JB News - Informativo Nr. 0773

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JB NEWS

Informativo Nr. 773


Filiado à ABIM sob nr. 007/JV
Editoria: IrJeronimo Borges – JP-2307-MT/SC
Loja Templários da Nova Era nr. 91 (GLSC)
Quintas-feiras às 20h00 - Templo: Obreiros da Paz - Canasvieiras
Florianópolis (SC), 08 de outubro de 2012

Edição de segunda-feira
26 páginas em PDF

Bloco 1: Almanaque
Bloco 2: Opinião: “Maçom, exemplo de cidadão” - Ir. HelmuthErich Müller
Bloco 3: A primeira Loja Maçônica no Brasil – Ir. Raimundo Rodrigues
Bloco 4: Maçonaria – o Altar dos Juramentos – Ir. Pedro Juk
Bloco 5: A Borboleta não é Morna – Ir. Luis Felipe Tavares
Bloco 6; Destaques JB

Pesquisas e artigos desta edição:


Arquivo próprio - Internet - Colaboradores
– Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias e www.google.com.br
Os artigos constantes desta edição não refletem necessariamente a opinião
deste informativo, sendo de plena responsabilidade de seus autores.
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Livros Maçônicos

As Origens Históricas da Mística Maçônica


As Origens Históricas da Mística Maçônica
Autor(es): José Castellani

O Misticismo, de maneira geral e na Maçonaria, em particular, mostra


íntima relação com a Metafísica, com a Mitologia, com a Teologia, com a
Teosofia, com a Religião e com a Astrologia. José Castellani, um dos mais
importantes pesquisadores maçônicos brasileiros, traz nesta nova obra
todos os elementos místicos e suas origens que contribuíram para a
fundamentação das bases da Maçonaria Moderna. Através de uma leitura concisa das civilizações da
Antiguidade, o autor nos apresenta os fundamentos místicos dos povos e culturas que influenciariam a
formação das bases filosóficas da Maçonaria mundial.

160 páginas
(14 x 21cm)

valor: R$ 27,80 (valor não inclui frete)

Hoje, 08 de outubro de 2012, é o 282º. dia do calendário gregoriano.


Faltam 84 para acabar o ano.

Eventos Históricos
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Para aprofundar-se no conhecimento clique nas palavras sublinhadas.

 314 - O Imperador Romano Licínio é derrotado por seu colega Constantino I na Batalha de Cibalae
e perde seus territórios europeus.
 1582 - Por causa da implementação do Calendário Gregoriano, esse dia não existe na Espanha, na
França, na Itália, na Polônia e em Portugal.
 1652 - Vitória Inglesa na Batalha de Kentish Knock na Primeira Guerra Anglo-Holandesa.
 1862 - Guerra Civil Americana: Batalha de Chattanooga.
 1871 - Ocorre o grande incêndio de Chicago.
 1906 - Realizado a primeira navegação de um barco a vapor pelo Rio Paraná.
 1912 - É fundado o Royal Flying Corps (Força Aérea) em Inglaterra.
 1939 - Segunda Guerra Mundial: Alemanha anexa a Polônia Ocidental.
 1945 - Formação do Movimento de Unidade Democrática, de oposição ao regime de António de
Oliveira Salazar.
 1965 - Golpe Militar de 1964: na televisão, Carlos Lacerda chama Castelo Branco de "traidor da
revolução", rompe com o governo e renuncia à sua candidatura.
 1967 - Che Guevara é capturado na Bolívia.
 1986 - Vazamento de água radioativa da Usina Angra I, no Rio de Janeiro.
 1993 - Toni Morrison torna-se a primeira afro-americana a ganhar o Prêmio Nobel de Literatura
 1998 - José Saramago foi o primeiro autor de língua portuguesa a ganhar o Prêmio Nobel de
Literatura.
2003 - Anunciado o noivado de Frederico, Príncipe Herdeiro da Dinamarca e a plebéia australiana Mary
Elizabeth Donaldson

ncipação política). ia

Feriados e Eventos cíclicos:


 Dia Mundial dos Cuidados Paliativos
 Dia do Direito a Vida
Brasil
 Dia do Asfaltador
 Dia do Nordestino
 Dia Nacional do combate a Cartéis
Outros Países
 Dia da Independência da Croácia
Religioso
 Dia de Santa Pelágia, a Penitente
 Festival de Vitória, deusa do triunfo e da glória - Antiga Grécia
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ncipação política). ia
fatos maçônicos do dia

Fonte: “O Livro dos Dias” – 16ª. Edição e arquivo pessoal

1770:
Na Exaltação ao Grau de Maçom do Real Arco na Loja Journeyman, de Dumfries, Escócia,
entre as qualificações necessárias do Irmão constam Aprendiz, Companheiro, Mestre e Mestre
de Marca.

1828:
O governador Dewitt Clinton, Grande Sumo Sacerdote Geral, abre o Canal Erie com o
cerimonial do Real Arco.

1928:
É feito o acordo para incorporação, ao Grande Oriente do Brasil, o Grande Oriente de São
Paulo, que se afastara em 1921, como protesto pelas irregularidades na eleição em que Mario
Behring fora eleito Grão-Mestre.

Academia Maçônica de Letras do Brasil.


Arcádia Belo Horizonte
www.academiamaconicadeletrasdobrasil.blogspot.com
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Or de Curitiba, 23 de setembro de 2012, da E V e 5773 da V L.

Prezados IIr.:

A lembrança do conteúdo da mensagem abaixo, ocupou meus pensamentos a semana


toda (... por que será?). A fim de dividi-la com os IIr.: repasso-a. Está comigo desde +ou-
anos 90. Esta obra de Ficção, foi escrita pelo jornalista americano, que assina abaixo,
em duas horas, por volta de 1889. Na época, o Exército Russo, entregou uma cópia a
cada soldado, uma empresa americana comprou o direito autoral da obra. Enfim, vale a
pena ler e refletir...Será que o autor era maçom? Mas tinha tudo para ser... Na minha
opinião! Tomei a liberdade de grifar algumas palavras,

MENSAGEM A GARCIA.

Em todo este caso cubano, um homem se destaca no horizonte de minha memória


como o planeta Marte no seu periélio. Quando irrompeu a guerra entre a Espanha e os
Estados Unidos, o que importava a estes era comunicar-se rapidamente com os chefes
dos insurretos, Garcia, que se sabia encontrar-se em alguma fortaleza no interior do
sertão cubano, mas sem que se pudesse precisar exatamente onde. Era impossível
comunicar-se com ele pelo correio ou pelo telégrafo. No entanto, o presidente tinha que
tratar de assegurar-se da sua colaboração, e isto o quanto antes. Que fazer?
Alguém lembrou ao presidente: “Há um homem chamado Rowan; e se alguma
pessoa é capaz de encontrar Garcia, há de ser Rowan”.

