Lições Fundamentos EBD PIB DIV 2013
Lições Fundamentos EBD PIB DIV 2013
Lições Fundamentos EBD PIB DIV 2013
“As palavras do Senhor são palavras puras, como prata refinada em fornalha de barro,
purificada sete vezes” (Salmos 12:6)
Na antiguidade, a prata valia mais do que o ouro entre alguns povos, e era ainda mais valiosa se
fosse comercializada refinada, livre de escórias. Por isso, o autor do texto sagrado comparou as
palavras de Deus à prata refinada, pura, sem qualquer acréscimo que pudesse gerar engano. As
palavras humanas são falíveis e reprováveis, mas a Palavra de Deus é infalível, inerrante e suficiente
para alimentar as ovelhas do rebanho do Senhor.
Cremos firmemente que “A Bíblia é a autoridade única em matéria de religião, fiel padrão pelo
qual devem ser aferidas a doutrina e a conduta dos homens” (Declaração Doutrinária da Convenção
Batista Brasileira, Artigo I - Escrituras Sagradas). Concordamos com a definição de Wayne Grudem
para aquilo que vem a ser a autoridade da Palavra de Deus: “A autoridade da Escritura significa que
todas as palavras da Escritura são palavras de Deus, de tal modo que descrer ou desobedecer a
qualquer palavra da Escritura é descrer ou desobedecer a Deus” (Manual de Doutrinas Cristãs:
Teologia Sistemática ao Alcance de Todos, p. 33).
Queremos oferecer a todos aqueles que fazem parte da Primeira Igreja Batista em Divinópolis um
estudo profundo, compreensível e fiel à Revelação que o Deus eterno faz de si mesmo nos livros da
Bíblia, portanto, preparamos esta revista “Fundamentos” para que, em 2013, adolescentes, jovens e
adultos possam ser expostos a uma completa revisão da doutrina bíblica e batista. Ao final dos 52
encontros que nos aguardam na Escola Bíblica Dominical (EBD), esperamos alcançar maior
maturidade espiritual, maior compromisso com o Autor da bendita Palavra e grande unidade de
pensamento no seio da nossa amada Igreja.
O autor deste estudos é o Pr. Siderval Vale Miranda, um servo do Senhor muito bem formado para
o ensino bíblico, que gentilmente cedeu-nos o seu trabalho. Ele foi minha ovelha quando pastoreei a
Igreja Batista Nova Alvorada, em Feira de Santana, Bahia. Nessa Igreja, apliquei os estudos aqui
ofertados e testemunhei do crescimento exponencial da EBD, assim como percebi maior maturidade
no seio da Igreja. Recentemente, o Pr. Siderval me disse que este material de revisão doutrinária não
o pertence mais, já que ele entende que o mesmo foi produzido para a Igreja de Cristo, e é a Igreja,
portanto, a proprietária deste material.
Para obtermos sucesso nessa empreitada, precisaremos do envolvimento de todos, nos estudos
regulares da Bíblia e na frequência às aulas da EBD. Pastores da Sede e das Congregações,
Professores de Classes, Diretores da EBD, Diáconos e Líderes Ministeriais deverão divulgar o
projeto, visitar aqueles que ainda não estão matriculados na EBD e convencê-los à participação nas
aulas, além disso, deveremos orar ao Senhor para que Ele mesmo capacite os professores e desperte
o seu povo para continuar conhecendo a Bíblia.
Certamente, pela iluminação do Espírito Santo enquanto meditamos na Palavra de Deus,
reafirmaremos os fundamentos da nossa fé, glorificando o Autor da Palavra e preservando a Igreja
de Cristo da falsa doutrina popularizada em nossos dias, especialmente nos meios de comunicação
de massa ocupados por falsos profetas e toda sorte de gente descomprometida com a verdade.
Boa leitura e feliz 2013!
1
Índice
Prefácio
Lição 01 – Argumentos em Prol da Existência de Deus
Lição 02 – A Autoridade das Escrituras
Lição 03 – Os Atributos de Deus (1)
Lição 04 – Os Atributos de Deus (2)
Lição 05 – A Pessoa de Jesus Cristo
Lição 06 – A Obra de Jesus Cristo
Lição 07 – A Pessoa do Espírito Santo
Lição 08 – A Obra do Espírito Santo
Lição 09 – Criação do Universo e do Homem
Lição 10 – A Queda e a Depravação do Homem
Lição 11 – O Perdão de Pecados no Antigo Testamento e Salvação no Novo Testamento
Lição 12 – A Salvação – Bênçãos Advindas
Lição 13 – A Salvação – Preservação dos Santos
Lição 14 – Revisão
Lição 15 – A Natureza e Governo da Igreja
Lição 16 – As Ordenanças – Batismo e Ceia
Lição 17 – A Disciplina na Igreja
Lição 18 – Devocional – Leitura da Bíblia
Lição 19 – Devocional - Oração
Lição 20 – Testemunhas de Jeová
Lição 21 – Congregação Cristã no Brasil
Lição 22 – Os Adventistas do Sétimo Dia
Lição 23 – Neopentecostalismo
Lição 24 – O Catolicismo Romano
Lição 25 – Seitas Orientais – Hare Krishna
Lição 26 - Seitas Orientais – Seicho-No-Iê
Lição 27 – Revisão
Lição 28 – Doutrina dos Anjos I
Lição 29 – Doutrina dos Anjos II
Lição 30 – Doutrina dos Anjos III
Lição 31 – Escatologia – O Arrebatamento da Igreja
Lição 32 – Escatologia - A Grande Tribulação (Parte 1)
Lição 33 – Escatologia - A Grande Tribulação (Parte 2)
Lição 34 – Escatologia - O Milênio
Lição 35 – Escatologia – O Juízo Final e a Eternidade
Lição 36 – Síntese do Antigo Testamento I – Divisões Históricas e Temáticas dos Livros
Lição 37 – Síntese do Antigo Testamento II – O Pentateuco
Lição 38 – Síntese do Antigo Testamento III – Os Livros Históricos – (Parte 1)
Lição 39 – Síntese do Antigo Testamento IV – Os Livros Históricos – (Parte 2)
Lição 40 – Revisão
Lição 41 – Os Livros Poéticos I
Lição 42 – Os Livros Poéticos II
Lição 43 – Os Profetas Menores I
Lição 44 – Os Profetas Menores II
Lição 45 – Os Profetas Menores III
Lição 46 – Os Evangelhos
Lição 47 – Atos dos Apóstolos
Lição 48 – Cartas Paulinas I
Lição 49 – Cartas Paulinas II
Lição 50 – As Epístolas Gerais
Lição 51 – O Livro de Apocalipse
Lição 52 – Revisão
Bibliografia Básica
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Lição 01
Leituras Diárias:
Segunda – Salmos 19:1-6
Terça – Salmos 148:1-14
Quarta – Salmos 96:1-13
Quinta – Romanos 1:18-23
Sexta – Romanos 1:24-32
Sábado – Atos 14:8-18
Domingo – Salmos 14:1 e 53:1
I. A Grande Pergunta
Deus Existe?
Diante desta questão tão importante podemos responder de três maneiras:
1ª - Sim, Deus existe.
2ª - Não é possível saber se Deus Existe.
3ª - Não, Deus não existe.
Cada uma destas respostas revela uma posição decorrente da forma de encarar a questão: a
primeira resposta apresentada pertence ao Teísmo e as demais, sucessivamente, ao Agnosticismo e
ao Ateísmo.
Teísmo é a crença na existência de Deus.
Agnosticismo – defende que não há base suficiente para apoiarmos ou negarmos a crença na
existência de Deus.
Ateísmo – pela própria formação da palavra (a = não), é a negativa do Teísmo, ou seja,
afirma que Deus não existe.
“Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como
a sua divindade, se entendem e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles
fiquem inescusáveis” (Rm. 1:20)
Diante do texto lido vemos, obviamente, que o Cristianismo é um sistema Teísta. E nós,
como cristãos, somos teístas, cremos absolutamente na existência de Deus.
Porém, os sistemas ateísta e agnosticista têm afetado o pensamento dos nossos
contemporâneos e até mesmo têm influenciado alguns cristãos nominais(1).
Entretanto, optar por qualquer outro sistema a não ser o Teísmo Cristão é uma opção infeliz e
irracional.
Não é preciso nem abrir a Bíblia para comprovar a existência de Deus. Há uma série de
argumentos que aprovam o Teísmo, os quais são úteis para mostrar que não há contradição entre fé e
razão, bem como servem de valiosas armas para a confrontação de idéias ateístas ou agnosticistas.
“Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra de suas mãos. Um dia faz
declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite. Sem linguagem, sem fala,
3
ouvem-se suas vozes, em toda a extensão da terra, e as suas palavras até ao fim do mundo. Neles
pôs uma tenda para o sol...” (Salmos 19:1-4)
O salmista, ao contemplar a criação (céus, terra, sol, etc), conclui que o Universo é um efeito
e, sendo um efeito, possui uma causa.
Sobre este pensamento o argumento em questão está firmado; podemos exemplificar tal frase
pensando na seguinte situação:
Você observa uma bola de futebol rolando no gramado de um campo. Com toda certeza pode
afirmar que alguém ou alguma coisa exerceu uma força na bola e a colocou em movimento. A bola
que está em movimento pode ser denominada efeito e a força exercida sobre a bola podemos chamar
de causa.
Este raciocínio pode ser aplicado a toda criação: um relógio tem uma causa: o relojoeiro. Um
móvel tem uma causa: o carpinteiro. Uma construção tem uma causa: o pedreiro.
E o Universo tem uma causa?
O Universo é marcado pela suntuosidade e pela infinitude. E o Universo, como tudo que há,
tem uma causa. Assim sendo, qual seria a causa da existência do Universo? Um ser ilimitado em
poder e sabedoria – este Universo, como tudo que nele há denuncia uma causa: Deus.
“E estava assentado em Listra certo varão leso dos pés, coxo desde o ventre de sua mãe, o qual
nunca tinha andado. Este ouviu falar Paulo, que, fixando nele os olhos, e vendo que tinha fé para
ser curado, disse em alta voz: Levanta-te direito sobre os pés. E ele saltou e andou. E as multidões
levantaram sua voz dizendo: `Fizeram-se os deuses semelhante a homens e desceram até nós...’
Ouvindo isto os apóstolos Barnabé e Paulo, rasgaram os seus vestidos, e saltaram para o meio da
multidão clamando: Nós também somos homens como vós, sujeitos às mesmas paixões, e vos
anunciamos que vos convertais dessas vaidades ao Deus vivo, que fez o céu e a terra e o mar e tudo
quanto há neles; o qual nos tempos passados deixou andar todas as gentes em seus próprios
caminhos. E, contudo, não se deixou a si mesmo sem testemunho, beneficiando-vos lá do céu,
dando-vos chuvas e tempos frutíferos, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações”
(Atos 14:8-11, 14-17)
Quando passamos a estudar as relações entre aquilo que compõe o Universo, bem como a
perfeição que acompanha cada detalhe do mesmo, concluímos que tudo quando existe teve como
Criador um Ser que, além de poderosíssimo (como mostrou o Argumento da Existência do
Universo), é também um ser racional e inteligente – Deus é o grande arquiteto do Universo.
Podemos perceber esta organização e propósito no Universo com os seguintes exemplos:
- Afirmamos que Deus existe e que Ele é um ser inteligente, observando o movimento dos
planetas em torno do Sol – este roteiro, denominado Órbita, é caracterizado pela regularidade e pela
perfeição, o que impede que os mesmos venham a se chocar.
- Percebemos esta organização e propósito no Universo com os seguintes exemplos: a chuva
rega a terra e fertiliza o solo, o qual, possuindo nutrientes, tendo a cooperação dos raios solares,
permite a germinação da semente e o crescimento da planta que alimentará os animais e o homem.
Apenas um Ser inteligente e racional poderia criar um Universo que funciona perfeitamente e
onde encontramos propósito para a existência de tudo quanto existe. O Universo é um grande relógio
que funciona com uma precisão exata. O relojoeiro? Deus.
O salmista afirma: “O que fez o ouvido, acaso não ouvirá? O que formou os olhos, será que
não enxergará?” (Sl. 94:9). O que o escritor bíblico nos leva a pensar é que as características do
efeito são próprias da causa. E o homem, como criatura, demonstra como é o seu Criador.
O que distingue o homem do restante da criação é que ele é racional, emocional e moral.
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O homem é designado pela biologia como animal racional e pela arqueologia de homo
sapiens (homem que pensa) – ele é capaz de arquitetar, considerar e planejar, enquanto os animais
têm no máximo o instinto que os leva a agir desta ou daquela forma. Tal característica do homem
aponta para quem o criou: Deus.
O homem é um ser emocional – ele pode, por exemplo, amar, escolher, e entristecer-se. As
virtudes presentes no homem indicam que o Criador ama, decide e pode entristecer-se. O Criador
tem emoções – é um ser pessoal.
O homem tem uma consciência que diz: “farás”, ou “não farás”; “devo”, ou “não devo”. Este
mecanismo foi incutido por um Ser moral que tem noção daquilo que é correto e incorreto: Deus –
“Porque quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo
eles lei, para si mesmos são leis; os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações,
testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer
defendendo-os” (Rm. 2:14,15).
Estes últimos argumentos não só provam a existência de Deus, mas mostram algumas
características típicas da natureza divina.
IV. Conclusão
Notas e Referências:
(1)Indivíduos que se consideram cristãos, mas não tem um compromisso autêntico com Cristo e a
Palavra de Deus.
(2)Chamado tecnicamente de Argumento Cosmológico: “Cosmos” = mundo.
(3)Tecnicamente chamado de Argumento Teleológico: “Telos” = propósito.
(4)Tecnicamente chamado de Argumento Antropológico: “Antropos” = homem.
Avaliação:
5
Lição 02
Leituras Diárias:
Segunda – Sl. 119:1-24
Terça – Sl. 119:25-48
Quanta – Sl. 119: 49-72
Quinta – Sl. 119:73-96
Sexta – Sl. 119:97-120
Sábado – Sl. 119:121-144
Domingo – Sl. 119:145-176
A palavra Bíblia origina-se dum vocábulo grego que significa livros e refere-se ao conjunto
de livros do Antigo Testamento e do Novo Testamento.
Há três palavras básicas que são empregadas sempre que falamos da Bíblia: Inspirada,
Inerrante e Infalível.
Vejamos cada uma delas detalhadamente:
A frase inspirada por Deus é presente em II Tm. 3:16 e poderia ser também traduzida por
soprada por Deus e indica que as Escrituras não são obra humana, pelo contrário, foram elaboradas
sob a supervisão do Espírito Santo. Daí podemos dizer que as Escrituras Sagradas são de autoria
divina e não meramente humana – pois as palavras contidas nelas apesar de serem escritas por
homens e trazendo as marcas da autoria humana, foram escritas sob influência do Espírito Santo,
sendo, por isso, as palavras de Deus, a expressão adequada e infalível de sua vontade para
conosco(1).
Existe uma série de opiniões errôneas acerca da inspiração, que devemos conhecer e
repudiar:
1. Inspiração Extática – Afirma que os autores bíblicos entravam em transe quando
escreviam as Escrituras – algo semelhante pelo que passam os médiuns no Espiritismo. Mas I
6
Coríntios 1:14-16 demonstra que os autores participaram pessoal e ativamente na confecção da
Escritura.
2. Inspiração Mecânica – Afirma serem os autores bíblicos meros secretários do Espírito
Santo, não tendo eles uma participação ativa na confecção das Escrituras. Mas quando atentamos
para os escritos de autores diferentes, percebemos a personalidade diversa dos mesmos: observe o
tom formal de Pedro (I Pe. 1:1) e a amabilidade de João (III Jo. 1).
3. Inspiração Parcial – Defende que apenas partes das Escrituras têm origem divina. Porém,
II Tm. 3:16 salienta que Toda Escritura foi inspirada por Deus.
Se tais colocações quanto à inspiração não são as melhores, como definiríamos a correta? O
melhor termo parece ser Inspiração Supervisionada, ou seja, o Espírito Santo supervisionou a
seleção dos materiais a serem empregadas pelos escritores; logo, Ele preservou os autores de todos
os erros e omissões(2). Leia atentamente esta passagem:
“Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular
interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens
santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (II Pe. 1:20-21).
B. A Bíblia é Inerrante
Quando nos referimos à inerrância das Escrituras, queremos dizer que elas foram preservadas
de qualquer erro. Naquilo que se refere à salvação, à história ou qualquer outro tema, a Bíblia não
contém erros.
Podemos averiguar esta inerrância nos textos do Antigo Testamento e do Novo Testamento:
a. Cristo aceitou integralmente o Antigo Testamento – Muitas vezes Cristo fez referência
aos escritos da Antiga Aliança e endossou favoravelmente tudo quanto eles afirmavam, seja com
relação à doutrina ou com relação a fatos históricos. Por exemplo: A criação do homem por Deus
(Mateus 19:4,5), a destruição do mundo por um dilúvio (Lc. 17:26,27), a revelação de Deus a
Moisés na sarça (Mc. 12:26), Jonas no ventre do grande peixe (Mt. 12:39,40), etc.
b. A Arqueologia e a História concordam com o Antigo Testamento – À medida que os
estudos históricos e arqueológicos progridem, mais os fatos bíblicos são comprovados. Por exemplo,
atualmente já existem confirmações de que Belsazar (Daniel 5:1) e Dario, o Medo (Daniel 6:1),
foram personagens reais.
Lendo Gênesis 14, nós encontramos o relato da “batalha dos reis” – tal fato foi comprovado
pela Arqueologia, quando inscrições encontradas no Vale do Eufrates mostraram que realmente a
batalha aconteceu e um dos reis ali narrados, Anrafel, é identificado como Hamurabi, personagem
conhecido pelos estudantes de História(3).
7
C. A Bíblia é Infalível
Tal afirmação tem a ver mais com os resultados da Escritura que quanto ao seu conteúdo.
Quanto ao seu conteúdo, as Escrituras são inerrantes; quanto aos resultados, são infalíveis.
E quando afirmamos serem as Escrituras infalíveis, dizemos com isso que elas não conduzem
os homens ao erro. Por exemplo, se a Bíblia diz que o homem é salvo pela fé e este homem deposita
sua fé em Cristo, verdadeiramente ele é salvo. Não há falha quanto aos resultados de sua salvação
graças à infalibilidade das Escrituras.
III. Conclusão
Notas e Referências:
(1)Bancroft, Teologia Elementar, p.9
(2)Thiessen, Palestras em Teologia Sistemática, p. tt.
(3)Idem, p. 60
(4)Idem p. 62.
Avaliação
1. Por que o homem não pode estar satisfeito com a revelação trazida pela natureza e pela sua
própria consciência?
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2. Qual dos termos abaixo melhor define a Inspiração das Escrituras? Por quê?
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3. Complete:
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Lição 03
Leituras Diárias:
Segunda – Deuteronômio 6:1-9
Terça – Salmos 139:1-12
Quarta – Salmos 139: 13-24
Quinta – Salmos 102:24-27
Sexta – I Samuel 2:6-8
Sábado – Êxodo 3:11-15
Domingo – Salmos 93:1-5
I. Introdução
Todas as substâncias, coisas ou pessoas, possuem uma série de características. Por exemplo,
caso fôssemos citar as características próprias do algodão, poderíamos assim relatar: O algodão é
uma substância de cor branca, bastante macio, com baixa densidade, inflamável e que pode
facilmente ser dividido.
Também Deus possui características próprias dele, as quais denominamos de atributos
divinos. Podemos, então, definir atributos divinos como sendo aquilo que Deus tem revelado como
sendo verdadeiro a seu próprio respeito.
A palavra atributos, utilizada no plural, é um pouco infeliz, pois, pode indicar que a
personalidade divina pode ser dividida ou que um atributo é interrompido para que outro seja
exercido. Mas, na verdade, é incorreto pensarmos que Deus é uma parte amor e outra justiça, ou que
a bondade de Deus é interrompida para que o juízo seja exercido.
Poderíamos então dizer que os chamados “atributos divinos” são, na realidade, um só
atributo, indivisível e único. Mas, ainda utilizamos o termo atributos por uma questão de
compreensão.
A. A Unidade Divina
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traduzida por deuses. O propósito desta palavra no plural é indicar a magnitude e a grandiosidade
divinas e não, obviamente, ensinar que há mais de um Deus.
B. A Infinitude Divina
A infinitude divina está relacionada com todos os demais atributos, pois, estes são todos em
grau infinito ou sem fim.
Podemos entender melhor este atributo quando comparamos o homem com Deus. Por
exemplo, uma pessoa pode ser muito paciente, mas sua paciência tem limites, chega certo momento
em que o individuo não consegue conter-se e, como é dito popularmente, ele “explode”. O mesmo
não acontece com Deus – sua paciência é infinita e pode ser demonstrada sem limites de tempo ou
de situações. Prova deste caráter infinito da paciência divina vemos em Lm. 3:22: “As misericórdias
do Senhor são a causa de não sermos consumidos; porque as suas misericórdias não têm fim”.
Se formos dar uma definição de infinitude, diríamos: é a capacidade que Deus tem de estar
livre de qualquer limitação.
C. A Imutabilidade Divina
“Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem
não há mudança nem sombra de variação” (Tg. 1:17).
Deus não sofre qualquer espécie de mudança, como Tiago nos declara. Tiago, ao utilizar duas
expressões para dizer basicamente uma mesma coisa (“sem mudança” e “sem sombra de variação”),
aponta para a certeza deste atributo: a imutabilidade divina.
- Deus não muda em poder: Romanos 4:20, 21.
- Deus não muda em propósitos e planos: Isaías 46:10.
- Deus não muda em promessas: II Coríntios 1:20.
- Deus não muda em seus atributos: Malaquias 3:6.
Não devemos, no entanto, confundir imutabilidade com imobilidade – como se Deus fosse
uma estátua e a nada reagisse. Pelo contrário, Deus é capaz de, por exemplo, ter sentimentos: pode
sentir grande empatia, como também imensa indignação.
Há, ademais, alguns textos que dão a entender estar Deus sujeito a mudanças, como é o caso
de Gênesis 6:6. Há duas explicações de o porquê a Bíblia afirma que Deus se arrependeu:
1. Quando é dito que Deus se arrepende, o autor atribuiu a Deus uma característica humana
equivalente para que pudesse retratar inteligivelmente a atitude divina.
2. O arrependimento divino indica que Ele efetuou uma mudança no curso de suas ações e
não que tenha cometido uma falha. Esta idéia fica clara quando em Gênesis 6:8 Deus resolve destruir
aquela geração com o Dilúvio. Ou seja, Ele mudou a sua linha de ação.
D. A Auto-Existência Divina
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E. Onipresença, Onipotência e Onisciência Divinas
Este trio de atributos tem o prefixo “oni” que vem do latim e significa “tudo”. Assim,
teríamos os seguintes significados:
- Onipresença – Deus está presente em todo lugar;
- Onipotência – Deus tem todo poder;
- Onisciência – Deus tem todo conhecimento ou conhece tudo.
A Onipresença encontra apoio em diversas passagens, mas a mais clara de todas é Salmos
139:7-12.
A Onipotência divina geralmente é definida como “a capacidade de Deus poder fazer todas
as coisas”. Mas há coisas que Deus não pode fazer pois vão contra o seu próprio caráter, como, por
exemplo: “Deus não é homem, para que minta...” (Nm. 23:19a) – Ele não pode mentir. “Se formos
infiéis, ele permanece fiel: não pode negar a si mesmo” (II Tm. 2:13) – não pode negar a si mesmo.
“Ninguém, sendo tentado, diga: de Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e
a ninguém tenta” (Tg 1:13) – Deus a ninguém tenta, etc.
Assim, definimos Onipotência da seguinte maneira: a capacidade divina de realizar tudo que
Ele decidiu fazer.
A Onisciência aponta para a capacidade divina em conhecer o passado, o presente e o futuro
detalhadamente, sem quaisquer limitações de espaço. Assim, Ele sabe o que você estava fazendo
neste mesmo dia há dois anos atrás. Hebreus 4:13 declara: “E não há criatura alguma encoberta
diante dEle; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de
tratar”.
IV. Conclusão
Nós somos apenas mais um indivíduo da populosa espécie humana, enquanto Deus é único.
Nós mudamos cotidianamente, enquanto Deus é o mesmo ontem, hoje e eternamente.
Nós, como criaturas, dependemos de Deus para existir. Deus é totalmente independente.
Nós somos limitados e finitos, enquanto Deus tem o atributo da infinitude.
Nossa presença é limitada, nosso poder é finito, nosso conhecimento é mínimo. Deus não
conhece limites, é Todo-Poderoso e conhece minuciosamente todas as coisas.
Os Atributos Incomunicáveis de Deus devem nos levar à admiração e à adoração.
Avaliação
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8
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Lição 04
Leituras Diárias:
Segunda – Provérbios 8:1-12
Terça – Provérbios 8:22-36
Quarta – Romanos 8:1-4
Quinta – Salmos 11:4-7
Sexta – Romanos 3:24-26
Sábado – Hebreus 12:6
Domingo – Deuteronômio 32:9-12
I. Introdução
São inúmeras as passagens bíblicas que indicam ser Deus sábio. O profeta Daniel declarou
entusiasticamente: “seja bendito o nome de Deus para todo o sempre, porque dele é a sabedoria”
(Dn. 2:20).
É importante fazermos uma diferença entre conhecimento e sabedoria. Conhecimento refere-
se à capacidade de ter informações sobre as coisas, pessoas ou sobre si mesmo – o conhecimento de
Deus está ligado à Sua Onisciência. No entanto, sabedoria é a capacidade de planejar os fins
perfeitos e atingir estes fins pelos melhores meios.
Vamos pensar em um exemplo para entendermos melhor o que acabamos de afirmar: Se eu
sou um pintor de paredes, as informações que tenho em meu cérebro de que uma parede rugosa e
esburacada não é adequada para a pintura e que uma tinta acrílica é uma boa opção para o
revestimento adequado referem-se ao conhecimento. Mas o propósito de pintar porque a parede está
estragada e a forma como farei referem-se à sabedoria – optar pelo fim correto da melhor maneira
possível.
Deus revela sabedoria nos seus alvos, os quais cooperam com um propósito final e maior: a
glória do Seu nome: “Nele, digo, no qual também fostes feitos herança, havendo sido predestinados
conforme o propósito daquele que faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade, com o fim
de sermos para o louvor da sua glória, nós, os que antes havíamos esperado em Cristo” (Ef.
1:11,12). Ver também Colossenses 1:16.
A sabedoria divina é encontrada na Criação (Sl. 19:1-7), na Providência (Rm. 8:28) e na
Salvação (Ef. 3:10).
A sabedoria de Deus manifesta-se por ser Seu propósito maior em todas as coisas a glória do
Seu nome e manifesta-se nos meios que Ele utilizou para tal: a Criação, a Providência, a Salvação,
etc. – o melhor propósito, os melhores meios(1).
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III. O Amor de Deus
I João 4:8 afirma: “Deus é amor” – quando observamos esta frase, percebemos a profunda
ligação que há entre o Criador e o amor – entendemos que o amor não foi obtido por Deus com
algum esforço, mas o amor é a estrutura do seu Ser(2).
A definição de amor e, ainda mais, amor divino, é praticamente impossível. Mas podemos
compreender melhor seu significado quando observamos outros atributos divinos, os quais são
manifestações ou subdivisões deste atributo maior que é o amor:
A. A Bondade Divina
Entendemos como a disposição de Deus que O move a tratar generosamente Suas criaturas.
Uma outra definição ainda mais simples e: “a bondade implica a disposição de transmitir a
felicidade(3)”.
Salmos 145:16 comprova a bondade do Senhor quando aponta para Sua atenção em suprir as
necessidades de suas criaturas: “abres a tua mão, e satisfazes os desejos de todos os viventes”.
Somos alvo desta bondade indizível de Deus quando Ele atende nossas orações – Cristo,
querendo chamar a atenção para a bondade de Deus em atender nossos podidos, afirmou: “Se vós,
pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos
Céus, dará bens aos que lhos pedirem?” (Mt. 7:11).
B. A Graça de Deus
Refere-se ao amor dirigido a quem não tem direito a ele. O termo graça é utilizado
principalmente para indicar a dádiva da salvação aos homens que, como pecadores, não têm direito
algum a ela: “Pela graça sois salvos...” (Ef. 2:8).
C. A Misericórdia de Deus
É a bondade manifestada para com aqueles que estão em miséria ou aflição. As Escrituras
não só declaram que Deus é misericordioso, mas afirmam que Ele é “rico em misericórdia” (Ef. 2:4)
e “cheio de terna misericórdia” (Tg. 5:11).
D. A Longanimidade de Deus
Apocalipse 4:8 canta: “Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, que
é e que há de vir”.
A palavra santidade significa separação e indica o abismo que há entre Deus e suas criaturas,
especialmente no campo moral – indicando que, contrário ao homem, Deus está separado de
qualquer impiedade ou pecado.
A principal lição que extraímos é que Deus não concorda absolutamente com o pecado
humano.
13
V. A Justiça de Deus
A justiça divina é fruto de Sua santidade. A justiça divina é o tratamento dirigido à Sua
criatura a depender de como a mesma reage aos mandamentos ditados por Deus. Se o homem
obedece às leis divinas, Deus recompensa-o. Caso haja desobediência, há punição.
Temos abaixo duas passagens bíblicas que se referem à justiça: a primeira é a justiça
remunerativa (para os obedientes):
“Guardarás, pois, os mandamentos, os estatutos e os preceitos que eu hoje te ordeno, para
os cumprirdes. Sucederá, pois, que, por ouvirdes estes preceitos, e os guardardes e cumprirdes, o
Senhor teu Deus te guardará o pacto e a amará, te fará multiplicar; abençoará o fruto do teu ventre,
a criação das tuas vacas, e as crias dos teus rebanhos, na terra que com juramento prometeu a teus
pais te daria” (Dt. 7:11-13).
“...Quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder em chama de
fogo, e tomar vingança dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus” (II Ts. 1:7,8).
Os homens, ou por debilidade moral, ou por estarem enganados a respeito dos fatos, podem
fazer afirmações mentirosas. Como também, por causa da sua incapacidade, eles podem fazer
promessas que não serão cumpridas.
Deus, no entanto, por ser Onisciente e Onipotente, sempre diz a verdade e tudo o que Ele
promete, cumprir-se-á.
Deus é verdadeiro em palavras e ações – Paulo afirmou categoricamente que “Deus não pode
mentir” (Tt. 1:2). Ver ainda Êxodo 34:6, Deuteronômio 32:4, Isaías 65:16 e João 14:6.
VII. Conclusão
Notas e Referências:
(1)Berkhof, Manual de Doutrina Cristã, p. 63
(2)Chafer, op. Cit., p. 175
(3)Dagg, Manual de Teologia, p.58
14
Avaliação
Abaixo estão relatadas algumas situações comuns a todos nós – escreva no espaço em branco o
atributo divino comunicável respectivo à situação vivida:
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Lição 05
Leituras Diárias:
Segunda – Hebreus 2:1-9
Terça – Hebreus 2:10-18
Quarta – Hebreus 1:1-14
Quinta – João 1:1-18
Sexta – Apocalipse 1:4-8
Sábado – Filipenses 2:1-11
Domingo – Apocalipse 19:1-16
I. Introdução
O próprio Jesus Cristo, segundo afirmam os Evangelhos, questionou dos seus seguidores o
seguinte: “Quem dizem os homens que eu sou?” A resposta dada pelos discípulos aponta para a
diversidade de posições já existentes naquela época: “Uns dizem João Batista; outros, Elias; e
ainda outros, algum dos profetas” (Mc. 8:27,28).
A dificuldade dos homens entenderem corretamente quem é Jesus, desde o início tem sido
uma constante.
Cristo foi e é categorizado por muitos como um mero profeta, um revolucionário, um
político, um hippie fora de época, um curandeiro, um herói vencido ou alguns chegam a dizer que
Ele foi um louco.
Mas, se queremos saber apropriadamente quem é Jesus Cristo, devemos perguntar não aos
homens, mas às próprias Escrituras, que testificam a verdade com relação a Ele.
Atentando para o testemunho da Bíblia, vamos dividir este estudo em três etapas para que
aconteça uma compreensão sistemática do assunto: 1) A Divindade de Cristo, 2) A Humanidade de
Cristo e 3) O Caráter de Cristo.
Falar da divindade de Cristo significa dizer que Cristo é divino, ou seja, Jesus Cristo é Deus.
Tal afirmação é maravilhosamente incrível – nenhum outro líder religioso tomou para si este
direito de se dizer Deus.
Aliás, o que faz o Cristianismo singular é o próprio Deus e não meramente um homem.
Provas da divindade de Cristo:
O nome para os judeus definia a própria pessoa. E os nomes utilizados com relação a Jesus
repetidamente apontam para o fato de que Ele é divino.
1. Paulo chama Cristo de Deus bendito, em Romanos 9:5: “O Cristo... o qual é sobre todos,
Deus bendito eternamente”. O Apóstolo inspirado por Deus diz claramente que aquele homem que
descende dos Patriarcas do Antigo Testamento é Deus.
2. Tomé, conhecido por sua descrença, antes de ver o Senhor ressuscitado, havia dito: “se
não vir o sinal dos cravos nas suas mãos, e não meter o dedo no seu lado, de maneira nenhuma
crerei” (Jô. 20:25) – mas quando confrontado com o Cristo ressurreto, coisa capaz de acontecer se
aquele homem fosse divino, Tomé exclamou, dirigindo-se a Jesus: “Senhor meu e Deus meu” (v.
28).
3. O escritor da Carta aos Hebreus, no capítulo primeiro, apresenta a superioridade de Jesus
da seguinte forma:
Primeiro, diz que Jesus é superior aos patriarcas e aos Profetas (vv. 1 e 2).
16
Segundo, refere-se a Cristo como sendo maior que os anjos (vv. 5 e 6).
E, finalmente, chega onde pretendia: Cristo é o próprio Deus. Utilizando uma citação do livro
de Salmos, ele testifica: “mas do Filho (Jesus) diz: ‘o teu trono, ó Deus, subiste pelos séculos dos
séculos’” (Hb. 1:8).
Jesus Cristo criou o Universo (João 1:3) e o Sustenta (Colossenses 1:17). Além disto, Ele
perdoa pecados – ato que deixou alguns judeus descrentes escandalizados: “E Jesus disse a ela:
perdoados são os teus pecados. E os que estavam à mesa começaram a dizer entre si: quem é este
que até perdoa pecados?” (Lc. 7:49)
Quem é Jesus Cristo? Ele é Deus!
Se encontramos uma série de testemunhos que apontam para a deidade de Cristo, o mesmo
ocorre com a humanidade. Aliás, é necessário que se diga que Cristo era totalmente humano e
totalmente divino.
Cristo era uma só pessoa, mas com uma natureza humana e outra divina enquanto estava
neste mundo. Podemos fazer uma comparação das duas naturezas de Cristo com o homem – Ele
possui corpo e alma, igualmente Cristo possui a natureza divina e a natureza humana.
Vejamos alguns fatos que comprovam a humanidade de Cristo:
- Cristo teve nascimento humano – Uma série de frases há que indicam a filiação humana
de Cristo, como: “fruto do teu ventre”, “seu primogênito”, “semente de Davi”, “a semente de
Abraão”, “nascido de mulher”, etc. Mas, apesar de ser filho carnal de Maria e concebido pelo
Espírito Santo, não herdou Ele o pecado (II Coríntios 5:21).
17
- Cristo teve desenvolvimento humano – “crescia o menino e se fortalecia, enchendo-se de
sabedoria” (Lc. 2:40).
- Cristo sofreu limitações humanas – Esteve cansado (João 4:6), com fome (Mt. 4:2), com
sede (Jo. 19:28), dormiu (Mt. 8:24), etc.
Cristo foi um exemplo em tudo que fez. Abaixo há algumas características deste que são
desafiadoras para o cristão:
- Ele foi totalmente santo (I Pedro 2:22,23).
- Ele foi humilde, mesmo sendo Deus (Fp. 2:5-8).
- Ele viveu uma vida de oração (Hb. 5:7).
- Ele foi um trabalhador incansável na Obra do Pai (Jo. 5:17).
Avaliação
Sem consultar o texto lido, mas apenas a Bíblia, indique qual dos dois caminhos provam a divindade
de Cristo:
18
Lição 06
Leituras Diárias:
Segunda – Isaías 52:13 - 53:8
Terça – Isaías 52:9-12
Quarta – Isaías 42:1-13
Quinta – Lucas 23:33-49
Sexta – Lucas 23:50 – 24:12
Sábado – Lucas 24:36-53
Domingo – I Coríntios 15:12-28
I. Introdução
Você estaria disposto a deitar-se numa mesa de cirurgia e sofrer uma intervenção cirúrgica
para retirar “pedra” dos rins se o cirurgião fosse um oftalmologista?
Ou você aceitaria que um jardineiro fosse seu advogado em alguma questão levada a juízo?
Obviamente que sua resposta em ambas as situações seria não. Por quê? Porque a pessoa
escolhida para realizar a cirurgia não é compatível com a ocupação, o mesmo acontecendo com a
pessoa indicada para ser seu representante diante de um Júri.
Deve existir um perfeito casamento entre a obra a ser realizada e a pessoa escolhida para a
mesma.
Quando falamos de Jesus Cristo, percebemos que existe harmonia entre a Sua Pessoa e a Sua
Obra. Não poderia Ele realizar a obra a Ele conferida se Ele não fosse quem é – perfeitamente
homem e perfeitamente Deus.
Vamos estudar a Obra de Cristo e no final entendermos porque nenhum outro poderia
substituí-lo.
As duas principais obras realizadas por Cristo foram a Sua Morte e a Sua Ressurreição.
É importante que a morte de Cristo seja considerada como uma obra porque ela não veio
sobre Ele por algum acaso, mas foi decisão pessoal de Jesus Cristo morrer na cruz. Jesus mesmo se
entregou nas mãos do Pai para que o cálice da morte fosse por Ele bebido: “Meu Pai, se é possível,
passa de mim este cálice, todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres” (Mt. 26:39).
Também a morte de Cristo é uma obra porque traz benefícios para toda Criação,
especialmente para o homem(1).
A importância da morte de Cristo é confirmada por uma série de fatores:
A. A Morte de Cristo já era anunciada no Antigo Testamento – Antes mesmo que Ele
encarnasse(2), os profetas predisseram a morte do Senhor. Isaías profetizou: “Ele foi oprimido, mas
não abriu a sua boca; como um cordeiro levado ao matadouro, e como ovelha muda perante os seus
tosquiadores, ele não abriu sua boca” (Is. 53:7)
B. A Morte foi a principal razão da encarnação de Cristo – Na realidade Cristo foi enviado
não meramente para ser exemplo, para ensinar uma filosofia de vida ou doutrina religiosa, mas,
principalmente, para morrer por nós, por causa dos nossos pecados. A Epístola aos Hebreus,
referindo-se ao sacrifício que foi a morte de Cristo, afirmou: “Mas agora, na consumação dos
séculos, uma vez por todas se manifestou para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo” (Hb.
9:26).
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C. A Morte de Cristo é essencial para a nossa salvação – Deus não perdoa pecados
simplesmente com base no arrependimento do pecador – Deus apenas perdoa quando a pena do
pecado tiver sido paga, caso contrário Deus seria injusto para com Sua própria santidade – pois a
Bíblia ensina que sem derramamento de sangue não há perdão de pecados (Hb. 9:22). Na verdade, se
Cristo não tivesse sido erguido naquela cruz, jamais seríamos salvos (leia João 3:14 e 15).
Caso houvesse Cristo permanecido na morte, Ele não teria vencido o pior inimigo da
humanidade: a própria morte. Porém, Cristo ressuscitou.
Outras pessoas haviam ressuscitado segundo a descrição das Escrituras, como foi o caso do
filho da viúva de Sarepta (I Reis 17:17-24), a filha de Jairo (Marcos 5:22-43), Lázaro (João 11) e
tantos outros.
Mas a ressurreição de Cristo foi singular por dois motivos:
1. Os que haviam sido ressuscitados anteriormente, obtiveram um corpo semelhante ao que
tinham antes da morte. Mas o corpo de Cristo ressuscitado é celestial, segundo relata o Apóstolo
Paulo em I Coríntios 15:42-44. O corpo de Cristo é incorruptível, glorioso, poderoso e espiritual.
2. Enquanto os demais ressuscitam pelo poder de terceiros, Cristo ressurgiu pelo seu próprio
poder: “Porque dou a minha vida para a retomar... tenho poder para a dar, e tenho poder para
retomá-la” (Jo. 10:17,28).
Voltamos à questão original: por que Cristo poderia ser o único a morrer pelos nossos
pecados e ressuscitar?
E a resposta a esta pergunta relaciona-se com fato de Ele ser Deus e homem ao mesmo
tempo.
A. Apenas alguém que fosse homem poderia morrer pela humanidade – A remissão de
pecados sempre exigia derramamento de sangue – obviamente que para Cristo poder oferecer a si
mesmo em sacrifício era necessário que tivesse um corpo – um corpo humano – é o que nos explica
Hebreu 10:5: “Sacrifício e oferta não quiseste, mas um corpo me preparaste”.
Além disto, Jesus tinha de ser um homem, pois, assim passaria pelas mesmas provações que
todos os homens, tornando-se Sumo-Sacerdote apropriado (Hebreus 2:17).
B. Apenas alguém que fosse Deus poderia morrer pela humanidade – Afinal apenas o
próprio Deus poderia apresentar um sacrifício de valor infinito e prestar obediência total à Lei de
20
Deus. Além disto, apenas sendo Deus poderia aplicar os frutos de Sua Obra àqueles que
acreditassem nEle.
V. Conclusão
Por tudo isto compreendemos que nenhum outro senão Jesus Cristo, o Deus-Homem, seria
capaz de morrer e ressuscitar, concedendo-nos assim a salvação eterna.
Notas e Referências:
(1)Thiessen, op. Cit. P. 233.
(2)Termo que indica o fato de a Segunda Pessoa da Trindade ter-se tornado homem.
(3)Berkhof, Telogia Sistemática, p. 347.
Avaliação
1. Por qual motivo a morte de Cristo era necessária para nos conceder perdão?
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2. Quais são as diferenças básicas da ressurreição de Cristo daquelas acontecidas com outros
personagens da narração bíblica?
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3. Por que o Pai não aceitaria o sacrifício de Cristo se este não fosse Deus?
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Lição 07
Leituras Diárias:
Segunda – João 14:16-26
Terça – João 16:1-14
Quarta – Atos 1:6-8
Quinta – Atos 2:1-4, 14-21
Sexta – Atos 16:1-10
Sábado – I Pedro 4:12-14
Domingo – Romanos 8:8-11
I. Introdução
O Espírito Santo tem sido por muitos, especialmente por algumas seitas, desonrado, pois, não
são dados a Ele o lugar e a adoração devidos como Deus e, ainda pior, muitos pensam que o Espírito
Santo é impessoal, uma mera força, como consideram os russelitas, também conhecidos por
Testemunhas de Jeová.
Através das Escrituras identificaremos o Espírito como sendo pessoal, ou seja, possuidor de
inteligência, emoção, volição, auto-consciência e auto-determinação(1). E também percebemos a
gritante verdade de que Ele é Deus, assim como o Pai e o Filho – é o que chamamos de Trindade: há
apenas um Deus, uma substância divina, mas três pessoas: O Pai, O Filho e O Espírito Santo.
Vejamos primeiro que o Espírito Santo é uma pessoa.
É importante lembrar que ser uma pessoa não implica ter um corpo com olhos, nariz, orelhas,
etc. Mas, como já nos referimos, o Espírito Santo é uma pessoa porque pensa, sente, tem desejo, tem
consciência e direção própria.
A palavra espírito, tanto no grego como no hebraico, significa exatamente sopro, vento –
apesar disto, temos uma série de elementos que comprovam o Espírito Santo como possuidor de uma
personalidade:
Entre muitas passagens que indicam inteligência, encontramos em I Co. 2:10 a seguinte frase:
“O Espírito penetra todas as coisas”. O Espírito tem, logo, capacidade de examinar, avaliar,
analisar; coisa que apenas um ser racional seria capaz de fazer.
Além disto, vemos o Espírito como um ser volitivo, ou seja, que tem vontade. Paulo,
referindo-se aos dons na igreja local, lembra-nos que o Espírito Santo é quem distribui tais dons
“como quer” (I Co. 12:11).
Sentimentos são outras evidências da personalidade do Espírito Santo – O Espírito ama, fato
comprovado por Romanos 15:30. Outro texto de incrível objetividade é a exortação paulina: “E não
entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção” (Ef. 4:30).
Falar é, por exemplo, uma destas ações: Em Apocalipse, ao final de todas as Sete Cartas
dirigidas às Igrejas da Ásia, ocorre a frase “quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”
(Ap. 2:7, 11, 17, 29, 3:6, 13, 22).
A intercessão por nossas vidas (Rm. 8:26) e Sua Consolação (Jo. 14:16) comprovam ser o
Espírito uma pessoa e não uma força.
