JB News - Informativo Nr. 0773
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JB NEWS
Edição de segunda-feira
26 páginas em PDF
Bloco 1: Almanaque
Bloco 2: Opinião: “Maçom, exemplo de cidadão” - Ir. HelmuthErich Müller
Bloco 3: A primeira Loja Maçônica no Brasil – Ir. Raimundo Rodrigues
Bloco 4: Maçonaria – o Altar dos Juramentos – Ir. Pedro Juk
Bloco 5: A Borboleta não é Morna – Ir. Luis Felipe Tavares
Bloco 6; Destaques JB
Livros Maçônicos
160 páginas
(14 x 21cm)
Eventos Históricos
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314 - O Imperador Romano Licínio é derrotado por seu colega Constantino I na Batalha de Cibalae
e perde seus territórios europeus.
1582 - Por causa da implementação do Calendário Gregoriano, esse dia não existe na Espanha, na
França, na Itália, na Polônia e em Portugal.
1652 - Vitória Inglesa na Batalha de Kentish Knock na Primeira Guerra Anglo-Holandesa.
1862 - Guerra Civil Americana: Batalha de Chattanooga.
1871 - Ocorre o grande incêndio de Chicago.
1906 - Realizado a primeira navegação de um barco a vapor pelo Rio Paraná.
1912 - É fundado o Royal Flying Corps (Força Aérea) em Inglaterra.
1939 - Segunda Guerra Mundial: Alemanha anexa a Polônia Ocidental.
1945 - Formação do Movimento de Unidade Democrática, de oposição ao regime de António de
Oliveira Salazar.
1965 - Golpe Militar de 1964: na televisão, Carlos Lacerda chama Castelo Branco de "traidor da
revolução", rompe com o governo e renuncia à sua candidatura.
1967 - Che Guevara é capturado na Bolívia.
1986 - Vazamento de água radioativa da Usina Angra I, no Rio de Janeiro.
1993 - Toni Morrison torna-se a primeira afro-americana a ganhar o Prêmio Nobel de Literatura
1998 - José Saramago foi o primeiro autor de língua portuguesa a ganhar o Prêmio Nobel de
Literatura.
2003 - Anunciado o noivado de Frederico, Príncipe Herdeiro da Dinamarca e a plebéia australiana Mary
Elizabeth Donaldson
ncipação política). ia
ncipação política). ia
fatos maçônicos do dia
1770:
Na Exaltação ao Grau de Maçom do Real Arco na Loja Journeyman, de Dumfries, Escócia,
entre as qualificações necessárias do Irmão constam Aprendiz, Companheiro, Mestre e Mestre
de Marca.
1828:
O governador Dewitt Clinton, Grande Sumo Sacerdote Geral, abre o Canal Erie com o
cerimonial do Real Arco.
1928:
É feito o acordo para incorporação, ao Grande Oriente do Brasil, o Grande Oriente de São
Paulo, que se afastara em 1921, como protesto pelas irregularidades na eleição em que Mario
Behring fora eleito Grão-Mestre.
Prezados IIr.:
MENSAGEM A GARCIA.
Rowan foi trazido à presença do presidente, que lhe confiou uma carta com a
incumbência de entregá-la a Garcia. De como este homem, Rowan, tomou a carta,
meteu-a num invólucro impermeável, amarrou-a sobre o peito, e, após quatro dias,
saltou, de um barco sem coberta, alta noite nas costas de Cuba; de como se embrenhou
no sertão, para, depois de três semanas, surgir do outro lado da ilha, tendo atravessado
a pé um país hostil e entregado a carta a Garcia, são coisas que não vêm ao caso narrar
aqui pormenorizadamente. O ponto que desejo frisar é este: Mac Kinley deu a Rowan
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uma carta para ser entregue a Garcia; Rowan pegou a carta e nem se quer perguntou:
“Onde é que ele está?”.
