Geologia
Geologia
Geologia
A evolução da Terra
De acordo com Teixeira, et al. (2003) a Terra é um sistema vivo, com uma dinâmica
evolutiva própria. Montanhas e oceanos nascem, crescem e desaparecem, em um processo
cíclico.
Esse planeta dinâmico, em contínua evolução, com suas complexidades através de seus
sistemas terrestres, é único em nosso sistema solar. Isto porque permite a ocorrência de vida,
presença de oceanos de água, uma atmosfera hospitaleira e uma variedade de climas. É através
desses sistemas que temos os recursos de onde tiramos proveito para melhor usufruir da nossa
vida neste planeta.
Enquanto vulcões e processos de soerguimento trazem novas rochas à superfície que
sofrem a ação dos ventos, das águas e das geleiras, causando desgaste e mobilizando
sedimentos de um lugar para outro, os rios mudam constantemente seus cursos.
Fenômenos climáticos alteram periodicamente as condições de vida e o balanço entre
as espécies.
Subdivisões da Geologia
Por ser tão ampla, a geologia necessita da interdisciplinaridade, envolvendo também
outros campos do conhecimento como a Biologia, a Geografia, a Meteorologia, a Oceanografia,
a Física, a Química e a Economia, promovendo um melhor entendimento e aproveitamento desta
ciência.
Atuação do Geólogo
O estudo da Geologia pode ser empregado em diferentes setores e contribui para o
desenvolvimento do país nas mais diversas dimensões. Mas como a sociedade percebe a
atuação desse ramo profissional?
É através do monitoramento, planejamento e execução de ações para a redução de
riscos que a atuação do geólogo pode trazer uma vida melhor para todos.
Além de ajudar a projetar e a construir, este profissional estuda os locais onde há maior
disponibilidade de material para a construção (pedra, areia e terra) e condições naturais do
terreno que permitam aproveitá-lo de forma mais econômica e segura.
Quando se fala em pesquisa e descoberta de bens minerais e produção de energia, não
há como esquecer a Geologia. Mais uma vez ela se faz presente me nossas vidas de forma
intensa!
Aplicação da Geologia
Pare para refletir como as rochas estão presentes em nossas vidas. Começando pelas
nossas casas, elas estão presentes em todas edificações que nos cercam.
As rochas são compostas de agregados minerais, constituídas por um ou mais
elementos químicos que se combinam de forma organizada na sua estrutura interna. O tijolo, a
areia, o cimento das paredes, as telhas, as ferragens, as esquadrias metálicas das janelas, o
piso cerâmico, os azulejos, os vidros, a pia de mármore ou granito, o fogão, a geladeira, os
talheres, a louça, as tintas, a cal e muitos outros objetos da nossa casa são produtos obtidos,
direta ou indiretamente, dos minerais.
OBS: Os minerais também estão presentes como matéria-prima: quase todos os
produtos inorgânicos que utilizamos, sejam naturais ou artificiais, são constituídos por minerais
que podem ser encontrados naturalmente na superfície da Terra. Ou então, por substâncias
produzidas pelas transformações naturais ou artificiais (induzidas pelo homem) desses minerais.
A areia, a argila e a brita são usadas nas estruturas de concreto em edifícios, pontes e
estradas. As rochas estão presentes em todas as edificações que nos cercam, nas residências,
pontes, prédios, barragens, portos ou usinas. São usadas ainda como pavimento nas rodovias,
ferrovias e aeroportos.
Os metais derivam de minerais encontrados nas rochas, como:
● Nióbio, utilizado na produção de ligas resistentes às altas temperaturas;
● A hematita, o mais abundante minério de ferro;
● A bauxita, o principal minério de alumínio, usado em tintas, chapas e tubos e peças fundidas,
utensílios domésticos e mobílias.
É importante que os materiais geológicos tenham qualidade comprovada para o uso nas
construções. Se esses materiais forem escolhidos de maneira inadequada, podem causar
acidentes. (FIM DA OBS)
Os processos evolutivos por que a Terra passou ao longo de alguns bilhões de anos
propiciaram as condições para a existência da vida. É sobre a Terra que vivemos, construímos
nossas edificações, e dela extraímos tudo que é necessário para a manutenção da espécie, tal
como a água, alimentos e matérias-primas para a produção de energia e fabricação de todos os
produtos que usamos e consumimos. Entretanto, também é nela que depositamos nossos
resíduos, tanto industriais como domésticos (Teixeira et al., 2003).
