A Mulher Montada Na Besta Vol.1 e 2 Completo - Dave Hunt
A Mulher Montada Na Besta Vol.1 e 2 Completo - Dave Hunt
A Mulher Montada Na Besta Vol.1 e 2 Completo - Dave Hunt
A
Mulher
Montada
O anjo disse:
"...Dlr-te-el o mistério
da mulher e da besta..."
(Apocalipse 17.7) Volume I
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Dedicatória
Este livro é dedicado aos quase um bilhão de católicos romanos
mal informados por sua hierarquia; aos 400 milhões de protestan
tes igualmente ignorantes dos fatos e aos genuínos mártires de am
bos os lados.
CATALOGAÇÃO NA FONTE
DO DEPARTAMENTO NACIONAL DO LIVRO
F926g
Hunt, D ave 1926-
A mulher montada na besta: a Igreja Católica Romana e os
últim os dias, voL I / D ave Hunt; tradução: Mary Schultze,
Jarbas Aragão. — Porto Alegre: Actual, 2001.
344 p. ; 15x22cm .
ISB N 8 5 - 8 7 2 7 8 - 1 8 - 5
Tradução de: A woman rides the beast: the Catholic Church
and the last days.
1. Igreja Católica - Literatura polêmica. 2. Bíblia — Profecias.
3. Apocalipse - Crítica, interpretação, etc. 4. Fim do mundo. I.
Título.
CDD: 230.2
Introdução: Uma Tentativa Para Derrubar a Reforma.................. 7
t . A Mulher Montada na Besta...................................................... 15
2. Razão Para Crer.............................................................................21
3. Uma Conspiração da Páscoa?..................................................... 31
4. Uma Revelação Progressiva.........................................................41
5. Mistério: Babilônia........................................................................ 55
6. A Cidade Sobre Sete M ontes......................................................71
7. Fraude e História Forjada............................................................. 91
8. Linha Ininterrupta de Sucessão Apostólica?........................... 103
9. Hereges Infalíveis?..................................................................... 113
10. Infalibilidade e Tirania............................................................... 125
11. Sobre Esta Pedra?....................................................................... 149
12. A Mãe Profana............................................................................165
13. Sedutora de Almas................................................................... 181
14. Uma Metamorfose Incrível........................................................201
15. Alianças Profanas....................................................................... 217
16. Domínio Sobre Reis....................................................................231
17. Sangue dos M ártires..................................................................247
18. Pano de Fundo Para o Holocausto........................................... 269
Apêndice A: O Purgatório.........................................................283
Apêndice B: As Indulgências.................................................... 295
Apêndice C: Domínio Sobre Reis: Mais Documentação.......305
Apêndice D: A Infalibilidade Papal e a Sucessão Apostólica... 313
Glossário..................................................................................... 319
N otas........................................................................................... 323
lim a Tentativa
Para Derrubar a
Reforma
O evento mais significativo dos últimos 500 anos da história
eclesiástica foi apresentado como um fato consumado em 29 de
março de 1994. Naquele dia líderes católicos e evangélicos ameri
canos assinaram uma declaração conjunta intitulada “Evangélicos e
Católicos Unidos: a Missão Cristã no Terceiro Milênio” . Esse do
cumento, sem dúvida, visava reverter os efeitos da Reforma e cau
sou uma inquestionável repercussão no mundo cristão, que persis
tirá por muitos anos.
Esse acontecimento preocupante foi o ápice de planejamentos e
negociações cuidadosas que duraram cerca de dois anos. Cada pas
so foi continuamente monitorado e aprovado pelo Vaticano. O New
York Times deu a notícia em primeira mão, que foi reproduzida em
todos os jornais americanos no dia 30 de março. Iremos citá-la aqui
parcialmente:
dindo aos seus rebanhos que dêem um importante passo de fé: acei
tarem-se mutuamente como cristãos. No que está sendo chamada de
"declaração histórica", evangélicos, inclusive Pat Robertson e Charles
Colson (um dos principais mentores) juntaram-se aos atuais líderes
católicos conservadores para estreitarem os laços de fé que unem os
maiores e politicamente mais importantes grupos religiosos dos Esta
dos Unidos. Eles pediram que católicos e evangélicos parem com o
proselitismo agressivo do rebanho alheio, algo feito por ambas as
partes.
John White, presidente do Geneva College e ex-presidente da As
sociação Nacional dos Evangélicos, disse que a declaração represen
ta um "momento triunfal" na vida religiosa americana, após séculos
de desconfianças...
Outros evangélicos também são simpatizantes do movimento, in
cluindo os líderes da Junta de Missões Nacionais e da Comissão de
Vida Cristã da maior denominação protestante dos Estados Unidos: a
Convenção Batista do Sul (que se reuniram em um local diferente); Biil
Bright, fundador da "Cruzada Estudantil e Profissional Para Cristo"...;
Mark Noll, da Universidade de Wheaton, [Os Guiness, Jesse Miran
da, (das Assembléias de Deus Americanas), Richard Mouw (diretor do
Seminário Teológico Fulier), J. I. Packer e Herbert Schlossbergj.
Robert Simonds, presidente da Associação Nacional dos Evan
gélicos dos Estados Unidos, com sede no sul da Califórnia, “aplau
diu a declaração” e disse que espera que ela traga “uma crescente
cooperação entre evangélicos e católicos...” Outros líderes evangé
licos também assinaram a declaração, enquanto alguns a denuncia
ram como sendo uma traição à Reforma. Ironicamente o audacioso
movimento “para unir católicos e evangélicos” poderá dividir os
evangélicos como nenhuma outra coisa seria capaz de fazê-lo - al
go já percebido pelos que apoiam esse movimento.
O documento de 25 páginas reconhece, sem comprometimento,
algumas diferenças básicas entre católicos e evangélicos (tais como
o significado do batismo e a autoridade das Escrituras). Infeliz
mente, a diferença mais importante - o que significa ser cristão -
não é mencionada. De fato, nega-se que tal diferença exista. Esse
comprometimento do Evangelho é que está no cerne deste acordo.
O elernento-chave por trás dessa histórica declaração conjunta é
a anteriormente inimaginável admissão, por parte dos líderes evan-
Introdução * 9
História de Perseguição
Além disso, os profetas declararam que esse povo espalhado não
apenas seria difamado, denegrido e discriminado, mas:
6) Seria perseguido e assassinado como nenhum outro povo na
face da terra, fato que a história atesta com eloquente testemunho,
pois foi exatamente o que aconteceu aos judeus, século após sécu
lo, onde quer que fossem encontrados. O registro histórico de ne
nhum outro grupo étnico ou nacional contém algo que ao menos se
aproxime do pesadelo de terror, humilhação e destruição que os ju
deus têm suportado no decorrer da história pelas mãos dos povos
entre os quais foram espalhados.
Vergonhosamente, muitos que afirmavam ser cristãos e, portan
to, seguidores de Cristo, Ele mesmo um judeu, estavam na linha de
frente da perseguição e extermínio dos judeus. Havendo ganho
completa cidadania no Império Romano pagão, em 212, sob o Édi
to de Caracalla, os judeus se tomaram cidadãos de segunda classe e
objeto de incrível perseguição depois que o imperador Constantino
supostamente tornou-se cristão. A partir daí, os que se chamavam
cristãos tomaram-se mais cruéis com os judeus do que os pagãos
jamais haviam sido.
Os papas católicos romanos foram os primeiros a fomentar ao
máximo o anti-semitismo. Hitler, que permaneceu católico até o
Razao Para Crer • 25
Preservação e Renascimento
Deus declarou que, apesar de tais perseguições e massacres pe
riódicos,
7) Ele não permitiria que o Seu povo fosse destruído, mas o pre
servaria como um grupo étnico e nacional identificável (Jeremias
30.11; 31.35-37, etc.). Os judeus teriam toda razão de se mistura
rem através de casamentos [com os gentios], de mudarem seus no
mes e de esconderem sua identidade de todas as maneiras possí
veis, a fim de escaparem à perseguição. Por que preservaram sua li
nhagem sanguínea, se não possuíam uma terra própria, se a maioria
2 6 • A Mulher Montada na Besta
“Paulo... por três sábados arrazoou com eles (os judeus em sua
sinagoga) acerca das Escrituras... que o Cristo padecesse e ressur
gisse dentre os mortos... é o Cristo [Messias], Jesus, que eu vos
anuncio1’.
- Paulo, em um dos seus sermões típicos (Atos 17.2-3)
Uma Conspiração
da Páscoa?
As profecias concernentes ao segundo tema mais importante da
Bíblia (a vinda do Messias), são ainda mais numerosas e detalha
das do que as que dizem respeito a Israel. Já tratei desse assunto
em meus livros anteriores, por isso iremos resumir brevemente al
gumas delas aqui. Até mesmo os críticos mais anticristãos, que ne
gam categoricamente que Jesus de Nazaré seja o Salvador do mun
do, admitem que muitas das profecias messiânicas foram cumpri
das em Sua vida e crucificação. Na tentativa de diminuir a
importância desse fato, algumas teorias bizarras foram inventadas.
Um exemplo típico dessas tentativas foi um livro e um filme (ne
nhum deles foi um grande sucesso), lançados alguns anos atrás, in
titulados A Conspiração da Páscoa. Sua tese era que Jesus, conhe
cendo algumas das profecias messiânicas do Antigo Testamento,
conspirou com Judas para cumpri-las, aparentando ser Ele o Mes
sias prometido.
Contradição Inconsistente?
Obviamente é ridículo pensar que Jesus deixou-Se crucificar a
fim de convencer um pequeno bando de seguidores incultos e inep
32 • A Mulher Montada na Besta
tos de que Ele era o Cristo. De fato, nem Seus discípulos nem qual
quer outro judeu, inclusive João Batista, poderia crer (embora as
profecias fossem claras, como Cristo sempre explicou) que o Mes
sias seria crucificado. Na verdade Sua morte até parecia ser uma
prova de que Ele não era o Messias, e cumprindo assim, literal
mente, as profecias referentes à Sua crucificação, como Ele o fez,
não seria o meio mais apropriado de conseguir seguidores. A ver
dade é que a morte de Cristo, segundo as profecias ocorreu para
pagar a penalidade pelos nossos pecados.
As profecias referentes à Sua morte (Salmo 22.16; Isaías 53.5;
8-10; Zacarias 12.10, etc.) eram evitadas pelos judeus, como misté
rios impenetráveis, pois pareciam totalmente destoantes das outras,
as quais declaravam claramente que o Messias haveria de subir ao
trono de Davi e governar um reino magnífico. Como poderia o
Messias estabelecer um reino e uma paz sem fim (Isaías 9.7) e ao
mesmo tempo ser rejeitado e crucificado pelo Seu próprio povo?
Parecia impossível que ambas fossem verdadeiras, por isso os in
térpretes judeus simplesmente ignoravam o que não fazia sentido
para eles.
O fato dos judeus terem conseguido crucificar Jesus foi a prova
v final e triunfante para os rabinos, e serviu como uma frustrante mas
inegável evidência para o povo judeu e para os Seus discípulos
mais devotados de que Jesus de Nazaré não podia ser o Messias. O
reino messiânico que havia sido profetizado não tinha sido estabe
lecido e Ele não havia trazido paz a Israel, livrando-o dos seus ini
migos. Sendo assim, na melhor das hipóteses Ele era um impostor
bem-intencionado e, na pior delas, uma fraude deliberada. Esse
continua sendo o argumento da maioria dos judeus hoje em dia.
Existia, porém, uma maneira de reconciliar essas aparentes con
tradições: o Messias deveria vir duas vezes, a primeira para morrer
pelo pecado dos homens e a segunda para reinar assentado sobre o
trono de Davi. Mesmo que Jesus tenha explicado esses fatos antes
deles acontecerem, ninguém conseguiu entendê-los. Seria preciso
que Ele ressuscitasse para abrir os olhos cegos.
Evidência Conclusiva
Paulo, que não havia conhecido Cristo antes dEle ser crucifica
do, de repente se tomou a maior autoridade naquilo que Jesus ha
Uma Conspiração Pascal? • 37
Um Império Dividido
As duas pernas da estátua simbolizavam profeticamente a divi
são do quarto império, o Romano, em Oriental e Ocidental, e as
sim aconteceu. No ano 330, Constantino estabeleceu Constantino
pla (hoje Istambul) como sua nova capital imperial, deixando o
bispo de Roma encarregado do Ocidente, fazendo que assim tudo
ficasse pronto para a divisão política e religiosa final do império.
A ruptura religiosa definitiva aconteceu em 1054, quando a Igreja
Ortodoxa Oriental se desligou da Igreja Católica Romana Ociden
tal e o papa Leão IX excomungou o patriarca de Constantinopla,
Miguel Cerulário. A divisão entre o catolicismo romano e os orto
doxos orientais permanece até hoje e foi o que causou as guerras
sangrentas que dizimaram a Iugoslávia, resultando na independên
cia da Croácia e da Bósnia-Herzegóvina, como iremos documentar
posteriormente.
O Império Romano foi politicamente reativado várias vezes no
Ocidente - por exemplo, no ano 800, com Carlos Magno. Os rei
nos do Oriente e Ocidente, contudo, nunca mais foram reunifica
dos. O Império Romano, como um todo, deixou de existir politica
mente, mas a sua religião continuou crescendo e se espalhou por
todo o mundo. Hoje a Igreja Católica Romana já tem mais de 1 bi
Uma Revelação Progressiva * 4 3
A Importância da Profecia
Os dedos da estátua vista pelo rei Nabucodonosor representa
vam os dez reis futuros, aos quais Daniel 2.44 se refere, usando
uma linguagem objetiva e inequívoca: “...nos dias destes reis, o
Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído...”
Apesar do Império Romano jamais ter sido governado por dez reis
ao mesmo tempo, essa simples declaração nos diz que ele será res
taurado sob dez governantes, os quais serão dirigidos, sem dúvida,
pelo Anticristo.
Esse versículo da Escritura convenceu os discípulos de Cristo (e
também João Batista e os rabinos), que não era a hora de Cristo
assumir o trono de Davi, Seu pai. A razão era óbvia: naquele tem
po não havia dez reis governando o Império Romano. A falta de
entendimento dessa profecia levou os que viveram na época de
Cristo a ficarem decepcionados quando Ele não estabeleceu ime
4 4 • A Mulher Montada na Besta
Surge o Dragão
À medida que a profecia se desenrola, a quarta besta de Daniel
aparece a João como “um dragão grande, vermelho, com sete ca-
4 6 • A Mulher Montada na Besta
Ressurreição Satânica?
Durante o desenrolar posterior da revelação da quarta besta,
João viu “uma de suas cabeças como golpeada de morte, mas essa
ferida mortal foi curada e toda a terra se maravilhou, seguindo a
besta” (Apocalipse 13.3). Para muitos intérpretes, essa revelação
significa que o próprio Anticristo será morto e voltará a viver. Ou
tros crêem que uma figura do Anticristo que viveu no passado, co
mo Hitler ou Nero, voltará a viver e será o governante na nova or
dem mundial. Muito ao contrário, nenhuma figura do passado nem
o Anticristo voltarão do túmulo porque Satanás não tem o poder
de criar vida. (Isso não elimina a possibilidade de que o mundo se
ja enganosamente levado a crer que uma ressurreição aconteceu.
Entretanto, o texto de Apocalipse 13.3 não apóia essa idéia).
O fato de uma das cabeças ter recebido um golpe mortal não in
dica que a besta tenha morrido, mas sim que ela foi apenas ferida.
Embora se diga que as cabeças representam reis, não poderia ser
literalmente um rei que foi morto e ressuscitou, como já explica
mos. A besta e suas cabeças representam várias coisas ao mesmo
tempo: reis, reinados, Satanás, o Anticristo e o Império Romano
restaurado. Este último traz consigo elementos de morte e aparente
ressurreição. O Império Romano realmente “morreu”, embora não
completamente, uma vez que os seus fragmentos permaneceram,
juntamente com a eterna esperança da ressurreição final. Quando
essa “ressurreição” acontecer, sob o governo do Anticristo, será
como se o império - e não uma pessoa - voltasse da morte. Tam
bém está claro que Deus pretende estabelecer Seu reino na terra e
que esse Império Romano restaurado encontra-se em Seu caminho
e deverá ser destruído para que o Reino de Deus seja estabelecido.
Isso foi mostrado bem no início dessa revelação progressiva, re
Uma Revelação Progressiva ♦ 4 9
A Paganização do Cristianismo
Quando o Imperador Constantino supostamente tomou-se cris
tão, no ano 313 (algo que, na verdade, foi uma astuta manobra po
lítica), deu liberdade aos cristãos e deu status oficial ao cristianis
mo conjuntamente com o paganismo. Uma vez que a Igreja agora
se tomara uma instituição religiosa absorvida pelo Império, Cons
tantino, como imperador, precisava ser reconhecido como seu líder
<<defacto,\ E como tal, ele convocou o primeiro concílio ecumêni
co, o de Nicéía, em 325, estabeleceu os assuntos a serem tratados,
fez o discurso de abertura e o presidiu, não estando interessado na
verdade do Evangelho, mas sim na unificação do seu império. Car
los Magno fez algo semelhante no Concílio de Chalon, 500 anos
mais tarde. Constantino foi o primeiro ecumenista e introduziu o
erro numa Igreja cristã já cansada de tanta perseguição.
Ao mesmo tempo em que dirigia a Igreja cristã, continuava enca
beçando o sacerdócio pagão, celebrando cerimônias pagãs e endos
sando a edificação de templos pagãos, mesmo depois de começar a
construir as primeiras igrejas cristãs. Como chefe do sacerdócio pa
gão, ele era o Pontifex Maximus (sumo pontífice) e precisava de um
título semelhante como cabeça da Igreja Cristã. Os cristãos o honra
ram com o título de “bispo dos bispos”, enquanto Constantino pre
feriu dar a si mesmo o título de Vicarius Christi (vigário de Cristo).
Ele queria dizer que era um “outro Cristo”, agindo no lugar de Cris
to. Quando traduzido para o grego, podemos ver que Vicarius Chris
ti significa literalmente Anticristo. Constantino era o protótipo do
Anticristo profetizado na Escritura, o qual ainda está por vir.
Na Idade Média os bispos de Roma começaram a afirmar que
eram os novos representantes de Cristo na terra. Exigindo que a
Uma Revelação Progressiva * 51
A Conexão Babel
Sem dúvida existe uma conexão com a antiga Babilônia. O no
me na fronte da mulher estabelece isso. O que poderia significar
esse nome para o mundo dos “últimos dias”, logo antes da Segunda
Vinda de Cristo? Obviamente ele deve se referir a alguma peculia
ridade comum aos quatro impérios - um elemento importante do
primeiro império, Babilônia, ainda que seja predominante no quar
to império, Roma.
Uma das características mais importantes, comum a todos eles,
foi a união existente entre o trono e o altar, entre príncipe e sacer
dote. A separação entre Igreja e Estado ainda era algo desconheci
do; na verdade, o que ocorria era o oposto. Os sacerdotes pagãos -
astrólogos, magos, adivinhos, bruxos - eram os conselheiros mais
chegados do imperador e geralmente a influência oculta que con
trolava o império. Desse modo, um dos aspectos principais desta
mulher, que é tanto uma cidade quanto uma entidade espiritual, se
rá sua relação adúltera com os governantes seculares.
A união entre Igreja e Estado persistiu nos dias da antiga Babilô
nia até após a ascensão de Roma, o quarto império mundial da vi
são de Daniel. Como já vimos, os imperadores romanos, como ou
tros governantes antigos, encabeçavam o sacerdócio pagão e eram
adorados como deuses. Além do mais, como a religião era o fator
Mistério; Babilônia * 57
Metn Kampf [Minha Luta, livro escrito por Hitler] já era um cam
peão de vendas muito antes que o povo germânico, votando livre
mente na eleição do Reichstag, em setembro de 1930, aumentasse
de 12 para 107 as cadeiras nazistas, fazendo dele o maior partido
da Alemanha. Naquele momento Hitler já havia dito em Minha Luta
(usaremos uma de suas ameaças típicas): "Se no começo [da I Guer
ra Mundial] tivéssemos envenenado 12 ou 15 mil desses hebreus que
Mistério: Babilônia • 63
Resposta a um Enigma
O enigma da Alemanha é o mesmo da Rússia, da China, Vietnã,
Cuba, Haiti, Iugoslávia, África do Sul, e do mundo todo de hoje.
Por outro lado, não se trata de algo enigmático se aceitarmos o te$-
6 6 • A Mulher Montada na Besta
de 2000 anos tem sido conhecida como a cidade dos sete montes.
Essa cidade é Roma. A Catholic Encyclopedia [Enciclopédia Cató
lica] declara: “É dentro da cidade de Roma, chamada de cidade dos
sete montes, que se localiza todo o território do Vaticano”. [1]
É verdade que existem outras cidades, tais como o Rio de Janei
ro, que também foram construídas sobre sete montes. Por conse
guinte, João fornece pelo menos mais sete características que limi
tam a identificação somente a Roma. Examinaremos cada uma de
talhadamente nos capítulos seguintes. Entretanto, para mostrar
onde queremos chegar, vamos listá-las agora, analisando-as resu
midamente. Como veremos, existe apenas uma cidade na terra, a
qual, tanto na perspectiva histórica como na contemporânea, passa
em todos os testes propostos por João, inclusive em sua identifica
ção como “Mistério: Babilônia”. Essa cidade é Roma, e mais espe
cificamente o Vaticano.
Até mesmo o apologista católico Karl Keating há muito tempo
admite que Roma tem sido identificada como a Babilônia. Ele afir
ma que a declaração de Pedro: “Aquela que se encontra em Babilô
nia.... vos saúda...” (1 Pedro 5.13), prova que Pedro estava escre
vendo de Roma. Keating explica:
Quem é a Meretriz?
A primeira coisa que se conta sobre a mulher é que ela é uma
“meretriz” (Apocalipse 17.1), “com quem se prostituíram os reis
da terra” (v. 2) e que “com o vinho de sua devassidão, fo i que se
embebedaram os que habitam na terra ” (v. 3). Por que uma cidade
seria chamada de prostituta e acusada de se prostituir com reis? Tal
acusação jamais poderia ser dirigida a Londres, Moscou ou Paris -
ou qualquer outra cidade comum. Não faria sentido.
Prostituição e adultério são usados na Bíblia tanto em sentido fí
sico como espiritual. Sobre Jerusalém, Deus diz: “Como se fez
prostituta a cidade f ie i’ (Isaías 1.21). Israel, que Deus havia sepa
rado dos outros povos, para ser santo segundo os Seus propósitos,
havia feito alianças profanas e adulteras com nações vizinhas que
adoravam ídolos. "...Porque adulterou, adorando pedras e árvores
[ídolos]” (Jeremias 3.9). “E com seus ídolos adulteraram” (Eze-
quiel 23.37). O capítulo 16 de Ezequiel explica detalhadamente o
adultério espiritual de Israel, tanto com as nações pagãs, como com
seus falsos deuses, como muitas outras passagens da Bíblia tam
bém o fazem.
Não há como uma cidade se engajar literalmente em fornicação
carnal. Então só podemos concluir que João, como os profetas do
Antigo Testamento, está usando o termo no sentido espiritual. Por
tanto, a cidade deve ter uma relação espiritual com Deus. De outro
modo, tal alegação não teria significado.
Embora construída sobre sete montes, não haveria razão para se
acusar o Rio de Janeiro de fornicação espiritual. Essa cidade não
afirma ter uma relação espiritual com Deus. Embora Jerusalém te
nha tal relação espiritual, não pode ser a mulher montada na besta,
pois não foi construída sobre sete montes, nem preenche outros cri
térios pelos quais essa mulher será identificada.
A acusação de adultério só poderia ser feita contra uma outra ci
dade na história. Essa cidade é Roma, mais especificamente a Ci
dade do Vaticano. Desde o início ela alega ter sido o quartel-gene
ral do cristianismo e mantém essa afirmação até hoje. O papa, en
tronizado em Roma, afirma ser o único representante de Deus, o
7 4 ♦ A Mulher Montada na Besta
Roma - Vaticano
Alguns podem objetar que Roma, e não a pequena parte conhe
cida como Cidade do Vaticano, é que está edificada sobre sete ■
montes e além disso o Vaticano não pode ser chamado de “grande
cidade”. Embora ambas as objeções sejam verdadeiras, as palavras
“Vaticano” e “Roma” são usadas universalmente sem distinção. Do
mesmo modo que se alguém se referisse a Washington estaria fa
lando sobre o governo que dirige os Estados Unidos, quem se refe
re a Roma trata da hierarquia que governa a Igreja Católica,
Tome-se, por exemplo, um cartaz empunhado por um manifes
tante na Conferência Nacional dos Bispos Católicos realizada em
Washington D.C. em 1993. Esse cartaz tinha como objetivo protes
tar contra qualquer um que não concordasse com o papa. Nele esta
va escrito: “SIGA ROMA OU SIGA EM FRENTE”.[5] Obviamen
te que, ao dizer “Roma” , estava se referindo ao Vaticano. Isso é al
go comum. Roma e o catolicismo estão tão interligados, que a
Igreja Católica é conhecida como Igreja Católica Romana ou sim
plesmente Igreja Romana.
Além disso, por mais de 1000 anos a Igreja Católica Romana
exerceu tanto o controle religioso como o civil sobre toda a cida
de de Roma e seus arredores. O papa Inocêncio III (1198-1216)
aboliu o Senado Romano secular e colocou a administração de
Roma diretamente sob o seu comando. O Senado de Roma, que
havia governado a cidade sob os césares, havia sido chamado de
Cúria Romana. Esse nome, conforme o Pocket Catholic Dictio
nary [Dicionário de Bolso do Catolicismo], é agora a designação
“de todo o conjunto de escritórios administrativos e judiciais, atra
vés dos quais o papa dirige as operações da Igreja Católica”.[6]
A autoridade do papa se estende até mesmo aos grandes territó
rios fora de Roma adquiridos no século VIU. Naquele tempo, com
a ajuda de um documento feito pelos papas e deliberadamente frau
dado, conhecido como A Doação de Constantino, o papa Estêvão
III convenceu Pepino, rei dos francos e pai de Carlos Magno, de
A Cidade Sobre Sete M ontes • 77
Enriquecimento Ilícito
A incrível riqueza da mulher atraiu logo a atenção de João. Ela
se vestia de “púrpura e escarlata, adornada de ouro, de pedras
preciosas e de pérolas, tendo na mão um cálice de ouro transbor
dante de abominações e com as imundícias da sua prostituição”
(Apocalipse 17.4). As cores púrpura e escarlate uma vez mais iden
tificam a mulher tanto com a Roma pagã como com a cristã. Eram
essas as cores dos césares romanos, que os soldados usaram ao co
brirem Cristo com um manto, cham ando-0 zombeteiramente de
“rei” (Mateus 27.28 e João 19.2-3). O Vaticano tomou-as para si e
até hoje as cores do clero romano são as mesmas das vestes da mu
lher. A enciclopédia acima mencionada também diz:
Cappa Magna
Uma capa com uma longa cauda e um capuz para cobrir os om
bros... era de lã púrpura para os bispos; para os cardeais era de se
da tingida de escarlate (para celebrar o Advento, a Quaresma, a
Sexta-Feira Santa e o conclave, era de lã púrpura); e de seda rosa-
claro para os domingos Gaudete e Laetare; a do papa era de veludo
vermelho, usada nas Matinas de Natal, e a sarja vermelha para ou
tras ocasiões.