Hosannah! Eis aí um homem cujo busto merecia ser fundido em bronze perene
e sua estátua colocada em cada escola do país. Não é só de sabedoria livresca que a
juventude precisa, nem tão somente de instrução sobre isto ou aquilo. Precisa, também,
de um endurecimento das vértebras, para poder mostrar-se altivo no exercício de
um cargo: para atuar com diligência, para dar conta do recado; para, em suma, levar
uma mensagem a Garcia.
Leitor amigo, tu mesmo podes tirar prova. Estás sentado no teu escritório,
rodeado de meia dúzia de empregados. Pois bem, chame um deles e peça-lhe: “Queira
ter a bondade e consultar a enciclopédia e de me fazer uma descrição suscinta da vida
de Corregio”.
Nada disso! Olhar-te-á perplexo e de soslaio para fazer uma ou mais das
seguintes perguntas:
Quem é ele?
Que enciclopédia?
Onde á que está à enciclopédia?
Fui eu acaso contratado para fazer isso?
Não quer dizer Bismarck?
E se o Carlos o fizesse?
Já morreu?
Não é melhor que eu traga o livro par que o senhor mesmo procure o que quer?
não te darás ao trabalho de explicar ao teu “ajudante” que Corregio se escreve com “C”
e não com “K”, mas limitarás a dizer-lhe meigamente, esboçando o melhor sorriso: “Não
faz mal; não se incomode”, e, dito isto, te levantarás e procurarás tu mesmo. E esta
incapacidade de atuar independentemente, esta inépcia moral, esta invalidez da
vontade, esta atrofia de disposição de solicitamente se pôr em campo e agir – são as
causas que recuam para um futuro tão remoto o advento do socialismo puro. Se os
homens não tomam iniciativa de agir em seu próprio proveito, que farão quando o
resultado do seu esforço for necessário para redundar em benefício de todos? Por
enquanto parece que os homens ainda precisam ser feitorados. O que mantém muito
empregado no seu posto e o faz trabalhar é o medo de se não o fizer, será despedido no
fim do mês. Anuncie precisa-se de um taquígrafo, e nove entre dez candidatos à vaga
não saberão ortografar nem pontuar – e, o que é pior, pensam que não é necessário
sabê-lo.
Será possível confiar a um tal homem uma carta para entregá-la a Garcia?
Nada se diz do patrão que envelhece antes do tempo, num baldado esforço para
induzir eternos desgostosos e descontentes a trabalhar conscienciosamente; nada se
diz de sua longa e paciente procura de pessoal, que, no entanto muitas vezes nada mais
fez do que “matar o tempo”, logo que ele volta as costas. Não há empresa que não
esteja despedindo pessoal que se mostra incapaz de zelar pelos seus interesses, a fim
de substituí-lo por outro mais apto. Este processo de seleção por eliminação está se
operando incessantemente, em tempos adversos, com a única diferença que, quando os
tempos são maus e o trabalho escasseia, a seleção se faz mais escrupulosamente,
pondo-se fora, para sempre, os incompetentes e os inaproveitáveis. É a lei da
sobrevivência do mais apto. Cada patrão, no seu próprio interesse, trata somente de
guardar os melhores – aqueles que podem levar uma mensagem a Garcia.
Hoje este homem perambula errante pelas ruas em busca de trabalho, em quase
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Elbert Hubbard.
Um fato histórico sem documentos que comprovem sua veracidade, deixa de ser um fato
para ser uma possibilidade ou, o que é pior, uma invencionice que, de histórica, não tem
nada. Não se faz História por ouvir dizer ou imaginando fatos. "A História", segundo
Langlois e Seignobos, "nos ensina a relatividade de todas as coisas e a transformação
incessante das crenças, das formas, das instituições".
Por aí se vê quão difícil é a missão daqueles que se debruçam sobre os mapas da vida
para narrar o que para trás ficou. Ouve-se amiúde a expressão "a História é a mestra da
vida".
Esta expressão está incompleta. A definição de História é ampla e abarca um círculo
bem maior de verdades, ei-la: História vero testis temporum, lux veritatis, vita memorae,
magistra vitae, nuntia vetustatis est (A História é verdadeiramente a testemunha dos
tempos, a luz da verdade, a vida da memória, a mestra da vida, a mensageira dos
tempos antigos).
