Fisioterapia em Neonatologia
Fisioterapia em Neonatologia
Fisioterapia em Neonatologia
recém-nascidos
Flavia Souza dos Santos1
Email: [email protected]
Dayana Priscila Maia Mejia2
Liziane Maria dos Santos3
Pós-Graduação em Terapia Intensiva – Faculdade Ávila
RESUMO
1. Introdução
Nos anos de 1970, naqueles países considerados os mais desenvolvidos, os neonatologistas
iniciaram a discutir o desenvolvimento de recém-nascidos que saíram de Unidades de Terapia
Intensiva (UTI) e buscar interesses em investigar o resultado pesquisando com prazo mediano
sobre a assistência recebida no período neonatal.
A freqüência do desenvolvimento tecnológico e científico nas áreas da assistência médica
neonatal nos últimos tempos é fator determinante da minimização da mortalidade em recém-
nascidos nas últimas décadas.
As Unidades de Terapia Intensiva no Brasil estão cada vez maiores e mais complexas. Da
mesma forma, a inserção do fisioterapeuta se deu de forma ampla, principalmente após a
profissão ser amplamente conhecida pelo Ministério da Saúde, onde se coloca obrigatoriedade
da presença de profissional nas equipes básicas da Unidade de Terapia intensiva
(AZEREDO,2002).
Já aqui no Brasil, mais especificamente no Rio de Janeiro, em meados dos anos de 1980,
passar a existir alguns grupos isolados com Unidade Terapia Intensiva Neonatal (UTIN)
objetivando de obter informações sobre a evolução, e voltados à assistência dessa população
(BENÍCIO et al, 2012, p. 135).
O aumento da sobrevida de recém-nascidos com peso de nascimento e idade gestacional cada
vez mais baixo fez com que houvesse uma elevação significativa do período de hospitalização
destes, devido principalmente à imaturidade pulmonar.
1
Pós-Graduanda em Terapia Intensiva.
2
Orientador: Graduada em Fisioterapia; Especialista em Metodologia do Ensino Superior; Mestranda em
Bioética e Direito em Saúde.
3
Co.orientador: Graduada em Fisioterapia; Pós-graduada em Fisioterapia Hospitalar.
2
Apesar de todos os avanços, as afecções respiratórias ainda são uma das principais causas da
morbimortalidade no período neonatal, especialmente nos recém-nascidos pré-termo (RNPT),
os quais, devido à imaturidade pulmonar, permanecem por períodos prolongados sob suporte
ventilatório e/ou oxigenoterapia, tornando-se suscetíveis às complicações da própria
ventilação mecânica, o que acaba por limitar o prognóstico destas crianças.
De acordo com a Portaria nº 3432 do Ministério da Saúde, a qual entrou em vigor da data de
12 de agosto do ano de 1998, a mesma define que a UTI deve propor com equipe basilar
composta por um fisioterapeuta para cada dez leitos ou fração no turno da manhã e da tarde;
um médico que trabalhe diariamente, porém, o mesmo deverá possuir titulação de especialista
em medicina intensiva ou com habilitação em medicina intensiva pediátrica. Esse deverá
atender cada dez leitos ou fração, nos turnos da manhã e da tarde; um profissional médico que
seja plantonista, com exclusividade para até dez pacientes ou fração; uma pessoa que seja
responsável técnico com título de especialista em medicina intensiva ou com habilitação em
medicina intensiva pediátrica; um enfermeiro coordenador, exclusivo da unidade, responsável
pela área de enfermagem; um enfermeiro, exclusivo da unidade, para cada dez leitos ou
fração, por turno de trabalho; um auxiliar ou técnico de enfermagem para cada dois leitos ou
fração, por turno de trabalho; um funcionário exclusivo responsável pelo serviço de limpeza;
acesso a cirurgião geral (ou pediátrico), torácico, cardiovascular, neurocirurgião e ortopedista
(COMARU; SILVA, 2007, p. 98).
Há existência de uma série de literaturas que relatam a fisioterapia sendo uma modalidade
terapêutica relativamente recente dentro das unidades de terapia intensiva pediátrica e
neonatal e que está em expansão, especialmente nos grandes centros. Desde o ano de 1998, as
Unidades de Terapia Intensiva de hospitais de nível terciária devem contar com assistência
fisioterapêutica, por diminuírem as complicações e o período de hospitalização, reduzindo,
consequentemente, os custos hospitalares (JOÃO; DAVIDSON, 2011, p. 38).
