FlaviaBarrosLima Aço de Baixa Liga
FlaviaBarrosLima Aço de Baixa Liga
FlaviaBarrosLima Aço de Baixa Liga
ABORDAGEM QUANTITATIVA
Aprovada por:
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JANEIRO DE 2006
LIMA, FLÁVIA BARROS
1. Microestrutura e Tenacidade
ii
Ao meu marido, Robert,
iii
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Luiz Henrique de Almeida, pela orientação, pela amizade, pela confiança,
pelos ensinamentos diários, por seu exemplo profissional e por ter tornado meu
caminho pelo Mestrado possível nesses dois últimos anos.
À Dr.a Annelise Zeemann, pela orientação, pela amizade, pelas idéias e dedicação
para que este trabalho se realizasse, por seu exemplo profissional e por sua valiosa
contribuição na minha vida profissional nos últimos cinco anos.
Aos alunos de Iniciação Científica, Raquel Ferreira e Amaro Vitor, pela amizade e
grande ajuda na realização dos ensaios.
Ao meu marido, à minha mãe e aos meus irmãos, que são as pessoas mais
importantes da minha vida, pelo apoio, pela ajuda, pelo amor e pela confiança
incondicionais. Por entenderem a minha ausência, respeitar as minhas decisões e
desejarem sempre o melhor para mim.
iv
Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)
Janeiro/2006
v
Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)
January/2006
Among the many parts of an oil well drilling column the connections known as
subs carry out an important role. Fragile failures are frequently reported for these
connections. The reasons for the failures are studied in this work. These parts must
meet API Spec 7 "Specification for Rotary Drill Stem Elements" code requirements
which include only tensile strength properties and minimum surface hardness, with
no toughness requirement. In general, the materials used in manufacturing subs are
low-alloy steels of the 41XX type. Specimens from 30 subs gathered from unknown
sources that have different diameter, chemical composition, mechanical properties
and manufacturing process were studied in this work. The purpose was to create a
method to numerically correlate the metallurgical parameters with V-notch Charpy
impact energy values, which vary between 10J and 64J at room temperature. The
yield-tensile strength ratio, the carbon concentration, the austenitic grain size and the
inclusions quantification showed to be the predominant factors in this correlation.
vi
ÍNDICE
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO.....................................................................................1
II.2- Material......................................................................................................5
II.2.1- Microconstituintes.......................................................................7
II.2.2.1- Têmpera....................................................................10
II.2.2.2- Temperabilidade........................................................11
II.2.2.3- Revenimento..............................................................17
Martensita Revenida...................................................17
Revenido da Bainita....................................................21
II.3.1.1- Segregações..............................................................23
II.3.1.2- Impurezas..................................................................26
II.3.1.3- Carbono.....................................................................27
II.3.2.1- Inclusões....................................................................29
II.3.2.3- Microestrutura............................................................34
II.3.3- Processamento.........................................................................35
vii
II.3.4- Fatores Mecânicos...................................................................40
III.1- Materiais.................................................................................................51
III.4- Fractografia............................................................................................53
Caracterização do Bandeamento.......................................................54
CAPÍTULO V - CONCLUSÕES.................................................................................87
viii
ANEXO I – CARACTERIZAÇÃO METALÚRGICA...................................................97
ix
LISTA DE SÍMBOLOS E NOMENCLATURAS
CE – carbono equivalente
CP – corpo de prova
fv – fração volumétrica
HB – dureza em Brinnell
HTLA - heat treatable low alloy steels (aços baixa liga tratáveis termicamente)
HV – dureza em Vickers
MO – Microscopia Ótica
x
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
De uma forma geral, o material utilizado na fabricação dos subs são os aços
baixa liga da família 41XX. Esses aços são ligados ao Cromo (~1%) e ao Molibdênio
(~0,2%) e atingem alta resistência através de tratamento térmico de têmpera e
revenido. São amplamente utilizados na indústria do petróleo, não somente em
equipamentos relacionados à exploração mas também à “etapa de completação” e à
produção, principalmente em componentes pressurizados que requerem tensão
limite de escoamento entre 410MPa e 965MPa, com teores de carbono entre 0,3% e
0,5%. Os principais aços da família são AISI/SAE 4130, 4140 e 4145, sendo os dois
últimos os mais aplicados na fabricação de subs.
1
passassem a exigir de seus fornecedores que os subs - normalmente considerados
itens menos críticos - fossem avaliados, e eventualmente certificados, antes de
entrar em operação. Dessa forma, a compreensão de como, e em que grau, os
fatores metalúrgicos controlam as propriedades de tenacidade viria a contribuir para
conciliar a melhoria de qualidade desses componentes com a manutenção dos
baixos custos.
2
CAPÍTULO II
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Figura II.1 – Exemplos de diferentes tipos (pino x caixa e pino x pino) e dimensões
de subs [2].
Os subs são componentes que não são soldados, apenas usinados a partir
de barras forjadas sendo que, dependendo das dimensões, pode-se utilizar aços na
condição tratado termicamente, temperado e revenido, ou, muitas vezes, é
necessário realizar as etapas de pré-usinagem a partir de barras normalizadas e
mandar tratar termicamente antes da usinagem final.
3
Os requisitos de propriedades mecânicas para esses componentes conforme
o código API Spec 7 incluem apenas propriedades de resistência mecânica e dureza
mínima na superfície, sem requisitos específicos de tenacidade. O quadro da tabela
II.1 mostra os valores mínimos de propriedades mecânicas indicados por esse
código. Com relação à dureza, essas peças devem apresentar no mínimo 285 HB na
superfície.
4
II.2- Material
Em relação aos aços carbono, os baixa liga da família 41XX são modificados
ao cromo e ao molibdênio, e em relação ao AISI/SAE 4130, os aços AISI/SAE 4140,
e 4150 apresentam teores mais elevados de carbono e manganês, o que aumenta
bastante sua temperabilidade. Esses aços devem ser temperados em óleo ou em
solução polimérica e por causa de sua alta temperabilidade são mais difíceis as
operações de conformação e soldagem [4].
* Utiliza-se o termo conhecido em inglês por não existir em português uma sigla consagrada.
5
graus usuais dos aços AISI, principalmente elementos que aumentam a
temperabilidade e retém dureza no revenimento, como molibdênio e vanádio, além
de melhorar um pouco a tenacidade, níquel, que entretanto exige um cuidado muito
grande para não reter austenita.
Tabela II.2 - Composições químicas dos aços 4130, 4140 e 4150 conforme
AISI/SAE (% em peso) [5].
Aço C Mn P S Si Cr Mo
6
De uma forma geral, os aços baixa liga médio carbono apresentam como
principal motivação de suas aplicações a excelente temperabilidade, combinada com
alta resistência. Por outro lado, um grande problema que esses aços podem
apresentar é a não-uniformidade das propriedades mecânicas ao longo do
comprimento do forjado. Além disso, as propriedades podem variar de uma maneira
irregular. Por exemplo, a região de mais alta resistência à tração pode também
oferecer o maior valor de impacto, ou uma resistência à tração constante ao longo
do comprimento de um forjado pode estar associada com uma grande variação nos
valores de impacto. Maropoulos et al. [7] estudaram as propriedades mecânicas de
dois aços baixa liga Cr-Mo-Ni-V médio carbono, ambos apresentando composições
químicas bastante semelhantes. Nesse trabalho os forjados tiveram um histórico
térmico quase idêntico e ainda assim apresentaram propriedades mecânicas
significativamente diferentes.
A partir dos principais aços dessa classe (AISI/SAE 4130, 4140 e 4150), são
feitas modificações na composição química para se alcançar otimização de alguma
propriedade específica, porém nenhum novo aço comercial foi desenvolvido durante
os últimos anos. Os estudos voltados para essa classe de aços têm objetivado o
aumento da ductilidade e tenacidade, a minimização da variação das propriedades e
conseqüentemente uma maior confiabilidade em serviço, através da melhoria e
inovações de técnicas de refino e processamento e também através de um maior
controle do processamento e inspeção [8].
II.2.1- Microconstituintes
7
A martensita é uma fase particular que se forma nos aços. Ela tem sua
própria estrutura cristalina e composição e é separada de outras eventuais fases por
interfaces bem definidas, entretanto ela é uma fase metaestável que está presente
apenas porque a difusão foi suprimida. Se a martensita for aquecida a uma
temperatura onde os átomos de carbono tenham mobilidade, estes difundem dos
sítios octaédricos para formar carbonetos. Como resultado, a tetragonalidade é
aliviada, e a martensita é substituída por uma mistura de ferrita e cementita como
previsto pelo diagrama de fase Fe-C, e desde que se trate de um aço ao carbono [9].
8
Figura II.3 – Faixas de formação da martensita em placas e da martensita em ripas
em ligas Fe-C [9].
Da mesma forma que a perlita, a bainita é uma mistura das fases ferrita e
cementita, e é por isso dependente da divisão controlada por difusão dos átomos de
carbono entre ferrita e cementita. Por outro lado, a estrutura da bainita difere da
perlita uma vez que a ferrita e a cementita são arranjadas de forma não lamelar cuja
característica depende da composição da liga e da temperatura de transformação.
Semelhante à martensita, a ferrita da bainita pode estar na forma de ripas ou placas
contendo uma estrutura de discordâncias e, por isso, em determinada extensão, o
mecanismo de formação da bainita envolve tanto cisalhamento como difusão [9].
9
II.2.2- Tratamento Térmico de Têmpera e Revenimento de Aços HTLA
II.2.2.1- Têmpera
10
II.2.2.2- Temperabilidade
11
É possível observar que a austenita começa a transformar em ferrita pró-
eutetóide no ponto 1 (após 20 segundos de resfriamento). Quando o ponto 2 é
alcançado (após aproximadamente 45 segundos), 5% da austenita se transformou
em ferrita. No ponto 2, a austenita remanescente começa a transformar em bainita.