Rowan foi trazido à presença do presidente, que lhe confiou uma carta com a
incumbência de entregá-la a Garcia. De como este homem, Rowan, tomou a carta,
meteu-a num invólucro impermeável, amarrou-a sobre o peito, e, após quatro dias,
saltou, de um barco sem coberta, alta noite nas costas de Cuba; de como se embrenhou
no sertão, para, depois de três semanas, surgir do outro lado da ilha, tendo atravessado
a pé um país hostil e entregado a carta a Garcia, são coisas que não vêm ao caso narrar
aqui pormenorizadamente. O ponto que desejo frisar é este: Mac Kinley deu a Rowan
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uma carta para ser entregue a Garcia; Rowan pegou a carta e nem se quer perguntou:
“Onde é que ele está?”.

Hosannah! Eis aí um homem cujo busto merecia ser fundido em bronze perene
e sua estátua colocada em cada escola do país. Não é só de sabedoria livresca que a
juventude precisa, nem tão somente de instrução sobre isto ou aquilo. Precisa, também,
de um endurecimento das vértebras, para poder mostrar-se altivo no exercício de
um cargo: para atuar com diligência, para dar conta do recado; para, em suma, levar
uma mensagem a Garcia.

O General Garcia já não é deste mundo, mas há outros Garcias. A nenhum


homem que se tenha empenhado em levar avante uma empresa, em que a ajuda de
muitos se torna precisa tem sido poupado de momentos de verdadeiro desespero ante a
imbecilidade de grande número de homens, ante a inabilidade ou falta de disposição de
concentrar a mente numa determinada coisa e fazê-la.

Assistência irregular, desatenção tola, indiferença irritante e trabalho mal-feito


parecem ser a regra geral. Nenhum homem pode ser verdadeiramente bem-sucedido,
salvo se lançar mão de todos os meios ao seu alcance, quer da força, quer do suborno,
para obrigar outros homens a ajudá-lo, a não ser que Deus onipotente, na sua grande
misericórdia, faça um milagre enviando-lhe como auxiliar um anjo de luz.

Leitor amigo, tu mesmo podes tirar prova. Estás sentado no teu escritório,
rodeado de meia dúzia de empregados. Pois bem, chame um deles e peça-lhe: “Queira
ter a bondade e consultar a enciclopédia e de me fazer uma descrição suscinta da vida
de Corregio”.

Dar-se-á o caso do empregado dizer calmamente: “Sim, senhor” e executar o


que lhe pediu?

Nada disso! Olhar-te-á perplexo e de soslaio para fazer uma ou mais das
seguintes perguntas:

Quem é ele?
Que enciclopédia?
Onde á que está à enciclopédia?
Fui eu acaso contratado para fazer isso?
Não quer dizer Bismarck?
E se o Carlos o fizesse?
Já morreu?

Precisa disso com urgência?

Não é melhor que eu traga o livro par que o senhor mesmo procure o que quer?

Para que saber isso?

E aposto dez contra um que, depois de haveres respondidos a tais perguntas, e


explicado a maneira de procurar os dados pedidos e a razão porque deles precisas, teu
empregado irá pedir a um companheiro que o ajude a encontrar Garcia, e depois
voltará para te dizer que tal homem não existe. Evidentemente, pode ser que eu
perca a aposta; mas, segundo as leis das médias, jogo na certa. Ora se fores prudente,
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não te darás ao trabalho de explicar ao teu “ajudante” que Corregio se escreve com “C”
e não com “K”, mas limitarás a dizer-lhe meigamente, esboçando o melhor sorriso: “Não
faz mal; não se incomode”, e, dito isto, te levantarás e procurarás tu mesmo. E esta
incapacidade de atuar independentemente, esta inépcia moral, esta invalidez da
vontade, esta atrofia de disposição de solicitamente se pôr em campo e agir – são as
causas que recuam para um futuro tão remoto o advento do socialismo puro. Se os
homens não tomam iniciativa de agir em seu próprio proveito, que farão quando o
resultado do seu esforço for necessário para redundar em benefício de todos? Por
enquanto parece que os homens ainda precisam ser feitorados. O que mantém muito
empregado no seu posto e o faz trabalhar é o medo de se não o fizer, será despedido no
fim do mês. Anuncie precisa-se de um taquígrafo, e nove entre dez candidatos à vaga
não saberão ortografar nem pontuar – e, o que é pior, pensam que não é necessário
sabê-lo.

Poderá uma pessoa destas escrever uma carta à Garcia?

“Vê aquele guarda – livros”. Dizia-me o chefe de uma grande fábrica.

“Sim, que tem?”

“É um excelente guarda – livros. Contudo se eu o mandasse transmitir um


recado, talvez se desobrigasse da incumbência a contento, mas também podia muito ser
que no caminho entrasse em duas ou três casas de bebidas, e que, quando chegasse
ao seu destino, já não se recordasse da incumbência que lhe fora dada”.

Será possível confiar a um tal homem uma carta para entregá-la a Garcia?

Ultimamente temos ouvidos muitas expressões sentimentais, externando


simpatias para com os pobres entes que mourejam do sol a sol, para com os infelizes
desempregados à cata de trabalho honesto, e tudo isto, quase sempre entremeado de
muita palavra dura para com os homens que estão no poder.

Nada se diz do patrão que envelhece antes do tempo, num baldado esforço para
induzir eternos desgostosos e descontentes a trabalhar conscienciosamente; nada se
diz de sua longa e paciente procura de pessoal, que, no entanto muitas vezes nada mais
fez do que “matar o tempo”, logo que ele volta as costas. Não há empresa que não
esteja despedindo pessoal que se mostra incapaz de zelar pelos seus interesses, a fim
de substituí-lo por outro mais apto. Este processo de seleção por eliminação está se
operando incessantemente, em tempos adversos, com a única diferença que, quando os
tempos são maus e o trabalho escasseia, a seleção se faz mais escrupulosamente,
pondo-se fora, para sempre, os incompetentes e os inaproveitáveis. É a lei da
sobrevivência do mais apto. Cada patrão, no seu próprio interesse, trata somente de
guardar os melhores – aqueles que podem levar uma mensagem a Garcia.