A fisioterapia é uma especialidade relativamente recente, e mais recente ainda é a sua atuação
nas unidades de terapia intensiva neonatal. Apesar disso, especificamente nos grandes centros,
a fisioterapia tem obtido grande sucesso na prevenção e no tratamento das complicações
respiratórias, resultando no reconhecimento deste profissional como membro imprescindível
da equipe multiprofissional.
O desenvolvimento contínuo da fisioterapia respiratória, juntamente com a medicina neonatal,
faz com que os recursos fisioterapêuticos sejam otimizados, respeitando-se as peculiaridades
do RNPT e tornando possível atingir um alto padrão de eficácia do tratamento intensivo, com
o objetivo de reduzir a morbidade neonatal e, consequentemente, o tempo de hospitalização e
os custos hospitalares, favorecendo o prognóstico e a qualidade de vida futura destas crianças.
Para tanto, é indispensável que o fisioterapeuta tenha fundamentação teórico-prática para a
correta avaliação e aplicação dos recursos fisioterapêuticos disponíveis, aprimorando assim a
assistência neonatal.
Nas Unidades de Terapia Intensiva, a fisioterapia é mais aplicada ao tratamento de doenças
respiratórias e prevenção de complicações. Ao longo do tempo, com o emprego das técnicas
fisioterapêuticas, foi possível observar a diferente resposta dos pacientes a uma mesma
manobra, segundo a faixa etária, constituição física e tipo de doença.
Outras observações constataram efeitos adversos da fisioterapia respiratória, mais
frequentemente nos recém-nascidos, especialmente nos prematuros, evidenciando a
necessidade de uma escolha criteriosa das técnicas fisioterapêuticas, que passaram a ter
avaliação e execução individualizadas, de acordo com o paciente. Pelo risco de efeitos
adversos, há uma tendência a evitar manipulações frequentes ou intensas no recém-nascido
pré-termo (RNPT). O RNPT, também chamado de prematuro, é aquele que nasce antes de
completar 37 semanas de gestação (SOUZA 2011, p. 89).
3
As técnicas terapêuticas mais utilizadas são as de higienização brônquica como tapotagem (ou
percussão), manobras com ambu (bag-squeezing), aspiração de vias aéreas e endotraqueal,
estímulo de tosse, posicionamento em posturas de drenagem e vibração ou vibrocompressão.
Porém, alguns autores contra indicam as manobras de higiene brônquica para RNPT com peso
de nascimento menor que 1.500 g nos primeiros 3 dias de vida, devido à maior labilidade e
possibilidade de ocorrer hemorragia intracraniana (NICOLAU; LAHÓZ, 2010, p. 175).
Um estudo retrospectivo verificou a associação da fisioterapia respiratória e de lesão
neurológica, especificamente a porencefalia encefaloclástica, afirmando que a fisioterapia no
primeiro mês de vida de RNPT extremos está associada à lesão cerebral. No entanto, esses
mesmos autores desenvolveram, em 2007, avaliando um maior número de pacientes, com o
objetivo de relacionar a lesão neurológica à fisioterapia respiratória. Observaram que a
incidência da porencefalia encefaloclástica foi semelhante com ou sem o atendimento
fisioterapêutico, concluindo que o dano cerebral devia-se aos movimentos abruptos da cabeça
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vibrocompressão. Está indicada ao lactente muito pequeno, lactente portador de dreno pleural,
lactente de pele extremamente delicada e frágil ou que não tolere a percussão.
Oliveira (2006) ressalta que a bag-squeezing faz uso do ambu, uma estrutura em forma de T
que se conecta à cânula de intubação e realiza uma insuflação que gera um fluxo de ar
turbulento e consequentemente o reflexo de tosse, propiciando melhor mobilização da
secreção. É possível antes se instilar 5 a 10mL de soro fisiológico, 2mL de cada vez. Os
estudiosos Nicolau e Lahóz indicam que:
Os autores supracitados destacam ainda uma outra técnica que pode ser empregada. Refere-se
ao método do reequilíbrio toracoabdominal (RTA), que objetiva recuperar o sinergismo entre
tórax e abdome, melhorando a justaposição entre o diafragma e as costelas e aumentando o
tônus e a força dos músculos respiratórios. Assim, os músculos respiratórios podem
desempenhar com eficiência suas funções inspiratórias e expiratórias, com aumento do
volume corrente, melhora da complacência pulmonar e redução da resistência expiratória em
RNPT. Dentre as manobras específicas deste método, destacam-se a seguir:
- Apoio toracoabdominal, que melhora o componente justaposicional do diafragma. O
terapeuta deve colocar uma das mãos sobre a região inferior do tórax e superior do abdome e
parte dos seus dedos deve alcançar as costelas, visando o direcionamento destas à posição
normal. Tentar, na expiração, tracionar suavemente as costelas para baixo e manter nessa
posição na inspiração, já que a freqüência respiratória do recém-nascido é muito alta.
