As Consequencias Das Medidas Socioeducativas
As Consequencias Das Medidas Socioeducativas
As Consequencias Das Medidas Socioeducativas
MESTRADO EM PSICOLOGIA
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO PSICOLOGIA FORENSE
MARLON CORDEIRO
CURITIBA
2015
MARLON CORDEIRO
CURITIBA
2015
Nome: Marlon Cordeiro
Banca examinadora
Assinatura ______________________________________________________________
Assinatura________________________________________________________________
Assinatura _______________________________________________________________
Tente mover o mundo - o primeiro passo será mover a si mesmo.
Platão
AGRADECIMENTOS
...à família!
Cordeiro, M. (2015). As Consequências das Medidas Socioeducativas para uma Amostra de
Jovens da Cidade de Campo Largo. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-graduação
em Psicologia, Área de Concentração Psicologia Forense. Universidade Tuiuti do Paraná.
Curitiba, Paraná.
RESUMO
IV
Cordeiro, M. (2015). Consequences of Correctional Measures Applied to a Sample of
Adolescents in the City of Campo Largo. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-
graduação em Psicologia, Área de Concentração Psicologia Forense. Universidade Tuiuti
do Paraná. Curitiba, Paraná.
ABSTRACT
This research verified the consequences of correctional measures applied to youth offenders
who were residing in the city of Campo Largo in 2012 and 2013. In order to do that, 80 files
were analyzed, from youth offenders who were undergoing correctional measures and were
legally represented by the Juvenile Court in the city of Campo Largo, state of Paraná, from
2012 to 2013. The study was developed in two stages. The first one consisted on the
identification of all legal representations and the second one was performed with eight
participants who answered a semi-structured interview and the Parenting Style Inventory (IEP).
The results from the first stage showed that: the age of 17 is the one with the higher occurrence
of offences; 98.8% of the participants did not complete Primary education; 63.8% presented
some addiction; predominance of indictable offences and; correctional measures in conformity
to law. On the second stage, using the interviews with eight participants, it was possible to
obtain the following data: educational level was stagnant; five out of the eight participants did
not reside with their families; all the eight participants had family, social or school issues. The
four participants who answered the IEP revealed risk practices on the Overall Score, which
confirms the correlation of this score with antisocial behavior development. All answers of the
IEP presented a higher score for physical abuse. Therefore, it was possible to conclude that in
this sample, the correctional measures did not fulfill their pedagogical function, that is, they did
not achieve the educational outcomes of personal recovery and social inclusion of the
adolescent.
V
ÍNDICES
Índice de Tabelas
VI
Índice de Anexos
VII
Lista de Siglas
VIII
2
SUMÁRIO
RESUMO ................................................................................................................................. IV
ABSTRACT .............................................................................................................................. V
ÍNDICES .................................................................................................................................. VI
Índice de Tabelas ..................................................................................................................... VI
Índice de Anexos .....................................................................................................................VII
Lista de Siglas ....................................................................................................................... VIII
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 5
REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................................. 10
Procedimento Especial de Adolescente Infrator ....................................................................... 15
O Crime e o Ato Infracional ..................................................................................................... 17
Etapas do Procedimento ........................................................................................................... 17
Apreensão do adolescente ........................................................................................................ 17
Recebimento dos documentos por parte do Ministério Público ............................................... 17
Oitiva informal do adolescente ................................................................................................. 18
Providências do Ministério Público.......................................................................................... 18
Homologação do arquivamento ou da remissão ....................................................................... 19
Prazo para conclusão do procedimento .................................................................................... 19
Designação da audiência de apresentação ................................................................................ 19
A Pena e a Medida socioeducativa ........................................................................................... 20
Aplicação de medida socioeducativa ........................................................................................ 21
Da execução da Medida Socioeducativa ................................................................................. 22
Adolescente em Conflito com a Lei ........................................................................................ 24
Fatores de Risco ....................................................................................................................... 25
Família ...................................................................................................................................... 26
Escolaridade.............................................................................................................................. 27
Drogas ....................................................................................................................................... 27
Meio Social e a Pobreza ........................................................................................................... 28
Objetivo Geral ........................................................................................................................ 30
Objetivos Específicos .............................................................................................................. 30
Método ............................................................................................................................... 31
Etapa 1 ...................................................................................................................................... 31
Local ......................................................................................................................................... 31
3
Participantes ............................................................................................................................. 31
Instrumentos ............................................................................................................................. 31
Procedimento ............................................................................................................................ 32
Análise de Dados ...................................................................................................................... 32