Conheço um homem de aptidões realmente brilhantes, mas sem a fibra precisa


para gerir um negócio próprio e que, a demais, se torna completamente inútil para
qualquer outra pessoa, devido à suspeita insana que constantemente abriga que seu
patrão o esteja deprimindo ou tencione oprimi-lo. Sem poder mandar, não tolera que
alguém o mande. Se lhe fosse confiada uma mensagem a Garcia, retrucaria
provavelmente: “Leve-a você mesmo”.

Hoje este homem perambula errante pelas ruas em busca de trabalho, em quase
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petição de miséria. No entanto ninguém que o conheça se aventura a dar-lhe trabalho


porque é a personificação do descontentamento do espírito de réplica. Refratário ou
qualquer conselho ou admoestação, a única coisa capaz de nele produzir algum efeito
seria um bom pontapé dado com a ponta de uma bota de número 42, sola grossa e bico
largo.
Só, não resta dúvida, que um indivíduo moralmente aleijado como este não é
menos digno de compaixão que um fisicamente aleijado. Entretanto, esta demonstração
de compaixão, verta também uma lágrima pelos homens que se esforçam por levar
avante uma grande empresa, cujas horas de trabalho não estão limitadas pelo som de
apito e cujos cabelos ficam prematuramente encanecidos na incessante luta em que
estão empenhados contra a indiferença desdenhosa, contra a imbecilidade crassa e a
ingratidão atroz justamente daqueles que sem o seu espírito empreendedor, andariam
famintos e sem lar.

Dar-se-á o caso de eu ter pintado a situação em cores demasiado carregadas?


Pode ser que sim; mas quando todo mundo se apraz em divagações, quero lançar uma
palavra de simpatia ao homem que imprime êxito a um empreendimento, ao homem
que, ao despeito a uma porção de empecilhos, sabe dirigir e coordenar os esforços de
outros, e que, após o triunfo, talvez verifique que nada ganhou; nada, salvo a sua mera
subsistência.

Também eu carreguei marmitas e trabalhei como jornaleiro, como também tenho


sido patrão. Sei, portanto, que alguma coisa se pode dizer de ambos os lados.

Não há excelência na pobreza de per si; farrapos não servem de recomendação.


Nem todos os patrões são gananciosos e tiranos, da mesma forma que nem todos os
pobres são virtuosos.

Todas as minhas simpatias pertencem ao homem que trabalha


conscienciosamente, quer o patrão esteja, quer não. E o homem que, ao lhe ser
confiada uma carta para Garcia, tranqüilamente toma a missiva, sem fazer perguntas
idiotas, e sem a intenção oculta de jogá-la na primeira sarjeta que encontra (ou praticar
qualquer outro efeito que não seja entregá-la ao destinatário, este homem nunca fica
“encostado”, nem tem que se declarar em greve para forçar um aumento de ordenado).

A civilização busca ansiosa, insistentemente, homens nestas condições. Tudo


que um tal homem pedir se lhe há de conceder. Precisa-se dele em cada cidade, em
cada vila, em cada lugarejo, em cada escritório, em cada oficina, em cada loja, fábrica
ou venda. O grito do mundo inteiro praticamente se resume nisso: Precisa-se, e precisa-
se com urgência, de um homem capaz de levar uma mensagem a Garcia.

Elbert Hubbard.

Reflitamos...! Ótima semana! Sucesso a todos nós.


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A PRIMEIRA LOJA MAÇÔNICA NO BRASIL

Irmão Raimundo Rodrigues


*26.10.1919
+03.10.2010

Um fato histórico sem documentos que comprovem sua veracidade, deixa de ser um fato
para ser uma possibilidade ou, o que é pior, uma invencionice que, de histórica, não tem
nada. Não se faz História por ouvir dizer ou imaginando fatos. "A História", segundo
Langlois e Seignobos, "nos ensina a relatividade de todas as coisas e a transformação
incessante das crenças, das formas, das instituições".
Por aí se vê quão difícil é a missão daqueles que se debruçam sobre os mapas da vida
para narrar o que para trás ficou. Ouve-se amiúde a expressão "a História é a mestra da
vida".
Esta expressão está incompleta. A definição de História é ampla e abarca um círculo
bem maior de verdades, ei-la: História vero testis temporum, lux veritatis, vita memorae,
magistra vitae, nuntia vetustatis est (A História é verdadeiramente a testemunha dos
tempos, a luz da verdade, a vida da memória, a mestra da vida, a mensageira dos
tempos antigos).
A História de nossa Instituição merece respeito. Deixemos, portanto, aos verdadeiros
historiadores a missão de relatá-la. Nós outros, que historiadores não somos, devemos
ter sempre diante dos olhos que a História é, antes de mais nada, a luz da verdade.
Há muito tempo se discute qual teria sido a primeira Loja Maçônica instalada em nossa
Pátria. As opiniões divergem, deixando aqueles que não são ligados às coisas da
História em palpos de aranha. Em quem acreditar? Hoje, mercê da criação das Lojas de
Pesquisas, das Academias, dos jornais, boletins e das revistas maçônicas, algumas de
altíssimo quilate, já se pode vislumbrar nos longes do horizonte maçônico uma luz que
se torna cada vez mais forte. Alguns escritores, talvez por ufanismo, apontam brasileiros
ilustres como tendo sido Maçons, sem que haja a mais mínima prova que estabeleça a
veracidade da afirmativa. Outros, por ouvir dizer, ensinam coisas que absolutamente não
podem provar. Só para exemplificar e sem citar nomes, temos debaixo dos olhos um
publicação que, a par de belos artigos, traz um, naturalmente baseado em alguma coisa
que o autor, talvez até bem intencionado, tenha tido conhecimento e tenha dado crédito
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à informação: Segundo os mais antigos registros, 1786 foi o ano do surgimento da


