Artigo - Pós Graduação
Artigo - Pós Graduação
Artigo - Pós Graduação
RESUMO
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Artigo apresentado à Universidade Potiguar – UNP como requisito obrigatório à obtenção do título de
Pós-Graduado em Direito Previdenciário, atividade componente da disciplina Trabalho de Conclusão
de Curso, grade 2017.2.
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Graduado em Direito pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Funcionário público na
mesma instituição. E-mail: [email protected]
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Orientadora. Professora na Universidade Potiguar - UNP. Coordenadora e Professora da Pós-
Graduação em Direito Previdenciário da Universidade Potiguar – UNP. Advogada. Especialista em
Direito Tributário pela Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL. Especialista em Direito do
Trabalho. E-mail: [email protected]
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1 INTRODUÇÃO
Ainda, uma pretensa mudança (tão repentina, e não sistemática) nas regras
da Aposentadoria por Tempo de Contribuição seria uma decisão que, até mesmo na
presença de uma regra de transição, se não estudada e aplicada com acuidade
(mantido direcionamento dado pela PEC 287/16), acabaria por atingir sensivelmente
o planejamento financeiro-familiar de todos os brasileiros em idade para o trabalho,
bem como outros impactos.
De acordo com Lazzari e Castro (2017), “até o século XVIII não havia a
sistematização de qualquer forma de prestação estatal”. Segundo os mesmos, o
Estado não se via obrigado, nem mesmo compelido ao dever assistencial frente ao
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seu povo e os mais necessitados, permanecendo assim até fins do século XIX).
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De acordo, ainda, com Lazzari e Castro (2017), mesmo diante da realidade registrada até século XVIII
e meados do XIX, existia uma espécie de “exceção histórica” observada na Inglaterra, denominada
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“Poor Law”, que, editada em 1601, instituía uma contribuição obrigatória para fins sociais, com nítido
caráter assistencial.
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Tais prestações podem ser lembradas, sem nenhum esforço, como as mais
importantes do complexo assecuratório brasileiro (partindo-se de um ponto de vista
“utilitarista”), pois representariam a “vitrine” ou até mesmo a essência de todo sistema:
o porquê de toda lógica e logística previdenciária existirem como tal. Constituiriam o
principal ponto de lembrança do homem médio quando da reflexão de sua finitude
frente aos riscos sociais os quais estaria exposto, tendo sempre em mente o seu
direito a uma efetiva proteção estatal, mesmo que nunca tenham contribuído para
tanto (pois, como se sabe, a previdência social é contributiva).
4 O RISCO SOCIAL
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Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma
sociedade livre, justa e solidária (grifos nossos).
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trinta cinco anos para homens, e demais variações – professores, deficientes). Seu
regramento se encontra na Lei 8.213/91 (com a nomenclatura, ainda, de
Aposentadoria por tempo de serviço), a partir do artigo 52 e demais.6
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Art. 52. A aposentadoria por tempo de serviço será devida, cumprida a carência exigida nesta Lei, ao
segurado que completar 25 (vinte e cinco) anos de serviço, se do sexo feminino, ou 30 (trinta) anos, se
do sexo masculino.
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Segundo Amado (2017), “no Brasil, durante curto espaço de tempo, a antiga aposentadoria por tempo
de serviço demandou a idade mínima de 55 anos de idade para a sua concessão, quando surgiu a Lei
3.807/60 (Lei Orgânica da Previdência Social - artigo 32), requisito revogado pela Lei 4.130/62”.
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Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social depende
dos seguintes períodos de carência, ressalvado o disposto no art. 26: II - aposentadoria por idade,
aposentadoria por tempo de serviço e aposentadoria especial: 180 contribuições mensais.
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Art. 60 (...) § 4º O segurado especial que contribui na forma do § 2º do art. 200 somente fará jus à
aposentadoria por idade, tempo de contribuição e especial após o cumprimento da carência exigida
para estes benefícios, não sendo considerado como período de carência o tempo de atividade rural
não contributivo.
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Art. 56. O professor, após 30 (trinta) anos, e a professora, após 25 (vinte e cinco) anos de efetivo
exercício em funções de magistério poderão aposentar-se por tempo de serviço, com renda mensal
correspondente a 100% (cem por cento) do salário-de-benefício, observado o disposto na Seção III
deste Capítulo.
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Art. 56. (...) § 1º A aposentadoria por tempo de contribuição do professor que comprove,
exclusivamente, tempo de efetivo exercício em função de magistério na educação infantil, no ensino
fundamental ou no ensino médio, será devida ao professor aos trinta anos de contribuição e à
professora aos vinte e cinco anos de contribuição.
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Art. 29, § 7º O fator previdenciário será calculado considerando-se a idade, a expectativa de
sobrevida e o tempo de contribuição do segurado ao se aposentar, segundo a fórmula constante do
Anexo desta Lei.