A transformação bainítica se completa no ponto 3, havendo então aproximadamente
5% de ferrita, 55% de bainita e o restante austenita não transformada. O ponto 3
marca o início da formação da martensita. Virtualmente toda a austenita
remanescente transformará em martensita quando a temperatura ambiente for
atingida, logo a estrutura final consiste de aproximadamente 5% de ferrita pró-
eutetóide, 55% de bainita e 40% de martensita [4].
Figura II.5 – Dureza na linha de centro e microestrutura de uma barra de aço tipo
8620 temperada em água como previsto pelas fórmulas de Creusot-Loire [12].
12
Não se deve confundir a capacidade de formação martensítica em maiores
profundidades (temperabilidade) com a capacidade de endurecimento. A dureza
máxima que pode ser alcançada por um aço depende quase que exclusivamente da
concentração de carbono. A figura II.6 mostra a relação entre a dureza de
microestruturas martensíticas com a concentração de carbono no aço [13]. A relação
da concentração de carbono e porcentagem de martensita com a dureza máxima
aproximada, alcançada após têmpera, está apresentada na figura II.7 [14].
Considerando-se uma concentração de carbono de 0,25% e uma porcentagem de
martensita de 50%, observa-se que a dureza pode variar entre aproximadamente 30
e 40HRC, enquanto que para uma quantidade de martensita de 99,9% e a mesma
concentração de carbono, a faixa de dureza fica entre 42 e 54HRC,
aproximadamente.
13
Figura II.7 – Relação da concentração de carbono e porcentagem de martensita
com a dureza [11].
14
uma composição que se refere ao limite superior da especificação. A figura II.9
apresenta o diagrama tempo-temperatura-transformação para as três composições
apresentadas na figura anterior, explicitando temperabilidades muito diferentes, ou
seja, para mesma velocidade de resfriamento é possível formar diferentes
microconstituintes [11].
Composição (% peso)
Aço C Si Mn Ni Cr Mo Cu
Figura II.9 – Curvas TTT para as composições do aço baixa liga 4130 apresentadas
na figura II.8 [11].
15
Outro parâmetro que exerce um efeito pronunciado sobre a temperabilidade
é o tamanho de grão. Por exemplo, um aumento no diâmetro do grão de 0,02mm
para 0,125mm pode aumentar a temperabilidade em até 50%. Isso ocorre porque
uma austenita de grão grosseiro transforma mais prontamente em martensita do que
uma austenita de grão refinado, pois esta última tenderá a formar fases difusionais
ao invés de martensita (uma vez que há mais área de contornos de grão para
promover a nucleação da fase). Todavia, não é uma prática comum tentar melhorar
a temperabilidade utilizando uma austenita de grão grosseiro porque esta é mais
susceptível ao trincamento durante têmpera e a distorções do que a austenita de
grão refinado. Além disso, aços com tamanho de grão grosseiro apresentam
tenacidade inferior quando comparados aos aços com grãos refinados [11].
Ainda um outro fator que deve ser destacado é o efeito da massa sobre a
velocidade de resfriamento na têmpera. Observando-se a tabela II.3 é possível
concluir que quanto maior for a espessura da peça menor é a dureza atingida pelo
aço AISI 4140, pois há um decréscimo na taxa de resfriamento a medida que o
volume de material aumenta.
16
Tabela II.3 – Efeitos da massa sobre propriedades típicas do aços AISI 4140
tratados termicamente [14].
II.2.2.3- Revenimento
Martensita Revenida
17
carbetos de ferro de transição em ligas de alto carbono. A concentração de carbono
que permanece em solução sólida pode ser bastante grande se o precipitado é um
carbeto de transição.
18
Como qualquer temperatura abaixo da temperatura mínima crítica pode ser
usada para revenimento, há uma variação ampla nas propriedades e microestruturas
que podem ser produzidas, desde aquelas da martensita após têmpera a carbetos
esferoidizados na ferrita. Finalmente é o balanço de dureza (ou resistência) e
tenacidade requeridos em serviço que determinam as condições de revenimento
para uma dada aplicação.
19
A Figura II.11 também mostra que a tenacidade pode de fato diminuir se
aços são revenidos na faixa de 260 a 370ºC (500 a 700ºF). Esse decréscimo na
tenacidade é referido como fragilização da martensita revenida (tempered
martensite embrittlement), fragilização a 350ºC, ou fragilização a 500ºF, e como
resultado dessa fragilização, o revenimento nessa faixa é geralmente evitado na
prática comercial. Esse fenômeno resulta dos efeitos combinados da precipitação da
cementita nos contornos de grão da austenita prévia ou nos contornos entre ripas e
da segregação de impurezas nos contornos de grão da austenita prévia.
Nesta Figura II.11 pode-se ainda verificar o efeito substancial que o aumento
da concentração de carbono tem sobre a tenacidade ao impacto pela comparação
dos resultados do revenimento de aços com 0,5%C com os dos aços com 0,4%C.
Aços com concentração igual ou maior a 0,5%C apresentam tenacidade ao impacto
muito baixa e são usados apenas onde alta dureza e/ou resistência ao desgaste são
de importância prioritária.
Apesar de não mencionado pelo autor existe outro tipo de fragilização típico
de ocorrência em aços de alta resistência, que é a fragilização ao revenido
(tempered embrittlement), e pode desenvolver-se em aços revenidos acima de
425ºC (800ºF), a qual ocorre em certos aços ligados como um resultado de manter
ou resfriar lentamente em certas faixas de temperatura de revenimento. Essa
fragilização é resultante da segregação nos contornos de grão de impurezas como
arsênio, antimônio, fósforo e estanho. Esses dois fenômenos de fragilização diferem
em relação à resistência do material e nas faixas de temperatura de exposição. Na
fragilização ao revenido, o aço é normalmente revenido a uma temperatura
relativamente alta, produzindo resistência e dureza mais baixas, e a fragilização
ocorre durante o revenimento ou sob resfriamento lento após o mesmo dentro da
faixa de fragilização ou ainda durante o serviço a temperaturas dentro da faixa de
fragilização. Na fragilização da martensita revenida, o aço é revenido dentro da faixa
de fragilização e normalmente este é de alta resistência, e o serviço é a temperatura
ambiente. Outra diferença é que a fragilização da martensita revenida é um
processo muito mais rápido, uma vez que se desenvolve dentro do período normal
de revenimento de uma hora, enquanto a fragilização ao revenido leva muitas horas
para se completar; por isso esse último tipo de fragilização é mais preocupante em
seções espessas que são revenidas em altas temperaturas para assegurar o
equilíbrio entre resistência e tenacidade, e ainda após revenimento acima da faixa
crítica de temperatura, a seção espessa resfria muito lentamente durante muitas
horas na faixa crítica para fragilização. Como a fragilização da martensita revenida
20
ocorre durante um curto período de revenimento na faixa crítica, esta é
independente da seção e/ou da taxa de resfriamento após revenimento [9,15,18].
Revenido da Bainita
21
II.3- Tenacidade e Fatores Correlatos
22
da indústria mecânica de uma forma geral. Alguns dos processos que podem ser
destacados são: as operações de Metalurgia da Panela (processos de
desgaseificação, como o VAD (Vacuum Arc Degassing) e ASEA-SKF (indução), e
dessulfuração) que são realizadas após o vazamento e antes da solidificação,
influenciando na composição química e limpeza do aço mas sem alterar a
solidificação; e os processos de refusão (como VAR – refusão a arco sob vácuo e
ESR – refusão sob escória eletrocondutora) que incluem além do refino a
solidificação gradual, promovendo uma estrutura de lingote com nível de inclusões e
segregações muito menor que em lingotes convencionais.
II.3.1.1- Segregações
23
“zoneamento” (coring) da composição química, ou seja, uma variação da
concentração de soluto entre o centro e a região externa da ramificação dendrítica
[21]. Ela é o resultado da rejeição do soluto na interface sólido/líquido durante a
solidificação, formando-se então um gradiente composicional entre o núcleo das
dendritas e as regiões interdendríticas, as quais são enriquecidas com elementos de
liga (soluto), impurezas de baixo ponto de fusão e inclusões não-metálicas.
24
A presença de regiões localizadas que desviam da composição nominal nos
metais e ligas pode afetar a resistência à corrosão, as operações de conformação,
tal como o forjamento, os processos de soldagem, e as propriedades mecânicas,
especialmente a tenacidade à fratura e o comportamento em fadiga. Em ligas que
são tratadas termicamente, as variações nas composições podem produzir
respostas inesperadas ao tratamento térmico que resultam em áreas macias e
duras, trincas de têmpera, ou outros defeitos. Conforme estudado por PAPWORTH
et al. [26], o grau e a freqüência com que os fenômenos de segregação e
dessegregação ocorrem durante o tratamento térmico de aços baixa liga é
extremamente complexo, dependendo do aço e o do estágio específico do
tratamento que tenha sido alcançado.
25
II.3.1.2- Impurezas
26
PSL 2 PSL 3 e PSL 4
Fósforo 0,040 máximo 0,025 máximo
Enxofre 0,040 máximo 0,025 máximo
II.3.1.3- Carbono
27
II.3.1.4- Elementos de Liga
• inclusões;
• segregação em contornos de grão / precipitados;
Grupo 1
• carbetos / nitretos não dissolvidos pela austenitização;
• carbetos grosseiros produzidos pelo revenimento;
28
Estes aspectos estão divididos em dois grupos porque o Grupo 1 apresenta
características que controlam a fratura; enquanto o Grupo 2 lista as características
que controlam o comportamento em deformação plástica, as quais estabelecem as
propriedades mecânicas de projeto de um aço, ou seja, resistências ao escoamento
e à tração, e as interações dinâmicas de discordâncias que são responsáveis pelo
endurecimento por deformação e a forma da curva tensão-deformação.
II.3.2.1- Inclusões
29
conformados a quente. A anisotropia causada por essas partículas pode ser
reduzida pelo controle de forma das inclusões com adição de elementos como
cálcio, titânio, zircônio, cobalto e terras raras uma vez que estes se combinam com o
enxofre para produzir sulfetos que são menos deformáveis durante a conformação a
quente [9].