Maçonaria no Brasil, com a volta do Irmão José Alves Maciel da Europa, formado em
Coimbra onde Iniciou-se (sic), indo depois para a Inglaterra e França e lá frequentava as
Lojas Maçônicas. De volta ao Brasil, traz a mensagem da Maçonaria francesa, a
Maçonaria inglesa defendia o sistema monárquico parlamentar constitucional e a
Maçonaria francesa o sistema republicano. Funda Lojas em Vila Rica e Tijuco com
propósitos políticos, organizando a revolução emancipacionista, que se chamou
Inconfidência. É possível que o articulista tenha tomado conhecimento das informações
dadas por Joaquim Felício dos Santos que, sem aduzir quaisquer provas, afirmou que a
Inconfidência houvera sido dirigida por Maçons. Felício dos Santos, ainda sem apontar
onde buscara tal afirmativa, afirmou que Tiradentes e quase todos os conjurados eram
pedreiros livres. Esta é a informação que nos é fornecida pelo historiador maçônico
Frederico Guilherme Costa em "Questões Controvertidas da Arte Real", vol. 3: Ao que
tudo indica, o responsável por uma extravagante idéia de uma conjuração maçônica com
a conseqüente liderança do Maçom (sic) Tiradentes foi Joaquim Felício do Santos.
Rigoroso na pesquisa do documento possuía, porém, o gosto pelo romântico, que o
levou ao devaneio de suas declarações sobre a Maçonaria na obra intitulada Memórias
do Distrito Diamantino, infelizmente tão copiada e repetida pelos apaixonados pela tese
altamente suspeita da Maçonaria que não houve na vida do protomártir da Nação
brasileira.
Não faz muito tempo, ouvimos um Irm:. de Loja afirmar que a primeira Loja brasileira era
o Areópago de Itambé, sem que aduzisse coisa que lhe atestasse a verdade da
afirmação.
Bons historiadores maçônicos, nos dias que correm, negam tal assertiva, apesar da
existência de outros que confirmam a opinião do meu Irmão de Loja. Mário Name, em
artigo inserto no Caderno de Pesquisas Maçônicas 11, edição da "A TROLHA", março
de 1996, às páginas 18, escreve: Todos nós sabemos que ao apagar das luzes do
século XVIII, mais precisamente em 1796, o frade carmelita Arruda Câmara fundou em
Pernambuco, na divisa com o Estado da Paraíba, o famoso Areópago de Itambé cuja
finalidade, até hoje um pouco nebulosa, deu margem a muita especulação,
especialmente entre os ufanistas escritores brasileiros. Marcelo Linhares, no seu livro
História da Maçonaria, Ed. "A TROLHA", Londrina 1992, transcreve excerto de Mário
Melo, tirado da obra "Livro do Centenário Maçônico", capítulo "A Maçonaria no Brasil" e
que diz o seguinte: Desprezando a tradição, podemos afirmar, baseados em
documentos, que a primeira Loja Maçônica associação secreta, movida pela liturgia,
com fins político-sociais, fundada no Brasil, foi o Areópago de Itambé (Pernambuco).
Instalou-o o botânico Arruda Câmara, ex-frade carmelita, médico pela Faculdade de
Montpellier, no último quartel do século XVIII, em 1796. Linhares não aceita o que afirma
Mário Melo: Apesar das opiniões mais que abalizadas de Mário Melo e Oliveira Lima,
este considerando uma sociedade secreta, política e maçônica no seu espírito, senão no
Rito que lhe teria sido posterior, o Areópago de Itambé se nos parece mais uma
entidade cultural, onde se podia conspirar, que propriamente um Organismo Maçônico.
Entretanto, foi lá onde se abeberaram os líderes dos futuros movimentos
emancipacionistas republicanos, salientando-se dentre eles Antônio Carlos Ribeiro de
Andrade e Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque, Cavalheiro da Ordem de
Cristo e pois Barão de Suassuma.
O saudoso Irm:. Marcos Santiago, no seu livro Maçonaria, História e Atualidade refere-se
ao Areópago da seguinte maneira: Em 1796 foi fundado o Areópago de Itambé em
Pernambuco, uma sociedade política secreta, que objetivava fazer de Pernambuco uma
república, e da qual faziam parte Maçons e padres da igreja católica. Frederico
Guilherme Costa, em uma de suas obras, assinala: Sabemos que antes da Cavaleiros
da Luz, foi o Areópago de ltambé instalado pelo botânico Arruda Câmara, ex-frade
11

carmelita, médico pela faculdade de Montpellier em 1796. M. L. Machado (Introdução à


Historia da Revolução de 1817, 2ª Ed.). Citado por Mário Melo, descreve o Areópago:
Era o Areópago uma sociedade política, secreta, intencionalmente colocada na raia das
províncias de Pernambuco e Paraíba, freqüentada por pessoas salientes de uma e outra
parte e donde saíam, como de um centro para a periferia, sem assaltos nem arruídos, as
doutrinas ensinadas. Tinha por fim tornar conhecidos o estado geral da Europa, os
estremecimentos e destroços dos governos absolutos, sob o influxo das idéias
democráticas (Breves Ensaios sobre a História da Maçonaria Brasileira, Ed. "A
TROLHA", Londrina, 1993). José Castellani, na excelente obra "Do Pó dos Arquivos",
Ed. "A TROLHA", Londrina, 1995, ao fazer um estudo sobre a primeira Loja fundada no
Brasil, preceitua: O Areópago, embora considerado o marco inicial das organizações
maçônicas no Brasil, não era uma verdadeira Loja, tanto que o Padre João Ribeiro, que
pertencera a ele, teve que ser Iniciado em Lisboa, o que, evidentemente, leva a crer que,
na época, não existia Loja regular naquela região. Contudo, é bom observar que
Castellani, com o peso de sua autoridade de historiador de primeira água, afirma que o
Areópago é considerado o marco inicial das organizações maçônicas no Brasil. Se há os
que negam tenha sido o Areópago uma Loja Maçônica, há os que afirmam o contrário.
Além de Mário Melo, como já vimos antes, o Irm:. Antônio do Carmo Ferreira, atual
Grão-Mestre do GOIPE, Maçom de invejável cultura e grande estudioso das coisas da
Maçonaria, não aceita que o Areópago não tenha sido Loja. É o que se deduz ao ler um
artigo de sua lavra, publicado em fevereiro de 1994, in Cadernos de Pesquisas
Maçônicas 6, Ed. "A TROLHA", Londrina. Após discorrer sobre a fundação do Areópago
e citar vários nomes de participantes da instituição, informa que a casa onde funcionou o
Areópago, na Rua Videira de Melo (Itambé), foi derrubada na década dos anos 40 e, no
seu lugar, em 1951, foi levantado um obelisco, perpetuando o fato.
Ao terminar o artigo, aliás muito bem lançado, Antônio do Carmo afirma, com todos os rr
e ss que o Areópago de Itambé foi uma Loja Maçônica, senão vejamos: Em 30 de
agosto de 1980, o Grande Oriente Independente de Pernambuco retomava o curso da
História, ao reinstalar (o grifo é nosso) o Areópago de Itambé, inaugurando uma Loja
Maçônica Simbólica com aquele nome distintivo. Realmente, o ato consistiu em grave
responsabilidade, não somente para os Maçons daquele Oriente, mas também e
sobretudo para a Potência que passou a ter em seu seio a Oficina Berço da Maçonaria
Brasileira (o grifo é nosso).
E é preciso ser digno disto. Já alguns historiadores de renome no mundo maçônico –
José Castellani, Frederico Guilherme Costa, Ricardo Mário Gonçalves, entre outros –
escreveram que a primeira Loja fundada no Brasil foi a "Cavaleiros da Luz". Para tanto,
eles se baseavam em escrito de F. Borges de Barros, publicado no Volume XV dos
Anais do Arquivo Público da Bahia, intitulado Primórdios das Sociedades Secretas da
Bahia, onde se afirma que tendo aportado a Salvador a fragata francesa "La Preneuse",
comandada pelo Capitão Larcher, logo se tornou alvo de visitas dos homens mais
esclarecidos da terra e que dessas visitas, que se converteram em reuniões, surgiu a 14
de julho de 1797 a Loja Maçônica "Cavaleiros da Luz". O escrito de Borges de Barros é
de 1928.
José Castellani, em artigo publicado na Revista Acácia, nº 33, de Porto Alegre, diz das
razões por que a fonte de informação era respeitável: Borges de Barros, que era Diretor
do Arquivo Público da Bahia e Grão-Mestre da Grande Loja da Bahia – a primeira a ser
fundada no Brasil, quando da cisão de 1927 – publicou, em 1928, no volume XV dos
Anais do Arquivo, às paginas 44 e 45, a história da "Cavaleiros da Luz", informando que
as reuniões preparatórias teriam sido realizadas a bordo da fragata "La Preneuse", sob
liderança do comandante Larcher. A posição de Borges de Barros e sua intimidade com
os arquivos tornavam fidedigna essa informação. E mesmo com contestações, não pode
ser descartada a existência da "Cavaleiros da Luz", sem profundo exame da questão.
12