Apoio abdominal inferior, também objetiva melhorar o componente justaposicional. O
fisioterapeuta deve aplicar pressão no abdômen inferior, durante a inspiração. A pressão
aplicada deve ser suficiente para ser vencida pelo diafragma do neonato e não aumentar o uso
dos músculos acessórios da inspiração. Como resultado, espera-se um movimento inspiratório
positivo por todo o abdome e discreta elevação das seis últimas costelas e da região inferior
do esterno.
- Alongamento posterior: consiste em facilitar a ação diafragmática e as reações de retificação
e equilíbrio, além de proporcionar o posicionamento correto da caixa torácica. Uma das mãos
do fisioterapeuta deve estar posicionada na região occipital e a outra, na região sacral, para
realizar leve alongamento de tronco no sentido crânio-caudal na expiração e manter na
inspiração.
Nicolau e Lahóz (2010) enfatizam que o uso de pressão positiva contínua das vias aéreas
(CPAP) é um recurso para os neonatos submetidos à correção cirúrgica de persistência do
canal arterial (PCA), casos de insuficiência respiratória, antes da intubação, bem como em
quadros obstrutivos altos a fim de evitar a intubação traqueal.
Consiste na aplicação de uma pressão positiva na via aérea durante a respiração espontânea,
mantendo uma pressão constante nas vias aéreas durante todo o ciclo respiratório. Devido ao
seu efeito estabilizador das vias aéreas, da caixa torácica e do volume pulmonar, o uso do
CPAP tem sido a estratégia ventilatória preferida para auxiliar no processo de retirada da
ventilação pulmonar mecânica, em particular no neonato de muito baixo peso.
A CPAP pode ser usada de modo invasivo, por meio de cânula intratraqueal, ou não-invasiva,
por meio de pronga nasal, máscara facial e intubação profunda da nasofaringe. Evidências
recentes mostram que o CPAP, em especial quando aplicado por meio da pronga nasal, reduz
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A tapotagem tem fundamento na transmissão da energia mecânica às vias aéreas através das
paredes do tórax. Admite-se também que o aumento da pressão intratorácica que daí resulta
contribui para soltar as secreções brônquicas, favorecendo sua eliminação.
Não há provas de que a percussão ou a tapotagem por si só sejam capazes de promover a
eliminação das secreções, mas aumenta a velocidade de eliminação do muco. Alguns autores
preconizam a aplicação desta técnica por vinte minutos, mas muitos fisioterapeutas não
atingem esse tempo.
No lactente, a tapotagem e as vibrações precisam ser aplicadas com cuidado, sem muita força
ou pressão. No caso de um recém-nascido prematuro, a aplicação de um dedo por cima do
outro já provoca vibração suficiente. Mesmo assim, o tratamento precisa ser aplicado com
vigor. É importante que as secreções sejam eliminadas rapidamente dos pulmões do lactente,
pois a obstrução da árvore brônquica minúscula se instala rapidamente, agravando o estado do
bebê, e o fisioterapeuta precisa ter o cuidado de não administrar um tratamento ineficaz.
No lactente, a compressão do peito é capaz de provocar a tosse. O fisioterapeuta precisa evitar
manter-se diretamente diante do recém-nascido durante a tosse, a fim de não inalar material
infeccioso.
A CPAP tem a característica, além das citadas anteriormente, de prevenir o colapso dos
alvéolos e permitir, assim, uma respiração mais homogênea. Além de recrutar alvéolos e
aumentar o volume pulmonar, reduz as distorções torácicas e estabiliza a caixa torácica, como
também diminui a incidência de apnéia obstrutiva e aumenta a excreção de surfactante. De
modo geral, reduz o tempo de intubação.
Por fim, pode-se inferir que o pulmão do recém-nascido prematuro, por ser frágil, exige
grande prudência na assistência, mas a fisioterapia respiratória não oferece perigo ao recém-
nascido com a condição de que se respeitem certas regras, como não realizar no recém-
nascido em mau estado, principalmente fases agudas; devem-se respeitar os diferentes tempos
de ventilação impostos pela criança ou pelo respirador; respeitar a tolerância do paciente que
constitui o principal limite; referir-se constantemente aos parâmetros de vigilância; é
preferível multiplicar as intervenções do que induzir um estado de fadiga atribuído a uma
sessão de longa duração.