A História de nossa Instituição merece respeito. Deixemos, portanto, aos verdadeiros
historiadores a missão de relatá-la. Nós outros, que historiadores não somos, devemos
ter sempre diante dos olhos que a História é, antes de mais nada, a luz da verdade.
Há muito tempo se discute qual teria sido a primeira Loja Maçônica instalada em nossa
Pátria. As opiniões divergem, deixando aqueles que não são ligados às coisas da
História em palpos de aranha. Em quem acreditar? Hoje, mercê da criação das Lojas de
Pesquisas, das Academias, dos jornais, boletins e das revistas maçônicas, algumas de
altíssimo quilate, já se pode vislumbrar nos longes do horizonte maçônico uma luz que
se torna cada vez mais forte. Alguns escritores, talvez por ufanismo, apontam brasileiros
ilustres como tendo sido Maçons, sem que haja a mais mínima prova que estabeleça a
veracidade da afirmativa. Outros, por ouvir dizer, ensinam coisas que absolutamente não
podem provar. Só para exemplificar e sem citar nomes, temos debaixo dos olhos um
publicação que, a par de belos artigos, traz um, naturalmente baseado em alguma coisa
que o autor, talvez até bem intencionado, tenha tido conhecimento e tenha dado crédito
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Tinha-se, pois, como certo que a primeira Loja Maçônica fundada no Brasil fora a
"Cavaleiros da Luz", fato que teria ocorrido na povoação da Barra aos 14 de julho de
1797.
Essas observações de Castellani eram necessárias, porque surgiram sérias dúvidas
sobre a veracidade das informações dadas por Borges de Barros, depois que
apareceram documentos que negavam a presença da fragata "La Preneuse" em águas
territoriais baianas.
Quando exercíamos o Veneralato de nossa Loja "Ponto no Espaço 279" (94/95),
convidamos nosso Irm:. e historiador, professor da USP, Ricardo Mário Gonçalves para
uma palestra sobre a primeira Loja Maçônica do Brasil e fomos surpreendidos ao
ouvirmos daquele nosso ilustre Irm:. que a fragata "La Preneuse" jamais estivera no
Brasil. O palestrante dizia que fazia tal afirmação escudado em trabalho publicado pelo
historiador Luiz Henrique Dias Tavares que, por sua vez, fundamentava sua assertiva,
baseado em pesquisa feita pela historiadora Kátia de Queirós Mattoso nos arquivos
Nacional e da Marinha, em Paris. Além de "La Preneuse" jamais ter estado no Brasil,
Larcher, quando esteve em Salvador, desembarcou do navio "Boa Viagem", em
novembro de 1796, tendo embarcado de regresso à França em 2 de janeiro de 1797. E
o ilustre palestrante argumentou: Se a "Cavaleiros da Luz" foi inaugurada em julho de
1797 e Larcher havia embarcado em janeiro daquele ano, como poderia aquele oficial da
marinha francesa ter participado da fundação da Loja, conforme se apregoa?
Por aí se vê que é necessário muito estudo, pesquisas e mais pesquisas para que, com
base em fontes fidedignas, se possa afirmar que isto ou aquilo é realmente um fato
histórico digno de fé.
Nós, que não somos historiadores e que dependemos das informações que eles nos
fornecem, precisamos meditar e meditar fundo nas palavras do historiador maçônico
Frederico Guilherme Costa, autor de "Questões Controvertidas da Arte Real", vol. 3, Ed.
"A TROLHA", Londrina, 1997, que depois de fazer um estudo sobre a temática que
acabamos de expor, afirma: De tudo o que foi exposto conclui-se que a verdadeira
função do historiador, que tem vida curta, consiste em rever permanentemente as
informações que possui e que estão sendo sempre enriquecidas com novas fontes,
partam elas de pesquisas de terceiros ou da sua própria, mas sempre tendo em mira a
boa forma e o bom conteúdo, jamais a ironia. A questão da nossa historiografia é uma
disputa do significante, pois a escrita só cumpre o seu papel quanto mais se aproxima
da palavra. Ela é sempre relativa. É da ordem do corpo e não do sentido, da cultura e
não da natureza.