Agora que você já aprendeu um pouco sobre Geologia, percebeu como esta ciência esta
presente em nosso cotidiano?
E agora, você é capaz de se imaginar em um mundo sem o conhecimento geológico?
As camadas Terrestres
Agora, vamos estudar separadamente cada camada constituinte do nosso planeta: o
núcleo, o manto e a crosta externa.
Crosta: A crosta é a camada mais externa da Terra. Consiste de material rochoso menos
denso que o manto. Sob os oceanos (crosta oceânica), tem uma espessura de cerca de 10
Km, enquanto que a crosta continental, varia de 20 a 70 km de espessura.
A crosta continental é formada por duas zonas:
● A superior, denominada de sial (graças à predominância de rochas graníticas, ricas em
silício e alumínio);
● A inferior, na qual há predominância de silicatos de magnésio e ferro, de onde vem o nome
de sima.
Tanto a crosta continental quanto a oceânica “flutuam” sobre o manto. O sial tem uma
densidade em torno de 2,7g/cm³, enquanto que o sima tem uma densidade de 3,2g/cm³.
Manto: Envolvendo o núcleo e separado deste pela Descontinuidade de Gutemberg,
encontra-se o manto. Todo o conhecimento sobre o manto vem de experimentos e pela análise
de material extrudido pela crosta oceânica.
Trata-se de uma espessa camada de material rochoso, formando 83% do volume da
Terra. É menos denso que o núcleo e mais denso do que a crosta.
Com base na velocidade das ondas P (prima, longitudinal ou sonora) e de testes em
laboratório com rochas comuns na crosta terrestre, pode-se inferir que o manto superior é
composto de peridotito (silicato com ferro e magnésio, 90% constituído por olivina e o restante
por minerais da família do piroxênio).
Nucleo: O núcleo é a camada mais densa da Terra. Trata-se de uma massa esférica,
dominantemente constituída por ferro metálico e uma mistura de níquel, enxofre, sílica e outros
elementos. A composição química do núcleo (Fe e Ni) foi estimada com base na densidade da
Terra (5,5 g/ ).
Para contrabalançar a baixa densidade do manto e da crosta, o núcleo
necessariamente deveria ter uma densidade de pelo menos 10 ou 11 g/ . O ferro é o único
elemento que se aproxima deste valor.
Isostasia
Antes de terminar essa aula, é preciso que você domine um conceito muito importante
para a formação da Terra, a Isostasia.
Você sabe o que é Isostasia?
A crosta terrestre está em equilíbrio sobre o manto, e este equilíbrio é explicado pelo
princípio da isostasia.
De acordo com este princípio, a camada superficial menos densa da Terra (litosfera)
flutua sobre um substrato mais denso (astenosfera), que se comporta como um fluido viscoso,
no qual ocorrem deformações plásticas (na escala de tempo geológico).
O equilíbrio é atingido quando o acúmulo de carga na parte emersa é contrabalançado
pela perda de massa na parte submersa.
Você já deve ter percebido que, após esse aprendizado, sua ideia de tempo começará
a mudar. Os processos que envolvem as transformações do nosso planeta possuem um
escala, que, em comparação com a vida humana, é difícil de mensurar.
Eras geológicas
Era Proterozoica; Paleozoica; Mesozoica; Cenozoica.
Atuação do Geólogo
Foi na Era Proterozoica que apareceram os primeiros traços de vida, há quase 3,5
bilhões de anos, no arqueano inferior.
Mas os fósseis claramente identificáveis são raros até o arqueano superior, quando os
estromatólitos se tornaram comuns como registros nas rochas. Sua importância para
compreender a vida proterozoica é enorme.
Os estromatólitos começaram a desaparecer há aproximadamente 700 milhões de anos.
Uma teoria diz que um protozoário (a primeira forma de vida animal) começou a se alimentar
extensivamente de estromatólitos, que se tornaram raros após aproximadamente 450 milhões
de anos.
Há 560 milhões de anos, as bactérias e as algas verdes eram comuns nos mares, com
o aparecimento da Fauna de Ediacara , com fósseis ainda não bem definidos e completamente
diferentes de qualquer forma de vida atual.