22
C. O Espírito Santo Recebe Tratamento Pessoal
Nas Escrituras o tratamento dirigido ao Espírito Santo é sempre aquele dirigido a uma
pessoa. Is. 63:10 diz: “Porém eles foram rebeldes, contristaram o Seu Espírito Santo pelo que se
lhes tornou em inimigo, e ele mesmo pelejou contra eles”.
Enfim, pelas características do Espírito Santo, pelos atos exercidos por Ele e pelo tratamento
que lhe é dirigido, fica evidente que o Espírito Santo é uma pessoa.
O Espírito Santo é denominado Deus. Verificamos tal fato quando frases no Antigo
Testamento, especialmente nos escritos proféticos, atribuídos a Deus, são citados no Novo
Testamento como ditas pelo Espírito Santo.
Isaías 6:8 e 9 diz: “Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: ...ouvis, de fato, e não
entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis”. Em Atos 28:25 e 26 Lucas transcreve as
palavras de Paulo: “bem falou o Espírito Santo aos vossos pais pelo Profeta Isaías, dizendo:
...ouvindo, ouvireis e de maneira nenhuma entendereis; e, vendo, vereis, e de maneira nenhuma
percebereis”. Duas outras referências que podem ser comparadas são Jeremias 31:33, 34 e Hebreus
10:15, 16.
Na ocasião do pecado de Ananias e Safira relatado em Atos 5:3, 4, vemos Pedro referindo-se
ao Espírito Santo como sendo Deus: “Disse então Pedro: Ananias, porque encheu Satanás o teu
coração, para que mentisses ao Espírito Santo...? Não mentiste aos homens, mas a Deus”.
Eternidade – “O Sangue de Cristo, que pelo Espírito Eterno, a si mesmo se ofereceu sem
mácula a Deus...” (Hb. 9:14).
Onipresença – “Para onde me ausentarei do Teu Espírito?” (Salmos 139:7).
Onisciência – “...porque o Espírito penetra todas as coisas...” (I Co. 2:10)
1. A Criação – O ato de criar é visto como possível apenas a Deus, mas o Espírito é indicado
como tendo capacidade para tal: Eliú, um dos personagens do drama de Jó reconheceu isto quando
afirmou: “O Espírito de Deus me fez; e o sopro do Todo-Poderoso me dá a vida” (Jó 33:4). A
própria Criação do Universo teve na pessoa do Espírito Santo um grande colaborador: “E o Espírito
de Deus pairava sobre as águas” (Gn. 1:2).
2. Autoria das Escrituras – O autor da Bíblia é o Espírito Santo, segundo as palavras do
Apóstolo Pedro: “Porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana, entretanto,
homens falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo” (II Pe. 1:21).
23
IV. Conclusão
O Espírito Santo tem uma personalidade e é divino. À luz desta verdade teológica,
precisamos desenvolver com Ele um relacionamento apropriado – concedendo-lhe as devidas honras
como Pessoa da Trindade – amando-O, respeitando-O, temendo-O e adorando-O, nunca permitindo
que nossa mente nos leve a considerá-lo como sendo menos Deus do que o Pai e o Filho.
Notas e Referências:
(1)Bancroft, Teologia Sistemática, p. 170.
Avaliação
Com o uso da Bíblia, faça a devida relação entre as passagens bíblicas à esquerda com as verdades
referentes às mesmas à direita:
24
Lição 08
Leituras Diárias:
Segunda – Isaías 11:1-4
Terça – Isaías 61:1-3
Quarta – Mateus 3:1-12
Quinta – Mateus 3:13-17
Sexta – I Coríntios 12:1-13
Sábado – Efésios 4:1-6
Domingo – Gálatas 5:16-26
I. Introdução
Nesta lição, estudaremos como o Espírito Santo atuou na história do povo de Israel no Antigo
Testamento, na vida do Cristo Encarnado e, especialmente, como o Espírito Santo atua na vida da
Igreja.
Alguns grupos tem dado à obra do Espírito Santo uma ênfase desequilibrada – julgando que o
mesmo é apenas um servo ou instrumento para que os milagres desejados sejam realizados.
Porém, a visão equilibrada do ministério do Espírito Santo é desenvolvida quando
observamos toda a Sua obra, passando pelo Pentateuco, pelos Livros Proféticos e Poéticos, chegando
aos Evangelhos, Atos dos Apóstolos e estudando especialmente as Epístolas, as quais trazem o
ensino apropriado para a igreja local.
À medida que desenvolvemos esta lição, percebemos o prazer da mesma, já que estaremos
estudando a obra de alguém que habita em nossos corpos: o Espírito Santo.
A. O Espírito Santo não convivia com todos os homens, mas apenas com alguns poucos.
É curioso que, apesar de Israel ser o Povo de Deus, o Espírito não fora derramado sobre
todos, apenas sobre alguns, como Sansão (Jz. 14:6), Saul (I Sm. 10:10), Davi (I Sm. 16:13), Jefté (Jz.
11:29), mas principalmente a operação do Espírito Santo é percebida na vida dos profetas, como foi
o caso do Profeta Ezequiel: “então entrou em mim o Espírito...” (Ez. 2:2).
Um dos requisitos para Deus determinar a necessidade de alguém ser visitado pelo Espírito
era a obra no Reino de Deus que aquela pessoa deveria operar.
25
Foi o Espírito Santo quem capacitou os artífices que participaram da obra do Tabernáculo,
como foi o caso de Bezaleel, o qual “O Espírito de Deus o encheu de habilidade, inteligência e
conhecimento, em todo artifício” (Ex. 35:31).
Especificamente o Espírito Santo foi quem capacitou os Profetas para que eles tivessem
poder para revelar a vontade de Deus ao povo de sua época. Miquéias é exemplo disto: “quanto a
mim, estou cheio do poder do Espírito do Senhor... para declarar a Jacó a sua transgressão e a
Israel o seu pecado” (Mq. 3:8).
Se a atuação do Espírito neste mundo no período do Antigo Testamento e dos Evangelhos foi
preponderante, ela fica ainda mais ativa quando olhamos o período da Igreja de Cristo, inaugurado
no Pentecostes pelo próprio Espírito Santo (Atos 2).
Cristo já havia profeticamente anunciado a vinda do Espírito Santo: “eu rogarei ao Pai e ele
vos dará outro Consolador...” (Jo. 14:10). E já neste verso percebemos uma das funções precípuas
do Espírito: consolar. A palavra Consolador tem uma série de significados, entre eles, advogado,
exortador, alguém que fica ao lado, animador e fortalecedor. Seja como for, este título era bastante
oportuno ao Espírito, levando em conta que em breve os discípulos ficariam sem o seu Mestre e
precisariam de alguém igualmente divino para ficar ao lado e fortalecer.
Mas o ministério do Espírito Santo é bem mais amplo e atua tanto nos salvos como nos não-
salvos.
Com relação aos ainda não-salvos, o Espírito é quem obra nestes para que sejam preparados
para aceitar inteligentemente Cristo como Salvador. E esta preparação significa convencê-los do
pecado, da justiça e do juízo (Jo. 16:8). O pecado refere-se à rejeição de Cristo como Messias. A
justiça aponta para o caráter reto a ser desenvolvido pela obra transformadora do Espírito. E o juízo
refere-se à condenação que já está promulgada contra Satanás e todos aqueles que a ele preferirem
submeter-se. Enfim, com relação aos descrentes o Espírito convence-os de que renegar a Cristo,
viver uma vida contrária aos mandamentos de Deus e colocar-se ao lado de Satanás, o qual já está
condenado, é a pior escolha.
No momento da conversão, o indivíduo recebe o batismo do Espírito Santo (I Co. 12:13) e a
partir daquele momento recebe sua eterna habitação (I Co. 6:19).
26
Todos os crentes foram pelo Espírito selados, indicando que agora são propriedade exclusiva
e eterna de Deus, “em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o
evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da
Promessa, o qual é o penhor da nossa herança, até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua
glória” (Ef.1:13,14).
Além disto, temos no Espírito Santo um companheiro constante. Entre outras coisas:
- Ele nos guia: “pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus”
(Rm. 8:14).
- Ele capacita-nos para a Obra de Deus: “Mas recebereis poder ao descer sobre vós o
Espírito Santo” (At. 1:8).
- Ele produz em nossas vidas as virtudes cristãs: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria,
paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, domínio próprio” (Gl. 5:22).
V. Conclusão
Avaliação
Escreva nos parênteses “V” se a frase escrita for verdadeira e “F” se a frase for falsa:
27
Lição 09
Leituras Diárias:
Segunda – Gênesis 1:1-9
Terça – Gênesis 1:20-31
Quarta – Gênesis 2:1-17
Quinta – Gênesis 2:18-25
Sexta – Hebreus 11:1-3
Sábado – Colossenses 1:15-19
Domingo – Jó 26:1-14
I. Introdução
Quando pensamos em Deus automaticamente pensamos num Criador – aliás, o que torna
Deus singular é exatamente Sua capacidade criadora. Ele é Deus porque é Criador e Criador do
tempo, da matéria e das almas viventes.
A Bíblia exaustivamente aponta para esta verdade. Aliás, o primeiro fato revelado nas
Escrituras é a veracidade da Criação: “No princípio criou Deus o céu e a terra”.
E a partir daí nós encontramos uma série de versos que esclarecem um pouco mais sobre este
ato único de Deus, a Criação:
1. Ne. 9:6 – “Só tu és Deus, tu fizeste o céu, o céu dos céus, e todo o seu exército...” – O
autor, quando fala do exército do céu, pode referir-se à criação dos astros ou dos seres angelicais.
2. Jó 26:7 – “Ele estende o norte sobre o vazio e faz pairar a terra sobre o nada” – Antes
mesmo que viessem ao mundo os primeiros grandes astrônomos, a Bíblia já declarou que, quando
Deus criou o nosso planeta, este não foi preso a coisa alguma, antes, flutua no Universo sustentado
pelo poder de Deus.
3. Hb. 11:3 – “Pela fé entendemos que o universo foi formado pela palavra de Deus, de
maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem” – A matéria não existia e Deus a
trouxe do nada apenas pelo poder da Sua palavra. Na descrição mosaica da criação sequencialmente
é declarado: “Disse Deus haja...” – E a partir daí tudo vai paulatinamente passando a existir. A
palavra latina que descreve este ato criador de Deus e que se tornou famosa é o vocábulo fiat. Por
exemplo, quando é descrita a criação da luz é dito: “fiat lux” – “haja luz”.
Outro fato importante é observar que a Criação é uma obra conjunta da Trindade. O Pai, O
Filho e o Espírito Santo trabalhavam em equipe para dar existência a todas as coisas:
1. “Esta é a gênese dos céus e da terra quando foram criados, quando o Senhor Deus os
criou” (Gn. 2:4) – A narração da Criação em Gênesis repousa principalmente nos ombros do Pai,
que tem a responsabilidade criadora.
2. “Sem Ele nada do que foi feito se fez” (Jo. 1:3) – João, referindo-se ao Verbo Eterno de
Deus, o Filho, mostra a participação ativa de Jesus na obra da criação. Colossenses 1:16 mostra que
Ele criou “todas as coisas”: os céus, a terra, os anjos, enfim, o visível, e o invisível.
3. “Envias o Teu Espírito, eles são criados” (Sl. 104:30) – O Espírito Santo é indicado
comumente como gerador de vida, como percebemos nas palavras de Eliú: “O sopro do Todo-
28
Poderoso me dá vida” (Jó 33:4). Mas já em Gn. 1:2 encontramos o Espírito como participante da
obra criadora: “E o Espírito de Deus pairava sobre as águas”.
Vemos que a Criação é descrita cronologicamente em dias. Há uma antiga discussão se dias
aqui devem ser entendidos como tendo vinte e quatro horas ou se referem a eras ou épocas de até
alguns milhares de anos. Esta última posição é comum especialmente entre aqueles que tentam
coadunar a Bíblia com as teorias geológicas que datam a Terra em alguns milhões de anos. No
entanto, levando em conta a falibilidade dos processos de datação geológicos e também que não é
nosso interesse colocar-nos numa posição defensiva, nossa tendência é entender os “dias da
Criação” como sendo dias literais de vinte e quatro horas. E, por outro lado, é insensatez ser
categórico em algo que é questionado desde os primórdios da Igreja Cristã, mas oferecemos alguns
argumentos que confirmam nossa posição de que um dia na narração da Criação em Gênesis é
equivalente a vinte e quatro horas:
- As frases “houve tarde e manhã...” (Gn. 1:5, 8,13,19,23,31) indicam que são dias típicos.
- A palavra hebraica para dia é YOM, que, especialmente quando tem um número
acompanhando, indica dia literal.
- No terceiro dia Deus criou árvores, ervas e relvas, e no dia subseqüente criou o sol – caso o
dia não fosse de vinte e quatro horas, mas de alguns meses ou anos, certamente toda vida vegetal
pereceria pois todos nós sabemos que as plantas precisam da luz do sol para sobreviver.
A Criação do homem no sexto dia é marcada pela singularidade. Primeiro está presente nela
o impressionante conselho “façamos o homem”. Se Deus é um só, como entender esta declaração?
Alguns acham que Deus está falando com os anjos; mas tal parece ser difícil, pois, em nenhum
momento tais seres são designados como co-participantes da Criação. É mais plausível pensarmos
que este verbo no plural inclua as Três pessoas da Trindade – O Pai, O Filho e o Espírito Santo
colaborando na formação do homem – o que será esperado já que Deus preparava-se para fazer a
“coroa da Criação”.
Em segundo lugar temos a expressão: “...segundo a nossa imagem e semelhança”. Antônio
Neves de Mesquita(1) enumera os seguintes fatos que colocam o homem bem acima do resto da
Criação: vontade, livre arbítrio, santidade, responsabilidade, espírito religioso, amor, domínio sobre
a Criação, comunhão com Deus, etc.
Também o local onde o homem foi colocado era de destacável riqueza mineral e vegetal, o
Jardim do Éden (Éden significa “lugar agradável”, “deleite”).
29
V. Conclusão
Notas e Referências:
(1)Antônio Neves de Mesquita, Estudo no Livro de Gênesis, p. 09.
Avaliação
1. Enumere as etapas da Criação relacionadas de acordo com a ordem descrita no primeiro capítulo
de Gênesis:
30
Lição 10
Leituras Diárias:
Segunda – Gênesis 3:1-6
Terça – Gênesis 3:7-15
Quarta – Gênesis 3:16-24
Quinta – Romanos 3:9-19
Sexta – Romanos 5:12-17
Sábado – Romanos 5:18-21
Domingo – Marcos 7:1-8, 14-23
I. Introdução
O título desta lição engloba duas verdades no que diz respeito à condição da humanidade:
1. O Homem Caiu – Tal significa que certos privilégios concedidos por Deus foram perdidos
total ou parcialmente pela humanidade: Relacionamento desimpedido com Deus, domínio sobre as
demais criaturas, desconhecimento do mal (inocência) e reprodução da imagem e semelhança
divinas.
2. O Homem é Depravado – Exatamente porque ele se separou daquela elevadíssima posição
em que foi colocado no princípio dos tempos, hoje ele encontra-se depravado, ou seja, o homem,
portador da tendência para praticar o mal e desagradar a Deus, nada pode fazer para merecer diante
de Deus o favor da salvação(1).
A situação apresentada é bem diversa daquela vivida pelo homem formado pelas mãos
carinhosas do Criador. Vejamos inicialmente como se chegou a este estado.
No Paraíso, no Éden, Deus fez um pacto com Adão nos seguintes termos: “De toda a árvore
podes comer livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás;
porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn. 2:17).
O Pacto entre Deus e Adão foi o Pacto da Obediência – com aquela proibição, Deus
pretendia testar o homem para ver se este iria ou não obedecê-lo.
As dificuldades trazidas caso Adão optasse pela desobediência foram expostas:
A. O nome “árvore do conhecimento do bem e do mal” indicaria se o estado do homem seria
bom ou mau – E comendo do fruto o homem obviamente enfrentaria um futuro assombroso pela
frente.
B. O homem morreria. Deus asseverou a Adão que, desobedecendo, o resultado seria a morte
física e espiritual. Prova disto encontramos nas palavras do Criador após o pecado: “Porquanto és
pó, e ao pó tornarás” (3:19) e a morte espiritual é confirmada pela perda de intimidade entre a
criatura e o Criador: “chamou o Senhor Deus ao homem e perguntou-lhe: onde estás? Respondeu-
lhe o homem: ouvi a tua voz no jardim e tive medo” (3:9,10).
Adão estava bem consciente dos resultados funestos de sua desobediência e, depois de Deus
conceder-lhe uma esposa, ele teve o cuidado de passar a orientação para Eva. No entanto, quando ela
é questionada por Satanás, que utiliza-se da figura de uma serpente para conduzi-la à desobediência,
Eva acrescenta uma frase à orientação recebida: “disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis,
para que não morrais” (3:3). Não sabemos se Adão foi quem acrescentou esta orientação às palavras
de Deus, buscando proteger a esposa do erro, ou se foi a própria mulher, talvez considerando que a
proibição recebida não fosse razoável.
31
É também interessante notar que Satanás não procurou influenciar o homem diretamente,
mas sua companheira. Algumas razões podem ser apontadas(2):
1. Eva não exercia a chefia do pacto e, portanto, não teria o mesmo senso de
responsabilidade.
2. Eva recebeu a ordem indiretamente e não da boca do próprio Deus, logo, ela estaria mais
disposta a ceder à argumentação e duvidar.
3. Eva seria o instrumento mais eficiente para alcançar o coração do homem.
Logo após ter participado da árvore do conhecimento do bem e do mal, ela deu o fruto a seu
marido, que também comeu.
V. A Universalidade do Pecado
Como já foi feito referência, Adão não foi o único que sofreu com a desobediência, mas toda
a humanidade, de todas as épocas e lugares, ficou impregnada com a depravação.
Os estudiosos, ao longo dos anos, tem discutido de que forma se dá a transmissão do pecado,
mas a Bíblia não se preocupa objetivamente com esta questão, antes, tem seu maior interesse em
constatar um fato vivenciado por nós cotidianamente: “Todos pecaram e destituídos estão da glória
de Deus” (Rm. 3:23). Nas palavras de um conceituado teólogo: “O homem perdeu o poder racional
de determinar o procedimento, rumo ao bem supremo... o homem tem, por natureza, uma irresistível
inclinação para o mal. Ele não é capaz de compreender e de amar a excelência espiritual, de
procurar e realizar coisas espirituais, as coisas de Deus, que pertencem à salvação”(3).
IV. Conclusão
Nota e Referências:
(1)Elwell, Walter A., Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã, vol. 1, p. 412
(2)Berkhof, Teologia Sistemática, p. 234.
(3)Berkhof, Idem, p. 250.
32
Avaliação
2. O que acrescentou Eva à proibição de Deus de não comer do fruto da árvore do conhecimento do
bem e do mal?
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3. Por que Eva foi a pessoa visada por Satanás para conseguir a Queda do Homem?
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33
Lição 11
Leituras Diárias:
Segunda – Levítico 4:1-12
Terça – Levítico 4:13-21
Quanta – Levítico 4:27-35
Quinta – Levítico 4:27-35
Sexta – Hebreus 8:1-13
Sábado – Hebreus 9:1-12
Domingo – Hebreus 9:13-28
I. Introdução
O homem, separado do Criador, não foi abandonado pelo mesmo. Pelo contrário, a História
da Bíblia é a História de um Deus amoroso em busca dos homens criados originalmente à sua
imagem, mas separados dele por causa do pecado. Encontramos demonstração disto logo após Adão
ter desobedecido e, mesmo consciente deste fato, Deus vem em busca dele: “Mas chamou o Senhor
Deus ao homem, e perguntou-lhe: Onde estás?” (G. 3:9).
Deus veio em busca de Adão, veio em busca de Noé, veio em busca de Abraão, tentou de
diversas formas soerguer Israel de sua desobediência e, finalmente, buscou toda a humanidade
através da Obra de Jesus Cristo.
O plano proposto por Deus em busca do homem foi o Plano da Redenção. Redenção
significa o livramento concedido a alguém mediante o pagamento de certo valor. E a palavra é bem
ilustrada se imaginamos um mercado de escravos, onde para ser concedida a liberdade dever-se-ia
pagar certa quantia para o resgate.
Vejamos qual a forma de pagamento realizada por Deus para livrar o homem da escravidão
do pecado.
34
III. Sacrifício Antes de Moisés
Percebemos, pela história bíblica, que o homem não começou a sacrificar animais para obter
o perdão somente no tempo de Moisés. Muitos consideram que a instituição dos sacrifícios deu-se
ainda no Jardim do Éden: “E o Senhor Deus fez túnicas de peles para Adão e Eva, sua mulher” (Gn.
3:21). Para obter as túnicas Deus matou os animais, ou seja, o animal ocupou o lugar que pertencia a
ambos. Se realmente a instituição de sacrifícios pelo pecado começou aqui é difícil saber com
certeza, mas é certo que Deus orientou o homem, mesmo antes de Moisés, da necessidade de
derramar o sangue para obter perdão:
- O Senhor recebeu o sacrifício feito por Abel: “Abel também trouxe dos primogênitos das
suas ovelhas, e de sua gordura. Ora, atentou o Senhor para Abel e sua oferta” (Gn. 4:4).
- Noé sacrificou ao Senhor por causa do pecado: “Edificou um altar ao Senhor e ofereceu
holocausto sobre o altar” (Gn. 8:20).
- Jó, que viveu antes de Moisés, ofereceu sacrifícios pelos seus filhos (Jó 1:4,5).
Mas, com Moisés Deus ordena detalhadamente o roteiro a ser seguido para que o sacrifício
oferecido seja satisfatório: O Livro de Levítico traz todos os detalhes para os vários sacrifícios que
deveriam ser apresentados. O sacrifício pelo pecado deveria ser feito na seguinte seqüência:
1. Apresentação da vítima – Desta forma o individuo reconhecia que era pecador (Lv.
4:4,14).
2. A imposição da mão – Com isto o individuo identificava-se com o animal – ou seja – o
mesmo morreria em seu lugar (Lv. 4:4,15).
3. O ato de imolar o animal – Quando o animal é morto o individuo está consciente de que
ele mesmo deveria ser morto (Lv. 4:15).
4. A apresentação do sangue – O sangue do animal sacrificado era levado até o Santo Lugar
e era aspergido sobre o altar do incenso – desta forma o pecador mostrava ao Senhor a vida que foi
morta em seu próprio lugar (Lv. 4:5-7, 4:16-18).
Depois a gordura era queimada sobre o Altar (Lv. 4:8-10,19) e a carne ou seguia o mesmo
fim (Lv. 4:21) ou era comida pelos sacerdotes (Lv. 6:26).
Com a instituição dos sacrifícios Deus queria apontar para a necessidade de alguém pagar
pelo pecado. Na verdade, Deus estava preparando caminho para o Único que poderia morrer
eficazmente pelos nossos pecados: Jesus Cristo.
VI. Conclusão
“Sem derramamento de sangue não há remissão de pecados” – É partindo desta tese que a
História de Redenção se desenvolveu.
35
Os animais oferecidos pelo pecado do homem apontavam o sacrifício de Cristo. Assim, não
era necessariamente a morte do animal que concedia o perdão – mas a confiança do ofertante de que
aquela oferta, que simbolizava Cristo, concedia o perdão.
Também hoje, o fato de Cristo ter morrido pelos homens não significa que todos são salvos
como no Antigo Testamento. É necessário o arrependimento pelo pecado (reconhecer que é pecador
e que seus pecados desagradam a Deus) e ter fé (acreditar que o sacrifício de Cristo foi todo capaz
para conceder o perdão pelos pecados cometidos).
Avaliação
K S L E M E B V E A I O O O P U L R J J Q W E V E C E K K L N B
M E L I I I E Y U N B C S K D S I K Ç D D R V M K J U F R G T J
L P O K J N G C B G T M E D C F D E K P O O I O M J H A A A D E
K O I U U J R S E D R O R V L L O P K I K I L O O C B N N V C D
L O L K F F F R E D A R Q E J E S U S C R I S T O L P O I E W W
L O I I Q E R T F V C T I O Q E V C D K P O E I I O W E R T L L
S A C R I F I C I O D E A N I M A I S O Y R E K N B V A E I O E
K I O D E S K K Q E R R T O V B P O M M N B C D S E S S D A Q D
I O E R R T U B V N K L P E C A D O S D E W E K P O I M N D E S
36
Lição 12
Leituras Diárias:
Segunda – Miquéias 7:18,19
Terça – João 3:3-6
Quarta – I João 3:1-3
Quinta – Romanos 3:21-28
Sexta – Romanos 8:1-17
Sábado – Romanos 8:18-30, 33,34
Domingo – Lucas 15:25-32
I. Introdução
Hal Lindsey, famoso escritor evangélico, dedicou todo um livro a este assunto que agora
estudamos. Em “Libertos para Viver”, de forma viva e alegre, ele descreve toda a Doutrina da
Salvação (tecnicamente chamada de Soteriologia), salientando principalmente os benefícios
oferecidos a todo aquele que recebeu o sacrifício de Cristo através do arrependimento e da fé.
Este assunto merece, na verdade, algumas dezenas de volumes por causa de sua importância
e interminável conteúdo. Mas, por enquanto, teremos de nos satisfazer com algumas pinceladas,
desejando que em outra oportunidade possamos mais profundamente estudar sobre estas magníficas
bênçãos recebidas por ocasião de nossa salvação.
A. A Propiciação
37
Podemos sintetizar a Doutrina da Propiciação como o seguinte gráfico:
B. O Perdão
O perdão não significa que Deus deixou para lá nossos pecados. Pelo contrário, para nos
conceder perdão o próprio Deus pagou um alto preço: “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis,
como prata ou ouro, que fostes resgatados, mas com o precioso sangue de Cristo” (I Pe. 1:18,19).
O perdão obtido por ocasião da salvação implica o livramento da penalidade devida ao
pecado. Nele temos, “pelo sangue, a remissão dos pecados” (Ef. 1:7).
E o perdão de Deus não é para alguns pecados, mas para todos:
“Para mostrar como o seu perdão é completo, Deus diz que as iniqüidades são lançadas nas
profundezas do mar (Mq. 7:19); não em lugar raso, onde poderiam ser descobertas pela maré
vazante, mas nas profundezas do oceano, onde, mesmo que fossem procuradas, não seriam
encontradas. Tal é o perdão de Deus”(1).
C. A Justificação
Paulo, citando o Antigo Testamento, afirma em Rm. 3:10: “Não há justo, nem um sequer”.
Por este texto percebemos que o homem é um criminoso, ou seja, um violador da Lei Divina.
E neste ponto não basta ser perdoado, pois, o perdão significa a subtração de nossos
pecados, sendo preciso a adição da justiça de Cristo(2). Afinal, o perdão nos livra da culpa do
pecado, mas não nos restaura o favor de Deus, o qual tínhamos perdido. Há grande diferença entre
um criminoso perdoado e um justo, que nenhum crime cometeu(3).
Quando sou salvo, Deus toma meus pecados e os coloca sobre Cristo (perdão), toma a justiça
de Cristo e a coloca sobre mim (justificação). Como ensina o próprio Paulo: “Aquele que não
conheceu pecado (Cristo), Ele (Deus) o fez pecado por nós; para que nele (Cristo) fôssemos feitos
justiça de Deus” (II Co. 5:21).
A justificação significa a transferência da Justiça de Cristo para aquele que é salvo.
D. A Regeneração
38
Depois da Queda nós encontramos o espírito, que permite o relacionamento com Deus,
morto:
E. A Adoção
Em termos jurídicos a adoção é o ato de uma pessoa receber o filho de outra em sua própria
família, e lhe conferir os mesmos privilégios de um filho natural. E é exatamente isto que Deus faz
conosco – antes de Cristo estávamos separados da família de Deus – ainda mais, a Bíblia declara
veementemente que os homens naturais são:
- Filhos da desobediência: Efésios 5:6.
- Filhos da ira: Efésios 2:3.
- Filhos do Diabo: I João 3:10.
A adoção divina consiste em tomar aqueles que outrora estavam separados da Família de
Deus e torná-los Seus filhos – “vede que grande amor nos tem concedido o Pai, ao ponto de sermos
chamados filhos de Deus” (I Jo. 3:1).
Veja que Deus não é apenas alguém que perdoa nossas ofensas, ou um juiz que nos declara
justos, mas é um Pai que carinhosamente nos recebe como filhos amados: “Embora um juiz possa
absolver totalmente alguém que esteja sendo acusado de crime, não pode, contudo, conferir ao que
foi absolvido nenhum dos privilégios que um filho tem. Mas o crente em Jesus Cristo tem o
privilégio de poder considerar a Deus não apenas como juiz e justificador, mas um pai harmonioso
com quem se reconcilia”(4).
III. Conclusão
39
Na verdade todas as bênçãos da salvação são a própria salvação, pois, a salvação é encontrar
em Cristo a propiciação pelos nossos pecados, livrando-nos da ira divina; é, mediante este mesmo
sacrifício, obter o perdão e a justiça de Cristo; é ter a vida de Deus em nós, a Regeneração; e, porque
fomos gerados de novo, gerados por Deus, é chamarmos Deus de Pai.
Notas e Referências:
(1)John L. Dagg, Manual de Teologia, p. 212.
(2)Hal Lindsey, Libertos Para Viver, p. 121.
(3)Idem, p. 213.
(4)Dagg, op. Cit., p. 220.
Avaliação
1. Propiciação
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2. Perdão
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3. Regeneração
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4. Adoção
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40
Lição 13
Leituras Diárias:
Segunda – João 10:22-29
Terça – Romanos 11:25-36
Quarta – Filipenses 1:3-11
Quinta – I Pedro 1:2-12
Sexta – Hebreus 7:24-8:2
Sábado – Efésios 1:12-14
Domingo – Romanos 8:31-39
I. Introdução
A. “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem; eu lhes
dou a vida eterna, e jamais perecerão; e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que mas
deu, é maior do que todos. E ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai” (Jo. 10:27-29).
O Senhor Jesus Cristo no verso vinte e oito dá três motivos para estarem os crentes (suas
ovelhas) seguros quanto à salvação:
- Jesus afirma que para esses Ele concedeu vida eterna – é importante observar que esta vida
eterna é desfrutada pelo salvo não quando morre, mas no momento em que é regenerado. Assim, se
fosse possível o crente perder a salvação, o termo vida eterna utilizado por Cristo seria incorreto.
41
- Jesus afirma que suas criaturas jamais perecerão – caso fôssemos traduzir literalmente esta
colocação de Cristo diríamos: “não, nunca perecerão eternamente” – verdade é que no Original
temos duas negativas que fortalecem a negação de possibilidade de os crentes perecerem
eternamente.
- Jesus ainda afirma que suas ovelhas não são arrebatadas de sua mão – indicando Sua
proteção a todo aquele que nEle crê.
Mas é importante salientar que apenas os verdadeiramente salvos, regenerados, têm esta
proteção sobrenatural. Como o próprio Cristo afirmou, os preservados são aqueles que são do Seu
aprisco, ouvem-no (obedecem-no) e seguem-no. Logo, ser membro de igreja evangélica não indica
necessariamente que o individuo seja do aprisco de Cristo.
C. “Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a
aperfeiçoará até o dia de Cristo Jesus” (Fl. 1:6). A boa obra de Deus nos crentes foi iniciada através
da Salvação e é desenvolvida através da santificação. Paulo declara que Deus não abandona a obra
que inicia na vida dos crentes, antes, vai desenvolvê-la até o dia em que Cristo voltar. Mais uma vez
é salientado o fato de ser Deus o preservador do crente no caminho da salvação.
D. “...Pelo poder de Deus sois guardados, mediante a fé, para a salvação” (I Pe. 1:5) –
Pedro comprova que “o poder e a proteção de Deus atuam tanto no sentido de preservar a salvação
para os crentes como de preservá-los para a salvação”(1).
Além das passagens bíblicas diretas sobre o tema, há outras razões para se acreditar na
Preservação dos Santos:
A. Cristo Intercede pelos Crentes – Cristo não só adquiriu com o preço de sua própria vida
a nossa salvação, mas constantemente intercede por nós juntamente ao Pai – Hebreus 7:25.
B. Os Crentes foram Selados pelo Espírito Santo – Este evento que ocorre por ocasião da
Salvação torna o crente propriedade exclusiva e inseparável de Deus – Efésios 1:13,14.
IV. Conclusão
Há uma série de textos bíblicos que atestam a segurança eterna do crente, traduzida na
Doutrina da Preservação dos Santos.
Algumas passagens bíblicas quando estudadas sem maiores critérios podem conceder uma
idéia contrária do que foi exposto. No entanto, percebemos que os autores bíblicos, quando se
referem à pessoa separando-se da Graça de Deus, dizem respeito a meros congregados e não pessoas
que passaram pela experiência da regeneração. Com referência a esses João afirma: “Eles saíram do
nosso meio, entretanto, não eram dos nossos: Porque, se tivessem sido dos nossos teriam
permanecido conosco” (I Jo. 2:19).
Notas e Referências:
42
(1)Enio R. Mueller, I Pedro, p. 80.
Avaliação
Com suas próprias palavras explique por que o melhor termo para a Doutrina estudada é “A
Preservação dos Santos” do que “A Perseverança dos Santos”.
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Lição 14
Revisão
Leituras Diárias:
Segunda – II Timóteo 3:16,17
Terça – Salmos 19:1-6
Quarta – Hebreus 2:1-18
Quinta – Romanos 3:9-19
Sexta – João 16:1-14
Sábado – Hebreus 11:1-3
Domingo – Salmos 139:1-24
Assinale V para Verdadeiro ou F para Falso nas várias opções e confira com seu professor na
próxima semana.
Pergunta do Trimestre:
Por que Cristo, para fazer completamente sua obra, deveria ser Deus e homem completamente?
43
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Lição 15
Leituras Diárias:
Segunda – Romanos 12:3-8
Terça – Romanos 12:9-16
Quarta – I Pedro 2:1-8
Quinta – I Timóteo 3:1-7
Sexta – I Timóteo 3:8-13
Sábado – Atos 13:1-3
Domingo – Tito 1:5-9
I. Introdução
Caso fizéssemos uma pesquisa junto ao público acerca de sua compreensão e conceito de
Igreja, teríamos um número diverso de respostas, as quais revelariam idéias distorcidas e por demais
distantes da definição bíblica de Igreja.
Na mente da maioria das pessoas, o termo Igreja significa, entre outras coisas:
- Templo ou local de culto.
- Denominação – um certo número de pessoas espalhadas em certa região (ou em todo o
mundo) e sob um único nome; por exemplo: Igreja Católica Apostólica Romana, Igreja Adventista,
Igreja Presbiteriana, Igreja Batista, etc.
Com o passar dos anos, o termo Igreja passou a englobar uma série de significados que não
correspondem ao modelo bíblico. Algumas pessoas, marcadas por frustrações com outras ou mesmo
com grupos religiosos, afirmam que “Igreja é uma empresa para enriquecer alguns lideres”, “Igreja
é um local de fofocas”, e assim por diante.
Mas, observemos nas Escrituras, que revelam a mente de Deus, o que se entende por Igreja e
a forma como ela deve proceder (governo da mesma).
O termo Igreja que utilizamos deriva do Novo Testamento, o qual foi escrito em grego. E a
palavra ali utilizada é EKKLESIA, que significa literalmente ou exatamente “os chamados para fora”
e referia-se antes do Novo Testamento à assembléia de líderes de uma cidade que se reuniam às
portas da mesma (as cidades naquele tempo tinham muros e portas) para resolver assuntos de
interesse geral da comunidade: negócios, guerras, moral, etc. (veja exemplo dessas reuniões ou
assembléias em I Reis 22:10).
44
A primeira vez que encontramos a palavra Igreja no Novo Testamento é na boca de Cristo
em Mt. 16:18: “Pois também te digo que tu és Pedro, sobre esta pedra edificarei a minha igreja e as
portas do inferno não prevalecerão contra ela”(1).
Um conceito que podemos tirar da definição da palavra Igreja é que quem faz parte da igreja
são aqueles chamados por Cristo para servir a Deus – “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos
escolhi a vós” (Jo. 15:16a).
Agora que entendemos que igreja indica aqueles que foram chamados por Cristo e
responderam positivamente a tal chamado, observemos os dois textos abaixo:
1. I Co. 12:12,13 – “Porque assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os
membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo. Pois, em um
só Espírito todos nós fomos batizados em um só corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos,
quer livres. E a todos nos foi dado beber de um só Espírito.” Veja também Ef. 1:22.
2. At. 16:5 – “Assim as igrejas eram fortalecidas na fé e aumentavam em número dia a dia.”
Ver também Ap. 1:4.
No primeiro texto, Paulo faz referência à Igreja de Cristo como um todo, indicando que todos
os que foram batizados no Espírito Santo são parte integrante da Igreja Universal. Ou seja, quem
pertence à Igreja Universal é aquele que já foi regenerado e batizado com o Santo Espírito.
No segundo texto, Lucas, escritor de Atos, salienta o crescimento alcançado pelas igrejas da
Ásia. Aqui há uma referência a um agrupamento local de convertidos – o que denominamos de
Igreja Local.
Desta forma, há dois conceitos de Igreja no Novo Testamento – a Igreja Universal (composta
por todos os que foram batizados no Espírito Santo, inclusive os que já morreram) e a Igreja Local
(composta de membros que se reúnem periodicamente e que têm entre si laços de compromisso). A
PIB DIV, por exemplo, é uma igreja local.
No Novo Testamento descobrimos uma série de símbolos utilizados com referência à igreja:
“Porque como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros tem a mesma
função, assim nós, embora muitos, somos um só corpo em Cristo e individualmente membros uns
dos outros.” Rm. 12:4,5.
O Apóstolo dos Gentios, ensinando sobre dons, ilustra a igreja como um corpo, um
organismo. E escrevendo aos coríntios, Paulo chega a identificar particularmente cada indivíduo da
igreja como um órgão humano: um é o pé, outro a orelha, outro o olho, etc. (I Co. 12:14-27). O
cérebro, no entanto, o Cabeça, o Líder, é apenas um: Jesus Cristo. (Cl. 1:18). Essa comparação de
Paulo é por demais feliz, pois mostra que um membro da igreja é essencial ao outro e deve haver
mútua cooperação. Mostra também que a igreja (local e universal) deve ficar submetida ao Senhor
da Igreja: Jesus Cristo.
“Porque zelo por vós com zelo de Deus, visto que tenho preparado para vos apresentar como
virgem pura a um só esposo, que é Cristo.” II Co. 11:2.
No Novo Testamento, o tratamento idealizado da esposa a seu marido é a submissão (Ef.
5:22) e do marido à sua esposa é o amor (Ef. 5:25). E quando Paulo faz referência à igreja como
esposa de Cristo, relembra novamente a obediência da mesma para com o Cabeça, bem como aponta
para a igreja como alvo do amor infinito de Cristo; a Igreja de Cristo tem o grande privilégio de
45
vivenciar o amor do Filho de Deus: “E havendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até
o fim” (plenamente), conforme nos é dito em Jo. 13:1.
Quando uma noiva se apresenta ao seu esposo no momento do casamento, ela faz de tudo
para estar por demais bela e apreciável – igualmente a igreja deve estar pura e bela para seu esposo
Cristo - “igreja gloriosa, sem mácula nem ruga, nem qualquer coisa semelhante, mas santa e
irrepreensível.” Ef. 5:27.
O templo de Jerusalém para o judeu era motivo de grande afeição, tanto é que na
oportunidade do lançamento dos alicerces do templo, quando do retorno judaico do cativeiro
babilônico, muitos idosos choraram, lembrando-se da suntuosidade do Templo de Salomão: “muitos
dos sacerdotes, e levitas e chefes dos pais, já velhos, que viram a primeira casa, sobre o seu
fundamento, vendo perante os seus olhos esta casa, choraram em altas vozes” (Ed. 3:12,13).
Mas, no Novo Testamento o templo é a própria igreja de Cristo: “Não sabeis que vós sois
santuário de Deus?” (I Co. 3:16).
E Pedro lembra-nos que cada crente, individualmente, é uma pedra que deve ser consagrada
ao Senhor, para que todo o edifício (a igreja) esteja agradando a Deus: “Vós também, quais pedras
vivas, sois edificados como casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes
sacrifícios espirituais, aceitáveis a Deus por Jesus Cristo.” (I Pe. 2:5).
Através destes símbolos aprendemos que a igreja, sendo corpo de Cristo, deve submeter-se a
Ele, pois Ele é Cabeça: a igreja, sendo a esposa de Cristo, é o alvo do amor do seu marido e deve
guardar-se exclusivamente para Ele; os crentes, sendo “pedras” que participavam na edificação da
igreja, tem a responsabilidade de encher-se do Espírito Santo para que a igreja tenha uma vida
agradável perante os olhos de Deus.
1. Uma igreja autônoma – nenhum outro grupo religioso, associação ou governo pode
impor determinações à igreja local, no que se refere a decisões internas.
46
2. Uma igreja democrática – onde cada membro tem o mesmo poder de decisão, pois, cada
crente é igualmente representante de Cristo como todos os demais. Ver I Pe. 2:9. O propósito das
assembleias administrativas é exatamente que todo membro da igreja participe em todas as decisões.
Este modelo de governo autônomo – democrático – é chamado de Congregacionalismo, ou
seja, o poder de decisão recai sobre toda congregação. Este é o modelo bíblico, o modelo batista.
V. A Igreja – Oficiais
Entendemos oficiais como sendo aquele grupo de pessoas que tem uma posição de liderança
devido a algum cargo que ocupa.
Com o desenvolvimento da estrutura eclesiástica, no início da igreja nós vamos encontrar
dois oficiais básicos: os presbíteros e os diáconos. Tanto é que Paulo, quando escreve aos filipenses,
faz referência a esses dois grupos: “Paulo e Timóteo, a todos os santos que estão em Filipos, com os
bispos e diáconos.” (Fl. 1:1).
É bom salientar que presbítero (ou ancião), bispo e pastor são a mesma coisa, como mostra o
seguinte texto:
“E de Mileto mandou a Éfeso, a chamar os anciãos da igreja... Olhai por vós, e por todo o
rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus.”
(At. 20:17,28). Assim, nas Escrituras, presbítero (ou ancião), bispo e pastor são um único ofício.
Por estas três designações dadas ao pastor extraímos três importantes princípios para o
mesmo:
1. O nome Presbítero ou ancião (no grego, presbíteros) indica a maturidade exigida deste.
2. O nome Bispo (no grego, episkopos) aponta para a função de supervisor.
3. O nome Pastor (no grego, poímena) mostra a necessidade daquele que ocupa esta função
em proteger, consolar e alimentar as ovelhas com a Palavra.
O diácono pode ter sua origem em Atos 6:1-7, quando ele recebe a função de cuidar de
questões administrativas da comunidade. No entanto, os diáconos também lidam com questões
espirituais. Afinal de contas, Estevão, um dos diáconos da igreja de Jerusalém, era envolvido com a
evangelização e ensino: “Estevão, cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o
povo... e não podiam resistir a sabedoria e ao espírito com que falava.” (At. 6:8,10).
A diferença básica entre estes dois oficiais da igreja é que os diáconos devem estar
subordinados aos pastores.
VI. Conclusão
Notas e Referências:
(1)Cristo não diz que Pedro é a base da igreja, mas o próprio Cristo – Pedro, como os demais
apóstolos, foi uma “pedrinha”, mas Cristo foi a Pedra, a Rocha: “Edificados sobre o fundamento dos
apóstolos e dos profetas, sendo o próprio Cristo Jesus a Principal pedra da esquina” (Ef. 2:20).
47
Avaliação
Presbítero * * Cristo
Surgimento dos diáconos * * Crentes de todos os lugares
Templo de Deus * * Pastor
Igreja Universal * * Cristo
Cabeça da Igreja * * Atos 6:1-7
A Pedra Fundamental da Igreja * * Igreja
B. Por que uma congregação da PIB DIV não pode ser considerada uma igreja local nos padrões
neotestamentários?
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48
Lição 16
Leituras Diárias:
Segunda – Romanos 6:1-6
Terça – Mateus 3:13-17
Quarta – Mateus 28:16-20
Quinta – Gálatas 6:14 e I Pedro 2:24
Sexta – Lucas 22:7-23
Sábado – I Coríntios 11:17-34
Domingo – I Corintios 10:14-21
I. Introdução
II. Batismo
É bom salientar, a nível de informação, que o batismo não era algo totalmente novo nos dias
de Jesus Cristo – egípcios, persas, romanos e gregos utilizaram o rito do batismo como parte de suas
purificações religiosas. No entanto, o batismo cristão é totalmente singular, pelo grande número de
significados que ele traz e por ter sido instituído por Cristo, que é Deus.
49
Os próprios judeus realizavam o ato de batismo – antes mesmo de Cristo iniciar seu
ministério, João, seu primo, batizava:
“Apareceu João batizando no deserto, e pregando o batismo de arrependimento... e pregava
dizendo: após mim vem aquele que é mais forte do que eu, ao qual não sou digno de, abaixando-me,
desatar a correia das suas alparcas” (Mc. 1:4,7).