Batina (ou Sotaina)
Roupa até o calcanhar usada pelo clero católico como sua vesti
menta oficial... A cor para os bispos e outros prelados é púrpura, pa
ra os cardeais é escarlate..."[8]
O ílcálice de ouro em sua mão” novamente identifica a mulher
com a Igreja Católica Romana. A Catholic Encyclopedia diz sobre
o cálice: “[é] o mais importante dos vasos sagrados... deve ser de
ouro ou de prata; se for de prata nesse caso, seu interior deve ser fo
lheado a ouro”. [9] A Igreja Católica Romana possui milhares de cá
lices de ouro maciço guardados em suas igrejas ao redor do mundo.
Até mesmo a cruz de Cristo, outrora suja de sangue, foi agora trans
formada em uma cruz de ouro, cravejada de pedras preciosas, como
reflexo da grande riqueza de Roma. A Catholic Encyclopedia diz:
“A cruz peitoral (pendurada numa corrente ao redor do pescoço e
usada por abades, bispos, arcebispos, cardeais e pelo papa) deve ser
feita de ouro e... decorada com pedras preciosas...” [10]
A Cidade Sobre Sete M ontes • 79
foi reunir todos os judeus numa sinagoga e atear fogo nela. Esses
fatos históricos não podem ser varridos para debaixo do tapete do
ecumenismo como se jamais tivessem acontecido.
Nem pode o Vaticano fugir da grande responsabilidade pelo Ho
locausto nazista, o qual era bem conhecido por Pio XII, apesar do
seu silêncio completo, durante toda a guerra, sobre um dos seus as
suntos mais importantes.[22] O envolvimento do catolicismo no
Holocausto será examinado mais tarde. Se o papa tivesse protesta
do, como os representantes das organizações judaicas e as Forças
Aliadas lhe pediram que fizesse, ele teria condenado sua própria
Igreja. Os fatos são inegáveis:
O Dogma Desconhecido
Ao contrário do que se ensina aos católicos, o ofício papal não
começou com o apóstolo Pedro. Ele teve origem centenas de anos
antes do bispo de Roma tentar controlar o resto da igreja e muitos
séculos antes que essa primazia fosse aceita por todos. Em 449, a
carta de Leão o Grande a Flaviano não foi aceita até que o Concílio
de Calcedônia a aprovasse. “O próprio papa Leão [I] reconheceu
que esse tratado não podia tomar-se uma regra de fé, até ter sido
confirmado pelos bispos”.[11]
Houve oito concílios da Igreja antes que o Cisma de 1054 a di
vidisse em Católica Romana e Oriental Ortodoxa, quando o bis
po de Roma e o patriarca de Constantinopla se excomungaram
mutuamente. Nenhum desses oito concílios foi convocado pelo pa
pa, mas sim pelo Imperador, que também deu sua aprovação aos
decretos. Quanto à autoridade papal, um historiador católico nos
lembra:
mas sim por outros, após a sua morte. Isso freqüentemente ocorre
de um modo profano, conforme veremos.
Além do mais, não há registro algum de que Pedro tenha sido
bispo em Roma, portanto nenhum bispo de Roma poderia ser o seu
sucessor. Irineu, bispo de Lyon (178-200), forneceu uma lista dos
primeiros 12 bispos da capital do império. Lino foi o primeiro. O
nome do “chefe dos apóstolos” não aparece. Eusébio de Cesaréia,
o pai da História da Igreja, nunca o mencionou como bispo de Ro
ma. Ele diz simplesmente que Pedro esteve naquela cidade “no fim
de seus dias” e lá foi crucificado. Paulo, ao escrever sua Epístola
aos Romanos, saúda muitas pessoas pelo nome, mas não menciona
Pedro. Essa seria uma estranha omissão se o líder dos apóstolos es
tivesse vivendo em Roma e, especialmente, se fosse seu bispo!
tempo para tentar verificar sua exatidão, concluirá que a Igreja for
jou uma lista oficial a fim de justificar o papado e suas pretensões.
Verá também que o bispo de Roma só veio a ser considerado o pa
pa da Igreja universal cerca de 1000 anos após o Pentecostes!
Sucessão Apostólica?
Durante séculos os cidadãos de Roma se consideraram no direito
de eleger o bispo de Roma. Este costume é uma prova de que ele ti
nha jurisdição apenas sobre aquele território, pois se pudesse co
mandar toda a Igreja, então todos os seus membros estariam envol
vidos em sua escolha. Houve tempos em que o direito de eleger
seus próprios bispos lhes foi negado. Então os cidadãos de Roma se
revoltaram e impuseram sua vontade sobre as autoridades civis e re
ligiosas locais. Como poderia tal pressão, baseada na violência, ser
chamada de sucessão apostólica, sob a direção do Espírito Santo?
Os feudos eram governados pelas famílias poderosas (Collona,
Orsini, Annibaldi, Conti, Caetani, e assim por diante), que por sé
culos disputaram o papado. Por exemplo, Bonifácio VIII, um Cae
tani, teve de lutar contra os Collona para ficar no poder. No apogeu
do seu governo representantes de todo o cristianismo Ocidental fo
ram a Roma para o grande jubileu, em 1300. Porém, três anos de
pois ele foi deposto por emissários de Filipe, o Louro, da França.
Assim sendo, naquela época Roma tomou-se possessão francesa.
Como consequência, o papado foi transferido para a França. Entre
1309 e 1137 todos os papas eram franceses e residiram em Avig
non. Tais manobras políticas dificilmente poderiam manter uma li
nha ininterrupta de sucessão!
Os papas eram tanto empossados quanto depostos pelos exérci
tos imperiais ou pelas multidões romanas. Alguns foram assassina
dos. Mais de um foi executado por um marido ciumento que o en
controu na cama com sua esposa - parece que assim seria difícil
haver uma sucessão apostólica. Muitas vezes o dinheiro e/ou a vio
lência determinavam quem seria o “sucessor de Pedro”. Não é de
admirar que no Acordo de Worms (feita entre o papa Calixto II e o
Imperador Henrique V, em 23 de setembro de 1122), o papa tenha
sido levado a jurar que a eleição dos bispos e abades aconteceria
“sem simonia e sem violência a]guma”[3], como era característico
das decisões da Igreja.
106 • A Mulher Montada na Besta
Sexo e Sucessão
Alguns papas foram colocados no ofício por suas amantes - seis
deles por prostitutas (que eram mãe e filha). Teodora de Roma (es
posa de um poderoso senador romano) teve muito sucesso usando
essa estratégia. Ela manipulava os políticos de Roma, gabando-se
do fato de sua filha Morósia ser amante do papa Sérgio III. Conhe
cida como a “amante de Roma”, Morósia não hesitava em ordenar
assassinatos para conseguir o que ambicionava. A própria Teodora
era amante de dois eclesiásticos, os quais ela conseguiu, após a
108 * A Mulher Montada na Besta
As Raízes da Infalibilidade
Outros reis e imperadores já haviam afirmado serem deuses, mas
sua ambição se desvanecia à medida que começavam a guerrear
entre si e seus súditos clamavam por mais liberdade. O que faltava
era uma representação infalível da divindade na terra, a quem os
governantes civis pudessem recorrer em suas disputas. Os papas
começaram a atender essa necessidade e, por volta do século XIII,
já haviam se estabelecido como autoridade suprema sobre toda a
Europa. Um importante historiador católico do século XIX descre
veu como esse monopólio do poder encorajou o despotismo:
Se, portanto, alguém disser que o bendito apóstolo Pedro não foi
nomeado o príncipe de todos os apóstolos e o cabeça visível de toda
a Igreja militante, ou que o mesmo recebeu direta e imediatamente
de nosso Senhor Jesus Cristo apenas o primado de honra e não de
jurisdição verdadeira e própria [sobre toda a Igreja], que seja anáte
ma [excomungado e, portanto, condenado]!
Cerca de 300 anos antes, em 1591, o cardeal jesuíta Roberto
Bellarmine, cuja lealdade ao papa era absoluta, havia declarado
que qualquer mandamento do supremo pontífice deveria ser aceito
e obedecido, não importando o quão maligno ou ridículo fosse.
Obviamente ele não conseguiu apresentar apoio algum, seja bíbli
co, lógico ou da tradição, para uma visão tão extremista, que aca
bava com a responsabilidade moral da pessoa diante de Deus, tão
1 1 6 * A Mulher Montada na Besta
papa João XXII (1316-1334) tinhas suas próprias razões para negar
a infalibilidade papal. Não fossem os franciscanos os maiores
egoístas, João teria aceitado a idéia como útil aos seus propósitos.
Entretanto, ele odiava os franciscanos por causa do voto de pobre
za que faziam, o qual condenava o seu estilo de vida extravagante.
Ele havia amealhado uma imensa fortuna ‘"explorando os pobres,
vendendo ofícios de clérigos, indulgências e perdões divinos”.[7]
João XXII condenou veementemente como heresias, tanto o modo
franciscano de vida como a comenda de Nicolau III
Para justificar o fato de estar contradizendo outro papa, João es
creveu sua bula Qui quorundam (1324), uma afirmação dogmática
de doutrina feita a toda a Igreja e, portanto, infalível pelas regras
de hoje. Nela João XXII rejeitava a doutrina da infalibilidade papal
classificando-a de “uma obra do diabo”.
Embora fosse seguidamente apontado como um exemplo de um
verdadeiro herege, João XXII continuou no “santo ofício” por 18
anos, praticando suas maldades e seu nome vergonhosamente per
manece até hoje na lista oficial dos “vigários de Cristo” do Vati
cano. Ele foi descrito por um historiador católico como sendo
“cheio de avareza, mais mundano do que um cafetão e com um
risada que ressoava com uma comprovada malícia”.[8] Mesmo as
sim, ele é um elo essencial na suposta linha da sucessão apostó
lica desde Pedro, da qual o representante legítimo atual é João
Paulo II.
O Herege Santo
Milhões de católicos, de quem a verdade histórica tem sido ocul
tada, olham para João XXII como um homem excepcionalmente
santo. Não foi ele favorecido sobre todos os papas por “N. S. do
Carmo” em uma de suas raras aparições? O papa João jurou que a
“virgem Maria” apareceu para lhe fazer uma grande promessa: ela
iria pessoalmente ao purgatório, no primeiro sábado depois de al
guém ter falecido e levaria para o céu todos os que, tendo cumpri-
H ereges Infalíveis? ♦ 119
Contradições, Contradições
Duas pessoas que sustentam opiniões contrárias não podem estar
ambas certas. Mesmo assim, os papas têm quase transformado em
sua ocupação constante o hábito de contradizerem as declarações
importantes uns dos outros. Agapeto (535-536) queimou o anátema
que Bonifácio II (530-532) havia solenemente emitido contra Diós-
corus (530). O último é apresentado como um antipapa, mas Aga
peto, que esteve do lado dele, é mostrado como um papa verdadei
ro. Adriano II (867-872) disse que os casamentos civis eram váli
dos; Pio VII (1800-1823) declarou-os inválidos. Ambos foram
declarados papas legítimos. Nicolau V (1447-1455) anulou “docu
mentos, processos, decretos e censuras contra o Concílio [da Basi
léia]” assinados por Eugênio IV, que deviam “...ser considerados
como jamais existentes”.[10] Mesmo assim, ambos permanecem
na lista oficial dos papas até hoje.
No dia 21 de julho de 1773, o papa Clemente XIV emitiu um de
creto acabando com os jesuítas, entretanto mais tarde, em 7 de
agosto de 1814, um decreto que os restaurava foi emitido pelo pa
pa Pio VII. Eugênio IV condenou Joana d’Arc (1412-1431) a ser
queimada na fogueira como bruxa e herege, porém ela foi beatifi-
cada por Pio X (1903-1914) em 1909 e canonizada por Benedito
XV (1914-1922) em 1920. Hoje, dentro da catedral de Notre Da
me, uma das imagens mais populares é a da santa Joana d’Arc, a
“heroína nacional da França”, com uma grande quantidade de velas
sempre queimando diante de si. Como pôde um “papa infalível”
122 • A Mulher Montada na Besta
Pretensões à Onipotência
A luta da Igreja Católica Romana contra os protestantes envolvia
mais do que simplesmente razões religiosas. A Reforma ia espa
lhando em larga escala o que havia sido suprimido com sucesso
por mais de 1000 anos: liberdade de consciência e os direitos hu
manos básicos. O desejo de liberdade civil entre o povo ia firman
do suas raízes e se expandindo por toda parte. Nada era mais odio
so para o Vaticano, pois a liberdade civil ameaçava os seus funda
mentos. Como escreveu um historiador do século XIX sobre o
papa Clemente XII (1730-1740):
Ventos de Liberdade
Em 1861, o recém-formado reino da Itália, tendo o rei Vittorio
Emanuele II como seu líder, fez de Roma sua capital, embora o pa
pa e suas forças militares ainda a controlassem e dirigissem. Foi a
primeira vez que a Itália, por tanto tempo refém dos poderes euro
peus, se uniu sob um governante italiano. Uma multidão juntou-se
ao longo do Corso, gritando: “Viva a Itália! Viva Vittorio Emanue
le” ! A polícia papal imediatamente abriu fogo contra eles.
O poder absoluto havia corrompido totalmente o papado, e o po
vo da Itália estava determinado a se livrar daquele jugo. Um impor
tante líder italiano daquele tempo escreveu que o tribunal da Santa
Inquisição continuava em plena atividade e que “seu poder secre
to... foi sentido não apenas nas questões religiosas, mas em todas
as outras..,. Sob tal sistema, o homem que tivesse assassinado ou
saqueado outro nada teria a temer da justiça papal”, contanto que
Infalibilidade e Tirania * 1 3 3
Resistindo à Ditadura
As revoluções francesa e americana no século anterior haviam
acendido uma centelha de ressentimento contra os governantes auL
tocratas, a qual se transformou em chama através da Europa. Ne
nhum monarca era mais ditatorial do que o próprio papa. Pio IX
ainda reinou como “rei de Roma” e seus arredores, do mesmo mo
do que tinham feito durante séculos sobre todos os Estados papais.
O anseio crescente pela democracia era uma ameaça à autoridade
papal, ameaça que o Vaticano I poderia certamente derrubar com a
sua dogmática declaração da infalibilidade papal. Isso, segundo o
papa esperava, encerraria o assunto.
No ano anterior à encíclica de Pio IX (como preparação ao Vati
cano I), parcialmente mostrada acima, o próprio Abraão Lincoln
havia se referido aos mesmos itens em Gettysburg. Não poderia ha-
134 • A Mulher Montada na Besta
dos livros proibidos. Pio IX não podia permitir que os bispos les
sem fatos da história como estes:
Pompa e Adulação
Pedro declarou que Cristo nos deixou um exemplo para seguir
mos os seus passos (1 Pedro 2.21). Ele escreveu que os líderes da
igreja não deveriam agir como “dominadores dos que vos foram
confiados”, mas como Cristo, deveriam ser “modelos do rebanho”
(1 Pedro 5.1-3). Que os papas têm desobedecido tanto a Cristo co
mo a Pedro, que eles afirmam ter sido o primeiro papa, fica absolu
tamente claro. Como poderia qualquer membro comum do rebanho
seguir o exemplo do estilo de vida autocrático, luxuoso e altamente
privilegiado dos papas? Os bispos de Roma, em desafio àquele que
dizem ter sido o primeiro papa, são literalmente “senhores” sobre
todos os que estão sob suas ordens. Esse fato tem sido manifesto
durante séculos pela sua conduta tirânica, a qual tem se tomado
mais ofensiva pelo fato da infalibilidade ter se tomado um dogma
católico.
A Doação de Constantino, embora fosse uma fraude (conforme
já vimos), e da qual os papas afirmaram ter recebido sua autoridade
e poder, revela muito sobre a maneira como eles se vestiam, viviam
e agiam durante a Idade Média. Como diz Peter de Rosa:
E fácil concordar com isso, mas até hoje Roma não admitiu seus
erros no que se refere à Inquisição, aos maus tratos e massacres de
dezenas de milhares de judeus, ao martírio de milhões de cristãos,
ao assassinato de um milhão de sérvios durante a II Guerra Mun
dial e à condução de dezenas de milhares de criminosos de guerra
nazistas para esconderijos seguros.
“Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do
Deus vivo. Então, Jesus lhe afirmou: ...tu és Pedro [petros] e sobre
esta pedra [petra] edificarei a minha igreja, e as portas do inferno
não prevalecerão contra ela”.
- Mateus 16.16-18
queles dias os papas não baseavam suas justificativas para a sua au
toridade papal e a suposta sucessão apostólica desde Pedro em Ma
teus 16.18. Se isso ocorresse eles não precisariam de documentos
falsos para autenticar sua posição. Tal aplicação para as palavras
“Tu és Pedro ” foi inventada muito mais tarde.
Quem é a Pedra?
A verdade sobre o assunto não depende da questionada interpre
tação de alguns versículos, mas sim da totalidade das Escrituras. O
próprio Deus é claramente descrito como a “pedra” ou “rocha” in
falível de nossa salvação através de todo o Antigo Testamento.
(Deuteronômio 32.3,4; Salmo 62.1,2, etc.). Na verdade a Bíblia de
clara que Deus é a única pedra: “Pois quem ê Deus, senão o SE
NHOR? E quem é rochedo, senão o nosso Deus?” (Salmo 18.31).
O Novo Testamento toma igualmente claro que Jesus Cristo é a
pedra sobre a qual a Igreja é construída, e que Ele, sendo Deus e
um com o Pai, é, portanto, a Pedra. Cristo e Seus ensinamentos
(Mateus 7.24-29) são rocha onde o “homem prudente edifica a sua
casa”, e não Pedro. O próprio apóstolo Pedro frisa que Cristo é a
“pedra angular” sobre a qual a Igreja é construída (1 Pedro 2.6-8).
E ele cita uma passagem do Antigo Testamento para enfatizar isso.
Paulo, do mesmo modo, chama Cristo “a pedra angular” da
Igreja e declara que a Igreja também é edificada “sobre o funda
mento dos [todos] apóstolos e profetas” (Efésios 2.20). Esta decla
ração nega claramente que Pedro tenha uma posição especial no
fundamento da Igreja.
Os Tiranos do Passado
e o Magistério de Hoje
O grande apóstolo Paulo escreveu que desde que os governan
tes civis não ordenem algo contrário à vontade Deus, todo cris
tão, inclusive os próprios apóstolos, devem obedecer suas ordens
(Romanos 13.1-7). Devemos orar “pelos reis e por todos os que
estão investidos de autoridade” (1 Timóteo 2.1-3). Todos os cris
tãos devem estar sujeitos “aos que governam, às autoridades...”
(Tito 3.1).
Paulo escreveu aos cristãos: “Sujeitai-vos a toda instituição hu
mana p o r causa do Senhor, quer seja ao rei como soberano, quer
às autoridades como enviadas por ele.. ." (1 Pedro 3.13-14). Os pa
pas ensinaram exatamente o contrário: que eles eram os supremos
soberanos e que somente suas leis deveriam ser obedecidas, inclu
sive pelos reis. A submissão total que Roma exige tem sido expres
sa por muitos papas, mas nenhum deles as expressou mais clara
mente do que Nicolau I (858-867):
não pode ser julgada por nenhum homem. Somos, portanto, infalí
veis, e quaisquer que sejam nossos atos, não precisamos prestar con
tas deles a ninguém mais do que a nós mesmos.[5]
Fica claro, tanto na história como nos dogmas oficias da Igreja
ainda vigentes, que Nicolau não estava expressando apenas o seu
fanatismo, mas a visão de todos os papas, que acabou se tomando a
doutrina católica. Conforme o Vaticano 31, a ninguém é permitido
sequer questionar o Magistério em assuntos de fé e moral. Somen
te a hierarquia pode interpretar a Bíblia, e os fiéis devem aceitar es
sa interpretação como se fosse vinda do próprio Deus. Todos de
vem obedecer ao papa, mesmo quando ele não fala ex catedra. Tais
exigências de fé cega são vestígios atuais da atuação tirânica dos
papas através dos séculos.
De acordo com os Pais [da Igreja], Pedro não tinha sucessor al
gum. Eles viam todos os bispos como sucessores dos apóstolos, não
um bispo sucedendo um apóstolo apenas, neste caso, Pedro. Logo,
eles não poderiam sequer ter aceito a alegação de que "o sucessor
de Pedro" deveria dirigir a Sé em Roma.
Também já vimos que todas as declarações de doutrina, especial
mente os credos, não vieram dos papas, mas dos concílios. Nos pri
meiros séculos jamais ocorreu aos bispos de Roma que eles pudes
sem definir doutrinas para toda a Igreja.[8]
160 • A Mulher Montada na Besta
Pedras Instáveis
Depois de ter prometido a Cristo na última ceia que preferia
morrer a negá-lo, Pedro fez exatamente o contrário. “Então, come
çou ele a praguejar e a jurar: Não conheço esse homem!” (Mateus
26.74). Essa é uma negação completa do próprio Cristo e do cris
tianismo como um todo. Pedro era uma “pedra” muito instável pa
ra Cristo ter construído sobre ele a sua Igreja! Porém seus supostos
sucessores foram culpados de coisas ainda piores.
Já mencionamos uma porção deles. Consideremos brevemente
mais um exemplo: o papa Júlio II (1503-1513), sifilítico e infame
mulherengo, pai de inúmeros bastardos. Ele comprou sua posição
no papado. Durante a Quaresma, enquanto os bons católicos fa
ziam dietas rigorosas, ele se deleitava com ricas iguarias. Usando
sua armadura, Júlio muitas vezes conduziu pessoalmente seus exér
citos para a conquista de cidades e territórios, com o objetivo de
expandir os Estados papais. Como poderia ser ele o vigário de
Cristo, que afirmou que o Seu reino não era deste mundo e que por
isso os Seus súditos não lutariam? Dizer tal coisa é zombar de
Cristo e de Seus ensinos.
Sucessores de Imperadores
Lembre-se que nos primeiros tempos da Igreja a infalibilidade
não era atribuída ao bispo de Roma, mas ao seu superior, o impera
dor. O papa Leão I (440-461), por exemplo, concedeu a um impe
rador incrédulo a mesma infalibilidade que Pio IX persuadiu os
membros do Vaticano I a declararem ter sido sempre o poder ex
clusivo dos papas. Leão I disse: “Pela inspiração do Espírito Santo
o imperador não necessita de instrução humana e é incapaz de co
meter erros doutrinários” .[9]
O rasgado louvor que transcrevemos a seguir soa como aquele
que hoje é dado aos papas, mas trata-se de um discurso de Eusébio,
honrando o imperador pagão Constantino depois que este assumiu
a liderança da Igreja:
diante dele, ateava fogo a elas, dizendo... que os bispos eram deu
ses e ninguém podia se atrever a julgá-los.[2]
Se alguém está no mesmo nível dos deuses, que privilégios essa
pessoa deixaria de exigir? Os deuses estão acima da lei. Portanto,
não é de admirar que os papas tenham começado a declarar aberta
mente que tinham poder sobre os reis e seus reinos, sobre todas as
pessoas e que eram suficientemente poderosos para se comporta
rem como tiranos. Aliada a isso estava a pretensa infalibilidade, o
que só fez as coisas piorarem.
Todos os padres e freiras compartilham por associação (embora
em grau menor) desse mesmo absolutismo corrupto e de superiori
dade sobre o laicato. Adicione-se a essa pretensa autoridade “quase
divina” a regra antinatural do celibato (um jugo intolerável que só
uma pequena minoria conseguia suportar) e fica tudo pronto para
que surja toda sorte de mal. Um historiador católico sincero escre
veu:
O fato é que o celibato dos padres poucas vezes deu certo. Na vi
são de alguns historiadores, ele tem causado mais prejuízos morais
do que qualquer outra instituição no Ocidente, incluindo a prostitui
ção...
A prova dos danos causados pelo celibato não procede de fontes
anticatólicas fanáticas, pelo contrário, inclui documentos papais e
conciliares e cartas de santos reformadores. Todos eles apontam nu
ma direção: longe de ser uma candeia acesa no mundo ímpio, o celi
bato dos padres tem sido uma mancha no nome do cristianismo.[3]
torze mil prostitutas são poucas em Roma, pois lá, tanto homens
como mulheres se entregam à prostituição”.[7]
O papa Alexandre VI ameaçou colocar a cidade de Florença
“sob interdição” caso Savonarola não fosse silenciado. Os cidadãos
florentinos obedeceram, com medo de que, como resultado da in
terdição, todos “os comerciantes florentinos de Roma fossem atira
dos na prisão”. [8] O papa queria que Savonarola fosse levado a
Roma para julgamento como herege, mas os senhores de Florença
queriam executá-lo pessoalmente. Depois de assinar confissões que
lhe foram arrancadas através das torturas mais cruéis, Savonarola,
juntamente com dois frades amigos seus, foram enforcados e quei
mados. [9] Mesmo assim, aquele homem que pregou contra a imo
ralidade dos líderes da Igreja e foi assassinado por católicos roma
nos agora é homenageado pelo Vaticano como “um gigante de nos
sa fé, martirizado no dia 23 de maio de 1498”.[10] Que estranha
revisão da história!
Visitando a Alemanha no século VIII, São Bonifácio descobriu
que nenhum dos clérigos honrava os votos de celibato. Ele escre
veu ao papa Zacarias (741-752): “Jovens que passavam sua juven
tude praticando estupros e adultério estavam aumentando as fileiras
do clero. Eles passavam as noites na cama com quatro ou cinco
mulheres, e de manhã se levantavam... para celebrar a missa”. O
bispo Ratúrio lamentava que, se fossem excomungados os padres
que não mantiveram a castidade, “não ficaria um só para adminis
trar os sacramentos, exceto os meninos. Se ele excluísse os bastar
dos, como exigia a Lei Canônica, nem mesmo os meninos [seriam
deixados]. [11]
Até mesmo os idealistas tomavam-se crápulas sem princípios,
porque o sacerdócio era uma das maneiras mais seguras e rápidas
de se conseguir riqueza e poder, e oferecia oportunidades únicas
para os prazeres mais depravados. O papa João Paulo lí, em sua
encíclica Veritatis Splendor [Esplendor da Verdade], condena vee
mentemente a promiscuidade. Devia-se respeitar tal declaração, se
ele admitisse que os seus predecessores no papado foram os pio
res ofensores; que os clérigos, por não poderem casar, tomaram-
se mais dissolutos em matéria de relacionamentos do que os lei
gos; e que a promiscuidade ainda continua espalhada entre o cle
ro católico romano. Caso contrário o Esplendor da Verdade soa
falso.
170 • A Mulher Montada na Besta
Vigários de Cristo?
João XII (955-964), a quem nos referimos antes, tomou-se papa
aos 16 anos de idade. Ele mantinha um harém no palácio de La-
trão, e viveu uma vida de maldade que ultrapassa a imaginação,
chegando até mesmo a fazer um brinde ao Diabo diante do altar de
São Pedro. Líder espiritual da Igreja durante oito anos, João XII
dormia com sua mãe e qualquer outra mulher que pudesse ter à
mão. As mulheres eram admoestadas a não se aproximar da Igreja
de São João de Latrão. Liutprand escreveu sobre esse homem em
seu diário:
A Obrigação do Celibato
O celibato era praticamente desconhecido na Inglaterra, até que
finalmente acabou sendo imposto por Inocêncio IV, por volta de
1250. Muitos padres ingleses eram casados, uma prática há muito
aceita pela Igreja. Mas Roma determinou que teria de pôr fim à de
voção à família de todos os padres e freiras; sua lealdade agora de
veria ser somente à santa Madre Igreja e ao papa. R. W. Thompson
explica porque o celibato tomou-se obrigatório na Inglaterra:
Ele desistira de todos os seus "bens terrenos" quando fez seus vo
tos em 1964, em troca da promessa de que a Igreja cuidaria dele até
a morte. A subliminar condição era de que "vivesse guiado pelos
princípios estabelecidos... pela Igreja Católica Romana... A Igreja -
por concordar com má conduta sexual e financeira - descumpriu sua
parte nos princípios estabelecidos... a Igreja não estava impondo
suas próprias regras, de modo que [eu não] podia viver conforme as
regras da Igreja... com gente roubando e tendo relações sexuais com
garotos".[25]
Hoje os fornicadores “celibatários”, pedófilos e pervertidos são
quase sempre transferidos em silêncio. Em suas novas paróquias
eles continuam a celebrar missas e a desempenhar funções sacer
dotais. Se cometessem o pecado muito mais sério, que é casar, se
riam proibidos de continuar sendo sacerdotes.