Tinha-se, pois, como certo que a primeira Loja Maçônica fundada no Brasil fora a
"Cavaleiros da Luz", fato que teria ocorrido na povoação da Barra aos 14 de julho de
1797.
Essas observações de Castellani eram necessárias, porque surgiram sérias dúvidas
sobre a veracidade das informações dadas por Borges de Barros, depois que
apareceram documentos que negavam a presença da fragata "La Preneuse" em águas
territoriais baianas.
Quando exercíamos o Veneralato de nossa Loja "Ponto no Espaço 279" (94/95),
convidamos nosso Irm:. e historiador, professor da USP, Ricardo Mário Gonçalves para
uma palestra sobre a primeira Loja Maçônica do Brasil e fomos surpreendidos ao
ouvirmos daquele nosso ilustre Irm:. que a fragata "La Preneuse" jamais estivera no
Brasil. O palestrante dizia que fazia tal afirmação escudado em trabalho publicado pelo
historiador Luiz Henrique Dias Tavares que, por sua vez, fundamentava sua assertiva,
baseado em pesquisa feita pela historiadora Kátia de Queirós Mattoso nos arquivos
Nacional e da Marinha, em Paris. Além de "La Preneuse" jamais ter estado no Brasil,
Larcher, quando esteve em Salvador, desembarcou do navio "Boa Viagem", em
novembro de 1796, tendo embarcado de regresso à França em 2 de janeiro de 1797. E
o ilustre palestrante argumentou: Se a "Cavaleiros da Luz" foi inaugurada em julho de
1797 e Larcher havia embarcado em janeiro daquele ano, como poderia aquele oficial da
marinha francesa ter participado da fundação da Loja, conforme se apregoa?
Por aí se vê que é necessário muito estudo, pesquisas e mais pesquisas para que, com
base em fontes fidedignas, se possa afirmar que isto ou aquilo é realmente um fato
histórico digno de fé.
Nós, que não somos historiadores e que dependemos das informações que eles nos
fornecem, precisamos meditar e meditar fundo nas palavras do historiador maçônico
Frederico Guilherme Costa, autor de "Questões Controvertidas da Arte Real", vol. 3, Ed.
"A TROLHA", Londrina, 1997, que depois de fazer um estudo sobre a temática que
acabamos de expor, afirma: De tudo o que foi exposto conclui-se que a verdadeira
função do historiador, que tem vida curta, consiste em rever permanentemente as
informações que possui e que estão sendo sempre enriquecidas com novas fontes,
partam elas de pesquisas de terceiros ou da sua própria, mas sempre tendo em mira a
boa forma e o bom conteúdo, jamais a ironia. A questão da nossa historiografia é uma
disputa do significante, pois a escrita só cumpre o seu papel quanto mais se aproxima
da palavra. Ela é sempre relativa. É da ordem do corpo e não do sentido, da cultura e
não da natureza.
Mas, afinal, qual a primeira Loja Maçônica Regular fundada no Brasil? Mário Name,
no artigo retro citado, diz que a primeira Loja Maçônica fundada no Brasil, na
cidade do Rio de Janeiro, no ano de 1800, recebeu o nome de "União", e que um
ano depois, devido ao grande número de Irmãos que a ela aderiram, sofreu
restruturação e passou a denominar-se "Reunião".
José Castellani informa que é possível tenha existido a "União", porém como não existe
documento algum que comprove a sua fundação, acredita que a primeira Loja Maçônica
fundada no Brasil foi a "Reunião", em 1801, isto se ficar provado que a "Cavaleiros da
Luz" não existiu. Sobre o assunto vejamos o que escreve Frederico Guilherme Costa em
"Breves Ensaios sobre a História da Maçonaria Brasileira, Ed. "A TROLHA", Londrina,
1993, após ter discorrido sobre o Areópago e sobre a "Cavaleiros da Luz":
Mas segundo o manifesto de José Bonifácio publicado em 1832, a primeira Loja
Simbólica regular no Brasil foi instalada em 1801, debaixo do título de REUNIÃO,
filiada ao Oriente da Ilha de França, e nomeado para seu representante o cavaleiro
Laurent, que a fortuna fez aportar às formosas praias da Bahia de Niterói e que
presidira a sua instalação. Na mesma página, o autor informa: Em 1801 a Loja
"Reunião" é regulamentada instalada sob o reconhecimento do Oriente da Ilha de
13