A diferença básica entre o batismo de João e o batismo de Cristo é que o primeiro visava
exclusivamente judeus, pertencia ainda ao tempo do Antigo Testamento e preparava a nação de
Israel para o Messias que viria. O batismo de Cristo é para todo o que crê, o Messias já veio, morreu
e ressuscitou e hoje o Batismo é uma ordenança da Nova Aliança.
A. Significado do Batismo
Foi dito no início que a ordenança é um símbolo, assim, é preciso entender o que o Batismo
cristão simboliza exatamente.
Paulo sintetiza em Romanos 6:3-5 o significado do Batismo: “Ou não sabeis que todos
quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos
sepultados com ele pelo batismo na morte; para que como Cristo ressuscitou dos mortos, pela glória
do Pai, assim andemos nós em novidade de vida. Porque, se fomos plantados juntamente com ele na
semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição”.
O Batismo consiste em ser mergulhado nas águas e emergir delas.
A imersão (ser mergulhado nas águas) indica:
1. Morremos para o pecado (ver Gálatas 6:14; I Pe. 2:24) – Quando aceitamos o Senhor Jesus
Cristo declaramos nosso desejo de não mais submetermo-nos ao poder do pecado: “considerai-vos
como mortos para o pecado...” (Rm. 6:11a).
2. Identificamo-nos com a morte de Cristo – Observe novamente o verso 3 de Romanos 6:
“fomos batizados na morte (de Jesus Cristo)”. A identificação significa afirmar que o batizando é
quem deveria morrer por causa dos seus pecados.
1. Fomos ressuscitados para servir a Deus – “mortos para o pecado, mas vivos para Deus em
Cristo Jesus Nosso Senhor” (Rm. 6:11b) – O ser levantado no Batismo tipifica aquilo que Deus
mesmo fez em nossas vidas: Ele nos regenerou com o propósito de vivermos para Ele.
2. Identificamo-nos com a ressurreição de Cristo – Cristo ressurgiu dentre os mortos, o
mesmo acontecerá conosco – o batismo é uma declaração de esperança – esperança de que nossos
corpos serão levantados do sepulcro como foi o corpo de Cristo: “Porque o mesmo Senhor descerá
do céu com alarido e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo
ressuscitarão...” (I Ts. 4:16).
Podemos sintetizar os significados do Batismo da seguinte maneira:
De maneira bem simplificada, podemos definir Batismo como sendo a identificação daquele
que já morreu para o pecado e foi regenerado por Deus com a morte e a ressurreição de Cristo.
50
Neste ponto queremos frisar nossa atenção especificamente no aspecto de mandamento do
Batismo, para que entendamos que o Batismo não é opcional, mas obrigatório a todo o crente(3):
1. Cristo pediu para ser batizado (Mt. 3:13-15) – Cristo requisitou ser batizado por João
Batista, não para confessar seus pecados, pois Ele não os tinha (Hb. 4:15), mas simplesmente para
identificar-se com a mensagem de João que pregava a vinda do Messias. Com aquele ato, Cristo
queria afirmar que era Ele o Messias pregado por João e tal ficou provado, pois, o Espírito Santo
desceu sobre Cristo em forma de pomba e o Deus Pai declarou: “este é meu Filho amado, em quem
me comprazo” (Mt. 3:17).
2. Cristo ordenou aos apóstolos e aos primeiros discípulos na Grande comissão a ensinar e
batizar todos os que recebessem o Evangelho (Mt. 28:19,20; ver também Mc. 16:16).
3. Os apóstolos ensinavam e praticavam o Batismo: “Disse-lhes Pedro: Arrependei-vos e
cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo...” (At. 2:38).
Assim sendo, depois que o indivíduo tem plena certeza de sua salvação e tem dado mostras
do arrependimento gerado por Deus em sua própria vida, não há razão para que este indivíduo não
seja batizado.
C. A forma do Batismo
1. Batismo por Aspersão – Significa molhar com um pouco de água a cabeça do batizando.
Esta é a prática de igrejas como a Igreja Presbiteriana, Igreja Católica, algumas Igrejas
Congregacionais, etc.
2. Batismo por Imersão – Significa mergulhar totalmente o corpo do individuo nas águas.
Esta é a prática batista.
Defendemos o Batismo por Imersão como sendo a maneira correta pelos seguintes motivos:
1. Jesus Cristo foi batizado por Imersão – O texto bíblico relata: “E sendo batizado saiu
logo da água...” (Mt. 3:16). Ora, “Jesus não ia entrar num rio para receber umas gotinhas de água
na cabeça”(4). Além disto, João preocupava-se em procurar um lugar para batizar onde houvesse
água em abundância para realizar o batismo de Imersão: “Ora, João batizava também em Enom,
junto a Salim, porque havia ali muitas águas” (Jo. 3:23).
2. A palavra batizar significa imergir – A palavra batizar vem do grego, língua do Novo
Testamento, e significa “imergir” ou “mergulhar”.
3. A Imersão simboliza corretamente a identificação com a morte, e a Emersão, a
ressurreição de Cristo – É fácil pensarmos como molhar a cabeça com a água tem alguma relação
simbólica com a morte e a ressurreição de Cristo: “Na melhor das hipóteses, a aspersão é um
símbolo de um símbolo”.
As duas principais narrações que ensinam objetivamente sobre a Ceia do Senhor (Lc. 22:7-23
e I Co. 11:17-34) trazem a obrigatoriedade de sua realização:
“Fazei isto em memória de mim” (Lc. 22:19, I Co. 11:24).
O Significado da Ceia é duplo – Paulo declarou: “Porque todas as vezes que comerdes este
pão e beberes o cálice, anunciais a morte do Senhor até que Ele venha” (I Co. 11:26).
Por este texto entendemos um sentido passado e outro futuro.
51
Passado porque a Ceia é um Memorial – o pão e o vinho simbolizam o corpo e o sangue de
Cristo. “E a razão desta ordenança é manter viva no cristão a lembrança do sacrifício de Cristo”(5).
É futuro porque a Ceia é uma declaração de que Jesus voltará novamente – “até que Ele
venha”. Sempre que a igreja local se reúne, ela declara que Jesus virá a este mundo novamente.
Quem deve participar da Ceia é aquele que está em comunhão com Cristo e em comunhão
com os irmãos. Paulo ordena que o participante faça um auto-exame antes de tomar do Pão e do
Vinho – “examine-se pois o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice” (I Co.
11:28).
Assim, tendo um bom relacionamento com o Dono da Ceia (Cristo) e com os demais
participantes (A Igreja de Cristo), podemos comungar com alegria do Pão e do Vinho (ver Jo. 3:5-7).
IV. Conclusão
Ceia e Batismo – estas são as únicas ordenanças que encontramos para a Igreja – ambas
povoadas de profunda e singela simbologia.
Ambas tem um sentido memorial e escatológico (futuro).
A Ceia, como memorial, lembra o Corpo de Cristo que foi moído na Cruz para conceder-nos
salvação e, escatologicamente, aponta para o retorno do Cordeiro de Deus em tempo breve.
O Batismo, como memorial, aponta para nossa morte para o pecado e nossa disposição em
sermos servos de Deus. O Batismo tem um significado escatológico, pois, aponta para nossa
ressurreição futura, à semelhança da ressurreição de Cristo.
As Ordenanças são oportunidades de lembrar as obras de Deus em Cristo e em nós, e é
momento de ratificar nossa esperança no retorno do Senhor Jesus Cristo.
Notas e Referências:
(1)Landers, John, Teologia dos Princípios Batistas, p.104.
(2)Idem, p. 105.
(3)Thiessen, p. 303.
(4)Landers, p. 107.
(5)Thiessen, p. 307.
Avaliação
52
Lição 17
Disciplina na Igreja
Leitura Diárias:
Segunda – Gálatas 5:16-26
Terça – Mateus 18:15-17
Quarta – Mateus 18:18-22
Quinta – II Coríntios 2:1-13
Sexta – Efésios 6:1-10
Sábado – Mateus 7:1-5
Domingo – I Timóteo 5:17-25
I. Introdução
Disciplina não é uma palavra popular, talvez porque seja sinônimo de castigo, represália,
punição e coisas semelhantes.
Mas no Novo Testamento não é assim. A palavra disciplina está relacionada com o termo
discípulos, e poderíamos definí-la inicialmente como sendo tudo aquilo que é feito pela igreja local
para que os seus congregados sejam discípulos autênticos do Senhor Jesus Cristo.
Shedd dá-nos a seguinte ilustração:
“A palavra disciplina pinta o quadro dum mestre seguido por seus discípulos que prestam
atenção muito séria às suas palavras, mas almejam imitá-lo também. Tudo que o seu Senhor é, eles
procuram ser”(1).
Logo, devemos desassociar de nossas mentes disciplina de exclusão da igreja e de perda de
privilégios como membro, se bem que tais procedimentos podem ser empregados para que os crentes
sejam mais parecidos com Seu Mestre.
Disciplina é um todo – envolve ensino, exortação, advertência, repreensão, correção, etc.
Desta forma, disciplina é todo método que informa e corrige os conceitos errados que os discípulos
imaginam caracterizar seu mestre.
Desta forma, quando estou num estudo bíblico, estou recebendo disciplina, quando um irmão
chama-me ao lado e adverte-me sobre certa falha no meu comportamento, estou sendo disciplinado,
e assim por diante.
53
Neste verso tão expressivo da Epístola aos Efésios há a preocupação de Paulo com o “andar”
dos crentes, especificamente com o “andar” da igreja local como um todo (observe que a carta é
escrita a toda igreja). E o “andar”, que indica a prática de vida, o comportamento, deve ser digno –
ou seja – de acordo com nossa posição, pois, somos a Igreja de Cristo, a morada de Deus (Ef. 2:22),
templo do Senhor (v. 21), santos (v. 19), membros da família de Deus (v. 19), amados de Deus (v.
4), etc.
Enfim, é incompatível o pecado no seio da igreja, já que ela possui tamanhos privilégios e tão
elevada posição. A disciplina almeja apresentar ao Senhor da Igreja uma igreja santa e pura - afinal,
para tal Cristo morreu – “Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, a fim de a
santificar...” (Ef. 5:25,26).
A disciplina dentro do Corpo de Cristo traz grande benefício para os crentes que ainda estão
com saúde. Paulo, quando admoesta os crentes de Corinto a expulsarem do seu meio aquele irmão,
que mantinha relações com sua madrasta, afirmou: “Não é boa a vossa jactância. Não sabeis que um
pouco de fermento leveda a massa toda? Expurgai o fermento velho, para que sejais massa nova...”
O Apóstolo compara o pecado ao fermento. O fermento leveda a massa, o pecado não tratado
corrompe toda a igreja, mas quando o pecador é devidamente disciplinado os demais estarão menos
predispostos à desobediência: “Quanto aos que vivem em pecado, repreende-os na presença de
todos para que também os demais temam” (I Tm. 5:20)¹.
2. O segundo propósito refere-se ao membro que está doente. A disciplina bíblica nunca
visa simplesmente prejudicar ou castigar aquele que a merece. Pelo contrário, quando observamos as
Escrituras Sagradas, vemos que a aplicação da disciplina por parte da igreja local almeja restaurar o
irmão em desobediência.
Observe estes textos abaixo e os comentários que os acompanham:
- “Ora, se teu irmão pecar, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir terás ganho teu
irmão” (Mt. 18:15) – O alvo é ganhar o irmão e ganhá-lo para a comunhão – comunhão com o
ofendido, com a igreja e com o próprio Deus.
- “E fazei veredas para os vossos pés, para que o que é manco não se desvie, antes seja
curado” O manco é o doente espiritualmente, e o propósito é que ele seja restabelecido. O pecado é
visto como uma doença. Infelizmente um irmão doente é por muitos tratado como alvo do
preconceito de todos. O doente deve ser amparado e não discriminado. A igreja, como agência de
cura, deve tratar o enfermo espiritual visando sua restauração.
- “Pelo que vos rogo que confirmeis para com ele o vosso amor” (II Co. 2:8). Certo irmão,
que não sabemos exatamente quem era, estava entristecido por causa do pecado que havia cometido
e mostrava-se arrependido. Paulo orienta que ele deve ser tratado com amor. Na verdade, um irmão
enfermo espiritualmente deve merecer nossa solicitude e amor mais do que qualquer outro, caso
contrário ele será “devorado por excessiva tristeza” (2:7).
Enfim, a disciplina na igreja tem como objetivo restaurar o enfermo espiritual, reconduzindo-
o à comunhão com a igreja de Cristo e com o próprio Cristo.
A. Procedimento Vergonhoso
Tudo o que traz vergonha para a igreja, como agência de Deus, é motivo de disciplina. Entre
outras coisas:
1. Impureza – E aqui referimo-nos a adultério (traição do cônjuge - Ex. 20:14), fornicação
(relacionamentos sexuais pré-conjugais - Hb. 13:4), homossexualismo, etc.
54
2. Avareza – O amor ao dinheiro é condenável (I Tm. 6:10).
3. Idolatria (Mt. 22:37) – E entenda-se idolatria não apenas como culto a um ídolo de pedra
ou madeira, mas é quando alguém ou algo ocupa o lugar que pertence a Deus.
4. Maledicência – É um mal terrível que deve ser extirpado do nosso meio – a conhecida
fofoca. Salomão escreveu: “Pleiteia a tua causa com o próximo mesmo; e não reveles o segredo de
outrem” (Pv. 25:9). Veja também Pv. 6:16-19.
5. Bebedice – I Co. 6:10; 10:23,24.
6. Roubo – I Co. 5:11; Ef. 4:28.
B. Doutrinas Erradas
A preocupação por parte dos apóstolos com aqueles que estão no meio da igreja, mas que não
concordam com a sã doutrina, é especial. Paulo afirmou: “se alguém ensina outra doutrina e não
concorda com as sãs palavras do Nosso Senhor Jesus Cristo, e com o ensino segundo a piedade (...)
aparta-te dos tais” (I Tm. 6:1-5).
Lendo Mt. 18:15-17 percebemos que este comportamento é o que Cristo trata com maior
dureza. Uma das piores coisas que existe é alguém que se diga irmão, mas não reconhece sua
desobediência quando é confrontado com ela.
A. A Disciplina Pessoal
55
arrogância e superioridade. É interessante perceber que a palavra mansidão também poderia ser
traduzida por submissão – indicando a atitude de colocar-se sob e não sobre o irmão no momento de
corrigí-lo. O fato de estarmos disciplinando o irmão não nos dá o direito de desobedecermos o
mandamento de sujeitarmo-nos uns aos outros (leia Ef. 5:21).
B. A Disciplina Coletiva
V. Conclusão
Notas e Referências:
(1)Shedd, Russell, P. Disciplina na igreja, p. 15.
Avaliação
1. O que é disciplina?
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Lição 18
Leituras Diária:
Segunda – Isaías 40:1-8
Terça – Deuteronômio 8:1-3
Quarta – Ezequiel 2:8-3:3
Quinta – Provérbios 6:23
Sexta – Hebreus 4:12
Sábado – Romanos 15:1-4
Domingo – João 5:39
I. Introdução
Há duas práticas primárias, mas imensamente valiosas, que devem fazer parte do nosso
momento a sós com Deus, que podem ser chamadas de devocional ou hora silenciosa: o estudo das
Escrituras e a oração.
O momento devocional é oportunidade de contato direto com Deus – necessário ouvir de
Deus e conversar com Ele. Ouço através da Palavra, donde extraio os princípios que Ele quer para
minha vida. E falo através da oração.
Em pesquisa feita pela Junta de Mocidade da Convenção Batista Brasileira em 1989,
percebeu-se que a maior dificuldade dos jovens é exatamente separar tempo para ouvir a Deus falar
com Ele (34 de cada 100 jovens disseram ser esta sua maior dificuldade).
Há uma série de motivos para tal negligência, entre elas, o não saber como orar e nem como
ler (entender) a Bíblia. Assim, muitos acabam não se desenvolvendo apropriadamente na prática
devocional porque não sabem como realizá-la.
Vejamos neste primeiro estudo algumas diretrizes para a leitura e a compreensão apropriadas
das Escrituras, e no próximo aprenderemos sobre a prática da oração.
II Co. 4:4 afirma: “O deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos”.
O deus deste século, obviamente, refere-se a Satanás – seu ministério consiste em impedir
que os homens compreendam a verdade de Deus.
Se por um lado Satanás cega, o Espírito Santo ilumina. Jesus mesmo declarou: “quando vier,
porém, aquele, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade” (Jo. 16:13).
O Espírito Santo realiza na vida do homem o ministério de iluminação, ou seja, dá-nos a
correta compreensão das coisas espirituais, dentre elas a Bíblia.
57
Afinal, o Espírito Santo foi o autor da Bíblia, como nos afirma Pedro: “Porque a profecia
nunca foi produzida por vontade humana, mas os homens da parte de Deus falaram movidos pelo
Espírito Santo” (I Pe. 1:20). Profecia refere-se a toda verdade das Escrituras. E porque o Espírito
Santo é o autor, Ele é o melhor intérprete das Escrituras.
Em resumo: precisamos da Iluminação do Espírito Santo para compreendermos as Escrituras
e sabermos como elas devem ser aplicadas às nossas vidas. A razão porque em muitas circunstâncias
a Palavra nos é incompreensível deve-se exatamente ao fato de não nos colocarmos sob a iluminação
do Espírito Santo. E podemos fazer isto quando preliminarmente oramos e pedimos sua direção para
o entendimento da Bíblia.
Este é o primeiro passo no momento do estudo particular das Escrituras: orar pedindo a Deus
a iluminação do Espírito Santo.
Depois que estamos mergulhados num ambiente de oração e comunhão com o Autor da
Palavra, a providência seguinte é familiarizar-se com a própria Palavra. Observação consiste
exatamente em examinar completa e cuidadosamente o texto lido, permitindo que a mente fique
alerta e concentrada naquilo que se propõe a estudar.
No início do processo de observação é preciso ler várias vezes a passagem bíblica.
Vamos tornar nosso estudo mais interessante fazendo juntos todo este processo. Leia 3
vezes a passagem abaixo:
“E eu, irmãos, não vos pude falar como as espirituais, mas como a carnais, como a meninos
em Cristo. Com leite vos criei, e não com manjar, porque ainda não podíeis, nem tampouco ainda
agora podeis. Porque ainda sois carnais. Pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões,
não sois porventura carnais, e não andais segundo os homens? Porque, dizendo um: Eu sou de
Paulo; e outro: Eu de Apolo; porventura não sois carnais? Pois quem é Paulo, e quem é Apolo,
senão ministros pelos quais crestes, e conforme o que o Senhor deu a cada um? Eu plantei, Apolo
regou; mas Deus deu o crescimento. Pelo que, nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega,
mas Deus, que dá o crescimento. Ora o que planta e o que rega são um; mas cada um receberá o
seu galardão segundo o seu trabalho. Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de
Deus e edifício de Deus” (I Co. 3:1-9).
58
Agora que entendemos apropriadamente a passagem bíblica, tendo-a em nossas mentes,
passemos à interpretação.
Interpretar é simplesmente perguntar ao texto o seguinte: “O que o texto significa?” Nesta
parte do estudo da Bíblia, você procura explicar o sentido que essas palavras tinham para o escritor
quando ele as comunicou às pessoas do seu tempo.
Para que tenhamos uma interpretação correta de alguma passagem, torna-se necessário
tentarmos definir o sentido ou propósito do texto em uma única frase.
Poderíamos definir o sentido de I Co. 3:1-9 com a seguinte frase:
“Paulo admoesta os irmãos de Corinto a que terminem os partidos em torno de uma pessoa
dentro da igreja, pois, cada líder não passa de mero instrumento de Deus”.
O bom é que a interpretação da passagem seja objetiva e não passe de vinte ou trinta
palavras, e o conteúdo seja o mais claro possível.
Poderíamos ainda sintetizar a interpretação da passagem com um número menor de palavras:
“Os Crentes de Corinto são exortados a terminarem as divisões pois os seus líderes não
passavam de instrumentos de Deus”.
Qualquer estudo pessoal da Bíblia que pare na observação ou na interpretação ainda não
alcançou o propósito da própria Escritura (II Tm. 3:16,17).
É preciso aplicar à vida as Escrituras – aquilo que Esdras fazia: “Porque Esdras tinha
preparado o seu coração para buscar e para cumprir a lei do Senhor...” (Ed. 7:10).
Aplicação da Bíblia não é aplicar os ensinamentos da Palavra à vida dos outros, mas na nossa
vida individualmente. Enfim, uma definição de Aplicação é a seguinte:
Aplicação é quando transformo conceitos bíblicos em prática na minha própria vida.
Na verdade, a iluminação, a observação e a interpretação são apenas degraus para chegar-se
ao topo da escada: A Aplicação:
1. Defina e entenda o princípio que extraímos de I Co. 3:1-9? É errado ter “partidos” na
igreja de Cristo.
2. Leve o princípio a tornar-se prático.
a. Evite frases: “não devemos ter partidos na igreja”
b. Use o verbo na primeira pessoa do singular: “eu não devo fazer parte de grupos
(panelinhas) na igreja”.
3. Leve o princípio a ser formulado de forma mais objetiva. Faça a seguinte pergunta a si
mesmo:
De que modo desobedeci este princípio?
Poderíamos aqui criar uma situação hipotética para I Co. 3:1-9:
“Na oportunidade da votação para saber se a cor da tinta a ser aplicada nas paredes do
templo deveria ser amarelo ou verde, optei por amarelo porque José, que é do meu grupo na igreja,
assim propôs”.
4. Transforme seu princípio em ação, dando-lhe forma diretiva. Por exemplo:
“Na próxima decisão que envolva interesse da igreja, vou orar a Deus silenciosamente para
pedir que Ele me mostre qual proposta devo apoiar e não serei guiado pela minha consideração a
alguém em particular”.
59
VI. Conclusão
Avaliação
“E, regressando os apóstolos, contaram-lhe tudo o que tinham feito. E, tomando-os consigo,
retirou-se para um lugar deserto de uma cidade chamada Bestaida. E, sabendo-o a multidão, o
seguiu; e ele os recebeu, e falava-lhes do reino de Deus, e sarava os que necessitavam de cura. E já
o dia começava a declinar; então, chegando-se a ele os doze, disseram-lhe: Despede a multidão,
para que, indo aos lugares e aldeias ao redor, se agasalhem, e achem o que comer; porque aqui
estamos em lugar deserto. Mas ele lhes disse: Dai-lhes vós de comer. E eles disseram: Não temos
senão cinco pães e dois peixes; salvo se nós próprios formos comprar comida para todo este povo.
Porquanto estavam ali quase cinco mil homens. Disse então aos seus discípulos; fazei-os assentar,
em ranchos de cinqüenta em cinqüenta. E assim o fizeram, fazendo-os assentar a todos. E, tomando
os cinco pães e os dois peixes, e olhando para o céu, abençoou-os e partiu-os, e deu-os aos seus
discípulos para os porem diante da multidão. E comeram todos, e saciaram-se; e levantaram, do
que lhes sobejou, doze cestos de pedaços” (Lc. 9:10-17).
- Quem?
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- O Quê?
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- Onde?
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- Quando?
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- Por quê?
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4. Faça a interpretação do texto em vinte a trinta palavras:
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Lição 19
Devocional – Oração
Leituras Diárias:
Segunda – Mateus 6:5-8
Terça – Mateus 6:9-13
Quarta – Lucas 11:1-4
Quinta – Mateus 7:7-11
Sexta – I Timóteo 2:1-8
Sábado – II Crônicas 7:12-16
Domingo – I Tessalonicenses 5:17
I. Introdução
Estive presente em certa reunião quando uma missionária idosa, reconhecidamente uma
mulher de oração, estava sendo entrevistada. Depois de muitas perguntas feitas pela entrevistadora e
pelo público, um jovem pediu a palavra e afirmou que tinha grande desejo de ter uma vida de oração,
mas não tinha tempo para tal. A senhora deu um pequeno sorriso e perguntou-lhe: “Você tem tempo
para comer?”. O rapaz, surpreso com a questão, respondeu: “Sim, claro que sim”. “E para
dormir?”, perguntou novamente a senhora. “Sim, tenho”. E ela respondeu mais ou menos com as
seguintes palavras: “Deixe de comer ou de dormir e vá orar”.
Esta resposta da missionária possui um pouco de ironia, mas transparece incrível verdade: A
oração é prioritária em nossas vidas e qualquer esforço ou sacrifício justificará sua prática.
Encontramo-nos com dois terríveis problemas quando nos propomos a estudar o assuntos
agora em pauta:
1. Oração se aprende fazendo e não lendo livros.
2. O material nas Escrituras sobre oração é abundante e resumí-lo em um único estudo é até
lamentável.
Entretanto, não podemos deixar de lado valioso tema quando nos propomos a estudar sobre
Revisão Doutrinária.
E já que temos de escolher um texto para nosso estudo, optemos pelas orientações de Cristo
para a prática da oração no Sermão do Monte (Mt. 6:5-13).
O texto que ora estudamos no afã de extrair princípios e diretrizes para a prática da oração
faz parte do conhecido Sermão do Monte, que se constitui numa espécie de resumo de um período de
ensinamentos que Jesus transmitiu de uma só vez, no qual há a síntese do padrão de valores e de
comportamento daquele que é filho de Deus e cidadão do Reino dos Céus.
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“E quando orares, não sejais como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas
sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já
receberam o seu galardão. Mas tu, quando orares, entra no teu aposento, e, fechando a tua porta,
ora a teu Pai que está em oculto; e teu pai, que vê secretamente, te recompensará. E, orando, não
useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos. Não
vos assemelheis pois a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho
pedirdes” (Mt. 6:5-8).
A. Eu devo orar não para ser visto pelos homens, mas para ser ouvido por Deus.
Se Cristo nos orienta nos versos 5 e 6 para não repetirmos a prática de oração dos fariseus,
nos versos 7 e 8 Ele faz uma condenação da maneira de orar própria dos gentios da época.
Os pagãos utilizavam “vãs repetições”, ou seja, multiplicavam rezas e rezas, ladainhas e
ladainhas para seus deuses, pois, acreditavam que eles podiam estar muito ocupados para atender
qualquer mortal. Os deuses pagãos eram cheios de características e vícios humanos: os deuses
tinham paixões, encolerizavam-se, sentiam ciúmes, tinham rivalidades entre si, comiam, bebiam,
dormiam, etc. (“E sucedeu que ao meio dia Elias zombava deles, e dizia: Clamais em altas vozes,
porque ele é um deus; pode ser que esteja falando, ou que tenha alguma coisa que fazer, ou que
intente alguma viagem; porventura dorme, e despertará” – I Re. 18:27).
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Então, para que a divindade fosse incomodada, o pedinte multiplicava suas rezas.
Nosso Deus, no entanto, não se distrai e nem dorme (“eis que não dormitará e nem dormirá
aquele que guarda a Israel” - Sl. 121:4).
Cristo ainda nos informa que Deus conhece nossas necessidades antes mesmo que façamos
os pedidos a Ele. Nesta altura, deve surgir uma questão em mente: porque devo orar se Ele conhece
aquilo que vou pedir?
É verdade que o Senhor, como Deus Onisciente, não precisa ser informado de nossas
necessidades. No entanto, Ele é Pai e como Pai aprecia que seus filhos venham com verdadeira
confiança expor suas necessidades. Este tipo de comunicação torna mais profunda a nossa relação
com Deus.
Desta forma, na esfera da oração, nossa intimidade e nossa dependência de Deus aumentam.
Além disto, quando oramos, analisamos, refletimos e declaramos nossas limitações ao Pai. Foi João
Wesley, grande homem de Deus, que afirmou:
“Assim, o fim de vossa oração não é informar a Deus... mas informar a vós mesmos, fixar
mais profundamente em vossos corações o sentido de vossa necessidade e o sentido de vossa
contínua dependência daquele que é o único capaz de suprir todas as vossas faltas”(1).
Podemos dizer que há quatro propósitos básicos para a prática da oração:
1. Propósito Relacional – quando oramos nosso relacionamento com o Pai se estreita.
2. Propósito Confessional – afirma nossa dependência de Deus.
3. Propósito Sensitivo – tornamo-nos atentos para aquilo que Deus nos quer conceder
mediante nossas orações.
4. Propósito Instrumental – nossas orações são instrumentos que Deus deseja utilizar para
chegar a algum propósito. Por exemplo: a salvação de um ente querido.
“Portanto, vos orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome;
venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia
nos dá hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores; e não
nos induzas à tentação; mas livra-nos do mal; porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para
sempre. Amém”
Este é o conhecido Pai Nosso e através desta oração, desta oração modelo, temos uma série
de orientações para nossa prática de oração:
Cristo começa sua oração com uma expressão de reconhecimento da grandiosidade divina e
de adoração: “Pai Nosso, que estás nos Céus” – Cristo reconhece que Deus está acima de tudo e de
todos – sua habitação é celestial, a dos homens é terrena.
Observe que Deus e sua glória são o centro das atenções logo no início da Oração do Senhor.
Cristo pede que o nome do Pai seja santificado, o Reino seja estabelecido e a vontade de Deus seja
realizada.
Obviamente que o nome de Deus já é santo. Cristo ora para que o caráter santo de Deus seja
reconhecido dentre os homens. Num mundo marcado pela negação de Deus através dos valores e
comportamento, e das blasfêmias humanas, devemos orar e agir para que Deus seja respeitado pela
humanidade.
Os dois outros pedidos de Cristo: estabelecimento do Reino e realização da vontade divina,
estão relacionados entre si e são interdependentes. Afinal, o estabelecimento do Reino de Deus tem a
ver com a obediência dos homens ao próprio Deus. Cristo não faz referência ao Reino Escatológico,
ao Milênio, mas refere-se ao Reino presente na vida dos homens através da desobediência ao
Evangelho.
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Se por um lado Cristo ensina-nos a orar com a cabeça no Céu, Ele não retira os pés do chão.
Cristo ensina-nos a colocar nossas necessidades diante de Deus.
A expressão “dá-nos o pão nosso de cada dia” poderia ser traduzida por “dá-nos o pão
necessário para sobrevivermos”. Encontramos o mesmo pedido em Provérbios 30:8: “não me dês
nem a pobreza, nem a riqueza, dá-me o pão que me é necessário”.
Pão não se refere simplesmente àquele produto que adquirimos na padaria, mas refere-se a
tudo aquilo que é primário em nossas vidas – sejam necessidades mentais, necessidades emocionais
ou espirituais.
Mas nem só de pão viverá o homem! Cristo ensina-nos a orar pedindo perdão pelos nossos
pecados, e requerendo proteção contra as tentações do Diabo.
IV. Conclusão
Notas e Referências:
(1)Wesley, Sermões pelo Reverendo João Wesley, 1:551.
Avaliação
Ore, a partir desta segunda-feira até sábado, no mínimo cinco minutos diários, colocando em
prática os princípios aprendidos nesta lição.
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Lição 20
Testemunhas de Jeová
Leituras Diárias:
Segunda – Filipenses 2:7-11
Terça – Efésios 3:14-16
Quarta – Atos 16:6-11
Quinta – João 3:3-6
Sexta – Lucas 16:19-31
Sábado – Mateus 24:42-44
Domingo – Lucas 17:10-16
I. Introdução
O lema básico dos Testemunhas de Jeová, segundo eles mesmos, é o seguinte: “Leia, creia,
venda os livros de Russell e Rutheford, fale de Deus como Jeová, e de todas as igrejas como
Anticristos – faça isso e será salvo”(1).
Os Testemunhas de Jeová julgam-se o único grupo religioso que verdadeiramente agrada a
Deus, e todos aqueles que não adotam sua literatura e suas idéias pertencem à religião do Anticristo.
Os Testemunhas de Jeová possuem ainda outros nomes: Sociedade de Folhetos da Torre de
Vigia, Sociedade de Bíblias e Tratados da Torre de Vigia (título oficial), Sociedade do Novo Mundo
e Russelitas.
II. Histórico
O nome russelitas origina-se do fundador desta seita, um dito “pastor” Charles Taze Russell,
que nunca estudou num Seminário ou Instituto Bíblico; na verdade, ele abandonou a escola com
apenas 14 anos!
Várias vezes Russell foi levado aos tribunais americanos, algumas vezes por exatamente
utilizar o título “pastor” sem direito a ele, outras vezes por opor-se às instituições do país, como, por
exemplo, ao serviço militar, e em outras circunstâncias foi levado ao banco dos réus pela própria
esposa por causa de seus maus procedimentos – ao ponto dela, não suportando seus maus-tratos, seu
regime autoritário dentro de casa e seus muitos casos amorosos, abandoná-lo e, posteriormente,
divorciou-se dele(2).
Em 1872 Russell começou a fazer estudos bíblicos e conseguiu reunir em torno de si um
pequeno grupo de discípulos. Alguns anos depois, Russell começou a realizar publicações
particulares, que eram lidas e aceitas por seus seguidores. Em 1884 o russelismo tornou-se pessoa
jurídica.
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Após a morte de Russell, assumiu a presidência da seita um advogado, Joseph F. Rutheford
(1862-1942). “Várias reinterpretações de doutrina e das Escrituras marcaram sua administração.
Rutheford tornou-se o novo oráculo da mensagem de Deus para esta era, e os escritos e
interpretações de Russell foram com freqüência rejeitados e negligenciados por não serem
coerentes com a nova corrente de pensamentos”(3).
Nathan H. Knorr (1905-1977) foi o substituto de Rutheford – sob sua direção os T.J.
cresceram em todos os sentidos – crescimento organizacional, numérico, “evangelismo” e nas áreas
de publicações e constituições. O quarto presidente dos T.J. foi Frederick W. Franz (1885-?).
A. A negligência da Bíblia
Os T.J. utilizam a Bíblia dentro das suas pastas, mas a Bíblia não é a única regra de fé e
prática deles – os escritos da sociedade da Torre de Vigia, especialmente os escritos de Russell e
Rutheford são, na prática, o que determina a fé e a prática dos Testemunhas de Jeová.
Em muitas ocasiões os líderes dos T.J. negaram o direito da pessoa, individualmente, ler e
interpretar as Escrituras:
“Jeová não dá a indivíduos interpretação (das Escrituras). Precisamos de um guia, e este é o
servo fiel e discreto. Precisamos reconhecer a fonte da nossa instrução. Temos que ser como um
asno, humildes, e ficarmos na manjedoura; assim não receberemos nenhum veneno”. (Palavras de
um dos membros do Corpo Governante em 29 de maio de 1980).
“Alguns estão dizendo que basta ler a Bíblia exclusivamente, de modo pessoal ou em grupos
pequenos em casa. Porém, ainda que pareça estranho, por meio de tal leitura da Bíblia muitos têm
retornado às doutrinas apóstatas...” (A Sentinela, publicação T.J., 15/08/1981, pp. 28,29).
Os T.J. estão cheios de erros doutrinários exatamente porque não é a Bíblia a base para sua
fé.
Paulo afirma que as Escrituras nos fazem sábios para a salvação (leia II Tm. 3:15). A
negligência do que as Escrituras afirmam é o caminho mais curto para a perdição.
B. A volta de Cristo
Os T.J. várias vezes predisseram a volta de Cristo. Obviamente Cristo não voltou nas datas
previstas e novas datas eram então estabelecidas:
1897 – “Nosso Senhor, o Rei Nomeado, já está presente, desde outubro de 1874” (A Batalha
do Armagedom, vol. IV, p. 621).
1916 – “Os mil anos do reinado de Cristo começaram em 1873” (Studies In The
Scriptures, vol II, p. II).
1966 – “Os seis mil anos desde a criação do homem terminarão em 1975 e o sétimo período
de 1.000 anos da história humana começará no outono de 1975” (Vida Eterna na Liberdade dos
Filhos de Deus, p. 28-29).
1968 – “Faltam apenas cerca de 90 meses antes de se completarem os 6.000 anos da
existência do homem na terra. A maioria do povo vivendo hoje provavelmente sobreviverá ao
surgimento do Armagedom” (Kingdom Ministry – Ministério do Reino, 3:1968).
Todas as citações (aliás, por demais contraditórias), são de livros editados pelos T.J. Com
elas, eles se mostraram terríveis violadores da vontade divina quando começaram a determinar datas
para o retorno de Cristo:
“Vigiai, pois, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor” (Mt. 24:42). Veja também
Mt. 24:23-27.
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Os profetas dos T.J. foram mentirosos quando determinaram datas para eventos futuros. A
própria revista Despertai reconheceu isto:
“De fato, tem havido aqueles que em tempos passados predisseram o fim do mundo, até
mesmo anunciando data específica... Porém nada aconteceu. O Fim não chegou. Faltava nas
pessoas que o fizeram as verdades de Deus e a evidência de que Ele os estava guiando e usando”
(Despertai!, 8/10/1968, p. 23). Leia ainda Deuteronômio 18:20.
C. Jesus Cristo
Jesus Cristo, segundo eles, foi um mero profeta, apenas mais uma das “Testemunhas de
Jeová”, mas não é divino. A Bíblia deixa claro, no entanto, não só a divindade de Cristo, mas
claramente chama-O de Deus: “de quem são os patriarcas; e de quem o Cristo descende segundo a
carne, o qual é sobre todas as coisas, Deus bendito eternamente” (Rm. 9:5). Veja ainda João 1:1;
Ap. 1:8; Isaías 9:6 e revise o material sobre A Pessoa de Jesus Cristo.
D. O Espírito Santo
Para os T.J. o Espírito Santo é uma força ativa, ou seja, não possui personalidade.
Mas, em uma série de oportunidades, como já vimos em lição anterior, o Espírito Santo é
apontado como detentor de atitudes pessoais:
1. Ele pensa (Ef. 1:17), tem emoções (Ef. 4:30) e vontade (I Co. 12:11).
2. Ele realiza atos que uma força não poderia fazer: Ele ensina (Jo. 14:26), guia (Rm. 8:4),
convence (Jo. 16:7,8), etc.
Não só o Espírito Santo é um ser pessoal, mas também é divino (veja At. 5:3,4 e releia a lição
7 na parte sobre “a divindade do Espírito Santo”).
E. A Salvação
F. O Inferno
Para os T.J. o Inferno não existe – foi o que declarou o próprio Russell: “É tão patente que o
Inferno da Bíblia é o túmulo ou sepultura comum da humanidade...”(6). Mas o Inferno existe e é
lugar de castigo eterno: “Como labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus
e dos que não obedecem ao Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo; os quais por castigo
padecerão eterna perdição, ante a face do Senhor e a glória do seu poder” (II Ts. 1:8,9)
G. Transfusão de Sangue
Os T.J. são radicalmente contrários à Transfusão de Sangue com base em textos como Lv.
3:17: “estatuto perpétuo, pelas vossas gerações, em todas as vossas habitações será isto: nenhuma
gordura nem sangue algum comereis”. Mas este texto era apenas dirigido aos israelitas pelos
seguintes motivos:
1. O sangue, que permite a vida e representa a própria existência, deveria ser derramado na
terra como mera devolução a Deus da vida que a Ele pertencia. Na verdade, o sangue derramado
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sobre o altar simbolizava a vida do próprio pecador que deveria morrer por sua desobediência. Não
comer do sangue era um memorial a Israel de que a vida pertence a Deus. (veja Lv. 17:11 e Dt.
12:24).
2. A Lei foi dada ainda durante o êxodo israelita. E nesta circunstância a possibilidade de
uma doença dizimar todo o povo era grande. Segundo o hematologista Romeu Ibrahim de Carvalho,
a proibição de não comer sangue está relacionada a princípios higiênicos: “...no caso do sangue, há
facilidade na transmissão de certas doenças, como a hepatite...”(7).
No Antigo Testamento, o sangue não passava de representação da própria vida. Quando dou
ou recebo sangue não estou doando meu “espírito” ou recebendo parte do “espírito” de terceiro. Ora,
se um homem perdeu uma perna, não tem agora menos alma nem perdeu parte da sua vida(8):
IV. Conclusão
Os T.J. são, na realidade, prisioneiros de uma mentira dita muitas vezes, que acabou
tornando-se uma aparente “verdade”.
Para finalizar, transcrevo cinco sugestões apresentadas por José Raimundo Gomes da Silva,
que nos ajudam quando somos confrontados pelos Testemunhas de Jeová(9):
1. Não discuta acerca da crença deles (se você não tem base bíblica).
2. Comece a falar com autoridade e segurança.
3. Mostre que são pecadores, como os demais.
4. Fale do perdão e da salvação em Jesus Cristo.
5. Faça o apelo para que creiam em Cristo e o aceitem como seu Salvador Pessoal.
Notas e Referências:
(1)Tácito da Gama Leite Filho, Seitas Proféticas, vol I, p. 78.
(2)Cabral J., Religiões e Heresias, p. 176.
(3)Instituto de Pesquisas Cristãs.
(4)Van Baalen, J. K., O Caos das Seitas, p. 192.
(5)Ibidem
(6)Leite Filho, op. Cit, p. 84.
(7)Idem, p. 86.
(8)Van Baalen, op. Cit., p. 191.
(9)Leite Filho, op. Cit., p. 87.
Avaliação
1. Coloque em ordem cronológica o nome dos quatro dirigentes principais dos Testemunhas de
Jeová:
( ) Joseph T. Rutheford
( ) Frederick W. Franz
( ) Charles Taze Russell
( ) Nathan H. Knorr.
2. Descreva a crença dos T.J. com relação aos três pontos abaixo e refute suas idéias com um verso
bíblico.
Espírito Santo
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
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Cristo
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
Salvação
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
Lição 21
Leituras Diárias:
Segunda – Atos 20:17-28
Terça – Efésios 4:11-16
Quarta – I Timóteo 5:17-25
Quinta – Gênesis 14:18-20
Sexta – Malaquias 3:7-10
Sábado – Mateus 23:16-23
Domingo – Lucas 12:13-21
I. Introdução
Logo de início precisamos fazer uma distinção entre Congregação Cristã no Brasil e Igreja
Congregacional, pois, os nomes semelhantes podem trazer alguma confusão. A primeira é uma seita,
que crê ser a única comunidade cristã certa na face da Terra e a segunda é uma igreja evangélica
com doutrinas praticamente idênticas às batistas.
A seita não admite a propagação de suas crenças através do rádio, nem pela televisão, nem
mesmo através de cultos ao ar livre, mesmo assim, possui mais de 500.000 adeptos no Brasil(1).
II. Histórico
A seita começou com um imigrante italiano chegado ao Brasil no início de 1910, chamado
Luigi Francescon.
Logo no início o movimento ficou limitado aos imigrantes, mas paulatinamente foi
alcançando brasileiros e, assim, cresceu mais rapidamente.
São Paulo é hoje o maior reduto desta seita, possui um quarto de todas as comunidades
juntas. A seita, talvez por causa da origem entre a classe de proletariados, atinge a maioria das
pessoas simples, operários e iletrados.
Vejamos algumas convicções que esta seita possui, bem como a refutação bíblica paras as
mesmas:
A. Pastores
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A Congregação Cristã não reconhece o pastor como um oficio estabelecido no Novo
Testamento. Eles afirmam que deve existir apenas anciãos e diáconos. Eles não assalariam seus
líderes, os quais não estudam, pois, é consenso no pensamento da seita que o Espírito Santo coloca
na boca do pregador as palavras certas, com base em Mt. 10:19,20.
Mas a Bíblia ensina diferente.
1. Vimos em lição anterior que ancião, bispo e pastor apontam para uma mesma função e
não três tipos de oficiais da igreja local. E o texto que aponta estas funções como sendo apenas uma
é Atos 20:17,18,28: “De Mileto mandou a Éfeso chamar os anciãos da igreja e tendo eles chegado,
disse-lhes: ...Cuidai pois de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos
constituiu bispos, para apascentardes (pastor) a igreja de Deus...”.
2. Deus constituiu alguns como pastores. “E ele concedeu uns como apóstolos, e outros como
profetas, e outros como evangelistas, e outros como pastores e mestres” (Ef. 4:11).
3. Não só o Novo Testamento comprova a existência da função de pastor, mas faz uma
referência direta ao sustento financeiro, ensinando que aqueles que se dedicam especialmente ao
estudo devem ser alvo de justas gratificações:
“Os anciãos (ou pastores) que governam bem, sejam tidos por dignos de duplicada honra,
especialmente os que labutam na pregação e no ensino. Porque diz a Escritura: não atarás a boca
ao boi quando debulha. E: Digno é o trabalhador do seu salário” (II Tm. 5:17,18).
É consenso geral, especialmente com base no contexto deste verso acima citado, que Paulo
refere-se ao honorário pastoral, como apoia Champlin: “A honra aqui referida... provavelmente se
refere à remuneração financeira”(2).
B. O Dízimo
D. O Ósculo Santo
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Obviamente que o ósculo santo dos congregacionais é censurável hoje: “uma saudação dessa
natureza, isto é, um beijo dado entre os membros da igreja, indistintamente, na cultura acidental de
hoje, não é bem visto. Um aperto de mão substitui naturalmente a saudação com ósculo santo”(4).