Mas, afinal, qual a primeira Loja Maçônica Regular fundada no Brasil? Mário Name,
no artigo retro citado, diz que a primeira Loja Maçônica fundada no Brasil, na
cidade do Rio de Janeiro, no ano de 1800, recebeu o nome de "União", e que um
ano depois, devido ao grande número de Irmãos que a ela aderiram, sofreu
restruturação e passou a denominar-se "Reunião".
José Castellani informa que é possível tenha existido a "União", porém como não existe
documento algum que comprove a sua fundação, acredita que a primeira Loja Maçônica
fundada no Brasil foi a "Reunião", em 1801, isto se ficar provado que a "Cavaleiros da
Luz" não existiu. Sobre o assunto vejamos o que escreve Frederico Guilherme Costa em
"Breves Ensaios sobre a História da Maçonaria Brasileira, Ed. "A TROLHA", Londrina,
1993, após ter discorrido sobre o Areópago e sobre a "Cavaleiros da Luz":
Mas segundo o manifesto de José Bonifácio publicado em 1832, a primeira Loja
Simbólica regular no Brasil foi instalada em 1801, debaixo do título de REUNIÃO,
filiada ao Oriente da Ilha de França, e nomeado para seu representante o cavaleiro
Laurent, que a fortuna fez aportar às formosas praias da Bahia de Niterói e que
presidira a sua instalação. Na mesma página, o autor informa: Em 1801 a Loja
"Reunião" é regulamentada instalada sob o reconhecimento do Oriente da Ilha de
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BIBLIOGRAFIA
1. BANDECCHI, Brasil. "A Bucha, a Maçonaria e o Espírito Liberal", Parma: São Paulo, 1982.
2. CASTELLANI, José. "Do Pó dos Arquivos", "A TROLHA": Londrina, 1995.
3. ___________. "Conjuração Mineira e a Maçonaria que não Houve" (co-autoria com Frederico
Guilherme Costa) Gazeta Maçônica: São Paulo, 1992.
4. ____________. "A Polêmica em Torno da Primeira Loja Maçônica do Brasil – uma Novidade
Bastante Antiga", in Revista Acácia, nº 33, Porto Alegre, 1995.
5. COSTA, Frederico Guilherme. "Breves Ensaios sobre a História da Maçonaria no Brasil". "A
TROLHA": Londrina, 1993.
6. "Questões Controvertidas da Arte Real", vol. 3. "A TROLHA": Londrina, 1997.
7. DONIDA, Odilon Carlos Nunes. "Datas e Fatos que Fizeram a História da Maçonaria no Rio
Grande do Norte e no G.O.L.E.R.N", in Cadernos de Pesquisas Maçônicas, nº 10. "A TROLHA":
Londrina, 1995.
8. FERREIRA, Antônio do Carmo. "Nossa Gente", in Cadernos de Pesquisas Maçônicas, nº 6. "A
TROLHA": Londrina, 1994.
9. LINHARES, Marcelo. "História da Maçonaria". "A TROLHA": Londrina, 1994.
10. NAME, Mário. "Tiradentes em Lisboa" – in Cadernos de Pesquisas Maçônicas, nº 11. "A
TROLHA": Londrina, 1996.
11. SANTIAGO, Marcos. Maçonaria – história e atualidade". "A TROLHA": Londrina, 1992.
12. VIEIRA, Júlio Doin. "Maçonaria, um Estudo Completo". "A TROLHA": Londrina, 1997.
Postado por DCRibeiro51 às 10:51
Colaboração do Ir.´. José Carlos de Araújo.
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INTRODUÇÃO.