Era Paleozoica
Período Cambriano (543 a 490 milhões de anos)
O Período Cambriano foi um marco importante, pois foi onde a maioria dos principais
grupos de animais apareceram como registro fóssil. Durante este período, o mundo estava quase
todo coberto por mares, e os organismos existentes eram inteiramente marinhos.
Ao menos quatro grandes extinções ocorreram, afetando olnellids, trilobitas,
braquiópodes e conodontes.
Período Ordoviciano (490 a 443 milhões de anos)
No Período Ordoviciano, o norte do Trópico de Câncer era quase inteiramente um
oceano e a maioria da terra do mundo fazia parte do supercontinente Gondwana. O Período é
conhecido pela presença de diversos invertebrados marinhos.
A Terra experimentou um clima mais suave, com temperaturas amenas e atmosfera com
muita umidade. Mas quando o Gondwana se estabeleceu no polo sul, durante o Ordoviciano
inferior, as geleiras predominaram, causando extinções maciças.
Período Siluriano (443 a 417 milhões de anos)
O Siluriano foi um período em que a Terra se submeteu a mudanças consideráveis, tendo
repercussões importantes para o ambiente e a vida.
Neste Período, estabeleceu-se o clima geral na Terra e houve derretimento de grandes
geleiras, o que contribuiu para uma ascensão nos níveis dos mares. Os recifes de corais
apareceram e foi notável o aparecimento dos peixes.
Período Devoniano (417 a 354 milhões de anos)
Foi no Devoniano que apareceram as plantas vasculares mais antigas. A vegetação era
dominada por plantas pequenas, e no fim do Devoniano apareceram as primeiras plantas com
sementes e as primeiras florestas.
Surgiram os primeiros tetrápodes , insetos sem asas e aracnídeos. Nos oceanos,
dominavam os braquiópodas.
Havia três massas continentais principais. A América do Norte e Europa estavam unidas,
e ao norte, havia uma parte da atual Sibéria.
Período Carbonífero (354 a 290 milhões de anos)
Este período está relacionado aos depósitos de carvão que foram encontrados na
Inglaterra. Uma das principais evoluções desse período foi o ovo amniote, que permitiu a
reprodução em terra.
As colisões entre as placas continentais permitiram a formação das montanhas dos
Apalaches nos EUA e os Montes Urais na Europa Oriental.
Período Permiano (290 a 248 milhões de anos)
A distinção entre o Paleozoico e o Mesozoico é feita no fim do Permiano, quando
aconteceu uma extinção maciça, a maior gravada na história da vida na Terra. Foram afetados
diversos grupos de organismos em muitos ambientes diferentes.
O supercontinente Pangeia foi formado, e a área continental ficou ainda maior que a área
oceânica pela primeira vez na Terra.
Era Mesozoica
Período Triássico (248 a 206 milhões de anos) O Triássico foi um Período de transição:
havia o supercontinente Pangeia, alterando a variação global do clima e do oceano.
Os organismos deste período pertenciam a grupos sobreviventes da extinção Permo-
Triássica, a grupos novos que surgiram momentaneamente e a grupos novos que foram
dominantes.
Período Jurássico (206 a 144 milhões de anos) No Jurássico, os grandes dinossauros
herbívoros vagavam pela terra junto com dinossauros carnívoros menores. Nos oceanos,
dominavam os peixes, calamares, amonites, ichthyossaurus e plesiossaurus. Havia ainda os
pterossauros.
Foi neste Período que surgiram os primeiros pássaros.
Período Cretáceo (144 a 65 milhões de anos) É oficialmente citado como o último
Período de idade dos dinossauros. Foram encontrados fósseis de insetos, mamíferos modernos,
pássaros e as primeiras plantas com flores.
A separação dos continentes continuou, e aconteceu a primeira invasão das
diatomáceas nos oceanos.
Era Cenozoica
A Cenozoica é a Era mais recente. Divide-se em:
- Terciário (65 a 1,8 milhão de anos);
- Quaternário (últimos 1,8 milhão de anos).
Além dessas divisões, a Era Cenozoica subdivide-se também em épocas.
Época do Paleoceno (65 a 54,8 milhões de anos).O mundo praticamente não tinha grandes
animais terrestres, o que foi importante para o sucesso da evolução dos grandes mamíferos.
Época do Eoceno (54,8 a 33,7 milhões de anos).Neste período, ocorreram as mais altas
temperaturas de todo o Cenozoico, baixa variações de temperatura de polo a polo e precipitação
elevada.