F. A Oração
Há ainda uma última doutrina da Congregação Cristã no Brasil: o único jeito correto de orar é
de joelhos.
No entanto, é difícil pensarmos como Jonas ficou ajoelhado no ventre do peixe quando
levantou sua súplica de arrependimento ao Pai. Ou ainda, é impossível que Cristo tenha descido da
cruz quando orou durante o período de sua crucificação.
As exortações existentes na Bíblia para orarmos continuamente são um sinal de que não há
uma posição única para conversarmos com Deus: “Orai sem cessar” (I Ts. 5:17).
IV. Conclusão
A Congregação Cristã é uma seita nacional, mas igualmente repleta de erros, especialmente
no que se refere à sua prática eclesiástica: sem pastores, sem dízimos, com imposições ridículas e
totalmente fora de época, como o véu e o ósculo santo. E, apesar de acusarem todos os outros grupos
de legalistas, mostram-se por demais legalistas, quando impõem uma forma única para oração.
Notas e Referências:
(1)Leite Filho, op. cit., vol. 1., p. 111.
(2)Champlin, Nil, vol. 5, p. 338.
(3)Leite Filho, op. cit., 1:115.
(4)Idem, 1:116.
Avaliação
71
Lição 22
Leituras Diárias:
Segunda – Hebreus 8:6-13
Terça – Mateus 7:19-24
Quarta – Lucas 16:19-31
Quinta – Apocalipse 14:6-11
Sexta – Isaías 53:1-6
Sábado – Hebreus 9:23-28
Domingo – I Tessalonicenses 4:13-5:11
I. Introdução
II. Histórico
Guilherme Muller já havia sido batista, mas deixou-se enganar por suas conclusões
apressadas. Muller depois marcou a volta de Cristo para 1844, mas Cristo não voltou. Muller,
frustrado, saiu do movimento e pelo que parece retornou à comunhão de sua igreja. No entanto, o
grupo não foi dissolvido com a saída do seu líder. Hiram Edson reinterpretou a profecia de Muller e
afirmou que o santuário, para onde Cristo retornaria em 1843, não era a Terra, mas sim o Céu – um
santuário celestial, e Cristo não foi visto quando retornou nesta data, pois, o santuário celestial é
invisível.
Além de Hiram, destacou-se Ellen White, que se tornou a profetisa e a papisa do movimento,
a qual afirmou ter uma visão para que fosse guardado o sábado como dia de descanso. Daí o nome
do movimento: Adventista do Sétimo Dia. O Advento relaciona-se com a volta de Cristo e o Sétimo
Dia, indica o Sábado.
72
Os primeiros dias dos adventistas foram marcados por uma série de doutrinas ridículas que
hoje eles tentam esconder e esquecer: A doutrina da “porta fechada” (em 22 de outubro de 1844 a
porta da salvação se fechara para toda a humanidade, exceto para os adventistas); consideravam que
plantar árvores era negar a fé; estudar não era necessário, pois, Cristo estava voltando muito em
breve; era errado escolher um nome de igreja, pois, seria imitar a Babilônia; a moda para as
mulheres, ditada pela Sra. Ellen White, era uma saia curta por cima das calças compridas(2), etc.
Vamos conhecer as doutrinas atuais da Igreja Adventista do Sétimo Dia e a refutação bíblica
para as mesmas.
A. A Guarda do Sábado
3. Parte da Lei de Moisés, chamada de Lei Cerimonial, era obrigação exclusiva dos judeus,
que tinham como propósito principal apontar para o Messias que viria, foi cumprida através da morte
de Cristo, e os cristãos não precisam, por isso, cumprí-la: “Ninguém, pois, vos julgue por causa da
comida e da bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isto tem sido sombra das
coisas que haviam de vir...” (Cl. 2:16,17). Veja ainda Rm. 10:4.
73
O adventismo afirma: “o ensino positivo da Sagrada Escritura é que o pecado e os
pecadores serão exterminados por não mais existirem”(4).
Segundo este raciocínio, quando Deus for condenar os ímpios por ocasião do Julgamento do
Grande Trono Branco, eles deixarão de existir: “...Esta é a segunda morte, o lago de fogo. E todo
aquele que não foi achado no livro da vida, foi lançado no lago de fogo” (Ap. 20:14,15).
Os adventistas entendem a “morte eterna” ou “segunda morte” como sendo a inexistência ou
aniquilamento da alma. Mas eles esquecem que morte não é sinônimo de aniquilamento ou
inexistência, mas morte sempre significou separação:
- Morte Física – Separação do espírito do corpo;
- Morte espiritual – Separação eterna do espírito da comunhão com Deus.
Além disto, Cristo mostrou que os ímpios irão sofrer eternamente e não deixarão existir:
“Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o
fogo eterno, preparado para o Diabo e seu anjos... E irão para o castigo eterno, mas os justos para
a vida eterna” (Mt. 25:41,46).
Lendo Levítico 16:15,20-22 vemos a descrição de como se daria o sacrifício pelo pecado do
povo. Um primeiro bode seria morto como oferta pelo pecado e um segundo bode receberia a
imposição das mãos do sacerdote, recebendo, ilustrativamente, os pecados do povo. Depois, este
segundo bode seria enviado para o deserto “carregando” os pecados de todo o povo.
Os adventistas, então, identificam o bode imolado com Jesus Cristo e o bode enviado com
Satanás. Dizendo, com isto, que nossos pecados foram lançados sobre o Diabo. Na verdade, Satanás,
é identificado como co-participante da obra redentora de Cristo.
Obviamente é um grande erro pensar deste modo.
A interpretação correta deste texto é que ambos os bodes de Levítico 16 representam ênfases
da obra expiatória de Cristo: o bode imolado representa a expiação dos pecados, e o bode enviado
representa a remoção completa dos pecados(5).
Isaías confirma que Cristo carregou nossos pecados e não o Diabo: “Mas ele foi feriado por
causa das nossas transgressões, e esmagado por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos
traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos
desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele
a iniqüidade de todos nós” (Is. 53:5,6).
Como toda seita, os adventistas possuem outros escritos que recebem a mesma importância
das Escrituras, apesar de eles não admitirem tal fato.
Mas, a verdade é que “os adventistas atribuem aos escritos da Sra. White o valor de
profecias, revelações divinas. As visões dessa senhora ocorriam quando ela sofria ataques. Seu
próprio médico, o chefe do Hospital Adventista de Battlegreek, em 1869, declarou: As visões da Sra.
White são perturbações mentais, oriundas de anomalias no cérebro e no sistema nervoso”(6).
A Bíblia nos orienta a negligenciarmos palavras de pessoas que dizem ter outros ensinos que
estão na realidade em oposição às Escrituras:
“Estou maravilhado de que tão depressa estejais desertando daquele que vos chamou na
Graça de Cristo, para outro Evangelho, o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam
e querem perverter o evangelho de Cristo” (Gl. 1:6,7).
IV. Conclusão
O Adventismo, que se apresenta tão simpático e tão voltado para as necessidades sociais, na
verdade é uma seita.
74
Crêem que a guarda do Sábado está ligada à Salvação, e com isto anulam a obra de Cristo,
que tudo fez para nos conceder salvação eterna. Os adventistas constituem-se nos fariseus modernos,
à semelhança daqueles primeiros que cobraram de Cristo a guarda do Sábado.
Infelizmente, o iniciador do movimento foi um batista que, sem base doutrinária e teológica,
deixou-se levar por conclusões apressadas e errôneas. Tal fato serve de grande lição para nós – para
que não sejamos instrumentos do Diabo na fundação ou consolidação de novas mentiras.
Pelo contrário, devemos nos unir ainda mais ao que temos aprendido e à nossa igreja:
“Não abandonando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes, admoestando-
nos uns aos outros; e tanto mais quanto vedes que se vai aproximando aquele dia” (Hb. 10:25).
Notas e Referências:
(1)Leite Filho, op. cit., p. 31.
(2)Idem p. 33.
(3)J. Cabral, op. cit., p. 173.
(4)Van Baalan, op. cit., p. 151.
(5)Idem, p. 38.
(6)Idem, p. 41.
Avaliação
75
Lição 23
Neopentecostalismo
Leituras Diárias:
Segunda – Atos 2:1-4
Terça – João 16:1-4
Quarta – Atos 8:14-17
Quinta – Atos 11:1-8
Sexta – Atos 19:1-7
Sábado – I Coríntios 12:1-13
Domingo – Efésios 4:1-16
I. Introdução
Antes de mais nada, torna-se necessário termos em mente uma distinção entre os carismáticos
e os neopentecostais (derivados dos pentecostais).
Os neopentecostais são aqueles que originam-se das denominações que nasceram com o
próprio movimento pentecostal. Entre elas: Igreja Assembléia de Deus, Evangelho Quadrangular e
Pentecostal Unida. Os carismáticos, ou renovados, são aqueles originados das chamadas igrejas
históricas (Igrejas Episcopal, Luterana, Metodista, Batista, Presbiteriana, Congregacional, etc.), que
aceitam a doutrina pentecostal. Dentre as igrejas carismáticas podemos citar: Igrejas filiadas à
Convenção Batista Nacional, Igreja Metodista Wesleyana, Igreja Presbiteriana Renovada, e assim
por diante.
Os defensores do neopentecostalismo fazem de tudo para tornar o crente evangélico em um
partidário da chamada “experiência pentecostal”.
O título neopentecostal surge da identificação que os grupos defendem ter com o batismo no
Espírito Santo e o falar em línguas, fatos acontecidos em Atos, capítulo 2.
Estudaremos a história deste movimento que tem trazido tantas dúvidas, divisões e confusão
nas igrejas evangélicas do nosso tempo.
II. História
76
chegaram no Brasil em 1910 e tiveram uma revelação que deveriam ser missionários no Pará.
Naquele Estado, arpoximaram-se da Primeira Igreja Batista de Belém e no sótão do seu templo
começaram reuniões de oração e despertamento espiritual dos irmãos.
Entre 1920 e 1930 os pentecostais do Pará começaram a estabelecer igrejas no Sul e Sudeste
do país, e, por fim, em todo o Brasil, sendo que as maiores igrejas hoje são a Assembléia de Deus, a
Congregação Cristã no Brasil e O Evangelho Quadrangular.
As idéias das igrejas pentecostais e neopentecostais começaram a ser introduzidas nas igrejas
históricas especialmente a partir da década de sessenta – o que trouxe o surgimento de divisões e a
criação de novas denominações, como aquelas citadas anteriormente.
Observemos agora quais os principais erros doutrinários desses grupos.
Uma das convicções mais propagadas pelos renovados é o batismo no Espírito Santo como
sendo uma experiência separada e diferente da conversão. Na verdade, entendem a vida cristã como
sendo composta de duas fases: a primeira é a conversão, a segunda fase é o batismo no Espírito
Santo, também chamado de segunda bênção.
Eles entendem que um indivíduo quando aceitou Jesus Cristo como Salvador ainda não
recebeu o Espírito Santo.
Este conceito nasce especialmente de certos textos bíblicos presentes no livro de Atos dos
Apóstolos, os quais estudaremos e daremos as devidas explicações. Leiamos inicialmente os
principais:
At. 21:1-4: “E cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar;
e de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em
que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais
pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo...”.
At. 8:14-17: “Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria recebera
a Palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João. Os quais, tendo descido, oraram por eles, para
que recebessem o Espírito Santo. (porque sobre nenhum deles tinha ainda descido; mas somente
eram batizados em nome do Senhor Jesus). Então lhes impuseram as mãos, e receberam o Espírito
Santo”.
At. 19:1-7: “E sucedeu que, enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo, tendo passado por
todas as regiões superiores chegou a Éfeso; e, achando ali alguns discípulos. Disse-lhes: Recebestes
vos já o Espírito Santo quando crestes? E eles disseram-lhe: Nós nem ainda ouvimos que haja
Espírito Santo. Perguntou-lhes então: Em que sois batizados então? E eles disseram: No batismo de
João. Mas Paulo disse: Certamente João batizou com o batismo do arrependimento, dizendo ao
povo que cresse no que após ele havia de vir, isto é, em Jesus Cristo. E os que ouviram foram
batizados em nome do Senhor Jesus. E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito
Santo; e falavam línguas e profetizavam. E estes eram, ao todo, uns doze varões”.
Todos estes textos trazem uma seqüência por demais excêntrica e servem de base para a
crença neopentecostal de que primeiro ocorre a conversão e só depois de certo tempo é que ocorre o
batismo no Espírito Santo.
1. Em Atos 2 lemos que os apóstolos e os demais discípulos do Senhor, alcançados durante o
período terreno de Cristo, sendo já convertidos, apenas receberam o Espírito Santo naquele exato
momento da Festa de Pentecostes na cidade de Jerusalém. Por que o intervalo entre a conversão e o
batismo no Espírito Santo?
a) Os apóstolos não tinham ainda recebido a habitação definitiva e majestosa do Espírito
Santo, pois, o mesmo apenas poderia vir e cumprir plenamente suas funções depois da Ascensão do
Senhor Jesus Cristo: “Todavia digo-vos a verdade, porque, se eu não for, o Consolador não virá a
vós: mas se eu for, vo-lo enviarei” (Jo. 16:7).
77
b) O Batismo no Espírito Santo era o início de uma nova era. Também por isto Deus reservou
para um dado momento este evento tão singular, e acompanhado por tantos sinais prodigiosos: o som
vindo do céu, línguas de fogo, a capacidade de falar línguas estrangeiras, etc. A partir daquele
instante, o Espírito Santo, restrito a poucas pessoas, estaria pronto para habitar em todos os corações:
“E há de ser que, depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas
filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos mancebos terão visões. E também sobre
os servos e sobre as servas naqueles dias derramarei o meu Espírito” (Joel 2:28, 29).
Por estes dois motivos entendemos que a singularidade do momento é que trouxe uma
distância cronológica tão grande entre a conversão e o batismo no Espírito Santo.
2. Atos 8, que também é um texto utilizado como prova do pensamento neopentecostal de
que o batismo no Espírito Santo é uma experiência separada da conversão, constitue-se numa
exceção. Vamos observar alguns fatos importantíssimos:
a) Já é conhecida nossa a rivalidade que existia entre judeus e samaritanos. Aliás, quando os
samaritanos começaram a crer no Evangelho, os Apóstolos (que eram judeus assim como era judia a
igreja até aquele momento), enviaram Pedro e João para saberem o que estava acontecendo.
b) Os samaritanos, quando questionados pelos dois Apóstolos sobre sua fé, afirmaram terem
descido às águas batismais, mas ainda não tinham recebido o Espírito Santo. E somente depois que
os Apóstolos impuseram as mãos é que eles foram batizados com o Espírito Santo.
Por que a coisa aconteceu desta maneira? Por que a vinda do Espírito sobre aqueles homens
não foi imediata?
Ora, a inimizade entre judeus e samaritanos poderia trazer dúvidas aos judeus se os
samaritanos, até então alheios às alianças com Deus, receberam de fato o Espírito Santo. Mas, caso
alguma dúvida fosse levantada por membros da igreja de Jerusalém, Pedro e João diriam: eles
receberam o mesmo Espírito Santo que nós recebemos no início.
Além de tudo isto, os gentios (samaritanos) apenas receberam o Espírito Santo com a
imposição das mãos dos Apóstolos enviados de Jerusalém. Tal acontecimento serviu como ilustração
da submissão devida aos Apóstolos e também identificou a igreja judia com a gentia que estava
nascendo; faziam elas parte de um único corpo, um só organismo.
3. Por fim, o texto de Atos 19 – Paulo perguntou àqueles homens de Éfeso: “Recebestes,
porventura, o Espírito Santo quando crestes?”. Eles responderam: “Nem mesmo ouvimos que existe
o Espírito Santo”. Estes homens ainda não eram convertidos, mas eram seguidores dos ensinos de
João Batista. Eles não haviam recebido a pregação das Boas Novas da morte e ressurreição de
Cristo.
Depois que Paulo explicou-lhes sobre Cristo é que eles receberam o Espírito Santo.
Irmãos, defendemos a firme convicção de que o batismo no Espírito Santo é algo que
acontece no mesmo momento da conversão. Estes textos, que mostram um intervalo entre a
conversão e o batismo no Espírito Santo, são situações únicas, singulares e históricas, por isto, não
podem ser tomadas como padrão.
As Epístolas, que trazem normas, e não narrativas, ensinam-nos que todos os crentes são
batizados no Espírito Santo: “pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo,
quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só
Espírito” (I Co. 12:13). Veja ainda Gl. 3:2-5; Tito 3:4-7.
Um dom é uma capacidade entregue por Deus ao crente para que este possa ajudar a igreja a
crescer espiritualmente.
Um dom, é importante que se diga, é entregue soberanamente pelo Espírito e não depende da
vontade, nem de qualquer esforço que o homem possa fazer: “mas um só e o mesmo Espírito opera
todas estas coisas (os dons), repartindo particularmente a cada um como quer” (I Co. 12:11).
Os neopentecostais, no entanto, falham neste ponto, pois, pensam que usando de meios
humanos, alcançarão certos dons, principalmente o chamado “dom de línguas”. Existem livros que
até ensinam como “falar em línguas”.
Sobre este assunto é importante certos esclarecimentos:
78
1. Lendo as narrativas da manifestação de línguas no Novo Testamento, percebemos que as
línguas faladas não são, de forma alguma, dons desconexos, como crêem os neopentecostais, mas
sim línguas estrangeiras e compreensíveis: “e todos foram cheios do Espírito Santo, conforme o
Espírito Santo lhes concedia que falassem... e em Jerusalém estavam habitando judeus, varões
religiosos, de todas as nações que estavam debaixo do céu... E todos pasmavam e se maravilhavam,
dizendo uns aos outros: Pois quê! Não são galileus esses homens que estão falando? Como pois os
ouvimos cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos?” (At. 2:4,5,7,8). Aliás, a
expressão língua estranha que aparece em certas versões bíblicas deveria ser traduzida simplesmente
por língua.
2. A manifestação do dom de línguas na igreja local deve obedecer uma linha de ação que
demonstre ordem e decência – coisa infelizmente negligenciada por praticamente todos os
neopentecostais. Os princípios são os seguintes:
a) Num culto apenas duas ou três pessoas podem falar línguas: “E, se alguém falar língua,
faça-se isso por dois ou quando muito por três” (I Co. 14:27a).
b) Sempre deve haver interpretação do que é dito: “...e haja intérprete” (I Co. 14:27c).
c) A manifestação deste dom não poderia acontecer ao mesmo tempo, mas uma pessoa após a
outra deveria falar: “...e por sua vez...” (I Co. 14:27b).
Na verdade, a prática é totalmente outra, o que mostra ser uma farsa o movimento atual de
línguas nas igrejas neopentecostais e carismáticas. Infelizmente, estas manifestações são fruto de
mero êxtase emocional e indução de certos líderes.
A ênfase em certas coisas como exorcismo e curas, além de demonstrar um desequilíbrio na
prática eclesiástica, aponta para uma tentativa de impressionar as pessoas e utilizar do sensacional
para crescer financeiramente e numericamente.
IV. Conclusão
Avaliação
1. Cite ao menos uma circunstância narrada no livro de Atos que coloque a conversão como uma
experiência separada do batismo no Espírito Santo e explique por que isto acontece nesta
circunstância.
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2. Que tipo de língua era falada nas manifestações glossolálicas (falar línguas) do Novo Testamento?
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3. Quais os princípios citados por Paulo para a manifestação da glossolalia (dom de línguas) na
igreja local?
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Lição 24
O Catolicismo Romano
Leituras Diárias:
Segunda – Gálatas 1:1-9
Terça – I Timóteo 2:1-7
Quarta – Salmos 32:1-5
Quinta – Romanos 3:21-26
Sexta – Efésios 2:1-10
Sábado – Romanos 4:1-25
Domingo – Romanos 5:1-11
I. Introdução
Creio que, dentre os assuntos estudados com o tema Seitas e Heresias, o Catolicismo é o
mais conhecido de todos nós. A maioria de nós já entrou num templo católico para assistir a uma
missa acompanhada de nossos pais ou mesmo sozinhos.
Mesmo assim, torna-se necessário conhecermos as bases bíblicas com as quais podemos
apontar para erros doutrinários desta religião, por isso, se faz necessário o presente estudo.
O Catolicismo Romano pode ser considerado como uma religião tão falsa e nociva como as
seitas, pois, possui erros seríssimos.
II. Histórico
80
simonia (venda de cargos eclesiásticos) e o nepotismo (favoritismo de cargos eclesiásticos a
parentes). A indiferença com a Palavra de Deus era visível.
O culto aos santos e a veneração aos mártires e a outros homens e mulheres famosos,
passaram a ter plena aceitação. Foram criados rituais, que eram um misto de cerimônias pagãs,
herdadas das diversas religiões, com as cerimônias sacerdotais do Antigo Testamento.
Os líderes da Igreja Católica eram os Bispos e a palavra papa era usada para designá-los. O
Bispo de Roma passou a exercer sobre os demais influência e isso pelo fato de ele pertencer à antiga
capital do mundo. Assim, a palavra Papa passou a ser reservada ao bispo de Roma. O primeiro Bispo
de Roma que sustentou e defendeu sua autoridade, exercendo o direito de impor as suas ordens aos
bispos de toda parte, foi Leão I (440-461 D. C.), que pode ser considerado o primeiro Papa do
Catolicismo Romano(1).
As doutrinas da Igreja Católica são fundamentadas nas tradições(2) de alguns escritos dos
Pais da Igreja (primeiros líderes da Igreja Cristã), de livros apócrifos e dos ditames infalíveis dos
Papas. Todas estas fontes estão no mesmo pé de igualdade da Bíblia, e possuem a mesma autoridade
dela.
Nenhum fundamento citado acima, a não ser a Bíblia, serve de base para a doutrina sã, pois,
esses outros fundamentos possuem erros gravíssimos, quando confrontados com a Bíblia, como
veremos adiante: “Estou admirado de que tão depressa estejais desertando daquele que vos chamou
na graça de Cristo, para outro evangelho, o qual não é outro; senão que há alguns que vos
perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo” (Gl. 1:6,7).
Para os católicos, os seus santos, que são venerados e adorados, são mediadores dos homens
com o Pai Celestial. Isso é antibíblico, pois, o Apóstolo Paulo escreveu a Timóteo afirmando: “...um
só Mediador entre Deus e os homens: Cristo Jesus, homem” (I Tm. 2:5). Não observamos em
qualquer lugar da Bíblia que os mortos poderiam fazer alguma coisa pelos que vivem.
C. A Confissão Auricular
A Igreja Católica ensina a confissão de pecados ao sacerdote (ao padre), a fim de serem os
católicos perdoados por Deus, mas isto é tradição do Catolicismo que contraria a Bíblia, a qual
ensina que apenas Deus pode perdoar pecados: “confessei-te o meu pecado e a minha iniqüidade não
mais ocultei. Disse: confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniqüidade do
meu pecado” (Sl. 32:5). Aqui observa-se o pecado sendo diretamente confessado a Deus, pois, temos
acesso direto a Ele por meio do nosso mediador, Jesus Cristo.
D. O Conceito de Fé
81
Para nós, os cristãos, o objetivo da fé não é o ensino da Igreja Católica, mas, segundo o que a
Bíblia revela, os seus vários conceitos. Tampouco concebemos fé cega, antes, estudamos,
questionamos e entendemos a doutrina na qual estamos crendo.
A fé salvadora do Catolicismo é contrária à Bíblia, pois, em última análise, é salvação por
meio de boas obras. Leia Efesios 2:8,9.
E. O Purgatório
A Igreja Católica ensina que existe um lugar chamado Purgatório, aonde vão parar as almas
de todos os que partem desta vida. Ali tem que pugar as manchas ou pecados veniais (pecados leves,
perdoáveis), que lhes tenham ficado desta vida terrena, antes de poderem entrar no Céu(3). Eles
firmam esta doutrina na passagem de II Macabeus 12:39-45, livro apócrifo, ou seja, não inspirado.
Em primeiro lugar, ela é antibíblica porque é baseada num livro não inspirado. Em segundo
lugar, o único meio de purificação de pecados é através do sangue de Cristo, derramado no Calvário.
Assim, lemos: “sendo justificados gratuitamente por sua graça, mediante a redenção que há em
cristo Jesus” (Rm. 3:25) “...e sem derramamento de sangue não há remissão de pecados” (Hb.
9:22).
G. A Infalibilidade Papal
Até o Concílio Vaticano I da Igreja Católica (1869-70 D. C.), a infalibilidade papal não era
dogma, mas a partir daí foi oficializada como dogma. Dessa forma, tudo que o Papa disser em
pronunciamento aos fiéis (Ex-Catedra) em se tratando de teologia e ética, é considerado verdadeiro e
infalível. A base para fixarem tal dogma é que, segundo a tradição, o pontífice romano recebeu
autoridade apostólica e, como Apóstolo, o que ele afirma é verdadeiro.
Nós não podemos concordar com este fato porque a Bíblia não mostra que haja sucessão
apostólica, antes, o ofício dos Apóstolos é incomunicável.
IV. Conclusão
Notas e Referências:
(1)J. Cabral, Religiões Seitas e Heresias, p. 76.
(2)Tradições – são verdades religiosas que, segundo a Igreja Católica, foram entregues pelos
Apóstolos e passadas de geração para geração.
(3)J. Cabral, op. cit., pp. 82 e 83.
82
Avaliação
83
Lição 25
Leituras Diárias:
Segunda – Colossenses 1:15-17
Terça – Colossenses 2:6-8
Quarta – Deuteronômio 30:15-30
Quinta – I Timóteo 4:1-5
Sexta – II Pedro 2:1-3
Sábado – Judas 3-6
Domingo – João 2:22-26
I. Introdução
Dentre as seitas orientais existentes, duas são as mais conhecidas no nosso meio: Hare
Krishna e Seicho-No-Iê.
Os motivos do seu crescimento no Ocidente, a ponto de ganhar seguidores em maior número
do que no próprio Oriente, de onde se originaram, é o apelo aos sentimentos e às emoções
encontrado no sincretismo religioso, na experiência com liberdade de dogmas, no ambiente caloroso
e fraternal e na procura de transcendência (compreensão do sentido último da vida além da morte)(1).
Tais motivos enganam e prendem as pessoas desinformadas e ignorantes ao que a Bíblia
mostra como verdade. Portanto, é relevante que nós, os crentes, nos inteiremos dos sutis enganos
destas seitas para refutá-las em tempo oportuno.
Estudaremos estas duas seitas separadamente. Trataremos primeiramente de Hare Krishna e
depois Seicho-No-Iê.
II. Histórico
O movimento Hare Krishna é uma sociedade de âmbito mundial(2). Tem sua origem,
conforme afirmam seus adeptos, nos saberes da religião védica (conjunto de textos sagrados e hinos
referentes ao louvor, formas sacrificiais, encantamentos e receitas mágicas)(3). Esta religião chegou à
Índia com os invasores arianos (da raça dos Arias) e se misturou com inúmeras crenças indianas.
Nesta religião observa-se, dentre os comentários dos seus livros, um poema épico onde um de seus
personagens é Krishna, considerado como um semideus, uma das principais encarnações do Vishnu,
grande Deus do Induísmo. Krishna aparece como a personificação do Absoluto, exaltando um amor
místico e é representado pela figura de um menino rodeado de flores com vestes coloridas, tocando
uma flauta e demonstrando felicidade.
84
Este movimento foi trazido para o Ocidente em 1965, por Abhay Charan Bhaktive Danta
Swami Prabhupaba, em Nova Iorque, onde foi aberto o primeiro templo, bem como em São
Francisco. Em 1967 alcançou Boston e Montreal, e em 1968 instalou-se em Londres e daí se
espalhou por outras partes do mundo.
Atualmente o H. K. conta com mais de 100 sedes no mundo inteiro. Existe no Brasil desde
1975 e já conta com mais de 150 líderes (que são chamados de monges) e com centros estabelecidos
nas principais capitais do país. Este movimento chegou no Brasil através de devotos norte-
americanos que vieram do Havaí e visitaram diversas partes do Brasil.
A. Panteísmo – Este constitui-se num dos erros mais sérios do H. K. Identifica tudo criado
como Deus. Uma flor, um pedaço de madeira, uma cadeira, etc. O homem é uma parcela da
divindade. É claro que tais asseverações são absurdas. A Bíblia mostra claramente a doutrina de
Deus como criador e sustentador de todas as coisas (Colossenses 1:16,17); Ele está acima de todas as
coisas criadas. O que podemos vislumbrar nas coisas criadas não é a Pessoa de Deus, mas seus
atributos que O manifestam, a quem devemos render graças. Assim, quando olhamos para o
Universo criado, entendemos que somente um Deus poderosíssimo poderia ter criado, o Deus
Onipotente. Deus é criador e não parte da criação.
B. Salvação – A salvação para este grupo é ocasionada por esforço próprio, pela constante
repetição do maha-mantra: “Hare Krishna, Hare Krishna, Krishna, Krishna, Hare / Hare Rama,
Hare Rama, Hare Rama, Rama, Rama, Hare, Hare”, pelo desapego às coisas materiais, pelo
abandono da sociedade, pelo sacrifício e renúncia de tudo que é considerado normal pelo ser
humano. Todavia, nenhuma forma de esforço próprio apresentado anteriormente pode se constituir
em meio de salvação. A Bíblia é clara com relação à salvação do homem: “Porque pela graça sois
salvos, mediante a fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém
se glorie” (Ef. 2:8,9). Não é o esforço humano que salva, mas a graça de Deus.
C. Reencarnação – Eles crêem na reencarnação, ou seja, após a morte o espírito vem a este
mundo novamente num outro corpo. Esta possibilidade de reencarnação vai de encontro ao que a
Bíblia apresenta, pois ela diz: “e assim como está ordenado aos homens morrerem uma só vez e
depois disto segue-se o juízo” (Hb. 9:27).
A tese da reencarnação tem como implicação o desprezo pelo corpo, como também desprezo
pelo progresso e pela civilização. Como afirma Tácito: “nesse desprezo encontramos vestígio de
insanidade, ausência de adaptação ao mundo em que vivemos”(4).
D. O Bhagava-gita – este é o livro texto principal, além de outros. A Bíblia é considerada
pelos componentes desta seita como ultrapassada. Obviamente tal posição com relação às Escrituras
é lamentável. Paulo mesmo advertiu: “Tu porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que fostes
inteirado, sabendo de quem o tens aprendido... Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa
para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja
perfeito, e perfeitamente preparado para toda a boa obra” (II Tm. 3:14,16,17).
E. A Lavagem Cerebral – Essa lavagem é efetuada através da repetição, falta de sono
suficiente, falta de alimentação adequada. O propósito deste trabalho é tornar o indivíduo incapaz de
avaliar o grande erro que é esta doutrina tão nefasta. A Bíblia, pelo contrário, entende que o
raciocínio humano deve estar em plena saúde, sendo capaz de usar seu senso crítico em busca da
verdade. Se Deus quisesse criar um ser programado, Ele teria feito, mas criou um homem com
liberdade para pensar e escolher racionalmente entre o certo e o errado. Assim, lemos em Dt. 30:19:
“... pus diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida...”.
F. Jesus Cristo – Para eles, Cristo está no mesmo nível que Buda e Maomé. Todos eles
foram apenas reformadores religiosos, segundo esta seita. Mas sabemos que isto é mentira. Ele não
veio com a finalidade de reformar a estrutura religiosa, fazer uma melhoria nos conceitos religiosos,
mas veio para ser o Salvador do mundo. Quando Ele nasceu, seu alvo era morrer na cruz para a
salvação daqueles que cressem: “para isto eu vim” (Jo. 12:17). Jesus Cristo veio para mudar e não
85
simplesmente reformar. Ele deu a sua vida para mudar o destino da humanidade, para mudar o
interior do homem.
IV. Conclusão
As crenças desta seita são por vezes absurdas, mas muitas pessoas tem sido enganadas por
elas. Como cristãos, conhecedores das verdades, propaguemos a Verdade àqueles que não
conhecem ao Senhor Jesus Cristo, desmanchando os enganos satânicos desta seita.
Notas e Referências:
(1)Tácito, op. cit., p. 10.
(2)Idem, p. 20.
(3)Dicionário Aurélio, p. 1445.
(4)Tácito, op. cit., p. 25.
Avaliação
86
Lição 26
Leituras Diárias:
Segunda – Romanos 7:15-25
Terça – Efésios 6:10-20
Quarta – Atos 21:4,5
Quinta – Romanos 8:12-17
Sexta – Mateus 20:16,17
Sábado – I João 4:1-6
Domingo – I João 2:18-21
I. Introdução
Esta outra seita é também bastante maléfica. É uma mistura mal feita de Xintoísmo¹,
Budismo e Cristianismo. Afirma ser a harmonia de todas as coisas do universo e a reunião de todas
as religiões.
Seus ensinos são falsos e sua missão que diz ser a transmissão da verdade única, iluminando
e vivificando todas as religiões e completando os ensinos de Cristo², é uma grande aberração.
II. Histórico
87
O emblema central do grupo é formado pelo Sol, dentro do qual se vê a lua, a cruz suástica,
demonstrando a síntese que realizou das grande religiões.
A seita conta com mais de três milhões de adeptos. Possui mais de cinqüenta filiais
estrangeiras; três mil estações de propaganda e mais de mil catequistas. Este movimento chegou ao
Brasil em 1936 com os imigrantes japoneses. Hoje, igrejas Seicho-No-Iê estão espalhadas em todo
Brasil e possuem cerca de 4000 mil adeptos.
88
Além disto, o homem não é bom. Jesus falou que só há um que é bom: Deus (Mt. 19:17). Se
observarmos o texto de Romanos 3:9-18, veremos nitidamente mais uma vez que o homem não é
bom; se o homem fosse bom, a situação social do mundo não estaria do jeito que está. Os sociólogos
estão desiludidos e não sabem encontrar a resposta para tantos problemas entre os homens.
E. A Bíblia – Com relação à Bíblia, a seita Seicho-No-Iê não dá qualquer relevância a ela. A
regra de fé e prática deles são os escritos de Taniguchi.
Sem a Bíblia como base, obviamente que esta seita está longe de Deus, que se revela através
dela: “Errais não conhecendo as Escrituras e nem o poder de Deus” (Mt. 22:29)
IV. Conclusão
A Seicho-No-Iê é uma seita oriental humanista, que pensa no aqui e agora e não num reino
escatológico no céu; enfatiza o poder de cada pessoa em determinar a sua própria vida e a sua
felicidade. Esta seita, como tantas outras, é nociva e só faz afastar as pessoas de Deus.
Notas e Referências:
(1)Xintoísmo vem da palavra “shinto”, que quer dizer “caminho dos deuses”. É fundamentalmente
um conjunto de costumes e rituais, possuindo um complexo de divindades.
(2)J. Cabral, Religiões, Seitas e Heresias,
(3)Assim, interpretaram o conceito de Salvação como sendo algo ligado ao bem-estar meramente
material, J. Cabral, op. cit., p. 217.
(4)Tácito, op. cit., p. 50.
Avaliação
1. Se um adepto da seita Seicho-No-Iê quisesse convencer você de que esta seita é superior ao
Cristianismo, como você responderia?
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89
Lição 27
Revisão
Leitura Diárias:
Segunda – Atos 2
Terça – Lucas 22:7-23
Quarta – Mateus 18:15-22
Quinta – II Crônicas 7:12-16
Sexta – I Coríntios 12:1-3
Sábado – Efésios 2:1-10
Domingo – II Timóteo 3:16-17
1. Assinale V quando for verdadeiro e F quando for falso para as afirmações abaixo e justifique a sua
resposta na linha em branco.
A. ( ) A Igreja Universal é o conjunto de crentes que se reúne periodicamente num local e possuem
um laço de compromisso entre eles.
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E. ( ) Na Ceia da Igreja Batista um crente de outra denominação evangélica não pode participar.
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F. ( ) Disciplina não é sinônimo de exclusão.
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G. ( ) A Seita Testemunhas de Jeová consideram O Espírito Santo como uma mera força ativa.
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H. ( ) Os Adventistas do Sétimo Dias crêem que não deve existir pastores em seu meio.
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M. ( ) Panteísmo, crença dos Hare Krishna, significa a crença de que Deus é Onipresente.
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A. Quais são os princípios contidos no Novo Testamento para a utilização do Dom de Línguas na
Igreja?
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B. Qual a base para as crenças católicas contrárias aos ensinamentos das Escrituras?
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Lição 28
Leituras Diárias:
Segunda – Colossenses 1:16
Terça – Hebreus 1:14
Quarta – Gênesis 19:1-2
Quinta – Daniel 9:20-27
Sexta – II Samuel 14:20
Sábado – Salmos 99:1 e 148:2
Domingo – Isaías 6:1-3
I. Introdução
Os anjos são seres que sempre povoaram as crenças religiosas de muitos povos – não foram
apenas os judeus e os cristãos que narraram a intervenção destes na humanidade.
Os persas, povo que viveu na Ásia há cerca de três mil anos, possuíam muitos relatos
fantásticos sobre a atuação dos anjos. Os babilônios associavam os anjos com os seus deuses. A
mitologia grega defendia uma inúmera quantidade de semideuses e gênios.
Enfim, todos os povos tinham alguma informação sobre estes seres – obviamente que muitas
de suas crenças ou eram meras fantasias ou eram verdades parciais, distorcidas pelo homem ou pelo
Inimigo da Verdade.
92
Nas Escrituras encontramos uma teologia substanciosa sobre os Anjos.
A palavra anjo (“angelos” no Novo Testamento grego; “mal’ak” no Antigo Testamento
hebraico), significa “mensageiro”, “enviado”. Esta designação aponta para uma das funções
precípuas dos anjos: servirem de comunicadores da vontade divina, bem como executores desta
mesma vontade.
O ministério que cerca a existência dos anjos não deve obscurecer a verdade deles terem sido
criados por Deus. Assim como os homens, os anjos foram formados pela mão criadora do Senhor,
porém, são habitantes de uma existência radicalmente diversa da nossa.
Paulo declara que tudo o que existe, inclusive o que está no Céu (habitação dos anjos), foi
por Deus criado: “Porque nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra – as visíveis e as
invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades, tudo foi criado por
Ele e para Ele” (Cl. 1:16).
Os anjos tem corpo ou não? Esta questão foi motivo para intermináveis debates na época da
Igreja Medieval. No entanto, a Bíblia muitas vezes afirma serem os anjos espirituais e, logo, sem um
corpo material:
- “Pois não é contra carne e sangue que temos que lutar, mas sim contra os principados,
contra as potestades, contra os príncipes do mundo destas trevas, contra as hostes espirituais da
iniqüidade nas regiões celestiais” (Ef. 6:12) – Observe que a luta do filho de Deus não é contra
homens (“carne e sangue”), mas contra os anjos caídos (“as hostes espirituais da iniqüidade”) – que
não passam de espíritos.
- “Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor dos que hão de
herdar a salvação?” (Hb. 1:14). Neste texto os anjos são diretamente classificados como seres
espirituais.
Apesar destas passagens muito claramente apontarem para o fato dos anjos serem espíritos,
algumas justas questões podem ser levantadas:
- A Bíblia não narra situações onde os anjos aparecem visivelmente e possuindo um
corpo semelhante ao nosso? Ló, por exemplo, recebeu a visita de dois anjos que tinham corpos
humanos: “À tarde chegaram os dois anjos a Sodoma. Ló estava sentado à porta de Sodoma e,
vendo-os, levantou-se para os receber” (Gn. 19:1) – (veja ainda Ez. 9:2 e Gn. 18:2). A explicação
para estas passagens é que, apesar de serem espirituais, os anjos podem adquirir formas ou
materializar-se temporariamente. O próprio Deus, sendo Espírito, fez isto algumas vezes (Is. 6:1; Jr.
1:9).
- A Bíblia não conta que os anjos possuem asas? – Porém podemos entender as
associações entre anjos e asas, pois, sempre foram seres velozes. E que forma poderia ser melhor na
época bíblica para representar velocidade, senão a menção de asas? Além disto, o ar é habitação dos
espíritos e a forma de mover-se no ar é voando. “Sim, enquanto estava eu ainda falando na oração,
o varão Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio voando rapidamente...” (Dn.
9:21).
Novamente é preciso lembrar que não devemos associar corpo físico com personalidade. A
personalidade independe de um “corpo material”. Personalidade indica volição, sentimento e
raciocínio.
93
Aos anjos, por exemplo, é atribuída grande capacidade intelectual. Davi foi comparado a um
anjo: “Sábio porém é meu senhor, conforme a sabedoria do anjo de Deus, para entender tudo o que
há na terra” (II Sm. 14:20).
Além disto, os anjos cultuam a Deus (Sl. 148:2), contemplam a face divina (Mt. 18:10), são
obedientes a Deus (Sl. 103:20; Ef. 1:21), etc.
Muitas vezes, os anjos são comparados a um exército por seu grande número e incrível
organização. O próprio Cristo fez referência a “legiões de anjos” – “legião” era conjunto de 3.000 a
6.000 legionários romanos: “Acaso pensas que não posso rogar a meu pai, e ele me mandaria neste
momento mais de doze legiões de anjos?” (Mt. 26:53).
Hebreus 12:22 fala das miríades de anjos, ou seja, o número incalculável que há destes seres.
É importante salientar que o número de anjos é sempre constante, não aumenta e nem diminui, pois,
eles não podem se multiplicar (Mt. 22:30).
Além de numerosos, os anjos demonstram uma enorme organização, uma verdadeira
hierarquia com postos bem definidos:
- Querubins – Suas funções envolvem a guarda da santidade divina, e a revelação do poder e
da majestade de Deus: “O Senhor reina, tremam os povos; ele está entronizado sobre os querubins,
estremeça a terra” (Sl. 99:1). Veja ainda Is. 31:16 e Ex. 25:18.
- Serafins – Berkhof faz a seguinte colocação com respeito aos serafins: “são mencionados
como servidores em torno do Trono do Rei Celestial, cantam louvores a Ele e estão prontos a fazer
o que Ele manda... Ao passo que aqueles defendem a santidade de Deus, estes atendem ao
propósito da reconciliação, e assim preparam os homens para aproximar-se apropriadamente de
Deus”(1).
- Principados, potestades, tronos e domínios – A Bíblia faz referência a diferentes classes
de anjos, os quais ocupam lugares de autoridade no mundo angélico (veja Ef. 1:10; 1:21; Cl. 1:10 e
2:10).
- Gabriel e Miguel – Estes anjos são citados nominalmente nas Escrituras. O primeiro
significa “quem é como Deus?” e o segundo significa “poderoso”.
Gabriel parece ter como função básica a transmissão de revelações divinas – foi ele quem
trouxe a mensagem de Deus para Daniel (Dn. 9:21) e revelou a vinda do Messias através de Maria
(Lc. 1:26).
Miguel aparece como líder das batalhas de Jeová contra os inimigos de Israel e contra os
poderes malignos do mundo espiritual(2).
Miguel é citado como defensor do povo israelita (Dn. 12:11). “Será ele quem, como chefe dos
exércitos do Céu, participará de uma batalha vitoriosa no Céu contra Satanás e os seus anjos”(3).
Quando falamos dos anjos podemos classificar suas obras em dois tipos: o ministério no Céu
e o ministério na Terra.
O leitor da Bíblia consegue facilmente identificar esta importante tarefa celestial dos anjos: a
adoração incessante de Deus. Observe com atenção os seguintes textos:
- João declara que “as criaturas viventes”, que são anjos: “Não tem descanso nem de dia nem
de noite, proclamando: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos, aquele que era e que é e que
há de vir” (Ap. 4:8). Observe que o louvor é incessante e incansável por causa da majestosa glória de
Deus.
- Também na revelação a Isaías nós lemos: “Clamavam uns aos outros, dizendo: Santo,
Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, que é e que há de vir” (Is. 6:3).
Veja ainda Jó 38:7; Sl. 102:20 e Ap. 5:11.
94
2. O Ministério Terrestre dos Anjos
Desde que o homem caiu, Deus tem enviado seus anjos (“emissários”) para divulgar entre os
homens o Seu caminho e dirigir a humanidade para a Redenção. Um momento representativo e
importantíssimo do ministério angelical na promulgação da vontade redentora de Deus, foi quando o
anjo Gabriel anunciou o nascimento do Salvador a Maria: “eis que conceberás e darás à Luz um
filho, ao qual porás o nome de Jesus” (Lc. 1:31).
Além disto, os anjos na Terra velam pelos crentes, os herdeiros da salvação: “Não são todos
eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor dos que hão de herdar a salvação?” (Hb.
1:14). E, como exemplo deste serviço dos anjos em favor dos santos, temos os muitos livramentos de
Deus na vida dos Apóstolos por ocasião das prisões e perseguições (At. 8:26; 10:3 e 27).
IV. Conclusão
Homens e Anjos são os únicos seres pessoais criados por Deus e que podem manifestar
apropriadamente os Atributos Comunicáveis do Ser Divino.
Os anjos de Deus (pois existem os “anjos caídos”, como veremos nas próximas lições), são
diferentes de nós, pois, não cometem pecado, habitam a esfera celestial, são espíritos e são mais
poderosos e inteligentes do que nós.