Em um de seus trabalhos, Tomita [31] mostrou que uma solução efetiva para
resolver o problema da anisotropia das propriedades é a modificação da morfologia
(quantidade, tamanho, forma, composição química e localização) das inclusões não
metálicas nos aços tanto pela redução dos níveis de concentração de enxofre dos
aços ou através da mudança da morfologia das inclusões nos aços por meios
químicos, tais como adição ao metal fundido de metais terra-raras alcalinos, como
por exemplo cálcio e magnésio, ou metais terra-raras, como cério e lantânio. Ele
estudou cinco corridas de aço 0,4C-Cr-Mo-Ni para determinar o efeito dos
tratamentos de dessulfuração e adição de cálcio sobre a morfologia das inclusões
em aços baixa liga. Em três corridas, denominadas 1, 2 e 3, não foi adicionado
cálcio e os teores de enxofre foram, respectivamente para as três corridas, 0,016%
em peso (enxofre comercial), 0,002% em peso (aço dessulfurado com baixo teor de
enxofre) e 0,0008% em peso (aço dessulfurado com ultra baixo teor de enxofre). No
aço da corrida 1, as inclusões foram predominantemente do tipo MnS e tinham
morfologia filamentosa. Nas corridas 2 e 3, a quantidade, a fração volumétrica e o
valor médio da razão de aspecto dessas inclusões MnS tipo filamentosas foram
reduzidos significativamente pela redução do teor de enxofre através da
dessulfuração e as inclusões apresentaram forma elíptica, sendo que para a corrida
3 (teor de enxofre ultra baixo) não foi possível determinar a fração volumétrica das
inclusões pela metodologia de contagem por pontos (utilizada no trabalho), ainda
que pequenas quantidades tenham sido observadas por microscopia ótica. Foi
também reduzida pela dessulfuração a fração volumétrica de inclusões compostas
do tipo aglomerados, as quais consistem em MnS-CaS-CaO-Al2O3. Foram ainda
detectadas por microscopia ótica pequenas quantidades de inclusões tipo partícula
(TiN,TiO2 ou Al2O3), muito embora suas quantidades não puderam ser determinadas.
Para avaliar o efeito do tratamento com cálcio, foram utilizadas outras duas
corridas (denominadas 4 e 5) que se diferenciaram pelos teores de enxofre (0,016%
30
e 0,002% em peso, respectivamente) e de cálcio (0,0059% e 0,0061% em peso,
respectivamente). Foi observado que o tratamento com cálcio não foi muito efetivo
para a corrida 4 na modificação das inclusões, produzindo inclusões tipo aglomerado
que foram de dois tipos: CaS-CaO-MnS e CaS-CaO-TiS-TiO. Todavia, esse
tratamento na corrida 5 significativamente reduziu as inclusões filamentosas tipo
MnS e modificou enormemente o tipo filamentosa para o tipo partícula
(predominantemente CaS-CaO), sendo também detectadas pequenas quantidades
de Ti e Al. Foi então concluído que a modificação da morfologia das inclusões foi
controlada pela quantidade de cálcio adicionada, sendo sugerido que a razão ótima
entre os teores de cálcio e enxofre (Ca/S) para a mudança da morfologia das
inclusões foi aproximadamente 3.
a. As inclusões MnS filamentosas que existem nos aços que contêm teores de
enxofre em nível comercial (corrida 1) levaram à uma acentuada anisotropia em
relação à energia de patamar superior (EPS), à energia de transição dúctil frágil
(ETDF) e à temperatura de transição dúctil frágil (TTDF) nos ensaios de impacto
Charpy V;
b. Inclusões MnS elípticas finas presentes em um aço revenido a 200ºC (473 K) com
teor de enxofre 0,002% peso causaram um efeito prejudicial às propriedades de
impacto Charpy V, independente da orientação, porque elas causaram fratura frágil
intergranular. Foi sugerido pelo autor que esse modo de fratura possa ser um
resultado de efeitos de “super aquecimento”: quando o aço é aquecido na faixa de
temperatura da conformação a quente (alta temperatura da faixa de austenitização),
o MnS presente como inclusões pode entrar completamente em solução e no
resfriamento para temperaturas mais baixas na faixa austenítica, o enxofre difunde
para os contornos de grão da austenita aonde ele reage com o manganês e precipita
como finas inclusões de MnS. Essas podem então causar fratura intergranular
durante ensaio mecânico subseqüente;
31
c. As inclusões MnS presentes no aço com teor de enxofre 0,002% peso e revenido
a 650ºC (923K) ou no aço dessulfurado para uma concentração de enxofre muito
baixa de 0,0008% peso tiveram um pequeno efeito adverso sobre a isotropia das
propriedades de impacto Charpy V. No revenimento em 650ºC (923K) a
susceptibilidade ao “super aquecimento” foi minimizada e a fratura em forma de
dimples foi predominante, o que pode ser explicado devido ao fato que o aço
revenido nessa temperatura é mais macio e portanto as altas tensões que causam
fratura intergranular no aço revenido a 200ºC (473K) não são geradas no revenido a
650ºC (923K). No aço com concentração de enxofre reduzida a níveis muito baixos
a susceptibilidade ao “super aquecimento” também foi minimizada e a fratura em
forma de dimples foi predominante, o que está de acordo com resultados
encontrados por outros autores que mostram que o super aquecimento tem sido
cada vez mais encontrado em aços baixa liga de alta resistência com baixa
concentração de enxofre (0,002% peso) mas que em concentrações muito baixas
(0,0001% peso) existe um risco pequeno de fragilização por super aquecimento. O
que pode ser devido ao fato de que as inclusões de MnS precipitadas nos contornos
de grão diminuíram significativamente como um resultado da redução notável da
concentração de enxofre;
É também discutido pelo autor nesse trabalho que todos os aços, mesmo
aqueles com concentrações de enxofre muito baixas, apresentam anisotropia das
propriedades de impacto. A anisotropia está provavelmente associada às inclusões,
mesmo com pequenas frações volumétricas, e à textura na matriz do aço revenido.
Todavia, o mecanismo é complexo e ainda não entendido completamente. São
necessários mais estudos utilizando vários materiais antes que conclusões a
respeito do mecanismo possam ser traçadas.
32
II.3.2.2- Segregação em Contornos de Grão e Carbetos
33
II.3.2.3- Microestrutura
34
II.3.3- Processamento
Média aritmética de
Fração Austenita
TG austenita Comprimento Largura Razão de
TR volumétrica retida
prévia (µm) (µm) (µm) aspecto
de MnS (%volume)
80% 21,6 0,113 23,8 6,2 3,8 3,6
98% 14,7 0,112 38,4 2,2 17,5 3,5
35
0,2% LE KIC
TR RA (%) ECV (J)
(MNm-2) (MNm-3/2)
80%-L 1475,6 40,7 26,3 64,7
80%-T 1530,4 31,8 15,8 54,7
98%-L 1486,9 38,3 26,7 44,3
98%-T 1521,0 13,0 6,3 38,4
36
II.3.3.2- Efetividade do Tratatamento Térmico
37
incompleta ao endurecimento reduziria a relação LE/LR a valores em torno de 0,8,
quando para um tratamento efetivo cuja estrutura fosse predominantemente
martensítica, esta relação poderia chegar a 0,9 [45]. Isto significa que a razão LE/LR
está diretamente relacionada com a microestrutura, mais especificamente com a
quantidade de martensita.
38
II.3.3.3- Temperatura de Austenitização
39
austenitização não é um método completamente adequado para melhoria da
tenacidade à fratura.
40
Também já foi abordado que a dureza, e por sua vez os valores de
resistência, são fortemente dependentes da concentração de carbono no aço, como
pode ser observado na figura II.20 que mostra a dependência da dureza e das
propriedades de resistência com a concentração de carbono para aços da família
41XX e 43XX [13].
41
mas a densidade de partículas não pode explicar sozinha o forte efeito do carbono
sobre o revenimento. Um outro efeito de concentrações crescentes de carbono é o
aumento na dureza e na resistência em uma dada condição de revenimento, e a
maneira com que o carbono modifica o comportamento da deformação plástica
contribui fortemente para a dependência da tenacidade ao impacto dos aços
temperados e revenidos com o carbono.
42
A tabela II.4 [52] mostra um quadro que resume os fatores apresentados
anteriormente que afetam a tenacidade de aços baixa liga tipo 41XX temperados e
revenidos para o nível de resistência dos componentes estudados neste trabalho,
com as influências de cada etapa de fabricação e com o respectivo parâmetro que
se acredita ser importante medir.
Tabela II.4 - Principais fatores que afetam a tenacidade dentro de cada etapa
de fabricação [52].
variação de durezas
Processamento Mecânico
entre regiões
(taxa de redução e
nível de segregações segregadas e não
temperatura de
segregadas
forjamento)
tipo de bandeamento
tamanho de grão da
refino da estrutura
Tratamento Térmico austenita prévia
(temperaturas de patamar,
fração volumétrica de
tempos de revenimento, efetividade da têmpera
microestruturas
meios de resfriamento e
tamanhos de peças) efetividade do
dureza da martensita
revenimento
43
II.4- Correlação Numérica entre Propriedades Mecânicas e Variáveis
Metalúrgicas
44
Dessa forma, a tabela reproduzida na figura II.22 mostra os valores atribuídos a
cada um dos mecanismos, o somatório e o valor medido.
45
contribuem na tensão de escoamento foram então teoricamente discutidos utilizando
os parâmetros microestruturais analisados, e os valores de resistência ao
escoamento medidos e os calculados teoricamente foram comparados. É observado
que os valores de resistência medidos e os calculados poderiam estar em melhor
concordância, o que deve ser atingido se forem medidos valores mais precisos do
incremento na resistência devido ao endurecimento por solução sólida. Outros
resultados do trabalho mostram os efeitos do processamento termo-mecânico sobre
a resistência da liga de Al-Li, além de caracterizar os principais precipitados
responsáveis pelo endurecimento da liga e os mecanismos pelos quais esses
atuam.