Finalmente Expostos
A má conduta dos clérigos católicos romanos do século XX, en
coberta durante décadas, agora está sendo exposta. Um crescente
número de vítimas está agora processando a Igreja. Uma quantia
estimada em um bilhão de dólares já foi paga pela Igreja até agora,
nos Estados Unidos, em acordos fora dos tribunais. A arquidiocese
de Santa Fé, Novo México, está à beira da bancarrota por causa de
aproximadamente 50 processos contra os quais agora está se defen
dendo. “Acredita-se que mais de 45 padres cometeram abuso [se
xual] contra 200 pessoas, num período de 30 anos”.[26] E Santa Fé
não é a única área onde a Igreja enfrenta esse tipo de processos.
Em 1994, a arquidiocese de Chicago provavelmente pagou mais do
que os 2,8 milhões de dólares gastos em acordos no ano anterior. O
problema está se espalhando.
A Mãe Profana • 177
Hipocrisia Desavergonhada
A insistência da Igreja na exigência antinatural e impraticável do
celibato tem conduzido a um sacerdócio de hipócritas que profes
sam uma coisa e vivem outra. De acordo com o National Catholic
Repórter, cerca de “ 10 % dos padres confirmam a aproximação se
xual de outro padre enquanto estavam em treinamento... os diretores
espirituais, mestres de noviços, professores de seminários seguida
mente introduzem o contato sexual em seu ofício espiritual”.[30]
Os bispos do Canadá Ocidental, visitando Roma em setembro de
1993, pediram ao papa, numa série de encontros, para “conceder
uma exceção nos campos culturais e permitir padres casados entre
os povos Inuit e Dene, do norte do Canadá”. O papa foi educado,
mas inflexível. Esses 15 séculos de “infalibilidade” não podem ser
mudados tão facilmente![31]
178 • A Mulher Montada na Besta
Lamento dizer que, peto que conheço deles, desde a minha infân
cia até o momento presente, não existe um grupo de homens mais
corruptos e libertinos em todo o mundo.[35]
No Vaticano II, Paulo VI usou o dogma da infalibilidade papal
para tirar do Concílio itens críticos como o celibato e o controle da
natalidade, sobre os quais ele emitiu sua própria opinião. Exigiu
que todos os padres renovassem os seus votos de castidade, na
“quinta-feira santa” de 1970. Roma não pode mudar sua posição
sobre o celibato se não admitir que os seus papas infalíveis têm es
tado errados por insistirem durante séculos neste ponto, sem terem
respaldo das Escrituras e do Espírito Santo, enquanto os protestan
tes estavam certos o tempo todo.
A hipocrisia de Roma é monumental. Ela continua a discursar para
o resto do mundo sobre assuntos morais e a posar como árbitro e pa
A Mãe Profana • 179
Sérias Divisões
Como já vimos, os papas discordavam e se excomungavam uns
aos outros como hereges (mesmo assim os excomungados perma
182 • A Mulher Montada na Besta
O Grande Cisma
Houve tantas divisões entre os católicos romanos através dos sé
culos como entre os protestantes e elas continuam acontecendo
Sedutora de Almas • 183
A simonla havia sido por muito tempo o pão diário da Cúria Ro
mana e o seu fôlego de vida; sem a simonia é inevitável que a má
quina pare e comece instantaneamente a se desmontar. Os cardeais
tinham, segundo seu próprio ponto de vista, um amplo território para
insistirem na impossibilidade de subsistir sem a simonia. Firmando
um acordo, revoltaram-se contra Urbano e elegeram Clemente Vii,
um homem que os agradava.
Foi assim que de 1378 a 1409 a cristandade ocidental esteve divi
dida entre duas obediências.[5]
Em 1409, Pisa foi o cenário de um sínodo de toda a Eu
ropa, convocado para sanar a disputa. Foi a prim eira vez em
300 anos que os participantes de tal ajuntamento se atreve
ram a falar e votar abertamente. Houve uma sensação de alí
vio e até mesmo de triunfo quando os dois papas reinantes,
Gregório X e Benedito III, foram depostos como hereges e
um terceiro papa, Alexandre V, foi eleito. É claro que n e
nhum dos dois “papas” se submeteu à decisão do sínodo. A go
ra havia três “ vigários de C risto” em vez de apenas dois, exa
tamente como ocorrera 350 anos antes. A situação durou de
1409 até 1415.[6]
Pode ser que uma das “abominações” à qual a mulher da visão
de João deu à luz fosse a de um homem afirmando ser “vigário de
Cristo” e, pior ainda, três homens, todos afirmando ser o verdadei
ro e único representante de Cristo na tenra, cada um amaldiçoando
quem seguisse um dos outros dois? Catarina de Siena, que persua
diu Gregório XI, o sétimo dos papas de Avignon, a retomar a Ro
ma, hoje é reconhecida como uma santa católica. Ela foi um sus
tentáculo forte de Urbano VI, mas ele está presente na lista dos an
tipapas.
184 • A Mulher Montada na Besta
As Piores Abominações
Pouco antes de morrer, Catarina, que tinha longos transes nos
quais supostamente via o céu, o purgatório e o inferno, recebeu
permissão de Deus (assim ela afirmava) “para suportar o castigo de
todos os pecados da humanidade., ” [7] Mesmo que a morte de
Cristo já tenha pago toda a penalidade do pecado, ela foi excomun
gada como herege por tal blasfêmia? Pelo contrário, tão admirada
se tomou por seu “sacrifício” que a Igreja Católica Romana decla
rou-a santa.
A Igreja, 500 anos mais tarde, aceitaria a afirmação de que os
sofrimentos (evidência por estigma sangrento nas mãos, pés e lado
onde Cristo foi perfurado) suportados durante 50 anos[8] pelo
monge chamado Padre Pio também eram pagamento pelos pecados
do mundo. Pio afirmava que mais espíritos de mortos costumavam
visitá-lo em sua cela no mosteiro do que pessoas vivas. Tais espíri
tos vinham agradecer-lhe por pagar os seus pecados com os seus
sofrimentos, para assim poderem ser libertados do purgatório e ir
para o céu. Outros monges testificaram escutar muitas vozes con
versando com o padre Pio à noite. [9]
A Bíblia, entretanto, repetidamente nos assegura que Cristo so
freu a total penalidade do pecado: “No qual temos a redenção, p e
lo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua
graça...” (Efésios 1.7, cf. Colossenses 1.14). Nada restou que os
pecadores tenham que fazer para receber o perdão oferecido pela
graça de Deus. O débito foi totalmente pago: “Está consumado!”,
gritou Cristo em triunfo pouco antes de morrer na cruz (João
19.30). Sugerir outro meio é a mais séria heresia.
João Batista saudou Jesus como “o Cordeiro de Deus que tira o
pecado do mundo ” (João 1.29). Todos os outros (inclusive Pio e os
demais) sendo pecadores ( “todos pecaram...” [Romanos 3.231) te
riam de morrer por seus próprios pecados e, portanto, não pode
riam pagar pelos pecados de outra pessoa. Pedro declarou que
“também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo
[sem pecado] pelos injustos [nós\,p a ra conduzir-vos a. Deus (1 Pe
dro 3.18).
Mesmo assim, Catarina de Siena, Padre Pio e outros “santos so
fredores” são reverenciados e recebem as orações de milhões de
católicos, inclusive do papa atual, por terem sofrido pelos pecados
dos outros. Eles são maiores do que Cristo no sentido de que o so
Sedutora de Almas • 185
Salvação à Venda
A Igreja Católica Romana fez da venda da salvação aos ingê
nuos um grande negócio, com a maior parte de sua grande riqueza
acumulada a partir desta fonte. Ela faz isso em nome de Cristo, que
oferece a salvação como um dom gratuito! Ele disse aos Seus dis
cípulos: “De graça recebestes, de graça dai” (Mateus 10.8). Não
poderia haver abominação maior do que vender a salvação, mas
mesmo assim Roma não tem se arrependido deste mal e continua a
praticá-lo hoje em dia. .
Sob o papa Leão X (1513-1521) - que amaldiçoou e excomun
gou Martim Lutero - foram divulgados pela chancelaria romana
preços específicos a serem pagos à Igreja pela absolvição de cada
crime possível de ser imaginado. Até mesmo o assassinato tinha
seu preço estabelecido. Por exemplo, um diácono culpado de assas
sinato poderia ser absolvido por vinte coroas. Os “malfeitores un
gidos”, como eram chamados, uma vez perdoados pela Igreja neste
sentido, não poderiam ser processado pelas autoridades civis.
A venda de salvação por Leão não era novidade. João XXII
(1316-1334), havia feito o mesmo 200 anos antes, estabelecendo
um preço para cada crime, desde assassinato até incesto e sodomia.
Quanto mais os católicos pecavam, mais rica ficava a Igreja. Um
esquema semelhante a esse tem funcionado na Igreja durante mui
tos anos.
Inocêncio VIII (1484-1492), por exemplo, havia concedido uma
indulgência chamada de Butterbriefe que era válida por 20 anos.
Por uma certa soma podia-se comprar o privilégio de comer os pra
tos favoritos durante a Quaresma e outros tempos de jejum. Era a
maneira de receber o crédito pelo jejum, enquanto era possível de
leitar-se com os mais saborosos alimentos. Além do mais, não
eram os vigários de Cristo que ligavam e desligavam tudo na terra
188 • A Mulher Montada na Besta
necesse sendo o que era, pois “lá, toda conduta duvidosa é permiti
da e protegida, e a partir dela se espalha, por isso, a não ser por mi
lagre, não há esperança de reforma”. [24]
Entre os papas que sucederam Nicolau no suposto trono de
Pedro houve alguns cuja maldade estava além da imaginação.
Von Dollinger fala sobre Paulo II, Sisto IV, Inocêncio III e Ale
xandre VI, alegando que cada um deles “excedeu os vícios do
seu predecessor”. Um contemporâneo disse que Paulo II havia
“transformado a cadeira papal num esgoto de suas corrup
ções”. [25] Peregrinos que iam a Roma com grandes esperanças
voltavam desiludidos, como Martim Lutero, ao declarar que “na
metrópole da cristandade, e no coração da grande mãe e aman
te de todas as Igrejas, o clero, com raras exceções, mantém con
cubinas”.[26] E a Igreja ainda conseguia tirar proveito dessa si
tuação.
Sisto IV (1471-1484), que havia licenciado os prostíbulos de
Roma por uma taxa anual e taxava os clérigos por suas aman
tes, criou um método ainda mais engenhoso de encher os co
fres da Igreja. Algo que seria bastante proveitoso paia os pa
pas que o sucederam. Sisto decidiu que ele, como vigário de
Cristo, poderia aplicar indulgências aos mortos, bem como aos
vivos. Era uma idéia nova, algo em que ninguém havia pensa
do antes e acabou se transformando numa fantástica fonte de
renda.
Que parente vivo poderia recusar-se a comprar o livramento de
pais, tios ou filhos falecidos das torturas do purgatório? E, sem
dúvida, quanto mais ricos fossem os parentes vivos, invariavel
mente maior era o custo para transferir o morto do purgatório pa
ra o céu. É de admirar que ninguém falasse uma palavra contra
um papa tão cruel, mas Sisto não era pior do que muitos outros,
e além do mais, mau ou não, ele era o vigário de Cristo e o su
cessor de Pedro, não era? Mais uma vez Chamberlin expressa is
so muito bem: “Nenhum monarca em exercício, não importa quão
poderoso e virtuoso fosse, poderia esperar atrair para si mesmo
tão profunda e instintiva reverência dos homens como o sucessor
de Pedro, não importa quão indigno fosse...” [27] As poucas almas
ousadas, tais como Savonarola de Florença, que se atreveram a
criticar as abominações de Roma, foram condenadas às chamas
por causa de seu zelo.
194 • A Mulher Montada na Besta
O Concílio de Trento
Esse era o estado da Igreja Católica Romana no tempo da Refor
ma. Lembrem-se que Lutero e Calvino eram católicos devotos.
Não havia protestantes. Esta palavra ainda não havia sido inventa
da. Multidões estavam clamando por reforma durante pelo menos
200 anos. Contudo ninguém, nem mesmo Lutero e Calvino, queria
deixar a Igreja. Eles desejavam vê-la reformada desde o seu inte
rior.
Furiosos com a oposição ao seu poder, os papas condenaram Lu
tero e Calvino às chamas, mas incapazes de colocar suas mãos so
bre eles por causa da proteção de alguns príncipes alemães, a hie
rarquia católica os excluiu sumariamente da Igreja. Fartas do arro
gante despotismo do papado, com sua opressão e o extermínio de
qualquer um que não se dobrasse às suas exigências imperiosas,
multidões seguiram Lutero, Calvino e outros líderes da Reforma,
abandonando a Igreja Católica, entusiasmadas com os primeiros si
nais da liberdade religiosa com que sempre haviam sonhado.
Repentinamente o protestantismo, este rompante clamor de “he
resia”, estava crescendo e avançava em toda parte. O papa Paulo III
viu seu império afundando e sua influência sobre os reis chegando
ao fim. Paulo III, um papa déspota da Renascença, que havia “con
cedido a mitra vermelha aos seus sobrinhos de 14 e 17 anos, e os
promovido, apesar de sua notória imoralidade”[28], agiu decisiva
mente em duas frentes. Ele convocou o Concílio de Trento (cidade
no norte da Itália), que condenaria teologicamente a Reforma, e
trabalhou nos bastidores para organizar uma guerra santa com a
qual pretendia varrer, pelo uso das armas, o protestantismo da face
da terra, em nome de Cristo.
A popularidade de Roma estava em baixa quando o Concílio te
ve início em 1545 para dar sua resposta ao perigo do protestantis
mo, que ameaçava a Igreja em grande parte da Europa. Havia ainda
muitos clérigos dentro da Igreja Católica que entendiam a necessi
dade de uma reforma e esperavam que Trento a trouxesse à tona,
fazendo assim com que fosse possível receber de volta os que ha
viam deixado a Igreja. O papa e sua Cúria, porém, tinham outros
planos.
O discurso de abertura do Concílio, feito pelo bispo Coriolano
Martorano, até encorajou os que tinham esperanças de reforma. In
felizmente, poucos dos que partilhavam dessa idéia estavam pre-
Sedutora d e Almas • 195
sentes, pois o papa havia enchido o plenário com seus próprios ho
mens. Von Dollinger descreve aquele agitado discurso:
De Perseguida a Perseguidora
Referindo-se ao desenvolvimento que se deu após Constantino,
Peter Brown escreve: “Longe de ser uma fonte de melhoramento,
esta aliança [com o Estado] foi uma fonte de ‘maior perigo e tenta
ção’ [do que havia sido a perseguição]... A difusão do cristianismo
na África, enchendo indiscriminadamente as igrejas, havia simples
mente atirado para longe as claras distinções morais que separavam
a ‘Igreja’ do ‘mundo’.” [12] Considerações políticas começaram su
bitamente a influenciar a vida e a doutrina cristã (exatamente como
hoje), porque o que era melhor para o Estado parecia melhor para
os assuntos eclesiásticos e o imperador agora tomava conta de am
bos. Com a queda do Império Romano, os papas assumiriam o pa
pel do imperador e o casamento com o mundo estaria completo.
Em seu novo papel como a favorecida (e eventualmeute oficial)
religião do império, o “cristianismo” ficou poluído por sua ávida
demanda pelo poder secular. A pureza e o poder espiritual da Igreja
primitiva tinham sido tão admiráveis que os incrédulos não se atre
viam a se juntar a ela (Atos 5.13). Em contraste, Peter de Rosa des
creve eloqüentemente aquilo em que a Igreja se transformaria após
Constantino:
Distinções Importantíssimas
Cristo fez uma clara distinção entre César e Deus: “Dai a César
o que é d e César e a Deus o que é d e D eus” (Marcos 12.17). Isso é
algo fundamental. A Igreja Católica casou Deus com César. Igreja
e Estado se tomaram um, com a Igreja no controle e o Estado obe
decendo-lhe, algo que continua acontecendo nos países católicos.
Cristo fez uma clara distinção entre o Seu reino, que não é deste
mundo, e os reinos do mundo (João 18.36) Em desobediência a
Cristo, a quem dizem representar, os papas construíram um reino
que é muitíssimo deste mundo, embora eles afirmem ser o Reino
de Deus. E eles o construíram através de alianças profanas com go
vernantes seculares.
Cristo fez uma clara distinção entre Sua Igreja (a qual Ele reti
rou do mundo) e o mundo (cf. João 17.18-20). João declarou:
“Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém
amar o mundo, o amor do Pai não está nele” (1 João 2.15).
As distinções que Cristo fez devem ser obedecidas por aqueles
que pertencem a Ele: “Se alguém me ama, guardará a minha pala
vra... Quem não me ama não guarda as minhas palavras” (João
14.23-24); “Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o
que eu vos mando?” (Lucas 6.46).
“Vem, mostrar-te-ei o julgamento da grande meretriz que se
acha sentada sobre muitas águas, com quem se prostituíram os reis
da terra; e, com o vinho de sua devassidão, fo i que se embebeda
ram os que habitam na terra ”
- Apocalipse 17.1-2
O Testemunho da História
Expulso de Roma por um levante popular contra o seu reinado
opressivo, o papa Leão III fugiu para a corte de Carlos Magno, a
fim de conseguir ali ajuda para reconquistar os territórios sobre os
quais os papas haviam reinado. Os exércitos sedentos de sangue re
capturaram Roma e, em nome de Cristo, devolveram Leão ao trono
papal. Quando Carlos Magno se ajoelhou durante a missa na Basí
lica de São Pedro, no dia de Natal do ano 800, o papa colocou uma
coroa sobre sua cabeça e o proclamou imperador do Ocidente. O tí
tulo acabou sendo reconhecido tanto pelo imperador oriental em
Constantinopla, como pelo califa de Bagdá. Como nos relembra
Maurice Keen: “A restauração do domínio mundial de Roma era o
sonho não apenas dos papas e imperadores medievais, mas também
de todos os seus súditos e criados”. [2] Esse sonho será finalmente
cumprido no governo do Anticristo.
A manobra do papa foi astuta. O poder de Carlos Magno havia
ameaçado ofuscar a autoridade do papado. Contudo, após sua cora
ção pelo papa na basílica de São Pedro, Carlos Magno, em firme
associação com o papado, “trabalhou durante cerca de 40 anos a
fim de criar um Estado cristão, conforme Santo Agostinho havia
determinado anteriormente”.[3] As brutais campanhas militares do
imperador na porção norte da Europa eram acompanhadas pela
conversão forçada dos pagãos. Carlos Magno era o braço secular
do papa para a cristianização dos pagãos pela espada e, dessa for
ma, alargava o domínio católico romano como os conquistadores
espanhóis iriam fazer mais tarde na América Latina.
Como já foi mencionado aqui, Pepino, o pai de Carlos Magno,
baseado num documento fraudulento chamado A Doação de Cons
tantino, havia subdividido e devolvido aos papas os imensos terri
tórios mais tarde conhecidos como Estados papais e governados
pelo papa. Porém Carlos Magno também foi enganado por esta
fraude. Baseado na Doação, ele elaborou formalmente uma carta
que reconhecia o papado como governante espiritual e temporal de
Alianças Profanas • 2 1 9
Pela autoridade que por Deus nos foi dada através da pessoa de
São Pedro, nós vos declaramos rei e ordenamos que o povo se renda
Domínio Sobre Reis • 257
Mais Evidências
Gregório IX (1227-1241), que estabeleceu a Inquisição e a en
trega dos hereges ao poder secular para execução, esbravejava que
2 3 8 • A Mulher Montada na Besta
cano não se tornou menos eficaz do que sempre foi. Um autor que
dedicou a vida inteira a analisar o Vaticano e a escrever sobre ele,
concluiu:
O Relatório de uma
Testemunha Ocular na Espanha
D. Antonio Gavin, autor de Master Key to Popery [A Chave-
Mestra do Papado], nasceu e se criou na Espanha no final do sécu
lo XVI. Como sacerdote católico romano havia se desiludido com
pletamente pelo mal em que se achava envolvido. Fugindo da In
quisição, usando como disfarce o uniforme de um oficial, Gavin
conseguiu chegar em segurança até a Inglaterra. Seu livro faz uma
descrição detalhada do catolicismo romano em seus dias e tem
muito a dizer sobre sua incrível riqueza e o papel que ela desempe
nhou na prática do cristianismo paganizado de Roma:
para cada dia, podendo ser usadas por três anos seguidos. Tem tam
bém 365 colares de pérolas e diamantes e seis correntes de ouro in
crustadas de diamantes, as quais são colocadas sobre o seu manto
nos grandes festivais de Cristo.[28]
Qualquer um que visite Saragoza hoje pode entrar na sala do
tesouro para ver um pouco dessa riqueza. A virgem tem uma tú
nica diferente para cada dia do ano, todas são bordadas com ou
ro e incrustadas de diamantes e outras pedras preciosas. Existe
também outra imagem, com cerca de 1,5 metro de altura, feita de
prata e toda incrustada de pedras preciosas, que usa coroa de ou
ro puro e diamantes. No início do século XVI, o “honorável Lord
Stanhope, então general das forças armadas inglesas”, foi apresen
tado ao tesouro. Gavin estava presente e ouviu o general excla
mar: “Se todos os reis da Europa pudessem colocar juntos os seus
tesouros de ouro e pedras preciosas, não poderiam comprar a me
tade da riqueza deste tesouro”. Tal era a riqueza que havia numa
única catedral, numa pequena cidade da Espanha, há 280 anos
atrás!
As inacreditáveis riquezas do Vaticano têm sido acumuladas
às custas do povo dos países mais pobres. No tempo da guerra
civil mexicana, a Igreja Católica Romana possuía “de um terço
a metade de todas as propriedades do país [e cerca de metade
da Cidade do México]. A renda obtida com dízimos, missas e
a venda de artigos devocionais, como estátuas, medalhas, rosá
rios e coisas similares arrecadam de seis a oito milhões de dó
lares anuais, enquanto sua renda total alcança a soma astronô
mica de 20 milhões de dólares... Esse tipo de arrecadação em
um país pobre como o México era igual às despesas operacio
nais do governo dos Estados Unidos durante o mesmo perío-
do”.[29j
Vamos chegar ao final deste relatório lastimável. Não pode haver
dúvida alguma de que a marcante visão de João já se cumpriu.
Uma cidade sentada sobre sete montes, cheia de riqueza, que afir
ma ter uma relação espiritual com Deus e Cristo, literalmente do
minou os reis da terra. Quanto aos demais critérios de identificação
que João nos fornece, existe apenas uma cidade na história (e ape
nas uma hoje) que passa neste teste. Peter de Rosa nos relembra o
que deve ter deixado João chocado:
Domínio Sobre Reis • 243
j
!
[
A horrenda conduta deste Santo Ofício [Inquisição] enfraqueceu
o poder e diminuiu a população da Espanha ao impedir o desenvol
vimento das artes, ciências, indústria e comércio e por compelir
multidões de famílias a abandonarem o reino; instigando a expul
são dos judeus e dos mouros, e imolando mais de 300.000 vítimas
em seus açougues flamejantes.
- Jean Antoine Llorente, secretário da Inquisição Espanhola,
1790-1792[1]
Sangue dos
Mártires
As citações na página anterior apresentam dois pontos de vista
opostos, ambos expressos por católicos. Somente um está certo.
Aprendemos a verdade na visão de João e na História. A mulher
montada na besta está “embriagada com o sangue dos santos e
com o sangue das testemunhas de Jesus” (Apocalipse 17.6), Essa é
uma imagem horrível, mas a História a autentica cabalmente como
sendo somente Roma e nenhuma outra cidade.
Exigia-se que cada cidadão do império fosse católico romano.
Deixar de demonstrar fidelidade total ao papa era considerado uma
traição contra o Estado, passível de morte. Esse foi o argumento
usado para justificar o assassinato de milhões de pessoas. U m cris
tianismo paganizado foi imposto sobre toda a população da Euro
pa, sob ameaça de tortura e morte, do mesmo modo como seria fei
to pelo islamismo alguns séculos mais tarde.
O catolicismo tomou-se “a fé mais perseguidora que o mundo já
havia visto... [dominando] o trono a fim de impor a religião cristã
[católica] a todos os seus súditos. Inocêncio III assassinou muito
mais cristãos em uma tarde... do que qualquer imperador romano
tenha conseguido fazer em todo o seu reinado” .[4] Will Durant es
creve com franqueza:
2 4 8 • A Mulher Montada na Besta
Decretos Papais
Seguidamente ficamos sabendo da resistência secular através
dos decretos papais que tentavam corrigi-la. Will Durant nos infor
ma que Leão X proclamou a bula Honestis (em 1521), a qual “or
denava a excomunhão de todos os oficiais, e a suspensão dos servi
ços religiosos em qualquer comunidade que se recusasse a execu
tar, sem exame ou revisão, as sentenças dos inquisidores”[15].
Consideremos a repreensão de Clemente V a Eduardo lí:
O Uso da Tortura
Lembrem-se, não é que as mãos da mulher estejam sujas de san
gue, mas ela está embriagada com o sangue dos mártires. Essa
descrição revela que a Igreja não apenas mata, mas tortura suas ví
timas que sofrem durante dias e até mesmo semanas. Os inquisido
res pareciam estar drogados e terem perdido a sensibilidade, a pon
to de sua percepção de horror ter ficado adormecida. Na verdade,
ser capaz de impor a mais extrema tortura, sem um resquício de
consciência ou pensamento de compaixão, tornou-se uma marca de
santidade e fidelidade à Igreja.
25 4 * A Mulher Montada na Besta
O Mocfus Operandi
Quando os inquisidores entravam em uma cidade, era promulga
do um “Édito de Fé”, exigindo que cada pessoa revelasse qualquer
heresia de que tivesse conhecimento. Os que escondiam um herege
eram amaldiçoados pela ira da Igreja e dos inquisidores. Os infor
mantes aproximavam-se dos alojamentos dos inquisidores na cala
da noite e eram recompensados pelas informações. Nenhum preso
jamais foi libertado.
Os “hereges” eram condenados às chamas porque os papas
criam que a Bíblia proibia os cristãos de derramarem sangue. As
vítimas dos inquisidores excediam em centenas de milhares o nú
mero de cristãos e judeus que haviam padecido sob os imperadores
romanos.
A Inquisição, estabelecida e repetidamente abençoada pelos pa
pas, foi um ataque ostensivo à verdade, à justiça e aos direitos hu
manos básicos. Foi também a perfeita estratégia para os fanáticos,
vilões, inimigos e malucos com uma imaginação exacerbada no
que diz respeito a procurarem vingança, livrar-se de rivais ou con
seguir satisfação pessoal por terem se tomado importantes para a
Igreja. Peter de Rosa escreve:
nenhuma desculpa pode ser dada, nem contradição ser feita às suas
ordens...[30]
A Igreja Peregrina
Os apologistas católicos admitem que a Igreja “cometeu alguns
erros”, mas insistem em dizer que Roma não poderia ser o lugar
descrito em Apocalipse 17. Por quê? Porque Cristo prometeu que
as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja (Mateus
16.18) e o catolicismo romano é a Igreja. Até mesmo muitos evan
gélicos são enganados por esse argumento.