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Assim, a Emenda 20/98, além de outras coisas, tinha o intuito de aprovar uma
idade mínima para as aposentadorias por tempo de contribuição dos regimes geral e
próprios da previdência social; tentativa parcialmente frustrada, já que não se
conseguiu aprovação para o primeiro, fato que, segundo a doutrina, influenciou
decisivamente na criação do Fator Previdenciário, fórmula encontrada para frear a
grande quantidade de aposentadorias de pessoas com pouca idade, de acordo com a
atuária previdenciária.
Entendo que este benefício, em sua atual configuração, não se coaduna com
a lógica protetiva, pois permite a aposentação em idades muito inferiores
ao que se poderia rotular de idade avançada. Ainda que o pagamento
tenha sido feito por anos a fio, a previdência pública não é poupança, mas
sim seguro social, no sentido de atender à clientela protegida no advento
de algum sinistro impeditivo de obtenção da remuneração. Para piorar,
este benefício acaba por gerar uma solidariedade às avessas no sistema
previdenciário, pois somente as classes mais abastadas conseguem obtê-lo,
em razão das dificuldades de comprovação de longos períodos de
contribuição. (IBRAHIM, 2007, p. 514). (Grifos nossos)
benefício (art. 25, II da Lei 8.213/91)13, 180 prestações são necessárias para que o
trabalhador tenha direito ao pedido desta aposentadoria, perfazendo apenas 15 anos
de contribuição para a previdência.
E, em seguida, reforça:
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Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social depende
dos seguintes períodos de carência, ressalvado o disposto no art. 26: II - aposentadoria por idade,
aposentadoria por tempo de serviço e aposentadoria especial: 180 contribuições mensais.
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Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta quinta-feira (01),
revela que a expectativa de vida do brasileiro nascido em 2015 aumentou e passou a ser de 75,5 anos.
Em 2014, era de 75,2 anos. Disponível em <http://www.brasil.gov.br/governo/2016/12/expectativa-de-
vida-no-brasil-sobe-para-75-5-anos-em-2015>. Acesso em: 22.03.2018.
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Disponível em: < http://www.cndl.org.br/noticia/um-terco-dos-aposentados-acima-de-60-anos-ainda-
trabalha/>
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Fora proposta uma idade mínima de 65 anos para homens e 63 para mulheres, com a contribuição
mínima de 25 anos (aumento de15). Havia a previsão de aumento de um ano a cada certo período na
idade mínima para o benefício, entre outras coisas.
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7 CONCLUSÃO
ABSTRACT
The purpose of this study is to consider the benefits of Retirement for contribution time:
its characteristics and implications for the social security actuarial balance, within the
maintenance of its current rules. The need to reformulate its regulations was
discussed, and the proposal in this sense made within the "reform" of the Brazilian
social security system, a change that could lead to significant changes in the
application and enjoyment of several of the current social security benefits, especially
Retirement by Contribution Time (previously: by time of service), object of this
research. The examination of the thematic has undergone a brief history and evolution
of the security system, as well as of the benefit, until the present days, when its
complete restructuring is debated, since never it has demanded the studied benefit the
calculation of the age of its beneficiary, because, until the moment, necessary, is only
the fulfillment of the contributory factor for their enjoyment. We then enter into doctrinal
considerations at the heart of the discussion, discussing one of the most consistent
arguments brought in favor of the restructuring of the benefit, based on the lack of their
respective "social risk", a critical factor and a source of all other social security benefits
existing in Brazil: the implementation of a minimum age for their enjoyment.
Keywords: retirement by contribution time; pension reform; social risk, minimum age;
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REFERÊNCIAS
Livros
AMADO, Frederico. Curso de Direito e Processo Previdenciário. 9. ed. Salvador:
Juspodvim, 2017.
AMADO, Frederico. Sinopse de Direito Previdenciário. 8. ed. Salvador:
Juspodvim, 2017. (Sinopses para Concursos).
IBRAHIM, Fábio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário. 9. ed. Niterói: Impetus,
2007.
LAZZARI, João Batista; CASTRO, Carlos Alberto Pereira de. Manual de Direito
Previdenciário. 20. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017.
Legislação
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.
Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 15
Mar. 2018.
BRASIL. Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. Brasília, DF, jul 1991. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212cons.htm>. Acesso em: 19 Mar.
2018.
BRASIL. Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Brasília, DF, jul 1991. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L8213cons.htm>. Acesso em: 19 Mar.
2018
BRASIL. Decreto nº 3.048 de 06 de maio de 1999. Brasília. DF. Mai 1999.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3048compilado.htm>;
Acesso em: 20 Mar 2018
Sítios eletrônicos
Portal Brasil. Expectativa de vida no Brasil sobe para 75,5 anos em 2015.
Brasília. 2016. Governo Federal. Disponível em
<http://www.brasil.gov.br/governo/2016/12/expectativa-de-vida-no-brasil-sobe-para-
75-5-anos-em-2015>. Acesso em: 22.03.2018.