Seja como for, no entanto, tanto homens como anjos são convocados pelas Escrituras a
adorarem o Pai Espiritual, Todo-Poderoso, Onisciente e Santíssimo:
“Louvai ao Senhor todos os seus anjos; louvai-o todas as suas hostes!... Louvai-o reis da
terra e todos os povos; príncipes e todos os juízes da terra, mancebos e donzelas, velhos e crianças”
(Sl. 148:2,11,12).
Notas e Referências:
(1)Louis Berkhof, Teologia Sistemática, p. 146.
(2)Idem, p. 147.
(3)Lewis Sperry Chafer, Teologia Sistemática, p. 347.
Avaliação
95
Lição 29
Leituras Diárias:
Segunda – Ezequiel 28:1-10
Terça – Ezequiel 28:11-13
Quarta – Isaías 14:3-11
Quinta – Isaías 14:12-23
Sexta – Efésios 6:10-20
Sábado – Ap. 12:7-10 e I Ts. 4:16,17
Domingo – Efésios 4:27
I. Introdução
Como existem anjos bons, cuja função é a adoração a Deus e serviço aos escolhidos pela
graça divina, também há anjos maus, conhecidos como demônios ou maus espíritos. E neste estudo,
buscaremos na Bíblia a origem destes seres que se opõem a Deus e a tudo que é santo.
Mas, porque estudar Satanologia (Doutrina bíblica que envolve Satanás e seus anjos)? Dr.
Aníbal Pereira dá uma razão bastante simples:
“Chamam-no capeta, tinhoso, coisa-ruim, mofino, pedrobolho, rabudo, maligno,
arrenegado, cão, gadelha, labrego, malvado, zaparelho, beiçudo, sarnento, demo, bode, cafute,
sujo, maldito, excomungado, cafuço, capiroto, canhoto, porco, não-sei-que-diga, dianho, cambito...
Chama-o a Bíblia de Satanás, Diabo, demônio, Belzebu, Dragão e Espírito Imundo. Jesus Cristo
chama-o de ‘Pai da Mentira” e “O Príncipe deste Mundo”. Tem-no Paulo na conta de ‘deus deste
século’. Esses são os seus nomes, os seus apelidos e os seus títulos. Importa conhecer o nosso
adversário ‘para que não mais sejam vencidos por Satanás; porque não ignoramos seus ardis’ (II
Co. 2:10,11). Se o ignoramos, como enfrentaremos seus ataques?”(1).
Enfim, a igreja de Cristo deve estudar Satanologia para que compreenda melhor quem é e
como trabalha o seu Inimigo número um.
96
Obviamente que todos os seres que existem foram por Deus criados. Os anjos que hoje são
maus foram obra de Deus. Deus, no entanto, não os fez originalmente maus ou corrompidos. Afinal,
após a criação, Deus compreendeu que tudo quanto Ele fez era bom: “E viu Deus tudo quanto fizera,
e eis que era muito bom” (Gn. 1:31).
Houve momento, entretanto, que alguns anjos caíram e deixaram de ser servos de Deus,
constituindo-se inimigos dos planos divinos. Há várias vezes em que a Bíblia cita a queda destes
seres:
- “Mas se Deus não poupou a anjos quando pecaram, mas lançou-os no inferno, e os
entregou aos abismos da escuridão, reservando-os para o juízo” (II Pe. 2:4).
- “Aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação,
ele os tem reservado em prisões eternas na escuridão para o juízo do grande dia” (Judas 6).
Por um motivo que a Bíblia não deixa completamente claro, parte dos anjos criados por
Deus, em dado momento da história caíram. Mas, apesar de não termos a exata informação porque
os anjos deixaram sua habitação (morada) e principado (posição), é razoável pensarmos que eles
seguiram Satanás, que os liderou na desobediência, já que hoje é ele quem os lidera.
B. A Queda de Satanás
Satanás, o chefe dos anjos caídos, tem sua origem e posição inicial narrados em dois textos
proféticos: Ez. 28:11-19 e Is. 14:12-17. Estes textos são repletos de duplos sentidos, pois, não é só
Satanás quem é descrito neles, mas igualmente o Rei de Tiro e o Rei de Babilônia, respectivamente.
Em Ez. 28:11-19 podemos entender qual a posição de Satanás antes de sua queda:
O texto concede a Lúcifer (nome principal de Satanás antes da queda) uma série de elogios:
“Sinete da Perfeição”
“Cheio de sabedoria e formosura”
“Tu eras querubim da guarda, ungido, e te estabeleci; permanecia no monte santo de
Deus...”
Os querubins, como já vimos, tem como função guardar a santidade divina. Assim, Satanás
estava em contato íntimo com a pureza e a santidade divinas. Além disto, ele servia junto ao trono de
Deus (significado de “permanecer no monte santo de Deus”).
“Perfeito eras nos teus caminhos”
O caráter de Satanás era reto. Deus não o havia feito com defeitos ou problemas morais de
quaisquer níveis.
Mas, Deus faz criaturas com a possibilidade de escolher a obediência ou a desobediência.
Isaías mostra que Satanás não se contentou em permanecer no estado e na função que
possuía, que já eram elevadíssimos, mas ele buscou subir acima da esfera para a qual foi criado e
acima do propósito que lhe foi atribuído(2). Suas declarações que comprovam este fato foram as
seguintes:
“Eu subirei ao céu” – Deus habita numa esfera de existência inacessível às criaturas, o que a
Bíblia chama de Luz Inacessível (II Co. 12:1-4; Ef. 1:20,21) e os judeus chamavam de Terceiro Céu.
Satanás estava disposto a alcançar a habitação que somente pertencia a Deus.
“Acima das estrelas porei o meu trono” – É interessante que Satanás era guardador do
Trono de Deus. Mas ele não queria mais tal posição – ele queria um trono para si mesmo, para que
pudesse ser honrado e adorado.
“No monte da congregação me assentarei” – Monte significa local de governo divino. E
congregação refere-se a Israel. Ou seja, Satanás tem o propósito de guiar o povo de Deus.
97
“Subirei acima das altas nuvens” – Nuvens referem-se nas Escrituras à presença divina(3).
Satanás afirma com isto que vai colocar-se acima do próprio Deus.
“Serei semelhante ao Altíssimo” – Satanás sempre teve o interesse de “aposentar Deus”,
tomar o seu lugar.
Chafer resume estas intenções satânicas da seguinte forma: “O pecado de Satanás pode
portanto ser resumido como um propósito de garantir: 1) a mais alta posição celestial; 2) direitos
reais no céu e na terra; 3) reconhecimento messiânico; 4) a glória que pertence a Deus somente; e
5) uma semelhança com o Altíssimo, ‘que possui os céus e a terra’”(4).
A Bíblia não revela, objetivamente, o momento da queda de Satanás. Mas, certo é que foi
antes da queda do homem, já que a serpente influenciou na desobediência humana (veja Ez. 28:13 e
Gn. 3:1).
Alguns entendem que Gn. 1:1,2 mostra duas criações. A primeira foi prejudicada por Satanás
quando caiu, daí Deus ter colocado em ordem “o caos”, nascendo então o Universo tal qual
conhecemos hoje. Graficamente teríamos o seguinte esquema:
Se não temos informações precisas sobre o momento em que o anjo Lúcifer(5) tornou-se
Satanás(6), a Bíblia deixa informações muito claras sobre seu caráter, capacidade e posições:
A. Satanás é Astucioso
B. Satanás é Poderoso
“Porque hão de surgir falsos Cristos e falsos profetas, e farão grandes sinais e prodígios...”
(Mt. 24:24).
Obviamente, quem capacitará os enganadores para realizar estes “sinais e prodígios” não será
outro senão Satanás. Satanás é imensamente poderoso, mas é importante salientar que a
possibilidade de sua atuação está limitada pelo próprio Deus, como percebemos na história de Jó:
“então Satanás respondeu ao Senhor: Pele por pele! Tudo quanto o homem tem dará pela sua vida.
Estende agora a mão e toca-lhe nos ossos e na carne, e ele blasfemará de ti na tua face! Disse pois
o Senhor a Satanás: Eis que ele está no teu poder; somente poupa-lhe a vida” (Jó 2:4-6).
C. Satanás é Enganador
Não foi à toa que Cristo o chamou de Pai da Mentira (Jo. 8:44) – ele é o ser que utiliza-se do
engano para chegar onde deseja chegar. Ele mente através das palavras, e até mesmo é capaz de
mostrar-se bondoso e amigo do bem para envolver os homens no engano: “E não é de admirar;
porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz” (II Co. 11:14).
O primeiro título refere-se ao domínio que Satanás tem sobre as hostes espirituais que estão
opostas a Deus (veja Ef. 2:2). Satanás possui agentes em todo o mundo e são estes agentes que o
98
deixam informado de todas as coisas. Alguns, equivocadamente, entendem que Satanás é onisciente,
esquecendo que Onisciente é um Atributo Incomunicável. Satanás é, pelo contrário, bem informado.
O segundo título indica seu domínio sobre os corações que ainda não estão submissos a Deus
(Jo. 14:30). Além de apontar, consequentemente, para o domínio exercido por Satanás sobre a vida
social, política e comercial.
IV. Conclusão
Satanás, antes anjo do Senhor, por causa de sua avareza e inveja, caiu de sua posição e
colocou-se como inimigo de Deus. Muitos anjos seguiram-no.
Hoje, Satanás e seus anjos lutam para desestabilizar a Obra de Deus.
As características destes “seres caídos” são totalmente adversas às características de Deus –
Satanás e seus anjos são O Mal Personificado. Mentira, enganos, capacidades aplicadas para o
mal... revelam seu interior corrompido.
Necessitamos fazer uma reflexão: nosso comportamento aponta para o Pai Celestial,
sinônimo de todo o Bem, ou há algo de nosso procedimento que imita o Adversário, Pai de Todo o
Mal?
Notas e Referências:
(1)Dr. Aníbal Pereira Reis, O Diabo, p. 9.
(2)Chafer, Teologia Sistemática, p. 368.
(3)Idem, p. 369.
(4)Ibidem.
(5)“Portador da Luz”
(6)“O Adversário”
Avaliação
1. O que significa o nome Satanás? Por que ele tem este nome?
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2. Qual o estado moral dos anjos caídos no momento em que Deus os criou? Mostre base bíblica.
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99
Lição 30
Leituras Diárias:
Segunda – Colossenses 1:16
Terça – Hebreus 1:1-14
Quarta – Gênesis 19:1,2
Quinta – Daniel 9:20-27
Sexta – II Samuel 14:20
Sábado – Salmos 99:1 e 148:2
Domingo – Isaías 6:1-3
I. Introdução
Já percebemos, pelos estudos anteriores, que Satanás e seus anjos buscam trabalhar neste
mundo das maneiras mais diversas, buscando controlar de forma integral os homens, aprisionando-
os no engano.
Uma destas formas é através da prisão das seitas, que tentam cegar os olhos dos homens para
que eles não entendam a vontade de Deus para suas vidas: “nos quais o deus deste século cegou os
entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de
Cristo, o qual é a imagem de Deus” (II Co. 4:4).
Uma facção destas seitas que sofre a influência direta destas hostes espirituais da maldade
são as chamadas “seitas espíritas”: O Alto Espiritismo (linha filosófica iniciada por Allan Kardec,
de origem européia) e o Baixo Espiritismo (manifestações espirituais nacionais: Umbanda,
Candomblé, etc.).
Entendamos um pouco mais destas concepções espíritas que são resultado do engano
semeado pelo Diabo.
A. Histórico
100
18 de abril de 1857 é considerado o dia da fundação do Espiritismo, pois, nesta data foi
lançado “O Livro dos Espíritos” por Hippolyte Leon Denizard Rivail, que passou a se chamar Allan
Kardec, nome de uma das suas encarnações anteriores, segundo ele mesmo.
Allan Kardec não foi, no entanto, o primeiro a tratar do Espiritismo. Na verdade, ele viveu
numa época em que havia em toda Europa um número excepcional de sessões – reuniões em que os
espíritos se comunicam com os viventes.
Esta febre começou graças às irmãs Fox, Margareth e Katie, as quais tiveram primeiros
contatos com o Além quando foram morar em uma casa considerada mal-assombrada: “Começaram
a ouvir ruídos, golpes nas paredes, os móveis se quebraram e se moviam sozinhos... Descobriu-se
mais tarde que naquela casa tinha sido assassinado um homem e que seus restos mortais estavam
escondidos na adega, por baixo do assoalho”(1).
As irmãs Fox, então, tornaram-se grandes propagadores da “comunicação com os mortos”.
No entanto, alguns anos depois, antes de morrerem na miséria e no alcoolismo, chegaram a
desmentir seus poderes mediúnicos.
Mesmo assim, muitos outros propagadores da religião espírita foram colaboradores de sua
divulgação. Kardec é o mais destacado, por ter conseguido sintetizar os muitos conceitos e as
diversas ideias que se multiplicavam naquela época. Segundo ele mesmo, O Livro dos Espíritos
trata-se de uma coletânea de respostas a mais de mil perguntas que teriam sido respondidas por
“espíritos superiores”(2).
No Brasil, o livro mais utilizado pelos espíritas Kardecistas é “O Evangelho Segundo o
Espiritismo”.
O Espiritismo coloca-se como a “terceira revelação” – a primeira foi através de Moisés, a
segunda de Cristo, e a terceira através dos espíritos.
101
informa ter o homem apenas uma vida e uma única morte: “Aos homens está ordenado morrerem
uma vez, vindo depois disto o juízo” (Hb. 9:27). Veja ainda Jo. 1:14 e Fp. 2:6-8.
5. A Comunicação com os mortos – Este procedimento tão divulgado pelo Espiritismo
encontra oposição clara nas Escrituras: “Não vos voltareis para os que consultam os mortos” (Lv.
19:31). Veja ainda Dt. 18:9-14; I Sm. 28:3-7; II Cr. 33:6; Gl. 5:19-21.
Há três ramos principais presentes na cultura brasileira, que poderiam ser considerados do
Baixo Espiritismo: A Umbanda, o Candomblé e a Quimbanda.
O Candomblé é a religião originalmente trazida pelos negros africanos. A Umbanda é uma
mistura dos cultos mágicos africanos, mesclados com as práticas católicas e indígenas. A
Quimbanda é a “magia negra” da Umbanda, que é considerada ‘magia branca’.
A. Histórico
Abordaremos principalmente a Umbanda, que tem sido considerada uma religião originada
em solo brasileiro e que tem conquistado terreno entre os nossos patrícios.
Obviamente que suas origens estão vinculadas à chegada do negro ao Brasil, bem como à
miscigenação cultural que aconteceu em nosso país.
Mas, seu nascimento é oficialmente datado no início do nosso século: “Zélio de Moraes é o
nome que aparece como líder proeminente em 1920. Paralítico, sem cura pelo tratamento médico,
apelou para o Kardecismo. Lá, recebeu a revelação para organizar uma religião verdadeiramente
brasileira que incluísse os espíritos dos caboclos e dos pretos velhos. Recebeu a visita do Caboclo
das Sete Encruzilhadas e organizou o Centro Espírita Nossa Senhora da Piedade. Outros centros
foram organizados e a nova religião se propagou no Rio de Janeiro”(6).
A partir daí sua divulgação espalhou-se por todo o país, mas o Rio continua sendo importante
aglomerado de centros de umbanda, cerca de 32.000(7).
Diferentemente do Alto Espiritismo, o Baixo não possui uma estrutura doutrinária bem
definida, mas considera uma série de opiniões que já foram defendidas pelo Alto Espiritismo e
refutadas biblicamente, como reencarnação e comunicação com os mortos.
Um erro peculiar do Baixo Espiritismo é a adoração dos vários demônios que se manifestam
nos terreiros da Umbanda. Estes espíritos são divididos em três grupos principais: Orixás e Exus (os
primeiros são os deuses, os outros são espíritos opressores); pretos velhos (espíritos de africanos) e
caboclos (espíritos de índios).
Segundo os umbandistas, os Orixás devem ser adorados e servidos pelo médium (também
chamado de “cavalo”). A estes Orixás são feitas oferendas, banhos de purificação e a preparação do
ambiente (casa ou terreiro) com incenso e perfumes(8).
Mas o próprio Cristo, citando as Escrituras, ensinou que estes demônios, e nem qualquer
outro ser, devem ser adorados: “Ao Senhor teu Deus adorarás e só a Ele servirás” (Lc. 4:8).
Eles tem rituais que passam desde as oferendas de alimentos e bebidas aos demônios até à
mutilação do próprio corpo. O escritor J. Cabral dá uma lista de algumas advertências bíblicas que
cabem bem quando falamos sobre Baixo Espiritismo(9):
1. Não cultuar os astros nem forças celestes: Dt. 4:19.
2. Não conservar material dessas religiões falsas: Dt. 13:17.
3. Não mutilar o corpo: Dt. 18:9-12.
4. Não praticar a feitiçaria: Dt. 18:9-12
5. Não praticar o espiritismo sob qualquer forma: Dt. 32:17,20,21,39; II Cr. 33:6.
6. Não servir a mais ninguém, além de Deus: Js. 24:20.
7. Não queimar incenso: II Reis 22:17.
8. Não sacrificar animais: Sl. 50:9, Is. 1:11.
102
9. Não entrarão no Céu os feiticeiros e idólatras: Ap. 22:15.
IV. Conclusão
Satanás, no Espiritismo, trabalha em duas frentes: com o Kardecismo, que é atraente para as
pessoas mais sensíveis e que também desejam um amparo intelectual mais consistente; e com o
Baixo Espiritismo, que satisfaz aqueles que entendem a religião como oportunidade para adquirir
benefícios pessoais, muitas vezes egoístas e malignos.
Todo brasileiro já presenciou alguma espécie de manifestação espírita, o que aponta para a
disseminação destas práticas em nossa nação.
Conhecer e combater estes erros é obrigação de todo aquele que já foi alcançado pelo
Evangelho de Cristo.
Notas e Referências:
(1)Tácito, Seitas Espíritas, vol 5, p. 23.
(2)Idem, p. 25.
(3)Citado por J. K. Van Baalen, em O Caos das Seitas, p. 47.
(4)J. Cabral, Religiões, Seitas e Heresias, p. 125.
(5)Baalen, op. cit., p. 51.
(6)Tácito, op. cit., vol 4, p. 41.
(7)Idem, p. 42.
(8)J. Cabral, op. cit., p. 129.
(9)Idem, p. 134.
Avaliação
Com aquilo que você aprendeu hoje, faça uma comparação entre o Alto e o Baixo Espiritismo,
levantando semelhanças e desigualdades:
Semelhanças:
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Diferenças:
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103
Lição 31
Escatologia
O Arrebatamento da Igreja
Leituras Diárias:
Segunda – I Tessalonicenses 4:13-18
Terça – II Pedro 3:1-10
Quarta – II Pedro 3:11-18
Quinta – I Coríntios 15:1-9
Sexta – I Coríntios 15:20-50
Sábado – I Coríntios 15:51-58
Domingo – João 14:1-4
I. Introdução
- De onde vim?
- O que sou?
- Para onde vou?
Estas questões são fundamentais para qualquer um. São questões que dizem respeito à
origem, à existência e ao destino.
Para compreendermos apropriadamente sobre nós mesmos como crentes em Jesus e
participantes da sua Igreja querida, devemos aplicar estas perguntas à própria Igreja:
- O que é a Igreja?
- De onde veio a Igreja?
- Para onde vai a Igreja?
As duas primeiras questões já foram respondidas em lições anteriores, quando então
descobrimos que a Igreja é uma organização espiritual composta de todos quantos já foram
regenerados pelo Espírito Santo. E também que a origem da igreja encontra-se vinculada com o
plano eterno de Deus, sendo seu nascimento uma obra exclusivamente Sua.
Agora encontramo-nos com a última questão: Para onde vai a Igreja? Esta é uma pergunta de
incrível importância pois o plano eterno de Deus para a Igreja está envolvido profundamente com o
futuro de toda humanidade, e não só isso, com o destino de todas as coisas.
Este é um mês de oportunidade ímpar – é a chance de estudarmos sobre Escatologia, que é A
Doutrina das Últimas Coisas. Mas antes de irmos adiante é preciso atentar para o gráfico
escatológico abaixo:
104
Por este gráfico podemos identificar cinco passos básicos quanto ao esquema escatológico
programado por Deus:
1. Arrebatamento da Igreja;
2. Tribulação;
3. Vinda de Cristo;
4. Milênio;
5. Eternidade.
Comecemos trabalhando com o primeiro ponto que é o Arrebatamento da Igreja.
O texto principal que ensina sobre o Arrebatamento é I Ts. 4:15-17: “Ora, ainda vos
declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até a vinda do Senhor, de
modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de
ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em
Cristo ressuscitarão primeiro; depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados
juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para
sempre com o Senhor”.
Na verdade, é apenas neste texto, em todo o Novo Testamento, que aparece o substantivo
arrebatado, que significa basicamente raptado, ou ainda, levado de repente.
Algumas observações podem ser feitas com base no texto anterior:
1. Durante o Arrebatamento Cristo não descerá à Terra. Antes, será a Igreja arrebatada
que o encontrará nos ares: “nós seremos arrebatados para o encontro do Senhor entre nuvens”.
2. No momento do Arrebatamento acontecerá a primeira ressurreição – A Bíblia fala de
basicamente duas ressurreições: a primeira, da qual participarão integrantes da Igreja, e a segunda
ressurreição, da qual participarão os que serão julgados e condenados no Julgamento do Grande
Trono Branco: “E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença
fugiram a terra e o céu; e não foi achado lugar para eles. O mar entregou os mortos que nele
haviam; e foram julgados, cada um segundo as suas obras” (Ap. 20:11,13). Percebam que esta
primeira ressurreição está programada para acontecer imediatamente antes do Arrebatamento, a qual
trará para seus participantes a oportunidade de estar com Cristo para sempre com corpos
transformados. A segunda acontecerá depois do Milênio e os que ressurgirem nesta oportunidade
sofrerão a condenação por negarem o Filho de Deus. Por isto que a Bíblia salienta: “Bem-aventurado
e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição...” (Ap. 20:6a).
3. Toda a Igreja participará do Arrebatamento. Como conseqüência natural do que foi
dito antes, não apenas os vivos participantes da Igreja Universal serão arrebatados, mas também os
que já morreram.
Assim, caso Cristo viesse hoje, nós seríamos arrebatados juntamente com Pedro, João, Paulo
e todos os crentes em Cristo do passado.
Poderíamos sintetizar o significado de Arrebatamento da Igreja com as seguintes palavras:
105
Arrebatamento é o ato futuro de Deus em instantaneamente tirar da face da terra a
Igreja de todos os lugares e de todas as épocas para estar eternamente com Cristo.
A Igreja sempre aguardou o momento de encontrar-se com Cristo novamente. Afinal, Ele
prometeu claramente isto: “E, se eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim
mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também” (Jo. 14:3).
Alguns, pela demora do cumprimento da promessa do Senhor Jesus, colocaram-se até em
dúvida: “dizendo: onde está a promessa de sua vinda? Porque desde que os pais dormiram todas as
coisas permanecem como desde o princípio da criação” (II Pe. 3:4). E é o próprio Pedro que afirma
veementemente: “O Dia do Senhor virá...” (II Pe. 3:10a).
Quanto ao momento para o Arrebatamento da Igreja duas coisas devem ser salientadas:
O retorno de Cristo para levar sua Igreja é iminente, ou seja, pode acontecer a qualquer
momento, pode ser agora, como pode ser daqui a alguns séculos. Muitos são os textos que mostram
este fato e que apontam Deus como o único real conhecedor deste momento tão desejado:
- Os anjos, no momento da ascensão de Cristo, homologaram a certeza da sua volta, mas
nada disseram sobre a data do acontecimento: “Varões galileus, porque estais olhando para o céu?
Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir”
(At. 1:11).
- Paulo associou o Arrebatamento da Igreja com a garantia de termos corpos transformados,
coisa a acontecer repentinamente: “Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última
trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos
transformados” (I Co. 15:52).
- O próprio Cristo, no seu período terreno de existência, salientou ser este evento futuro
conhecido exclusivamente pelo Pai: “Porém daquele dia e hora ninguém sabe... unicamente meu
Pai” (Mt. 24:36).
O momento de nosso Arrebatamento é um mistério total. Qualquer tentativa de determinar
datas é certeza de fracasso. Também tentar adivinhar se a vinda de Cristo para levar a Igreja vai
durar um ano ou mil anos através do fato A ou B é desnecessário. A orientação dos Apóstolos é que
devemos esperar o Senhor mesmo e não os sinais que precedem o arrebatamento(1):
- “Aguardando a bem-aventurada esperança, e o aparecimento da glória do Grande Deus e
nosso Senhor Jesus Cristo” (Tt. 2:13).
- “Lembra-te pois do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. E se não
vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei” (Ap. 3:3).
Deus sabe quem vai aceitar o Evangelho ou não. É quando o número dos eleitos estiver
completo que então Ele levará a sua Igreja. Isto é o que ensina claramente Pedro: “O Senhor não
retarda a sua promessa, ainda que alguns a tem por tardia; mas é longânimo para convosco, não
querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se” (II Pe. 3:9).
Se Cristo ainda não levou a sua Igreja é porque ela está incompleta. Não sabemos quantos
faltam, mas sabemos que este número completar-se-á.
Enfim, é-nos desconhecido o momento do Arrebatamento, pois, tal conhecimento pertence
exclusivamente a Deus, mas sabemos que quando a Igreja estiver completa ela será raptada da face
da Terra.
106
IV. Conclusão
Deus tem um plano para o futuro do Mundo. Este plano passará a ser executado no exato
momento em que a Igreja de Cristo for arrebatada.
Se comparássemos o plano escatológico de Deus com um jogo de dominó enfileirado,
diríamos que o Arrebatamento é a primeira peça.
Quando Deus vai tocar a primeira peça, não temos o menor conhecimento. Apenas Ele sabe!
Mas sabemos que, certamente, isto acontecerá quando toda a Igreja estiver completa, ou seja, quando
todos os que aceitarão o Evangelho o fizerem realmente.
Ainda utilizando outra ilustração: O Arrebatamento da Igreja é um grande ônibus que partirá
para o céu quando a lotação estiver completa.
Notas e Referências:
(1) J. Dwgtht Pentecost, Eventos Del Porvenir, p. 157.
Avaliação
107
Lição 32
Escatologia
A Grande Tribulação (Parte I)
Leituras Diárias:
Segunda – I Coríntios 4:1-5
Terça – II Coríntios 5:1-10
Quarta – Romanos 14:1-12
Quinta – Isaías 26:20,21
Sexta – Apocalipse 19:1-10
Sábado – I Tessalonicenses 2:19,20
Domingo – II Timóteo 4:7,8
I. Introdução
O Julgamento das Obras dos crentes dar-se-à em tempo determinado e específico, como nos
aponta I Co. 4:5: “Nada julgueis até que venha o Senhor”. Quando então os mortos em Cristo
108
tiverem ressuscitado e estiverem diante do Senhor, junto com a Igreja arrebatada, aí então se dará
este Julgamento. Julgamento este que estará limitado pelo Arrebatamento e pela Batalha de
Armagedon, quando Cristo virá para estabelecer o Milênio.
O local de julgamento obviamente dar-se-à a nível celestial – na existência espiritual e
celestial. De alguma forma nos encontraremos com o Senhor “nos ares” (I Ts. 4:17), onde teremos o
Julgamento de nossas obras.
Paulo, escrevendo em sua carta aos coríntios define quais serão os participantes deste juízo:
“Porque importa que todos nós compareçamos perante o Tribunal de Cristo” (II Co. 5:10).
E devemos perceber que ele se refere aqui a crentes, pessoas nascidas de novo. Prova de que
é assim é o que nos esclarece através do segundo versículo do mesmo capítulo: “E por isso neste
tabernáculo gememos, esperando ser revestidos de nossa habitação celestial”.
Outra prova evidente é o que ele fala sobre os participantes do Tribunal de Cristo:
“outorgando-nos o penhor do Espírito”. Em todos os versos Paulo lida com o pronome pessoal na
primeira pessoa do plural (Nós).
II Co. 5:10 mesmo explica-nos quem é o Juiz. Ora, se o Tribunal pertence a Cristo, este será
o Juiz. Deus deu, por ocasião da Glorificação do Seu Filho, toda a autoridade para que Ele seja Juiz.
Em Rm. 14:10 vemos Paulo afirmando que todos havemos de comparecer perante o Tribunal
de Deus. Estes textos não caem em discordância. Pelo contrário, complementam-se. Pois o Cristo
exaltado à direita de Deus tem todo o direito de ser o Juiz.
Obviamente não falamos aqui de um julgamento para a condenação. Não é o julgamento dos
crentes, mas o julgamento das obras dos crentes.
A base para o julgamento será exatamente as obras. Obviamente que a salvação é pela fé,
mas a Bíblia nos estimula a fazermos boas obras, obras que levem os homens a glorificar a Deus.
Obras foram preparadas de antemão para que nelas andássemos como resultado natural de nossa fé.
E Tiago é enfático ao declarar que a fé sem obras é morta (Tg. 2:17).
A Bíblia diz que haverá obras feitas por nós que permanecerão, serão levadas em conta,
enquanto outras se desfarão. Bancroft sintetiza bem esta idéia ao declarar:
“O exame determinará ‘qual seja a obra de cada um’, se boa ou má, se de ouro, prata,
pedras preciosas ou de madeira, feno, palha, se merece recompensa ou perda. O simbolismo da
obra que permanece, sem dúvida, representa aquilo que é feito para a glória de Deus, em conexão
com o propósito redentor de Cristo e sob a orientação e no poder do Espírito Santo, ao passo que a
obra que se queima simboliza aquilo que tiver sido feito mediante a mera sabedoria e energia
terrenas, por meios e métodos terrenos, tendo em vista alvos e finalidades terrenos”(1).
E. Resultados do Julgamento
Aqueles que tiveram obras que permaneçam, receberão galardão. A palavra galardão “pode
ser concebida como resposta de Deus à ação de um cristão”(2). Galardão é uma recompensa dada
por Deus. Não sabemos como exatamente será esta recompensa.
A Bíblia fala ainda em galardão como sendo coroas (reais ou em sentido figurado?). Seja
como for, apresenta pelo menos as seguintes coroas:
- Coroa da Vida – para os fiéis (Tg. 1:12) e para os mártires (Ap. 2:10).
- Coroa da Glória – para os pastores fiéis (I Pe. 5:4).
- Coroa da Justiça – para aqueles que amam sua vinda (II Tm. 4:7,8).
- Coroa da Alegria – Para os Ganhadores de almas (I Ts. 2:19,20).
109
Quanto àqueles que não tiverem galardão “serão salvos como que pelo fogo”. Isto era um
provérbio da época que indicava alguém que passou de um grande perigo. Não significa de forma
alguma purgatório, como defendem alguns.
Após o Julgamento das obras dos crentes, Cristo os conduzirá para as Bodas do Cordeiro, a
sala do banquete.
Cristo nas Escrituras é identificado como o Noivo, enquanto a Igreja é a Esposa: “Cristo é a
cabeça da Igreja... Cristo amou a Igreja, e a si mesmo se entregou por ela, para a apresentar a si
mesmo Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível”
(Ef. 5:23,25,27).
Era costume judaico acontecer uma grande e longa festa por ocasião de um casamento.
Quando a Igreja juntar-se com Cristo acontecerá a mesma coisa: será dada uma grande festa
chamada “As Bodas do Cordeiro”. As Bodas são, portanto, a festa e o casamento de Cristo com a
Igreja.
Momentos das Bodas do Cordeiro são citados em Ap. 19, donde podemos destacar:
- “regozijemos-nos e alegremo-nos, e demos-lhe glória; porque vindas são as Bodas do
Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou” (v. 7).
- “E disse-me: Escreve: bem-aventurado aqueles que são chamados à Ceia das Bodas do
Cordeiro” (v. 9).
- “E saiu uma voz do trono, que dizia: Louvai o nosso Deus, vós, todos os seus servos, e vós
os que o temeis, assim pequenos como grandes” (v. 5).
O Casamento envolve, obviamente, duas pessoas: o noivo e a noiva. Das Bodas do Cordeiro
participarão Cristo e a Igreja, o noivo e a esposa.
A nação israelita e os salvos do Antigo Testamento não participarão deste evento pois ainda
não terão ressuscitado. Daniel posiciona a ressurreição dos salvos do Antigo Testamento após a
Grande Tribulação: “e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até
aquele tempo... E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna e
outros para a vergonha eterna” (Dn. 12:1,2).
Desta forma, o evento das Bodas do Cordeiro é oportunidade de confraternização da Igreja
com Cristo.
IV. Conclusão
110
colírio para que vejas” (Ap. 3:18). A verdadeira riqueza é a celestial, a boa roupa é aquela que nos
deixa puros e o colírio é a retirada da cegueira que Satanás tenta por em nossos olhos.
Notas e Referências:
(1)Emery H. Bancroft, Teologia Elementar, p. 361.
(2)Culin Brown, Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, 4:47.
Avaliação
111
Lição 33
Escatologia
A Grande Tribulação (Parte 2)
Leituras Diárias:
Segunda – Daniel 9:21-27
Terça – Lucas 19:28-44
Quarta – João 5:43
Quinta – Apocalipse 7:8-17
Sexta – Apocalipse 11:1-14
Sábado – Apocalipse 13:11-18
Domingo – Apocalipse 19:11-21
I. Introdução
Seria necessário todo um trimestre para estudarmos profundamente o que vai acontecer na
Terra durante os Sete Anos de Tribulação pois há inúmeros detalhes e acontecimentos que cercarão
esta época. Entretanto, pela natureza do nosso estudo, veremos os seguintes itens deste período na
Terra que está limitado pelo Arrebatamento da Igreja (obviamente a igreja não passará pela Grande
Tribulação – veja I Ts. 5:9) e pelo Reino Milenar de Cristo: A duração da Grande Tribulação e
principais acontecimentos da Grande Tribulação.
Antes de qualquer coisa é bom entendermos que não há melhor termo para classificar este
período de dor para a Terra senão Grande Tribulação. Afinal de contas, os escritos bíblicos
utilizaram-se de palavras sombrias para classificar esta época(1):
1. A Tribulação será tempo de ira – “E diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e
escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro” (Ap. 6:16).
2. A Tribulação será tempo de Julgamento – “Quem não te temerá, ó Senhor, e não
magnificará o teu nome? Porque só Tu és Santo; por isso todas as nações virão, e se prostrarão
diante de Ti, porque os teus juízos são manifestos” (Ap. 15:4).
3. A Tribulação será tempo de provação – “Como guardaste a palavra da minha
paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para
tentar os que habitam na terra” (Ap. 3:10).
4. A Tribulação será tempo de destruição – “Ah! Aquele dia!” Porque o dia do Senhor
está perto, e virá como uma assolação do Todo-Poderoso” (Jl. 1:15).
112
5. A Tribulação será tempo de Trevas – “Dia de Trevas e de tristeza; dia de nuvens e de
trevas espessas...” (Jl. 2:2).
Este tempo de Tribulação será tão catastrófico que a Bíblia chega a afirmar que se Deus não
abreviasse aquele tempo, todos pereceriam.
“Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao
Messias, o Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas... E depois... será tirado o Messias, e
não será mais, e o povo do príncipe que há de vir, destruirá a cidade e o santuário... E Ele firmará
um concerto com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta
de manjares...” (Dn. 9:25-27).
Daniel refere-se a duas etapas principais dos acontecimentos que para ele seriam futuros:
A primeira etapa está entre a “saída da ordem para restaurar e edificar Jerusalém” e “a
retirada do Messias”.
a) Preliminarmente lembremo-nos que um ano profético possui 360 dias(2).
b) A “saída da ordem” para restaurar Jerusalém foi dada no 1º dia do mês de Nisã, no
vigésimo ano do rei Artaxexes (Ne. 2:1-8), ou seja, no dia 14 de março de 445 A.C.
c) O reconhecimento de Cristo como Messias, como Príncipe de Israel, aconteceu quando Ele
entrou em Jerusalém montado em um jumentinho: “E quando já chegava perto da descida do monte
das Oliveiras, toda a multidão dos discípulos, regozijando-se, começou a dar louvores a Deus em
alta voz, dizendo: Bendito o Rei que vem em nome do Senhor; paz no céu e glória nas alturas” (Lc.
19:37,38). Isto aconteceu no dia 6 de abril de 32 D.C.
d) Assim, entre a saída da ordem e o reconhecimento de Cristo como Messias temos 172.880
dias, que equivale a 483 anos proféticos.
e) Já que Daniel equivale estas 69 semanas aos 483 anos, cada dia das 69 semanas é um ano.
Entre a 69ª semana e a 70ª semana existe o que chamamos de “Lacuna profética”, que é
exatamente o período da Igreja.
A segunda etapa é a 70ª semana, a semana da Tribulação, que terá, então, sete anos, e
começará quando “o príncipe que há de vir” (o Anticristo), fizer um concerto com Israel. A
Tribulação é dividida em duas partes de três anos e meio, os últimos três anos e meio começarão
quando o Anticristo voltar-se declaradamente contra Israel.
Paul Guiley resume o período da Grande Tribulação da seguinte forma:
“Podemos afirmar que entre o arrebatamento da Igreja e a Segunda Vinda do Senhor Jesus
haverá um período de 7 anos, durante o qual Satanás fará um esforço supremo para estabelecer o
seu reino sobre a Terra, com o Seu Rei, o Anticristo, assentado sobre o Trono. Este período será
tempo da maior manifestação da ira de Deus contra o pecado e contra os pecadores impenitentes e
rebeldes. Durante os últimos três anos e meio o Anticristo desenvolverá a maior perseguição contra
o povo de Israel, sendo esta perseguição parte integral do esforço diabólico para estabelecer um
reino satânico que procura a exclusão do Reino de Deus. Os Sete Anos de Tribulação terminarão,
porém, com a derrota completa dos planos e esforços de Satanás, e o Reino de Deus será
estabelecido sobre o mundo interiro”(3).
1. Sabemos que o Templo de Jerusalém está destruído atualmente. Mas Israel, antes do
Período Tribulacional, reconstruirá o Templo e voltará a oferecer sacrifícios: “E foi-me dada uma
cana semelhante a uma vara: e chegou o anjo e disse: Levanta-te, e mede o Templo de Deus, e o
113
altar, e os que nele adoram. E deixa o átrio que está fora do Templo e não meças; porque foi dado
às nações, e pisarão a cidade santa por quarenta e dois meses” (Ap. 11:1,2).
2. Os israelitas aceitarão um pacto com o Anticristo, que será por ele quebrado depois dos
primeiros três anos e meio – “Eu vim em nome do Pai, e não me aceitais; se outro vier em seu
próprio nome, a esse aceitareis... E ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e na
metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares...” (Jo. 5:43 e Dn. 9:27).
3. Surgirão duas testemunhas que profetizarão contra os inimigos de Deus. Pelas capacidades
que elas demonstram alguns as tem identificado com Elias e Moisés: “estes têm poder para fechar o
céu, para que não chova, nos dias da sua profecia; e tem poder sobre as águas para convertê-las em
sangue, e para ferir a terra com toda a sorte de pragas, todas quantas vezes quiserem” (Ap. 11:6).
Estas testemunhas serão mortas e sua morte trará grande alegria às nações, pois, eram motivo de
grande incômodo: “E os que habitam na terra se regozijarão sobre eles, e se alegrarão e mandarão
presentes uns aos outros; porquanto estes dois profetas tinham atormentado os que habitam sobre a
terra” (Ap. 11:10).
4. Tendo impedido o culto a Deus no santuário, o Anticristo colocará lá sua imagem e exigirá
adoração: “o homem do pecado, o filho da perdição; o qual se opõe, e se levanta contra tudo o que
se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo
parecer Deus” (II Ts. 2:3,4).
5. Acontecerá uma perseguição declarada a Israel, o que a Bíblia chama de “Tempo de
Angústia de Jacó”: “Ah! Porque aquele dia é tão grande que, não houve outro semelhante! E é
tempo de angústia para Jacó...” (Jr. 30:7). Israel tem sofrido ao longo dos séculos – com os assírios,
os romanos, os nazistas... mas nada se compara com a perseguição do Anticristo.
6. Não só judeus serão perseguidos, mas também todos os que se negarem a adorar Satanás:
“E foi-lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a besta falasse, e
fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta” (Ap. 13:15). É
importante salientar que Satanás manifestar-se-á de três modos: o Anticristo, o Falso Profeta e a
Besta com o propósito de tentar imitar a Trindade Divina.
7. As nações reúnem-se para destruir Jerusalém: “Porque eu ajuntarei todas as nações para a
peleja contra Jerusalém...” (Zc. 14:2).
8. O Senhor virá em socorro de Israel na Batalha chamada Armagedon – “E acontecerá,
naquele dia, que procurarei destruir todas as nações que vierem contra Jerusalém” (Zc. 12:9).
Apocalipse narra esta batalha da seguinte forma: “E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos
reunidos, para fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo, e ao seu exército... E a
besta foi presa, e com ela o falso profeta, que diante dela fizera os sinais com que enganou os que
receberam o sinal da besta, e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no ardente
lago de fogo e de enxofre. E os demais foram mortos com a espada que saíra da boca do que estava
assentado sobre o cavalo e todas as aves se fartaram das suas carnes” (Ap. 19:19-21).
IV. Conclusão
A Tribulação acontecerá após o Arrebatamento da Igreja – afinal, a Igreja não passará pela
Ira de Deus, antes estará nos Céus.
O período Tribulacional será inaugurado com O Pacto de Israel com o líder mundial da
época: o Anticristo.
Satanás, no entanto, levantar-se-á contra o Povo de Deus.
Quando então o Inimigo sentir-se devidamente seguro, ele empreenderá, junto com as outras
nações, a última ofensiva contra Israel, que será protegido por Cristo e aqueles que com Ele vierem
para a Batalha do Armagedon.
Notas e Referências:
(1)Apostila de Daniel Reis, p. 61.
(2)Para discussão do assunto veja Alva J. McClain, As Setentas Semanas de Daniel, pp. 18,19.
(3)Paul Guiley, O Plano das Épocas, p. 249.
(4)Haroldo B. Allison, Doutrina das Últimas Coisas, pp. 63,64.
114
Avaliação
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3._______________________________________________________________________________
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Lição 34
Escatologia
O Milênio
Leituras Diárias:
Segunda – Ezequiel 20:33-38
Terça – Malaquias 3:1-6
Quarta – Mateus 25:31-46
Quinta – Apocalipse 20:1-6
Sexta – Sofonias 3:1-20
Sábado – Oséias 2:14-23
Domingo – Isaías 2:1-5
I. Antecedentes
A. O Julgamento de Israel
Ezequiel escreveu: “E vos tirarei dentre os povos, e vos congregarei das terras nas quais
andastes espalhados, com mão forte e com braço estendido... e vos levarei ao deserto dos povos; e
ali entrarei em juízo convosco cara a cara” (Ez. 20:34,35).
Deus levantará um fórum para o julgamento do povo de Israel:
116
oprimem a viúva e o órfão, e torcem o direito do estrangeiro, e não me temem, diz o Senhor dos
Exércitos” (Ml. 3:5).
“As ações de cada um claramente revelarão a condição espiritual do coração neste Juízo,
que há de separar os salvos dos não salvos”(2).
3. Resultados do Julgamento – Ezequiel aponta o resultado daqueles que não forem
aprovados no julgamento dos judeus. Segundo a Bíblia, estes “não entrarão na terra de Israel” (Ez.
20:38). Eles não herdarão as promessas do Senhor dadas a Abraão, Isaque e Jacó.
Entretanto, os que forem aprovados neste julgamento participarão do Reino Milenar, o qual o
Senhor reserva para os seus justos. Esta promessa era esperada e desejada pelos santos do Antigo
Testamento, como narra o livro aos Hebreus: “Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as
promessas, vendo-as, porém, de longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e
peregrinos sobre a terra” (Hb. 11:13). E ainda: “Mas agora aspiram a uma pátria superior, isto é,
celestial. Por isso, Deus não se envergonha deles, de ser chamado o seu Deus, porquanto lhes
preparou uma cidade” (Hb. 11:16).
Após a Tribulação também se dará o Julgamento das Nações; quando as Nações que
permanecerem após a Batalha do Armagedon entrarão em juízo.
No Evangelho de Mateus encontramos ensinos sobre este Julgamento:
“Quando vier o Filho do homem na sua majestade e todos os anjos com Ele, então se
assentará no trono de sua glória; e todas as nações serão reunidas em sua presença, e Ele separará
uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas” (Mt. 25:31,32).
Qual será a base para este julgamento? Há grande divergência neste ponto. Alguns defendem
um julgamento a nível nacional e outros a nível individual. Alguns defendem que a base será a forma
como trataram os judeus crentes na época da Tribulação e outros como cada nação tratou a nação
judaica.
Toda dificuldade tem como chave a expressão “Um destes meus pequeninos irmãos”.