A literatura acerca do assunto traz algumas informações bastante valiosas, mas traz
informações ora demasiado abrangentes, ora insuficientes, de modo que o profissional que
quer aprender as características do atendimento passa por dificuldades à coleta de
informações que aliem conhecimento e eficiência de aprendizado.
8. Materiais e Métodos
O estudo é do tipo bibliográfico com ênfase sobre pesquisas de artigos que relatam sobre a
assistência fisioterapêutica ao recém-nascido em Unidade Terapia Intensivo Neonatal. . As
principais referências utilizadas para a realização deste trabalho foram pesquisadas em artigos
e monografias da internet, nos sites Scielo e Google acadêmicos.
Para a seleção dos textos, optou-se pelos seguintes critérios: artigos que abordam sobre a
temática em pauta; procedência e idioma: artigos nacionais publicados em português; tipo de
publicação: textos publicados em livros e na internet.
A análise do material coletado consistiu no emprego da técnica do conteúdo temático focado
nas leituras prestadas, gerenciando assim, as inferências necessárias para posterior descrição
da compreensão dos textos lidos, bem como da possível construção de síntese sobre a
temática em pauta.
9. Resultados e Discussão
A fisioterapia na Unidade de Intensiva e de muita importância, agregam fatores benéficos aos
recém-nascidos podendo ter uma melhor qualidade de vida e evitar complicações futuras a
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qual visa manter a permeabilidade das vias aéreas e otimização alveolar, proporcionando ao
recém-nascido um maior conforto para evitar e/ou minimizar complicações na Ventilação
Mecânica.
Nos primeiros dias de vida os recém-nascidos exibem alterações na frequência cardíaca e nos
valores da pressão sanguínea, sendo realizado somente o manuseio necessário e são
contraindicadas as manobras de higiene brônquica, pois qualquer excesso de manipulação
poderia expô-los a riscos, sendo que 75% das situações hipoxemiantes apresentadas pelos
recém-nascidos estão associadas ao manuseio e a hipoxemia se reflete, como resposta, em
uma vasoconstrição pulmonar. Seus efeitos são vistos de forma sistêmica, alterando a
distribuição do fluxo de sangue para o músculo cardíaco, os sistemas renal e
musculoesquelético, bem como o fluxo cerebral.
Também verificou-se nas literaturas que a maioria dos autores não coloca restrições quanto ao
uso de técnicas e procedimentos da fisioterapia respiratória em pacientes .Vale ressaltar
também que os efeitos deletérios da fisioterapia respiratória referido anteriormente por alguns
autores não são sustentados atualmente pela literatura cientifica. Entretanto ainda existem
poucos estudos mostrando as vantagens e desvantagens das técnicas fisioterapeutas ensaios
controlados e randomizados, sendo necessárias novas pesquisas sobre técnicas especificas em
neonatal.
Várias são as técnicas de fisioterapia respiratória que podem ser aplicadas ao recém-nascidos,
tais como drenagem postural, técnicas de higiene brônquica (incluindo tapotagem, aspiração,
vibração, aspiração), reexpansão pulmonar e posicionamento, todas apresentando possíveis
vantagens e desvantagens.
O posicionamento corporal de neonatos com tempo de permanência hospitalar elevado faz
parte do tratamento da fisioterapia respiratória convencional e oferece resultados bastante
eficazes. As técnicas tradicionais de fisioterapia respiratória beneficiam as afecções
pulmonares, como também a melhora de trocas gasosas e compreensão corporal. Apesar
disto, a posição supina é a posição mais utilizada nos recém-nascidos pela facilidade de
manipulação dos mesmos, a despeito da interferência sobre a mecânica respiratória.
Na ótica de Selsby (1999) a drenagem postural consiste no posicionamento do paciente em
decúbitos que facilitam a drenagem das secreções pulmonares dos brônquios para a traquéia,
sob ação da gravidade. Não é indicada a pacientes com pressão intracraniana elevada,
abdômen distendido, alimentação há menos de duas horas.
A posição prona permite uma melhor aeração, e isso foi comprovado por Gattinoni et.al.
(1991), durante seus estudos de comparação de ambas posições prona e supina. Em posição
supina, a região dorsal é a mais colapsada. Ao se pronar o doente, a região dorsal não sofre
mais ação do peso pulmonar, de modo que se torna mais expandida.