Este autor [56] também afirma que modelos que correlacionam estrutura-
propriedades para bainita ainda são muito pouco entendidos e estão, na maioria,
relacionados à temperatura de transformação média. Além disso, o comportamento
do escoamento de aços que contém uma mistura de fases não está adequadamente
modelado.
Um outro método desenvolvido por Bhadeshia et al. [57] utiliza redes neurais
para o cálculo da tenacidade de juntas soldadas ferríticas. A tenacidade Charpy foi
expressa como uma função do processo de soldagem, da composição química, da
temperatura de teste e da microestrutura. Foram utilizados dados experimentais que
representaram um total de 181 combinações das variáveis, sendo parte dos
exemplos utilizados para treinar a rede e outra parte utilizada como “novos”
experimentos para testar a rede treinada. O objetivo da análise foi verificar se a rede
reconheceria tendências consagradas na tenacidade como uma função da
46
microestrutura. A figura II.23 ilustra a significância de cada uma das variáveis de
entrada, como percebido pela rede neural, influenciando a tenacidade da solda. O
resultado é que a análise é empírica porém após treinamento apropriado ela
reproduz de maneira confiável uma experiência metalúrgica conhecida. O método é
então útil de modo que a rede otimizada resume conhecimentos de uma maneira
quantitativa e pode ser treinada repetidamente à medida que novos dados sejam
disponibilizados. Por outro lado, conforme Bhadeshia [19] em trabalho posterior,
embora esse modelo de tenacidade seja revelador, é no entanto impraticável para
uso rotineiro porque as variáveis de entrada incluem a microestrutura, que pode ser
difícil de ser medida ou prevista. O autor sugere então que as entradas
microestruturais sejam eliminadas e que as condições de soldagem sejam incluídas,
uma vez que essas determinam a taxa de resfriamento da solda e a microestrutura é
uma função desta e da composição química (ambas facilmente medidas) assim, a
microestrutura não precisaria ser incluída explicitamente. O autor conclui que para
aplicações práticas, os modelos de redes neurais mais úteis são aqueles em que as
entradas são facilmente medidas, talvez até porque permitam fazer parte de um
processo de controle de qualidade. Por outro lado, pode ser revelador usar dados de
entrada que estão relacionados diretamente com o parâmetro de saída, como é o
caso da microestrutura com a tenacidade, de modo que os mecanismos sejam
revelados.
Manganês
Fósforo
Enxofre
Alumínio
Primário
Acicular
Processo
Rendimento
Carbono
Silício
Temperatura
Nitrogênio
Oxigênio
Alotriomórfico
47
Majta et al. [58] desenvolveram um modelo que utiliza simulação
computacional para analisar o desenvolvimento microestrutural e finalmente prever
as propriedades mecânicas de aços C-Mn. O modelo microestrutural possibilita
separar as contribuições relativas de solução sólida, microestrutura da ferrita,
subestrutura e endurecimento por discordâncias. As condições de deformação a
quente foram simuladas usando Método de Elementos Finitos e foram realizados
ensaios de compressão. Após a deformação, o material foi analisado para obter a
microestrutura e verificar o modelo de subestrutura e os mecanismos de
endurecimento por discordâncias. Os resultados experimentais foram usados para
validar e melhorar as equações empíricas que foram empregadas no modelo
genérico.
48
mecanicamente apenas o tamanho de grão não é informação suficiente para
previsão da tenacidade. Neste caso, a mesotextura herdada pelos grãos, ou seja, a
distribuição dos ângulos de desorientação entre grãos vizinhos traz um efeito
importante no modelamento e previsão da tenacidade, e para ilustrar isso os autores
utilizam a equação de Gladman-Pickering [62] para 50% TTI (temperatura de
transição de impacto Charpy), a qual é válida para tamanho de grão médio 2-D (d):
Para o aço normalizado, 50% de TTI previsto pela Equação II.1 é -41ºC e o
valor observado é aproximadamente -40ºC. Todavia, para o aço processado termo-
mecanicamente esses valores são -100ºC e aproximadamente -65ºC,
respectivamente. É possível observar então que os valores aproximados da previsão
de TTI usando a equação II.1, junto com a comparação do tamanho de grão com o
tamanho de faceta, claramente indicam que o tamanho de grão é informação
suficiente para prever o comportamento em fratura para o aço normalizado. Por
outro lado, no aço processado termo-mecanicamente o tamanho de grão efetivo
observado pela trinca é muito maior que o tamanho de grão oticamente observado.
Dessa forma, se for utilizado o tamanho de grão 2-D corrigido para mesotextura (isto
é, multiplicado por 1,54%) na equação II.1, o valor de TTI previsto é -70ºC, o que
mostra uma concordância muito melhor com o valor medido, -65ºC. Portanto é
apropriado usar o tamanho de grão médio 2-D corrigido para mesotextura para
prever a TTI do aço processado termo-mecanicamente. Os autores concluem então
que os dados sobre o tamanho de grão são suficientes para prever a temperatura de
transição de impacto Charpy em aços normalizados de composição conhecida
utilizando a equação de Glaman-Pickering. Todavia, para o aço processado termo-
mecanicamente é essencial ter informações sobre a distribuição dos ângulos de
desorientação para prever a tenacidade Charpy.
49
que, segundo os autores, deu origem a vários estudos, os quais tentaram
correlacionar os parâmetros microestruturais com as propriedades mecânicas, isto é
o efeito do tamanho de grão na temperatura de transição dúctil-frágil e na
tenacidade à fratura. Todavia, não foi estabelecida uma definição clara para o
tamanho de grão efetivo que afeta as propriedades mecânicas porque aços
bainíticos apresentam microestruturas complexas tais como células de
discordâncias, ripas, pacotes e grãos de austenita prévia, o que torna a
discriminação de tal microestrutura difícil. De fato, a determinação do tamanho de
grão de aços bainíticos é um problema devido aos vários tipos de contornos que
esses aços apresentam e a maioria das propriedades mecânicas se relacionam
diretamente com o tamanho e o tipo de contornos. Por isso, é necessário
estabelecer o critério para a determinação do tamanho de grão efetivo para a análise
das propriedades mecânicas. Os autores explicam que os critérios para decidir o
tamanho de grão efetivo podem ser definidos pela capacidade do próprio contorno
em atuar como uma barreira à deformação ou à propagação da trinca, e essa
capacidade pode ser explicada em relação a desorientação nos contornos. Quando
o contorno entre dois pacotes adjacentes apresenta baixa desorientação, é
esperado que a deformação ou trinca atravesse facilmente o contorno, e nesse
caso, os dois pacotes podem ser considerados como um único grão. Por isso, é
razoável levar em consideração a desorientação nos contornos para definir o
tamanho de grão efetivo, e a observação da microestrutura deve ser feita em vista
da desorientação nos contornos ou da relação da orientação cristalográfica entre
dois grãos adjacentes. Os contornos do aço estudado foram caracterizados pela
investigação dos ângulos de desorientação entre grãos vizinhos, e a técnica de
Difração por Elétrons Retro-Espalhados foi empregada para obter a informação
cristalográfica, além de observações por MET. Os autores mostraram que a frente
da trinca pode ignorar ângulos de contornos menores que 15º, o que resulta em
grandes facetas individuais acomodando múltiplos grãos. Eles também descobriram
em seus resultados que o tamanho da faceta é bem próximo do tamanho de grão
efetivo definido com base na desorientação dos contornos de grão. Quando uma
trinca que está propagando encontra um contorno, este resiste contra a propagação
da trinca e o caminho da trinca muda conforme a desorientação no contorno. Por
isso, uma faceta pode ser definida como uma área cercada pelos contornos
resistentes à propagação da trinca e portanto o tamanho da faceta está intimamente
relacionado ao tamanho de grão efetivo. Foi então concluído que a desorientação é
um critério útil para definir o tamanho de grão efetivo para os estudos de
propriedades de fratura.
50
CAPÍTULO III
MATERIAIS E MÉTODOS
III.1- Materiais
A partir das duas metades dos corpos de prova Charpy V fraturados foram
realizadas as diversas análises metalúrgicas, cuja metodologia está apresentada a
seguir. É importante ressaltar que os corpos de prova Charpy V são transversais,
com entalhe a partir da superfície do forjado, e foram retirados no centro da
espessura do sub (tubular), como ilustra a figura III.1.
51
A Figura III.2 ilustra a seqüência usada para preparação das amostras. Uma
das metades do Charpy V foi cortada para análise fractográfica, sendo o restante
do material utilizado para os ensaios de dureza e análise química. Na outra
metade fez-se um desbaste a partir da superfície longitudinal (aproximadamente 2
mm) até a raiz do entalhe, que corresponde à altura do chanfro, para que se
chegasse ao início da superfície de fratura de forma a realizar as diferentes
análises microestruturais nesta superfície (indicada na figura III.2) após
embutimento em baquelite.
52
III.3- Análise Química
III.4- Fractografia
53
Caracterização do Bandeamento
54
Caracterização do Tamanho de Grão
55
III.6- Ensaios de Dureza
identações de microdureza
56
CAPÍTULO IV
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Este resultado que parece contraditório pode ser explicado pela grande
variedade de processamentos termomecânicos dos materiais estudados, nos quais
foram aplicadas diferentes taxas de redução e ciclos de tratamentos térmicos, com
significativas diferenças microestruturais (principalmente em termos das quantidades
dos microconstituintes martensita e bainita), isso significa que, mesmo sendo todos
os aços temperados e revenidos, não é apenas o revenimento da martensita que
dita a tenacidade destes aços e portanto a dureza não é, neste caso, um parâmetro
que permita avaliar a tenacidade (resistência ao impacto).
57
Tabela IV.1 – Resultados dos ensaios mecânicos e a razão LE/LR calculada.