Etapa 2 ...................................................................................................................................... 32
Participantes ............................................................................................................................. 32
Local ......................................................................................................................................... 38
Instrumentos ............................................................................................................................. 39
Procedimento ............................................................................................................................ 39
Análise de Dados ...................................................................................................................... 40
Resultados e Discussão ........................................................................................................... 41
Etapa 1 ..................................................................................................................................... 41
Idade ......................................................................................................................................... 41
Escolaridade.............................................................................................................................. 41
Vícios ........................................................................................................................................ 42
Infração ..................................................................................................................................... 42
Medidas Socioeducativas ......................................................................................................... 43
Status - Cumprimento Das Medidas ......................................................................................... 44
Reiteração ................................................................................................................................. 44
Sexo .......................................................................................................................................... 45
Etapa 2 .................................................................................................................................... 46
Dados obtidos por meio das entrevistas e IEP .......................................................................... 46
Escolaridade.............................................................................................................................. 46
Moradia com a Família ............................................................................................................. 47
Trabalho na atualidade.............................................................................................................. 47
Problemas Familiares ............................................................................................................... 48
Problemas na Escola ................................................................................................................. 48
Problemas na Vida Social ......................................................................................................... 49
Análise específica dos casos em que se respondeu do IEP ...................................................... 49
Práticas educativas Positivas .................................................................................................... 50
Monitoria Positiva .................................................................................................................... 50
Comportamento Moral ............................................................................................................. 51
Práticas Educativas Negativas .................................................................................................. 51
Punição Inconsistente ............................................................................................................... 51
4
Negligência ............................................................................................................................... 52
Disciplina Relaxada .................................................................................................................. 53
Monitoria Negativa ................................................................................................................... 54
Abuso Físico ............................................................................................................................. 54
IEP Total ................................................................................................................................... 54
Ato Infracionais e as Medidas Socioeducativas ....................................................................... 55
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 58
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ................................................................................. 60
5
APRESENTAÇÃO
1
Dei delitti e delle pene, em italiano, que significa Dos Delitos e das Penas, é um livro de Cesare Beccaria,
originalmente publicado em 1764, obra que se insere no movimento filosófico e humanitário da segunda metade
do século XVIII.
6
impedir que o réu cause novos danos aos seus concidadãos e dissuadir os outros de fazer o
mesmo”.
Por Beccaria, toda sua preocupação, advinha do fato de que era absurdo que
as leis, que nasciam da sociedade, ou seja, eram a vontade pública expressada, e que
abominavam certos atos e buscavam puni-los, o fizesse realizando outro ato bárbaro. Na
atualidade, com os estudos apontados, verifica-se que não é a severidade, a intensidade da
medida a ser aplicada que trará a melhor resposta, ou evitará casos futuros, mas sim a extensão,
finalidade e a certeza de seu cumprimento.
Além do mais, outro fato importante nasce a partir deste ponto, pois se
verifica que, por mais severos que sejam os julgamentos para os que sofreram o ilícito, este em
nada estará reparando o mau sofrido e não irá amenizar o sofrimento causado. Com isso, nasce
a preocupante problemática, independente da vontade particular, ou do tempo passado, uma
hora ou outra o causador do ato infracional voltará ao convívio em sociedade, momento em que
se deve perguntar, “o infrator estará apto a voltar para à vida em sociedade?”.
Hoje a resposta dada ao caso do adolescente que entra em conflito com a lei,
é a medida socioeducativa, a qual pela Lei 8069 de 13 de julho de 1990 (ECA), preconiza a
forma diferenciada de tratamento punitivo, respeitando a condição peculiar desta pessoa em
desenvolvimento e que tem a necessidade de reeducação. Ao momento da aplicação e execução
das medidas socioeducativas é latente a preocupação de que esta seja a resposta adequada ao
ato infracional cometido, além de ser eficazes ao ponto de firmar os fundamentos educacionais
e sociais, ou seja, trazer resultados positivos após a aplicação.
O Estado, na pessoa do Poder Judiciário, deve estar sempre atuante,
exercendo e colocando em prática sua função jurisdicional, no qual por meio de seus atos,
atenda o interesse da coletividade, ou seja, faça com que a justiça prevaleça. Importantíssimo
lembrar que o Estado tem de cumprir com seu compromisso de estabelecer a justiça, mas
sempre terá como princípio norteador de seus atos, o respeito as garantias fundamentais
elencadas na Constituição Federal de 1988, preservado a todo cidadão, em especial aos
adolescentes que entraram em conflito com a lei.