A verdade é que o catolicismo romano não representava Cris
to e nem era a Sua Igreja. Durante pelo menos 1000 anos antes
da Reforma a verdadeira Igreja de Cristo era formada de milha
res de cristãos simples que não faziam parte do sistema romano.
É um fato histórico que tais crentes existiam, recusavam-se a ser
chamados de “católicos” e faziam sua adoração independentemen
te da hierarquia romana. Eles realmente eram perseguidos, apri
sionados e mortos, desde o final do século IV. Dentre as evidên
cias dos antigos registros está o “Édito dos Imperadores Gracia-
no, Valentino II e Teodósio I”, de 27 de fevereiro de 380, o qual
estabeleceu o catolicismo romano como a religião estatal. Em par
te ele dizia:
Os Menonitas
Aos olhos de Roma uma das piores heresias era rejeitar o ba
tismo infantil. Este rito supostamente removia a mancha do peca
do original, fazia da criança um filho de Deus e membro da Igre
j a ^ iniciava o processo da salvação, que consistia em obedecer
as ordenanças de Roma e participar dos seus sacramentos. Aque
les que conseguiam uma cópia da Bíblia (que Roma fazia todo o
possível para esconder do povo) descobriam que ela contradizia
as doutrinas de Roma. A salvação não vinha pelo batismo, mas
pela fé em Cristo. O batismo era para os que já criam nEle como
seu Salvador. Nenhuma criança era capaz de possuir tal compreen
são e fé.
Os que criam no Evangelho encontrado na Bíblia desejavam ser
batizados como crentes. O padre holandês Menno Simons relata a
confusão que ele próprio experimentou antes de se tomar cristão:
despedida à sua filha, que ainda era um bebê. Era uma extensa
exortação para que ela vivesse por Cristo, cheia de referências da
Escritura e ensinos da Palavra de Deus, para guiar sua filha, quan
do esta crescesse. Um curto excerto da carta revela o amor e a fé de
uma jovem m ãe:
A Inquisição Atual
A Inquisição medieval havia florescido durante séculos, quando
o papa Paulo III, em 1542, lhe deu o status de primeira das sagra
das congregações de Roma, a santa, católica e apostólica Inquisi
ção. Chamada mais recentemente de Santo Ofício, seu nome foi
mudado em 1967 para Congregação para a Doutrina da Fé - algo
muito apropriado, principalmente porque as fogueiras públicas
eram conhecidas como “autos-da-fé” ou “atos de fé”. A persegui
ção, tortura e matança dos hereges jamais foi repudiada pela Igreja
Católica Romana e continua nos tempos modernos, conforme vere
mos.
Roma deve fazer uma clara escolha: ou seu zelo na tortura e as
sassinato de tantas vítimas inocentes é algo de que ela deve se or
gulhar ou algo para se envergonhar. Sem dúvida Roma não se arre
pende de seus pecados e nem abre mão de sua infalibilidade. Por
conseguinte, não é surpresa que o Ofício da Inquisição ainda ocupe
o Palácio dos Inquisidores anexo ao Vaticano, embora sob o novo
nome de Congregação para a Doutrina da Fé. O seu atual Grande
Inquisidor, que presta contas diretamente para o papa, é o ex-arce
bispo de Munique, o cardeal Joseph Ratzinger, a quem a revista Ti
me chamou de “o cardeal mais poderoso do mundo [e] principal
fortalecedor dos dogmas da Igreja Católica,. ”[45] Essa imposição
pode ser brutalmente direta, ou tratada com muito cuidado por
meio de outra pessoa, como foi o caso, no final de 1993, do amor-
daçamento do padre Joseph Breen pelo bispo de Nashville, Edward
Kmiec. Numa carta aos bispos americanos, Breen ressaltava “a
vasta diferença entre o que Roma diz e o que realmente acontece”
e se declarava a favor de um “celibato opcional”. Ele foi forçado a
assinar uma solene declaração de que “não falaria à imprensa... [e]
não criticaria o que os bispos fizessem”.[46]
Embora não mais imole suas vítimas, a Congregação ainda tenta
manter o controle do Vaticano sectarista sobre o pensamento de seu
clero e dos membros da Igreja. Por exemplo, no dia 9 de junho de
1993, Ratzinger publicou “Instruções... Promovendo a Doutrina da
Fé”. O documento exige que seja “requerida uma autorização pré
2 6 6 • A Mulher Montada na Besta
via... para o que for escrito pelo clero e membros de instituições reli
giosas para os jornais, revistas e periódicos que estejam habituados a
atacar abertamente a religião católica ou os bons costumes. A instru
ção ainda adverte as editoras católicas a se conformarem às leis da
Igreja. E os bispos são obrigados a evitar a venda e exposição em
suas igrejas de publicações sobre religião e moral sem o aval da Igre
ja...”[47] É a reaparição do “índice dos Livros Proibidos”.
Pano de Fundo
do Holocausto
A aprovação de Hitler pelos prelados católicos e suas declara
ções sobre como “libertar o mundo dos judeus” parecem chocan
tes. Mesmo assim elas refletiam apenas o tratamento histórico que
o catolicismo sempre dispensara aos judeus. Hitler justificou sua
“solução final” salientando que a Igreja tinha oprimido e assassi
nado os judeus durante séculos. É de admirar que aqueles que afir
mavam ser os sucessores de Cristo e de Pedro pudessem “perse
guir a raça da qual Pedro - e Jesus - haviam descendido”.[3] Con
tudo, eles o faziam em nome de Cristo e assim se sentiam
justificados.
Aos católicos romanos foi ensinado que eles haviam sucedido os
judeus como povo escolhido de Deus. A terra de Israel, prometida
por Deus aos descendentes de Abraão, Isaque e Jacó, pertencia
agora à Roma “cristã”. Ela se tomara a “nova Sião”, a “Cidade
Eterna” e a “Cidade Santa”, títulos que Deus havia dado exclusiva
mente a Jerusalém. Os exércitos papais lutaram para expandir o
“Reino de Deus”. Como nos lembra um historiador do século XIX:
“o território sob o domínio imediato do papa era expandido sempre
que uma guerra ou tratado podia aumentá-lo; e os seus habitantes
pagavam as taxas mais exorbitantes possíveis”.[4]
270 • A Mulher Montada na Besta
Anti-Semitismo em Ação
As críticas do rabino ao catolicismo são realmente verdadeiras.
A tragédia é que ele imagina estar tratando do cristianismo. A par
tir do tempo em que os papas dirigiram Roma, as perseguições aos
judeus - em nome do judeu Jesus Cristo - foram muito mais gra
ves do que jamais haviam sido nas mãos dos governantes pagãos.
Os pagãos haviam acusado os cristãos de qualquer calamidade.
Agora a Igreja Católica Romana culpava os judeus de tudo. Acusa
dos de causar a peste negra, os judeus foram sitiados e enforcados,
queimados e afogados aos milhões, por vingança.
Raramente esse ou aquele papa procurou melhorar a situação
dos judeus. Gregório I “proibiu as conversões compulsórias dos
judeus e manteve os seus direitos de cidadania romana nas ter
ras sob o seu domínio..”. Ao bispo de Nápoles ele escreveu: “não
272 • A Mulher Montada na Besta
O Registro Histórico
Ao levantar um exército para a Primeira Cruzada, o papa Urbano
II prometia entrada automática no céu, sem passar pelo purgatório,
a todos os que se engajassem na grande causa. Os cavaleiros e os
maus elementos que responderam com entusiasmo a essa enganosa
promessa deixaram um rastro de desordem, pilhagem e assassinato
em seu caminho até Jerusalém, onde massacraram todos os árabes e
judeus. Um dos primeiros atos dessa entrada triunfal em Jerusalém
foi reunir os judeus dentro de uma sinagoga e incendiar todos eles.
Em seu caminho para a Terra Santa, os cruzados davam aos judeus
a opção entre o batismo ou a morte. Peter de Rosa nos conta:
Conversões Forçadas
A doutrina do catolicismo sobre o batismo infantil anulou a ver
dade de que alguém se torna cristão, não através de obras ou ri
Pano d e Fundo do Holocausto « 2 7 5
A Doutrina Impossível
doutrina do purgatório violenta tanto a lógica quanto a Escri
tura. Romanos 6.23 diz: “O salário do pecado é a morte... [ou seja,
a separação etema de D eus]", não um tempo limitado no purgató
rio. Estaríamos perdidos para sempre se não fosse o sacrifício de
Cristo pelos nossos pecados. Tampouco o pecado é algo de tal
composição ou qualidade que algum tipo de sofrimento seja capaz
de purgá-lo do coração e da alma. O pecado é parte da própria na
tureza humana. O sofrimento pode realmente alterar temporaria
mente a atitude de alguém, mas logo que passa a dor, as velhas ten
dências voltam, pois o coração não foi mudado. E preciso um mila
gre de Deus para purgar a alma do pecado - um milagre que, ao
mesmo tempo, deixe intacto o poder do homem para escolher e sa
tisfazer as exigências da infinita justiça de Deus.
A Bíblia declara inequivocamente que existe apenas um cami
nho para a alma ser purificada: através dó sangue de Cristo derra
mado na cruz em pagamento do pecado, e pelo novo nascimento
do Espírito de Deus, através da fé em Cristo e em Sua obra reden
tora completa. Assim, os sofrimentos no purgatório são falsos em
dois aspectos doutrinários: 1) É impossível que o sofrimento possa
purificar o pecado do coração; 2) É desnecessário que o pecador
perdoado sofra pelo seu pecado, pois Cristo já pagou a penalidade
completa exigida pela justiça de Deus. Somente assim uma pessoa
pode ser limpa de suas iniqüidades.
A Bíblia declara que Cristo “...depois de ter feito a purificação
dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas ” (He
breus 1.3), indicando que a obra de purificação estava completa. E,
diz outra vez que “...o sangue de Jesus, seu Filho [de Deus], nos
purifica de todo pecado ” (1 João 1. 7). A Escritura é muito clara ao
declarar que foi o sangue de Cristo derramado na cruz, debaixo do
julgamento de Deus, que nos purificou. Além do mais “...sem der
ramamento de sangue, não há remissão [de pecado]” (Hebreus 9.
22). A descrição do purgatório não é a de um lugar de derramamen
to de sangue, mas sim de “fogo purificador”. A única purgação pos-
Apêndice A: O Purgatório » 285
sível de nossos pecados foi realizada por Cristo; ela é aceita somen
te pela fé e ocorre em nosso coração somente pela graça de Deus.
Existe ainda outra razão pela qual o sofrimento do pecador, seja
na terra ou no purgatório, não pode purificá-lo: aquele que faz o sa
crifício pelo pecado deve ser sem pecado. No Antigo Testamento é
dito 62 vezes que os animais oferecidos deveriam ser “sem mácu
la ” (Êxodo 12.5; 29.1; LevíticóG.3, etc.). Estes eram “tipos” ou
símbolos de Cristo, o santo e imaculado “Cordeiro de Deus”, que
tiraria todo pecado do mundo (João 1. 29,36). Sendo assim, não há
sofrimento algum do pecador, aqui ou no purgatório, que seja ca
paz de purificar a ele mesmo, ou a quem quer que seja, do pecado.
Isso só poderia ser feito por um sacrifício sem mácula.
A Bíblia diz que Cristo “não cometeu pecado” (1 Pedro 2.22),
“não conheceu pecado” (2 Coríntios 5.21) e “nele não existe p e
cado” (1 João 3.5). A impecabilidade absoluta era essencial, ou
então Cristo não poderia ter morrido pelos nossos pecados, pois
Ele estaria sob a penalidade da morte pelos Seus próprios pecados.
Por isso Pedro disse que Cristo, “o justo, [sofreu] pelos injustos
[nós], para conduzir-vos a Deus [ou seja, ao céu e não ao purgató
rio] ” (1 Pedro 3.18). Ele acrescentou que aqueles que não têm essa
segurança esqueceram “da purificação dos seus pecados de outro-
ra” (2 Pedro 1. 9). Se confiamos em Cristo como Salvador, temos
de aceitar pela fé o fato de que Deus nos purificou através da obra
completa de Cristo.
Origem, Desenvolvimento e
Propósito Dessa Doutrina
A idéia do purgatório, um lugar fictício de purificação, foi inven
tada pelo papa Gregório o Grande, em 593. Houve uma certa relu
tância em aceitar a idéia (já que contradizia as Escrituras) e por is
so o purgatório não tornou-se um dogma católico oficial senão cer
ca de 850 anos mais tarde - no Concílio de Florença, em 1439.
Nenhuma doutrina aumentou tanto o poder da Igreja sobre os seus
membros, nem multiplicou tanto os seus lucros quanto essa. Até
hoje a ameaça do purgatório paira sobre os católicos, que acabam
dando ofertas repetidas à Igreja em troca da sua ajuda para retirá-
los daquele lugar de tormento.
286 • A Mulher Montada na Besta
£ os Sofrimentos de Paulo?
Os apologistas católicos tentam ser bíblicos quando se baseiam
na doutrina dos sofrimentos purificadores usando Colossenses
1.24, onde Paulo diz: “Agora, me regozijo nos meus sofrimentos
por vós; e preencho o que resta das aflições de Cristo, na minha
carne, a favor do seu corpo, que é a igreja ”. Contudo, está claro
que os sofrimentos de Paulo nada tinham a ver com a purificação
de pecados, quer pelos seus ou de outras pessoas, pois os sofrimen
tos de Cristo haviam completado essa obra. Somente sacrifícios
imaculados e o derramamento de sangue podiam consegui-lo.
Então, o que Paulo quis dizer? Em vez de um sofrimento que
servisse para a purificação dos seus ou dos pecados alheios, Paulo
estava sofrendo pelo anseio de levar o Evangelho para os outros
( “meus sofrimentos por vós...”). Ele se referia à perseguição que é
acarretada a “todos quantos querem viver piedosamente em Cristo
Jesus” (2 Timóteo 3.12). Jesus disse aos Seus discípulos que eles
seriam odiados e perseguidos pelo mundo (João 15. 18,19). Existe
um “escândalo da cruz” (Gaiatas 5.11) e Paulo dizia que devemos
estar prontos a ser “perseguidos por causa da cruz de Cristo” (Gá-
latas 6.12).
Não é que Paulo estivesse sofrendo pelos pecados para completar
o sofrimento de Cristo na cruz, pois este foi completo. O sofrimento
Apêndice A: Q Purgatório * 289
Origem e Desenvolvimento da
Doutrina das Indulgências
O conceito de indulgências é proveniente do paganismo, a idéia
por trás delas é que a flagelação, a recitação de fórmulas ou as pere
grinações a santuários, e os sacrifícios feitos aos deuses são meritó
rios e influenciam o favor dos deuses para alguém. A idéia de que re
zar tantas ave-marias ou beijar o crucifixo e repetir uma fórmula po
de reduzir o sofrimento no purgatório, algo que o sacrifício de Cristo
na cruz não pôde anular, é terrível. Contudo, o ensino de que a indul
gência pode ser aplicada em favor dos mortos leva essa blasfêmia
absurda muito mais longe. A idéia de que a “redução de tempo por
bom comportamento” poderia ser creditada a alguém no purgatório,
que não fez a “obra prescrita” necessária, demonstra mais uma vez a
fraude do romanismo. Tudo é possível mediante uma boa oferta!
O evangelho das indulgências é uma das doutrinas mais ousadas e
antibíblicas de Roma. Ela teve origem durante a Idade Média e con
tinua em vigor até hoje. O conceito pagão de indulgências foi gra
dualmente se definindo como parte do catolicismo romano, durante
anos, e acabou se transformou no maior esquema para arrecadação
dc dinheiro do papado. Em tese apenas seria preciso rezar uma missa
para libertar todas as almas do purgatório. Maria, cujo poder é infini
to, poderia fazê-lo num instante; e os papas, cujo poder também é ili
mitado, poderiam esvaziar o purgatório com uma simples assinatura
de indulgência plenária. Então, por que não o fazem? Eles não amam
as almas? A resposta é obvia. Von Dolinger escreve:
A Graça Merecida
Quase não há limite para os engenhosos “meios de graça” que os
papas e seus assistentes têm engendrado. Um dos meios mais po
pulares para se conseguir “merecer a graça” (uma contradição de
termos), é através do uso do escapulário marrom de N. S. do Car
mo (ao qual já nos referimos antes). “O privilégio sabatino é basea
do numa bula supostamente emitida em 3 de março de 1322, pelo
Papa João XXII... [declarando] que aqueles que usassem o escapu
lário e cumprissem as duas outras condições... seriam libertados do
purgatório [pela virgem Maria], no primeiro sábado depois que
morressem”.[6]
Apesar das heresias e da maldade do papa João XXII, muitos
outros papas (Alexandre V, Clemente VII, Pio V, Gregório XIII,
etc.)[7] endossaram esse ensino sobre o escapulário marrom, que é
algo obviamente contrário à Escritura. O papa Pio X declarou: “Eu
o uso; jamais devemos tirá-lo” . O papa Pio XI “professava alegre
mente: ‘aprendi a amar o escapulário da virgem ainda nos braços
de minha mãe...”’ O papa Paulo V afirmava que “a bendita virgem
ajudará as almas dos irmãos e irmãs da Fraternidade da Bendita .
Virgem de Monte Carmelo, após sua morte...” O papa Benedito
XV oferecia uma “indulgência parcial a quem beijasse o escapulá
rio”. E em 1950, “o papa Pio XII escreveu as palavras hoje famo
sas sobre o escapulário: ‘Deixem que ele seja o seu sinal de consa
gração ao imaculado coração de Maria, do qual estamos precisando
com particular urgência nesses tempos perigosos’.” [8]
Já tratamos da fatal contradição de que as indulgências desti
nam-se a abreviar o sofrimento no purgatório, ainda que esse mes
mo sofrimento seja supostamente essencial para que a pessoa possa
ser purificada a fim de entrar no céu. Isso não faz sentido. Além do
mais, é de admirar como uma pequena indulgência obtida por meio
da adoração ao crucifixo, ou de uma missa rezada, seja mais pode-
A pêndice B: As indulgências « 2 9 9
Salvação ã Venda
Foi a venda de indulgências, mais do que qualquer outra coisa,
que acendeu a ira de Lutero a tal ponto que ele afixou as 95 teses
na porta da capela do castelo de Wittenberg e desencadeou a Re
forma. Como já vimos, a salvação era vendida de várias outras ma
neiras além das indulgências, como ocorre ainda hoje. Embora a
taxa seja hoje chamada de “oferta”, na verdade o dinheiro muda de
mãos com a promessa de salvação como incentivo para a “oferta”.
Os comentários de Will Durant são interessantes:
Podemos dizer que é possível suspeitar que essa bula envie mais
pessoas para o inferno do que pode salvá-las de lá; pois é a maior
incentivadora do pecado no mundo. Um homem diz: posso satisfazer
meus desejos e paixões, cometer toda maldade e mesmo assim tenho
a certeza de ser perdoado ao receber esta bula por dois reales de
plata [moeda espanhola da época]. Usando a mesma desculpa [a re
gra da bula], suas consciências não podem expressar qualquer re
morso ou problema; pois se um homem comete um grande pecado,
ele vai se confessar, recebe absolvição, desde que tenha consigo a
bula {ou permissão para pecar), e sua consciência fica totalmente
tranqüila, ainda mais porque, depois de receber a absolvição, ele
pode ir e cometer novos pecados e voltar a pedir absolvição.fl 2]
O famoso apologista católico americano Peter Kreeft afirma que
“a Igreja logo pôs fim a isso e proibiu [logo após a saída de Martim
Lutero] a venda de indulgências...”[13] Charles Colson erroneamen
te declara o mesmo.[14] Claro que isso não é verdade! Mas, mesmo
que fosse, não seria possível perdoar tão facilmente o grande engo
do que tirou tanto dinheiro de seus fiéis e, no processo, lhes roubou
a salvação. Até a época da Reforma, durante séculos a venda de sal
vação já havia enganado milhões de pessoas. Houve alguma devolu
ção por parte da Igreja? Claro que não! Algum alívio para aqueles
que partiram para a eternidade achando que tinham comprado a sal
vação? Não. O mais trágico é que essa fraude continua ainda hoje!
Kreeft, como outros apologistas católicos, omite o fato de que a
doutrina falsa e maligna das indulgências continua sendo parte in
tegrante do catolicismo atual e que dinheiro ainda é dado em troca
da salvação. Como já vimos, o Vaticano II declara: “A Igreja... or
dena que o uso de indulgências... deva ser reservado... e condena
com anátema todos aqueles que afirmam que as indulgências são
inúteis ou que a Igreja não tem o poder para concedê-las... [com] o
objetivo de se ganhar a salvação.[15]
Não é certo dizer que as abominações do passado já não são
mais praticadas por Roma. E claro que ainda são, e de maneira bas-
302 • A Mulher Montada na Besta
Justificando o Totalitarismo
No dia 20 de setembro de 1870, as tropas de uma Itália nova
mente unida e comandadas pelo general Raffaele Cadorna irrompe
ram pelos muros aurelianos de Roma, junto à Porta Pia. As forças
armadas do papa, sob o comando do general Hermann Kansler, só
puderam oferecer uma resistência simbólica. Não apenas Roma,
mas o que restava dos Estados papais estavam agora sob o domínio
da Nova Itália. Saboreando sua independência há tanto esperada, as
atitudes dos cidadãos tomaram-se hostis em relação à Igreja, que
havia governado vastos territórios, durante tanto tempo, com mão
de ferro. Alguns meses mais tarde, quando Pio IX (que havia pro
clamado o dogma da infalibilidade papal no Vaticano I) faleceu, e
o seu ataúde era carregado com grande pompa pelas ruas até a ba-
A pêndice C: Domínio Sobre Reis: Mais Documentação • 309
Era dito que o vigário de Deus na terra age como Deus, o que se
guidamente incluía muitas pessoas inocentes no castigo dos poucos
culpados; quem se atreveria a contradizê-lo?
Ele age sob a direção divina e seus atos não podem ser medidos
pelas regras da justiça humana...
Mesmo que pareça algo paradoxal, é um fato histórico que quanto
mais suspeita e escandalosa a condutas dos papas... parecessem aos
homens piedosos, mais inclinados eles se sentiam a procurar refúgio
de suas próprias dúvidas e suspeitas no âmago da infalibilidade pa
pal... [tendo] aprendido desde sua juventude que o papa é o senhor
e mestre da Igreja, ao qual ninguém pode contradizer ou pedir con
tas...
Peter Cantor, desde o final do século XII... [reconhece] que a cor
rupção papal não possui justificativa alguma nas Escrituras... mas,
então seria um sacrilégio encontrar erros no que o papa faz.[10]
A falsa doutrina do domínio papal sobre reis pode ser resumida
nestas palavras, escritas aos patriarcas de Constantinopla pelo papa
Inocêncio III: “O Senhor deixou com Pedro o governo não apenas
da Igreja, mas do mundo inteiro”.[I I] A Igreja Católica Romana
jamais se afastou dessa posição por bulas ou declarações concilia
res.
No início do século XTV... a natureza da inerrância da Igreja ain
da não estava definida. A idéia de que o papa pudesse ser pessoal
mente infalível era muito nova, muito ao contrário de todos os en
sinos tradicionais, para encontrar aceitação mundial.
- Brian Tiemey em Origins o f Papal Infability [Origens da Infa
libilidade Papal] [1]
vo, mas que um concilium plenarium era necessário para esse pro
pósito...” [2]
Em nenhum outro lugar de seus volumosos escritos Agostinho
chegou sequer a insinuar que o bispo de Roma tivesse a palavra fi
nal em assuntos de fé e moral. Na verdade, Agostinho disse que a
Igreja Africana estava correta em rejeitar a opinião de Estêvão, bis
po de Roma (254-257) que tentava conciliar uma disputa sobre o
batismo. Em nenhum dos argumentos propostos por ele, sobre vá
rios assuntos, Agostinho sugeriu que o bispo de Roma deveria ser
consultado como árbitro final da ortodoxia, nem mesmo que deves
se ser consultado.
É bastante interessante vermos que, embora o Concílio de Ni-
céia, de 325, decretasse que os três bispos, de Roma, Alexandria e
Antioquia (o conceito de papa ainda não existia) fossem designa
dos como “superiores” aos demais bispos de centros cristãos me
nos importantes, o bispo de Roma de então rejeitou tal distinção
para si mesmo. O historiador Lars Qualben comenta ainda:
de antes do decreto de Gregório esse título não era aceito por todos
com seu significado atual.
mor dos bispos, cardeais e seus assistentes. Ainda assim, esse mes
mo concílio condenou John Huss à fogueira em 1415 por pregar
que não existe autoridade maior do que as Escrituras Sagradas, a
qual todo os homens, mesmo os padres e papas, deveriam obede
cer, vivendo vidas cristãs e santas.
Dos três papas supramencionados, cada um afirmando ser o legí
timo vigário de Cristo, somente Gregório XII figura hoje nas listas
oficiais como o legítimo papa (embora tenha sido deposto pelo
Concílio), os outros dois são considerados antipapas. Em 1958,
quando o sucessor de Pio XII recebeu o nome de João XXIII, mais
de uma catedral católica, vendo que sua lista já continha um João
XXIII, teve de fazer uma rápida correção. O papa João XXIII ori
ginal tem sido descrito como um “ex-pirata, genocida, grande for
nicador com preferência por freiras, adúltero em escala fabulosa,
simoníaco por excelência, chantagista, cafetão e mestre em fazer
truques sujos”. [6]
O papa João XXIII, que abriu o Concílio de Constança com
grande pompa, numa manobra repentina e inesperada, foi condena
do à prisão pelo mesmo Concílio. João recebeu um tratamento bem
menos rigoroso do que realmente merecia, as 54 acusações que ori
ginalmente pesavam contra ele foram reduzidas a apenas cinco.
Edward Gibbon escreveu sarcasticamente em The History o f the
Decline and Falí of the Roman Empire [História do Declínio e
Queda do Império Romano]: “as acusações mais escandalosas
[contra João XXIII] foram suprimidas; o vigário de Cristo foi acu
sado apenas [e declarado culpado] de pirataria, assassinato, estu
pro, sodomia e incesto”. Enquanto o incorruptível John Huss havia
sido queimado na estaca pelo Concílio de Constança por pedir a re
forma da Igreja, a João XXIII foi dada apenas uma sentença de três
anos de prisão por seus terríveis e numerosos crimes.
O cardeal Oddo Colonna foi declarado o novo papa pelo Concí
lio de Constança e se autonomeou Marünho V (1417-1431). Após
o ex-papa João XXIII ser solto da prisão, o papa Martinho V reco
locou aquele grande assassino e criminoso como bispo de Frascati
e cardeal de Tusculum. Depois disso, exercendo o poder da Igreja
Católica Romana, o cardeal Baldassare Cossa voltou a ordenar sa
cerdotes e solenemente transformar a hóstia e o vinho no corpo e
sangue de Cristo - segundo a crença dos fiéis. Como cardeal, o ex
papa João X Xllí, agora um ex-presidiário, era qualificado a votar ,
3 1 8 • A Mulher Montada na Besta
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Capítulo 1
1 - Sobre Esta Pedra?
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1
0.E u seb iu s, O ration on the Tricennalia o f C onstantine, 5 .4
.
1
1.W ill D ura nt, The S tory o f C ivilization (S im o
nan dS ch uster, 19 50 ), P art III
"C aesar a n d Christ, p .6 56.
1
2.D eR o sa,o p .cit, p .4 3.
1
3.D u rant,o p.c it., P art1 1
1,p .6 5 6
.
1
4.P h ilipH u gh es,A H istory o f the C hurch (L o ndon,19 34 ),vo l. 1,p
.1 98 .
1
3.DeR osa,op.c
it.,p .4 05.