CP ECV (J) LE (MPa) LR (MPa) LE/LR HRC
1 10 763 942 0,81 26
2 10 771 964 0,80 28
3 15 648 877 0,74 25
4 16 808 1002 0,81 31
5 16 808 1002 0,81 31
6 16 771 964 0,80 28
7 16 653 884 0,74 26
8 16 727 942 0,77 28
9 17 705 916 0,77 26
10 17 763 942 0,81 28
11 17 653 884 0,74 25
12 18 717 940 0,76 26
13 20 808 1002 0,81 32
14 20 717 940 0,76 29
15 20 727 942 0,77 27
16 22 728 910 0,80 28
17 22 828 1021 0,81 32
18 22 653 884 0,74 25
19 22 727 942 0,77 29
20 23 728 910 0,80 30
21 24 705 916 0,77 28
22 24 851 1022 0,83 33
23 24 873 1012 0,86 32
24 24 930 1061 0,88 33
25 25 688 892 0,77 26
26 25 873 1012 0,86 31
27 27 821 989 0,83 28
28 28 688 892 0,77 26
29 28 867 1002 0,87 32
30 28 808 969 0,83 29
31 28 847 966 0,88 30
32 29 879 1060 0,83 32
33 29 828 1021 0,81 33
34 30 688 892 0,77 25
35 30 774 941 0,82 29
36 31 789 1004 0,79 30
37 31 930 1061 0,88 33
38 31 828 1021 0,81 32
39 32 829 1013 0,82 31
40 32 690 889 0,78 28
41 32 851 1009 0,84 31
42 33 789 1004 0,79 30
43 33 808 969 0,83 30
44 33 851 1009 0,84 31
45 34 796 953 0,84 31
46 34 829 1013 0,82 31
47 34 774 941 0,82 29
48 35 851 1009 0,84 31
49 35 850 979 0,87 30
50 36 930 1061 0,88 33
51 37 796 953 0,84 30
52 37 774 941 0,82 29
53 37 844 979 0,86 30
54 38 860 989 0,87 30
55 40 850 979 0,87 31
56 43 879 983 0,89 31
57 44 879 983 0,89 31
58 45 860 989 0,87 31
59 51 844 979 0,86 30
60 64 879 983 0,89 29
58
70
60
60
50 59
5758
56
40 55
Ecv (J)
52 51 53 54 50
47 45 49 4846
40 43 4244
30 34 35 364139 38 37
28 31
30 33 32
27 29
25 26
18 2021
16 19
23 22
17
24
20 14
15 13
11 9 12
10
3 7 8 6 5
4
10 1 2
70
60
60
50 59
58
57
56
40 55
54
Ecv (J)
52 53
51 50
47 49 48
46
45
40 43
42 44
41
39
30 34 35 36 38 37
28 30 31 32
29 33
27
25 21 26 23 22
24
18 16 19 20 17
20 15 14 13
11 12
9 10
3 7 8
6 5
4
10 1 2
0
24 26 28 30 32 34
HRc
59
Partindo desta premissa o parâmetro que mais logicamente representaria a
microestrutura seria a relação LE/LR, estando os maiores valores de LE/LR
relacionados a microestruturas de têmpera mais efetiva (maior quantidade de
martensita) e portanto de maior limite elástico, conforme anteriormente apresentado
[45]. Isto realmente fica evidente quando se analisa o gráfico energia Charpy V x
LE/LR (figura IV.3), com uma tendência nítida da melhor tenacidade estar associada
a materiais com alta relação LE/LR.
70
60
60
50 59
58 57
56
40 55
Ecv (J)
52 51 53 54
48 49 50
42 47
46 43 45
44
40 36 38 39 41 37
30 34 33 35 32
28 30
27 29 31
25
21 22 26
23 24
18 19 20
16 17
20 14 15 13
11 12 9 10
7
3 8 6 5
4
10 2 1
0,72 0,74 0,76 0,78 0,80 0,82 0,84 0,86 0,88 0,90
LE/LR
60
70
60
50
40
Ecv
40 42
30 34 36 38
28 33
25 21
18 16 19 20 17
20 15 14 13
11 12
9 10
3 7 8
6 5
4
10 1 2
0
24 26 28 30 32 34
HRc
Figura IV.4 – Dependência entre ECV e HRC para LE/LR menor que 0,82.
70
60
60
50 59
58
57
56
40 55
54
Ecv (J)
52 51
53 50
47 49 48
46
45
43 44
39
41
30 35 37
30 31 32
29
27
26 23 22
24
20
10
0
24 26 28 30 32 34
HRc
Figura IV.5 – Dependência entre ECV e HRC para LE/LR maior que 0,82.
61
Estes resultados sugerem que as maiores quantidades de martensita
estejam diretamente relacionadas aos maiores valores de energia Charpy V. Se os
ciclos de tratamento térmico para os diferentes aços fossem similares seria então
esperado que aos materiais mais temperáveis (em relação aos elementos de liga)
estivessem relacionados os maiores valores de energia Charpy V. No sentido de
avaliar se a composição química traz indicativos da tenacidade esperada foram
analisadas as relações entre os valores de energia Charpy V e a composição
química dos diferentes CPs apresentada na tabela IV.2.
62
IV.2- Composição Química
63
Tabela IV.2 – Análise química do CP estudado e CE calculado (% em peso).
CP C Mn P S Si Cr Ni Mo V CE
1 0,38 1,12 0,019 0,020 0,24 1,25 0,07 0,21 0,005 0,88
2 0,38 1,06 0,007 0,017 0,21 1,10 0,14 0,28 0,001 0,85
3 0,41 1,00 0,015 0,010 0,28 1,16 0,06 0,17 0,002 0,87
4 0,39 1,05 0,013 0,021 0,25 1,15 0,19 0,29 0,004 0,88
5 0,38 1,06 0,013 0,022 0,26 1,15 0,19 0,29 0,003 0,87
6 0,37 1,05 0,007 0,010 0,21 1,08 0,14 0,27 0,001 0,84
7 0,41 0,97 0,007 0,041 0,26 1,08 0,14 0,32 0,003 0,87
8 0,40 1,11 0,010 0,031 0,20 1,12 0,22 0,33 0,002 0,90
9 0,36 1,07 0,017 0,034 0,24 1,25 0,19 0,31 0,004 0,88
10 0,39 1,12 0,019 0,020 0,24 1,23 0,08 0,21 0,005 0,89
11 0,40 0,91 0,006 0,020 0,24 1,03 0,14 0,28 0,002 0,84
12 0,37 1,00 0,013 0,014 0,22 1,18 0,18 0,28 0,004 0,85
13 0,40 1,08 0,015 0,024 0,26 1,14 0,20 0,28 0,004 0,89
14 0,46 1,11 0,020 0,023 0,26 1,26 0,21 0,32 0,006 0,99
15 0,39 1,11 0,009 0,022 0,20 1,10 0,21 0,33 0,002 0,89
16 0,39 1,07 0,010 0,028 0,20 1,08 0,21 0,31 0,002 0,87
17 0,48 1,10 0,010 0,012 0,22 1,20 0,03 0,31 0,004 0,98
18 0,42 0,94 0,007 0,014 0,29 1,04 0,15 0,29 0,004 0,87
19 0,38 1,10 0,010 0,036 0,19 1,11 0,20 0,32 0,002 0,88
20 0,39 1,08 0,010 0,018 0,19 1,09 0,21 0,31 0,002 0,87
21 0,38 1,06 0,015 0,017 0,23 1,24 0,18 0,31 0,004 0,90
22 0,37 0,94 0,013 0,014 0,26 1,07 0,17 0,33 0,009 0,84
23 0,40 1,02 0,012 0,030 0,28 1,16 0,14 0,28 0,004 0,89
24 0,44 1,00 0,011 0,010 0,31 1,13 0,06 0,16 0,003 0,89
25 0,36 1,13 0,019 0,027 0,23 1,19 0,13 0,27 0,005 0,87
26 0,37 0,97 0,014 0,023 0,26 1,15 0,13 0,29 0,003 0,84
27 0,40 0,97 0,012 0,015 0,19 0,95 0,13 0,18 0,002 0,81
28 0,36 1,11 0,017 0,024 0,23 1,19 0,12 0,27 0,004 0,86
29 0,38 1,05 0,014 0,025 0,26 1,08 0,15 0,28 0,004 0,86
30 0,34 0,96 0,013 0,017 0,23 1,03 0,14 0,26 0,002 0,79
31 0,37 1,08 0,015 0,015 0,24 1,19 0,08 0,19 0,006 0,85
32 0,39 1,00 0,011 0,005 0,26 0,95 0,20 0,17 0,008 0,81
33 0,38 1,06 0,014 0,022 0,24 1,21 0,19 0,30 0,004 0,89
34 0,36 1,10 0,016 0,019 0,22 1,19 0,13 0,25 0,004 0,85
35 0,45 1,09 0,011 0,012 0,20 1,22 0,03 0,32 0,003 0,95
36 0,40 1,02 0,016 0,018 0,28 1,29 0,23 0,26 0,007 0,91
37 0,42 0,99 0,013 0,009 0,28 1,15 0,06 0,17 0,002 0,87
38 0,46 1,10 0,012 0,008 0,21 1,19 0,03 0,31 0,004 0,96
39 0,38 1,03 0,016 0,021 0,28 1,29 0,23 0,25 0,006 0,90
40 0,38 1,03 0,014 0,020 0,23 1,20 0,18 0,29 0,004 0,87
41 0,38 1,00 0,018 0,022 0,30 1,15 0,12 0,28 0,004 0,86
42 0,40 1,02 0,015 0,014 0,29 1,29 0,23 0,26 0,006 0,92
43 0,35 1,00 0,015 0,025 0,26 1,04 0,15 0,28 0,003 0,81