Quando se trabalha a questão de direitos dos adolescentes no Brasil, dois
textos legais são primordiais, o primeiro sendo a Constituição Federal de 1988 e a Lei 8.069/90,
e o segundo, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A promulgação da Constituição
Federal de 1988 iniciou uma nova etapa na evolução histórica no âmbito da criança e do
adolescente, pois descreve em seu bojo disposições sobre a criança e o adolescente, em seus
arts. 227 a 229, nos quais reserva a essas pessoas a “proteção integral”, elevada ao patamar de
7
princípio. A Constituição trouxe consigo, após dois anos, a regulamentação, a Lei Federal n
8.069, de 13 de julho de 1990 - ECA, a qual se consolidou como uma grande conquista em
relação aos direitos da criança e do adolescente.
O ECA já no seu art. 1º preceitua o princípio da proteção integral,
estabelecendo: “esta lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente”, fato este
que reconhece direitos especiais e específicos a essas pessoas, respeitando a sua condição
peculiar de pessoa em desenvolvimento. Outro fato importante sobre esse texto legal é o fato
de que se estabelece pela primeira vez um procedimento específico aos adolescentes que entram
em conflito com a lei.
Como já citado, a preocupação das legislações referidas está em preservar a
pessoa em desenvolvimento, em especial o art. 6º do ECA, que estabelece: “Na interpretação
desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que a ela se dirige, as exigências do bem
comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do
adolescente como pessoas em desenvolvimento”. Assim, o texto enfatiza que tanto para a
sociedade quanto para os aplicadores do Direito, o fato de que quando se trata de adolescentes
que entraram em conflito com a lei, vários aspectos devem ser respeitados, sendo eles legais e
sociais, ou seja, condições particulares existentes no caso e na vida da pessoa.
Com a elaboração do trabalho, identificaram-se claramente os apontamentos
da doutrina no que se refere aos fatores de risco e variáveis, aos quais as pessoas em
desenvolvimento, criança ou adolescente, tem no contexto de vida social ou familiar. Feldman
(1977) em sua obra afirma diretamente que o adolescente, dentro da questão aprendizagem
social e também no contexto familiar, adquire comportamentos dos mais variados, sendo eles
socialmente aceitos ou ilegais, os quais derivam do contato direto com fatores de risco e a
variáveis encontradas no decorrer da vida.
Ainda Gomide, Ropelato e Machado (2006) destacam que os adolescentes em
conflito com a lei estariam envolvidos em apenas 10% das práticas de infrações. Também
destacam o fato de que estes estão em desenvolvimento, desta forma, por mais que tenha
entrado em conflito com a lei, todas as oportunidades e facilidades, são para lhes facultar o
desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de
dignidade.
Os aspectos particulares à pessoa, fatores de risco e as variáveis, há tempos
vem sendo objeto de estudo da doutrina, visto a influência que exerce sobre proliferação da
criminalidade, a exemplo Garofalo (1997, p.103) aborda a questão da influência econômica,
principalmente a desigualdade econômica, como fator determinante no cometimento de crimes.
8
O trabalho com adolescentes em conflito com a lei não se mostra uma tarefa
fácil, devido ao fato de exigir tempo, dedicação, preparo profissional, pessoal competente e
comprometido, além de estratégias eficazes. Mas, uma vez que seja realizado um Programa de
Adolescentes Infratores, mesmo para os de alto-risco, o resultado mostra-se altamente positivo,
não havendo a necessidade de punir com mais rigorismo, e sim trabalhar fundamentando
valores sociais e educacionais (Rocha, 2012).
Sendo assim, o presente trabalho objetivou realizar a análise dos casos de
adolescentes em conflito com a lei que receberam as medidas socioeducativas na cidade de
Campo Largo, Paraná, no ano de 2012 e 2013, elaborando-se um relatório sobre o resultado, a
fim de estabelecer as consequências após as aplicações das medidas socioeducativas, ou seja,
se da medida socioeducativa aplicada surtiu algum efeito, ou seja, tem alcançado o efeito
almejado de reeducação como propõem o ECA.
10
REVISÃO DE LITERATURA
O Juiz fará aplicação das medidas segundo a sua adaptação ao caso concreto,
atendendo aos motivos e circunstancias do fato, condições do menor e antecedentes.