1
4.Ibid
.,p.1 1
9.
1
5.Th omp so
n,op.c it.,p.4 43.
1
6.Ibid
.,p.444;vertam bém D eR o sa,o p.c it.,p
.412
.
1
7.FredericSeeboh m , The O xford R eform ers (Lon
don,1
869
), p
p.7
0-7
1,7
4-7
6,
110.
18.D ura n t,o p.c it.,v oi.V ,p .5 7 6.
19.F ran cescoG u ic ciard ini,Storia, I,2 0,c f.citad oe m E .R .C ha mbe rlin, The B ad
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20.Inside the Vatican, n ov em b rod e1 993 ,p p.5 5 ,57.
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22.O u r S un da y Visitor, 2 7d efe vereirod e1 99 4,p .5;N ational C atholic Reporter,
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2.N ational C atholic Reporter, 3d
3 esetem brod e1 9
9 3.
24
.P a tric iaN ola nS av as, "M isc on d
u ctb yc lerg
yisn osu rp rise”USA TODAY, 8
d ed ezem b rod e1 9 9 3,p .1 7 A .
2.Tim es (S
5 t. P etersb u rg,F L ),1 1d efe v ereirod e1 99 4,p .3 A .
2.N ation al C atholic R eporter;7d
6 ejan eirod e1 9 94,p .9 .
27
.Ib id .,p .3.
2
8.O ur S unday Visitor, 2 7d efe v
e reirod e1 99 4
,p .5.
2
9.N ational C atholic Reporter, 7d ejan eirod e1 9 94,p .3 .
3
0.Ib id .,1 7d esetem b rod e1 99 3,p.7 .
3
1.Ib id ., 1d eo u tu b rod e1 99 3,p .7 .
3
2.Ib id .,1 7d esetem b rod e1 9 9 3,pp .6-7 .
3
3.W illia m H og a n ,E sq ., P opery A s it Was an d A s It Is (H artford,1 85 4),p .37.
3
4.Inside the Vatican, n ov em b rod e1 99 3, rep ortagem d ecap a, “
A fterth eE nc y
clic a l:R atzin g er” ,p .4 .
3
5.Times, o p .c it.
3
6.D allas M orning News, o u tub rod e1 993.
8
.P h ilipH u g hes,A H istory o f the C hurch (L o n don,1 93 4),v ol. 1 ,p .1 6 5
.
9
.H .C ha dw ick, The E arly C hurch (W m.B .E erdm an s, 19 67),p .1 18 .
10.H u gh es.,o p.c it.,p .1 72 .
11.W illD ura n t, The S tory o f C ivilization (S im o nan dS ch uster, 1 9 50 ), vol. IV ,p .
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12.P eter B ro w n , A ugustine o f H ippo (U niv ersityo fC alifo rniaP ress, 1 9 67 ), p .
2 1 3 .
13
.P eterd eR osa, Vicars o f C hrist: The D ark Side o f the P apacy (C ro w nP ub lis
h ers, 1 98 8 ),p p .3 4 -3 5 .
14
.A u g ustB ern h ardH asler, H ow the P ope B ecam e Infallible (D ou ble day& C o.,
In c ., 1 9 8 1 ),p .3 5.
15
.J. H . Ig n a zv o nD o llin ger, The Pope a n d the C ouncil {L o n d on ,1 8 6 9), pp .1 4
1 5 .
16
.A u stinF la nn ery ,O .P , (e dito
rg eral), Vatican C ouncil II, The C onciliar and
P o st C on ciliar D ocum ents (C ostelloP ublish ing,1 988 ,R ev isedE d ition)v ol. 1,
p.8 0 0.
17
.D o llin g e
r,o p.c it.,p p .
18
.D eR o sa,o p.c it.,p .9 8.
1
9.D o llin g er,o p.c it.,p p .2 45 -24 6
.
2
0.Ib id .,p .1 8 4.
2
1.Ib id .,p .1 8 7.
2
2.Ib id .,p .1 8 4.
2
3.Jam esA .C o rid en,T h om asJ. G reen ,D o na ldE .H ein tsc he l, (ed s.) The Code
o f C anon Law (P au listP ress, 19 85 ),Cân o n1 404.
2
4.F la n nery ,o p.c it.,v o l. 1,p .3 80.
2
5.Ib id .
1
5.C olum bia, junh od e1 990,p .8 .
1
6.C hristi Fideies (brochura), "H ow C anC atho
licsR e cla im Am erica ?", an úncio
deu m aco nferênciarealizad aem 17d eo utu
b rode1 9 93.
1
7.A ustinF lannery,O .P,e ditorg eral, Vatican C ouncil It The C on ciliar an d P ost
C onciliar D ocum ents (Co stelloPu blish
in g,19 88,R ev isedE dition ), vol. 1,p p.
36 4-65 .
2
9.Em met M c Lou gh lin, A n Inquiry into the Assassination o f Abraham Lincoln
(TheC itad
e lP ress, 1 97 7 ),p .70
.
3
0.DeR o sa,o p .c it.,p p .26 -2 7.
3
1.NinoL oB ello, The Vatican E m pire (T ride
ntPress, 1
9 68),p .1 86eab a.
3
2.Natio
n a lCa tho licR epo rte r,2 2deou tubrode1 993,p.1 1.
3
3.LoB ello ,o
p .c it.,p .1 86 .
Capítulo 1
8- Pano de Fundo Para o Holocausto
1
.“ Z um 20A pril”p o ., Klerusblatt, 1
rJ. S 2d eab rilde1 9 39,p p
.2 21-22.
2
.K atolic
kiT jed nik,25d em aiod e1 94 1.
3
.P eterd eR osa, Vicars o f C hrist: The D ark Side o f the P apacy (Cro
w nP ublis
h ers, 1988),p .3 4.
4
.G .T .B ettany , A Popular H istory o f the R eform ation an d M odern P rotestan
tism (L ondon ,1 8 95),p
.4 .
Notas • 335
Apêndice A: O Purgatório
1
.A u stinF lan nery ,O .P ., (ed itorg eral), “
A p
o sto
licC o n
stitutio
no ntheR evision
ofIn du lg en ces", Vatican C ouncil If: The C onciliar a n d P ost C onciliar D ocu
ments, ed .rev ,(C ostelloP u blish ing ,1 988
),v ol. 1
,p.6 3.
2. The C anons a n d D ecrees o f the C ou ncil o f Trent, trad .eed .porH.J. S ch roe-
der,O .P . (T anB ooks, 1 9 78 ),S ex taS eção,C an on3 0,p .4 6
.
3.F la n ne ry ,o p .cit.,voi.2 ,p .3 9 4.
4. Ibid .,p p .6 3 -64.
5. Ibid .,p .2 05.
6.J. H . Ig n azv o nD olling er, The P ope an d the C ouncil (L ond
res, 18 69), pp.
18 6 -18 7 .
7.K a rl K ea ting , C atholicism an d Fundam entalism : The A tta ck on "R om anism "
b y "Bible C hristians" (Ig na tiusP ress, 1 988),p.1 90. ,
3 3 6 • A Mulher Montada na Besta
8
. F la
n n
ery,op.cit.,vo
l. 1
, "A p
osto
licC
onstitu
tio
nonth
eRe
visio
nofIn
dulg
en
ces", 1
15., 1
116
,p p.65,68 .
Apêndice B: As Indulgências
1.Jam esA .C orid en ,T h om asJ. G reen ,D ona ldE .H ein tsch ei, ed s., The C ode
o f C anon L a w (P au listP ress, 1 9 85 ),C ân ones9 9 2-994 ,p p .69 8 -6 9 9 .
2.A u stinF lan n ery ,O .P ., (ed itorg eral), "A postolicC o
n stitutio no nth eR evision
ofIn d ulg en ces", Vatican C ouncil II: The C on ciliar a n d P ost C onciliar D ocu
m ents, ed .re v .(C oste lloP u blish ing ,1 988),v ol. 1,pp .6 6-7 0.
3. Ib id .,p .7 2.
4.J. H . Ig n azv onD o llin ge r, The P ope a n d the C ouncil (L on dres, 1 869), pp .
1 8 6 -1 87.
5.E a rleE .C airn es, C hristianity Through the C enturies: A H istory o f the C hris
tian C hurch (Z o n derv anP u blish in gH ouse, 1 981 ),p.2 8 2 .
6."A b ou tth eB row nS cap u lar", fo lh etopu blicad op orT heB lueA rm yo fO u r
L a d yo fF atim a,W ash in gto n,N J,0 7 882.
7.S ãoA lfo nsod eL ig o rio , The G lories o f M ary (R ed em p toristF ath ers, 1 93 1),p .
2 3 5 .
8. "A b ou tth eB ro w nS cap ular",o p .c it.
9.F la n n ery ,o p .c it.,v ol.1 ,p p .7 7 -7 8.
1
0 .C o rid en,etal.,o p .c it.,p .6 4 6.
1
1 .W illD u ran t, The S tory o f C ivilization (S imo nan dS ch u ster, 1 95 0 ), v o
l.V I, p.
2 4 .
1
2 .D .A nto nioG av in , A M aster-key to P opery: In Five Parts, 3 aed . (Lon dres,
1 7 7 3 ),p .1 4 1.
1
3 .P eterK ree ft, F undam entals o f the F aith: Essays in C hristian A pologetics (Ig
n atiu sP ress,1 9 88 ),p .2 7 8.
1
4 .C h arlesC o lso n , The Body, B eing Light in D arkness (W o rldP ub lish in g
,1 9 92),
p .2 7 1.
15.F la n n ery ,o p .c it.,v o l. 1 ,p p .7 1 ,7 4 .
Apêndice C
:Domínio Sobre Reis: Mais Documentação
1.S id n e yZ .E hleran dJo h nB .M orrall,(trad,eed s.), C hurch and State Through
the C enturies (L o n dres, 1 95 4),p .7 0.
2. Ib id .,p p .7 3 -75 .
3. Ib id .,p p .2 7 3-2 7 5 .
4.J.H .Ig n azv onD olling e r, The P ope an d the C ouncil (L ond res,1 86
9 ), p
.339.
5.E h le ryM orra ll, o p,c it., pp .1 73 -1 80p araum acó piad aB ula
;v ertam b
ém
D o llin g e r,op .c it.,p p .3 1 1-3 12.
6. O u r S unday Visitor, 2 2d eag ostod e1 99 3,pp
.1 0-11 .
7.E m m ett M c La u g hlin , A n Inquiry Into the A ssassination o f A braham Lincoln
(T h eC ita delP ress, 1 9 7 7),p .4 5.
8.C itad oenH ow the Pope Becam e Infallible, d eA ug ustB ern hardH asler,(Dou
b led ay& Co . In c ., 19 8 1 ),p .24 5.
9.G .S .G o dkin, Life o f V ictor E m m anuel H (L o
nd res, 18 80),p p.7 6-7
7 .
1
0.D o lling e r,o p.c it.,p p.2 3 6-2 37.
1
1.The E ncyclopedia Britannica (ed içãod e1 91
0), p.5 7 9.
Notas * 337
A
Mulher
"Besta
Montada
U an|w dtvvrr
'...W r> {r> d o B it\itriú
rL* rn U M + í m A m I m U .,,'
íApo<*ll^ít 17.71 Votunw 2
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©mÿë) CaiÖgSCgS
öß f
ttOOl s8 ® iö M ö a
CÖSii.lECLÖiXsö■© (Sa
AXcAlBpgm ílV J II
indice - Vol» I
In tro d u ção :U m aT en tativaP araD erru b araR efo rm a..............................7
1.A M u lh erM o n ta d an aB esta.................................................................1 5
2.R azãoP araC rer.................................................................................2 1
3.U m aC on sp iraçãod aP áscoa?.............................................................3 1
4.U m aR ev elaçãoP ro g ressiv a................................................................41
5.M isté rio :B ab ilô n ia..............................................................................5 5
6.A C id ad eS o b reS eteM o n tes...............................................................7 1
7.F rau d eeH istó riaF o rjad a....................................................................9 1
8.L in h aIn in te rru p tad eS ucessãoA p o stó lica?........................................1 03
9.H ereg esIn falív eis?............................................................................1 1
3
1
0. Infalib ilid ad eeT iran ia........................................................................1 25
1
1.S o b reE staP edra?............................................................................1 4
9
1
2.A M ãeP ro fan a..................................................................................1 6
5
1
3.S ed u to rad eA lm as............................................................................1 8
1
1
4.U m aM eta m o rfo seIn críve l..................................................................201
1
5.A lian ç a sP ro fan as.............................................................................2 17
1
6.D o m ín ioS o b reR eis...........................................................................2 31
1
7.S an g u ed o sM ártires..........................................................................2 4
7
1
8.P an od eF u n d oP araoH o lo cau sto ......................................................2 6
9
A p ên d iceA :O P u rg ató rio ...................................................................2 8
3
A p ên d iceB :A sIn d u lg ên cias..............................................................2 9
5
A p ên d iceC :D o m ín ioS o b reR e is:M aisD o cu m en tação ........................3 05
A p ên d iceD :A In fa lib ilidad eP ap a leaS u cessãoA po stó lica ....................3 13
G lo ssário ..........................................................................................3 1
9
N otas..............................................................................................3 2
3
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cite ö n a lfe j © cite
H939m .
CDD: 230.2
19. O Vaticano, os Nazistas e osJudeus........................................... 7
20. O Massacre dos Sérvios........................... 25
21. As Rotas de Fuga do Vaticano................................................... 37
22. Só a Escritura?............................................................................... 57
23. Uma Questão de Salvação.......................................................... 75
24. O “Sacrifício” da M issa................................................................. 97
25. A Reforma Traída..........................................................................119
26. Apostasia e Ecumenismo...........................................................143
27. Qual o Papei de Maria?.............................................................. 165
28. A Futura Nova Ordem Mundial................................................. 183
Anti-Semitismo em Crescimento
A memória é curta e enganosa, e a consciência mundial facil
mente endurece, tomando necessário um anúncio por parte do
“United Jewish Appeal” publicado há algum tempo na maior parte
das revistas [americanas]. Ele apresentava a foto de uma unidade
militar não-oficial de camisas-negras na Rússia (aparentemente re
lacionada com o aumento de poder do fanático fascista Wladimir
Jirinovsky), fazendo a saudação fascista do braço erguido. Seu títu-
18 • A Mulher Montada na Besta
A Duplicidade Continua
Em 1986, João Paulo II foi a uma sinagoga de Roma, não muito
longe do seu palácio. Em seu discurso ele deplorou os crimes do
passado cometidos contra os judeus “por quem quer que fosse”.
Quando ele repetiu essa última frase, os aplausos explodiram es
pontaneamente. O papa e o rabino-mor [italiano] Elio Toaff se
abraçaram. Contudo, o lamento velado pelo abuso contra os judeus
por sua Igreja foi uma manobra fraca. O que se necessitava era de
uma admissão específica do que a Igreja havia feito exatamente
aos judeus, desde o confinamento em guetos e o assassinato deles
ao longo da história até a parceria com o nazismo no Holocausto.
Sem essa admissão de culpa e um pedido integral de desculpas, to
dos os demais gestos de cortesia são enganosos.
No dia 30 de dezembro de 1993, após 18 meses de intensas ne
gociações, o monsenhor Cláudio Maria Celli, subsecretário para
Assuntos Exteriores da Secretaria de Estado papal, e o Dr. Yossi
Beilin, vice-ministro do Exterior de Israel, assinaram um “Acordo
Fundamental” de 14 artigos, estabelecendo relações diplomáticas
plenas entre o Vaticano e Israel. Seu preâmbulo refere-se “à nature
za única das relações entre a Igreja Católica e o povo judeu”, bem
como ao “processo histórico de reconciliação” e ao “crescimento
da mútua compreensão e amizade entre católicos e judeus”.[32]
A “natureza peculiar do relacionamento entre a Igreja Católica e
o povo judeu” tem sido a de perseguidora e perseguido, de assassi
na e assassinado. Quanto ao “processo histórico de reconciliação”,
o arrependimento de Roma para iniciar tal processo ainda está fal
tando. Como pode-se dar uma reconciliação significativa sem que
a parte que tem abusado tão terrivelmente da outra faça uma con
fissão completa, peça sinceras desculpas e proceda a uma séria re
paração?
Desde o estabelecimento do Estado judeu em 1948, durante qua
se 46 anos, Roma recusou-se a reconhecer a existência de Israel.
Mesmo agora ela insiste que Jerusalém deve ser uma cidade inter-
20 * A Mulher Montada na Besta
*O
sterroristascroataslideradosp orA ntePavelicsãoco
nhecid
osp
or“
ustach
is’
ememb ro
sd aorgan izaçãofascistaUstacha.
O apoio do Vaticano a Hitler e Mussolini e ao regime servil na
zista na França, durante a Segunda Guerra Mundial, coincidiu com
o seu desejo de reavivar o Sacro Império Romano, com os líderes
seculares obedecendo às ordens de Roma. Há muito esse era, e
continua sendo, o sonho do Vaticano. A França (que Pio XI chama
va de “a primogênita da grande família católica”), juntamente com
a Itália e a Alemanha, eram os principais países católicos da Euro
pa, onde a Igreja exercia um grande poder. Seus governos estavam
dispostos a trabalhar com a Igreja e até mesmo a estabelecer rela
ções formais com ela através de concordatas.
O ateísmo agressivo do comunismo soviético e sua impiedosa
destruição de igrejas fez dele o maior inimigo que o catolicismo já
havia encontrado em sua longa existência. As democracias capita
listas, com a sua inclinação pela liberdade de consciência, religião
e imprensa, também eram incompatíveis com o catolicismo roma
no. Desse modo, nas décadas de 20 e 30, o fascismo parecia dar à
Europa uma esperança maior de união católica, pois apresentava-se
como um baluarte contra a crescente corrente vermelha do cqmu-
26 • A Mulher Montada na Besta
O Intermariuxn
Nos últimos anos da Primeira Guerra Mundial, Pacelli, que já
era uma estrela ascendente aos olhos do Vaticano, era o núncio pa
pal em Munique. Ele havia negociado secretamente, em nome do
Vaticano, com os poderes centrais a fim de salvar a Alemanha e o
Império Austro-Húngaro da derrota. Esses países católicos eram
vitais aos interesses do Vaticano na Europa. Sua divisão em Esta
dos menores significaria a formação de países onde o catolicismo
seria minoria e, desse modo, a Igreja perderia sua posição de domí
nio, tão importante às suas ambições.
O presidente americano Woodrow Wilson estava determinado a
conceder independência aos eslavos do sul. Assim nasceram os Es
tados independentes da Checoslováquia e Iugoslávia. Repentina
mente, os croatas católicos tornaram-se minoria em um novo país
controlado pela Igreja Ortodoxa. Para reverter essa situação infeliz,
o Vaticano deu início a uma campanha que tinha como objetivo
destruir a ortodoxia na Iugoslávia e, ao mesmo tempo, conter a
crescente ameaça do comunismo naqueles países.
Buscando atingir esses dois objetivos, na década de 20 o Vatica
no fez contato com um grupo da espionagem russa “branca”, que
havia fugido da ocupação bolchevista, e estava determinado a re
gressar ao seu país para derrotar os “vermelhos”. Quando esse cír
culo da inteligência cresceu, ficou sendo conhecido como “Inter-
O Massacre dos Sérvios • 27
A Conexão Católica
A maior parte do clero católico da Croácia continuou apoiando
fanaticamente Pavelic e seu regime incrivelmente maligno. Até
mesmo medalhas foram concedidas por Pavelic a freiras e padres,
o que acabou revelando publicamente o fato de que muitos deles
desempenhavam papéis importantes ao lado dos militantes usta-
chis. Frades franciscanos foram os que mais se juntaram aos bata
lhões da Ustacha. No que se refere às relações de Pavelic com o al
to clero, dois historiadores investigativos escreveram:
As Lamentáveis Negações
Ao traçar a história do Vaticano e dos papas, temos encontrado
consistentes evidências de supressão dos direitos humanos mais
básicos, inclusive com o uso da tortura e do genocídio. Tal com
portamento, sustentado por pronunciamentos infalíveis e dogmas
imutáveis, não ficou restrito à Idade Média, mas continua em uso
até hoje, quando as circunstâncias o permitem. A operação das ro
tas de fuga, que já resumimos brevemente, fornece uma prova adi
cional de que Roma não mudou.
Também vimos que há uma consistente negação dos fatos, o que
demonstra um ostensivo desprezo pela verdade. Nem mesmo o ine
gável registro histórico é capaz de tornar confiáveis os pedidos de
paz e boa vontade feitos atualmente por Roma, quer seja em favor
dos judeus ou dos evangélicos. Recentes artigos de jornais revelam
que ainda existem clérigos católicos que apoiariam o Holocausto e
estariam dispostos a dirigir as rotas de fuga:
Aceitação Cega
Para escapar dessa escravidão destrutiva, os reformadores cla
mavam pela submissão à pura Palavra de Deus como a autoridade
final, em lugar da Igreja e do papa. A questão principal que origi
nou a Reforma (e que permanece sendo a mesma até hoje) foi: as
pessoas devem continuar em cega submissão aos dogmas de Roma,
mesmo que eles contradigam a Bíblia, ou elas devem submeter-se
somente à Palavra de Deus como autoridade final? O biógrafo de
Menno Simons relata o conflito que ele enfrentou:
*U
mdo
slem
asd
aRe
form
aeq
uesig
nific
a"S
óasE
scritu
ras”
.
Só a Escritura? • 59
ciai de homens pois "... a sua unção [do Espírito Santo] vos ensina
a respeito de todas as coisas ” (1 João 2.27).
Se todos os cristãos são guiados pelo Espírito de Deus (Roma
nos 8.14), então certamente todos eles devem ser capazes de enten
der as Escrituras que o Espírito Santo inspirou. Nós, os cristãos, re
cebemos “o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o
que por Deus nos foi dado gratuitamente” (1 Coríntios 2.12). Não
há menção de que um grupo de clérigos deva interpretar as Escritu
ras para os outros. E por que deveriam? Todos os cristãos têm “a
mente de Cristo” (v. 16). Roma não se atreve a reconhecer essa
verdade, pois se o fizesse todos os que estão subordinados a ela se
riam libertos.
Roma ainda está procurando a verdade fora da Palavra de Deus.
Pensemos sobre a Pontifícia Universidade de Tomás de Aquino
(em Roma), onde o papa foão Paulo II se formou. Seus 1.200 estu
dantes, provenientes de 135 países, fazem da “busca pela verdade”
em milhares de volumes de teologia e filosofia de sua biblioteca e
também em outras fontes seu “objetivo de vida”.[13] Contrastemos
a declaração de Cristo que diz que, se obedecermos à Sua Palavra
conheceremos a verdade, com a complexidade da “busca da verda
de” feita pelos eruditos católicos. Não é possível que ambos este
jam certos.
uma data muito avançada para pensarmos que até então os cristãos
ainda não sabiam quais livros compunham o Novo Testamento e,
por isso, não poderiam usá-los, como Roma continua afirmando! A
História prova que os livros do Novo Testamento eram conhecidos
e aceitos pelos cristãos e estavam em uma lista de grande circula
ção e uso, pelo menos 300 anos antes do Concílio de Cartago. O
historiador W .H.C Frend escreve:
As Tristes Conseqüências
Infelizmente os católicos têm sido ensinados a buscar a hierar
quia da Igreja em vez da instrução que o Espírito Santo deseja dar
diretamente aos crentes. Para Roma, sugerir que o Espírito Santo
fala diretamente às pessoas através da Bíblia é motivo de excomu
nhão. KarI Keating, um dos principais apologistas católicos leigos,
escreve:
A Suficiência da Escritura
O desafio superficial lançado pelos apologistas católicos é:
“Mostre-nós um só verso da Escritura que declara claramente Sola
Scriptura, ou seja, que a Bíblia é suficiente em si mesma” .
Como comparação, podemos procurar pelo menos “um verso
que declare Deus como um ser triiino: Pai, Filho e Espírito Santo”.
Nenhum versículo diz isso, mas, mesmo assim, a doutrina da Trin
dade é aceita por católicos e protestantes como sendo bíblica. Tam
bém não há um único versículo dizendo: “a Bíblia é suficiente”.
Contudo, quando reunimos muitos versículos da Bíblia sobre esse
tópico, fica claro que a Bíblia ensina sua auto-suficiência tanto pa
ra autenticar a si mesma para o leitor, como para levar à maturida
de espiritual e à realização todos os que são habitados pelo Espírito
Santo e a lêem com o coração aberto.
Só a Escritura? • 71
ao que havia sido escrito até então. Ele claramente queria dizer to
da a Escritura. Portanto, o cardeal Newman foi ingenuamente su
perficial e estava errado. Mesmo assim, os apologistas católicos ci
tam com convicção sua declaração equivocada para desaprovar a
suficiência da Escritura.
“Para que o homem de Deus seja perfeito” quer dizer simples
mente que a Palavra de Deus é tudo que alguém precisa para ser
“perfeito”, no sentido de tomar-se maduro e ser como Deus quer que
o cristão seja. Os apologistas católicos referem-se aos outros versos
onde a palavra “perfeito” é usada, como: "Se queres ser perfeito,
vai, vende os teus bens, dá aos pobres ” (Mateus 19.21) ou “a perse
verança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e ínte
gros” (Tiago 1.4), etc. E por isso os católicos afirmam que, se é pos
sível deduzir-se por 2 Timóteo 3.17 que a Bíblia é suficiente para
aperfeiçoar os crentes, logo vender tudo que se tem e dar aos pobres
ou ser paciente também seria suficiente para tomar alguém perfeito.
Mais uma vez esse argumento é falho. Suponha que um treina
dor ofereça a um atleta uma dieta perfeita, com todos os ingredien
tes necessários para que ele tenha um corpo perfeito. Isso não sig
nifica que outras coisas, como exercícios físicos, não sejam neces
sárias. Paulo está dizendo que ensino, repreensão, correção e
educação na justiça contidos na Escritura são suficientes para fazer
com que o homem (ou mulher) de Deus seja tudo aquilo que Deus
deseja dele. O que não significa que seja desnecessário exercitar
paciência, fé, obediência, caridade, etc., como é ensinado pela Es
critura. O real significado é: na área de ensino, repreensão, corre
ção e educação na justiça, a Bíblia não precisa do complemento de
alguma tradição extra-bíblica ou de qualquer outra fonte.
Além do mais, Paulo prossegue dizendo que o homem (ou a mu
lher) de Deus é, pelas próprias Escrituras, "perfeitamente habilitado
para toda boa obra” (2 Timóteo 3.17). A Bíblia nunca faz tal decla
ração sobre a paciência, o amor, a caridade, a tradição ou qualquer
outra coisa. Paulo ensina claramente: “Só a Escritura”. Essa doutrina
não foi inventada pelos reformadores; eles a retiraram da Escritura.
A Questão Central
Quando Thomas Howard, irmão de Elizabeth Elliot (esposa do
missionário martirizado, Jim Elliot), tornou-se católico, a Faculda
Só a Escritura? • 73
"Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de
vós; é dom de Deus; nâo de obras, para que ninguém se glorie ”.
- Efésios 2.8-9
Os “Salvos” e os “Não-Salvos”
A Bíblia diz que há duas categorias de pessoas: as salvas e as
não-salvas, ou perdidas. O próprio Cristo declarou que a Sua mis
são era salvar as pessoas perdidas do mundo: “o Filho do Homem
veio buscar e salvar o perdido ” (Lucas 19.10); “...eu não vim para
julgar o mundo, e sim para salvá-lo” (João 12.47). Deus enviou
Jesus “para que o mundo fosse salvo por e le” (João 3.17). Paulo
testificou: “Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores”
(1 Timóteo 1.15). Salvá-los do quê? Do juízo divino, que os separa
rá eternamente da presença de Deus por causa do pecado.
“Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia,
se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele
permanece a ira de D eus” (João 3.36).
“...em chama de fogo, tomando vingança contra os que não co
nhecem a Deus e contra os que não obedecem ao evangelho de nos
so Senhor Jesus. Estes sofrerão penalidade de eterna destruição,
banidos da face do Senhor... afim de serem julgados todos quantos
não deram crédito à verdade” (2 Tessalonicenses 1.8-9; 2.12).
“E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse fo i
lançado para dentro do lago de fo g o ” (Apocalipse 20.15).
O Evangelho declara: “Cristo morreu pelos nossos pecados, se
gundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro
d ia ” (1 Coríntios 15.3-4). Os evangélicos crêem no Evangelho,
não apenas como um fato histórico, mas como algo que lhes ofere
ce perdão de seus pecados e a vida eterna como um dom gratuito
da graça de Deus. Paulo diz que este é o Evangelho “pelo qual
também somos salvos” (veja 1 Coríntios 15.2). Baseado nisso é
que o evangélico sabe que está salvo.
Uma pessoa “é salva” no momento em que crê no Evangelho. Ao
grito desesperado: “...que devo fazer para que seja salvo?” (Atos
16.30), Paulo respondeu: “Crê no Senhor Jesus e serás salvo” (v.
31). É simples assim. No momento em que deposita sua fé em Cris
to, a pessoa é salva e jamais se perderá novamente. “Mas passou da
morte para a vida” (João 5.24) e não está mais sob o julgamento de
Deus. O céu agora é o seu lar e a morte significa “deixar o corpo e
habitar com o Senhor” (2 Coríntios 5.8). A Bíblia diz:
“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Fi
lho unigénito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha
a vida eterna” (João 3.16); “Eu sou a porta [disse Jesus], Se al-
Uma Questão de Salvação • 77
guém entrar por mim, será salvo” (João 10.9); 11as minhas ovelhas
ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou
a vida eterna; jamais perecerão” (João 10.27-28); “...para nós,
que somos salvos” (1 Coríntios 1.18); “...aprouve a Deus salvar os
que creem pela loucura da pregação ” (1 Coríntios 1.21); “...por
ele também sois salvos” (1 Coríntios 15.2); “pela graça sois sal
vos... ” (Efésios 2.8); "... o qual deseja que todos os homens sejam
salvos...” (1 Timóteo 2.4); “[Deus] que nos salvou” (2 Timóteo
1.9); “...segundo sua misericórdia, ele nos salvou)J (Tito 3.5), etc.
O evangélico crê que, depois de aceitar a oferta de Cristo de per
dão e vida eterna, ele se toma um cristão, nascido do Espírito San
to e membro da família de Deus. Ele tem a certeza de que, como fi
lho de Deus, jamais perecerá eternamente (João 10.28), nem “en
tra em ju ízo ” (João 5.24). Sua salvação está segura porque, pela
maravilhosa graça de Deus, a morte de Cristo pagou a penalidade
dos seus pecados. Assim diz a Palavra de Deus:
“Aquele que crê no Filho de Deus tem, em si, o testemunho [a
garantia dada pelo Espírito Santo ao seu coração]. Aquele que não
dá crédito a Deus o faz mentiroso, porque não crê no testemunho
que Deus dá acerca do seu Filho. E o testemunho é este: que Deus
nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho. Aquele que
tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não
tem a vida. Estas coisas vos escrevi, a fim de saberdes que tendes
a vida eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho de
Deus” (1 João 5.10-13).
O Objetivo do Evangélico:
a Salvação dos Pecadores
Se uma pessoa é criada em um lar e numa igreja evangélicos, é
capaz de compreender intelectualmente o Evangelho desde a infân
cia. Porém, mesmo assim pode perceber que ainda não é salva. A
mera concordância mental com tudo que a Bíblia diz não pode sal
var; é preciso que se aceite pessoalmente a Cristo como seu Salva
dor. É através desse ato de fé que ocorre a salvação, “porque pela
graça sois salvos, mediante a f é ” (Efésios 2.8). Tudo agora é dife
rente, ela tornou-se “nova criatura ” em Cristo; “as coisas antigas
já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Coríntios 5.17).
78 • A Mulher Montada na Besta
A “Salvação” no Catolicismo
Sim, a Igreja Católica prega a salvação, mas em direta oposição à
Escritura e àquilo que crêem os evangélicos. Para eles a salvação
ocorre pela obediência à Igreja e não está baseada na obra consumada
por Cristo na cruz. Nenhum católico poderia afirmar que está salvo e
que sabe com certeza que após sua morte irá para o céu. Dizer isso
seria trazer-lhe automática excomunhão e a condenação de Roma:
Estou tão triste pelo que a igreja Católica está fazendo com os
membros de minha própria família. Está mandando a minha mãe pa
ra o inferno. Ela não acha que seja necessário conhecer Jesus como
Salvador pessoal ou ler a Bíblia por crer que, enquanto estiver an
dando de acordo com a Igreja, é o que importa.
Além de tudo, por obrigação, ela assiste à missa todo domingo e
nos dias santos. Ela sempre se confessa e faz as penitências, realiza
regularmente as obras de misericórdia e reza muitas vezes aos san
tos e à Maria para obter indulgências.
Suas boas obras e a administração dos chamados sacramentos se
rão o seu passaporte para entrar pelos portões de pérolas, depois
que ela passar o tempo determinado queimando no purgatório, para
pagar pelos pecados que restarem. E o próprio Pedro tem nas mãos
as chaves para lhe abrir as portas do céu. Ele entregou essas chaves
aos papas, portanto ela acha que teria alcançado o alvo.fl 2]
Ninguém pode ganhar, merecer ou pagar por ela, ou então não se
ria graça. A salvação só pode ser recebida de Deus, como um dom
gracioso, pelos que admitem que não merecem nem podem fazer
coisa alguma para ganhar ou merecê-la.
O Vaticano II repetidamente ensina a salvação pelas obras. Todo
católico praticante pensa que está ganhando a sua salvação. Alguns
padres e freiras até hoje colocam pedras dentro dos sapatos, usam
camisas de pêlos e se flagelam para ganhar a salvação. Caso se vi
site qualquer país católico nos feriados da Igreja Católica [dias san--
tos], será possível ver os penitentes se açoitando, peregrinos an
dando de joelhos em direção a algum santuário de Maria, outros
carregando pesadas cruzes e um terceiro grupo esperando melhorar
suas chances de salvação ao comprar velas, que serão acesas diante
de uma imagem de “Nossa Senhora” disso ou daquilo ou de algum
outro “santo”. Em alguns lugares, como nas Filipinas, alguns zelo
sos chegam a pedir que os crucifiquem, ficando pendurados em
agonia durante algum tempo a fim de pagarem parte do preço pela
sua própria salvação e a de outros. Longe de censurar tais esforços,
Roma os encoraja. A salvação pelas obras é ensinada de maneira
tão clara nos dogmas de Roma e praticada de forma tão ampla pe
los fiéis que não pode ser negada.
Lembram de Julian Hernandez, queimado na estaca em 22 de
dezembro de 1560 em Sevilha, Espanha, por levar para dentro des
se país Bíblias impressas na Alemanha? Ele também foi imolado
por acreditar que “qualquer um que tem fé em Jesus e confia so
mente nos méritos de Jesus tem a garantia que irá para o
céu...”[15] Imaginem só, ser condenado às chamas por crer no
Evangelho da graça de Deus! Mesmo assim, centenas de milhares
de outros crentes foram assassinados por Roma por esse mesmo
motivo.
“Graças” ou Graça?
Não se pode negar que Maria é aquela a quem primeiramente os
católicos procuram em busca das “graças necessárias à salvação”.
Esse fato é transmitido pelos defensores da igreja romana como
sendo a prática do catolicismo simples, dos que não conhecem ou
tro modo de pensar. Pelo contrário, as citações que reproduzimos
acima são de santos católicos. Ligório foi uma das grandes autori
dades da Igreja Católica, um cardeal e santo. A mariolatria não é
censurada pela hierarquia da Igreja, é até encorajada por ela. Os
próprios bispos, cardeais e papas têm sido alguns dos maiores devo
tos de Maria, embora nenhum deles superou o papa João Paulo II.
Segundo dizem, “Nossa Senhora do Carmo” teria dado uma
grande promessa a São Simão Stock em 1251: “Todos os que mor
rerem revestidos deste escapulário não padecerão o fogo eterno” .
Seu suposto aparecimento ao papa João XXII ocorreu em 1322, ra
tificando o privilégio sabatino (do sábado) para os que usarem o
escapulário. Ela teria dito: “Eu, a mãe da graça, descerei no sábado
após sua morte e libertarei a quem porventura se encontrar no pur
gatório”. [23] Confirmada pelos papas Alexandre V, Clemente VII,
Pio V, Gregório XIII e Paulo V,[24] desde então incontáveis m i
lhões de católicos usuários do escapulário têm confiado nessa pro
messa. Ligório acrescenta:
[O papa Paulo V] numa bula em 1613, disse que "o povo cristão
[que usa o escapulário] deve crer piamente que, após a morte, a
bendita virgem o ajudará peia sua contínua intercessão, seus méritos
e proteção especial..."
Por que não deveríamos esperar pelas mesmas graças... dessa
mãe bondosa? E se a servimos com um amor muito especial, por que
88 • A Mulher Montada na Besta
Um Mal-Entendido Semântico?
Em seu livro de apologética, Peter Kreeft declara absurdamen
te que aquilo que Lutero redescobriu sobre a justificação pela fé
era uma doutrina católica que há muito fora ensinada e ainda o é
por Roma.[29] Certamente Kreeft sabe que a doutrina católica da
“justificação pela fé” é inteiramente diferente daquela em que Lu
tero passou a crer depois de ler as Escrituras e daquela em que
os evangélicos crêem hoje. Caso contrário, Lutero e outros refor
madores deveriam ser verdadeiramente deficientes mentais. E en
tão os inquisidores foram muito mais cruéis do que imaginamos,
pois não disseram às pobres almas que eles condenavam às cha
mas que tudo não passava de um mal-entendido semântico, que
Roma ensinava a “heresia” pela qual estavam morrendo - e até
fora a sua originadora.
Keith Fournier, em seu livro Evangelical Catholics [Católicos
Evangélicos], equipara o catolicismo ao Evangelho bíblico da gra
ça de Deus. Para tentar provar que eles possuem uma fé bíblica, ele
alega que alguns católicos usam o material do Evangeiismo Explo
sivo de D. James Kennedy. Entretanto, quando foi indagado sobre
isso, Fournier respondeu:
Deus não é estranho aos que procuram nas sombras e nas ima
gens o Deus desconhecido, uma vez que... o Salvador deseja que to
dos os homens sejam salvos. Aqueles que, não por culpa própria,
desconhecem o Evangelho de Cristo ou Sua Igreja, mas que, mesmo
assim, buscam a Deus com um coração sincero, e movidos pela gra
ça, tentam em suas ações fazer a Sua vontade como a conhecem,
através dos ditames de sua consciência - esses também podem al
cançar a salvação eterna.[39]
As seções precedentes, contudo, declaram explicitamente que
“em diferentes formas a ela pertencem [à Igreja Católica Romana]
ou estão relacionados: os fiéis católicos, outros que crêem em Cris
to e, também todas as pessoas, chamadas pela graça de Deus à sal
vação”. [40] Além disso, o parágrafo seguinte declara que a salva
ção é negada “àqueles que, sabendo que a Igreja Católica foi fun
dada por Deus através de Cristo por ser necessária, recusam-se a
entrar e permanecer nela”.[41] Em outras palavras, os idólatras pa
gãos de algum modo estão na Igreja, mesmo sem saber disso, e
através dela serão salvos, mas os protestantes e especialmente os
ex-católicos são anatemizados.
A Impossibilidade
Aquilo que é afirmado sobre o “sacrifício da missa” (quer seja
chamado de renovação, repetição, reatamento ou reapresentação) é
100 • A Mulher Montada na Besta
[os católicos] se ajoelham diante de uma hóstia que está num "ta
bernáculo" sobre um altar e creem que ela é realmente o próprio
Cristo... Por isso, quando eu era criança fui ensinado a fazer o sinal
da cruz sempre que passava na frente de uma igreja católica.
Nos Estados Unidos há um reavivamento da “perpétua adoração
ao Bendito Sacramento”. Famílias paroquiais vigiam por uma hora
ou mais por semana, de modo que alguns devotos estão fazendo to
dos os dias “companhia ao Cristo”, pela adoração da hóstia durante
quase todas as horas do relógio. “O papa João Paulo II aprovou en
tusiasticamente a adoração perpétua... fazendo exposição do San
tíssimo Sacramento na catedral de São Pedro em 1981 com a fina
lidade de ser adorado”. Ele disse:
Realidade ou Fraude?
Este suposto poder do sacerdote de recriar sobre os altares cató
licos o corpo literal de Cristo para, em seguida, oferecê-lo a Deus
“no sacrifício da missa, [no qual] nosso Senhor é imolado... [e]
Cristo perpetua de maneira incruenta o sacrifício oferecido na
cruz”[15] é a marca registrada do catolicismo romano. Por isso,
conforme já vimos, ele está separado por um abismo intransponível
de todas as demais religiões, especialmente do cristianismo bíblico.
O que temos aqui é a realidade mais vital e miraculosa de todas ou
a mais diabólica fraude. Não há meio-termo.
Os católicos não podem negar que a defesa da transubstanciação
parece um equívoco já à primeira vista. Não é possível detectar
mudança alguma na hóstia e no vinho após eles terem se transfor
mado no suposto corpo e sangue literais de Cristo pelo poder único
dos sacerdotes. Como, então, pode-se ter a certeza de que esse “mi
lagre” tenha ocorrido? Assim como tudo mais no catolicismo, essa
certeza somente pode vir de uma fé cega naquilo que a Igreja diz.
Sim, alguns versículos bíblicos são apresentados como sustentação
a esse dogma, mas o católico tem de aceitar a interpretação da Igreja,
mesmo que o bom senso e uma exegese correta a rejeitem. Há duas
passagens principais das quais a doutrina da transubstanciação é deri
vada: João 6.51-57 e Mateus 26.26-28 (compare com Lucas 22.19-20
e 1 Coríntios 11.24-25). Vamos analisá-las mais de perto:
Llteraiismo ou Simbolismo?
Referindo-se à Sua crucificação, que deveria ocorrer em breve,
pão que eu darei pela vida
Cristo disse aos judeus em João 6: “...o
do mundo é a minha carne. Disputavam., pois, os judeus entre si,
dizendo: Como pode este dar-nos a comer a sua própria carne?
Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: se não
106 • A Mulher Montada na Besta
que todo o que dele comer não pereça. Eu sou o pão vivo que des
ceu do céu; se alguém dele comer, viverá eternamente; e o pão que
eu darei pela vida do mundo é a minha carne ” (João 6.47-51).
Onde Cristo deu a sua carne? Não foi na santa ceia, como o ca
tolicismo ensina, mas na cruz. Esse erro de interpretação novamen
te demonstra ser extremamente fatal. Pois, se quando Cristo disse
“Isto é o meu corpo... isto é o meu sangue” na santa ceia referia-se
a uma verdade literal, então na realidade Ele estaria sacrificando a
Si mesmo antes de chegar à cruz! De fato, este é o estranho ensino
do catolicismo: “Nosso Salvador, na Última Ceia, na noite em que
foi traído, instituiu o sacrifício eucarístico do Seu corpo e sangue,
de modo que pudesse perpetuar o sacrifício da cruz através dos sé
culos até Sua volta” .[17]
Repetimos: se Cristo está falando de Seu corpo e sangue físicos
em João 6, então aqueles que dele se alimentam jamais morrerão
fisicamente. Mas todos os apóstolos morreram. Se Ele não inten-
cionava dizer que comer o Seu corpo evitaria a morte física, então
Ele também não se referia a comer fisicamente o Seu corpo. Jesus
está obviamente falando num sentido espiritual em todo o capítulo,
como em muitas outras passagens da Bíblia.
É trágico perceber que os católicos são privados de receber a vi
da eterna espiritual que Cristo oferece, por serem levados a crer em
um dogma que afirma que Ele estava falando em termos físicos.
Roma afirma controlar “os méritos de Cristo” e assim poder dis
pensar outra “parcela” cada vez que um católico (assim se imagi
na) ingere fisicamente o corpo e o sangue literal de Cristo. A missa
precisa ser repetida por vezes sem fim.
luz natural mas da luz espiritual que recebem todos aqueles que
crêem nEle. Essa idéia está em contraste com a escuridão espi
ritual em que jaz este mundo.
Exemplos adicionais poderiam ser dados, mas seriam supér
fluos. Jesus continuamente convocava a humanidade a crernEle.
Qualquer assunto que Jesus tratasse em Suas mensagens, quer seja
o novo nascimento, a água, a ovelha, o pastor, a semente, o semea
dor, as plantas, os frutos, a videira, os ramos, o pão ou uma porta,
sempre estavam acompanhados de uma verdade espiritual.Ele fa
lava usando figuras de objetos físicos, as quais não deviam ser to
madas em sua forma literal. Sabemos que, especialmente quando
Jesus falava às multidões, Ele sempre se utilizava de parábolas.
“Todas estas coisas disse Jesus às multidões por parábolas e sem
parábolas nada lhes dizia ” (Mateus 13.34).
Em João 6 Jesus também falava às multidões. Sabemos, portan
to, que Eíe estava, como sempre, falando-lhes por parábolas e
usando uma linguagem figurada espiritual, em vez da linguagem li
teral e física. Há, é claro, outros motivos para afirmarmos isso.
Será que Jesus realmente está dizendo que, para receber a vida
etema devemos comer e beber literalmente Seu corpo e Seu san
gue? Ou Ele está dizendo que devemos crer nEle e usa a analogia
de comer e beber para ilustrar essa verdade? Cristo disse claramen
te que o crer dá a vida etema. Mesmo assim, afirmou que apenas
quando comemos é que podemos obter a vida etema. Essa é uma
contradição irreconciliável, a não ser, é claro, que comer seja sinô
nimo de crer.
Existe uma razão óbvia pela qual Cristo usou o símbolo de co
mer. No Antigo Testamento os sacerdotes comiam o sacrifício: “O
sacerdote que a oferecer [a oferta] pelo pecado a comerá; no lugar
santo, se comerá, no pátio da tenda da congregação. Tudo o que
tocar a carne da oferta será santo; se aspergir alguém do seu san
gue sobre a sua veste, lavarás aquilo sobre que caiu, no lugar san
to ”(Levítico 6.26-27; cf 6.16,18; 7.6,15, etc.).
Logo, conclui-se que Cristo estava dizendo aos judeus que Ele
era o cumprimento dos sacrifícios do Antigo Testamento e que Seu
corpo e Seu sangue seriam entregues pelos pecados do mundo. Ele
também estava instituindo aí o sacerdócio de todos os crentes. En
quanto estavam debaixo da lei, somente os sacerdotes podiam co
mer dos sacrifícios, mas agora todos podem compartilhar dele pela
fé, ao receber o dom da vida eterna, concedido pela graça de Deus.
Todos devem crer que o Filho de Deus tomou-se um homem de
came e sangue literais para morrer pela humanidade.
Existem inúmeras outras razões pelas quais Cristo não intencio-
nava dizer que deveríamos comer e beber literalmente Seu corpo
e Seu sangue. O Seu sacrifício pelo pecado aconteceu apenas uma
única vez. Se fosse preciso que alguém O comesse fisicamente,
isso deveria ter acontecido naquela hora. O corpo que foi sacrifi
cado e deixado no túmulo, como já vimos, ressuscitou glorifica
do. O novo corpo de Cristo, no qual Ele agora vive no céu, sen
tado à destra do Pai, não tem sangue e nem pode morrer. Seu an
tigo corpo, cuja vida estava no sangue, já não existe mais. Paulo
disse: “Assim que, nós, daqui por diante, a ninguém conhecemos
segundo a carne; e, se antes conhecemos Cristo segundo a car
ne, já agora não o conhecemos deste modo ” (2 Coríntios 5.16).
Sugerir que o corpo de Cristo é recriado nos altares católicos pa
ra ser novamente oferecido pelo pecado contradiz claramente tan
to a Escritura quanto a lógica.
O “Sacrifício” da Missa • t i l
Os Limites da Realidade
Os católicos refutam toda essa argumentação afirmando que
crêem literalmente no que Jesus diz. Contudo, não é o literalismo,
mas sim a fantasia que sugere que cada uma das milhões de hóstias
consumidas diariamente é a completa, inteira e total crucificação
física do corpo de Cristo. Dizem ainda que, ao mesmo tempo, Cris
to está no céu em Seu corpo ressurreto. Quando questionados, sua
resposta normalmente é: “Mas Deus é onipresente”.
Isso é verdade, e porque Cristo é Deus, Ele está em todo os luga
res ao mesmo tempo, em Espírito. Mas quando Cristo tomou-se
homem, Ele se sujeitou voluntariamente a certas limitações. Um
corpo físico ocupa lugar no espaço e, conseqüentemente, só pode
estar num lugar de cada vez. Nunca será encontrada na Bíblia algu
ma indicação de que Cristo estivesse corporalmente em mais de
um lugar ao mesmo tempo.
É verdade que Cristo disse: “onde estiverem dois ou três reuni
dos em meu nome, ali estou no meio deles” (Mateus 18.20). Os
cristãos crêem nessa promessa, mas ninguém imagina que Cristo
esteja ao mesmo tempo presente fisicamente num único lugar e no
meio de milhões de crentes ao redor do mundo. Na verdade ne
nhum deles imagina ser possível que Ele esteja presente fisicamen
te, pois isto significaria que Ele poderia ser visto, o que não acon
tece. Sugerir que milhões de hóstias sejam cada uma individual
mente o corpo físico de Cristo, completo e inteiro, é sair da
realidade e partir para a fantasia.
Tampouco a linguagem de Cristo na Última Ceia sustenta a tran-
substanciação: “[Ele] tomou o pão; e, tendo dado graças, o partiu
e disse: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em me
mória de mim. Por semelhante modo, depois de haver ceado, to
mou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no
meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória
de mim” (1 Coríntios 11.23-25). Jesus deseja que os cristãos relem
brem a Sua morte na cruz e tomem o pão e o vinho em Sua memó
ria. Suas palavras não indicam que deve haver uma repetição do
Seu sacrifício na cruz.
Notemos Suas palavras: “Isto é o meu corpo”. Ele não disse que
algum dia pedaços de pão se tornariam o Seu corpo através do mi
raculoso poder da transubstanciação e seriam manuseados pelos
sacerdotes católicos, mas que o pão, naquele momento, era o Seu
112 • A Mulher Montada na Besta
mar de maneira mais literal quando Ele disse: 'Isto é o meu cor
p o ”, do que quando Ele disse: “Eu sou a porta”. Tomá-las lite
ralmente é violar o bom senso e consentir que a Lei de Deus se
ja quebrada pela prática de canibalismo e pela ingestão de san
gue, e conduz à insensata heresia que diz que, apesar de Cristo
estar no céu em um corpo imortal e glorificado, o Seu corpo de
carne e sangue mortais, que Ele possuía antes da crucificação, es
tariam sendo ingeridos continuamente por católicos e luteranos.
Isso igual mente conduz à idéia fantasiosa de que cada um dos mi
lhões de hóstias ou pedaços de pão podem ser - cada um deles -
o corpo físico completo de Cristo.
Pelo menos Lutero não ensinou que o sacrifício de Cristo estava
sendo repetido indefinidamente e que o perdão de pecados e a vida
eterna são recebidos a prestação ingerindo o pão e o vinho. Essa
ilusão acalentada pela transubstanciação impede que os católicos
creiam em Cristo. A eucaristia é o cerne do falso evangelho das
obras pregado pelo catolicismo.
Infelizmente, o católico devoto tem sido afastado da fé sim
ples em Cristo como seu Salvador através do ritual que ele ima
gina ser o comer físico do corpo e sangue de Cristo. Desse mo
do, a salvação não vem através da fé, mas das obras, não pelo
crer, mas pelo comer. Não é de admirar que para um católico
seja tão difícil aceitar o Evangelho bíblico! Ele tem sido ensi
nado que toda vez que ingere o suposto coipo e sangue de Cris
to, dá mais um passo em direção à salvação e ao céu. Obvia
mente essa pessoa acha difícil aceitar que através de um ato de
fé, recebendo Cristo pela fé em seu coração, está salva eterna
mente e no instante da morte entra imediatamente na presença
de Cristo e não no purgatório.
O Evangelho da graça de Deus é negado pelo ensino de que
os “méritos e graças” ganhos por Cristo são dispensados aos fiéis
através da liturgia, especialmente através da missa. O suposto
poder do sacerdote de transformar a pequena hóstia e o vinho
no corpo e sangue literais de Cristo é o âmago da mentira. As
sim o católico, ignorante do ensino bíblico de que um único sa
crifício é suficiente e que “já não há oferta pelo pecado” (He
breus 10.18), foi convencido pela sua Igreja de que os sacrifí
cios de Cristo repetidos sobre os altares católicos estão pagando
pelos seus pecados:
114 • A Mulher Montada na Besta
Um “Milagre”?
Os que rejeitam a fantasia da transubstanciação são acusados de
não crerem em milagres. Sim, “para Deus tudo é possível” (Ma
teus 19.26; Marcos 10.27). Contudo, para entender essa expressão
devemos considerar a natureza de Deus e a realidade. Deus não po
de se transformar em demônio ou Satanás e também não pode
mentir (Tito 1.2). Deus também não pode tomar-se o universo, pois
pela Sua própria natureza Ele é um Ser separado e distinto do uni
verso e, portanto, o panteísmo é uma concepção impossível.
Do mesmo modo, um milagre deve acontecer dentro dos limites
verificáveis da realidade. Uma hóstia que se “transformou” no cor
po e sangue de Cristo e ainda retém todas as qualidades e caracte
rísticas originais exclui aquilo que é essencial para um milagre: a
sua constatação para que possa trazer glória a Deus. Considerando
que a hóstia e o vinho permanecem como eram, o suposto milagre
continua encoberto. Para que seja aceito como tal, um milagre pre
cisa ser reconhecível (o paralítico andar, o cego ver, a tempestade
ser logo acalmada, o morto ressuscitar, etc.), ou então ninguém po
de saber se ele realmente aconteceu e ninguém pode dar glória a
Deus por isso.
Claro que Deus poderia transformar uma hóstia em carne huma
na. João Batista disse que Deus poderia “...destas pedras... suscitar
filhos a Abraão ” (Mateus 3.9 e Lucas 3.8). Mas se Ele o fizesse, as
pedras que haviam sido transformadas em seres humanos não con
tinuariam com a aparência e com as características das pedras. Para
os católicos, transformar hóstia em carne e sangue humanos não
seria negar nem a natureza de Deus nem a realidade. Mas a tran
substanciação não é esse milagre, pois a hóstia [supostamente] se
transforma no corpo de Cristo “sob a aparência de hóstia”.
Não existe esse tipo de milagre na Bíblia. A abertura do mar
Vermelho para que os israelitas o atravessassem pisando em terra
seca foi um feito real, tanto para eles como para os egípcios que o
presenciaram. Ambos entenderam que aquilo era um milagre reali
O “Sacrifício" da Missa • 115
zado pelo poder de Deus. Suponhamos que ele tivesse sido uma es
pécie de transubstanciação - o mar Vermelho “aberto ”, sob a apa
rência de estar fechado, e os israelitas “andando na terra seca”,
sob a aparência de “estar nadando” para atravessá-lo. Suponha
mos que Cristo curou um cego que continuava “com a aparência de
cego" ou ressuscitou um morto “que ainda tinha a aparência de
continuar morto Não seriam suposições ridículas? Pois é exata
mente o que ocorre no “milagre da transubstanciação” !