44 0,39 0,99 0,015 0,014 0,34 1,09 0,13 0,26 0,005 0,85
45 0,37 0,99 0,013 0,023 0,24 1,05 0,14 0,27 0,002 0,82
46 0,40 1,05 0,015 0,021 0,31 1,29 0,23 0,26 0,006 0,92
47 0,46 1,05 0,011 0,008 0,20 1,17 0,03 0,29 0,003 0,94
48 0,39 1,01 0,024 0,027 0,32 1,16 0,12 0,30 0,004 0,88
49 0,37 0,97 0,015 0,025 0,28 1,13 0,13 0,28 0,004 0,84
50 0,41 0,97 0,011 0,008 0,28 1,13 0,06 0,16 0,002 0,85
51 0,35 0,98 0,013 0,021 0,24 1,03 0,14 0,26 0,002 0,80
52 0,46 1,10 0,013 0,013 0,20 1,25 0,03 0,35 0,003 0,98
53 0,36 0,99 0,015 0,027 0,25 1,16 0,12 0,29 0,003 0,84
54 0,36 0,99 0,019 0,024 0,26 1,18 0,05 0,30 0,004 0,84
55 0,36 0,96 0,013 0,021 0,26 1,11 0,12 0,28 0,003 0,82
56 0,40 0,96 0,010 0,007 0,21 1,18 0,02 0,26 0,006 0,86
57 0,37 0,98 0,009 0,006 0,20 1,20 0,02 0,27 0,006 0,84
58 0,38 0,97 0,015 0,019 0,25 1,13 0,05 0,27 0,004 0,84
59 0,34 1,01 0,015 0,009 0,26 1,20 0,04 0,26 0,003 0,82
60 0,34 0,92 0,009 0,005 0,20 1,16 0,02 0,25 0,005 0,79
64
70
60
60
50 59
57 58
56
40 55
Ecv (J)
51 54
53 52
49 48 50
43 45 44 46
42 47
41
40
39 36 37 38
30 34 33 32 35
30 28 31 29 27
25 26
22 21 23 24
19 20
16 18 17
20 15 13 14
9 12 10 11
6 5 4 8 7
3
10 2
1
0,32 0,34 0,36 0,38 0,40 0,42 0,44 0,46 0,48 0,50
%C
70
60
60
50 59
58
57 56
40 55
Ecv (J)
51 54
53 50 52
49 48
43 45 44 41 40 46
39 36 42
47
30 34 37 35 38
30 32 31 28
29 33
27
26
22 25 23
24 21
20
16 19
18 17
20 13
15 14
11 12
6 7
5 9 10 8
3 4
10 2 1
65
70
60
60
50 59
57 58
56
40 55
Ecv (J)
52 54 53 51
50 48 49 45
47 46
38 37 41 44 43 40 42
39
36
30 35 34 33 32
31 28 27 30 29
24 26 23
25 22 21
17 18 19 20
16
20 13 14
15
10 11 12 9
3 7
6 5
4 8
10 1 2
70
60
60
50 59
5756 58
40 55
Ecv (J)
52 51 54 53
50 49 48
47 42
44 46 45 43
3837 3634403941
30 32 35 33 2829
31 30
27
24 22 2120 26 25 23
17 18 16 19
20 151413
12 114 5
10 9
6
3 8 7
10 2 1
0,000 0,005 0,010 0,015 0,020 0,025 0,030 0,035 0,040 0,045
%S
66
IV.3- Inclusões e Fratura
67
CP02 – Decoesão de inclusões na CP09 – Clivagem na região entre
região da banda de segregação. bandas de segregação.
68
CP29 – Inclusões do tipo sulfeto e do
CP15 – Inclusões do tipo sulfeto.
tipo silicato (mais escuras).
69
Tabela IV.3 – Classificação das inclusões conforme ASTM E45 [64]. (Parte 1/2)
tipo
CP foto
A B C D
1 2F -* 1F 2F
01
2 2½F - ½F -
1 2F 1F 1½F -
02
2 1½F 2F 4G 1½F
1 2F 1½F - -
03
2 2F 1½F - -
1 2½F - ½F -
04
2 3G - ½F -
1 2½G - ½F 1F
05
2 2½G - ½F 1F
1 3G 1F 1G -
06
2 3G ½F 2G -
1 3G ½F 1/2F ½F
07
2 1½G - 2G ½F
1 2F - 1G ½F
08
2 2F - 2G ½G
1 2F - 1F 1F
09
2 2F - 1F 1F
1 1½F - 1½G ½F
10
2 1½F - 1½G -
1 2F ½G 1F ½F
11
2 2F ½F 1G 1F
1 3G - ½G 1F
12
2 2F - - 1F
1 3F - 1G 1F
13
2 2F - ½F 1F
1 2F - - ½G
14
2 2G - ½G 1F
1 2½G - ½G ½F
15
2 1½F 3G - 1F
1 1½F 2G ½G ½F
16
2 1½F - ½G ½F
1 1F - 2G ½F
17
2 - 2½G ½G -
1 4G - - ½F
18
2 1½F 1F 1G ½F
1 1½F ½F 1G ½F
19
2 1½F - - ½F
1 2F - - -
20
2 1½F - 2F ½F
1 2G - ½G ½G
21
2 2G - - 1F
1 3G - 1G 1F
22
2 2½F - 2G 1F
1 1½F 2G ½G 1F
23
2 1½F 2G ½G 1F
1 - 1G 2G 1G
24
2 - 1F 1G 1F
1 1½F - 2G 3G
25
2 1½F - 1G 2G
1 2G 1½G ½G 2F
26
2 2G 1½G ½G 2F
1 1½F 2G - ½F
27
2 1½F ½G - ½F
1 1½F - - 2½G
28
2 1½F - - 2G
1 2F 1½G - 1½F
29
2 1F 3G - 1F
1 2F 3G ½G 1F
30
2 1F 2G - 1½F
* Esse tipo de inclusão não foi observado.
70
Tabela IV.3 – Classificação das inclusões conforme ASTM E45 [64]. (Parte 2/2)
tipo
CP foto
A B C D
1 2G -* - 1F
31
2 1G - - -
1 1F - - ½G
32
2 - - - 1F
1 1F 2G - -
33
2 ½F 2G 1½G ½F
1 1G - - 1G
34
2 1G - - 2G
1 1F 2F 1G -
35
2 1F 2½G - 1F
1 1F - - ½F
36
2 1G - - ½F
1 1F ½F - ½F
37
2 1F - - ½F
1 1F 3G - ½F
38
2 1½F - - ½G
1 1G - ½G ½F
39
2 1G - ½G ½F
1 2F - - 1F
40
2 1½F - 1G 1F
1 1F - 1½G 1F
41
2 1F - ½G 2F
1 1½F - - ½F
42
2 1F - - ½F
1 1½G - 1G 1½G
43
2 1G - ½G 1G
1 1½G - - 1F
44
2 1½G - - 1½F
1 1½G - 1G 1F
45
2 1½G - - 1F
1 1G - - 1F
46
2 2G - - 1F
1 1F - - ½F
47
2 1F 2½G - ½F
1 1G - - 2F
48
2 1½G - - 2F
1 1F - 2G 1F
49
2 1F - 2G 1F
1 ½F - - 1F
50
2 ½F 1½G - ½F
1 1F - - 1F
51
2 1½F - - ½F
1 - 2½G 2G ½G
52
2 - - 3G ½F
1 1F 2G - 1½F
53
2 2G - - ½F
1 1½F - - -
54
2 1G - - ½F
1 1F 2G - 1F
55
2 1½G - - 1F
1 - - 1½G ½F
56
2 ½G - - ½F
1 1G - - -
57
2 1G - - -
1 1½F - - 1G
58
2 1½F - - 1G
1 1F - 1½G 1F
59
2 1F - - 1F
1 ½F - - -
60
2 - - 1G 1F
* Esse tipo de inclusão não foi observado.
71
Como não existe uma forma gráfica simples para representar a relação entre
as inclusões e a energia Charpy V, foi proposto um fator que estaria significando a
influência das características típicas das inclusões (tamanho, forma e quantidade) na
perda de tenacidade. Assim a média dos níveis encontrados para cada tipo de
inclusão foram utilizados para calcular o fator. As inclusões do tipo óxido são
globulares e seu efeito sobre a tenacidade foi considerado irrelevante (fator 0). A
série das inclusões tipo A também mostrou ter influência, sendo atribuído o valor 1
para a série grossa e valor 1,5 para a série fina, que é mais prejudicial. A equação
IV.1 descreve o cálculo deste fator.
70
60
50
40
Ecv
30
20
10
0
0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70
1/FI
72
Foi interessante, entretanto, verificar que a relação do %S em função do fator
inclusões não se mostrou linear (figura IV.13), o que pode significar que diferentes
processamentos, com taxas de redução diferentes, podem influenciar na tenacidade,
o que também já foi considerado pela literatura [33].
8,00
7,00
6,00
5,00
4,00
FI
3,00
2,00
1,00
0,00
0,000 0,010 0,020 0,030 0,040 0,050
%S
73
IV.4- Bandeamento
74
Bandeamento leve (1).
75
O gráfico da figura IV.15 apresenta a tendência verificada para o
bandeamento, sugerindo relação entre o parâmetro bandeamento e a tenacidade,
tendo sido determinado que seria importante avaliar a quantidade de bandas e sua
largura.
70
60
60
50 59
58 57
56
40 55
Ecv (J)
53 54
52
51
50
49 48
45
43 46
44 47
42
38
37 39
41
36 40
30 32 35 34
33
31
30
29 28
27
26
24
23 25 22
21
16 20
17
19 18
20 13 14
15
9 12
10
11
4
3 5
8 6
7
10 2 1
1 2 3
Bandeamento
76
Resultado 1: fv média das bandas = 57,82; largura média das bandas = 425,83µm.
Resultado 2: fv média das bandas = 44,89; largura média das bandas = 268,16µm.
Resultado 3: fv média das bandas = 27,55; largura média das bandas = 154,71µm.