A liberdade, assim, do magistrado é a mais ampla possível, de sorte que se faça uma
perfeita individualização do tratamento. (p. 505)
Entre crime e contravenção penal, Greco (2014, p. 31) destaca que não existe
uma diferença substancial entre um e outro, mas que o legislador, mediante um critério político-
criminal, criou uma diferenciação baseada na gravidade do ato cometido. Seguindo por este
viés, “crime”, em termos jurídicos dentro da corrente doutrinária dominante, pelo conceito
analítico é a conduta humana (ação ou omissão), típica, antijurídica e culpável.
Para Claus Roxin, típica é a ação que coincide com uma das descrições de
delito; antijurídica é a conduta típica não amparada por causa de justificação; e culpável é a
ação típica e antijurídica praticada de modo reprovável por um sujeito imputável (Bitencourt &
Munhoz Conde, 2000). A partir do momento em que se configurar o crime em todos os seus
elementos, tem-se a preocupação de retribuição pelo ato cometido, para o qual a resposta é a
“pena”, a qual conforme o art. 1º da LICP é de pena de reclusão ou de detenção, quer
isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa.
Já em relação aos menores de 18 anos, a conduta ilícita será denominada “ato
infracional”, conceito que conforme o ECA, no art.103, engloba a conduta tanto descrita como
crime quanto contravenção penal. Com isso, embora a prática do ato seja condenável, não será
aplicada a “pena”, mas sim “medidas socioeducativas”. Ainda, em relação à pratica de ato
infracional, Ishida (2008, p. 158) referência que:
Etapas do Procedimento
Apreensão do adolescente
apreensão, a existência de requisitos para o flagrante (se for o caso), e se houve a comunicação
da família ou do responsável pelo adolescente.
materialidade. Ao receber a representação o juiz designará a data, hora e local para a audiência
de apresentação do adolescente.
Para apuração do ato infracional em juízo, pelo ECA estão previstas duas
audiências, sendo a primeira a “audiência de apresentação”, conforme o art. 184 e a segunda,
“audiência em continuação”, que é instituída no art. 186. Na audiência de apresentação, o juiz
ouvirá o adolescente, seus pais, o promotor e o defensor, podendo ser solicitada a opinião de
profissionais habilitados como psicólogo ou assistente social, enfim equipe multidisciplinar,
para prestar apoio durante o ato. Neste momento, abre-se nova oportunidade para aplicação de
remissão, agora, pelo juiz, em caso negativo é designada a próxima audiência.
A “audiência em continuação” é o momento em que ocorre a instrução e
julgamento do feito. Serão ouvidos os pais ou responsáveis pelo adolescente, as testemunhas
arroladas na representação e na defesa, cumpridas as diligências e juntado o relatório da equipe
interprofissional. Por fim, é dada a palavra ao representante do Ministério Público e ao defensor,
20
para a realização de suas “alegações finais”, em ato sequencial será proferida a decisão pela
autoridade judiciária, “sentença”, de acordo com as provas e sua convicção.
Fatores de risco
A Família
Escolaridade
Drogas
mas distanciando os adolescentes dos fatores que representam risco, poderá ajudar a evitar
conflitos.
30
Objetivo Geral
Objetivos Específicos
Método
Etapa 1
Instrumentos: Os dados que foram objeto de busca na etapa 1, foram todos coletados dos
Procedimentos Especiais de Adolescentes Infratores cadastrados no sistema PROJUDI
(Processo Eletrônico do Judiciário do Paraná). A coleta teve o intuito de buscar, em relação
32
aos adolescentes, dados sobre a idade, escola, família, ato infracional, medida socioeducativa
aplicada e o status atual.
Procedimento: Após obtenção da autorização pelo órgão responsável e aprovação pelo Comitê
de Ética em Pesquisa (nº 30458914.5.0000.0103 – Anexo D) deu-se início à coleta de dados.
Na primeira etapa, a coleta foi realizada ao momento em que existia a disponibilidade dos
procedimentos contidos no sistema PROJUDI (Anexo E, F). Foi realizado o levantamento dos
elementos que acompanhavam os adolescentes no momento da prática do ato infracional, sendo
a situação escolar, laboral, familiar, afetiva e infracional.
Análise de Dados: Os dados foram digitados em uma planilha no programa SPSS (Statistical
Package for Social Science – Anexo D) para que as análises estatísticas descritivas dos dados
fossem realizadas.
Etapa 2
Participantes: Foram entrevistados oito participantes, sendo que todos se encontravam na faixa
etária de 18 a 20 anos, todos do sexo masculino. Somente seis participantes mantinham o
número de telefone atualizados no cadastro do sistema judicial e mais dois casos foram
localizados quando se buscava informações sobre o cometimento de novos atos infracionais
e/ou crimes, estando inseridos no sistema prisional do Estado do Paraná.