França, seguindo-se as Lojas "Constância" e "Filantropia", subordinadas ao


Grande Oriente Lusitano. Se a Cavaleiros da Luz foi a primeira Loja Maçônica no
Brasil e o Areópago o primeiro núcleo secreto revolucionário, a Loja "Reunião", à
luz dos documentos, respeitadas as leis e tradições maçônicas foi a PRIMEIRA
LOJA MAÇÔNICA REGULAR NO BRASIL.
Mário Verçosa, past Grão-Mestre da Grande Loja do Estado do Amazonas, relaciona as
16 primeiras Lojas do Brasil, como vem exposto por Marcelo Linhares, na obra citada: 1.
"Cavaleiros da Luz", em Salvador, BA – 1797 2. "Reunião", no Rio de Janeiro, RJ – 1801
3. "Virtude e Razão", em Salvador, BA – 1802 4. "Constância", no Rio de Janeiro, RJ –
1803 5. "Filantropia", no Rio de Janeiro, RJ – 1803 6. "Emancipação", no Rio de Janeiro,
RJ – 1803 7. "Beneficência", no Rio de Janeiro, RJ – 1803 8. "Distintiva", em Niterói, RJ
– 1812 9. "Comércio e Artes", no Rio de Janeiro, RJ – 1815 10. "Pernambuco Oriente",
em Recife, PE – 1817 11. "Pernambuco Ocidente", em Recife, PE – 1817 12.
"Revolução Pernambucana", em Recife, PE – 1817 13. "União e Tranqüilidade", no Rio
de Janeiro, RJ – 1817 14. "Esperança de Niterói", em Niterói, RJ – 1821 15. "Conciliação
de Pernambuco", em Recife, PE – 1822 16. "Nove de Janeiro", no Rio de Janeiro, RJ –
1822.

BIBLIOGRAFIA
1. BANDECCHI, Brasil. "A Bucha, a Maçonaria e o Espírito Liberal", Parma: São Paulo, 1982.
2. CASTELLANI, José. "Do Pó dos Arquivos", "A TROLHA": Londrina, 1995.
3. ___________. "Conjuração Mineira e a Maçonaria que não Houve" (co-autoria com Frederico
Guilherme Costa) Gazeta Maçônica: São Paulo, 1992.
4. ____________. "A Polêmica em Torno da Primeira Loja Maçônica do Brasil – uma Novidade
Bastante Antiga", in Revista Acácia, nº 33, Porto Alegre, 1995.
5. COSTA, Frederico Guilherme. "Breves Ensaios sobre a História da Maçonaria no Brasil". "A
TROLHA": Londrina, 1993.
6. "Questões Controvertidas da Arte Real", vol. 3. "A TROLHA": Londrina, 1997.
7. DONIDA, Odilon Carlos Nunes. "Datas e Fatos que Fizeram a História da Maçonaria no Rio
Grande do Norte e no G.O.L.E.R.N", in Cadernos de Pesquisas Maçônicas, nº 10. "A TROLHA":
Londrina, 1995.
8. FERREIRA, Antônio do Carmo. "Nossa Gente", in Cadernos de Pesquisas Maçônicas, nº 6. "A
TROLHA": Londrina, 1994.
9. LINHARES, Marcelo. "História da Maçonaria". "A TROLHA": Londrina, 1994.
10. NAME, Mário. "Tiradentes em Lisboa" – in Cadernos de Pesquisas Maçônicas, nº 11. "A
TROLHA": Londrina, 1996.
11. SANTIAGO, Marcos. Maçonaria – história e atualidade". "A TROLHA": Londrina, 1992.
12. VIEIRA, Júlio Doin. "Maçonaria, um Estudo Completo". "A TROLHA": Londrina, 1997.
Postado por DCRibeiro51 às 10:51
Colaboração do Ir.´. José Carlos de Araújo.
14

Ir Pedro Juk – MM. Morretes – PR – Em foto do dia 22 de setembro


durante palestra no VII Encontro de Cultura Maçônica
da Loja Templários da Nova Era.

INTRODUÇÃO.
O objetivo desta lauda é o de apresentar de forma sintetizada e objetiva, alguns conceitos
concernentes ao simbolismo do Altar dos Juramentos – parte importante do mobiliário de uma
Loja Maçônica - assim como algumas razões históricas relacionadas a ele desde os
primórdios da Francomaçonaria até a Moderna Maçonaria.

ETIMOLOGIA
ALTAR – Substantivo masculino (do latim: altare), designa a pedra cujo destino é a da
celebração dos sacrifícios oferecidos a uma divindade; no catolicismo é também a mesa
destinada à celebração de uma missa. De uma forma geral, nos templos pagãos, os altares
possuíam o formado de um pedestal – quadrado, retangular, ou redondo – construídos em
granito, ou mesmo de ricos metais. No catolicismo, de raiz cristã, o altar possui a forma de um
sepulcro antigo, sendo que nos primórdios da Igreja, existia propriamente apenas um altar em
cada templo, de tal maneira que a sua posição levasse ao sacerdote celebrante ficar voltado
para o Oriente. Posteriormente, com o aparecimento de outros altares, o altar principal passou
a se denominar como altar-mor. Na mesma posição que este altar, no Oriente, tal qual o
15

Santo dos Santos do templo de Jerusalém, considerando-se aí uma espécie de arquétipo de


um templo maçônico, fica o Altar ocupado pelo Venerável Mestre, ou Mestre da Loja, onde
nos tempos da primitiva Maçonaria (costume praticado até hoje em muitos ritos), eram
tomados os compromissos, ou juramentos.

JURAMENTO – Substantivo masculino (do latim: juramentum), indica o ato de jurar. É


também a forma mais ou menos solene com que se presta um juramento, prometendo, ou
afirmando algo tomando Deus por testemunha, ou mesmo invocando o nome de alguma coisa
que se julgue sagrada, no intuito de confirmar a verdade, ou mesmo a sinceridade.
Em Maçonaria, o juramento maçônico existe em todos os graus e toma o “Grande Arquiteto
do Universo” como testemunha, cuja finalidade é de mostrar a sinceridade do maçom perante
a obediência às leis, ao sigilo e as práticas internas da Ordem.

