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PSICOTERAPIAS DE GRUPO

PROFESSORA MARÍLIA BARREIRA


INTRODUÇÃO

• Psicoterapias e Terapias;

• Terapia – cuidado
proporcionado entre cuidadores
e cuidandos;
Breve histórico das terapias grupais a
partir da Psicanálise
• O grupo como espaço terapêutico remonta a tempos imemoriais;

• Século XX – Experiência de Pratt, com pacientes tuberculosos, que se


considera o protótipo de um grupo com objetivos explicitamente
terapêuticos;
Pratt foi, portanto o primeiro a utilizar de forma sistemática e
intencional as emoções suscitadas nas interações ocorridas em um
espaço grupal para obtenção de resultado terapêutico.

• Método - Psicoterapia pelo grupo.


Um olhar retrospectivo

Mas quando, afinal, entrou em cena a psicanálise em suas aplicações à


terapia grupal?

• Já em 1918 Freud se preocupava com a restrição dos benefícios da análise


a uma fração mínima de pacientes;

PRATT – Grupos homogêneos (sofrimento compartilhado)


x
Grupos Heterogêneos (neuróticos com problemas emocionais
diversos e/ou sintomatologia polimorfa) – FREUD

• Embora muitos considerem Schilder o introdutor, nos anos de 1930, do


método analítico em psicoterapia de grupo, consideraremos Foulkes, nos
anos de 1940 como o responsável pelo que viria a denominar-se
grupanálise.
Um olhar retrospectivo

• Schilder – privilegia o enfoque individual, embora empregado


conjuntamente com o grupal. Seu método preconizava a realização de
entrevistas preparatórias, em que colhia a história do paciente e o
ensinava a associar livremente.

Pouca atenção era dada à relação dos pacientes entre si, pois
Shilder acreditava que, mesmo no contexto grupal, a tônica
recaía na relação transferencial com o terapeuta.
Um olhar retrospectivo

• Foulkes preocupou-se, desde os primórdios, em descrever as


peculiaridades da abordagem grupal, bem como em estabelecer suas
fronteiras com a análise individual;

• Matriz – trama (rede) comum a todos os membros. Dependem dela o


significado e a importância de tudo o que ocorre no grupo, e se referem a
ela todas as comunicações e interpretações que circulam no grupo;
Um olhar retrospectivo

• Preocupou-se em descrever fenômenos específicos do campo grupal -


Reações G:

Busca de Homeostase (equilíbrio);


Transferências cruzadas;
Transferência múltipla;
Associações reativas;
Reação Carambola;
Formações de subgrupos ou alianças (finalidade defensiva);
Espelhamento;
Ressonância.
Um olhar retrospectivo

• Slavon – deu ênfase a presença de elementos básicos da psicanálise no


grupo (transferência, interpretação de conteúdos latentes, insight, etc)

• Ezriel – desenvolveu sua teoria da interpretação postulando a


possibilidade de interpretar o denominado “material profundo”, tanto em
situação grupal como individual;

• Bion – focou-se nos estados mentais que a vivência de grupo


proporcionava, criando o conceito de supostos básicos.
Dependência (espera dos cuidados e liderança de alguém);
Luta – fuga (confronto ou evitamento das situações ansiogênicas);
Acasalamento (expectativa de que soluções possam ser trazidas por algo/alguém que ainda
não chegou ao grupo e que será gerado pelo apareamento entre dois elementos do grupo);
• Em oposição tem-se o estado mental “grupo de trabalho” – estado
racional, colaborativo, de prontidão para a realização da tarefa.
Um olhar retrospectivo

• Na segunda metade da século XX, Grinberg, Rodigué e Langer lançam


contribuições para um modelo clínico de abordagem grupal – Psicoterapia do
grupo – dando ênfase a atitude interpretativa dirigida ao grupo;
Metodologia:
• Interpretar o grupo como um todo (clima emocioal e fantasias subjacentes);
• Interpretar em função dos papéis;
• Interpretar a atitude e as fantasias do grupo com relação a determinada pessoa;
• Interpretar em termos de subgrupos, como partes complementares do todo;
• Interpretar em função do “aqui e agora”;
Um olhar retrospectivo

• Cortesão – elaborou conceito de padrão grupanalítico (conjunto de


atitudes do grupanalísta, que funciona como um emissor de significados);

• Neri – descreveu o chamado “estado grupal nascente” e o “estágio da


comunidade dos irmãos”.