Conforme a tabela 1, o estudo se deu em uma amostra dos participantes na
qual a idade mínima foi de 18 anos e a idade máxima foi de 20 anos de idade, estando desta
forma a média da idade em 18,625 (dp = 0,74).
33
Tabela 1
Idade atual dos participantes
Participante Idade
1 18
2 19
3 18
4 19
5 18
6 18
7 20
8 19
Participante 01
os cuidados na educação foram prestados pelos avós em grande parte de sua adolescência. Por
fim, informou que começou a ter contatos com substâncias psicoativas a partir dos 11 anos,
cometendo pequenos furtos para sustentar o vício, mas que atualmente não usa drogas.
Participante 02
Em relação ao fato, diz que não cometeu e não entende o porquê foi acusado
da tentativa de estupro da prima, mesmo porque, era ele quem cuidava da menina pelo período
da manhã e tarde enquanto os pais dela trabalhavam. Na atualidade, trabalha de segunda à sexta
em uma fábrica de porcelana e pensa em voltar a estudar o quanto antes, pois tem o desejo de
cursar uma faculdade.
Participante 03
Participante 04
Participante 05
aos 17 anos, informando que nunca teve vícios, mas que estava com a droga no colégio por
embalo dos amigos. Relatou que recebeu a medida de Liberdade Assistida, a qual cumpriu na
totalidade, com acompanhamento de sua mãe.
Atualmente está trabalhando em um mercado próximo a sua residência, com
a função de serviços gerais e está estudando, fazendo curso técnico em mecânica. O participante
relatou que nunca foi de se envolver em confusão e que sempre morou com os pais.
Participante 06
Participante 07
Participante 08
Instrumentos: Os dados que foram objeto de busca na etapa 2, foram coletados por meio da
entrevista semiestruturada e o IEP (Gomide, 2006).
A entrevista semiestruturada (Anexo F), oportunizou a possibilidade da coleta
com as informações em relação aos entrevistados, especificando: se estudava a época do ato
infracional; se estuda atualmente; se mora com os pais; qual a situação conjugal atual dos pais;
se na família teve problemas; se na escola teve problemas; se na vida social, teve problemas; se
possui ou já possuiu vícios; se trabalha atualmente; se trabalhava na época do ato infracional;
quais os atos infracionais cometidos; qual o local do cometimento do ato infracional; se é
reincidente; qual a medida socioeducativa aplicada ao ato infracional; se cumpriu toda a medida
socioeducativa e se a família acompanhou o cumprimento da medida socioeducativa. O IEP
(Gomide, 2006) avalia o estilo parental, ou seja, as estratégias e técnicas utilizadas pelos pais
para educar os filhos, por meio de sete práticas educativas, sendo cinco vinculadas ao
desenvolvimento do comportamento antissocial: negligência, punição inconsistente, disciplina
relaxada, monitoria negativa e abuso físico; e duas relacionadas ao desenvolvimento de
comportamentos pró-sociais: comportamento moral e monitoria positiva.
Procedimento: O contato inicial, com os seis primeiros participantes, para agendamento das
visitas ocorreu por telefone, visto que eram os números que se encontravam atualizados no
cadastro do sistema judiciário. A localização dos participantes 7 e 8 se deu ao momento em
que se buscava dados sobre a reincidência dos adolescentes após completarem 18 anos de idade,
pois nestes dois casos os participantes estavam cadastrados junto a Vara Criminal da comarca
de Campo Largo/PR. O participante 7 estava preso no CDP de São José do Pinhais/PR e o
participante 8 estava preso na Delegacia da Polícia Civil do Município de Campo largo/PR.
No momento das visitas, aos participantes primeiramente foi esclarecido
sobre a pesquisa e os instrumentos a serem respondidos. Quando concordavam em participar,
lhes era apresentado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo G) no qual foi
solicitada sua assinatura. A coleta de dados consistiu na realização de entrevistas individuais
com os participantes e suas mães/mãe social, todas documentadas.
Todos os participantes responderam à entrevista semiestruturada e quando
possível, em quatro dos casos, foi solicitado aos seus pais e/ou responsáveis legais que
respondessem o IEP (Gomide, 2006). Os instrumentos foram respondidos nos locais em que
40
ocorreram as entrevistas, sendo que em seis dos casos nas casas dos pais e responsáveis e em
dois dos casos nas unidades em que se encontravam presos.