77
IV.5- Microestrutura e Microdurezas
Através de uma análise nas micrografias por MEV para energias Charpy V
crescentes (Anexo III) foi possível constatar que as diferenças microestruturais
foram marcantes entre regiões na banda (região de segregação) e fora da banda
para os CPs de baixa energia enquanto os CPs de alta energia se mostraram com
estruturas uniformes. As micrografias feitas em MO com ataque de Nital 2% também
evidenciam as características microestruturais nas regiões dentro e fora das bandas.
As figuras IV.17 e IV.18 apresentam algumas micrografias feitas por MO e por MEV,
respectivamente, para CPs com energias Charpy V crescentes. Isto levou a testes
com análise de imagens buscando avaliar um fator chamado de “textura” [73] mas
cujo significado não é metalúrgico e sim de morfologia, que pode estar relacionado
ao refinamento da estrutura. Alguns resultados preliminares mostraram uma
tendência a grandes diferenças de desvio padrão para este fator quando se avaliava
regiões aleatoriamente capturadas com alta ampliação (1000x), o que é um fator que
revela a heterogeneidade do material. Esta análise foi iniciada e merece ser
explorada, embora para este trabalho tenha sido adotada outra forma de avaliar a
heterogeneidade, através de microdurezas Vickers com carga de 100 gramas entre
regiões bandeadas e não bandeadas, cujos resultados estão apresentados na tabela
IV.5.
78
CP01 – ECV 10J
79
CP01 – ECV 10J
80
Tabela IV.5 – Valores de microdureza medidos nas regiões de banda e entre
banda e a diferença entre eles (∆ HV).
CP HV banda HV entrebanda ∆ HV
1 303,4 241,4 62,0
2 295,5 274,3 21,2
3 272,9 240,6 32,3
4 307,4 266,7 40,6
5 282,9 247,6 35,4
6 279,0 261,3 17,7
7 294,9 266,3 28,6
8 278,4 267,6 10,8
9 303,5 224,4 79,2
10 287,1 260,7 26,4
11 287,0 242,0 45,0
12 312,9 223,4 89,5
13 297,6 305,2 7,6
14 298,0 234,5 63,5
15 269,5 263,4 6,1
16 255,0 249,4 5,5
17 283,7 271,6 12,1
18 265,3 230,0 35,3
19 280,8 245,8 35,0
20 305,6 260,7 44,9
21 303,6 248,8 54,7
22 338,8 254,4 84,4
23 292,4 283,8 8,6
24 312,8 291,9 20,9
25 295,0 264,8 30,2
26 344,2 278,9 65,3
27 304,9 256,6 48,4
28 276,5 237,6 38,9
29 299,5 265,9 33,5
30 286,8 252,4 34,4
31 292,2 266,6 25,7
32 305,2 268,3 36,9
33 288,1 283,0 5,1
34 267,8 231,8 36,0
35 278,3 256,9 21,3
36 283,6 240,2 43,4
37 278,6 271,9 6,7
38 284,2 248,7 35,4
39 316,2 253,9 62,3
40 280,4 283,7 3,3
41 280,0 265,3 14,7
42 298,7 261,7 36,9
43 277,5 267,7 9,8
44 276,5 257,9 18,6
45 282,2 248,5 33,7
46 266,9 255,2 11,7
47 270,2 238,3 32,0
48 274,1 249,2 24,9
49 270,9 262,4 8,5
50 312,4 281,5 30,9
51 261,4 266,8 5,4
52 279,4 263,2 16,2
53 312,7 267,0 45,7
54 245,2 240,2 5,0
55 283,5 266,9 16,6
56 286,1 260,6 25,5
57 304,4 270,8 33,6
58 294,4 264,9 29,4
59 279,1 279,0 0,0
60 268,7 247,6 21,1
81
70
60
60
50 59
58 57
56
40 55
Ecv (J)
54
51 52 53
4946 48 504745
403743 41 44 38
42
36 39
30 33 35 34
32
31 29 30 28 27
23 24 25 21 26 22
16 17 19
18 20
20 15
13 14
107 11 9 12
8 6 3 5 4
10 2 1
0 20 40 60 80 100
Diferença entre Microdurezas
82
Tabela IV.6 – Tamanho de Grão ASTM para os CPs estudados.
CP TG CP TG
1 7 31 9
2 8,5 32 8
3 6 33 6
4 6 34 5,5
5 4 35 5,5
6 8,5 36 7
7 6,5 37 5
8 5,5 38 5
9 5 39 5,5
10 7 40 5
11 6,5 41 9
12 4 42 5,5
13 5,5 43 9
14 6,5 44 7,5
15 7 45 10
16 6 46 6
17 6,5 47 6
18 6,5 48 9
19 6,5 49 9
20 6 50 5
21 5 51 8,5
22 8,5 52 6
23 8,5 53 8
24 5 54 8
25 6 55 9
26 6 56 9
27 8 57 9
28 5,5 58 7
29 8,5 59 7
30 8,5 60 9
70
60
60
50 59
58 57
56
40 55
54
Ecv (J)
50 52 53 51
47
46 49
48 45
40 42
39 44 43
41
30 38
37 35
34 36
28 33 32 29
30 31
27
21
24 25
26 22
23
20
16 17
19
18
20 13 14 15
12 9 11 10
5 8 4
3 7 6
10 1 2
0
3 4 5 6 7 8 9 10 11
TG
83
TG ASTM 9 TG ASTM 8
TG ASTM 7 TG ASTM 6
TG ASTM 5 TG ASTM 4
84
IV.7- Fatores Determinantes para a ECV
85
4. fator de inclusões (FI): representa indiretamente o efeito da composição
química, pois sua quantidade é diretamente proporcional à concentração de
S e representa também os aspectos morfológicos dessas características
deletérias, sendo que é dado pela transformação do número ASTM através
do cálculo proposto na equação IV.1 e constitui um fator que degrada a ECV.
Dessa forma, optou-se por dividir o produto dos valores que são diretamente
proporcionais à ECV pelo fator relacionado às inclusões (FI) acrescido de um
fator de atenuação 4.
80
70
60
50
Ecv (J)
40
30
20
10
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Valor Calculado
Figura IV.22 – Relação entre a ECV medida e a ECV calculada pela equação
IV.2.
86
CAPÍTULO V
CONCLUSÕES
1. Não existe uma relação direta da ECV com a dureza, o que desqualifica este
ensaio como referência direta para a avaliação do material quanto à sua
tenacidade;
87
7. Na fratura de todos os CPs verificou-se grandes cavidades ao redor das
inclusões do tipo sulfeto (mecanismo de decoesão), o que explica porque a
ECV está inversamente relacionada com o nível de inclusões;
88
CAPÍTULO VI
89
CAPÍTULO VII
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] BAKER, R., A Primer of Oilwell Drilling – A Basic Text of Oil and Gas
Drilling. 5 ed. (Revisada) Texas, Petroleum Extension Service, The
University of Texas at Austin, em cooperação com International Association
of Drilling Contractors, 1996.
[2] API Specification 7, Specification for Rotary Drill Stem Elements, 40 ed.
Nov. 2001.
[5] “Classification and Designation of Carbon and Low-Alloy Steels”. In: Metals
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Performance Alloys, ASM International, pp. 140-194, 1990.
[9] KRAUSS, G., Steels: Heat Treatment and Processing Principles. 4 ed.
Ohio, ASM International, 1995.
90
[11] BATES, C. E., TOTTEN, G. E., BRENNAN, R. L. “Quenching of Steel”. In:
ASM Handbook, v. 4, Heat Treating, ASM International, pp. 67-120, 1991.
[15] WISTI, M., HINGWE, M., BRENNAN, R. L. “Tempering of Steel”. In: ASM
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[18] ASM Materials Engineering Dictionary. J.R. Davis, ASM International, 1992.
[23] “Inclusion Forming Reactions”. In: ASM Handbook, v. 15, Castings, ASM
International, pp. 88-97, 1993.
91
[24] KIESSLING, R., LANGE, N., Non Metallic Inclusions in Steel. England, The
Metals Society, 1978.
[25] COSTA E SILVA, A.L., MEI, P.R., Aços e Ligas Especiais. Brasil,
Eletrometal SA Metais Especiais, 1988.
[27] “Forging of Carbon and Low Alloy Steels”. In: ASM Handbook, v. 14,
Forming and Forging, ASM International, pp. 215-221, 1993.
[29] ASM Source Articles. “Fracture Mechanics Properties of Carbon and Alloy
Steels”. In: ASM Handbook, v. 19, Fatigue and Fracture, ASM International,
pp. 614-654, 1996.
[30] API Specification 6A, Specification for Wellhead and Christmas Tree
Equipment, 17 ed. 2002.
92
[35] TOMITA, Y. “Low fracture toughness of desulphurised 0.4C-Cr-Mo-Ni
ultrahigh strength steel and its improvement”, Materials Science and
Technology v. 7, pp. 97-103, Feb. 1991.
[41] RAY, A., PAUL, S. K., JHA, S. “Effect of Inclusions and Microstructural
Characteristics on the Mechanical Properties and Fracture Behavior of a
High-Strength Low-Alloy Steel”, Journal of Materials Engineering and
Performance v. 4, n. 6, pp. 679-688, Dec. 1995.
93
[45] ASM Source Articles. “Hardenable Carbon and Low-Alloy Steels”. In: ASM
Handbook, v. 1, Properties and Selection: Irons, Steels, and High-
Performance Alloys, ASM International, pp. 451-462, 1990.
[46] ZHANG, C., CAI, D., LIAO, B., et al. “A study on the dual-phase treatment
of weathering steel 09CuPCrNi”, Materials Letters v. 58, pp. 1524-1529,
2004.
[47] MALATESTA, G., MANNUCCI, G., DEMOFONTI, G., et al. “Effect of Yield
to Tensile (Y/T) Ratio on the Structural Integrity of Offshore Pipeline:
Advanced Engineering Assessment Using Limit State Design Approach”. In:
Rio Pipeline Conference & Exposition 2005 Annals, Rio de Janeiro, Out.
2005.