EXPOSIÇÃO.
O ALTAR DOS JURAMENTOS NA MAÇONARIA – Em primeira análise, na autêntica
Maçonaria, existe apenas um Altar, o qual fica localizado diante do Venerável Mestre e, em
especial, na Maçonaria Inglesa, diante do Mestre da Loja, cujo pequeno móvel, ou pedestal
ficam depositadas as Três Grandes Luzes Emblemáticas da Maçonaria – o Livro da Lei, o
Esquadro e o Compasso.
Tomando o juramento maçônico como um ato solene, estes sempre são prestados no Altar
colocado no Oriente sob o dossel, considerado como a parte mais íntima de um templo
maçônico, o que corresponde ao Santo dos Santos do templo de Jerusalém e por extensão
ao altar-mor das Igrejas.
De certa forma, segundo bons historiadores, este procedimento vem ocorrendo desde os
primórdios da moderna Maçonaria em todos os ritos, já que no período operativo não existiam
nem ritos e nem templos maçônicos – embora a tomada dos compromissos, ou juramentos
tenham sempre existido de forma imemorial e na presença do Livro da Lei, do Esquadro e do
Compasso.
A guisa de esclarecimento, pelo seu caráter imemorial, a presença do Livro da Lei, do
Esquadro e do Compasso em Loja aberta, acabou sendo classificada como um dos
Landmarks da Ordem.
No sentido de se prestar o juramento diante do Altar, só recentemente, já no século XX é que
alguns ritos passaram a colocar à frente do Altar, como extensão deste, uma pequena mesa
que, por conseguinte acabou sendo chamada de “Altar dos Juramentos”, sendo que,
posteriormente, algumas Obediências acabaram por leva-lo para o centro do templo,
acabando com isso, por tirar-lhe o verdadeiro sentido simbólico.
No tocante ao juramento maçônico e o Altar como lugar de sacrifício, seu nome parece um
tanto quanto mal escolhido, já que nenhum ato simbólico na Loja exprime a idéia de um
sacrifício, porém implica em um aspecto de compromisso de mudança e purificação interna
daquele que se compromete com os desígnios da Sublime Instituição.
Muito embora a dialética agressiva do perjuro, mesmo de forma simbólica, pareça um
sacrifício, ela na verdade estimula no protagonista um sentido de mudança já que existe uma
relação entre o Sinal do Grau e o compromisso como forma de lembrança do fiel cumprimento
do dever aceito. Diga-se de passagem, que muitas Obediências, a exemplo da Inglesa, já
tenham abolido a descrição de qualquer penalidade simbólica durante a prestação do
juramento, ou compromisso, restringindo-se esta apenas a uma explicação posterior com o
sentido de instruir o neófito.

CONSIDERAÇÕES FINAIS.
16

Em síntese, dadas as considerações, o simbolismo do Altar dos Juramentos, pelo seu valor,
exprime a idéia particular daquilo que o homem venera, sobretudo pela devoção que por ela
tem.
O elo entre o Altar e o Juramento, ou Compromisso, é de que o Altar é o local, ou suporte
onde estão depositadas as Três Luzes Maiores da Maçonaria, onde o Livro da Lei expressa o
código de Fé que anima a Verdade relacionada à razão da existência do próprio Homem. O
Esquadro como símbolo de retidão, ordena de um lado a ação do Homem sobre a matéria e
de outro, a ação do Homem sobre si mesmo, o que significa que a retidão da sua conduta e
da sua ação resultará na perfeição da Obra. Quanto ao Compasso, também como
instrumento indispensável para as construções sólidas e perfeitas, implica que a justa medida
é caráter essencial para que o homem possa se transformar aplicando as suas obras e o
conhecimento adquirido na construção social, moral e virtuosa.
Esta disposição sobre o Altar, que só se apresenta em Loja aberta, exprime, sobretudo a
união dos utensílios imprescindíveis para a construção com a fé que governa e anima,
traduzindo-se em um símbolo de sacrifício sim, porém não material, mas das ignóbeis
paixões.
Ante o Altar, o juramento se constitui em um símbolo de solicitude com que se pretende
conservar a natureza no coração e extinguir as manchas lodosas dos vícios pela constante
ação da virtude, revelando-se em um movimento harmônico no cosmos, cuja Luz Divina
ilumina e dá vida, exortando sentimentos natos de respeito ao Criador, conduzindo o Maçom
a se tornar o operário trabalhador e consciente, cujo labor de aperfeiçoamento moral e
espiritual, resultará no engrandecimento da Ordem em geral e para o bem estar de toda a
Humanidade em particular.
Finalizando, o Altar e o Juramento são partes integrantes do Iniciado. O primeiro como o local
de magnitude e suporte das Grandes Luzes que regem pelo resto da vida aquele que se
compromete, enquanto que o segundo revela o compromisso do Maçom para com a
Instituição e para consigo mesmo, portanto, não há como se confundir o Altar e o ato do
Juramento com qualquer devoção religiosa, pois a Maçonaria não interfere na crença pessoal
dos homens, bastando que para tal o Maçom creia no Ente Supremo, que de modo
conciliatório entre os povos e civilizações, denomina-se de “Grande Arquiteto do Universo”.

ROTEIRO BIBLIOGRÁFICO:

FIGUEIREDO, Joaquim Gervásio de – DICIONÁRIO DE MAÇONARIA – Editora Pensamento, São


Paulo, 1998.
CASTELLANI, José – DICIONÁRIO ETIMOLÓGICO MAÇÔNICO/M, N, O, P, Q – Editora
Maçônica A Trôlha, Londrina, 1991.
________________ - DICIONÁRIO ETIMOLÓGICO MAÇÔNICO/A, B, C – Editora Maçônica A
Trôlha, Londrina, 1990.
JUK, Pedro – O ALTAR DOS JURAMENTOS – Ensaios, 1999, Curitiba.
_________ - A FILOSOFIA DO JURAMENTO MAÇÔNICO – Ensaios, 2.002, Curitiba.
VAROLI F.º, Theobaldo – CURSO DE MAÇONARIA SIMBÓLICA – TOMO I, A Gazeta Maçônica,
São Paulo, 1.987.
CARVALHO, Francisco de Assis – SÍMBOLOS MAÇÔNICOS E SUAS ORIGENS – Editora
Maçônica A Trôlha, Londrina, 1990.
ASLAN, Nicola – GRANDE DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO DE MAÇONARIA E SIMBOLOGIA
– VOL. I, Editora Maçônica A Trôlha, Londrina, 1.996.
MELLOR, Alec – DICIONÁRIO DA FRANCO-MAÇONARIA E DOS FRANCO-MAÇONS –
Martins Fontes, Sociedade das Ciências Antigas, São Paulo, 1.979.
17

O Ir Luiz Felipe Brito Tavares,


médico e escritor, é Obreiro da
Loja Luz do Planalto nr. 76 (GLSC)
São Bento do Sul – SC
Contato: [email protected]

Quando pensamos em dualidade sempre nos vem a mente questões como quente e frio,
bom e mal, alto e baixo... sempre referentes a um mesmo domínio, porém portador de
gradações diversas. Diz-se que o ponto de equilíbrio das dualidades é a mediana. Que o
equilíbrio entre quente e frio é o morno, que o equilíbrio entre o bem e o mal é a
neutralidade, mas de fato tais medianas representariam o equilíbrio?

A indiferença seria o equilíbrio entre o bem e o mal, entre as trevas da ignorância e a luz
da iluminação? Penso que não.

