupõe
envolvimento de um professor que ensina, mas também aprende. Segundo a autora, “(...) quando avaliamos uma pessoa, nos
envolvemos por inteiro - o que sabemos, o que sentimos, o que conhecemos desta pessoa, a relação que nós temos com ela”.
O diálogo entre educadores e educandos, entre os saberes científicos e o mundo vivido, entre os sujeitos em processo de
aquisição de conhecimento poderoso partindo da leitura da palavra, de um conhecimento contextualizado onde reina a
experiência da vida e permite o diálogo com a teoria, deve ser o foco de uma educação que tem como princípios básicos a
inclusão dos sujeitos da EJA.
Na perspectiva da autonomia, é fundamental que educadores proporcionem momentos para uma auto avaliação,
possibilitando que os próprios alunos e seus pares (incluímos o professor), exercitem esta prática. Em se tratando do papel da
avaliação, acreditamos que é crucial incluir o instrumento de auto avaliação de forma mais recorrente para que não só o aluno
reflita sobre a sua aprendizagem, mas também os educadores possam direcionar a sua prática pedagógica de maneira mais
informada. Existem diferentes encaminhamentos que ajudam o educador a avaliar o seu trabalho. Estas são, apenas, algumas
delas:
A observação é o primeiro passo para perceber as dificuldades encontradas;
No diálogo, educadores e educandos trocam suas percepções em torno da forma como estão reagindo frente aos
novos conhecimentos. O que não foi bem compreendido, os possíveis motivos para as dificuldades encontradas, a descrição da
forma como realizam as atividades propostas;
A organização de uma pasta com os materiais produzidos pelos educandos ajuda na observação dos avanços
individuais e coletivos de todos, faz ver onde os objetivos planejados estão sendo ou foram alcançados e ajuda a traçar a
história vivida pela classe na construção do conhecimento;
A realização de exposições que mostrem, para a comunidade onde a escola está inserida, o que foi motivo de
estudo e que pode ajudar a formar a opinião pública ou beneficiar a vida dos moradores. Temas como: aproveitamento da
água; cuidados com a visão; lendo e compreendendo a conta de luz; iniciativas para diminuir o custo da construção de uma
casa, e outros mais, prestam um serviço à comunidade e permitem ao educador avaliar os resultados alcançados.
A auto avaliação é a oportunidade em que o educando olha criticamente não só os resultados que obteve, mas
também o que aconteceu durante sua aprendizagem. É uma forma de avaliação que leva a bons resultados na educação de
jovens e adultos
Não importa se o instrumento utilizado é uma prova, uma dissertação, um questionário, um jogo didático ou uma
exposição oral. O que precisa acontecer é o uso dos resultados para pensar sobre a prática: o educador para pensar a sua
prática de ensinar e o aluno para pensar a sua prática de aprender. Entretanto, há atividades que ajudam a avaliar mais
adequadamente as práticas dos educadores e educandos. Estas atividades se caracterizam por serem:
Atividades que exigem mais o pensar do que memorizar, por exemplo: na compreensão e uso da língua escrita na
análise dos itens de uma conta de água.
Atividades que não tenham uma única resposta, ou possibilitam diferentes formas de se chegar a uma conclusão,
por exemplo: pequenas avaliações diárias ou semanais; cartas como registro de avaliação.
Atividades que, no seu conjunto, utilizem diferentes tipos de linguagens, por exemplo: desenhos, textos escritos,
produção de vídeos, apresentação oral, montagem de painéis, maquetes, localização de países, cidades, bairro num mapa,
criação de história em quadrinhos, utilização de lista telefônica etc.
Tertúlia Literária Dialógica: compreendida como uma atividade cultural e educativa desenvolvida em torno da
leitura de livros da Literatura Clássica Universal numa situação em que o grupo lê a mesma obra, as mesmas páginas, e as
relacionam às suas impressões e vivências, socializando seus comentários. Trata-se de uma atividade gratuita, aberta às
pessoas de diferentes coletivos sociais e culturais, na qual devem estar garantidos o diálogo igualitário e a transformação
pessoal e da comunidade.