De forma assemelhada a Bion, ele defende que a função do terapeuta


não seria o de interpretar os conteúdos, mas oferecer condições
para que se processo de forma eficaz o pensamento grupal;
Um olhar retrospectivo

• Anos de 1980 – Psicanalistas que se apóiam na Teoria dos Vínculos de


Pichon-Rivière (1950 e 1960);

Defendiam que o enfoque intrapsíquico (origem do método


psicanalítico individual) era uma limitação a compreensão dos
processos grupais e inadequada para o contexto intersubjetivo do
grupo; (pareamento do intersubjetivo e do intrasubjetivo)
Psicodrama: uma terapia
grupal desde suas origens
As formas híbridas de terapia
grupal
– Vertente multidisciplinar: meados do século XX;

• Psicodrama Psicanalítico;
– O elemento comum à psicanálise e o psicodrama além
de sua inserção no paradigma linear, padrão causa-
efeito, é o da revivência do passado (seja
transferencial ou dramatica),
– Valorização do compartilhamento.

• Grupos Operativos;
– Criados por Pichon-Riviére (meados de 1940) são um
modelo contituído a partir dos referenciais teóricos da
psicanálise e da dinâmica de grupos.
Terapias grupais derivados de outros
marcos referenciais teórico-técnicos
• PSICOTERAPIA INTERNACIONAL (INTERPESSOAL) DE GRUPO

- É a terapia grupal mais praticada no Estados Unidos.


- Irwin Yalom, enfatiza a aprendizagem interpessoal como mecanismo
curativo fundamental.
- Dá importância ao contexto social no desenvolvimento da personalidade
e nas manifestações psicopatológicas.
- Para Yalom, dentro do núcleo da experiência emocional curativa, estão:
instilação da esperança, compartilhamento de informações, altruísmo,
desenvolvimento de técnicas de socialização, catarse, fatores existenciais,
entre outros.
Terapias grupais derivados de outros
marcos referenciais teórico-técnicos

• O Grupo é um microcosmo social:

“Nada, nenhuma consideração técnica, tem precedência sobre a atitude


do terapeuta ( que deve ser de interesse, aceitação, genuinidade,
empatia).”

• “O paciente é um colaborador integral do processo terapêutico e a


psicoterapia é fortalecida, não enfraquecida pela desmistificação da figura
do terapeuta.”
Terapias grupais derivados de outros
marcos referenciais teórico-técnicos

• PSICOTERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL DE GRUPO

Atividades terapêuticas:

Monitorar os comportamentos “problemas”, avaliar o processo,


planejar procedimentos específicos de mudança.
Terapias grupais derivados de outros
marcos referenciais teórico-técnicos

• PSICOTERIA GESTÁLTICA DE GRUPO

Reagindo ao atomismo psicológico, Max Wertheimer (1880-1943),


lança seu estudo sobre o Fenômeno phi.

Divergência com a psicanálise.

Frederic Pearls incorporou conceitos da fenomenologia, do


existencialismo e do zen-budismo, além de ser influenciado por Reich e
Moreno.
Terapias grupais derivados de outros
marcos referenciais teórico-técnicos

• PSICOTERAPIA EXISTENCIAL-HUMANÍSTICA DE GRUPOS

 Soren Kierkegaard (1813-1855), suas concepções influenciaram


vários psicoterapeutas, tais como: Rogers, Frankl, Alexander, Ferenczi,
Winnicott, entre outros.

-O indivíduo é o senhor de sua existência.

- Estar no mundo é compartilhá-lo com os outros humanos.


Grupos terapêuticos
experenciais
• São modalidades de terapia grupal que não se sustentam
em referenciais teórico-técnicos definidos e foram criados
um tanto aleatoriamente.

• Grupos de Ajuda Recíproca ("Auto-Ajuda")

• Surgiram como desdobramentos do AA;


• Usam a força da motivação grupal como principal
instrumento de sua ação terapêutica;
• Curiosamente inicialmente não eram coordenados por
um profissional da saúde.
Grupos terapêuticos
experenciais

• Grupos Psicoeducativos

• Surgiram na interface entre a pedagogia e a


psicoterapia;
• É predominantemente pedagógico;
• Destina-se a grupos homogêneos ou de sofrimento
compartilhado.
Grupos terapêuticos
experenciais
• Laboratórios de Relações Interpessoais, de sensibilização e
crescimento emocional, maratonas e grupos de encontro

• Atividade grupal intensiva;


• Objetiva proporcionar a seus participantes uma experiência
vivencial e a oportunidade de uma reflexão conjunta
mobilizando emoções e trazendo à tona afetos reprimidos;
• Formatação desde microlaboratórios até as chamadas
maratonas;
• Composição e número de participantes diferem conforme a
linha teórica;
• Embora os grupos de encontro estejam habitualmente
vinculados em suas origens aos chamados grupos T criados por
Kurt Lewin (década de 1940), há quem reserve esta
denominação aos grupos inspirados na abordagem
psicoterápica centrada na pessoa do cliente, desenvolvida por
Carl rogers (década de 1960).

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