O objetivo desta lauda é o de apresentar de forma sintetizada e objetiva, alguns conceitos
concernentes ao simbolismo do Altar dos Juramentos – parte importante do mobiliário de uma
Loja Maçônica - assim como algumas razões históricas relacionadas a ele desde os
primórdios da Francomaçonaria até a Moderna Maçonaria.
ETIMOLOGIA
ALTAR – Substantivo masculino (do latim: altare), designa a pedra cujo destino é a da
celebração dos sacrifícios oferecidos a uma divindade; no catolicismo é também a mesa
destinada à celebração de uma missa. De uma forma geral, nos templos pagãos, os altares
possuíam o formado de um pedestal – quadrado, retangular, ou redondo – construídos em
granito, ou mesmo de ricos metais. No catolicismo, de raiz cristã, o altar possui a forma de um
sepulcro antigo, sendo que nos primórdios da Igreja, existia propriamente apenas um altar em
cada templo, de tal maneira que a sua posição levasse ao sacerdote celebrante ficar voltado
para o Oriente. Posteriormente, com o aparecimento de outros altares, o altar principal passou
a se denominar como altar-mor. Na mesma posição que este altar, no Oriente, tal qual o
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EXPOSIÇÃO.
O ALTAR DOS JURAMENTOS NA MAÇONARIA – Em primeira análise, na autêntica
Maçonaria, existe apenas um Altar, o qual fica localizado diante do Venerável Mestre e, em
especial, na Maçonaria Inglesa, diante do Mestre da Loja, cujo pequeno móvel, ou pedestal
ficam depositadas as Três Grandes Luzes Emblemáticas da Maçonaria – o Livro da Lei, o
Esquadro e o Compasso.
Tomando o juramento maçônico como um ato solene, estes sempre são prestados no Altar
colocado no Oriente sob o dossel, considerado como a parte mais íntima de um templo
maçônico, o que corresponde ao Santo dos Santos do templo de Jerusalém e por extensão
ao altar-mor das Igrejas.
De certa forma, segundo bons historiadores, este procedimento vem ocorrendo desde os
primórdios da moderna Maçonaria em todos os ritos, já que no período operativo não existiam
nem ritos e nem templos maçônicos – embora a tomada dos compromissos, ou juramentos
tenham sempre existido de forma imemorial e na presença do Livro da Lei, do Esquadro e do
Compasso.
A guisa de esclarecimento, pelo seu caráter imemorial, a presença do Livro da Lei, do
Esquadro e do Compasso em Loja aberta, acabou sendo classificada como um dos
Landmarks da Ordem.
No sentido de se prestar o juramento diante do Altar, só recentemente, já no século XX é que
alguns ritos passaram a colocar à frente do Altar, como extensão deste, uma pequena mesa
que, por conseguinte acabou sendo chamada de “Altar dos Juramentos”, sendo que,
posteriormente, algumas Obediências acabaram por leva-lo para o centro do templo,
acabando com isso, por tirar-lhe o verdadeiro sentido simbólico.
No tocante ao juramento maçônico e o Altar como lugar de sacrifício, seu nome parece um
tanto quanto mal escolhido, já que nenhum ato simbólico na Loja exprime a idéia de um
sacrifício, porém implica em um aspecto de compromisso de mudança e purificação interna
daquele que se compromete com os desígnios da Sublime Instituição.
Muito embora a dialética agressiva do perjuro, mesmo de forma simbólica, pareça um
sacrifício, ela na verdade estimula no protagonista um sentido de mudança já que existe uma
relação entre o Sinal do Grau e o compromisso como forma de lembrança do fiel cumprimento
do dever aceito. Diga-se de passagem, que muitas Obediências, a exemplo da Inglesa, já
tenham abolido a descrição de qualquer penalidade simbólica durante a prestação do
juramento, ou compromisso, restringindo-se esta apenas a uma explicação posterior com o
sentido de instruir o neófito.
CONSIDERAÇÕES FINAIS.
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Em síntese, dadas as considerações, o simbolismo do Altar dos Juramentos, pelo seu valor,
exprime a idéia particular daquilo que o homem venera, sobretudo pela devoção que por ela
tem.