[49] LIU, D., BAI, B., FANG, H., et al. “Effect of tempering temperature and
carbide free bainite on the mechanical characteristics of a high strength low
alloy steel” Materials Science and Engineering v. A, n. 371, pp. 40-44, 2004.
94
[54] YOUNG, C. H., BHADESHIA, H. K. D. H. “Strength of mixtures of bainite
and martensite”, Materials Science and Technology v. 10, pp. 209-214,
1994.
[58] MAJTA, J., KUZIAK, R., PIETRZYK, M., KRZTON, H. “Use of the computer
simulation to predict mechanical properties of C-Mn steel, after
thermomechanical processing”, Journal of Materials Processing Technology
v. 60, pp. 581-588, 1996.
[63] ASTM A370–97A, Standard Test Methods and Definitions for Mechanical
Testing of Steel Products.
[64] ASTM E45-97, Standard Test Methods for Determining the Inclusion
Content of Steel, 2002.
95
[65] DE SEABRA, A.V., Metalurgia Geral, Volume III – Metalografia. Lisboa,
Laboratório Nacional de Engenharia Civil, 1985.
[68] ASTM E112-96, Standard Test Methods for Determining Average Grain
Size, 2004.
[73] DELVAUX, V., GARCIA, R., PACIORNIK, S., “The Use of Haralick
Parameters in Microstructure Characteriazation”. XVIII Congresso da
Sociedade Brasileira de Microscopia e Microanálise, Águas de Lindóia, São
Paulo, Brasil, 2001.
96
ANEXO I
CARACTERIZAÇÃO METALÚRGICA
97
CP 01
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,38 1,12 0,019 0,020 0,24 1,25 0,07 0,21
98
CP 02
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,38 1,06 0,007 0,017 0,21 1,10 0,14 0,28
99
CP 03
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,41 1,00 0,015 0,010 0,28 1,16 0,06 0,17
100
CP 04
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,39 1,05 0,013 0,021 0,25 1,15 0,19 0,29
101
CP 05
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,38 1,06 0,013 0,022 0,26 1,15 0,19 0,29
102
CP 06
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,37 1,05 0,007 0,010 0,21 1,08 0,14 0,27
103
CP 07
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,41 0,97 0,007 0,041 0,26 1,08 0,14 0,32
104
CP 08
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,40 1,11 0,010 0,031 0,20 1,12 0,22 0,33
105
CP 09
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,36 1,07 0,017 0,034 0,24 1,25 0,19 0,31
106
CP 10
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,39 1,12 0,019 0,020 0,24 1,23 0,08 0,21
107
CP 11
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,40 0,91 0,006 0,020 0,24 1,03 0,14 0,28
108
CP 12
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,37 1,00 0,013 0,014 0,22 1,18 0,18 0,28
109
CP 12
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,37 1,00 0,013 0,014 0,22 1,18 0,18 0,28
109
CP 13
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,40 1,08 0,015 0,024 0,26 1,14 0,20 0,28
110
CP 14
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,46 1,11 0,020 0,023 0,26 1,26 0,21 0,32
111
CP 15
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,39 1,11 0,009 0,022 0,20 1,10 0,21 0,33
112
CP 16
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,39 1,07 0,010 0,028 0,20 1,08 0,21 0,31
113
CP 17
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,48 1,10 0,010 0,012 0,22 1,20 0,03 0,31
114
CP 17
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,48 1,10 0,010 0,012 0,22 1,20 0,03 0,31
114
CP 18
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,42 0,94 0,007 0,014 0,29 1,04 0,15 0,29
115
CP 19
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,38 1,10 0,010 0,036 0,19 1,11 0,20 0,32
116
CP 20
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,39 1,08 0,010 0,018 0,19 1,09 0,21 0,31
117
CP 21
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,38 1,06 0,015 0,017 0,23 1,24 0,18 0,31
118
CP 22
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,37 0,94 0,013 0,014 0,26 1,07 0,17 0,33
119
CP 23
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,40 1,02 0,012 0,030 0,28 1,16 0,14 0,28
120
CP 24
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,44 1,00 0,011 0,010 0,31 1,13 0,06 0,16
121
CP 25
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,36 1,13 0,019 0,027 0,23 1,19 0,13 0,27
122
CP 26
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,37 0,97 0,014 0,023 0,26 1,15 0,13 0,29
123
CP 27
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,40 0,97 0,012 0,015 0,19 0,95 0,13 0,18
124
CP 28
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,36 1,11 0,017 0,024 0,23 1,19 0,12 0,27
125
CP 29
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,38 1,05 0,014 0,025 0,26 1,08 0,15 0,28
126
CP 30
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,34 0,96 0,013 0,017 0,23 1,03 0,14 0,26
127
CP 31
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,37 1,08 0,015 0,015 0,24 1,19 0,08 0,19
128
CP 32
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,39 1,00 0,011 0,005 0,26 0,95 0,20 0,17
129
CP 33
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,38 1,06 0,014 0,022 0,24 1,21 0,19 0,30
130
CP 34
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,36 1,10 0,016 0,019 0,22 1,19 0,13 0,25
131
CP 35
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,45 1,09 0,011 0,012 0,20 1,22 0,03 0,32
132
CP 36
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,40 1,02 0,016 0,018 0,28 1,29 0,23 0,26
133
CP 37
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,42 0,99 0,013 0,009 0,28 1,15 0,06 0,17
134
CP 38
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,46 1,10 0,012 0,008 0,21 1,19 0,03 0,31
135
CP 39
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,38 1,03 0,016 0,021 0,28 1,29 0,23 0,25
136
CP 40
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,38 1,03 0,014 0,020 0,23 1,20 0,18 0,29
137
CP 41
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,38 1,00 0,018 0,022 0,30 1,15 0,12 0,28
138
CP 42
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,40 1,02 0,015 0,014 0,29 1,29 0,23 0,26
139
CP 43
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,35 1,00 0,015 0,025 0,26 1,04 0,15 0,28
140
CP 44
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,39 0,99 0,015 0,014 0,34 1,09 0,13 0,26
141
CP 45
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,37 0,99 0,013 0,023 0,24 1,05 0,14 0,27
142
CP 46
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,40 1,05 0,015 0,021 0,31 1,29 0,23 0,26
143
CP 47
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,46 1,05 0,011 0,008 0,20 1,17 0,03 0,29
144
CP 48
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,39 1,01 0,024 0,027 0,32 1,16 0,12 0,30
145
CP 49
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,37 0,97 0,015 0,025 0,28 1,13 0,13 0,28
146
CP 50
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,41 0,97 0,011 0,008 0,28 1,13 0,06 0,16
147
CP 51
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,35 0,98 0,013 0,021 0,24 1,03 0,14 0,26
148
CP 52
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,46 1,10 0,013 0,013 0,20 1,25 0,03 0,35
149
CP 53
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,36 0,99 0,015 0,027 0,25 1,16 0,12 0,29
150
CP 54
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,36 0,99 0,019 0,024 0,26 1,18 0,05 0,30
151
CP 55
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,36 0,96 0,013 0,021 0,26 1,11 0,12 0,28
152
CP 56
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,40 0,96 0,010 0,007 0,21 1,18 0,02 0,26
ANEXO I - 56
CP 57
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,37 0,98 0,009 0,006 0,20 1,20 0,02 0,27
154
CP 58
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,38 0,97 0,015 0,019 0,25 1,13 0,05 0,27
155
CP 59
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,34 1,01 0,015 0,009 0,26 1,20 0,04 0,26
156
CP 60
C% Mn % P% S% Si % Cr % Ni % Mo %
0,34 0,92 0,009 0,005 0,20 1,16 0,02 0,25
157
ANEXO II
INCLUSÕES E FRACTOGRAFIAS
158
CP 02 / ECV 10 J (Ref. 28)
159
CP 02 / ECV 10 J (Ref. 28)
EDS 1
EDS 2
160
CP 02 / ECV 10 J (Ref. 28)
EDS 3
161
CP 09 / ECV 17 J (Ref. 14)
162
CP 09 / ECV 17 J (Ref. 14)
EDS 1
EDS 2
163
CP 09 / ECV 17 J (Ref. 14)
EDS 3
164
CP 23 / ECV 24 J (Ref. 34)
165
CP 23 / ECV 24 J (Ref. 34)
EDS 1
EDS 2
166
CP 23 / ECV 24 J (Ref. 34)
EDS 3
167
CP 31 / ECV 28 J (Ref. 58)
168
CP 31 / ECV 28 J (Ref. 58)
EDS 1
EDS 2
169
CP 31 / ECV 28 J (Ref. 58)
EDS 3
170
CP 38 / ECV 31 J (Ref. 53)
171
CP 38 / ECV 31 J (Ref. 53)
EDS 1
EDS 2
172
CP 38 / ECV 31 J (Ref. 53)
EDS 3
173
CP 56 / ECV 43 J (Ref. 73)
174
CP 56 / ECV 43 J (Ref. 73)
EDS 1
EDS 2
175
CP 56 / ECV 43 J (Ref. 73)
176
CP 60 / ECV 64 J (Ref. 74)
177
CP 60 / ECV 64 J (Ref. 74)
EDS 1
EDS 2
178
CP 60 / ECV 64 J (Ref. 74)
EDS 3
179
ANEXO III
CARACTERIZAÇÃO MICROESTRUTURAL
POR MEV
180
CP 01 / ECV 10 J (Ref. 23)
10 µm
10 µm
181
CP 07 / ECV 16 J (Ref. 67)
10 µm
10 µm
182
CP 14 / ECV 20 J (Ref. 42)
10 µm
10 µm
183
CP 22 / ECV 24 J (Ref. 18)
10 µm
10 µm
184
CP 32 / ECV 29 J (Ref. 03)
10 µm
10 µm
185
CP 44 / ECV 33 J (Ref. 61)
10 µm
10 µm
186
CP 47 / ECV 34 J (Ref. 50)
10 µm
10 µm
187
CP 59 / ECV 51 J (Ref. 65)
10 µm
10 µm
188