Pois bem, se a solução está na expressão “Um destes meus pequeninos irmãos”, averiguemos
outras passagens que trazem esta expressão:
1. Mt. 10:42: “E quem der a beber ainda que seja um copo de água fria a um destes
pequeninos, por ser este meu discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá seu
galardão”.
2. Mt. 18:5: “E quem receber uma criança, tal como esta em meu nome, a mim me recebe”.
3. Mc. 9:41: “Porquanto, aquele que vos der de beber um copo de água, em meu nome,
porque sois de Cristo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão”.
Logo, os textos claramente mostram que “Um destes meus pequeninos irmãos” são discípulos
de Cristo.
A melhor opção é evidente: o julgamento será individual e baseado na forma como
receberam estes judeus convertidos na época da Tribulação, os quais trarão a pregação do
Evangelho. Assim, os que receberem esta mensagem entrarão no Milênio e os demais irão para o
Fogo Eterno.
117
Israel
A primeira realidade para Israel no Milênio é que não mais seus componentes encontrar-se-
ão espalhados. Em todo o Antigo Testamento há garantia de que isto não mais acontecerá. Muitas
passagens mostram tal, entre elas: “E os plantarei na sua terra, não serão mais arrancados da sua
terra que lhes dei, diz o Senhor teu Deus” (Am. 9:15). Veja ainda Os. 12:9; Sf. 3:20; Zc. 10:10.
A promessa dada a Davi de um reino poderoso acontecerá no Milênio, donde o Rei será o
próprio Cristo, o filho de Davi.
Nações
Aquelas nações que receberam o testemunho dos Israelitas evangelistas (os 144.000) na
época da Tribulação e aceitaram a pregação entrarão no Milênio:
“Os aspectos universais do pacto de Deus com Abraão, que prometia bênção universal, se
realizará nesta era. Os gentios serão introduzidos para que tenham relação com o Rei... os gentios
serão servos de Israel durante esta era... as nações que usurparam a autoridade sobre Israel em
tempos passados se encontrarão sujeitas a seu reino... Os gentios que estiverem no Milênio terão
experimentado a conversão antes da admissão no mesmo”(4).
A Igreja
Apocalipse 20:6 (“Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição:
sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão
com ele mil anos”) garante que os participantes da Primeira Ressurreição entrarão no Milênio
(ressurreição da qual participarão os integrantes da Igreja), tendo as seguintes funções: reinar e ser
sacerdote de Deus e de Cristo. Não temos detalhes destas atividade, mas obviamente serão posições
de responsabilidade e privilégio.
Não haverá impunidade ou qualquer tipo de corrupção no Reino que o próprio Cristo vai
dirigir. A justiça será triunfante, pois, tal característica é atributo do Senhor.
No Milênio toda injustiça será automaticamente punida. Os ímpios serão uma minoria tão
diminuta que o conhecimento do Senhor cobrirá a terra como as águas enchem os mares.
Não haverá entre as nações guerra ou desavença. Pelo contrário, seus esforços serão
conduzidos para a produção e para o bem-estar de todos, como diz Is. 2:4: “Ele julgará entre os
povos, e corrigirá muitas nações; estes converterão as suas espadas em relhas de arados, e as suas
lanças em podadeiras: uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão
mais a guerra”.
V. Conclusão
O Reino Milenar e Terrenal não é um mero acaso escatológico. Sua existência e execução
vão cumprir propósitos específicos de Deus.
O Reino vem, principalmente, cumprir as promessas feitas por Deus ao longo do Antigo
Testamento à semente de Abraão.
Tal Reino será estabelecido pelo próprio Deus e não será fruto de esforço humano, coisa que
seria impossível aos homens. Deus trará seu reino cataclismaticamente e reinará com mãos de ferro.
Aqueles que têm vínculos com Deus (Israel, Igreja e convertidos na Tribulação, enfim,
salvos), entrarão no Reino.
A mensagem do Reino é um refrigério para todos os filhos de Deus e é a garantia de um
mundo melhor, justo e perfeito sobre a Terra.
A Teocracia (Governo de Deus) é o único sistema de governo perfeito e completo – no
presente século, na presente era, não acharemos um governo completo, apenas aquele onde o Filho
de Deus reinará será integralmente justo e coerente.
Notas e Referências:
118
(1)J. Dwight Pentecost, Eventos del Porvenir, p. 315.
(2)Idem, p. 316.
(3)Ap. 19:11-21.
(4)Pentecost, op. cit., p. 385.
Avaliação
Escatologia
O Juízo Final e a Eternidade
Leituras Diárias:
Segunda – Apocalipse 20:7-15
Terça – Apocalipse 21:1-8
Quarta – Apocalipse 21:9-21
Quinta – Apocalipse 21:22-27
Sexta – Apocalipse 22:1-5
Sábado – Apocalipse 22:6-15
Domingo – Apocalipse 22:16-21
I. Introdução
119
lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão
atormentados para todo o sempre” (Ap. 20:9b, 10).
Deus então levantará o Último Juízo antes de reconstruir os céus e a terra: O Juízo Final.
A. Réus do Julgamento
AP. 20:12 e 13 mostra quem será julgado nesta ocasião: “E vi os mortos, grandes e pequenos,
que estavam diante do trono, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida: e os
mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas no livro, segundo as suas obras, e deu o
mar os mortos que nele havia e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram
julgados cada um segundo as suas obras” (Ap. 20:12,13)
Ao lermos precipitadamente estes versos poderíamos imaginar que todos os mortos
participarão deste evento. Entretanto, como já vimos anteriormente, todos os salvos já terão
ressuscitado, seja a Igreja (I Ts. 4:16,17), sejam os salvos do Antigo Testamento (Ez. 20:36), sejam
os salvos do período tribulacional (Ap. 20:4).
Logo, os participantes seriam os “mortos no mar que estavam no além”. E estes mortos
seriam todos não-crentes, não convertidos, ímpios. Como expressa Ap. 20:5: “Os restantes dos
mortos não reviveram até que completassem os mil anos. Esta é a primeira ressurreição”. Logo, a
primeira ressurreição é a dos justos e a segunda, a dos ímpios, destes que participarão do Juízo Final.
B. O Juiz do Julgamento
João não identifica quem é o Juiz, aquele que está assentado no Grande Trono Branco. No
entanto, observamos outras citações em Apocalipse, como é o caso do verso 13, do quinto capítulo
que diz: “Então ouvi que toda criatura que está no céu e sobre a terra, debaixo da terra e sobre o
mar, e tudo o que neles há, estava dizendo: ‘Àquele que estava sentado no trono e ao Cordeiro, seja
o louvor e a honra e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos’” (Ap. 5:13). Logo, um é o que
está no Trono e o outro é o Cordeiro. O primeiro é Deus, o segundo é Cristo. Logo, o juiz é o próprio
Deus.
D. Resultados do Julgamento
120
Neste Julgamento não temos duas opções. Porém, há um só caminho: a perdição eterna, “ser
lançado no lago”. Como diz Pentecost:
“A segunda vinda de Cristo é um evento conclusivo no programa de Deus. É conclusivo no
trato com o mal, pois Satanás será amarrado e a justiça será manifesta. É conclusivo com o
programa dos juízos, pois todo inimigo de Deus será julgado”(2).
III. A Eternidade
Não temos todos os detalhes que gostaríamos com relação à Eternidade – sabemos, no
entanto, que será uma esfera de existência totalmente diversa desta com a qual hoje estamos
acostumados: ausência do pecado, ausência da morte e ausência de Satanás.
O capítulo 21 de Apocalipse nos concede algumas pistas sobre o Estado Eterno:
A nova estrutura será radicalmente modificada: “E vi novo céu, e uma nova terra...” (Ap.
21:1). Deus vai empreender uma Nova Criação que atingirá todo o Universo. João ilustra este
Universo pelo ambiente no qual vivemos – a Terra; e pelo ambiente que nos cerca – o Céu. Assim
como Deus no princípio criou os céus e a terra (Gn. 1:1), Ele, no fim desta existência, formará novo
Céu e nova Terra.
A Nova Jerusalém
Jerusalém sempre foi identificada com o Reino de Deus e com Sua presença.
A Nova Jerusalém é descrita nos versículos posteriores, onde aprendemos sobre a glória da
cidade (v. 11), sua construção (vv. 12-14), suas medias (vv. 15-17) e os materiais que fazem parte de
sua construção (vv. 18-21). Mas, o mais interessante é a observação a seguir: “E nela não vi templo,
porque o seu templo é o Senhor Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro” (Ap. 21:22).
A Jerusalém terrena foi chamada de cidade santa por causa do Templo, onde se ofereciam
sacrifícios a Deus. A Jerusalém celestial será santa porque não se ouvirá nela mais os balidos e
mugidos dos animais oferecidos para sacrifício, mas se ouvirá os cantos de júbilo daqueles que
foram salvos pelo sacrifício único e perfeito de Cristo.
IV. Conclusão
O Juízo Final é o prenúncio da Eternidade. O Juízo de Deus recairá sobre os que mantiveram
seus corações distantes dEle.
Depois virá a Cidade Santa e Celestial da qual participaremos, livres de toda angústia e
preocupação que hoje nos cercam: “E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá
mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas” (Ap.
21:4).
Aguardemos ansiosamente o fim de todas as coisas, conscientes de que este fim é o começo
da perfeita relação com Deus.
Diante de tudo isto, falemos como João:
“Amém. Ora vem Senhor Jesus!”
121
Maranata!
Notas e Referências:
(1)George Laad, Apocalipse, p. 203.
(2)Pentecost, op., p. 316.
Avaliação
Durante esta semana, todos os dias, adore a Deus por aquilo que Ele tem programado paro o futuro,
pelo seu plano escatológico.
Lição 36
Leituras Diárias:
Segunda – II Timóteo 3:10-15
Terça – Deuteronômio 11:1-9 e Josué 1:8,9
Quarta – Salmos 119:9-18
Quinta – Salmos 119:105-117
Sexta – Isaías 55:1-11 e Mateus 4:4
Sábado – Lucas 24:36-45
Domingo – Apocalipse 22:8-21
I. Introdução
A Bíblia possui duas partes principais: o Antigo Testamento e o Novo Testamento. A palavra
testamento tem a ver com herança e aliança. A primeira parte da Bíblia foi a herança e o pacto entre
122
Deus e Israel, como vemos em Ex. 34:27: “Disse mais o Senhor a Moisés: Escreve estas palavras:
porque conforme ao teor destas palavras tenho feito concerto contigo e com Israel”. A segunda
parte da Bíblia é aliança e herança de Cristo com os salvos, que foram selados com seu próprio
sangue: “Este cálice é o Novo Testamento do meu sangue, que é derramado por vós” (Lc. 22:20).
A Primeira Aliança, ou Antigo Testamento, possui 39 livros, que, pela sua natureza e tema,
podem ser divididos em quatro partes principais:
A. O Pentateuco
Os primeiros livros da Bíblia, escritos por Moisés, constituem-se na base para o edifício
bíblico. Ou seja, toda a Bíblia, de uma forma direta, tem como base Gênesis, Êxodo, Levítico,
Números e Deuteronômio.
Vamos dar alguns exemplos desta importância do Pentateuco para todo o restante da Bíblia,
principalmente para o Novo Testamento:
1. Paulo refere-se ao pecado humano com as seguintes palavras em Rm. 5:12: “Pelo que,
como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte
passou a todos os homens, por isto que todos pecaram” (Rm. 5:12). Paulo baseia-se na narrativa da
desobediência de Adão no primeiro livro da Bíblia para montar toda a sua Teologia sobre o pecado:
“E vendo a mulher que aquela árvore era boa para comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável
para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com
ela. Então foram abertos os olhos de ambos...” (Gn. 3:6,7).
2. Outro exemplo da importância do Pentateuco como alicerce do edifício bíblico é o
conceito de Expiação dos pecados através do sacrifício de Cristo, conceito originado da estrutura de
sacrifícios do Livro de Levítico. Compare os dois textos a seguir para perceber esta ligação”
- “E isto vos será por estatuto perpétuo... porque naquele dia se fará expiação por vós, para
purificar-vos: e sereis purificados de todos os vossos pecados perante o Senhor” (Lv. 16:29,30).
- “E assim todo o sacerdote aparece cada dia, ministrando e oferecendo muitas vezes os
mesmos sacrifícios, que nunca podem tirar os pecados. Mas este, havendo oferecido um único
sacrifício pelos pecados, está assentado para sempre à direita de Deus” (Hb. 10:11,12).
B. Os Livros Históricos
Esta é a segunda divisão principal do Antigo Testamento. É bom salientar que o Pentateuco
não deixa de ser histórico. Mas os classificados desta forma são posteriores ao Pentateuco: Josué,
Juízes, Rute, I Samuel, II Samuel, I Reis, II Reis, I Crônicas, II Crônicas, Esdras, Neemias e Ester.
C. Os Livros Poéticos
D. Os Livros Proféticos
Os Profetas, ao contrário do que se pensa, não foram homens que em seus escritos fizeram
predições apenas. Ele foram, antes de qualquer coisa, exortadores do povo de Deus e das nações da
época para que estes andassem em conformidade com os mandamentos divinos, como nos ensina II
Reis 17:15: “Todavia o Senhor advertiu a Israel e a Judá, pelo ministério de todos os profetas e de
todos os videntes, dizendo: Voltai de vossos maus caminhos, e guardai os meus mandamentos e os
123
meus estatutos, conforme toda a lei que ordenei a vossos pais e que vos enviei pelo ministério de
meus servos, os profetas” (II Reis 17:13).
Mas, obviamente, os Profetas foram usados por Deus para apontar os caminhos futuros da
humanidade. Como exemplo citamos a vinda de João Batista, profetizada por Isaías: “Eis a voz do
que clama: Preparai no deserto o caminho do Senhor; endireitai no ermo uma estrada para nosso
Deus” (Is. 40:3).
Os Profetas são divididos em Profetas Maiores e Profetas Menores. Esta divisão advém do
tamanho do material escrito por cada um.
1. Profetas Maiores: Isaías, Jeremias, Lamentações de Jeremias, Ezequiel e Daniel.
2. Profetas Menores: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque,
Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.
Entendida esta divisão, podemos montar o seguinte gráfico que relaciona os livros bíblicos
com as etapas da história israelita:
ORIGENS
GÊNESIS
PATRIARCAS
1847
JÓ
1447
ÊXODO LEVITICO
ÊXODO / NÚMEROS
DEUTERONÔMIO.
1407
CONQUISTA JOSUÉ
124
1400
JUÍZES
JUÍZES RUTE
1050
I SAMUEL
REINO
SALMOS
UNIDO II SAMUEL I CRÔNICAS
PROVERBIOS
HABACUQUE,
ECLESIÁSTES
OBADIAS
ISAÍAS, JONAS,
930 I REIS CANTARES
JEREMIAS
JOEL, AMÓS,
REINO MIQUEIAS
DIVIDIDO NAUM,
SOFONIAS
II CRÔNICAS
OSÉIAS
722 EZEQUIEL
II REIS
REINO
CATIVO DANIEL
LAMENTAÇÕES
536 AGEU,
ESDRAS
ZACARIAS
RETORNO ESTER
NEEMIAS MALAQUIAS
444
SILÊNCIO
IV. Conclusão
Em resumo:
Temos 39 livros no Antigo Testamento.
- 5 livros do Pentateuco: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
- 12 livros Históricos: Josué, Juízes, Rute, I Samuel, II Samuel, I Reis, II Reis, I Crônicas, II
Crônicas, Esdras, Neemias e Ester.
- 5 livros Poéticos: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares de Salomão.
- 17 livros Proféticos: Isaías, Jeremias, Lamentações de Jeremias, Ezequiel, Daniel, Oséias,
Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.
Notas e Referências:
(1)Este método foi desenvolvido pelo professor David Merkh, do Seminário Bíblico Palavra da Vida,
nas apostilas “Síntese do Velho Testamento” e “Síntese do Novo Testamento”.
Avaliação
( ) Jó ( ) I Samuel ( ) Neemias
( ) Números ( ) Cantares ( ) Ezequiel
( ) Oséias ( ) Ester ( ) Jeremias
125
( ) Habacuque ( ) II Crônicas ( ) Gênesis
( ) Provérbios ( ) Obadias ( ) I Reis
( ) Lamentações ( ) Ezequiel ( ) Rute
Lição 37
Leituras Diárias:
Segunda – Gênesis 12:1-3
Terça – Êxodo 19:4-6
Quarta – Levítico 20:7,8
Quinta – Números 14:22,23
Sexta – Deuteronômio 6:4,5
Sábado – Deuteronômio 30:19,20
Domingo – Deuteronômio 34:1-12
I. Introdução
A. Natureza do Pentateuco
Os cinco primeiros livros da Bíblia tem muito em comum. Principalmente por terem sido
escritos num mesmo período e por um único autor.
Este título, Pentateuco, remonta ao século III A.C. e significa “o livro em cinco volumes”(1).
Na verdade, os judeus viam Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio como sendo
basicamente um só volume, ao qual chamavam de A Lei de Moisés: “Esforçai-vos, pois, para
guardar e cumprir tudo quanto está escrito no livro da lei de Moisés...” (Josué 23:6).
B. Autoria do Pentateuco
Como já tivemos informação, o autor do Pentateuco é Moisés. É verdade que nos cinco livros
não se encontra um versículo que claramente atribui a Moisés sua autoria. No entanto, todos os que
vieram posteriormente, personagens bíblicos, profetas e o próprio Cristo, afirmam ser ele o autor:
1. Esdras, quando narra o retorno à prática dos sacrifícios, sendo sua forma de ministração
presente principalmente em Levítico, aponta para Moisés como autor destas determinações: “Então
se levantou Josué, filho de Jozadaque... e edificaram o altar do Deus de Israel, para oferecerem
sobre ele holocausto, como está escrito na Lei de Moisés, homem de Deus” (Ed. 3:2).
126
2. Paulo chega a relacionar tão intimamente Moisés com a Lei, o Pentateuco, que escreveu:
“E até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles” (II Co. 3:15).
3. Cristo fez referência a diferentes afirmações presentes nos livros do Pentateuco e invocou
Moisés como seu autor. Veja alguns exemplos:
- Levítico e as Leis de Purificação: “...Disse-lhe Jesus: Olha, não contes isto a ninguém; mas
vai, mostra-te ao sacerdote, e apresenta a oferta que Moisés determinou, para lhes servir de
testemunho” (Mt. 8:4). Veja o texto de Levítico 8:4.
- Deuteronômio e a Lei do Divórcio: “Disse-lhes ele: pela dureza de vossos corações Moisés
vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas não foi assim desde o princípio” (Mt. 19:8). Veja o
texto de Dt. 24:1.
- Cristo relacionou toda a Lei com Moisés: “São estas as palavras que vos falei; estando
ainda convosco, que importava que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés,
nos Profetas e nos Salmos” (Lc. 24:44). E ainda: “Porque, se vós crêsseis em Moisés, creríeis em
mim; porque de mim escreveu ele” (Jo. 5:46).
Apesar de todos estes fatos que comprovam a autoria mosaica do Pentateuco, ainda alguns
questionam este fato. E uma das dúvidas que levantaram é como entender que Moisés relatou sua
própria morte em Deuteronômio 34. Este texto, obviamente, foi escrito por outra pessoa e o seu
autor talvez seja o continuador da obra de Moisés, o próprio Josué, como ensina o Talmude, o livro
dos rabinos. Mas, o fato de uma única parte ter sido completada por Josué não leva a descrédito a
autoria mosaica de todo o restante do Pentateuco.
C. Data do Pentateuco
II. Os Livros
A. Gênesis
Gênesis significa princípio, começo. E não poderia ter melhor título, pois, este livro poderia
ser dividido de acordo com as origens que ele narra(2):
1. O começo do mundo – Gn. 1:1-25.
2. O começo da raça humana – Gn. 1:26; 2:25.
3. O começo do pecado no mundo – Gn. 3:1-7.
4. O começo da promessa da redenção – Gn. 3:8-15.
5. O começo da vida famíliar e da civilização humana – Gn 4:1; 9:29.
6. O começo das nações – Gn. 10, 11.
7. O começo da raça hebraica – Gn. 12-50.
Gênesis cobre um período maior do que os outros livros da Bíblia – em seus cinqüenta
capítulos, narra pelo menos dois mil anos de história – desde a criação do mundo até a entrada de
Israel no Egito.
A frase chave de Gênesis é: “começos”.
O símbolo de Gênesis é: “Mão formando um globo”.
B. Êxodo
Êxodo, que significa saída, narra como os israelitas escaparam do Egito, quatrocentos anos
depois de José e sua família terem se estabelecido alí: “José, pois, estabeleceu a seu pai e seus
irmãos, dando-lhes possessão na terra do Egito, no melhor da terra, na terra de Ramessés” (Gn.
47:11).
Em Êxodo, Israel deixa de ser uma família e torna-se uma nação: “Mas quanto mais os
egípcios afligiam o povo de Israel...” (Êx. 1:12).
Êxodo tem como principal personagem Moisés, que funciona como libertador escolhido de
Deus para conduzir o povo do Egito a Canaã.
127
As duas principais divisões em Êxodo são:
1. A fuga do Egito (Êx. 1-8);
2. O recebimento da Lei (Êx. 19-40).
A frase chave de Êxodo é “Saindo do Egito”.
O Símbolo é “Dedos ‘andando’ na palma”.
C. Levítico
O livro tem este nome, pois, trata com os serviços do santuário administrado pelos levitas,
uma tribo israelita separada especialmente para o trabalho religioso: “Este será o cargo dos levitas:
da idade de vinte e cinco anos para cima entrarão para se ocuparem no serviço na tenda da
revelação” (Nm. 8:24).
Um dos principais assuntos de Levítico é o das ofertas, que se classificam da seguinte forma:
1. Holocausto – Este era o sacrifício mais praticado em Israel – o animal imolado era
totalmente consumido pelo fogo do altar. Este sacrifício significava dedicação ao Senhor (Lv. 1:1-
17; 6:8-13).
2. Oblação – Também uma oferta que simboliza dedicação a Deus. Porém, a diferença é que
não eram animais oferecidos em sacrifício, mas vegetais (2:1-16 e 6:14-23).
3. Sacrifício de Paz – Neste sacrifício, parte do animal era comido pelo ofertante e seus
convidados. Era uma oferta voluntária que simbolizava a comunhão entre Deus e os homens (3:1-7;
7:11-34; 19:5-8; 22:21-25).
4. Sacrifício pelo pecado – Esta oferta servia para expiar pecados cometidos por ignorância
e erro (4:5; 5:13; 6:24-30).
5. Sacrifício pela culpa – “Conquanto esta oferta seja muito semelhante ao sacrifício pelo
pecado, era oferecida em caso de violação dos direitos de Deus ou do próximo, tais como: descuido
do dízimo, pecados relacionados com a propriedade alheia e furto”(3).
A ênfase em todo livro é purificação e santidade (“Sereis santos porque eu sou santo” – Lv.
11:44).
A frase chave é “Leis para ficar santo”.
O Símbolo é “Lavando o corpo com as mãos”.
D. Números
Números tem este nome porque encontramos neste livro dois censos – o primeiro, no capítulo
1, quando foi feita uma lista dos que haviam saído do Egito. O segundo, no capítulo 26, que registra
os que haviam nascido durante a peregrinação no deserto(4).
Números descreve um período de, aproximadamente, 38 anos, contados a partir do Sinai
(Nm. 1:11 e 10:11,12), somando o período de peregrinação no deserto até a chegada nas fronteiras
da terra prometida. Em todo o período de peregrinação narrado por Moisés, o que fica mais patente é
a murmuração do povo israelita: “Depois disse o Senhor a Moisés e Arão: Até quando sofrerei esta
má congregação, que murmura contra mim? Tenho ouvido as murmurações dos filhos de Israel, que
eles fazem contra mim” (Nm. 14:26,27). A desobediência foi tão gritante que a mesma levou Deus a
proibir a entrada da geração que havia saído do Egito na Terra Prometida: “Neste deserto cairão os
vossos cadáveres; nenhum de todos vós que fostes contados, segundo toda vossa conta, de vinte
anos para cima, que contra mim murmurastes, certamente nenhum de vós entrará na terra a
respeito da qual vos jurei que vos faria habitar nela, salvo Calebe, filho de Jefoné, e Josué, filho de
Num” (Nm. 14:30).
A frase chave de Números é “Dando voltas no deserto”.
O Símbolo é “Dedos circulando a palma”.
E. Deuteronômio
O nome Deuteronômio significa “segunda entrega da Lei” ou, ainda, “repetição da Lei”.
128
A geração que peregrinara no deserto estaria toda morta no final deste período. Moisés,
então, nos últimos meses de sua vida, reprisa para a nova geração que possuiria a terra, os grandes
eventos que cercaram os últimos quarenta anos, inclusive a travessia milagrosa do Mar Vermelho.
A esperança de Moisés é que a nova geração, tendo contado com as experiências dos seus
antecessores, com seus erros e acertos, desenvolvesse fidelidade a Deus e a seus mandamentos. Por
isso, um versículo chave é Dt. 11:26-28: “Vede que hoje eu ponho diante de vós a bênção e a
maldição; a bênção, se obedecerdes aos mandamentos do Senhor vosso Deus, que eu hoje vos
ordeno; porém a maldição, se não obedecerdes aos mandamentos do Senhor vosso Deus, mas vos
desviardes do caminho que hoje vos ordeno, para seguirdes outros deuses que nunca conhecestes”.
A frase chave de Deuteronômio é “Lembrem-se da Aliança”.
O Símbolo é “Dedo apontando a fronte”.
Notas e Referências:
(1)O Pentateuco, Paul Hoff, p. 160.
(2)Estudo Panorâmico da Bíblia, Henrietta C. Mears, p. 21.
(3)Hoff, op. cit., p. 163.
(4)Guia Conciso da Bíblia, Ryrie, p. 74 e 75.
Avaliação
2. Cite ao menos dois textos bíblicos que comprovam ser Moisés o autor do Pentateuco.
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4. Números chegou a ser chamado por muitos de “Livro da Murmuração”. Por quê?
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5. Quais são as principais ofertas citadas em Levítico? O que significa cada uma delas?
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129
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Lição 38
Leituras Diárias:
Segunda – Josué 3:1-17
Terça – Josué 12:1-24
Quarta – Josué 13:1-33
Quinta – Juízes 2:6-23
Sexta – I Samuel 8:1-22
Sábado – I Samuel 16:1-13
Domingo – Rute 3:8-4:22
I. Introdução
130
II. Os Livros
A. Josué
O livro leva o nome daquele que é a principal personagem da história nele narrado – Josué.
Josué é o continuador da obra de Moisés – enquanto este tira o povo do Egito, é Josué quem
o introduz na terra de Canaã.
O livro de Josué possui duas divisões principais. A primeira narra as conquistas e a segunda
conta a divisão das terras conquistadas entre as tribos.
A conquista da terra de Canaã pode ainda ser dividida nos seguintes lances:
- Preparação (cap. 1, 2)
- A travessia do Jordão (3, 4).
- Conquista de Jericó (5, 6), do Sul (7-10) e do Norte (11).
- No capítulo 12 encontramos um resumo destas conquistas.
Nos demais capítulos do livro de Josué, é narrada a distribuição da terra entre as tribos
israelitas, conforme está mapeado logo abaixo:
B. Juízes
O livro recebe este nome poruqe foi a época em que Israel viveu sob a orientação de algumas
pessoas de diversas tribos, que exerceram funções judiciais e orientaram os exércitos de Israel contra
os inimigos.
O autor de Juízes, que talvez seja Samuel, mostra os altos e baixos espirituais do povo de
Israel. O conteúdo do livro pode ser assim sintetizado: “Quando o Senhor lhes levantava juízes, o
Senhor era com o juiz, e os livrava da mão dos seus inimigos... porém, sucedia que, falecendo o juiz,
tornavam e se corrompiam mais do que seus pais, andando após outros deuses, servindo-os, e
encurvando-se a eles” (Jz. 2:18,19).
131
Podemos, com a divisão feita por Mears(2), montar o seguinte gráfico:
C. I Samuel
O período narrado por I Samuel é um período de transição entre a época dos Juízes e a
monarquia em Israel. Tanto é que Samuel é o último dos juízes, o primeiro dos profetas e o fundador
da monarquia(3).
Nos capítulos 1 a 7 é narrada a carreira de Samuel, mostrando como ele livrou Israel do jugo
filisteu.
Nos capítulos 8 a 15 é narrado o início da monarquia, que se iniciou por causa da insistência
do próprio povo: “E disseram-lhe: eis que já estás velho, e tens filhos que não andam pelos teus
caminhos: constitue-nos pois agora um rei sobre nós, para que ele nos julgue, como o tem todas as
nações” (I Sm. 8:5). O escolhido por Deus foi Saul, no entanto, os defeitos e a desobediência de
Saul, narrados nos capítulos 13 e 15, levaram Deus a repudiá-lo e determinar que Davi seria o novo
rei sobre Israel.
Os capítulos 16 a 31 narram a unção de Davi e a perseguição travada por Saul, tentando
várias vezes matá-lo. Davi só foi assumir de fato a posição de rei quando Saul suicidou-se: “Então
disse Saul ao seu pagem de armas: Arranca a tua espada, e atravessa-me com ela, para que
porventura não venha estes incircuncisos, e me atravessem e escarneçam de mim. Porém o seu
pagem de armas não quis, porque temia muito; então Saul tomou a espada, e se lançou sobre ela” (I
Sm. 31:4).
D. II Samuel
II Samuel dedica-se a narrar o reinado de Davi. Segundo a opinião de Ryrie, os vinte e quatro
capítulos do livro podem ser assim divididos(4):
“Os capítulos 1-10 contam como Davi consolidou seu reino. Ele a princípio reinou apenas
sobre a parte sul do reino, Judá, enquanto o general Abner instalava como rei Isbosete, filho de
Saul, sobre a região norte de Israel. Mas Abner e Isbosete foram finalmente assassinados (capítulo
3,4), e Davi tornou-se rei sobre todo o povo. Ele capturou e fortificou Jerusalém, levando para lá a
arca (capítulo 5,6) e prosperaram politica, econômica e espiritualmente”.
“Os capítulos 11-14 detalham os terríveis pecados de adultério (com Bate-Seba) e homicídio
(do marido dela, Urias) cometidos por Davi. O castigo de Deus inclui a morte da criança que
nasceu dessa união pecaminosa, o estupro de Tamar por Amnon, um dos filhos de Davi, e a morte
de Amnon por Absalão”.
132
“Os capítulos 15-24 contam os demais problemas de Davi: Absalão rebelou-se contra o pai,
sendo morto por ordem de Davi: houve uma guerra civil no reino (capítulo 20) e Deus enviou uma
praga que matou setenta mil israelitas por causa de um outro pecado de Davi (capítulo 24)”.
A frase chave de I e II Samuel é: “O Reino estabelecido”.
O Símbolo é: “Corda colocada na cabeça”.
E. Rute
III. Conclusão
Os livros que estudamos nesta lição mostram desde a conquista de Canaã até o final do
segundo reinado em Israel, um período de aproximadamente 400 anos.
A lição que fica patente neste período é que, de maneira geral, quando estamos em
obediência a Deus, há vitória e proteção; quando há rebeldia e desobediência, vêm juízo e opressão.
Notas e Referências:
(1)Samuel J. Schultz, A História de Israel, p.5.
(2)Henrietta C. Mears, Estudo Panorâmico da Bíblia, pp. 90,91.
(3)Mears, op. cit., p. 101.
(4)Ryrie, Guia Conciso da Bíblia, pp. 82,83.
Avaliação
Tente, em apenas uma frase, sintetizar o conteúdo dos livros que agora estudamos:
Josué
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Juízes
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I Samuel
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133
II Samuel
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_________________________________________________________________________________
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Rute
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Lição 39
Leituras Diárias:
Segunda – I Reis 11:11
Terça – II Reis 23:27
Quarta – I Crônicas 17:11-14
Quinta – II Crônicas 17:11-13
Sexta – Esdras 1:3
Sábado – Neemias 8:9
Domingo – Ester 4:13
I. Introdução
A continuação de nosso estudo sobre os Livros Históricos vai ser agora direcionada para o
período que se inicia com a morte de Davi e a ascensão de seu filho, Salomão, como o novo rei sobre
Israel, e vai até o retorno de Judá do cativeiro da Babilônia e a edificação dos muros de Jerusalém.
É bom salientar que este foi um período de intensa atividade profética – no entanto,
deixaremos esta questão para ser analisada posteriormente.
Nesta segunda parte do estudo dos livros históricos é bom ainda esclarecer que nós
encontramos alguns livros chamados suplementares, como é o caso de I e II Crônicas, que tratam
dos mesmos acontecimentos narrados em I Samuel, I Reis e II Reis. O livro de Ester trata de
acontecimentos ocorridos no período do cativeiro babilônico.
A. I e II Reis
134
livros eram de tamanho limitado, não comportando volumes extremamente grandes(1). O mesmo
aconteceu com I e II Samuel, que perfaziam um só volume, e com I e II Crônicas, que eram também
um só livro.
Podemos apresentar um único esboço de I e II Reis, considerando-os como um único
volume(2):
I. O Reinado de Salomão – I Reis 1-11.
A. Ascensão de Salomão ao Trono – I Reis 1-4
B. A Construção do Templo – I Reis 5-8
C. A Grandeza e o Pecado de Salomão – I Reis 9-11
II. O Reino Dividido – I Reis 12 – II Reis 17:14
A. A Ruptura do Reino – I Reis 12:1-33
B. Reinados em Judá e Israel – I Reis 12:1 – II Reis 16:20
C. O Fim do Reino do Norte – II Reis 17:1-41
III. O Reino de Judá – II Reis 18-25
A. O Reinado de Ezequias – II Reis 18-20
B. O Reinado de Manassés – II Reis 21
C. O Reinado de Josias – II Reis 22-23
D. A Queda de Judá – II Reis 24-25
O reinado de Salomão é considerado um período áureo dentro da história de Israel, tanto é
que após a morte de Davi e a ascensão de Salomão ao trono, encontramos a seguinte afirmação: “E
Salomão se assentou no trono de Davi, seu pai, e o reino se fortificou sobremaneira” (I Reis 2:12).
Algo que se destacou na vida de Salomão foi a sua opção pela sabedoria, quando questionado
por Deus qual benefício gostaria de alcançar: “Dá , pois, a teu servo um coração entendido para
julgar o teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal...” (I Reis 3:9).
A maior realização deste período foi a construção do Templo em Jerusalém – e, apesar de
Davi ter reunido quase todo o material, Salomão levou sete anos e meio para levantá-lo, usando mais
de cem mil trabalhadores.
Apesar da sabedoria demonstrada no início do seu reinado, Salomão deixou-se influenciar
por mulheres de outras nações que acabaram corrompendo seu coração: “Tinha ele setecentas
mulheres, princesas e trezentas cuncubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração” (I Reis
17:3).
Por causa da desobediência de Salomão, Deus, como juízo, trouxe a divisão do reino em dois
outros reinos: o do Norte (composto de dez tribos) e o do Sul (composto por Judá e Benjamin).
O acontecimento que culminou com a divisão do Reino foi a atitude opressora que Roboão,
filho de Salomão, teve diante dos súditos: “Meu pai agravou o vosso jugo, porém eu ainda o
aumentarei; meu pai vos castigou com açoites, porém eu vos castigarei com escorpiões” (I Re.
12:14).
Jeroboão, oficial do exército de Salomão, tornou-se o primeiro rei do Reino do Norte,
enquanto Roboão permaneceu como rei do Reino do Sul.
“Foram dezenove reis desde Jeroboão até Oséias em Israel... Judá, ou reino do Sul, tinha a
capital religiosa da nação e o templo como centro de adoração de Jeová, e sendo o mais espiritual,
foi um pouco mais fiel à verdadeira adoração, teve vinte reis, desde Roboão até Zedequias”.
O Reino do Norte, por causa de sua idolatria, foi levado cativo pelas forças do exército
assírio; os israelitas perderam-se em miscigenações e nunca mais retornaram. Judá, anos depois, caiu
em mãos babilônicas, mas, depois de um período de setenta anos, o povo retornou à sua própria
terra(3).
A frase chave de I e II Reis é: “O Reino dividido/cativo”.
O Símbolo é: “Mãos separadas, pulsos unidos”.
B. Esdras
O livro narra o retorno de dois grupos de judeus do cativeiro babilônico para Judá – o
primeiro sob a liderança de Zorobabel (capítulos 1-6), quando retornaram cerca de 50.000 judeus
135
durante o reinado de Ciro (538-530 A.C.), enquanto o segundo foi liderado por Esdras, que conduziu
sete mil judeus durante o período de reinado de Atarxerxes (464-423 A.C.).
O primeiro grupo que voltou lançou os fundamentos de um novo templo em Jerusalém (Ed.
3:7-13). Quando Esdras chegou a Jerusalém, oitenta anos mais tarde, encontrou os judeus em
péssimas condições espirituais, a ponto de até os sacerdotes terem se casado com mulheres pagãs:
“Pois tomaram das suas filhas para si e para seus filhos; de maneira que a raça santa se tem
misturado com os povos de outras terras; e até os oficiais e magistrados foram os primeiros nesta
transgressão” (Ed. 9:2).
A principal tarefa de Esdras foi levar o povo ao arrependimento.
A frase chave de Esdras é: “Construindo o Templo”.
O Símbolo é: “Ponha tijolos até a torre”.
C. Neemias
Neemias era copeiro do Rei Artaxerxes I (464-423 a.c.). Neemias conseguiu junto ao rei
permissão para retornar a Jerusalém e reedificar seus muros: “Eu disse ainda ao rei: se for do
agrado do rei, dêem-se-me cartas para os governadores dalém do rio, para que me permitam passar
até que eu chegue a Judá; como também uma carta para Asafe, guarda da floresta do rei, a fim de
que me dê madeira para as vigas das portas do castelo que pertence à casa, e para o muro da
cidade, e para a casa que eu houver de ocupar. E o rei mas deu, graças à mão benéfica do meu
Deus sobre mim” (Ne. 2:7,8).
Mesmo diante da oposição de muitos inimigos (capítulos 4 e 6), Neemias conseguir fortificar
a cidade de Jerusalém num prazo de apenas 52 dias: “Acabou-se, pois, o muro aos 25 do mês de elul,
em cinqüenta e dois dias. Quando todos os nossos inimigos souberam disso, todos os povos que
havia em redor de nós temeram, e abateram-se muito em seu próprio conceito; pois perceberam que
fizemos esta obra com o auxílio do nosso Deus” (Ne. 6:15,16).
Os últimos capítulos do livro (capítulos 8-13) são empregados para descrever os efeitos
positivos causados na vida do povo graças à leitura da Lei de Moisés (8:1-12), como a celebração da
Festa dos Tabernáculos (8:13-18), arrependimento e confissão de pecados (capítulos 9-11),
restauração da vida cultural (capítulo 12) e a observância do Sábado (13:15-22).
A frase chave é: “Construindo o muro”.
O Símbolo é: “Tijolos lado a lado”.
A. Ester
Os acontecimentos narrados neste livro aconteceram num período de dez anos, no reinado do
rei Assuero (485-465 a.c.) – momento anterior à época em que Zorobabel levou o primeiro grupo de
judeus de volta a Canaã.
O livro mostra como a rainha Ester, judia, casada com o rei Assuero, conseguiu livrar o seu
povo da destruição. Ryrie sintetiza a história da seguinte forma(4):
“Assuero deu ordens à rainha Vasti que comparecesse a um banquete, mas ela recusou. Não
querendo que um movimento de libertação da mulher tivesse início em seu reino, ele se divorciou
dela (capítulo 1) e mandou fazer um concurso de beleza para achar uma rainha substituta. Ester
ganhou o concurso (capítulo 2).
Entra a seguir o vilão, Hamã, que fez o rei assinar um decreto para destruir todos os judeus
do reino (capítulo 3)
Depois vem Mordecai, primo de Ester, que aconselhou-a sobre como aproximar-se do rei do
modo certo para que ele poupasse a vida de seus conterrâneos judeus e se livrasse de Hamã
(capítulos 4-7). Leia como o rei e Mordecai conseguiram cancelar o decreto real, a fim de os
israelitas poderem defender-se de seus atacantes (capítulos 8-10)”
136
O Símbolo é: “Mãos formando copo”.
B. I e II Crônicas
Estes livros narram basicamente a mesma história de II Samuel, I e II Reis, no entanto, eles
tem uma ênfase particular: o Templo de Israel. Tanto é que podemos dividir estes dois livros da
seguinte maneira(5):
I. Davi: Preparação para o Templo (I Cr. 1-29)
A. Registros Genealógicos (1-10)
B. Reinado de Davi (11-29)
II. Salomão: Construção do Templo (II Cr. 1-9)
III. Judá: Destruição do Templo (II Cr. 10-36)
A. Os Reis de Judá (10-36)
B. Cativeiro Babilônico e Restauração (36).
Notas e Referências:
(1)Mears, op. cit., p. 121.
(2)J. B. Tdwell, Visão Panorâmica da Bíblia, p. 77.
(3)Tidwell, op. cit., p. 76.
(4)Ryrie, op. cit., p. 91.
(5)David Merh, Apostila de Síntese do Antigo Testamento, s/p.
Avaliação
Esdras
137
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Neemias
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Zorobabel
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Ester
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Lição 40
Revisão
Leituras Diárias:
Segunda – Hebreus 1:14
Terça – Isaías 14:3-23
Quarta – I Tessalonicenses 4:13-18
Quinta – Daniel 9:21-27
Sexta – Apocalipse 22:16-21
Sábado – II Crônicas 17:11-14
Domingo – Deuteronômio 6:4,5
2. Responda:
b. Como entender o fato de que os anjos são seres pessoais e não tem corpo?
138
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e. Quais são as duas divisões principais do Espiritismo? O que poderia ser dito com relação a cada
divisão?
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139
Lição 41
Os Livros Poéticos
Leituras Diárias:
Segunda – Jó 1:1-2:13
Terça – Jó 12:1-25
Quarta – Jó 32:1-22 e 37:23.24
Quinta – Jó 38:1-18
Sexta – Jó 42:1-17
Sábado – Salmos 90
Domingo – Salmos 31
I. Introdução
II. O livro de Jó
140
A. Data e Autoria do Livro
O nome “Jó” pode ter dois sentidos principais. O primeiro é perseguido ou provado, se
olharmos para a origem hebraica do homem. A segunda possibilidade é traduzirmos por arrepender,
voltar para trás, se consideramos a origem árabe da palavra. Podemos optar pela segunda
possibilidade, considerando que o pano de fundo da história é mais árabe do que hebraica.
A data dos eventos descritos no livro é anterior a Moisés. Provavelmente, estes eventos
aconteceram no período patriarcal, ainda na época em que Abraão viveu. Os motivos para crer desta
forma são os seguintes:
1. A organização das famílias é patriarcal, semelhante à época abraâmica;
2. Não era ainda seguida a Lei de Moisés, pois, quem oferecia sacrifícios pelos pecados não
era um sacerdote, mas o pai da família: “Decorrido o turno de seus banquetes, chamavam Jó a seus
filhos e os santificava; levantando-se de madrugada, e oferecia holocaustos segundo o número
deles” (Jó 1:5).
3. A moeda utilizada no período de Jó é a mesma do período patriarcal (veja Jó 42:11 e Gn.
33:19 – em ambas as ocasiões é utilizada a expressão hebraica “qesitah”).
O autor do livro é por demais incerto. O Talmude, importante livro judeu, indica ser Moisés
responsável pela autoria. Seja como for, fato é que Jó deve ter sido escrito antes do estabelecimento
da Lei e da formação do Estado de Israel, já que o autor não fez qualquer menção a estes eventos
centrais da história hebraica.
B. Tema de Jó
Jó traz uma questão tão antiga quanto o próprio livro: por que o justo sofre?
Esta pergunta é que se pretende responder no decorrer do livro. Jó, um homem reto para com
seus semelhantes e para com Deus, sofre inúmeras adversidades e pergunta “por quê?” – “O meu
rosto está todo afogueado de chorar, e sobre as minhas pálpebras está a sombra da morte, embora
não haja violência nas minhas mãos e seja pura a minha oração” (Jó 16:16,17).
O livro vai responder esta questão de três maneiras básicas: “1) Deus merece nosso amor à
parte das bênçãos que concede; 2) Deus pode permitir o sofrimento como meio de purificar e
fortalecer a alma em piedade; 3) Os pensamentos e os caminhos de Deus são movidos por
considerações vastas demais para a mente fraca do homem compreender”(2).
C. A Narrativa de Jó
III. Salmos
A palavra Salmos significa louvores ou hinos. Dos 150 Salmos, cerca de cinqüenta não
revelam seu autor. Os demais possuem diversos autores: Moisés (Sl. 90), Davi (vários), Asafe (Sl.
50,73-83), os descendentes de Coré (Sl. 42,44-49, 87,88), Salomão (Sl. 72, 127); um de Hemã (Sl.
88), um de Etã (Sl. 89)(3). Davi é o que mais escreveu, fazendo um total de 73 Salmos.