Tomemos o milagre das bodas de Caná, quando a água foi trans
formada em vinho: “Tendo o mestre-sala provado a água transfor
mada em vinho... chamou o noivo e lhe disse.... guardaste o bom
vinho até agora” (João 2.9-10). Suponhamos que, em vez disso,
ele tivesse dito: “Não, isto não é vinho, é água!” Então os criados
responderiam: “Não, senhor, é vinho!” A voz do mestre-sala se al
teraria e num tom zangado diria: “Não zombem de mim! Parece
água, tem gosto de água, portanto é água!” Mas os criados insis
tem: “Senhor, é vinho. Jesus míraculosamente transformou água
em vinho sob a aparência de água”. Não existe esse tipo de “mila
gre” na Bíblia, e quando Roma faz tal afirmação, não passa de uma
tentativa óbvia de encobrir uma fraude.
*O saibingenses, valden
seseh ug
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o.
A Reforma Traída
Existe uma tendência crescente entre os atuais evangélicos de
abraçar e promover uma visão “bondosa” do romanismo, contradi
zendo as convicções mantidas pelos protestantes por mais de 400
anos. A Reforma, quando ainda é lembrada, tem sido retratada co
mo uma separação desnecessária de uma Igreja que seria bíblica e
evangélica. Declarações de vários evangélicos de hoje rejeitam a fé
e as convicções dos milhões de mártires que preferiram morrer a
ter de aceitar a transubstanciação, o purgatório, as indulgências, a
adoração aos santos e as demais doutrinas do evangelho falso e
destrutivo de rituais e obras da Igreja Católica. Se o catolicismo
permanece firme “nas doutrinas fundamentais do cristianismo”, en
tão para que serviu a Reforma?
Se a visão sustentada atualmente por muitos evangélicos está
correta, então os milhões de pessoas que foram condenadas à mor
te por Roma, através dos séculos, não morreram por sua fé, mas
por um mal-entendido semântico. Isso é trágico! Se as doutrinas
católicas e evangélicas são “essencialmente as mesmas”, então a
Reforma estava baseada num erro inacreditável, que somente ago
ra, depois de mais de quatro séculos, está sendo reconhecido. Mas
se não é esse o caso, e se no tempo da Reforma protestante havia
realmente diferenças claras e vitais entre a visão católica e as gran
120 • A Mulher Montada na Besta
por Halley era seu livro e que podem ser encontrados nas cópias
atualmente vendidas em livrarias, mas que foram retirados das edi
ções especiais da Cruzada:
Por isso, Henrique VIII caiu nas graças do povo quando con
frontou o papa sobre o assunto do divórcio de sua consorte espa
nhola. Católico declarado, Henrique VIII havia sido honrado pelo
papa com o título de “Defensor da Fé” (algo que ainda é estranha
mente mantido pelos monarcas protestantes da Inglaterra) por sua
fervorosa polêmica intitulada “Asserção dos Sete Sacramentos
contra Martim L u t e m Na ocasião, o rei inglês queria a anulação
do seu casamento com Catarina de Aragão para poder se casar com
Ana Bolena, que era mais jovem, mais bela e lhe dava esperança
de ser mais fértil. Recentemente Roma havia concedido uma anula
ção de casamento à irmã de Henrique, Margarete, rainha da Escó
cia. Porém o papa Clemente VII foi influenciado e pressionado pe
lo sobrinho de Catarina, o imperador Carlos V, e recusou-se a aten
der o desejo de Henrique. Então Henrique VIII rompeu relações
com Roma e declarou-se o cabeça da Igreja Católica da Inglaterra.
Para apoiar o rei, a Câmara dos Comuns [o parlamento da época]
pronunciou numerosas acusações válidas contra a hierarquia romana:
“o clero cobrava pagamento pela administração dos sacramentos, os
bispos davam benefícios a ‘certos jovens [seus filhos bastardos], cha
mando-os de sobrinhos’... as cortes episcopais exploravam com vora
cidade o seu direito de cobrar taxas de guerra e multas; essas cortes
detiveram pessoas e as aprisionaram sem declarar quais eram as acu
sações contra elas [etc.]”. O documento terminava “pedindo ao rei
uma ‘reforma’ [de modo algum protestante] desses males”.[31]
O Parlamento acabou votando o Estatuto da Supremacia (em 11
de novembro de 1534), que efetivamente colocou Henrique VIII,
que ainda era católico dos pés à cabeça, no lugar do papa como
chefe da Igreja da Inglaterra. Ironicamente, os monarcas protestan
tes ingleses ainda mantêm essa posição. Will Durant escreve:
"Isso que vocês chamam seu Deus", disse ela durante o julgamen
to, "é um pedaço de pão, pois está provado que, se ficar dentro de
uma caixa durante três meses, ficará mofado".
Ela foi torturada quase até morrer para que dissesse o nome de
outros hereges, mas ela permaneceu calada em sua agonia, e ao se
guir para a morte, disse: "sou tão feliz como alguém que está sendo
enviado ao céu".[l 2]
Para queimar os hereges protestantes o bispo de Lincoln ofere
ceu até “uma indulgência de 40 dias aos bons cristãos que levas
sem um feixe de gravetos para alimentar o fogo”.[13] O governo
do papa real da Inglaterra tornou-se um regime de terror. Os súdi
tos de Henrique nunca sabiam qual cabeça iria rolar em seguida, se
católica ou protestante. Católicos (como o bispo John Fischer e
Thomas More) foram executados por se oporem ao rei como chefe
da Igreja da Inglaterra. Mais tarde protestantes também se oporiam
aos monarcas protestantes por essa mesma razão, mas nenhum des
ses reis protestantes executaria um súdito baseado nisso.
Eu não espero ser salva por nenhum outro meio, mas somente pela
misericórdia de Deus no sangue do Seu Filho unigénito, Jesus Cristo.
Confesso que quando conheci a Palavra de Deus, a negligenciei,
amei a mim mesma e ao mundo... mesmo assim agradeço a Deus
que, pela Sua bondade, permitiu que eu tivesse tempo para me arre
pender... Senhor, em Tuas mãos entrego o meu espirito.fi 7]
No princípio boa parte da Inglaterra favoreceu o retorno ao cato
licismo (a maioria das pessoas não entendia as questões envolvi
das). Ironicamente, a perseguição aos dissidentes durante o reinado
de cinco anos de Maria fez com que a verdade fosse conhecida.
“Os sofredores encaravam seus julgamentos e execuções como for
mas ordenadas pela Providência para testemunharem o Evange
lho”. ^ ] O historiador da Igreja R. Tudor Jones escreve:
nizada mesmo antes que o seu corpo fosse ferido, exclamando con
tinuamente enquanto sua voz podia agüentar: “esta mão indig
na!”... entremeada com as palavras de Estêvão: “Senhor Jesus, re
cebe o meu espírito”, [até] que no ardor das chamas ele expi-
rou”.[21]
Em frente ao Balliol College, em Oxford, há uma cruz de pedra
erguida na rua de paralelepípedos e uma pequena placa sobre a pa
rede do prédio em frente. Ela marca o lugar onde Cranmer, Ridley
e Latimer foram queimados por rejeitar a transubstanciação. Perto
da esquina, numa avenida mais ampla, um monumento castigado
tem permanecido como um testemunho mudo há mais de 150 anos.
Ele dificilmente é notado ou visitado hoje em dia. Os poucos que
param lêem estas palavras:
PARA A GLÓRIA DE DEUS E GRATA COMEMORAÇÃO
DE SEUS SERVOS, THOMAS CRANMER, NICHOLAS RI
DLEY E HUGH LATIMER, PRELADOS DA IGREJA DA IN
GLATERRA, QUE, PRÓXIMO A ESTE LOCAL, ENTREGA
RAM SEUS CORPOS PARA SEREM QUEIMADOS, SUSTEN
TANDO O TESTEMUNHO DAS VERDADES SAGRADAS,
QUE ELES CONFIRMARAM E MANTIVERAM, CONTRA OS
ERROS DA IGREJA DE ROMA, E REGOZIJANDO-SE POR
TER SIDO DADO A ELES NÃO APENAS O PRIVILÉGIO DE
CRER EM CRISTO, MAS TAMBÉM DE SOFRER POR ELE.
ESTE MONUMENTO FOI ERIGIDO POR SUBSCRIÇÃO PÚ
BLICA, NO ANO DO NOSSO SENHOR DE 1841.
Durant escreve que “à medida que o holocausto avançava, ficou
claro que havia sido um erro. O protestantismo ganhava força com
os seus mártires, assim como ocorreu com o cristianismo primiti
vo, e pelos sofrimentos e firmeza de suas vítimas muitos católicos
foram abalados em sua fé e envergonhados de sua rainha”. Quanto
a Maria, a Sanguinária, ela “mostrou a uma Inglaterra ainda católi
ca a pior face da Igreja à qual servia. Quando ela faleceu, a Ingla
terra estava mais pronta do que nunca para aceitar a nova fé que
Maria havia tentado destruir”.[22]
Reescrevendo a História
Maria foi sucedida no trono por sua meia-irmã Elizabeth, que le
vou a Inglaterra de volta ao protestantismo, terminando com o po
A Reforma Traída • I 3 í
A Reforma Traída
Parece inexplicável que, dentre todos os povos, sejam os ingle
ses os que evitam cuidadosamente qualquer menção aos mártires
genuínos e preferem honrar traidores sediciosos. Quando George
Carey foi declarado arcebispo de Cantuária em abril de 1991, vol
tou atrás no tempo anterior à Reforma, nomeando elogiosamente
alguns arcebispos católicos de Cantuária. Ao fazer isso, ele delibe-
radamente passou por cima de muitos dos seus antecessores nesse
ofício, que haviam permanecido firmes contra Roma. O que ficou
mais saliente, por sua ausência, foi qualquer menção ao primeiro
arcebispo protestante da Cantuária, Thomas Cranmer, martirizado
pela própria fé que Carey jurava defender.
A história é sacrificada no altar do ecumenismo como uma obla
ção a Roma. Nenhum sacrifício é grande demais para fortificar o
movimento “unificador” que está empurrando a Igreja não-católica
de volta sob o poder papal. Recentemente a duquesa de Kent, sete
bispos anglicanos e mais de 700 clérigos ingleses converteram-se
ao catolicismo.[26] O mesmo revisionismo histórico está sendo
praticado pelos líderes evangélicos americanos que desonram a
memória daqueles que derramaram seu sangue para preservarem o
Evangelho.
Os defensores da fé católica norte-americanos promovem o mes
mo revisionismo. Peter Kreeft escreve sobre os nobres “mártires
católicos”, mas sem explicar que eles foram executados por traição
ao Estado e não por sua fé. E ele jamais menciona o número muito
maior de mártires assassinados pelos católicos - uma omissão to
talmente indesculpável, principalmente por se encontrar num livro
cujo autor se propõe a defender a verdade.[27] Pela desinformação
que a caracteriza, essa omissão talvez só seja conhecida por um em
cada mil protestantes, e mesmo assim é propagada como verdade
pelos líderes evangélicos.
Enquanto Roma faz de conta que mudou e assim pode enganar
os evangélicos, os apologistas católicos como Karl Keating, Jerry
Mataties, Scott Hahn, Thomas Howard e outros, estão promovendo
esforços para educar os católicos contra o que eles atrevidamente
proclamam ser os erros do Evangelho dos evangélicos. O próprio
papa está à frente da denúncia contra a fé evangélica nas audiên
cias católicas [28] enquanto fala aos “irmãos separados” do seu
amor e do seu anseio de união com eles.
134 • A Mulher Montada na Besta
Amor e Diálogo?
Somos ensinados a amar uns aos outros como Cristo nos amou.
A psicologia popular trivializa esse mandamento, igualando-o a
uma atitude “positiva”. Mas esquece o primeiro dever do amor: fa
lar a verdade (veja Efésios 4.15). O verdadeiro amor não lisonjeia
nem ameniza as coisas quando a correção é necessária, mas aponta
o erro que está cegando e prejudicando a quem se ama. Cristo dis
se: “Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e
arrepende-te” (Apocalipse 3.19). Ao invés disso, a idéia hoje cor
rente é que o amor exclui a censura, ignora a verdade e procura a
unidade a qualquer preço. Com essa atitude, o único resultado será
o desastre.
Eugene Daniels, o conselheiro principal para as relações ecle
siásticas da Visão Mundial Internacional, declarou: “Descobrimos
que podemos trabalhar com a Igreja Católica em termos das neces
sidades espirituais dos povos, de modo muito semelhante como te
mos tradicionalmente trabalhado com as Igrejas protestantes”.[29]
Outros famosos ministérios evangélicos americanos que têm traba
lhado com os católicos como se fossem igualmente cristãos são a
Associação Evangelística Billy Graham, a Prision Fellowship de
Charles Colson, Aliança Bíblica Universitária, Cruzada Estudantil
e Profissional para Cristo, Associação dos Homens de Negócio do
Evangelho Pleno, Jovens com uma Missão, Tradutores da Bíblia de
Wycliffe e outros.[30] Obviamente essa situação relativamente re
cente, peculiar à nossa geração, é extremamente significativa e
avança na proporção em que Roma intensifica seus esforços para
se apresentar como sendo “evangélica”.
Um cristão que tem o amor de Cristo em seu coração gostaria de
perdoar os acontecimentos do passado, mesmo que este seja repleto
de opressão, torturas e morte. Mas a Igreja Católica não pediu per
dão nem admitiu erro algum. Até o presente momento, os dogmas
de Roma não mudaram e o seu falso evangelho continua enviando
milhões de almas para o juízo eterno. A salvação das almas é a
grande questão: como o homem pode ser perdoado e ter a certeza
da eternidade no céu? Tudo mais é secundário. O catolicismo é um
evangelho falsificado. Nenhuma quantidade de diálogo é capaz de
mudar esse fato; apenas prepara o palco para o comprometimento.
“Diálogo” é uma tolice popular que não era ouvida nos dias dos
mártires. Diálogo? Era dobrar-se à autoridade imperiosa de Roma
A Reforma Traída • 135
Por aqui ainda não encontrei um único católico que pudesse expli
car o que é o Evangelho ou o que ele deve fazer para ser salvo... to
dos ficam incrédulos quando lhes explico que tenho certeza de ir pa
ra o céu após a morte, porque as Escrituras dizem isso e Deus não
mente. Nenhum deles diria que, para ser salvo, é suficiente apenas
crer em Jesus e que só o sangue de Jesus é, em si mesmo, o preço su
ficiente que foi pago para redimi-los da maldição do pecado. Quan
to mais envolvidos eles estão no catolicismo romano, parece que
mais firmemente mantêm a necessidade das boas obras acrescenta
das à "fé".
140 * A Mulher Montada na Besta
Tenha coragem, senhor Ridley, e seja homem. Nós hoje, pela gra
ça de Deus, acendemos uma tal chama na Inglaterra que, estou cer
to, jamais se apagará![4ó]
Essa é a herança do protestantismo atual, que os líderes evangé
licos desonram e até mesmo repudiam. Os líderes cristãos, que
também jamais teriam conhecido o Evangelho se não fosse por
causa dos mártires que bravamente se levantaram contra Roma, es
tão agora se aliando, em uma associação profana, com a mesma
instituição que derramou o sangue dos mártires!
Sim, a mulher cavalga a besta, e faz parte de sua jornada uma
aliança profana com aqueles que deveriam saber quem ela real
mente é. Permaneçamos firmes contra as trevas que aumentam, co
mo a chama acesa pelos corpos imolados de incontáveis mártires,
que brilha timidamente e está cada vez mais fraca em nossos dias.
É dever sagrado de todo cristão orar contra o Anticristo, e ne
nhum homem são deve levantar qualquer dúvida quanto à identida
de dele. Se não for o papado na Igreja de Roma, então não hã nada
no mundo que possa ser chamado por esse nome.
Ele fere a Cristo porque rouba Sua glória, põe a eficácia sacra
mental no lugar de Sua expiação e levanta um pedaço de pão no lu
gar do Salvador...
Se lutamos em oração contra o papado porque ele está contra o
Senhor, devemos amar as pessoas embora reprovemos seus erros;
amemos suas almas, embora abominemos e detestemos seus dog
mas.
- Charles Haddon Spurgeon[l]
O papa João Paulo II tirou seus sapatos para sentar-se quieta e so
lenemente junto do supremo patriarca dos budistas da Tailândia, num
mosteiro budista em Bangcoc... O pontífice da igreja Católica Roma
na, em seguida, elogiou "a antiga e venerável sabedoria" da religião
asiática. [29]
Tentemos imaginar o apóstolo Pedro assistindo a um ritual em
um templo budista e enaltecendo a sabedoria do budismo! Ou en
tão Paulo falando às audiências hindus, como fez João Paulo II,
durante sua visita à índia, declarando que não havia ido lã para en
sinar-lhes coisa alguma, mas para “aprender com a rica herança es
piritual [deles]” e que o mundo precisa observar atentamente a “vi
são espiritual do homem” a partir da perspectiva hindu.[30] Os
cristãos primitivos jamais teriam sido martirizados se tivessem
usado um enfoque ecumênico semelhante em relação às práticas
pagãs de Roma.
dia mais, que a “paz” será alcançada pela oração a um poder supe
rior e que “qualquer deus serve”, conforme diz a maçonaria. [40]
Inspirados pelo exemplo do papa em Assis, os “Concílios Inter-re-
ligiosos” estão brotando nos Estados Unidos, onde os cristãos se
reúnem em oração e praticam ação social junto com seguidores de
todas as religiões. O que ocorreu em um dos encontros foi descrito
por um dos participantes:
Campanha de Aproximação
No dia 16 de setembro de 1980, João Paulo II declarou aos cató
licos reunidos em Osnabrüch, Alemanha: “Encorajem de modo ca
ridoso seus irmãos evangélicos [luteranos] a testemunhar a sua fé
no caminho do amor ao próximo, a aprofundar em Cristo sua for
ma de vida religiosa”. [47] Será que o papa está apenas incitando os
protestantes ou está realmente fazendo concessões, como a maioria
dos católicos teme? No dia 6 de fevereiro de 1983, ele falou em ir
“além dos desentendimentos... para encontrar uma vez mais o que
é comum a todos os cristãos...”[48] Tais expressões de ecumenis
mo têm sido comuns e têm atraído pesadas críticas de conservado
res de dentro da Igreja.
Não resta dúvida de que João Paulo II quebrou algumas regras
em busca da “unidade”. Ele se ajoelhou diante de Robert Runcie,
então bispo de Cantuãria, no altar da catedral anglicana da Cantuá-
ria, e os dois líderes se abraçaram. Em 1981 o papa “convidou o
metropolita Damaschino para falar em seu lugar. Pela primeira vez
desde o Cisma [1054], um prelado ortodoxo se sentava na cadeira
da basílica” .[491 Os anátemas mútuos entre Roma e Constantino-
i
158 • A Mulher Montada na Besta
Estranhos Parceiros
No dia 31 de janeiro de 1994, o ex-premiê da China, Li Peng,
assinou os Documentos 144 [Regulamentos e Gerenciamento da
Atividade Religiosa de Estrangeiros Dentro das Fronteiras Chine
sas] e 145 [Gerenciamentos de Locais de Permissão de Atividade
Religiosa] transformando-os em lei. Como admitiu Wen Wei Po, o
jornal mais importante pró-Pequim de Hong Kong, essas regula
mentações eram para prevenir o “proselitismo” praticado por es
trangeiros. O governo chinês reconheceu o perigo para o comunis
mo se os evangélicos tiverem permissão de obedecer ao manda
mento de Cristo de pregar o Evangelho a toda criatura sobre a
terra.[53]
J
Quando sonhei com esta catedral, não quis construí-la sem a bên
ção do santo padre. Então fiz uma viagem até Roma e me encontrei
162 • A Mulher Montada na Besta
com o papa... Levei uma planta da Catedral e contei a ele que a es
tava construindo e que [também desejava] receber suas orações de
bênçãos. Claro que tiramos uma foto juntos, que está pendurada no
122 andar... Então, no 309 aniversário do meu ministério neste local,
recebi uma bela foto, total mente colorida, do Santo Padre dando sua
bênção apostólica sobre o meu santo ministério, com uma maravilho
sa mensagem pessoal manuscrita... [61 ]
A profecia bíblica está sendo cumprida diante de nossos olhos.
Cristo avisou que próximo à Sua volta para arrebatar Sua Noiva
para o lar celestial haveria aumento de engano religioso como este
mundo jamais conheceu (Mateus 24.4-5,11,24). Esse seria tão
grande que até mesmo os escolhidos correriam o perigo de serem
enganados. Homens seriam aceitos como líderes cristãos, até mes
mo como operadores de sinais e maravilhas, mas estes não seriam
cristãos de modo algum (Mateus 7.22-23). Paulo alertou-nos sobre
esse mesmo engano, que seria a preparação decisiva para o Anti-
cristo (2 Tessalonicenses 2.3-4), uma preparação que, obviamente,
tem se acelerado em nossos dias.
Defendendo-se por ter assinado a histórica declaração conjunta
de evangélicos e católicos, um líder batista rejubilou-se porque, fi
nalmente, havia sido concedido aos evangélicos o reconhecimento
por parte dos católicos de ser um legítimo grupo religioso. Os re
formadores dificilmente se sentiriam lisonjeados por tal “reconhe
cimento”, principalmente porque esse mesmo status tem sido con
cedido por Roma a todas as religiões. Cerca de 30 anos antes, o pa
pa Paulo VI havia dito:
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oT.).
Qual o Papel de Maria? • 167
As Diversas Marias
Existem muitas Marias no catolicismo. “Nossa Senhora” disto,
“Nossa Senhora” daquilo. Onde quer que o nome “Maria” apareça,
em suas várias formas, essa “santa” consegue reunir seus próprios
seguidores. A maioria dos católicos tem sua “Maria” favorita. Al
guns preferem “Nossa Senhora Aparecida”, outros, “Nossa Senho
ra de Guadalupe”, ou “Nossa Senhora de Lourdes”. O papa João
Paulo II tinha duas “Marias” favoritas: a “Virgem Negra” de Jasna
Gora, a santa padroeira da Polônia, e “Nossa Senhora de Fátima”.
A última apareceu-lhe, alegadamente, enquanto eie convalescia da
172 • A Mulher Montada na Besta
Maríologia e Mariolatria
Existem católicos conservadores que consideravam o papa João
Paulo II um traidor de sua Igreja por aceitar outras religiões. Mesmo
assim, estão unidos a ele em sua devoção a Maria. A poderosa expo
sição do ecumenismo do papa, intitulada Pedro, Tu Me Amas? é de
dicada ao “imaculado coração da santíssima virgem Maria”.[22]
Para que o coração de Maria seja imaculado, ela deveria ter sido
sem pecado. Mesmo assim, a Bíblia declara inequivocamente: “to
dos pecaram e carecem da glória de Deus ” (Romanos 3.23). A
própria Maria regozijou-se em Deus como seu Salvador (Lucas
1.47), pois somente pecadores carecem de um Salvador. Cristo
afirmou claramente: “Bom só existe um”, ou seja, Deus (Mateus
19.17; Marcos 10.18). Nenhuma exceção é feita a Maria.
Se fosse levantada a acusação dé que Maria é sua principal di
vindade, quase todos os membros do catolicismo iriam negar vee
mentemente. Mas, na prática, é assim que as coisas funcionam. E
dito que, quando Maria ordena, até Deus obedece.[23] O que co
meçou como maríologia gradualmente se tornou mariolatria, como
testificam os milhares que rezam pela intercessão de Maria, e que
atribuem tudo a ela, desde a salvação até a onipotência. Um folheto
popular intitulado “O Rosário, Tua Chave Para o Céu”, declara:
Não resta dúvida de que Paulo VI, juntamente com João XXIII e
João Paulo II, serão lembrados como os “três grandes papas da
paz”, pioneiros de uma fantástica transcendência da Igreja Católica
para a Nova Era.
- Robert Müller - ex-sub secretário-geral das Nações Unidas[2]
Aparições Maiianas e a
Doutrina Oficial Católica
As aparições marianas dificilmente atrairiam tanta gente se os
dogmas oficiais da Igreja Católica não as sustentassem. Os católi
cos são instruídos a rezar a Maria e recebem a promessa de que ela
os protegerá de todo perigo e suprirá todas as suas necessidades.
Citando o Vaticano II[16], o novo Catechism o f the Catholic
Church [Catecismo da Igreja Católica] declara: “Desde os tempos
mais remotos, a bendita virgem tem sido honrada com o título de
“mãe de Deus”, cuja proteção o fiel busca em todos os seus perigos
e necessidades”.[17] Aqui podemos ver a doutrina oficial católica
romana desde seu mais alto nível, atribuindo a Maria a autoridade
e o poder que pertencem somente a Deus! É impressionante essa
referência ser citada num artigo da This Rock (a mais importante
revista apologética católica), argumentando que, embora uma gran
de porcentagem de católicos considerem Maria igual a Deus, tal vi
são não é uma doutrina oficial da Igreja Católica.[18] Mas essa ci
tação prova o contrário: “Os fiéis buscam [Maria] para proteção...
em todas as suas dificuldades e necessidades”. Além de Deus,
quem mais pode oferecer proteção a todos os fiéis e suprir todas as
suas necessidades?
Em toda a Bíblia não há uma oração sequer dirigida a Maria,
nem exemplo algum de um auxílio miraculoso seu a qualquer pes
soa, tampouco alguma promessa de que ela quisesse, ou pudesse,
fazer isso. De Gênesis a Apocalipse, proteção e auxílio são busca
dos, prometidos e encontrados somente em Deus e em Cristo. Esse
fato é atestado por centenas de versículos, dos quais os seguintes
são apenas um pequeno exemplo:
“O Deus eterno é a tua habitação e, por baixo de ti, estende os
braços eternos" (Deutewnômio 33.27):' “Deus é o nosso refúgio e
fortaleza, socorro bem presente nas tribulações” (Salmo 46.1);
“De Deus dependem a minha salvação e a minha glória; estão em
Deus a minha forte rocha e o meu refúgio" (Salmo 62.7); “Se
nhor... Meu refúgio... Deus meu, em quem confio" (Salmo 91.2);
“Não temas... eu te ajudo, diz o Senhor, e o teu Redentor é o Santo
de Israel” (ísaías 41.14); “Salva-me, Senhor [Jesus]!" (Mateus
14.30); “Senhor [Jesus], socorre-me!” (Mateus 15.25); “Achegue
mo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim
186 • A Mulher Montada na Besta
anos, a visão que hoje se encaixa tão bem em nossos dias: uma mu
lher no controle.
Pela tendência atual, parece inevitável ser uma mulher que deva
cavalgar a besta. Dentre todas as mulheres da História, nenhuma
pode rivalizar com a onipotente, onisciente e onipresente “Maria”
do catolicismo. Será que, enquanto prepara o seu papel único que
desempenhará na Nova Ordem Mundial (cavalgar a besta), ela não
está agora aparecendo a milhões ao redor do mundo numa espanto
sa demonstração de poder? O roteiro dessa trama foi muito bem es
crito! João Paulo II disse:
Maria e o Islã
É fácil imaginar budistas, hindus, adeptos da Nova Era e liberais
- bem como católicos e protestantes - unindo-se numa religião
mundial, mas um bilhão de muçulmanos representa um problema
especial. Entretanto, Maria parece ser um caso singular pelo quaí
até mesmo eles poderiam se unir a uma fé universal. Uma revista
católica britânica registra que “um reavivamento mariano está se
espalhando pela África, com supostas aparições da virgem Maria,
encontrando seguidores também entre os muçulmanos...”.[25] Os
muçulmanos africanos estão presenciando aparições da virgem
Maria e “não se exige deles que se tornem cristãos” para segui-
la. [26] O periódico católico Our Sunday Visitor [Nosso Visitante
Dominical] destacou a grande honra dada a Maria no Corão e uma
conexão intrigante entre ela e Fátima, a filha favorita de Mao-
mé.[27]
O bispo Fulton J. Sheen escreveu um livro interessante, no qual
prediz que o islamismo será convertido ao cristianismo “através da
rendição dos muçulmanos à veneração da mãe de Deus”. Ele apre
sentou as razões para isso:
As almas “vão para o inferno porque não têm ninguém para fa
zer sacrifícios”? Cristo já fez o único sacrifício capaz de proporcio
nar a salvação!