O acompanhamento das respostas se deu pelo pesquisador e pelos estagiários
do Curso de Psicologia devidamente treinados pela orientadora da pesquisa. O pesquisador
participou somente do momento em que respondiam à entrevista semiestruturada, já ao
responderem ao IEP (Gomide, 2006), os participantes 1, 2, 3, e 4, o acompanhamento foi
realizado em específico pelos estagiários, tendo em vista as particularidades envolvidas do
campo da psicologia.
Os participantes 7 e 8, pelo fato de estarem presos, nas condições do regime
fechado de prisão, foi possível somente que respondessem a entrevista semiestruturada. O
participante 7, preso no CDP, as respostas se deram em sala própria para entrevista, parlatório,
estando o entrevistador e o participante separados por um acrílico transparente e conversando
por interfone. No caso do participante 8, preso na Delegacia de Polícia, a entrevista se deu em
uma antessala, localizada no corredor de acesso as celas, onde o pesquisador e o entrevistados
ficam separados pelas grades e conversam diretamente. De forma a entender as particularidades
de cada caso, faz-se a descrição individual de cada entrevista.
Ao responderem aos instrumentos, os entrevistados podiam questionar caso
não compreendessem as perguntas e as respondiam oralmente. As entrevistas com os
participantes e os familiares ocorreram de forma individual, visando a respeitar a integridade e
o sigilo das informações e ainda evitar que uma das partes se sentisse constrangida no momento
de responder. As entrevistas que ocorreram nas residências se assemelharam pelo fato de
pertencerem a classes sociais próximas, sendo classe média baixa, onde residiam em bairros
afastados, da periferia ou até mesmo em terreno de invasão.
Análise de Dados: Para proceder à análise dos dados obtidos, fez-se a leitura dos instrumentos
confeccionando-se planilhas que foram reproduzidas na etapa 2 da presente pesquisa de forma
a facilitar a leitura e interpretação dos os dados.
Com as entrevistas se realizou o levantamento dos elementos que
acompanhavam os adolescentes ao tempo da prática do ato infracional e na atualidade, sendo a
situação escolar, laboral, familiar, afetiva e infracional. Ao final, realizou-se a análise conjunta
das etapas, para assim buscar elementos conclusivos sobre as consequências advindas das
socioeducativas aplicadas.
41
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Etapa 1
Idade
Tabela 2
Idade na época dos fatos
Idade f %
13 2 2,5
14 7 8,8
15 10 12,5
16 19 23,8
17 42 52,5
Total 80 100,0
Escolaridade
Ao se analisar os dados da tabela 3, onde se demonstra o nível de instrução
dos adolescentes infratores, verifica-se que esta é baixa. Com base nos dados, quase 76,3 %
possui apenas o Ensino Fundamental e o restante com o Ensino Médio incompleto. Tal aspecto
contribui para a vulnerabilidade, uma vez que deixam de frequentar os bancos escolares e
receberem instrução e preparo para a convivência social e exercício da cidadania como
42
preconiza o Estatuto da Criança e do Adolescente em seu artigo 53, caput e o artigo 205 da
CF/88.
Por vezes, buscam-se respostas milagrosas para a questão da educação, mas
se esquecem que no mínimo se faz a simples manutenção do adolescente dentro do colégio.
Com isto, as oportunidades estarão muito mais próximas, o adolescente estará próximo e aí sim,
as atividades poderão ser eficazes, trazendo resultados inesperados e surpreendentes. A
orientação educacional representa um enorme avanço no combate e na prevenção dos
adolescentes em conflito com a lei que se encontravam fora da escola quando da prática
infracional.
O estatuto da Criança e do Adolescente preconiza que no momento do
cumprimento da medida socioeducativa, deve-se ter o acesso à educação formal. Ademais, o
ECA estabelece que se os jovens estiverem fora da escola o responsável pela orientação da
medida deverá encaminhá-los para o ensino formal.
Tabela 3
Escolaridade
Escolaridade f %
Fundamental Incompleto 61 76,3
Médio Incompleto 18 22,5
Desconhecido 1 1,3
Total 80 100,0
Vícios
Infração
percentual de 42,5% do total de crimes, ou seja, quase metade do total apurado. O tráfico de
drogas vem em segundo lugar, pois apresentou o percentual de 41,3% do total apurado no
período pesquisado. Segundo o diagnóstico, o tráfico de drogas e o roubo figuram como as
infrações mais cometidas, o percentual total é preocupante, uma vez que alcançou índice total
de 83,8%, ou seja, as duas infrações somadas se tornam praticamente a maioria absoluta.
