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Abstract: The toy is a technique in child care, both evaluation and therapy. Through the
toy the child expresses their conflicts and fantasies. The aim of this paper is to illustrate
through a case study and, with a report of the material brought by a child in its first
diagnostic session, the ideas of Aberastury, Melanie Klein and Anna Freud, comparing
them. Understanding the contents of the first hour of play a child's diagnosis, female, five
and six months of age in psychological practice, is presented. In his first hour of play to
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Estudo de caso supervisionado pelo Dr. José Ottoni Outeiral diretor da Clínica Winnicott, de Porto
Alegre/ RS.
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Psicóloga e psicanalista. Mestre em Psicologia. Professora e coordenadora do curso de Psicologia
da FAMETRO.
I - DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:
M., cinco anos e cinco meses, cor branca, sexo feminino, religião católica. Não
frequenta a escola. Filha única de pais separados há sete meses. Pai alcoolista.
Atualmente reside na casa dos avós maternos, junto com a mãe.
A mãe tem 30 anos, ensino fundamental completo, auxiliar de escritório.
O pai tem 32 anos, ensino fundamental incompleto, motorista, no momento,
desempregado.
Queixa principal: Constipação e encoprese, com três episódios de estenose anal após
muitos dias sem evacuar.
II HISTORIA PESSOAL
M. é filha única. Seus pais estão separados há aproximadamente sete meses. O
pai é alcoolista, motivo da separação do casal. A mãe engravidou após quatro anos de
casada, com a promessa do pai de M. de parar com a bebida, após o nascimento da
filha. Não houve preferência pelo sexo do bebê. A gravidez ocorreu sem complicações
até o sétimo mês, quando houve um episódio de ameaça de aborto espontâneo, que
fez com que a mãe de M.parasse de trabalhar. A partir disso, mostrou-se muito ansiosa
e preocupada com o parto e a criança. O casal tinha brigas constantes em razão do
alcoolismo do pai da menina. O parto foi normal e a termo e, segundo a mãe, “a criança
nasceu normal” (Sic).
M.mamou no peito até a idade de 1mês e meio, quando passou a tomar
mamadeira. Ainda segundo o relato da mãe, “M. sempre foi inapetente, sendo muito
enjoada para comer tem nojo de muitas coisas e rejeita algumas comidas” (Sic). Com
VI - APORTE TEÓRICO:
O sucesso de Sigmund Freud em 1905, ao analisar o pequeno Hans, permitiu
que seus seguidores buscassem uma técnica específica para trabalharem com
crianças. O mais importante foi a constatação que com crianças, a associação livre
acontecia por meio do brinquedo. O primeiro a tentar uma adaptação da técnica
analítica para o tratamento infantil foi Hug-Hellmuth que, em 1921, observou seus
pacientes brincarem com jogos no seu próprio ambiente. Contudo, este teórico, acima
citado, não sistematizou sua experiência.
Logo após, Anna Freud em1927,ensina como realizar a interpretação de sonhos
durante o tratamento psicanalítico de crianças. Considera a análise de a atividade
lúdica uma técnica auxiliar, não lhe dando o mesmo valor que as associações verbais
do tratamento com adultos. Contudo, traz valiosas contribuições para o
desenvolvimento da técnica infantil. Chega à conclusão de que somente isolando a
criança de seu meio familiar pode-se conseguir a neurose de transferência,
indispensável para a repetição dos sintomas e sua cura, mas, enfatiza que isso traria o
risco de que a criança não pudesse, depois, se adaptar ao seu lar, ou, que voltasse a
repetir sua sintomatologia.
Uma característica do tratamento proposto por Anna Freud é sua afirmação de
que existe a necessidade de dar ao psicanalista, um papel educativo, uma vez que,
reforça a idéia de que o analista precisa reunir duas funções difíceis: analisar e educar,
CONCLUSÃO
Melanie Klein, em 1929, aplicou, ao entendimento dos brinquedos infantis, a
abordagem teórica e técnica dada por Freud aos sonhos, defendendo que as
brincadeiras infantis são o caminho, pelo qual, se tem acesso ao inconsciente da
criança, ou, em outras palavras, ao seu mundo interno. (KLEIN, 1996).
Melanie Klein foi a grande opositora de Anna Freud no tratamento analítico de
crianças. Entre os principais pontos de divergência entre estas duas teóricas estão as
questões da transferência e as que referem a se equipararem os brinquedos da criança
à livre associação no adulto, além da possibilidade da própria instrumentalização destes
entendimentos. Para Melanie, a capacidade de transferência é espontânea na criança e
deve ser interpretada, tanto positivamente quanto negativamente, não devendo o
analista tomar o papel de educador. Asdivergências iniciaram-se nas históricas
REFERENCIAS
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ABERASTURY, A. El psicoanálisis de niños y sus aplicaciones. Buenos Aires:
Paidós, 1990.
BARANGER, W. Posição e objeto na obra de Melanie Klein. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1991.
FREUD, A. O tratamento psicanalítico de crianças. Rio de Janeiro: Imago,
1976/1991.
________Infância normal e patológica. Rio de Janeiro: Zahar, 1996.
CUNHA, J. A. Psicodiagnóstico V – Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.
KLEIN, M. Narrativa da Análise de uma Criança. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
KLEIN, M. HEIMANN,P. ISAACS, S. RIVIERE, J. Os progressos da psicanálise. Rio
de Janeiro: Zahar, 1991.
OUTEIRAL, J.O. org. Clinica psicanalítica de crianças e adolescentes. Rio de
Janeiro: Revinter, 1998.