141
O livro de Salmos era, na verdade, o saltério judaico – que anuncia os hinos de adoração a
Deus – alguns, escritos por devoções individuais, outros, com o propósito específico de serem
usados na adoração no Templo, como é o caso dos Salmos que, na introdução, possuem a frase “Ao
mestre de Canto”, como acontece com os Salmos 4 e 5.
O livro de Salmos foi dividido pelos judeus em cinco partes, sendo que cada parte
corresponde a uma época ou a um propósito específico(4):
Livro I – “Os Salmos Davídicos” (1-41) – A grande maioria é de autoria do rei Davi.
Livro II – “Os Salmos Históricos” (42-72) – Atribuídos a diversos autores, estão cheios de
fatos históricos da vida da nação de Israel.
Livro III – “Os Salmos de Ritualismos ou Litúrgicos” (73-89) – A maioria deles é atribuída a
Asafe e foi utilizada especialmente para a adoração do povo israelita.
Livro IV – “Salmos Pré-Exílicos” (90-106) – Refletem o sentimento e a história antes do
Cativeiro.
Livro V – “Salmos do Cativeiro e do Retorno” (107-150) – Assuntos relacionados com o
cativeiro babilônico e com o retorno a Jerusalém.
IV. Conclusão
Notas e Referências:
(1)O Novo Dicionário da Bíblia, vol III, p. 1299.
(2)Gleason L. Archer Jr., Merece Confiança o Antigo Testamento?, pp. 517,518.
(3)Idem, p. 500.
(4)J. B. Tidwell, Visão Panorâmica da Bíblia, p. 96.
Avaliação
142
Lição 42
Os Livros Poéticos II
Leituras Diárias:
Segunda – Provérbios 1:1-9
Terça – Provérbios 1:20-33
Quarta – Provérbios 16:1-19
Quinta – Eclesiastes 6:1-12
Sexta – Eclesiastes 11:9-12:4
Sábado – Cantares 1:1-17
Domingo – Cantares 4:1-16
I. Introdução
Provérbios, Eclesiastes e Cantares são os outros livros classificados como poéticos. Cada um
deles possui diferentes temas e propósitos, mas possuem algo em comum: são de autoria do rei
Salomão.
Salomão, até o momento em que não se deixou levar pela influência das mulheres de outros
povos, com as quais se casou, foi um homem extraordinariamente sábio: “Deu também Deus a
Salomão sabedoria, grandíssimo entendimento e larga inteligência como a areia que está na praia
do mar” (I Re. 4:29).
No próprio livro de Provérbios, encontramos a orientação de ter sido ele escrito por Salomão:
“Provérbios de Salomão, filho de Davi, o rei de Israel” (Pv. 1:1). Mas Agur e Lemuel também
contribuíram com os últimos capítulos (cap. 30, 31). Em Eclesiastes, não há uma declaração
peremptória de ter sido este escrito por Salomão, mas o autor apresenta-se como sendo filho de Davi
(1:1), rico e sábio (1:16, 2:7) – características que apontam para Salomão(1). Cantares, já no primeiro
versículo, declara ter sido escrito por Salomão: “Cântico dos cânticos de Salomão” (veja I Reis
4:32).
II. Provérbios
143
Provérbios mostra como deve o homem que teme a Deus comportar-se no dia a dia, em
praticamente todas as áreas da vida. Provérbios mostra a religião prática; Davison definiu
brilhantemente o cerne deste livro: “Para os escritores de Provérbios, religião significa bom senso,
religião significa domínio dos negócios, religião significa força e virilidade e sucesso, religião
significa um intelecto bem equipado que emprega os melhores meios para atingir os mais altos
ideais”(2).
É difícil determinarmos uma estrutura para um livro tão eclético como Provérbios, mas, de
maneira geral, ele possui três tipos de pessoas a quem seus ditos são dirigidos(3):
1. Conselhos para os jovens – Pv. 1:1-10
2. Conselhos para todos os homens – Pv. 11-20
3. Conselhos para reis e governantes – Pv. 21-30
O último capítulo (Pv. 31) fala especificamente das características de uma mulher sábia.
Todo o livro possui a seguinte direção: o caminho para o sucesso é a prudência.
Alguns temas são destacados em Provérbios(4):
- Adultério – 2:1-22; 5:1-23; 7:1-27;
- Más companhias - 4:10-18;
- Advertência contra o ser fiador - 6:1-5;
- Boas palavras – 15:1-4;
- Dinheiro – 28:11-28;
A frase chave do livro é: “Sabedoria”.
O Símbolo é: “Mão no queixo”.
III. Eclesiastes
“Beije-me ele com os beijos da sua boca; porque melhor é o seu amor do que o vinho... a sua
mão esquerda esteja debaixo da minha cabeça, e a sua mão direita me abrace” (cap. 1:2; 2:26).
144
Cantares mostra o relacionamento de duas pessoas: Salomão e uma moça da cidade de
Suném, que ficava a sudeste do Lago da Galiléia. A descrição do relacionamento deste casal é aqui
colocado de forma apaixonada e poética. Cantares tem sido interpretado de duas maneiras básicas:
1. Alegoricamente – Esta linha de interpretação identifica Salomão com o Senhor (com
Cristo, segundo os cristãos), e a sulamita com Israel (ou com a Igreja)(7). Desta forma, os
acontecimentos descritos no livro indicam simplesmente o amor entre Deus e seu povo, enquanto
que o relacionamento carnal do casal não tem uma real importância.
2. Literalmente – Esta linha de pensamento entende que o cântico refere-se a uma
declaração de amor entre um homem e uma mulher, a qual estimula os cônjuges a um
relacionamento constante e apaixonado. Esta parece ser a melhor opção, quando consideramos que
Salomão narra um evento real e, além disso, não há nenhuma indicação de ser o descrito no livro
uma ilustração do relacionamento de Deus com o seu povo – quando tal acontece, Deus faz questão
de deixar isto bem claro, como quando Ele se utilizou do relacionamento de Oséias e sua esposa para
ilustrar sua relação com o povo de Israel (veja Oséias, cap. 1).
Cantares, às vezes é um monólogo, às vezes um diálogo, onde o amor entre o homem e a
mulher é exaltado e homenageado. Observe um esboço de Cantares que transcrevemos do
Comentário Bíblico Moody(8):
V. Conclusão
Estas três obras de Salomão alargam grandemente o alcance temático das Escrituras:
Em Provérbios, é tratado o comportamento daquele que teme a Deus e sabe do benefício de
obedecê-lo.
Em Eclesiastes, o homem é colocado diante da fatal verdade: não é possível viver neste
mundo sem Deus, pois, as alegrias tornam-se passageiras e sem sentido.
Em Cantares, o amor conjugal é estimulado a ser vivido num ambiente de íntimo
relacionamento físico.
Notas e Referências:
(1)Ryrie, Guia Conciso da Bíblia, p. 178.
(2)Citado por J. B. Tidwell, em Visão Panorâmica da Bíblia, p. 97.
(3)Mears, op. cit., p. 178.
(4)Ryrie, op. cit., p. 96.
(5)Mears, op. cit., p. 182.
(6)Gleason, L. Archer Jr., Merece Confiança o Antigo Testamento?, p. 542.
(7)Archer, op. cit., p. 512.
(8)Comentário Bíblico Moody, vol. 2, p. 498.
Avaliação
Escolha Provérbios, Eclesiastes ou Cantares, e em dez linhas escreva como o livro escolhido pode
ser importante para a vida da igreja e para sua própria vida.
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145
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Lição 43
Os Profetas Menores I
Leituras Diárias:
Segunda – II Crônicas 26:1-15
Terça – Oséias 1:1-11
Quarta – Oséias 3:1-5
Quinta – Joel 2:12-17
Sexta – Joel 2:12-17
Sábado – Amós 4:1-13
Domingo – Amós 9:1-15
I. Introdução
146
Profetas Menores, num total de doze, sendo eles: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias,
Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.
II. Oséias
A. Época
Oséias viveu após a divisão do Reino de Israel em dois: O Reino do Norte ou Reino de Israel,
e o Reino do Sul ou Reino de Judá. Ele viveu no Reino do Norte, numa época de grande
prosperidade.
O reinado de Uzias caracterizou-se por sucessivas vitórias em diversas guerras, várias
construções, fortificações e desenvolvimento agrícola(2): “A fama de Uzias voou até muito longe;
porque foi maravilhosamente ajudado, até que se tornou poderoso” (veja II Cr. 26). Os reis que
vieram depois de Uzias também prosperaram. Foi no reinado de Jeroboão II, quando Israel estendeu
seu domínio, que Oséias profetizou.
Este espírito triunfalista por parte do povo de Israel, fê-lo confiar em sua própria força e
separar-se de Deus, chegando a um grande declínio moral e espiritual. O Israel do tempo de Oséias
repetiu para com Deus o que descreve um antigo ditado: “Mas, engordando-se o meu amado deu
coices” (Dt. 32:15).
B. Tema do Livro
1. O Livro começa com uma ordem divina a Oséias: “vai, toma por esposa uma mulher de
prostituições...” (Os. 1:2). Obviamente que Gômer, esposa de Oséias, não era ainda prostituta nesta
ocasião, mas Deus via nela o potencial e conhecia o futuro para utilizar esta expressão “mulher de
prostituição”. Oséias deu a esta mulher seu nome, sua reputação, seu lar, assim como Deus fez com
Israel.
3. Gômer chegou a sair de casa e morar com outro homem e, obviamente, a envolver-se com
algo muito comum naquela época: a prostituição cultural, ou seja, orgias sexuais como forma de
adoração a outros deuses. Gômer chegou a tornar-se escrava, e quando ela estava “no fundo do
poço”, Deus mandou Oséias recebê-la novamente, querendo com isto ilustrar a disposição divina em
receber Israel, mesmo que ele tivesse se envolvido com outros amantes: “Compadecer-me-ei de Lo-
Ruama, e a Lo-Ami direi: Tu és meu povo; e ele dirá Tu és o meu Deus. Disse-me o Senhor: Vai
outra vez, ama uma mulher, amada de seu amigo, e adúltera, como o Senhor ama os filhos de Israel,
embora eles se desviem para outros deuses” (2:23; 3:1).
147
- Chamada ao arrependimento: “Volta, ó Israel, para o Senhor teu Deus” (14:1);
- Promessa futura de restauração (Os. 14) – coisa que se concretizará verdadeiramente no
Milênio.
A frase chave: “O amor de Deus”.
O Símbolo: “Abraçando a si mesmo”.
III. Joel
A. Ocasião
O nome Joel significa “O Senhor é Deus”. O livro que leva o nome deste profeta
provavelmente é o mais antigo dos livros proféticos. Joel foi contemporâneo de Eliseu e viveu antes
de Oséias.
Enquanto Oséias e Eliseu viveram no Reino do Norte, em Israel, Joel viveu e realizou seu
ministério no Reino do Sul, em Judá, durante o reinado de Joás. Joás havia sido coroado com sete
anos (II Re. 11:4) e tornou-se necessário um período de regência, onde os anciãos e sacerdotes
cuidaram do Poder Executivo – foi um período de grande influência do tio de Joás, Jeoiada (II Re.
11:1-20).
B. Tema do Livro
1. História (cap. 1)
a) O Ataque dos Gafanhotos (1:1-12).
b) O Dia da Seca (1:13-20).
Nessa primeira divisão, Joel faz referência à destruição causada pelos gafanhotos e pela seca
às plantações – o que trouxe fome e miséria: “A semente mirrou debaixo dos seus torrões; os
celeiros estão desolados, os armazéns arruinados; porque falharam os cereais” (1:17). Joel, várias
vezes faz referência ao Dia do Senhor, que seria ocasião em que Deus interferiria na vida do seu
povo, trazendo juízo e, posteriormente, abundância. Os judeus haviam experimentado um pouco do
Dia do Senhor através das pragas.
2. Futuro (cap. 2 e 3)
a) O Dia do Senhor – Próximo (2).
b) O Dia do Senhor – Distante (3).
O capítulo 2 usa a ilustração dos gafanhotos para mostrar a invasão de um exército nas terras
judaicas e israelitas – fazendo menção às invasões assíria e babilônica.
O capítulo 3 refere-se à última etapa do Dia do Senhor – reservado para um período bem
distante que ainda hoje não chegou – é o período da Tribulação (3:1 em diante), o qual será seguido
do Milênio (3:17-21).
A frase chave: “O Dia do Senhor”.
O Símbolo: “Dedos ‘comendo’ gafanhotos”.
IV. Amós
148
A. Ocasião
Amós nasceu em Tecoa, vinte quilômetros distante de Jerusalém. Ele era muito humilde,
tendo como profissão ser boiadeiro: “Mas o Senhor me tirou de após o gado, e o Senhor me disse:
Vai, profetiza ao meu povo Israel” (7:15).
Amós profetizou quando Jeroboão II reinava em Israel. Era uma época de otimismo militar e
político para os israelitas. Os inimigos de Israel (Egito, Assíria e Babilônia) estavam inoperantes e
quietos – tal situação enchia o povo de Deus de auto-suficiência e desprezo pela proteção divina.
É nesta situação que um simples vaqueiro corajosamente se levanta e adverte o povo dos
perigos iminentes por causa da independência excessiva: “Ouvi esta palavra que o Senhor fala
contra vós, filhos de Israel, contra toda a família que fiz subir da terra do Egito, dizendo: De todas
as famílias da terra só a vós tenho conhecido; portanto eu vos punirei por todas as vossas
iniqüidades” (3:1,2).
B. Tema
Amós não se detém apenas a levantar-se contra Israel, mas trata igualmente dos juízos que
Deus traria às nações vizinhas.
O livro de Amós pode ser assim esquematizado:
V. Conclusão
Amós, Joel e Oséias proclamam mensagens de juízo num período que os reinos do Norte e do
Sul estavam vivenciando equilíbrio político e, de maneira geral, também econômico.
O povo, por causa do seu espírito triunfalista, não cedeu às asseverações proféticas, por isto
aconteceu o que os profetas disseram: os cativeiros assírio e babilônico. No entanto, os profetas
mostram que Deus, mesmo assim, compadecer-se-á do seu povo e suas promessas de restauração
concretizar-se-ão principalmente no Reino Milenar.
Notas e Referências:
(1)Tidwell, op. cit., p. 106.
(2)Charles L. Feinberg, Os Profetas Menores, p. 12.
149
Avaliação
2. Por que os contemporâneos de Oséias, Joel e Amós não quiseram atender às suas asseverações?
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Lição 44
Os Profetas Menores II
Leituras Diárias:
Segunda – Gênesis 25:24-34
Terça – Obadias 1
Quarta – Jonas 4:1-11
Quinta – Miquéias 6:1-16
Sexta – Miquéias 7:1-20
Sábado – Naum 3:1-19
Domingo – Habacuque 3:1-9
I. Obadias
150
Ryrie afirma: “sua história e julgamento reforçam a promessa feita por Deus a Abraão de
que os que amaldiçoassem os judeus seriam também amaldiçoados (Gn. 12:4)”(1).
A frase chave do livro: “Julgamento contra Edom”.
O Símbolo: “Mão autenticando documento”.
II. Jonas
A. Ocasião
Jonas foi contemporâneo de Oséias e Amós, logo, viveu uma época de abastança por parte de
Judá e Israel. Viveu durante o reinado de Jeroboão II (793-753 A.C.): “Foi ele que estabeleceu os
termos de Israel, desde a entrada de Hamate até o mar de Arabá, conforme a palavra que o Senhor,
Deus de Israel, falara por intermédio de Seu servo Jonas” (II Re. 14:25).
B. Tema
O livro do profeta Jonas não é um discurso contra os pecados do povo de Deus, mas é a
narração de como Deus levou, através de um profeta desobediente, a salvação ao povo pagão de
Nínive.
Jonas recebe dois chamados para ir e pregar o arrependimento ao povo ninivita.
1. O primeiro chamado é marcado pela desobediência: “Ora veio a palavra do Senhor a
Jonas, filho de Amitai, dizendo: Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive, e clama contra ela,
porque a sua malícia subiu até mim. Jonas, porém, levantou-se para fugir da presença do Senhor
para Társis” (Jonas 1:1-3).
- Nínive era capital da Assíria, nação inimiga de Israel. Jonas, como um profeta nacionalista,
queria ver a destruição de Nínive e não a sua continuação. Assim, se Deus mostrava-se pronto a
varrer Nínive da face da Terra, melhor seria que isto acontecesse, considerava Jonas. Além disto, a
Assíria, pelos profetas, havia sido apontada como a nação que levaria cativo o Reino do Norte.
- Os assírios eram conhecidos por sua violência e maldade. Jonas temia ser morto pelo povo
ninivita quando levantasse sua voz contra seus pecados.
Por tudo isto, Jonas foi para o lado oposto de Nínive – para Társis.
O barco que ele toma enfrenta grande tempestade, e Jonas acaba sendo lançado ao mar pelos
marujos do barco, que entendiam ser ele o alvo da ira divina (1:4-16). Jonas é salvo por Deus
milagrosamente, através de um grande peixe que o engole e o lança na terra (1:17-2:10).
2. O chamado para pregar a Nínive é repetido literalmente (3:2). Nessa ocasião, Jonas não
mais se opõe, mas obedece.
O povo ninivita arrepende-se dos seus pecados, mas Jonas mostra-se insatisfeito com o
perdão de Deus voltado para os inimigos de Israel: “Ah! Senhor! Não foi isso que eu disse, estando
ainda na minha terra? Por isso é que me apressei a fugir para Társis, pois eu sabia que és Deus
compassivo e misericordioso, longânimo e grande em benignidade, e que te arrependes do mal.
Agora, ó Senhor, tira-me a vida, pois melhor me é morrer do que viver” (Jn. 4:2,3).
A frase chave: “Compaixão para Nínive”.
O Símbolo: “Mão estendida”.
III. Miquéias
A. Ocasião
Miquéias profetizou entre 750 e 686 A.C., tempo correspondente aos reinados de Jotão, Acaz
e Ezequias (Am. 1:1).
Esta era uma época de grande relaxamento moral e espiritual, tanto em Israel como em Judá
– uma circunstância social semelhante àquela que o Brasil tem vivido nos últimos anos:
151
- Os ricos enriqueciam-se ainda mais através da exploração dos pobres: “Ai daqueles que nas
suas camas maquinam a iniqüidade e planejam o mal!... E cobiçam campos, e os arrebatam, e
casas, e as tomam; assim fazem violência a um homem e à sua casa, a uma pessoa e à sua herança”
(Mq. 2:1,2).
- A liderança israelita vivia em grande corrupção, onde a “propina” era comum: “Os seus
chefes dão as sentenças por peitas, e os seus sacerdotes ensinam por interesse, e os seus profetas
adivinham por dinheiro” (Mq. 3:11).
- O comércio acontecia em parceria com a desonestidade: “Justificarei ao que tem balanças
falsas, e uma bolsa de pesos enganosos?” (Mq. 6:11).
B. Tema
Miquéias vem pedir especialmente justiça e equidade para a vida do povo de Deus. Ryrie
sintetiza da seguinte forma as profecias de Miquéias:
“No capítulo 1 ele previu a queda do reino do norte (a capital era Samaria - v. 6), assim
como do reino de Judá, ao sul (v. 12)”.
“No capítulo 2 ele expõe os pecados do povo; na capítulo 3 ele expõe os pecados dos
governantes e falsos profetas, reiterando o tema do juízo iminente sobre Judá. Miquéias 4:1-9
descreve as glórias do reino futuro de Cristo na terra”.
“O capítulo 5 prediz os eventos ligados à primeira (vv. 2,3) e à segunda (vv. 4,5) vindas de
Cristo”.
“Os capítulos 6 e 7 contêm condenações formais contra o povo e termina com outra
descrição das bênçãos que trará a vinda de Cristo (7:11-20)”.
A frase chave: “Equidade”.
O Símbolo: “Mãos imitando duas balanças”.
IV. Naum
A. Ocasião
O nome Naum significa “consolo” e é bastante compatível com o tipo de mensagem que ele
se propõe a trazer. Contrário aos demais livros poéticos, Naum não traz uma só advertência contra o
povo de Judá e/ou de Israel – antes é uma sentença exclusiva contra os assírios, representados no
livro por sua capital, Nínive: “Oráculo acerca de Nínive. Livro da visão de Naum” (Na. 1:1).
Enquanto Jonas narra como a geração ninivita de sua época converteu-se dos seus pecados,
Naum, mais de um século depois, narra a fatal destruição contra Nínive por causa de sua violência
ao povo de Deus.
Naum viveu no tempo do último rei de Israel: Ezequias. Nesta mesma época, os assírios
invadiram Israel e levaram as dez tribos do Norte cativas para a Assíria: “Assim foi Israel
transportado da sua terra para a Assíria, onde está até o dia de hoje. Depois o rei da Assíria trouxe
gente de Babilônia, de Cuta, de Ava, de Hamate e de Safarnaim, e a fez habitar em lugar dos filhos
de Israel...” (II Re. 17:23,24).
B. Tema
Naum provavelmente fugiu para Judá e proclamou o juízo de Deus que cairia sobre Nínive,
capital inimiga:
152
Automaticamente, Naum passa da descrição da força de Deus para tratar do juízo que viria
sobre Nínive. É como se ele perguntasse: “Diante deste Deus você pode resistir?”
V. Habacuque
Habacuque escreveu o seu livro poucos anos antes de os babilônios invadirem Judá e levarem
seu povo cativo.
O livro possui duas perguntas básicas que direcionam a análise do profeta:
1. Por que Deus não pune Judá já que está tão envolvida em pecado?
Habacuque olhava para seus contemporâneos e só percebia desobediência por parte deles:
“Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não escutarás?... Por esta causa a lei se afrouxa, e a justiça
nunca se manifesta; porque o ímpio cerca o justo, de sorte que a justiça é pervertida” (1:2,4).
Deus, então, responde que vai punir Judá com os babilônios (caldeus): “Pois eis que suscito
os caldeus, essa nação feroz e impetuosa...” (v. 6).
2. Por que Deus punirá Judá com uma nação tão corrompida?
A resposta de Deus não agrada Habacuque, afinal, Deus não vê que o instrumento de sua ira
é uma nação mais corrompida que os judeus?: “Por que olhas para os que procedem aleivosamente,
e te calas enquanto o ímpio devora aquele que é mais justo do que ele?” (v. 13).
Deus, finalmente responde que conhece bem os babilônios, e que não deixará de trazer juízo
sobre aquele povo também: “Pois a violência cometida contra o Líbano (Judá) te cobrirá... por
causa do sangue dos homens, e da violência para com a terra, a cidade e todos os que nele
habitam” (2:17).
Por fim, Deus convoca Habacuque, depois de elucidar suas dúvidas, a confiar inteiramente
em Deus, independentemente das situações: “Ainda que a figueira não floresça; eu me alegrarei no
Senhor” (3:17,18).
A frase chave de Habacuque é: “Vivendo pela fé”.
Notas e Referências:
(1)Ryrie, op. cit., p. 113.
(2)Mears, op. cit., p. 280.
Avaliação
Explique porque cada livro estudado nesta lição possui como frase chave a que está ao lado:
153
3. Miquéias – “Equidade”
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Lição 45
Leituras Diárias:
Segunda – Sofonias 3:9-20
Terça – Ageu 1:1-14
Quarta – Ageu 2:1-9
Quinta – Zacarias 9:9-17
Sexta – Zacarias 12:10-14
Sábado – Zacarias 14:9-21
Domingo – Malaquias 3:7-12
I. Sofonias
A. Ocasião
B. Tema
Sofonias fala de dois momentos nos atos futuros de Deus: condenação e restauração.
154
No primeiro capítulo, o livro trata das advertências contra Judá e sua respectiva condenação.
O pecado principal aqui tratado é a idolatria:
“Estenderei a minha mão contra Judá; e contra todos os habitantes de Jerusalém; e
exterminarei deste lugar o resto de Baal, e os nomes dos sacerdotes de ídolos... e os que sobre os
telhados adoram o exército do céu e aqueles adoradores que juram ao Senhor e juram por Milcom,
e os que deixam de seguir o Senhor” (1:4-6).
No terceiro capítulo, encontramos promessas futuras de restauração para o povo israelita:
“Naquele tempo vos trarei, naquele tempo vos recolherei: porque farei de vós um nome e um louvor
entre todos os povos da terra, quando eu tornar o vosso cativeiro de diante dos vossos olhos, diz o
Senhor” (3:20).
A frase chave: “Destruição e restauração”.
O Símbolo: “Mãos defendendo-se, depois adorando”.
II. Ageu
Ageu foi um dos judeus que retornou juntamente com Zorobabel do cativeiro babilônico
segundo o decreto do rei Ciro (Ed. 1:1-4).
Quando os judeus retornaram, se ocuparam da reconstrução do templo em Jerusalém, mas a
obra foi interrompida por 14 anos, por causa das investidas dos inimigos que viviam na região da
Palestina.
Aqueles anos de paralisação tornaram os judeus relapsos com a obra de reconstrução da casa
de Deus. Aí é que Ageu entra em cena, conclamando o povo para terminar a obra de reconstrução do
Templo de Jerusalém.
O livro pode ser assim dividido:
- 1:1-11 – Ageu censura o povo por haver abandonado a obra do Templo mas, em contraste,
ter se dedicado a construir boas casas para si mesmo: “Acaso é tempo de habitardes nas vossas casas
forradas, enquanto esta casa fica desolada?... Minha casa está em ruínas enquanto correis, cada um
de vós à sua própria casa” (1:4,9).
- 1:12-15 – O povo reagiu positivamente aos apelos de Ageu e, sob a liderança de Zorobabel,
pôs-se a trabalhar novamente: “E o Senhor suscitou o espírito do governador de Judá, Zorobabel , e
o espírito de todo o resto do povo; e eles vieram, e começaram a trabalhar na casa do Senhor dos
Exércitos, seu Deus” (1:14). A obra levou quatro anos. Este Templo ficou conhecido como o Templo
de Zorobabel. O Templo de Salomão foi o primeiro, o de Zorobabel, o segundo, e o de Herodes, o
terceiro (nos dias de Cristo)(1).
- 2:1-23 – Esta última parte contém uma mensagem de esperança para o povo, já que muitos
estavam desanimados, pois, o novo templo de Culto era bem menor em tamanho e em riqueza, se
comparado com o Templo de Salomão: “A glória desta última casa será maior do que da primeira,
diz o Senhor dos Exércitos; e neste lugar darei a paz, diz o Senhor dos Exércitos” (Ag. 2:9).
A frase chave: “Construindo o Templo”.
O Símbolo: “Lançando tijolos”.
III. Zacarias
Zacarias foi contemporâneo de Ageu e trabalhou com ele na tentativa de fazer o povo voltar à
reforma do Templo: “Ora, os profetas Ageu e Zacarias profetizaram aos judeus que estavam em
Judá e em Jerusalém, em nome do Deus de Israel profetizaram” (Ed. 5:1).
Nos primeiros oito capítulos, Zacarias traz estímulos ao povo para restaurar o Templo e
também a vida de Judá como nação.
Nos demais capítulos, Zacarias fala do futuro – trazendo referências à primeira e à segunda
vindas do Messias. Zacarias mostra que a primeira volta de Cristo seria marcada pela humildade:
“Alegra-te muito, ó filha de Sião; exultai, ó filha de Jerusalém; eis que vem a ti o teu rei; ele é justo
e traz a salvação; ele é humilde e vem montando sobre um jumentinho, filho de uma jumenta” (9:9).
Veja Lc. 19:28;
155
- Zacarias profetizou o arrependimento futuro dos judeus, quando Cristo voltar pela segunda
vez: “Mas sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o espírito de graça
e de súplicas; e olharão para aquele a quem traspassaram, e o prantearão como quem pranteia por
seu filho único; e chorarão amargamente por ele; como se chora pelo primogênito” (12:10);
- Zacarias fez referência ao Reino Milenar: “E o Senhor será rei sobre toda a terra...” (14:9).
A frase chave: “O Messias e o Templo”.
O Símbolo: “Dedos andando para a torre”.
IV. Malaquias
A. Ocasião
Foi o último dos profetas do Antigo Testamento e profetizou entre 430-420 A.C. O povo
estava indiferente e cercado por uma religiosidade fria e mecânica, em parte porque tenderam a
interpretar as promessas proféticas de um reino messiânico para uma época imediatamente posterior
ao retorno do cativeiro babilônico – o que obviamente não aconteceu.
Assim, Malaquias viveu uma época em que a própria justiça divina foi posta em dúvida – os
judeus aprenderam a lição e não voltaram à idolatria, mas uma onda de mundanismo cobriu a nação:
“Tendes enfadado ao Senhor com vossas palavras, e ainda dizeis: em que havemos enfadado? Nisto
que dizeis: qualquer que faz o mal passa por bom aos olhos do Senhor, e desses é que ele se agrada;
ou: onde está o Deus do juízo?” (Ml. 2:17).
B. Tema
V. Conclusão
Os profetas menores tem como excelente a atenção em trazer uma mensagem atual e
relevante para o povo de sua época.
Os profetas pré-exílicos chamavam a atenção para o juízo divino que se aproximava por
causa de idolatria, desonestidade e injustiça social. Os profetas do cativeiro trouxeram ânimo ao
povo lembrando que Deus não o havia abandonado. E os profetas que retornaram do cativeiro
babilônico, buscavam incentivar os judeus para que eles conseguissem reconstruir a nação política,
religiosa e moralmente – para isto sempre utilizaram do Messias prometido como figura de
inspiração.
Notas e Referências:
156
(1)Ryrie, op., p. 119.
(2)Idem, p. 122.
Avaliação
Lição 46
Os Evangelhos
Leituras Diárias:
Segunda – Mateus 28:16-20
Terça – Marcos 10:35-45
Quarta – Lucas 19:1-10
Quinta – João 20:30,31
Sexta – João 14:1-14
Sábado – João 14:15-26
Domingo – João 15:1-17
I. Introdução
157
Observe ainda o interessante texto transcrito abaixo, que tenta mostrar a relevância de quatro
Evangelhos:
“Tem-se com freqüência afirmado que, visto a comunicação dos dias de Cristo estar dividida
em quatro diferentes seções, três das quais pertencentes a diferentes raças, esse quádruplo registro
era necessário para ir ao encontro das feições características dos vários povos. Mateus
indubitavelmente escreveu para os judeus e esta é a razão porque há nele tantas referências ao
Velho Testamento e citações dele. Marcos certamente foi escrito de modo a impressionar os
romanos, porque, como os romanos em geral pouco se impressionavam com o ensino, mas se
preocupavam bastante com a ação, os atos de Cristo são enfatizados neste Evangelho em vez de
suas palavras. Lucas parece que tinha em vista especialmente os gregos (gentios), pois a perfeita
humanidade é um aspecto especial do retrato que ele nos pinta de Cristo, e com o propósito definido
de produzir fé em Cristo (Jo. 20:31), e, como tal, o seu Evangelho seria apropriado aos homens de
todas as raças que exercem fé em Jesus. Assim, Mateus visava o mundo religioso; Marcos o mundo
político; Lucas o mundo intelectual; e João, o mundo em geral. Assim, os quatro Evangelhos são
narrativas paralelas acerca do mesmo homem, expondo em grande parte os mesmos fatos, porém
com algumas diferenças”(1).
Se bem que os Evangelhos sejam biografias, pois, não trazem uma descrição detalhada da
vida de Jesus Cristo, através deles podemos fazer um gráfico geral da vida e do ministério de
Cristo(2):
A. Autoridade e Ocasião
Não há, de fato, uma declaração neste Evangelho que indique o seu autor. No entanto,
sempre foi de acordo na Igreja Cristã considerar Mateus, o ex-cobrador de impostos, como sendo o
responsável por sua autoria.
158
Além da opinião dos Pais da Igreja (primeiros líderes da fé cristã), de que Mateus é o autor
deste Evangelho, “o consenso geral dos escritores primitivos está de acordo sobre o conhecido
caráter de Mateus. Como publicano, deve ter sido letrado e estar acostumado a tomar notas, o que
constituía parte das suas atividades profissionais”(2): “E Jesus passando adiante dali viu assentado
na alfândega um homem, chamado Mateus, e disse-lhe: segue-me. E ele, levantando-se, o seguiu”
(Mt. 9:9).
B. Data
Em 24:2 nós lemos: “Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo
que não ficará pedra sobre pedra que não seja derribada”. Neste verso está descrita a profecia de
Cristo com relação à destruição do Templo. Mateus, quando registrou esta profecia, não fez
nenhuma referência ao fato de ela já ter sido cumprida. Assim, devemos posicionar a autoridade do
Evangelho de Mateus antes de 70 D.C., quando Tito destruiu totalmente Jerusalém, inclusive o
Templo. Na verdade, o ano mais certo para o Evangelho de Mateus é 60 D.C.
C. Propósito
O propósito de Mateus é mostrar que Cristo é o Rei, o Messias esperado pelos judeus. Prova
disto é o grande número de frases que associam a vida de Cristo com alguma profecia do Antigo
Testamento. Por isto, são abundantes expressões como as que seguem:
- “E esteve lá até a morte de Herodes, para que se cumprisse o que fora dito da parte do
Senhor pelo profeta” (2:15).
- “Então se cumpriu o que fora dito pelo profeta Jeremias” (2:17).
- “Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta...” (21:4).
Desta forma, uma construção clássica no Evangelho é: “isto ou aquilo aconteceu para que se
cumprisse esta ou aquela profecia”.
Broadus resume o propósito do livro da seguinte forma:
“O propósito central é demonstrar que Jesus é o verdadeiro Rei Messiânico, a esperança
não só de Israel, mas também do mundo inteiro”(3).
A frase chave do livro é: “Cristo, o Rei”.
O Símbolo é: “Coroa na cabeça”.
A. Autoria e Ocasião
B. Propósito
159
Enquanto Mateus escreveu para judeus, Marcos escreveu para romanos. Prova disto é que ele
traduziu expressões em aramaico, para um bom entendimento por parte de seus leitores: “E, tomando
a mão da menina, disse-lhe: Talita cumi – que, traduzido, é: menina, a ti te digo, levanta-te” (Mc.
5:41 – veja ainda 3:17, 7:34, 14:36 e 15:34)(4). Outra prova de que os destinatários desta carta são
romanos é o fato de Marcos ter traduzido expressões gregas para o latim, que era a língua romana:
“uma pobre viúva deitou duas pequenas moedas, que valiam um quadrante” (valor romano) - 12:42.
Marcos não se preocupa em narrar muitos discursos de Cristo, mas se detém mais nos
acontecimentos.
O texto principal do Evangelho é 10:45, onde Cristo é apresentado como o Filho de Deus que
veio servir o mundo: “Porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas para servir
e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc. 10:45).
A frase chave do livro: “Cristo, o servo de Deus”.
O Símbolo: “Mãos suspensas, mostrando disposição em servir”.
V. O Evangelho de Lucas
A. Autoria e Ocasião
O autor deste Evangelho e de Atos dos Apóstolos é o mesmo (compare Lucas 1:1-4 com At.
1:1-4).
A data de autoria do Evangelho é antes de Atos – provavelmente em 60 D.C.
B. Propósito
A. Autoria e Ocasião
Os três primeiros Evangelhos são conhecidos com o termo “evangelhos sinóticos”, ou seja,
são Evangelhos que observam o ministério e a vida de Cristo de uma ótica bem semelhante (a
palavra grega sunoráo significa ver junto). O Evangelho de João é radicalmente diferente dos demais
porque dá grande atenção aos discursos de Cristo e se detém a relatar os acontecimentos da última
semana que antecedeu a crucificação.
João, um dos componentes do círculo íntimo dos Doze Apóstolos, foi o autor deste
Evangelho.
Provavelmente, foi escrito antes de 70 D.C., apesar de alguns acharem que foi escrito entre
85 e 90 D.C. Verdade é que foi o último dos Evangelhos a ser escrito.
B. Propósito
Na parte final do livro nós podemos identificar o propósito dele ter sido escrito: “Na verdade
fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém,
foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o filho de Deus, e, para que, crendo,
tenhais vida em seu nome” (Jo. 20:30,31).
160
Desta forma, João escreveu para motivar e confirmar a fé em Jesus Cristo como Filho de
Deus, com base nos sinais que Ele fez na Terra. João registra sete milagres que demonstram o poder
de Cristo sobre diferentes áreas(5).
VII. Conclusão
Notas e Referências:
(1)Ubirajara Cerqueira Crespo, Apostila “Vida de Cristo”, p. 5.
(2)Henry H. Halley, Manual Bíblico, p. 267.
(3)Broadus David Hale, Introdução ao Novo Testamento, p. 94.
(4)Robert H. Gundry, Panorama do Novo Testamento, p. 89.
(5)Tenney, op. cit., p. 198.
Avaliação
Com base nas informações conseguidas na lição, tente montar o gráfico abaixo:
161
Lição 47
Leituras Diárias:
Segunda – Atos 1:1-4
Terça – Atos 2:1-21
Quarta – Atos 6:1-8
Quinta – Atos 13:1-5
Sexta – Atos 15:1-29
Sábado – Atos 28:1-16
Domingo – Atos 28:17-31
I. Introdução
Alguém já disse que o nome Atos dos Apóstolos não é o melhor título para este livro. Antes,
ele deveria se chamar Atos do Espírito Santo. Esta é uma colocação com base, se considerarmos que
os acontecimentos descritos neste livro não passam de ocasiões em que o Espírito Santo conduziu a
Igreja a divulgar o Evangelho:
- “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas
testemunhas...” (At. 1:8).
- “Ananias, porque encheu Satanás o teu coração para que mentisses ao Espírito Santo,
reservando parte do valor do campo...” (5:3).
- “Ainda Pedro falava estas coisas quando caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a
palavra” (10:44).
- “E servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: separai-me agora a
Barnabé e a Saulo para a obra a que eu os tenho chamado” (13:2).
162
- “Atravessaram a região frígio-gálata, tendo sido impedidos pelo Espírito Santo de
anunciar a palavra na Ásia; e tendo chegado diante da Mísia, tentavam ir para Bitínia, mas o
Espírito de Jesus não lho permitiu” (16:6,7).
Assim, o personagem principal de Atos é o próprio Espírito Santo.
O autor de Atos participou em muitas das circunstâncias citadas neste livro. E tal percebemos
pelo abundante uso da primeira pessoa do plural – “nós”:
- “aconteceu que indo nós para o lugar de oração, nos saiu ao encontro uma jovem possessa
de espírito adivinhador” (16:16).
- “No primeiro dia da semana, estando nós reunidos com o fim de partir o pão...” (20:7).
- “Tendo nós chegado a Jerusalém, os irmãos foram conosco encontrar-se com Tiago e todos
os presbíteros se reuniram...” (21:17).
Assim, o autor deste livro foi um dos companheiros de Paulo, pois, o “nós” é citado em
associação com este. Pela análise e eliminação dos companheiros de Paulo, chegamos ao nome de
Lucas, o médico: “Vê-se em Atos que o autor esteve com Paulo na viagem a Roma (27:1-28:16). De
Roma Paulo escreveu Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemon. Nestes, algumas informações
acerca dos companheiros de Paulo podem ser encontradas. Aristarco, Marcos, Timóteo, Tíquico,
Epafras, Epafrodito, Demas e Lucas são mencionados como estando com Paulo... Pelo fato de
Aristarco (At. 19:29), Marcos (12:12), Timóteo (16:1) e Tíquico (20:4), terem seus nomes
mencionados na narração de Atos, eles podem ser excluídos de consideração. Epaíras (Cl. 1:7,8) e
Epafrodito (Fl. 2:25) não acompanharam Paulo na viagem a Roma. Demas (Co. 4:14) mais tarde
abandonou Paulo (II Tm. 4:10)... Lucas é o único dos companheiros de Paulo que resta, e a
tradição remota da igreja aponta para ele. Acrescente-se a esta tendência o uso de termos médicos
e que Lucas é chamado de médico: ‘Saúda-vos Lucas, o médico amado’ (Cl. 4:14)”(1).
Lucas termina o seu livro de maneira abrupta: escreve até o momento em que o apóstolo
Paulo, aprisionado em Roma, esperava ser julgado na presença de César. É lógico que Lucas
escreveu até este momento, assim, podemos posicionar a autoria de Atos em cerca de 61 D.C.(2).
III. Propósito
O livro foi dirigido a Teófilo, como um tipo de continuação do primeiro tratado, com o
objetivo de narrar o desenvolvimento do movimento que Cristo inaugurou e que foi continuado pelos
Apóstolos após a ressurreição e ascensão do Messias(3): “Escrevi o primeiro livro, ó Teófilo,
relatando todas as coisas que Jesus começou a fazer, e a ensinar, até ao dia em que, depois de haver
dado mandamento por intermédio do Espírito Santo aos apóstolos que escolhera, foi elevado às
alturas” (At. 1:1,2).
Atos é o elo que faz a ligação entre os Evangelhos e as Epístolas.
Atos 1:8 declara a direção que os fatos narrados em Atos toma: era preciso dar testemunho
em Jerusalém, na Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.
Desta forma, uma divisão simplificada de Atos seria a seguinte:
- Cap. 1-7 – Testemunho em Jerusalém.
- Cap. 8-12 – Testemunho na Judéia e Samaria.
- Cap. 13-28 – Testemunho através de todo o mundo romano.
A Igreja deu os passos de Jerusalém até Judéia e Samaria graças a uma perseguição:
“Naquele dia levantou-se grande perseguição contra a igreja em Jerusalém; e todos, exceto os
apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judéia e Samaria... entrementes, os que foram dispersos
iam por toda parte pregando a palavra” (8:1,4). Para começar o trabalho nos lugares mais distantes,
Deus utilizou a Igreja que estava em Antioquia e, mais precisamente, de Paulo e Barnabé (At. 1:1-5).
163
Podemos enumerar os principais acontecimentos de cada um dos capítulos de Atos dos
Apóstolos da seguinte maneira:
Capítulo 1 – O Cristo Ressurreto garante aos discípulos o Espírito Santo para que a Grande
Comissão seja cumprida.
Capítulo 2 – O Espírito Santo, enviado com grandes prodígios, produz muitas conversões e
funda a primeira igreja.
Capítulo 3 – A cura realizada por Simão é oportunidade para, no Pórtico de Salomão, haver
pregação.
Capítulo 4 – A primeira prisão não é capaz de impedir a divulgação do Evangelho.
Capítulo 5 – O Espírito Santo continua a fazer maravilhas pelos Apóstolos: poder sobre a
vida, capacidade de curar, e coragem para pregar.
Capítulo 6 – Problema da multiplicação dos discípulos exige a criação da função diaconal.
Capítulo 7 – Estêvão, cheio do Espírito Santo, após resumir a história de Israel, chama seus
acusadores de assassinos e morre apedrejado.
Capítulo 8 – O Espírito Santo, através de Filipe, encaminha o Evangelho até Samaria e a
outros recantos do mundo.
Capítulo 9 – O perseguidor Saulo torna-se o perseguido Paulo.
Capítulo 10 – Pedro leva o Evangelho aos gentios.
Capítulo 11 – Pedro se defende por ter pregado aos gentios.
Capítulo 12 – Pedro é preso por Herodes, porém, é libertado milagrosamente por um anjo.
Capítulo 13 – Paulo e Barnabé, separados pelo Espírito Santo, são enviados pela igreja de
Antioquia à Primeira Viagem Missionária.
Capítulo 14 – Continuação da Primeira Viagem Missionária: Icônio, Derbe, Listra,
Antioquia e Perge.
Capítulo 15 – É realizado o Concílio de Jerusalém para resolver o problema da circuncisão
dos gentios.
Capítulo 16 – Desenvolve-se a Segunda Viagem Missionária: Listra, Icônio, Trôade e
Filipos.
Capítulo 17 – Paulo e seus companheiros pregam em Tessalônica, Beréia e Atenas.
Capítulo 18 – Paulo, após fundar uma igreja em Corinto, volta para Jerusalém e depois
inicia sua Terceira Viagem Missionária.
Capítulo 19 – O poder do Evangelho é tão grande em Éfeso que ocorre grande tumulto
relacionado com a deusa Diana.
Capítulo 20 – Depois de pregar em Macedônia, Grécia, Trôade e Mileto, Paulo despede-se
dos presbíteros da igreja de Éfeso.
Capítulo 21 – Paulo, de Mileto, vai para Tiro, e de lá para Jerusalém, onde é preso e
espancado.
Capítulo 22 – Paulo diante da multidão em Jerusalém defende-se.
Capítulo 23 – Paulo, após defender-se diante do Sinédrio, é ameaçado de morte e, por isso,
levado para o governador Félix.
Capítulo 24 – Paulo defende-se diante de Félix e é preso por dois anos.
Capítulo 25 – Paulo defende-se diante de Festo, havendo apelado para César.
Capítulo 26 – Paulo apresenta sua defesa diante de Agripa.
Capítulo 27 – A difícil viagem marítima de Paulo com destino a Roma.
Capítulo 28 – Paulo fica preso numa prisão albergue em Roma por dois anos, pregando,
entretanto, o Evangelho.
Por fim, é importante observar que no decorrer de Atos há uma transição quanto àquele que é
o personagem principal. Do capítulo 1 até o 8, Pedro recebe atenção no relato. Nos capítulos 9-12
Pedro e Paulo dividem as atenções e, nos demais capítulos, Paulo é a personagem em foco.