Tabela 4
Infração
Infração f %
Roubo 34 42,5
Tráfico 33 41,3
Estupro 5 6,3
Homicídio 4 5,0
Furto 1 1,3
Lesão Corporal 1 1,3
Facilitar Fuga e Dano 1 1,3
Violência Doméstica 1 1,3
Total 80 100,0
Medidas Socioeducativas
Tabela 5
Medidas Socioeducativas
Medidas Socioeducativas f %
Liberdade Assistida 36 45,0
Internação 23 28,8
Remição 11 13,8
Processo em Andamento 2 2,5
Absolvição 3 3,8
Extinção durante o andamento 1 1,3
Extinção maioridade 4 5,0
Total 80 100,0
Tabela 6
Status – Cumprimento das medidas
Status F %
Arquivado 23 41,3
Não cumpriu 25 31,3
Andamento 10 12,5
Internado 9 11,3
Não se apresentou a audiência 1 1,3
Desconhecido 1 1,3
Falecimento 1 1,3
Total 80 100,0
Reiteração
um ato infracional. Destaca-se que, não existe fundamento legal para essa exigência, basta
simplesmente a constatação. Com a análise dos casos, se verifica que o número de reiterações
ainda na adolescência foi de 51%.
Sexo
Etapa 2
Tabela 7
Dados obtidos na Entrevista Semiestruturada
Participante Idade Escolaridade Moradia Trabalhava Trabalha Reincidente
familia infrac.
1 18 Fund. Incompleto não não sim sim
2 19 Fund. Incompleto não sim sim não
3 18 Fund. Incompleto sim não não não
4 19 Fund. Incompleto sim não sim não
5 18 Médio Incompleto sim não sim não
6 18 Fund. Incompleto não não sim sim
7 20 Fund. Incompleto não sim não sim
8 19 Fund. Incompleto não não sim sim
Escolaridade
sejam inseridos no meio educacional, pois este compromisso é de longo prazo, e envolve a
obrigação de seguir regras (atividades acadêmicas), o que não se torna muito atrativo,
dependendo da estagnação do adolescente.
De forma imediata não se pode afirmar um fator que aponte que o fato de
morar com a família seja fundamental para aproximar o adolescente da vida educacional e
afastá-lo dos conflitos com a lei. Mas com a análise da tabela 7 se verifica que cinco dos
participantes não moram dentro do âmbito familiar, ou seja, com os pais. Em relação aos três
casos em que os participantes moram com a família, destaca-se o fato de eles não serem
reincidentes, o que aponta a possibilidade de que a proximidade e bom relacionamento com a
família venha a afastá-los da prática de atos infracionais.
Trabalho na Atualidade
Tabela 8
Conflitos em família, escola e sociedade
Participante Familiares Escola Sociais
1 sim sim sim
2 sim sim não
3 não sim sim
4 sim não não
5 não não não
6 sim sim não
7 sim sim sim
8 sim sim sim
Problemas Familiares
Problemas na Escola
Veronese (1998, p.10), destaca sobre a violência que “todo o corpo social se
orienta na concepção do perigo que representam os indivíduos. E isso resulta na segregação, na
remoção simplista de pessoas que, de algum modo, desrespeitaram as normas sociais”. Não se
questiona a urgência em se adotar políticas que venham garantir segurança a todos, no entanto,
deve-se pensar quais as providências seriam necessárias para dar eficácia a este direito.
A amostra foi composta por quatro das oito famílias que foram selecionadas,
tendo em vista que somente nestes casos é que se teve a concordância de responder ao IEP
(Gomide, 2006). Dentre os quatro casos selecionados, em três, participantes 1, 2 e 4, foi
respondido o IEP (Gomide, 2006) pelo participante e pela pessoa responsável presente (mãe ou
50
mãe social), e em um dos casos, participante 3, o IEP (Gomide, 2006) foi respondido somente
pela mãe, tendo em vista a não manifestação voluntária do adolescente.
Os participantes, todos do sexo masculino, tinham idade variando entre 18 e
20 anos, média de 18 anos e 5 meses, todos não estão estudando atualmente. Na atualidade, o
participante 1 mora separado da família, mas juntamente com uma companheira, o participante
2 mora com a mãe social e os participantes 3 e 4 moram com os pais.