Técnica é o direcionamento de fluxo, com a qual a mão do terapeuta exerce uma pressão
(bloqueio) no hemotórax contralateral à incisão cirúrgica, buscando redirecionar o fluxo a fim
de expandir o pulmão contar lateral. Presto (2005) tem uma visão muito positiva sobre a
utilização das técnicas desobstrutivas nos pacientes, pois segundo ele essas são as manobras
mais eficazes e mais utilizadas na fisioterapia respiratória.
Tapotagem refere-se a movimentos rítmicos, Segundo Oliveira et al, 2006). Ela é raramente
aplicada em RNTP, devido à sua labilidade.
As manobras de fisioterapia relacionadas aos cuidados respiratórios consistem em técnicas
manuais, posturais e cinéticas dos componentes toraco-abdominais que podem ser aplicadas
isoladamente ou em associação de outras técnicas, em que de uma forma genérica, tem os
seguintes objetivos: mobilizar e eliminar as secreções pulmonares; melhorar a ventilação
pulmonar; promover a reexpansão pulmonar; melhorar a oxigenação e trocas gasosas;
diminuir o trabalho respiratório; diminuir o consumo de oxigênio; aumentar a mobilidade
torácica; aumentar a forca muscular respiratória; aumentar a endurance; reeducar a
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10. Conclusão
Como muitas outras práticas na área da neonatologia, a fisioterapia respiratória foi
introduzida nas unidades baseada em experiências e em resultados obtidos em pacientes
pediátricos e adultos, sem evidências científicas concretas da sua eficácia.
Apesar de todos os avanços da medicina para recém-nascidos, os problemas respiratórios
ainda são uma das principais causas da mortalidade no período neonatal, especialmente nos
RNPT que devido à imaturidade pulmonar permanecem por períodos prolongados sob suporte
ventilatório e/ou oxigenoterapia, tonando-se susceptíveis às complicações da própria
ventilação mecânica, limitando o prognóstico destas crianças.
A fisioterapia Intensiva e de muita importância, pois com o tratamento adequado ao recém-
nascido pode ter uma melhor qualidade de vida e evitar complicações futuras a qual visa
manter a permeabilidade das vias aéreas e otimização alveolar, proporcionando ao recém-
nascido um maior conforto para evitar e/ou minimizar complicações na Ventilação Mecânica.
O desenvolvimento contínuo da fisioterapia respiratória juntamente com a medicina neonatal
faz com que os recursos obtidos por meio da fisioterapia sejam otimizados respeitando as
peculiaridades do RNPT, atingindo alto padrão de eficácia do tratamento intensivo,
objetivando a redução do tempo de hospitalização, dos custos hospitalares e
consequentemente da morbidade neonatal, favorecendo o prognóstico e a qualidade de vida
dos recém-nascidos que se encontram nesse estágio.
Percebe-se através das análises das literaturas que trabalhos realizados em recém-nascidos
mostra que as manobras de higiene brônquica parecem auxiliar a depuração de secreção das
vias aéreas. No entanto, o ganho real do uso desses procedimentos deve ser cuidadosamente
avaliado, já que as evidências são restritas, pois os estudos analisados, além de apresentarem
uma amostra pequena, mostraram-se pouco controlados com relação à idade gestacional,
idade pós-natal, tipo de doença de base e as intercorrências na fase aguda.
Esta análise de literatura também revelou, além da heterogeneidade dos estudos, a escassez de
pesquisas mais recentes sobre os efeitos da fisioterapia respiratória no período neonatal.
Baseados nessas considerações inferiram que estudos com delineamento adequado e amostras
representativas devem ser realizados, principalmente para avaliar o risco-benefício dos
procedimentos, ou seja, efeitos benéficos versus deletérios da fisioterapia sobre a função
respiratória de recém-nascidos, em especial naqueles mais imaturos e com menor peso ao
nascer.
Referências
ABREU LC. Impacto da fisioterapia neonatal em recém-nascidos pré-termo com doença
pulmonar das membranas hialinas em ventilação mecânica e pós-reposição de
urfactante exógeno. Tese (Doutorado). Universidade Federal de São Paulo, São Paulo: 2003.
ANTUNES LCO; SILVA EG et al. Effects of conventional chest physical therpy versus
increased expiratony flow on oxygen saturation, heart rate and respiratory rate in
prepature infants following extubation in prepature fisioterapia. 2006; 103.
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