O elo entre o Altar e o Juramento, ou Compromisso, é de que o Altar é o local, ou suporte
onde estão depositadas as Três Luzes Maiores da Maçonaria, onde o Livro da Lei expressa o
código de Fé que anima a Verdade relacionada à razão da existência do próprio Homem. O
Esquadro como símbolo de retidão, ordena de um lado a ação do Homem sobre a matéria e
de outro, a ação do Homem sobre si mesmo, o que significa que a retidão da sua conduta e
da sua ação resultará na perfeição da Obra. Quanto ao Compasso, também como
instrumento indispensável para as construções sólidas e perfeitas, implica que a justa medida
é caráter essencial para que o homem possa se transformar aplicando as suas obras e o
conhecimento adquirido na construção social, moral e virtuosa.
Esta disposição sobre o Altar, que só se apresenta em Loja aberta, exprime, sobretudo a
união dos utensílios imprescindíveis para a construção com a fé que governa e anima,
traduzindo-se em um símbolo de sacrifício sim, porém não material, mas das ignóbeis
paixões.
Ante o Altar, o juramento se constitui em um símbolo de solicitude com que se pretende
conservar a natureza no coração e extinguir as manchas lodosas dos vícios pela constante
ação da virtude, revelando-se em um movimento harmônico no cosmos, cuja Luz Divina
ilumina e dá vida, exortando sentimentos natos de respeito ao Criador, conduzindo o Maçom
a se tornar o operário trabalhador e consciente, cujo labor de aperfeiçoamento moral e
espiritual, resultará no engrandecimento da Ordem em geral e para o bem estar de toda a
Humanidade em particular.
Finalizando, o Altar e o Juramento são partes integrantes do Iniciado. O primeiro como o local
de magnitude e suporte das Grandes Luzes que regem pelo resto da vida aquele que se
compromete, enquanto que o segundo revela o compromisso do Maçom para com a
Instituição e para consigo mesmo, portanto, não há como se confundir o Altar e o ato do
Juramento com qualquer devoção religiosa, pois a Maçonaria não interfere na crença pessoal
dos homens, bastando que para tal o Maçom creia no Ente Supremo, que de modo
conciliatório entre os povos e civilizações, denomina-se de “Grande Arquiteto do Universo”.
ROTEIRO BIBLIOGRÁFICO:
Quando pensamos em dualidade sempre nos vem a mente questões como quente e frio,
bom e mal, alto e baixo... sempre referentes a um mesmo domínio, porém portador de
gradações diversas. Diz-se que o ponto de equilíbrio das dualidades é a mediana. Que o
equilíbrio entre quente e frio é o morno, que o equilíbrio entre o bem e o mal é a
neutralidade, mas de fato tais medianas representariam o equilíbrio?
A indiferença seria o equilíbrio entre o bem e o mal, entre as trevas da ignorância e a luz
da iluminação? Penso que não.
Estaríamos sempre fadados ao mal já que necessitamos sempre viver no limbo entre os
dois extremos sem nunca conseguirmos nos apartar das más inclinações? Penso que
não.
Devemos sempre trabalhar as boas virtudes para que nosso coração se encha de amor
sublime e assim conquistemos a felicidade. Estacionar a meio caminho é admitir que
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Quando penso em dualidade penso na borboleta que possui duas metades simétricas e,
portanto aparentemente opostas entre si, mas que se complementam em eixo central de
sinergia; sinergia esta que justifica a simetria; simetria que complementar e exata, e
determinadamente proposital.
Os opostos podem ser potenciais que encontram razão em grau acima. Representam
facetas de significado maior. Por si apenas não têm sentido. Não são graus, mas asas
de uma borboleta.
Porém se forem indicadores de grau não encontram estagnação a meio caminho, mas
equilíbrio em eixo de sustentação do vórtice de elevação.
SEMINÁRIOS
A GRANDE LOJA MAÇÔNICA DO DISTRITO FEDERAL promove os
SEMINÁRIOS para o Grau de COMPANHEIRO MAÇOM –