Estaríamos sempre fadados ao mal já que necessitamos sempre viver no limbo entre os
dois extremos sem nunca conseguirmos nos apartar das más inclinações? Penso que
não.

Gradação indica dualidade? Penso que não.

Devemos sempre nos iluminar no conhecimento fazendo com que as trevas da


ignorância se dissipem. Ficar a meio caminho é estagnar.

Devemos sempre trabalhar as boas virtudes para que nosso coração se encha de amor
sublime e assim conquistemos a felicidade. Estacionar a meio caminho é admitir que
18

nossa natureza é indissociável da pobreza de espírito, e de que seremos sempre


apartados da nobreza que nos aguarda.

Gradação indica um estado, um grau, um ponto dentro de um caminho de evolução que


não encontra parada, e cujo equilíbrio está no eixo do bem seguir.

Quando penso em dualidade penso na borboleta que possui duas metades simétricas e,
portanto aparentemente opostas entre si, mas que se complementam em eixo central de
sinergia; sinergia esta que justifica a simetria; simetria que complementar e exata, e
determinadamente proposital.

A polaridade justifica-se na composição harmônica, através de eixo de sentido, que


permite o constituir de novo elemento em patamar superior de significado.
Vivemos em um mundo de fragmentos e buscamos unir tais fragmentos em sentido,
justamente para ascendermos em significado.
Galgamos patamares, galgamos dimensões.
Nossa essência é o existir, justamente o continuar; o seguir sem descontinuidade.
Seguir em amplitudes, em densidades e em profundidades cada vez mais intensas. O
bom seguir não prescinde do equilíbrio, do sinergizar das polaridades espalhadas ao
redor, transformando-as em degraus determinados do bom evoluir.

Nascemos simples e ignorantes e somos guindados pelo gradiente divino, o qual


seguimos sem cessar, e em cada degrau unimos as pontas para constituir nova ponte
que nos remeterá ainda acima.

A borboleta surge totalmente aquecida pelo movimento do existir, decorrente da sinergia


entre suas simetrias, ou suas oposições.

A borboleta não é morna, ou indiferente.

Possibilidades estanques que se sinergizam para novas realizações. Potencial que se


realiza.

Os opostos podem ser potenciais que encontram razão em grau acima. Representam
facetas de significado maior. Por si apenas não têm sentido. Não são graus, mas asas
de uma borboleta.

Porém se forem indicadores de grau não encontram estagnação a meio caminho, mas
equilíbrio em eixo de sustentação do vórtice de elevação.

Borboletas não são mornas, mas elegante é o seu voar.


19

Agenda da GLSC (Grande Florianópolis) para o mês de outubro


(Fonte: Ir Édio Coan – Assessor Especial de Comunicação da GLSC)

SEMINÁRIOS
A GRANDE LOJA MAÇÔNICA DO DISTRITO FEDERAL promove os
SEMINÁRIOS para o Grau de COMPANHEIRO MAÇOM –

10 Quarta-feira - ARLS ABRIGO DO CEDRO Nº 08 - convida para Sessão


Grau de Aprendiz
Horário: às 20 horas.
Local: SHIN CA 08 Lote 02 – Lago Norte – Brasilia - DF
20

17 Quarta-feira - ARLS ABRIGO DO CEDRO Nº 08 - convida para Sessão


Grau de Aprendiz
Horário: às 20 horas.
Local: SHIN CA 08 Lote 02 – Lago Norte – Brasilia - DF

20 Sábado - ARLS DEMERVAL CORDEIRO Nº 14 – convida para Sessão


Magna de Iniciação e Comemorativa ao 35º Aniversário de Fundação da Loja
Horário: às 8 horas.
Local: QE 44 AE 03 - Guará II - Brasília - DF

23 Sábado - ARLS ESTRELA DO PLANALTO Nº 03 - convida para Sessão


Magna de Exaltação
Horário: às 20 horas.
Local: AE - Setor D Sul - Lote 27 - Taguatinga Sul - Brasília - DF

27 Sábado - ARLS ESTRELA DO PLANALTO Nº 03 - convida para Sessão


Magna de Iniciação
Horário: às 8 horas.
Local: AE - Setor D Sul - Lote 27 - Taguatinga Sul - Brasília - DF

27 Sábado ARLS TEMPLÁRIOS DE BRASÍLIA Nº 21 - convida para Sessão


Magna de Iniciação - Horário: às 8 horas.
Local: Condomínio Pentalpha: SGAN 909 Módulo "B" - Asa Norte - Brasília - DF
Dia 8 de Dezembro - Sábado - Eleição para Alta Administração da M.•. R.•.
Grande Loja Maçônica do Distrito Federal
Horário: Das 8:00hs às 18 horas.
Local: Grande Templo da Grande Loja SGAN 909 Modulo B – Asa Norte –
Brasilia - DF
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Por uma Maçonaria mais unida. Verdadeiramente Universal, sem fronteiras, sem
Ritos, sem Oriente, sem Potência. Somos todos Irmãos. Atividades da Maçonaria no
Distrito Federal. - GLMDF - Grande Loja Maçônica do Distrito Federal
GODF- Grande Oriente do Distrito Federal
Aos IIr.'. Ven.'.Mestres e Secretários de Loja que quiserem colaborar com a
divulgação das atividades como: Sessões Magna de Iniciação, Elevação, Exaltação.
Instruções e apresentações de trabalhos, Graus 1, 2 e 3. Sessões Ordinarias,
Administrativas e Financeiras. Eventos e atividades beneficentes.
Encaminhar email para:
[email protected]
Atualização: Ir.'.Lauro Lustosa Vieira
21

Loja Tordesilhas nr. 53 (GOSC)


Conheça melhor a Loja “Tordesilhas”nr. 53 de Laguna SC (Grande Oriente de Santa
Catarina – GOSC) com fotos enviadas pelo Ir. Silvio Barbosa de Castro.

Loja Tordesilhas nr. 53 – Laguna – SC (Clique no link abaixo)


https://picasaweb.google.com/103634428674850958508/LojaTordesilhasLa
gunaNr53?authkey=Gv1sRgCPfKsqTHipSH5wE#

Rádio Sintonia 33 e JB News.


Música, Cultura e Informação 24 horas/dia,
o ano inteiro. Rede Catarinense de Comunicação da
Maçonaria Universal. Agora você pode ouvir a Rádio
Sintonia 33 no celular. Comunique-se. www.radiosintonia33.com.br
22

ARBLS União e Silêncio nr. 1582 –


SMPW Quadra 5 Conj, 14 Lote 9 –
Núcleo Bandeirantes – DF
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