Um Espírito de Sedução
Essa é uma negação ostensiva, aceita e promovida por Roma, de
que o sacrifício de Cristo pagou a dívida total pelo pecado. Nos úl
timos 60 anos todos os papas têm honrado Nossa Senhora de Fáti
ma. [38] A consagração mítica a um “imaculado coração” substitui
a devoção a Deus e a Cristo, e a obediência a “Nossa Senhora” traz
supostamente a paz. Essa aparição certamente não era Maria! Exi
gindo para si mesma a autoridade e os atributos de Cristo, a apari
ção de Fátima ainda declarou:
O Jesus do Catolicismo é
Subordinado a Maria
Às aparições dá-se o crédito de levarem as pessoas a Jesus; mes
mo assim, entre os peregrinos que vão aos santuários marianos
existem poucos sinais de devoção real a Cristo. E Maria quem re
cebe a honra. O rosário é rezado sem parar, o assunto gira todo em
tomo de Maria e não em tomo de Cristo ou Deus, a devoção é a
ela, e os peregrinos se vêem como seus servos, cumprindo suas or
dens. Maria, não Cristo, é quem trará a paz. O plano de paz para o
mundo é dela, a reparação pelos pecados cometidos contra ela de
ve ser feita a ela e é ela que deve deter a mão do seu filho no juízo.
Maria é glorificada, não Cristo.
Além do mais, o Jesus promovido nas aparições é falso, pois es
tá sempre subordinado a Maria. As visões de “Maria” em Fátima,
Portugal, que tanto têm significado para os papas, principalmente
para João Paulo II, são muito explícitas em seu desejo de destronar
Cristo e colocar Maria em Seu lugar. O falso evangelho da salva
ção através de Maria é até endossado por um demônio que se passa
por Jesus e acompanha Maria. Este relato oficial da “aparição de
Nossa Senhora de Fátima” declara:
Galileu e a Inquisição
Mais evidências (se é que ainda são necessárias) de que os papas
não são infalíveis está no tragicômico caso de Galileu. Para defen
der o dogma da igreja, o papa Urbano VIII (1623-1644) ameaçou
torturar Galileu, já idoso e muito enfermo, se ele não renunciasse à
sua afirmação de que a terra girava em torno do sol. Depois de de
clarar que essa crença era contrária à Escritura, o papa viu Galileu
ajoelhar-se, temendo pela própria vida, e renunciar a essa “heresia”
diante do Santo Ofício da Inquisição. Essa visão geocêntrica per
maneceu como dogma católico durante séculos, endossada por um
papa infalível depois do outro. Para eles, a terra era o centro do
universo e todos os corpos celestes, inclusive o sol, giravam ao seu
redor. Por incrível que pareça, somente em 1992 o Vaticano, após
um estudo de 14 meses, admitiu finalmente que Galileu estava cer
to. Essa admissão foi urn reconhecimento de que muitos papas, que
haviam afirmado que Galileu estava errado, eram criaturas falíveis
e, portanto, capazes de fazer interpretações erradas da Escritura.
Mesmo assim, o Vaticano II reafirmou o dogma de que somente o
Magistério, conduzido por papas infalíveis, pode interpretar a Es
2 0 8 • A Mulher Montada na Besta
dos pela própria igreja. Na verdade, esses crimes (mesmo que mui
tos foram obviamente cometidos pelos “filhos” da Igreja) ocorre
ram por causa de sua obediência e por estarem debaixo da lideran
ça da própria Igreja representada por seus papas, cardeais, bispos e
padres (que, na verdade, forçaram os “filhos” a cometer tais atos).
As Inquisições foram criadas e lideradas pelos próprios papas.
Incluíam torturas diabólicas, constante e engenhosamente “melho
radas” para tornarem-se ainda mais cruéis. Essas torturas, cada vez
mais elaboradas, eram usadas para arrancar tanto a confissão quan
to a retratação das “heresias” de que as multidões eram falsamente
acusadas. Algumas das câmaras de tortura, com seus instrumentos
usados para infligir os sofrimentos mais agonizantes aos culpados,
ainda podem ser vistas pelos turistas em toda a Europa. Sabe-se
que 80 dos supostos “vigários de Cristo”, um após o outro, super
visionaram e perpetraram esse horror. Foram os papas, ajudados
pelos bispos, que fomentaram e dirigiram as Cruzadas (tanto para a
Terra Santa quanto contra os cristãos evangélicos da Europa) que
resultaram no massacre de milhões de cristãos, judeus e muçulma
nos inocentes - chegando a oferecer indulgências especiais para
quem tomasse parte na matança.
Esses horrores cometidos em nome de Cristo pela Roma papal
são fatos históricos inegáveis. Mesmo assim, a Igreja Católica Ro
mana nunca admitiu nem se arrependeu ou pediu perdão por esses
crimes, tampouco João Paulo II escolheu ser o primeiro líder cató
lico a fazê-lo. E quem se atreve a acusar Roma (ou se dispõe a fa
zê-lo)? Aparentemente ninguém. É escandalosa a atitude de alguns
líderes evangélicos mundiais nessa simulação de arrependimento, e
sua cumplicidade é demonstrada por seu louvor ao papa e por sua
condescendência com as heresias católicas.
A hipocrisia do papa alcançou um novo patamar quando de
clarou que, depois de uma “reflexão completa e total” de peca
dos, “resolveu publicar... um documento [produto de numerosos
encontros da subcomissão e... sessões plenárias... ocorridas em
Roma entre 1998 e 1999”,] da Comissão Internacional de Teo
logia, intitulada: “Memória e Reconciliação: A Igreja e as Fa
lhas do Passado ”. Essa promessa arrogante é imediatamente re
futada peio prefácio do documento, que demonstra bem a sua
proposta: “não examinar casos históricos em particular, mas sim
esclarecer as pressuposições que garantem arrependimento por
Apêndice G - loão Paulo II Pede “Perdão” * 221
erros do passado”. Na verdade, essa declaração, um documento
com 19.000 palavras com a suposta confissão do papa, delibe-
radamente evita mencionar e, menos ainda, descrever qualquer
fato específico. Entretanto, é obvio que forjar uma confissão sem
listar claramente os pecados que estão sendo confessados é per
petrar uma fraude gigantesca. Mesmo assim, quase todo mundo
a aceitou como algo digno de louvor!
Em sua totalidade, o documento reflete a mesma desculpa hipó
crita usada na suposta “confissão” de qualquer culpa por parte da
Igreja. Toda responsabilidade é jogada - sem uma identificação
precisa dos pecados - sobre os “pecados do presente e do passado
de seus filhos e filhas... as falhas cometidas pelos filhos e filhas da
Igreja... atos passados imputados aos filhos da Igreja... a Igreja de
veria tornar-se mais consciente da pecaminosidade de seus filhos...
o apelo de João Paulo II à Igreja para marcar o Ano do Jubileu co
mo uma admissão de culpa pelos sofrimentos e maldades cometi
dos pelos seus filhos e filhas no passado...”, etc. Além disso, a falta
de disposição da Igreja em admitir qualquer pecado que tenha co
metido é apenas um aspecto que faz parte da sua justificável e du
radoura política de preservação.
De fato, em toda a História da Igreja não havia precedentes para
pedidos de perdão feitos pelo Magistério por erros do passado... fo
ram muito raras as ocasiões em que autoridades eclesiásticas - o
papa, bispos ou concílios - reconheceram abertamente seus erros
ou abusos de que eram culpados. Um exemplo famoso nos é forne
cido pelo papa reformador Adriano VI, que reconheceu publica
mente, em uma mensagem enviada à Dieta de Nüremberg em 25
de novembro de 1522, “as abominações, os abusos... e mentiras”
das quais a “corte romana” de então era culpada. Na verdade seria
uma “doença... que estava enraizada e se alastrava... desde a lide
rança até os membros comuns”. Adriano VI deplorava as falhas da
Igreja já em seu tempo, em especial as cometidas pelo seu anteces
sor imediato, Leão X e su a c ú ria , sem, entretanto, fazer um pedido
de perdão por elas.
Será necessário esperarmos muito até que, algum dia, surja um
papa disposto a fazer um pedido de perdão tanto a Deus quanto aos
homens. Na declaração que fez durante a abertura da segunda ses
são do Concílio Vaticano II, o papa [Paulo VI] pediu “perdão a
Deus e aos irmãos separados do Oriente [Igreja Ortodoxa] que pos-
222 • A Mulher Montada na Besta
\
i
nho que seu suposto sucessor, que chega até mesmo a dizer que é o
Cristo na terra, seja amado, celebrado, consultado e festejado pelos
líderes mais poderosos do mundo. Algo está errado! Em seu dis
curso João Paulo II relembrou seu “grande desejo”, expresso várias
vezes desde o início de seu pontificado em 1978, de “fazer uma pe
regrinação à Terra Santa” . Ele chamou cristãos, judeus e muçulma
nos de “crentes” no Deus único e os instou a se considerarem “um
só povo e uma só família” . Em contraste, Cristo disse que a “famí
lia” a que a humanidade pertence tem o Diabo como pai (João
8.44), e para entrar na família de Deus é preciso nascer de novo
através do Espírito de Deus, pela fé em Jesus Cristo e em Seu sa
crifício redentor na cruz (João 3.3-17). Jesus também conclamou
toda a humanidade a escolher entre o arrependimento ou a morte
eterna (Mateus 9.13; Lucas 13.3, etc.).
O papa foi quase imediatamente para o alto do Monte Nebo
(cerca de 24 quilômetros de Amã) no coração da Jordânia. Daquele
lugar privilegiado, a mais de 800 metros de altura, ele podia ter a
mesma visão que Moisés teve da Terra Prometida. Chegando lá, foi
recepcionado por monges franciscanos e pelo bispo católico da
Jordânia e assistiu à apresentação de um coral infantil. No dia se
guinte celebrou uma missa no centro de Ama com a presença de
35.000 pessoas, incluindo 2.000 crianças que participavam de uma
missa pela primeira vez.
Depois de um voo de meia hora que partiu de Amã, o avião do
papa chegou ao aeroporto de Tel Aviv e o pontífice foi recepcio
nado com honras pelo ex-presidente de Israel, Ezer Weizman, e
pelo então primeiro-ministro Ehud Barak. Em seu discurso, o pa
pa referiu-se novamente ao seu antigo desejo de visitar a Terra
Santa e ressaltou que essa era uma “peregrinação pessoal” do bis
po de Roma “às origens de nossa fé no Deus de Abraão, Isaque
e Jacó”. Mais uma vez o judaísmo apóstata e o islamismo pagão
foram reconhecidos como crenças verdadeiras que servem ao úni
co e verdadeiro Deus. Na realidade, Alá é uma divindade pagã, e
tanto o islamismo quanto o judaísmo rejeitam o Deus Triúno da
Bíblia e Cristo como Filho de Deus e Salvador dos pecadores. O
Corão chega a dizer que, ao invés de Jesus ter morrido na cruz
pelos nossos pecados, outro morreu em Seu lugar enquanto Ele
foi levado vivo para o céu. de onde retornará como homem para
morrer na terra.
Apêndice H - A Visita d e ]oão Paulo lí a Israel • 227
lico, quando fizemos tudo o que estava a nosso alcance para esta
belecer relações amistosas entre Igreja e Estado. Agora... quanto
mais ardentemente oramos por alcançar esse alvo...”
Isso ocorreu em 1939, e os abusos de Hitler e o que ele planeja
va para os judeus já havia sido amplamente exposto ao mundo. Em
janeiro daquele mesmo ano, Hitler alertava que a iminente guerra
iria “resultar... no extermínio da raça judaica”. Em 22 de junho de
1943, quando a fumaça dos judeus incinerados se espalhava por to
da Europa, Pio XII mais uma vez reiterou sua contínua oposição às
promessas de Deus para Seu povo escolhido. Em uma carta incisi
va endereçada ao presidente americano Roosevelt, o papa rejeitou
fazer da Terra Prometida de Israel (que ele chamava de Palestina) o
lar dos judeus:
*P rem issaimediatam
en
teeviden tequ
esead
m iteco mouniversalm
entev
erd
a
deirasem exig
ênciadedemo
n stração
.{No
voDicio
nárioAu
réiio
).
Apêndice H - A Visita de |oão Paulo II a Israel • 231
Jesus Cristo”. Nosso? Arafat disse que Jesus era um palestino que
lutava pela liberdade de seu povo contra Israel, e o papa sorriu e o
abençoou!
Ao visitar o campo de refugiados de Dheisheh, o papa “parou em
uma sala de aula, feita de blocos de cimento, para fazer seus comen
tários sobre as condições “degradantes nas quais os refugiados estão
vivendo há mais de meio século”. O pontífice disse: “Apenas um
comprometimento por parte dos líderes do Oriente Médio, e da co
munidade internacional em geral, pode resolver as causas da situa
ção atual”. O papa “destacou de modo especial [para elogiá-las] as
organizações católicas e as agências de Ajuda Humanitária e Traba
lho da ONU para os refugiados palestinos, que ajudam a adminis
trar dezenas de campos...” Não houve reprovação às nações árabes
que, mesmo com seus bilhões de petrodólares, mantiveram os
350.000 refugiados originais em campos empobrecidos (onde uma
alta taxa de natalidade multiplicou o seu número para a casa dos mi
lhões). Também não questionou como foi possível a pequena e em
pobrecida nação recém-nascida de Israel ter sido capaz de absorver
rapidamente mais de 800.000 refugiados vindos de Estados árabes,
onde estavam sendo perseguidos desde o surgimento do islamismo.
Esses refugiados genuínos deixaram tudo para trás para alcançar um
abrigo seguro, algo que antes nunca havia existido para eles.
Certamente o papa não podia desconhecer que os próprios ára
bes criaram os refugiados palestinos, já que rejeitaram a partilha da
Palestina feita pela ONU em 1947 e decidiram que os judeus não
teriam porção alguma daquela terra. Israel havia se contentado com
as terras que recebera e apenas queria viver em paz! O novo Estado
de Israel foi imediatamente atacado com força devastadora pelos
exércitos de seis nações árabes. Nos dias que antecederam o ata
que, o Alto Comando Árabe, dia e noite, enviava mensagens pelo
rádio para que todos os árabes saíssem daquela região enquanto os
exércitos tentariam empurrar os judeus para o mar Mediterrâneo.
Para a comunidade internacional e a administração das Nações
Unidas dos campos de refugiados não é segredo que Israel teria si
do capaz de resolver os problemas dos refugiados que estavam sob
seu controle, mas os árabes e a ONU não o permitiram. Como re
sultado da Guerra dos Seis Dias de 1967, mais de um milhão de
palestinos dos campos de refugiados passaram para o controle is
raelense. Israel, ofereceu a eles terra, eletricidade, instalações sani-
Apêndice H - A Visita d e [oão Paulo I[ a ísraeí • 233
Santo Padre, neste momento trágico meu povo não está lutando
apenas por suas vidas, mas por tudo o que lhes é sagrado... implo
ram que uma voz seja levantada para mostrar simples e claramente
onde está o mal e que condene aqueles que estão a serviço do mal...
a Sé Apostólica deve romper seu silêncio.[l]
Apesar dos numerosos pedidos feitos por várias frentes, a Sé
Apostólica, que supostamente é a guardiã da moral, não rompeu
seu silêncio infame diante do pior mal que o mundo já viu.
Para sustentar a maneira branda de retratar Pio XII, o artigo da
revista Newsweek refere-se aos “onze volumes escritos a respeito
dos anos de guerra que foram publicados pelos arquivos do Vatica
no...” Mas a revista, assim como as publicações oficiais do Vatica
no {La Civilta Católica, de 21/3/98 e UOsservatore Romano de
29/4/98), não mencionam que esses arquivos estão “fechados ao
público e aos historiadores”. Três jesuítas (Ângelo Martini, Bur
khart Schneider e Pierre Blet), atendendo aos interesses da própria
Igreja Católica, escreveram esses onze volumes, que dificilmente
podem ser considerados uma documentação completa ou um relato
imparcial.
Atrevo-me a usar o termo “cortina de fumaça” com respeito à
recusa contínua do Vaticano em abrir os arquivos para o público. O
livro de Friedlander cita grandes porções dos arquivos nazistas,
que ele desejava comparar com os registros do Vaticano - mas não
recebeu autorização. Na introdução de seu livro, Friedlander escre
ve: “Quando estava preparando este livro tentei várias vezes obter
acesso aos arquivos do Vaticano, mas as tentativas foram em vão”.
Apêndice 1 - Pio XII, os Nazistas e os ludeus • 251
Por outro lado, os arquivos nazistas sobre esses anos cruciais fo
ram expostos ao público tanto quanto os arquivos outrora secretos
da OSS (órgão que antecedeu a CIA) através do Ato de Liberdade
de Informação. Esses registros mostram Pio XII de uma perspecti
va completamente diferente da que foi usada pela Newsweek e em
outras tentativas recentes de isentá-lo de sua responsabilidade, pois
estas apresentam apenas aquilo que traria benefício para o Vatica
no. Existia um protesto por parte dos católicos romanos para que o
Vaticano refutasse os argumentos apresentados no livro de Frie
dlander logo que este foi publicado - e o Vaticano prometeu fazer
algo a respeito. Mais de trinta anos depois, finalmente temos uma
defesa pública apresentada nesses onze volumes, mas ninguém tem
permissão para ir pessoalmente aos arquivos e checar o conteúdo
dos livros para verificar se todos os documentos vieram a público.
Portanto, a conclusão de que o Vaticano esconde muito mais mate
rial não está baseada somente na evidência encontrada em outros
registros, mas em sua recusa em permitir que historiadores impar
ciais examinem seus arquivos.
Os esforços feitos para justificar a atitude de Pio XII afirmam
que seu silêncio a respeito da questão judaica somente ocorreu por
que ele temia que, se reprovasse publicamente o Holocausto, isso
apenas iria enfurecer Hitler e tornar a situação ainda pior. Essa vi
são simplista não pode ser sustentada pela lógica nem pela Histó
ria. Os fatos mostram que seu silêncio sobre o Holocausto não sal
vou ninguém. E mais racional concluirmos que o silêncio do papa
sobre a questão judaica visava proteger os interesses da Igreja Ca
tólica na Alemanha e que ele cria que a Alemanha era o único ba
luarte contra a ameaça do comunismo que vinha do Leste. Essa
perspectiva pode ser apoiada por muitas evidências. Também se
alega que ninguém, muito menos Hitler, teria dado ouvidos ao pa
pa. Pelo contrário, os arquivos nazistas fornecem provas de que Hi
tler temia o que o papa poderia dizer no final da guerra, mesmo de
pois que as tropas alemãs ocuparam a Itália e cercaram o Vaticano.
Quando Hitler ordenou a deportação e o extermínio de todos os ju
deus de Roma e da Itália, o bispo Hudal, que apoiava abertamente
a Hitler, mandou um telegrama para Berlim onde dizia que arran
car judeus de dentro dos portões do Vaticano certamente forçaria o
papa a protestar publicamente contra o nazismo, mesmo que ele
não desejasse fazer isso. Porém, em 28 de outubro de 1943, o se-
252 • A Mulher Montada na Besta
culpas para o fato de Pio XIX não ter excomungado nenhum desses
dois mestres do crime por sua indizível maldade.
Essa questão vai além de Pio XIL Ele meramente refletia sécu
los de anti-semitismo por parte de seus antecessores e da sua igre
ja, envolvendo a mais bárbara perseguição e o assassinato de mul
tidões de judeus. Espero que você realmente coloque minha res
posta no quadro de avisos de sua igreja, como prometeu.
Pergunta: O senhor tem conhecimento da carta escrita pelo pa
pa Pio XII em 22 de junho de 1943 e endereçada ao então presi
dente americano Franklin Delano Roosevelt recentemente desco
berta nos arquivos do governo dos Estados Unidos? Ela expressa
claramente a oposição do papa quanto aos judeus estabelecerem
seu país na região da Palestina. Caso conheça o documento, qual é
a sua opinião?
Resposta: Sim, a descoberta desse documento, bem como a re
velação de seu conteúdo foram amplamente divulgadas pela mídia.
Ainda assim, não creio que ele recebeu a atenção que merece. Du
rante quarenta anos houve uma controvérsia que cercava a vida de
Pio XII. Ele foi criticado por sua omissão em falar publicamente
contra o Holocausto, algo que certamente sabia que estava aconte
cendo. Os apologistas católicos romanos tentaram explicar essa
questão e alegaram que o papa ajudou a esconder na Itália muitos
judeus que fugiam dos nazistas. A alegação principal dos apologis
tas é que, se o papa viesse a se pronunciar em público sobre o as
sunto, isso faria com que Hitler ficasse irritado e poderia tom ar a
situação ainda pior, mesmo sendo difícil imaginar como as coisas
poderiam ficar ainda piores do que já estavam.
Na verdade, foi a irmã Pascalina (a freira que serviu como go
vernanta do papa e foi sua amiga e confidente íntima durante mui
tos anos) que levou ao papa a idéia de salvar os judeus (conforme
expliquei na resposta anterior). Entretanto, esse fato nunca é men
cionado por aqueles que elogiam o papa por ele ter salvado os ju
deus.
Essa carta datada de 22 de junho de 1942 foi devastadora para os
que defendiam o papa. Reproduziremos em parte o que ela diz:
orar, fazer o melhor - mas não posso ter certeza. O papa João Pau
lo II não tem absoluta certeza de que irá para o céu; nem a madre
Teresa de Calcutá O cardeal John Kxol, líder espiritual de
mais de um milhão de católicos da Filadélfia, admitiu que sua
maior preocupação pessoal dizia respeito a “ir para o céu”. O car
deal Ratzinger (atual papa Bento XVI), que dirigia a Congregação
para a Doutrina da Fé, guardiã da ortodoxia católica (Santo Ofício
da Inquisição), manifestou a mesma incerteza acerca de sua própria
salvação - e com toda a razão.
Assim como o papa [João Paulo II], a igreja que ele liderava re
jeita firmemente a promessa de Cristo de dar a “vida eterna ” (Jo
3.16) a todo aquele que crê nEle. Quem deposita sua confiança em
Jesus “passou da morte para a vida” (Jo 5.24) e “jamais pere
cer [ á ] ” (Jo 10.28) segundo as palavras do próprio Mestre. O sa
cerdócio católico oferece incontáveis missas a Maria e a seus san
tos favoritos (milhares de missas serão rezadas pelo falecido papa),
incentiva peregrinações a vários santuários e disponibiliza outros
meios de obter indulgências com o propósito de abreviar o sofri
mento no purgatório - um fato que transtornou Martim Lutero e
desencadeou a Reforma.
Num livro considerado muito bom por 250 líderes evangélicos, o
papa escreveu: “O Batismo e a Eucaristia [...] criam no homem a
semente da vida eterna” . Rejeitando a suficiência do sacrifício de
Cristo e Seu brado vitorioso “Está consumado! ” (Jo 19.30), os do
cumentos do Vaticano II começam assim: “E a liturgia, principal
mente no divino sacrifício da Eucaristia, através da qual a obra da
nossa redenção [ainda] está sendo realizada”. Roma coloca sob aná
tema qualquer um que ouse confessar a certeza de uma salvação
consumada, algo que a Bíblia promete repetidas vezes (1 Jo 5.13).
Antes de morrer, o principal “televangelista” católico, arcebispo
Fulton J. Sheen (que João Paulo II chamou de “um filho leal da
igreja” e que Billy Graham elogiou como “o maior comunicador”
do século passado), esperava que “a Virgem” o recebesse no céu
devido às mais de 40 peregrinações que fez a seus santuários em
Lourdes e Fátima. O papa João Paulo II também era totalmente de
voto a Maria, especialmente a “Nossa Senhora de Fátima”, cuja
aparição declarou que “todas as religiões são iguais [...] muitas al
mas perecem porque não têm ninguém para fazer sacrifício por
elas”, uma clara negação da suficiência do sacrifício de Cristo pe-
Apêndice K. - A Morte d e um Papa • 261
der religioso de nossa época passou deste mundo para seu mere
cido galardão eterno” .
Assim como Billy Graham, também Richard Land, presidente da
Comissão de Ética e Liberdade Religiosa dos Batistas do Sul, enfa
tizou que quaisquer discordâncias que os protestantes possam ter
tido “com João Paulo II são irrelevantes para os fundamentos da fé.
Land louvou “a férrea defesa de João Paulo II dos valores tradicio
nais da fé cristã”. Entretanto, em mais de uma ocasião João Paulo
II se reuniu para orar com curandeiros, espíritas, animistas, hindus,
budistas, muçulmanos e líderes de outras religiões mundiais, decla
rando que todos estavam “orando ao mesmo Deus” e dizendo que
suas orações geravam “profundas energias espirituais” que cria
riam um “novo clima para a paz” .
Não nos atrevemos a brincar com o destino eterno das almas.
Pedro, que Roma falsamente alega ter sido o primeiro papa, decla
rou: “Não existe nenhum outro nome [além de Jesus Cristo], dado
entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At 4.12).
Nem é Maria, nem Buda, nem qualquer outro, senão unicamente
Jesus Cristo quem salva! Mas João Paulo II confiava em Maria pa
ra sua proteção e salvação - e ensinava seu rebanho a fazer o mes
mo. Lamentamos por ele e por seu rebanho por esse erro!
É tarde demais para orarmos pela alma do falecido papa - mas
temos o dever, para com nosso Senhor e toda a humanidade, de dar
as boas-novas aos que ainda vivem: “Porque Deus amou ao mun
do de tal maneira que deu o seu Filho unigénito, para que todo o
que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus
enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas
para que o mundo fosse salvo p o r e le ” (Jo 3.16-17).
Capítulo 1 9 - 0 Vaticano, os Nazistas e os Judeus
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N ic h o la sG ru n er, q u etam b émp u b licaarev istaThe Fatim a C rusader (c o m
um m ilh ã od eleito res, seg u nd osec a lcu la). E lesaleg am q u eessep ro g ram a
derád ioch eg aam ilh õ esd epessoasn o sE stad o sU nid o seC an ad áto d a
sem an a“ co m am en sag emu rg en ted eN o ssaS en h orad eF átim a” .N oin íc io
dop ro g ram atam b ém sea firm aq u e“ S o m en tep elao b ed iên ciaà m en sag em
den o ssaS en h o rad eF átim aq u en ó s, aq u in aA m éric ad oN orte ,ev itarem o s
serescrav izad osp elaR ú ssiaco m u n ista. S o m en tep elaim ed iatao b ed iên cia
àm en sag em d eN o ssaS en h o rad eF átim aq u eom un d oteráp az...”
41.The Dallas M orning News, 2 5d eju n h od e1 9 93 .
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N J:A v eM a riaIn stitu te,1 9 6 8 ),p .4 6
43.Lucia S peaks on the M essage o f Fatim a (W ash in gto n ,N J: A v eM a ria
In stitu te ),p p .2 6 ,3 0 -3 1 ,4 7 .
44.V e rD av eH u n t, W hatever H appened to H eaven? (H arv estH ou seP u b lish ers,
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Notas* 277
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e1 9
9 3
,e m
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