V. Conclusão
164
Atos dos Apóstolos revela como a igreja se expandiu depois da ascensão de Jesus Cristo. Ela
avançou, cumprindo o programa pré-determinado: Jerusalém – Judéia – Samaria – Confins da Terra.
O sucesso da igreja não se deve prioritariamente ao trabalho apostólico ou à força humana, mas
aconteceu graças à intervenção do próprio Deus através do poder do Espírito Santo.
A igreja hoje tem a função de continuar em direção aos “confins da Terra”. O capítulo 29 de
Atos do Espírito depende de mim e de você – poderá ser um capítulo glorioso de divulgação do
Evangelho ou será um capítulo que descreve o fracasso e a incapacidade – depende da igreja de hoje.
Notas e Referências:
(1)Broadus, op. cit., p. 172.
(2)Gundry, op. cit., p. 240.
(3)Tidwell, op. cit., p. 173.
Avaliação
3. Procure no final de uma Bíblia ou num Dicionário Bíblico as Três Viagens Missionárias de Paulo
e enumere o roteiro abaixo:
165
Lição 48
Cartas Paulinas I
Leituras Diárias:
Segunda – Romanos 3:9-24
Terça – Romanos 5:1-11
Quarta – I Coríntios 1:10-31
Quinta – II Coríntios 12:11-13:13
Sexta – Gálatas 3:10-29
Sábado – Efésios 1:3-2:1 e 4:1
Domingo – Filipenses 4:4-8
I. Introdução
Paulo foi o homem que mais influenciou o pensamento doutrinário da Igreja em todas as
áreas, depois do próprio Cristo, é claro. Ele é autor de cerca de metade do Novo Testamento – dos
vinte e sete livros do Novo Testamento, ele escreveu ao menos treze.
Ele foi o primeiro sistematizador da doutrina cristã e seus escritos são a base teológica de
toda igreja sadia. Muitas de suas cartas, como perceberemos, foram escritas antes mesmo dos
Evangelhos.
Estudar As Cartas Paulinas é estudar a nossa própria fé.
Vejamos em duas lições, a ocasião e os propósitos dos escritos do maior teólogo de todas as
épocas: Paulo.
166
A. Ocasião
A igreja em Roma provavelmente não foi fundada por um Apóstolo. Apesar de alguns
teólogos católicos afirmarem, tendenciosamente, que Pedro foi seu fundador, há motivos para crer
que a igreja em Roma começou graças aos romanos de fé judaica, que estavam em Jerusalém por
ocasião da descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes (At. 2:6-11). Logo, os romanos que se
converteram no Pentecostes, retornaram a Roma e ali iniciaram uma igreja.
Paulo escreveu esta carta quando estava em Corinto, por ocasião da Terceira Viagem
Missionária, no ano 56 D.C. (At. 19:21,22; 20:1-3).
Paulo tinha pretensões de visitar Roma, assim, escreveu antecipadamente àqueles irmãos para
que melhor o conhecessem, bem como às suas doutrinas: “Não quero, porém, irmãos, que ignoreis
que muitas vezes propus ir ter convosco (mas até agora tenho sido impedido)... e assim, quanto está
em mim, estou pronto para vos anunciar o Evangelho, a vós que estás em Roma” (Rm. 1:13,15).
B. Conteúdo
Paulo, nesta carta, faz uma explanação lógica de alguns ensinos básicos do Cristianismo:
ensino acerca do pecado, da salvação, da santificação, do povo de Israel e da vida cristã.
Poderíamos dividir o livro com base nestas ênfases(1):
1. Doutrina do Pecado – 1:18-3:20;
2. Doutrina da Salvação – 3:24-5:21;
3. Doutrina da Santificação – 6:1-8:39;
4. Doutrina dos tratos de Deus com Israel – 9:1—11:36;
5. Doutrina da Vida Cristã – 12:1-15:13.
Na primeira parte do livro (Doutrina do Pecado), Paulo vai concluir que todos os homens são
pecadores: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (3:23).
Na segunda parte, Paulo mostra que os crentes em Cristo são justificados: “sendo pois
justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo” (5:1).
Na terceira parte da carta (Doutrina da Santificação), Paulo ensina a possibilidade e a
necessidade de, uma vez justificados, andarmos em santidade: “Nós, que estamos mortos para o
pecado, como viveremos ainda nele?” (6:21).
Na quarta parte, Paulo ensina que Deus não abandonou definitivamente Israel, antes voltará a
trabalhar com este povo diretamente: “Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério: que o
endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado; e assim
todo o Israel será salvo, como está escrito: Virá de Sião o libertador e desviará de Jacó as
impiedades” (11:25,26).
A Frase chave de Romanos: “Justificados pela fé”.
O Símbolo: “O juiz com o martelo dando sentença”.
III. I e II Coríntios
A cidade de Corinto, por ser uma cidade portuária, tinha um grande contingente de
marinheiros, mercadores, negociantes e refugiados de vários lugares. O problema é que cada um
trazia os males de sua cidade de origem e somava estes pecados aos pecados dos demais. Na
verdade, ser de Corinto era sinônimo de ser devasso. Mas, em meio a toda esta tormenta de
imoralidade, foi o próprio Paulo que ali esteve e com Áquila e Priscila fundou uma igreja: “E depois
disto partiu Paulo de Atenas e chegou a Corinto... e todos os sábados disputava na sinagoga, e
convencia a judeus e gregos” (At. 18:1,4).
A primeira carta aos Coríntios foi escrita na primavera de 57 D. C., em Éfeso. E a segunda
carta é do outono de 57 D. C., escrita na Macedônia.
I Coríntios foi escrita para responder ao relatório e às perguntas feitas por parte de alguns
membros da igreja de Corinto (leia 1:11 e 7:1). Na verdade, os capítulos 1-6 tratam das informações
orais que recebeu sobre a igreja, e de 7 a 16 responde às questões que a ele chegaram por carta.
167
Os assuntos tratados, são os seguintes(2):
Cap. Assunto
2 Como o Espírito Santo nos ajuda a compreender a Bíblia.
3 Características de um cristão carnal (v.1-4); o Trono do juízo de Cristo (v.11-15).
5 Um caso de incesto e a necessidade de disciplina na igreja.
6 Porque os crentes não devem processar uns aos outros (v. 1-8); a imoralidade (9-10).
7 Questões relacionadas com o casamento.
8 Não insista nos seus direitos.
9 Correr para ganhar.
10 Glorifique sempre a Deus.
11 O véu para as mulheres na igreja (v. 1-16); a Ceia do Senhor (v. 17-34).
12 Os diferentes dons da igreja.
13 O grande capítulo sobre o amor.
14 Correções quanto ao uso do dom de línguas.
15 A verdade sobre a ressurreição.
16 Diretrizes para a contribuição (v. 2).
A Frase de I Coríntios: “Divisões na igreja”.
O Símbolo: “Mãos se separando”.
Na segunda carta, Paulo elogia a reação da maioria da igreja à sua primeira carta, mas critica
os que ainda se opunham às suas advertências:
Cap. 1-7 – Paulo expressa alegria diante do arrependimento da igreja às suas asseverações:
“Agora me alegro, não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para
arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus” (7:9).
Cap. 8-9 – Paulo lembra aos coríntios da oferta que ele estava levantando para os irmãos
pobres de Jerusalém.
Cap. 10-13 – Paulo defende sua autoridade apostólica contra os que se opunham a ele:
“Rogo-vos pois que, quando estiver presente, não me veja obrigado a usar com confiança da
ousadia que espero ter com alguns, que nos julguem, como se andássemos segundo a carne” (10:3).
A Frase chave: “A defesa de Paulo”.
O Símbolo: “Braços estendidos, palmas abertas”.
IV. Gálatas
Esta foi a primeira carta de Paulo, escrita em 49 D.C., para combater os falsos ensinos dos
judaizantes. Estes eram judeus cristãos que ensinavam a necessidade de guardar a Lei Mosaica,
especialmente a circuncisão, para ser salvo(3).
Na primeira parte da carta (capítulos 1 e 2), Paulo defende a sua autoridade para poder
ensinar: “Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os
homens” (1:11).
Nos capítulos 3 e 4, Paulo defende que o cristão é justificado sem o mérito de qualquer obra
que possa fazer. Ele evoca até mesmo os Patriarcas, especialmente Abraão, para demonstrar que o
homem é justificado pela fé e nunca pelas obras: “Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado
como justiça” (3:6).
Na última parte (cap. 5 e 6), Paulo mostra que não é pela observância da Lei Mosaica que
somos santificados, mas pela operação do Espírito Santo em nossas vidas: “Digo, porém: Andai em
Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne” (5:16).
A Frase chave: “Liberdade em Cristo”.
O Símbolo: “Braços quebrando algemas”.
V. Efésios
A Epístola de Paulo aos Efésios, juntamente com aquelas endereçadas aos Filipenses, aos
Colossenses e a Filemon, são conhecidas como “As Epístolas da Prisão”, pois, elas foram escritas
168
durante o período em que Paulo ficou sob prisão domiciliar em Roma, conforme Atos dos Apóstolos
nos informa: “E, logo que chegamos a Roma, o centurião entregou os presos ao general do exército,
mas a Paulo se lhe permitiu morar sobre si à parte, com o soldado que o guardava... E Paulo ficou
dois anos inteiros na sua própria habitação que alugara, e recebia todos quantos vinham vê-lo” (At.
28:30). Assim, Paulo escreveu a Carta aos Efésios entre 58 e 60 D.C.
A igreja de Éfeso atingiu uma grade importância, primeiro porque, depois de Roma, Éfeso
era a cidade mais importante visitada por Paulo. E, em segundo lugar, foi o centro do trabalho
realizado na Ásia, através do qual foram fundadas todas as demais igrejas asiáticas, inclusive as
igrejas citadas nos primeiros capítulos do Apocalipse.
A Carta aos Efésios pode ser dividida em duas partes: A primeira vai do capítulo 1 a 3, e fala
o que Deus fez pela igreja. A segunda cobre os capítulos 4 e 6, e aponta as obrigações que a igreja
tem para com Deus.
O verso primeiro do capítulo quatro resume bem o tema desta carta: “Rogo-vos, pois, eu, o
prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno com a vocação para a qual fostes chamados”.
A Frase chave: “Andando em Cristo”.
O Símbolo: “Dedos andando na palma”.
VI. Filipenses
Paulo foi um dos iniciadores desta igreja, por ocasião de sua Segunda Viagem Missionária
(At. 16:10-20). A igreja de Filipos mostrou-se bastante atenta às necessidades do Apóstolo, pois, por
duas vezes ela enviou donativos a ele (4:16) e, ao ouvirem falar da prisão de Paulo em Roma,
fizeram nova remessa através de Epafrodito. O propósito inicial de Paulo ao escrever esta carta foi
agradecer a atenção dos filipenses: “Mas bastante tenho recebido, e tenho abundância: cheio estou,
depois que recebi de Epafrodito o que da vossa parte me foi enviado, como cheiro de suavidade e
sacrifício agradável e aprazível a Deus” (4:18).
O tema principal da carta é alegria, tanto é que esta palavra ocorre cerca de 16 vezes.
Na carta aos Filipenses não há asseverações sérias aos leitores da carta, mas apenas um aviso
contra o legalismo: “Guardai-vos dos cães, guardai-vos dos maus obreiros, guardai-vos da
circuncisão” (3:2).
A Frase chave: “Alegria”.
O Símbolo: “Sorriso”.
Notas e Referências:
(1)Ryrie, op. cit., p. 134.
(2)Ryrie, p. 136-137.
(3)Idem, p. 139.
Avaliação
169
Lição 49
Cartas Paulinas II
Leituras diárias:
Segunda – Colossenses 2:1-23
Terça – I Tessalonicenses 4:13-5:11
Quarta – II Tessalonicenses 2:1-17
Quinta – I Timóteo 3:1-16
Sexta – II Timóteo 3:10-4:5
Sábado – Tito 2:1-10
Domingo – Filemon 1
I. Introdução
Antes de observamos o segundo e último conjunto de cartas escritas por Paulo, é preciso
fazer uma breve observação:
As Cartas aos Efésios, aos Filipenses, aos Colossenses e a Filemon são classificadas como
“As Cartas da Prisão”, pois, foram escritas quando Paulo ficou preso por dois anos em Roma.
I, II Timóteo e Tito são denominadas “As Cartas Pastorais”, pois, foram escritas a pastores
com a finalidade de melhor orientá-los em sua vida ministerial.
Feita esta explicação, avancemos em nosso estudo.
A cidade de Colossos ficava 160 quilômetros a leste de Éfeso e, apesar de não ser uma cidade
de grande importância para sua época, ficava localizada na rota comercial ente o Oriente e Roma.
170
A igreja em Colossos foi fundada por Timóteo ou por Epafras, que estavam em viagem de
evangelização quando Paulo pregava em Éfeso: “segundo aprendestes de Epafras, nosso amado
conservo, que por nós é fiel ministro de Cristo” (1:7).
Talvez por Colossos se encontrar em um local de grande movimento populacional, para lá
afluíram falsos ensinos, heresias, que começaram a perturbar a boa doutrina da igreja que ali se
encontrava.
A base principal da “heresia colossense” era a seguinte: toda a matéria é má – assim, o
pecado residia na matéria, nos corpos – por isso, somos pecadores – porque possuímos um corpo.
Desse pensamento de que os nossos próprios corpos são maus, surgiram quatro erros na estrutura
doutrinária da igreja(1):
1. Se o corpo é mau, é preciso fazer penitência para sermos salvos: “Se morrestes com Cristo
quanto aos rudimentos do mundo, por que vos sujeitais ainda a ordenanças, como se vivêsseis no
mundo, tais como: não toques, não proves, não manuseies?... As quais tem na verdade alguma
aparência de sabedoria, em culto voluntário, humildade fingida, e severidade para com o corpo,
mas não tem valor algum no combate contra a satisfação da carne” (2:20,21,23).
2. Outros pensavam diferente: se o corpo é mau, não há jeito para salvá-lo, então, o melhor é
entregar-se à imoralidade: “Exterminai, pois, as vossas inclinações carnais; a prostituição, a
impureza, a paixão, a vil cuncupiscência, e a avareza, que é idolatria; pelas quais coisas vem a ira
de Deus sobre os filhos da desobediência” (3:5,6).
3. Se a carne é má, Cristo não poderia ser a encarnação de Deus, senão Deus havia se tornado
mau – pensavam aqueles colossenses. Paulo opôs-se totalmente, mostrando que Cristo, sendo Deus,
teve um corpo e chegou a morrer: “Porque aprouve a Deus que nele (em Jesus Cristo) habitasse
toda a plenitude, e que havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele
reconciliasse consigo todas as coisas” (1:19,20).
4. Já que nossos corpos são pecaminosos, nós não podemos chegar a Deus diretamente, sendo
preciso intermediários – assim, surgiu na igreja de Colossos o “culto aos anjos”: “ninguém atue
como árbitro contra vós, alegando humildade ou culto aos anjos” (2:18).
O propósito da carta é, enfim, defender a boa doutrina, principalmente no que se refere a
entender que Cristo, mesmo com um corpo, é plenamente bom e totalmente divino(2).
- Cristo perdoa pecados; os anjos não podem fazer isso – 1:14.
- Cristo criou o mundo – 1:16.
- Cristo é o cabeça da igreja – 1:18.
- Cristo ressuscitou dentre os mortos – 1:18.
- Em Cristo reside toda a sabedoria e conhecimento – 2:3.
- Cristo é plena e completamente Deus, todavia tornou-se também homem em sua
encarnação (2:9).
- Só Cristo pode cancelar nossa dívida de pecado (2:14).
A Frase chave é: “A primazia de Cristo”.
O Símbolo é: “Olhando para o céu”.
Quando Paulo saiu em sua Segunda Viagem Missionária, levando consigo Silas e Timóteo,
passou três semanas em Tessalônica (At. 17:1-14), onde houve muitas conversões – tanto de judeus
como de gentios.
Mas, de fato, a igreja era basicamente gentílica, o que fica evidenciado pelas expressões que
Paulo utiliza em sua carta: “como vos convertestes dos ídolos a Deus, para servirdes ao Deus vivo e
verdadeiro” (1:9).
Paulo escreveu as duas cartas aos tessalonicenses no final de 51 D.C., provavelmente quando
estava em Corinto – estas cartas são separadas por poucos meses.
Paulo, depois que saiu de Tessalônica, deixando só a nova igreja, por estar cheio de
preocupações, quando estava em Atenas, ainda na Segunda Viagem Missionária, enviou àquela
igreja Timóteo, para que este pudesse trazer notícias ao Apóstolo: “Pelo que não podendo mais
suportar o cuidado de vós, achamos por bem ficar sozinho em Atenas, e enviamos Timóteo, nosso
171
irmão, e ministro de Deus no Evangelho de Cristo para vos fortalecer e vos exortar acerca da vossa
fé” (3:2).
Nesse período em que ficou com os tessalonicenses, Timóteo percebeu que aquela nova
igreja tinha algumas idéias errôneas quanto à volta de Cristo – “Estavam preocupados com alguns
que tinham morrido, receando que não tivessem parte no arrebatamento e na glória da volta do
Senhor. Outros estavam tão empolgados que passaram a negligenciar os deveres diários (4:10-12).
Desejando corrigir essas idéias errôneas e inspirar e consolar os novos convertidos, Paulo escreveu
esta epístola”(3).
Cada capítulo desta carta é encerrado com menções à volta de Cristo – 1:10, 2:19, 3:13, 4:13-
18, 5:23.
Em II aos Tessalonicenses, Paulo vem corrigir alguns pontos da primeira carta que não
tinham sido devidamente entendidos ou que tinham sido propositalmente torcidos:
- Alguns, que enfrentavam dificuldades na sua vida, achavam que a Grande Tribulação já
havia começado. Paulo, então, mostra que a Grande Tribulação é um acontecimento futuro, pelo qual
a Igreja não passará: “e a vós, que sois atribulados, alívio juntamente conosco, quando do céu se
manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder em chama de fogo” (1:7).
- Os tessalonicenses consideravam ainda que, já que a Grande Tribulação estava
acontecendo, Cristo voltaria dentro de alguns dias ou meses. Paulo corrige: “Ora, quanto à vinda do
nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com ele, rogamo-vos, irmãos, que não vos movais
facilmente do vosso modo de pensar... como se o dia do Senhor estivesse já perto” (2:2).
- Ainda havia um grupo de preguiçosos que pensava: “Já que Cristo está chegando, é
desnecessário trabalhar”. Assim, eles queriam ser sustentados pelos demais. Paulo refutou
duramente: “Se alguém não quer trabalhar, também não coma” (II Ts. 3:10).
IV. I e II Timóteo
Timóteo era nativo de Listra. Sendo filho de pai grego e de mãe judia, foi criado na fé judaica
e familiarizara-se com as Escrituras desde a mais tenra idade: “trazendo à memória a fé não fingida
que há em ti, a qual habitou primeiro em tua avó Loide, e em tua mãe Eunice e estou certo de que
também habita em ti” (II Tm. 1:5). Ele se tornou companheiro de Paulo, e participou das viagens de
Paulo a partir da Segunda Viagem Missionária. Depois, Timóteo tornou-se pastor em Éfeso e foi de
lá que recebeu as cartas de Paulo: “como te roguei, quando partia para a Macedônia, que ficasse em
Éfeso” (I Tm. 1:3).
I Timóteo foi escrita depois dos dois anos em que Paulo ficou detido em Roma –
provavelmente, escreveu esta carta estando na Macedônia em 63 D.C.
Esta primeira Epístola tem como propósitos principais:
1. Encorajar o jovem ministro Timóteo – 1:1-17. Exemplo: “Esta admoestação te dirijo, filho
Timóteo, que segundo as profecias que houve acerca de ti, por elas pelejes a boa peleja” (1:18).
2. Advertir Timóteo sobre os falsos mestres – 4:1-16. Exemplo: “Mas o Espírito
expressamente diz que nos tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos
enganadores e a doutrinas de demônios” (4:1).
3. Instruir acerca da administração da igreja (2:1-3, 16; 5:1-6:21). Exemplo: “Propondo estas
coisas aos irmãos, serás bom ministro de Cristo Jesus, nutrido pelas palavras da fé e da boa
doutrina que tens seguido” (5:6).
Já II Timóteo foi escrita quando Paulo mais uma vez encontrava-se preso em Roma, em 67
D.C., um pouco antes de seu martírio.
Esta Epístola é a mais pessoal de todas – quando ele narra a seu discípulo seus sofrimentos e
suas esperanças:
- Paulo estava sozinho – 4:10-12.
- Paulo aguardava a morte para muito breve – “quanto a mim já estou sendo derramado como
libação, e o tempo da minha partida está próximo” (4:6).
172
- Paulo sentia-se desamparado: “na minha primeira defesa ninguém me assistiu, antes todos
me desampararam” (4:16).
- Paulo estava numa prisão fria e desoladora – “quando vieres traze a capa que deixei em
Trôade” (4:13).
Entretanto, Paulo mostra que se sentia consolado por ter dedicado sua vida à Obra do
Evangelho:
“Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça
me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia...” (4:7,8).
A Frase chave de I Timóteo: “Orientações ao pastor”.
O Símbolo: “Mãos ajeitando nó de gravata”.
A frase chave de II Timóteo: “Adeus de Paulo”.
O Símbolo: “Mão dando adeus”.
V. A Epístola a Tito
VII. Conclusão
A riqueza de Paulo está na diversidade – suas cartas versam sobre todos os temas da Teologia
Sistemática e da Teologia Prática: Eclesiologia, Cristologia, Pneumatologia, Escatologia,
Angelologia, Soteriologia, Hamartiologia, etc.
Conhecer os ensinos de Paulo é conhecer a doutrina cristã.
Notas e Referências:
(1)Tidwell, op. cit., p. 198.
(2)Ryrie op. cit., p. 144.
(3)Mears, op. cit., p. 460.
(4)Tidwell, op. cit., pp. 206,207.
173
Avaliação
1. Qual é a relação entre o tema da Epístola aos Colossenses e a localização geográfica de Colossos?
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Lição 50
As Epístolas Gerais
Leituras Diárias:
Segunda – Hebreus 12:1,2
Terça – Tiago 2:17
Quarta – I Pedro 4:12,13 e 5:7
Quinta – II Pedro 3:18
Sexta – I João 1:3,4
Sábado – III João 11
Domingo – Judas 3
I. Introdução
Apesar de chamarmos este capítulo com o termo “Epístolas Gerais”, esta designação não
cabe para a Epístola aos Hebreus nem para II e III João. Afinal, a expressão “Epístola Geral” foi
aplicada às epístolas de Tiago, I e II Pedro, I João e Judas porque elas não contam com indicações
dos destinatários, mas apenas do remetente. Desta forma, elas receberam os nomes de seus
autores(1).
No entanto, formalizou-se chamar “Epístola Geral” (ou Epístola Católica – termo que nada
tem haver com a Igreja Papal), ao conjunto de Epístolas desde Tiago até Judas, incluindo todas as
Epístolas Joaninas.
A autoria desta epístola é totalmente desconhecida. Muitos apontam para o Apóstolo Paulo
como seu provável autor, mas esta ideia esbarra com o fato da linguagem e o estilo do livro serem
diferentes da tradição paulina. Outros autores tem sido apontados: Barnabé, Lucas, Priscila e Apolo.
175
A ideia de Apolo ter escrito Hebreus foi defendida pelo grande Pai da Reforma, Martinho Lutero, e
esta é uma ideia interessante, considerando o alto grau de conhecimento do Antigo Testamento que
Apolo possuía, conhecimento necessário para escrever a Epístola aos Hebreus: “Pois com grande
poder refutava publicamente os judeus, demonstrando pelas Escrituras que Jesus era o Cristo” (At.
18:28).
Esta carta foi escrita a judeus cristãos que, por causa de grande perseguição, estavam tentados
a abandonar o Cristianismo e retornar para o Judaísmo: “Considerai pois aquele que suportou tal
contradição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos canseis, desfalecendo em vossas
almas” (12:3).
Desta forma, o propósito da Epístola fica claro: “Evitar a apostasia do Cristianismo em
direção ao judaísmo. Para atingir este propósito, o autor mostra através de uma série de
comparações, que a religião cristã é superior àquela que a precedeu”(2).
Hebreus vai demonstrar a superioridade do Cristianismo em três passos:
1. O Cristianismo é superior ao Judaísmo, pois, Cristo é superior aos mensageiros do
Judaísmo:
- Ele é superior aos profetas – 1:1-3;
- Ele é superior aos anjos – 1:4-2;
- Ele é superior a Moisés – cap. 3-6.
2. O Cristianismo é superior ao Judaísmo porque o seu sacerdote é superior ao do
Judaísmo:
- Cristo é superior ao sacerdote do Judaísmo – 1:1-8:6:
- A Aliança de Cristo é superior à do Judaísmo – 8:7-9;
- O Tabernáculo de Cristo é superior ao do Judaísmo – 10:1-18.
III. Tiago
O autor desta Epístola é o meio-irmão de Cristo, cujo nome é citado nos Evangelhos: “Não é
este o filho do carpinteiro? E não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, José, Simão e
Judas?”. Tiago, no período da vida terrena de Cristo, não creu ser Ele o Messias mas, após a
ressurreição do Mestre, abraçou o Cristianismo e tornou-se grande líder da igreja de Jerusalém (At.
15:13). Uma informação curiosa que temos a respeito de Tiago é que ele era apelidado de joelhos de
camelo, por ter os joelhos endurecidos de tanto orar(3).
Esta Epístola se destaca pelo tom judaico em que foi escrita – podendo ser datada logo no
início da Igreja, provavelmente em 49 D.C.
O propósito da epístola é bem simples: ela é uma exortação para que seus leitores possam
viver uma vida cristã prática.
A epístola possui três divisões:
A primeira (1:1-2:16) é uma advertência contra a hipocrisia na vida cristã: “e sede
cumpridores da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (1:22).
A segunda (3:1-18) é uma advertência aos que querem ser mestres: “meus irmãos, não sejais
muitos de vós mestres, sabendo que receberemos um juízo mais severo” (3:1).
A terceira (4:1-5:20) estimula o crente à santidade e à justiça.
A Frase chave: “Provas de uma fé verdadeira”.
O Símbolo: “Usando uma lupa”.
176
Nas duas epístolas que escreveu, Pedro fez questão de se identificar como autor: “Pedro,
apóstolo de Jesus Cristo” (I Pe. 1:1), “Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo” (II Pe. 1:1).
A primeira carta é posicionada em 63 D.C. e a segunda em 66 D.C. Foram escritas de Roma
ambas as cartas, apesar de Pedro afirmar que estava na Babilônia (II Pe. 5:13) – mas ele estava
fazendo referência ao estado espiritual de Roma.
A primeira carta tem como pano de fundo os maus tratos que sofriam os cristãos pelos seus
vizinhos e conhecidos – isto porque os cristão se recusavam a continuar, após a conversão, com as
mesmas práticas pagãs que possuíam anteriormente: “E acham estranho não correrdes com eles no
mesmo desenfreamento de dissolução, blasfemando de vós” (I Pe. 4:4). Por causa disto, Pedro vem
nesta carta consolar seus leitores em seus sofrimentos e exortá-los à fidelidade e ao dever(4): “para
que a prova da vossa fé, mais preciosa do que o ouro que perece, embora provado pelo fogo,
redunde para louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo” (I Pe. 1:7). Além disto, Pedro
fortalece aqueles irmãos a vencerem as tentações às quais os incrédulos estavam submetendo-os:
“amados, exorto-vos como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das cuncupiscências da
carne, as quais combatem contra a alma” (I Pe. 2:11).
A segunda carta é totalmente diferente quanto ao propósito – Pedro pretende advertí-los
contra as heresias dos falsos mestres da época. Estas heresias eram basicamente três:
1. A negação de que a morte de Cristo poderia pagar pelos nossos pecados: “Negando até o
Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição” (II Pe. 2:1).
2. A negação de que Cristo voltaria a este mundo: “Onde está a promessa da sua vinda?
Porque desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da
criação” (II Pe. 3:4).
3. A afirmativa de que cada um deveria viver como bem entendesse: “andam em imundas
cuncupiscências, e desprezam toda autoridade. Atrevidos, arrogantes, não receiam blasfemar das
dignidades” (II Pe. 2:10).
Pedro, então, estimula seus leitores a uma atitude diversa: aguardar o cumprimento das
promessas de Cristo e buscar a santificação: “Pelo que, amados, como estais aguardando estas
coisas (novos céus e nova terra), procurai diligentemente que por ele sejais achados imaculados e
irrepreensíveis em paz” (II Pe. 3:14).
A Frase chave de I Pedro é: “Sofrimento e consolação”.
O Símbolo é: “Mão acariciando a cabeça”.
A Frase chave de II Pedro é: “Combate aos falsos mestres”.
O Símbolo é: “Punhos prontos para a luta”.
V. As Epístolas de João
A primeira Epístola Joanina propõe-se a apontar aos seus leitores certas provas, as quais
indicariam como se pode alcançar a certeza de que se tem a vida eterna: “estas coisas vos escrevo, a
vós que credes no nome do Filho de Deus, para que saibais que tendes a vida eterna” (I Jo. 5:13).
A segunda Epístola Joanina tem como propósito advertir contra os falsos mestres, que
ensinavam que Cristo não veio de fato num corpo humano. Esta heresia era semelhante à “heresia
colossense”: “Porque já muitos enganadores saíram pelo mundo, os quais não confessam que Jesus
Cristo veio em carne” (II Jo. 7).
Na terceira Epístola, João escreve a um pastor chamado Gaio, para estimulá-lo a continuar
sendo hospitaleiro e para censurar o petulante Diótrefes, que queria usurpar o poder sobre a
congregação: “escrevi, alguma coisa à igreja; mas Diótrefse, que gosta de ter entre eles a primazia,
não nos recebe” (III Jo. 9).
A Frase chave de I João é: “Prova de fé”.
O Símbolo é: “Marcando x nas opções”.
A Frase chave de II João é: “Os falsos mestres negam a encarnação de Cristo”.
O Símbolo é: “Dedos beliscando o braço”.
A Frase chave de III João é: “Hospitalidade”.
O Símbolo é: “Mão estendida com sorriso”.
177
VI. A Epístola de Judas
Obviamente que o autor não é Judas Iscariotes, o traidor, mas é um irmão de Tiago, meio-
irmão do Senhor Jesus Cristo: “Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago” (v. 1). Veja Mt.
13:55.
Judas escreveu, basicamente, acrescentando a isto a promessa do juízo que Deus trará àqueles
que divulguam estes falsos ensinos: “porque se introduziram furtivamente certos homens, que já
desde há muito estavam destinados para este juízo, homens ímpios que convertem em dissolução a
graça do nosso Deus e negam o nosso único soberano e Senhor, Jesus Cristo” (Jd. 4).
A Frase chave é: “Batalha pela fé”.
O Símbolo é: “Punho cerrado”.
VII. Conclusão
Como percebemos, as Epístolas Gerais e a Epístola aos Hebreus tem como ingrediente
semelhante a luta pela fé cristã.
Hebreus – mostra a superioridade desta fé;
Tiago – mostra a praticidade desta fé;
I Pedro – mostra os sofrimentos por esta fé;
II Pedro, II João e Judas – mostram a necessidade de se manter esta fé ausente de
distorções;
I João – mostra o teste para avaliarmos se estamos com a fé verdadeira;
III João – mostra que devemos nos opor àqueles que negam a fé por desobedecerem às
autoridades.
Notas e Referências:
(1)Gundry, op. cit., pp. 383,384.
(2)Tidwell, op. cit., p. 209.
(3)Ryrie, op. cit., p. 155.
(4)Tidwell, op. cit., 214.
Avaliação
1. Examine o quinto capítulo de I João e identifique alguns meios para sabermos se somos de fato
salvos.
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4. Qual a semelhança entre “a heresia colossense” (vista em lição anterior) e a heresia combatida em
II João?
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Lição 51
O Livro de Apocalipse
Leituras Diárias:
Segunda – Apocalipse 2:1-7
Terça – Apocalipse 2:2-11
Quarta – Apocalipse 2:12-17
Quinta – Apocalipse 2:18-27
Sexta – Apocalipse 3:1-6
Sábado – Apocalipse 3:7-13
Domingo – Apocalipse 3:14-22
I. Introdução
Começamos o nosso estudo sobre Síntese da Bíblia com o livro de Gênesis, e agora
chegamos ao último livro: o Apocalipse.
Começamos com a criação do mundo, com o princípio de todas as coisas, com a formação
dos céus e da terra, e terminaremos com o fim de todas as coisas, com a formação dos novos céus e
da nova terra.
O Apocalipse, ou Revelação de Jesus Cristo, é o poslúdio que encerra magistralmente as
Escrituras, as quais revelam o próprio Deus.
Neste estudo aprenderemos os fatos que apontam o Apóstolo João como o autor deste livro,
apresentaremos a provável data de sua autoria, as diferentes linhas de interpretação, e também um
resumo de seu conteúdo.
Com esta lição, além de termos acrescido o nosso conhecimento panorâmico das Escrituras,
entenderemos melhor a própria Escatologia.
179
O Apocalipse situa-se na classe de literatura apocalíptica(1). Este tipo de literatura foi
abundantemente escrita em época que a igreja sofreu perseguições, e ele tinha como propósito
consolar e encorajar aqueles que sofriam pela sua fé.
No início da era da Igreja, surgiu uma série destes livros que não são canônicos, entre eles:
- O Pastor de Hermas – escrito no início do século II;
- O Apócrifo de João – metade do século II;
- Apocalipse de Pedro – metade do século II;
- O Apocalipse de Paulo – final do século IV.
Há muitos outros escritos posteriormente: O Apocalipse de Tomé, O Apocalipse de Maria, O
Apocalipse de Estevão, etc.
Estes livros, escritos em época de sofrimento por causa da fé, tinham algumas características
peculiares(2):
- Crença na intervenção divina no futuro;
- Uso de linguagem simbólica, sonhos e visões;
- Predição de castigo catastrófico para os ímpios e livramento sobrenatural dos justos;
- Atribuição a algum personagem importante da história bíblica.
O Apocalipse de João distingue-se dos demais Apocalipses que surgiram nos primeiros
séculos de existência da Igreja porque foi inspirado pelo Espírito Santo, enquanto os demais não
passam de escritos surgidos da vontade humana.
Como já foi dito, o autor deste livro é João, conhecido como O Apóstolo do Amor (Ap. 1:1).
Desde muito cedo, a Igreja aceitou a canonicidade do Livro de Apocalipse e indicou João
como seu autor. Algumas dúvidas foram surgir apenas posteriormente, quando Dionísio levantou o
seguinte problema: a gramática e o estilo entre os demais escritos joaninos (as cartas e o evangelho)
e o Apocalipse são bem diferentes.
Quanto ao fato da gramática de Apocalipse ser deficiente com relação aos outros escritos
joaninos, devemos lembrar que João estava em êxtase emocional quando redigiu esta obra e não
dispunha de um amanuense, que era uma espécie de secretário que redigia o que o autor dizia.
Provavelmente, João utilizou-se de amanuenses nos demais escritos, o que não aconteceu com o
Apocalipse.
A data em que o Apocalipse foi escrito, provavelmente foi em 95 D.C., na época do
Imperador Domiciano (81-96 D.C.). Há uma tradição que aponta Domiciano como aquele que
prendeu e condenou João a trabalhar nas minas de Patmos, uma pequena ilha que ficava no mar
Egeu, perto da cidade de Éfeso. Foi de lá que o Apóstolo escreveu: “Eu, João... estava na ilha
chamada Patmos por causa da Palavra de Deus e do testemunho de Jesus” (1:9).
IV. Propósito
O Apocalipse foi escrito na época de César Domiciano. Este foi o primeiro imperador que, de
fato, tentou forçar a prática de adoração ao imperador de Roma – tanto é que templos estavam sendo
erigidos com esta finalidade em todo o império.
Domiciano começava a declarar-se divino, a corporificação da deusa do Império Romano,
Roma. Assim, o teste de lealdade ao Império e ao Imperador era a saudação “César é Senhor!”(3).
Mas, para os cristãos, o título de Senhor apenas pertencia a Jesus Cristo. Desta maneira, Roma
passou a considerar o Cristianismo como uma grande ameaça.
O propósito inicial do Apocalipse, ao revelar a vitória de Deus sobre as hostes da maldade,
era exatamente para convocar os cristãos que começaram a ser perseguidos duramente, para que
suportassem com paciência e esperança esta situação.
180
Por ser um livro basicamente preditivo e cheio de visões, muitos métodos de interpretação
surgiram, entre eles:
A. Método Preterista
Esta Escola entende que o simbolismo do Apocalipse está relacionado apenas com a época
em que o livro foi escrito. Os selos, as trombetas, as taças e todos os demais símbolos nada tem a ver
com o futuro. Assim, as perseguições descritas no livro aos cristãos não passariam das perseguições
do Império Romano, e a narrativa da vitória de Cristo refere-se exclusivamente à vitória deste sobre
o Imperador.
B. Método Idealista
Esta Escola sustenta que os símbolos presentes no livro não podem ser identificados com
acontecimentos no passado nem no futuro. O Apocalipse, segundo este pensamento, é apenas um
quadro simbólico da luta constante entre o bem e o mal.
C. Método Histórico
A interpretação histórica afirma que o Apocalipse esboça todo o curso da história da Igreja,
desde o Pentecostes até à volta de Cristo. Desta maneira, os símbolos descrevem em seqüência os
grandes acontecimentos da história – os selos são a dissolução do Império Romano, a subida dos
gafanhotos do abismo é um quadro das invasões maometanas, etc.
D. Método Futurista
Esta é a melhor posição, pois, interpreta o Apocalipse de maneira mais literal, ou natural, e
considera o propósito que o autor tinha ao escrever o livro. Nós, os futuristas, entendemos que os
primeiros três capítulos do livro aplicam-se ao tempo em que o livro foi escrito (As Sete Cartas às
Sete Igrejas) e que os capítulos subseqüentes dizem respeito ao período da história humana que
começa com a Grande Tribulação; período este que ainda não estamos vivendo.
Parece que 1:19 apóia o Método Futurista de interpretar o Apocalipse: “Escreve, pois, as
coisas que tendes visto, as que são, e as que depois destas hão de suceder”.
Aquilo que João já tinha visto é a visão do Cristo Ressurreto, no capítulo primeiro: “Quando
o vi, caí a seus pés como morto, e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo: Não temas: eu sou o
primeiro e o último” (1:17).
As coisas que são referem-se ao estado das Sete Igrejas, as quais ficavam na Ásia Menor,
hoje Turquia, e descrito nos capítulos dois e três.
As coisas que viriam são descritas nos demais capítulos, e são acontecimentos que sucederão
ao Arrebatamento da Igreja.
V. Conteúdo do Livro
- Capítulo 1 – Temos os assuntos intrudutórios. Consta nele a visão de Cristo como o Todo-
Poderoso. Esta visão tinha como propósito destacar para as igrejas, que enfrentariam a onda de
perseguição que se avizinhava, a majestade e o poder do Senhor Jesus Cristo: “tinha ele na sua
destra sete estrelas; e o seu rosto era como o sol, quando resplandece na sua força” (1:16).
- Capítulos 2 e 3 – Temos as Sete Cartas às Sete Igrejas. “Como preparação para o grande
conflito, cada igreja deveria reconhecer sua fraqueza, confessar o pecado e ser fiel àquele que a
chamou”(4). Cada uma dessas mensagens contém um endereço, uma designação do remetente, uma
censura e uma promessa, conforme o gráfico abaixo:
181
Destinário Designação de Cristo Censura Promessa aos Fiéis
Éfeso Aquele que tem as 7 estrelas Deixou o Comer da árvore da vida
e anda entre os candelabros Primeiro Amor
Esmirna O Primeiro e o Último, o que Não sofrerão a segunda
morreu e reviveu morte
Pérgamo Aquele que tem a espada Prostituição Promessa de um novo
aguda de dois gumes nome
Tiatira O Filho de Deus Presença de Terá autoridade sobre as
Jezabel nações
Sardes Aquele que tem os 7 espíritos Está morto Terá seu nome
e as estrelas espiritualmente confessado diante do Pai
Filadélfia O Verdadeiro, o que tem a Estarão para sempre na
chave de Davi Jerusalém Celestial
Laodicéia A testemunha fiel, o princípio A igreja era Assentar-se-ão no Trono
da criação de Deus altiva de Cristo
A. Adoração a Deus pelas quatro criaturas viventes e pelos vinte e quatro anciãos (4:1-11).
B. Aparecimento de Cristo como o Cordeiro, para tomar nas mãos o rolo com sete selos, e
novos louvores (5:1-14)
182
I. Sétima Trombeta: transferência do governo mundial para Cristo, relâmpagos, trovões,
um terremoto, um julgamento e galardões (11:14-19)
J. Proteção dada à mulher (Israel) que deu a luz a um menino (Cristo), para ela escapar
do dragão (Satanás) (12:1-17)
L. As duas bestas (13:1-18)
1. A besta saída do mar, com sete cabeças e dez diademas (o redivivo império
romano e seu líder, o anticristo) (13:11-18)
M. Os 144 mil com Cristo no monte Sião, entoando cânticos (14:1-5)
N. Três mensagens angelicais (14:6-12)
1. O evangelho eterno (14:6-12)
2. A queda de Babilônia (14:8)
3. A advertência para não se adorar a besta (14:9-12)
O. As duas colheitas (14:14-20)
1. Por alguém “semelhante ao Filho do homem” (14:9-12)
2. Por um anjo em meio a um derramamento de sangue (14:17-20)
P. As sete taças, derivadas da cólera divina (15:1-16:21)
1. Preparação (15:1-16:1)
2. Primeira Taça: Úlceras malignas (16:2)
3. Segunda Taça: Transformação do mar em sangue e morte de toda a vida marinha
(16:3)
4. Terceira Taça: Transformação de todos os rios e fontes de água em sangue (16:4-
7)
5. Quarta Taça: Calor escaldante (16:8,9)
6. Quinta Taça: Trevas e dores (16:10,11)
7. Sexta Taça: Convocação das hordas do oriente para a batalha do Armagedom
(16:12-16)
8. Sétima Taça: Está feito, um terremoto, trovões, relâmpagos e a queda das
potências pagãs (16:17-21)
A. Descrição da meretriz, Babilônia, com ênfase sobre seu paganismo e predição de sua
queda (17:1-18)
B. Destruição de Babilônia, com ênfase sobre o seu comercialismo (18:1-19:5)
C. O banquete das Bodas do Cordeiro (19:6-6:10)
D. A descida de Cristo (19:11-16)
E. A derrota das hordas ímpias e o lançamento da besta e do falso profeta no lago de fogo
(19:17-21)
5. Conclusão (22:6-21)
VI. Conclusão
183
Martinho Lutero considerou o Apocalipse um livro muito difícil de ser compreendido.
Verdadeiramente, temos muitas limitações para, apropriadamente, entendermos cada detalhe, cada
símbolo, cada sinal. No entanto, não deve faltar, de forma alguma, a disposição para estudarmos e
melhor entendermos este importante livro da Bíblia.
A Frase chave de Apocalipse: “Consumação”.
O Símbolo: “Mãos formando globo”.
Notas e Referências:
(1)Tenny, op. cit., p. 410.
(2)Ibidem.
(3)Broadus, op. cit., p. 447.
(4)Idem, p. 449.
(5)Copiado de Gundry, Panorama do Novo Testamento, p. 425 e 426.
Avaliação
Responda:
2. Por que a linguagem e a gramática das Epístolas e do Evangelho de João são diferentes do
Apocalipse?
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184
Lição 52
Revisão
Leituras Diárias:
Segunda – Salmos 23
Terça – João 3:16-19
Quarta – Efésios 4:1
Quinta – Hebreus 1:1-4
Sexta – Romanos 13
Sábado – Apocalipse 21
Domingo – II Timóteo 3:16,17
1. Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) nas alternativas, e a seguir corrija a afirmativa caso ela seja
falsa:
b. O “drama amoroso” descrito em Cantares deve ser entendido como símbolo do relacionamento
Cristo x Igreja ( )
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c. Eclesiastes deve ser entendido como o registro de Deus dos argumentos humanos ( )
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185
d. Oséias é um profeta do pós-exílio ( )
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f. Obadias detém-se a prometer o julgamento contra o reino do Norte, Israel, por causa de seus
pecados ( )
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h. Ageu estimula o povo a concluir a Reforma do Templo por ocasião do Retorno do Cativeiro
Babilônico ( )
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i. Em Mateus, Cristo é apresentado como “o homem perfeito”, idealizado pelo pensamento grego( )
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186
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3. Responda:
187
d. Por que Atos dos Apóstolos não pode ser visto como uma regra rígida de fé e prática?
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g. Por que o Apocalipse de João tem uma gramática e um estilo diferentes do restante de seus
escritos?
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4. Revise a frase chave e o símbolo de todos os livros bíblicos estudados até esta oportunidade.
Bibliografia Básica
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