Tabela 9
IEP Total - Todos os participantes
Comportame
Inconsistente
Abuso Físico
Participante
Negligência
Monitoria
Monitoria
Disciplina
nto moral
IEP Total
Relaxada
Negativa
Punição
positiva
m – a m – a m – a m – a m – a m – a m – a m – a
1 10(3) 8(4) 7(4)9(3) 4(3) 6(4) 4(4) 8(4) 10(4) 11(4) 7(4) 4(2) 1(4) 0(4) -9(4) -12(4)
2 11(2) 12(2) 12(1)12(1) 3(2) 4(3) 3(3) 3(3) 3(3) 3(3) 6(3) 8(4) 1(3) 7(4) 7(2) -1(4)
3 10(3) - 11(2) - 1(1) - 8(4) - 4(3) - 10(4) - 7(4) - -9(4) -
4 10(3)10(3) 12(1) 11(2) 4(3) 3(3) 4(4) 4(4) 5(3) 2(3) 6(3) 7(3) 7(4) 2(4) -4(4) 3(3)
(1) Ótimo (2) Bom Acima da Média (3) Regular Abaixo da Média (4) De Risco
Monitoria Positiva
Comportamento Moral
Punição Inconsistente
aos atos dos filhos criará incerteza no menor em como agir e o receio criando um distanciamento
ou até mesmo o oportunismo de interagir somente em momento propício. Outro fato
preocupante é a permanência do comportamento indesejado, vez que ora é punido, ora não, pois
os filhos que sofrem a punição inconsistente tendem a ter maior dificuldade em discriminar o
certo e o errado, o que ocasiona uma formação de valores morais distorcida, pois o conceito
não é aprendido e sim a situação em que ele deve ser aplicado (Gomide, 2006).
A punição inconsistente, nos casos da tabela 9 mostra-se como um fator
preocupante, pois se faz presente e consolidada no âmbito familiar, com isto, mostra-se que a
punição não é utilizada da forma correta. Diante de todos os problemas que se apresentam
constantemente, torna-se difícil controlar o humor, mas ao momento das práticas educativas
não se deve deixar ser influenciado ou ser volúvel quando da tomada de decisões importantes,
ainda mais quando estas dizem respeito a instituição de limites aos filhos. A “punição”
adequada terá como maior consequência o aprendizado de que seu ato foi adequado ou
inadequado.
Negligência
ou saúde de quem esteja sob a autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino,
tratamento ou custódia. Assim, além de os pais estarem omissos nas responsabilidades de
criação, estão cometendo crimes constantes e permanentes contra seus próprios filhos.
Disciplina Relaxada
Monitoria Negativa
localização dos filhos, prestar afeto e carinho, tinha-se “o excesso de fiscalização dos filhos e a
repetição constante das regras” e em relação aos filhos a carência nos momentos de necessidade.
Abuso Físico
IEP Total
Tabela 10
Ato Infracional
Participante Ato Reincidência Medida Status Acompanhamento
Infracional Socioeducativa Cumprimento Familiar
1 Roubo sim internação sim sim
2 Estupro não absolvição - -
3 Roubo sim liberd. assistida não sim
4 Tráfico não liberd. assistida sim sim
5 Tráfico não liberd.assistida sim sim
6 facilit. fuga sim liberd.assistida não não
7 Roubo sim internação não não
8 Roubo sim internação não sim
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Vandenbos, G. R. &, M. L. (2012) Manual de Publicação da APA. 6ª ed. São Paulo. Penso.
ANEXOS
66
Anexo A
Anexo B
Plataforma Brasil – Aprovação nº 30458914.5.0000.0103
69
70
71
72
73
Anexo C
Carta de Solicitação de Autorização
74
75
76
Anexo D
Decisão Judicial
Autorização junto a Vara da Infância e Juventude da Comarca de Campo Largo – Paraná
77
78
Anexo E
Planilha do Programa SPSS
79
80
Anexo F
Entrevista Semiestruturada
81
E N T R E V I S T A SEMI-E S T R U T U R A D A
PROCESSO DATA
LOCAL VARA DA INFÂNCIA E JUVENTUDE NO MUNICÍPIO DE CAMPO LARGO
NO ESTADO DO PARANÁ / RESIDÊNCIA ADOLESCENTES
PESQUISA A EFICÁCIA DAS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS EM MEIO ABERTO
Nome:______________________________________________________________________
Endereço:___________________________________________________________________
( ) sim ( ) não
Estuda Atualmente?
( ) casados ( ) divorciados
Trabalha atualmente?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
É reincidente?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
( ) sim, como?________________________________________________________________
Observações:_____________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________.
83
Anexo G
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
84
DECLARAÇÃO
______________________ _______________________
Assinatura do Adolescente Assinatura do Responsável
______________________
Assinatura do Pesquisador