Época do Oligoceno (33,7 a 23,8 milhões de anos).Foi nesse período que apareceram
os primeiros elefantes com presas, os cavalos modernos e as gramíneas.
Época do Mioceno (23,8 a 5,3 milhões de anos).Esta época teve um clima mais morno
que o Oligoceno ou Plioceno, e foi onde surgiram os principais ecossistemas de florestas e
campos.
Época do Plioceno (5,3 a 1,8 milhões de anos).Houve um resfriamento global e as secas
contribuíram para a enorme propagação dos pastos e savanas. Ocorreram eventos tectônicos
significativos que criaram a paisagem como conhecemos hoje.
Época do Pleistoceno (1,8 milhão a 10 mil anos atrás).As biotas pleistocênicas eram
extremamente parecidas com as modernas, foi uma época caracterizada pela presença de
grandes mamíferos terrestres e de pássaros. Ocorreram os episódios mais recentes de
resfriamento global.
Época do Holoceno (os últimos 10 mil anos).A partir de então só ocorreram variações
climáticas em pequena escala; foi um período relativamente quente e testemunhou toda a
História da humanidade.
Aula 4 – Minerais
Nesta aula, trataremos dos minerais, sua composição, suas propriedades, processo de
formação e formas de ocorrência. Também estudaremos os minerais e minérios mais
abundantes e sua utilização comercial.
Toda a vida na Terra está fundamentada nos minerais: são eles que, associados entre
si, constituem as rochas, que são a base física para todas as formas de vida que se conhece,
incluindo a nossa própria, e que tornam possível seu desenvolvimento.
Além disso, os minerais, quando absorvidos pelas plantas, acabam por fazer parte da
cadeia alimentar e assim, fazem parte de toda a vida existente no planeta.
Os minerais também estão presentes no nosso dia a dia, como matéria-prima de quase
todos os produtos inorgânicos que utilizamos, sejam eles naturais ou artificiais.
Atuação do Geólogo
Mineralogia é o ramo das Ciências da Terra que estuda os minerais. Este estudo está
ligado a outras ciências como a Geologia, a Física e a Química.
Sendo o mineral uma substância natural, de composição química e estrutura atômica
bem definidas, são as propriedades físicas e químicas que permitem sua identificação.
O estudo dos minerais possui particular importância porque sua utilização econômica
como matéria-prima é indispensável para a compreensão da sua origem e evolução das
rochas.
Agora que você já sabe o que é a definição científica de um mineral, nós vamos
conhecer um pouco mais sobre os minerais. Para isso, precisamos detalhar alguns processos
e características.
Características físico-químicas
A partir do conhecimento da cristalização dos minerais percebeu-se que estes podiam
ser classificados por tipos ou espécies, conforme as características físico-químicas que
apresentavam, não importando se vinham de um único local ou de locais diferentes.
Assim, minerais do mesmo tipo ou espécie eram os que apresentavam as mesmas
características: tipo de cristalização, dureza, densidade, resistência e propriedades ópticas.
Estrutura cristalina
A maioria dos minerais possui estrutura cristalina, ou seja, são formados por partículas
(átomos) que ocupam posições bem definidas e formam estruturas bem organizadas, dando
origem a belíssimos cristais, formas geométricas perfeitas, que apresentam simetria.
Existem seis tipos de organização de cristais, ou seja, seis tipos de cristalização,
dependendo do número, do comprimento e da posição de seus eixos.
Extração de minerais
Com a evolução da exploração de minerais, percebeu-se que alguns locais acumulam
grandes quantidades de certo tipo de mineral. Notou-se também que diferentes lugares, a
grandes distâncias uns dos outros, podiam conter os mesmos minerais.
Todos os metais que utilizamos, como o ferro, o manganês, o alumínio, o cobre, o ouro,
o chumbo e muitos outros, são extraídos dos minerais.
O mais interessante é que os metais úteis não são abundantes na crosta terrestre e
geralmente ocorrem em quantidades muito pequenas na estrutura dos minerais mais comuns
nas rochas. Isto porque eles dependem de raros fenômenos geológicos.
Depósitos minerais
Os locais onde são encontrados são chamados de depósitos minerais. Suas condições
favorecem seu acúmulo nas rochas em quantidades muito superiores à concentração média.
Assim, os depósitos minerais são concentrações de minerais na crosta terrestre a partir
dos quais é possível a extração de metais ou compostos úteis para a sociedade.