Apostila Di Trabalho Pos Reforma Inta
Apostila Di Trabalho Pos Reforma Inta
Apostila Di Trabalho Pos Reforma Inta
Introdução
Os princípios representam o alicerce do ordenamento jurídico, servem de base e inspiração
para os operadores do direito, tanto no momento da elaboração da norma jurídica quanto, e
mais efetivamente, após a sua criação.
Sabendo que o trabalhador estaria em real desvantagem para negociar, exigir e cobrar seus
direitos, o princípio da proteção criou mecanismos com a finalidade de assegurar os direitos
mínimos impressos na legislação trabalhista vigente.
OBS. Este princípio representa uma adaptação á regra existente no direito penal “in dúbio pro
réu”.
REFORMA TRABALHISTA
Quanto ao princípio em comento devemos ficar atentos ao artigo 611-A da CLT, já que lista uma
série de situações em que prevalecerão as negociações coletivas frente às previsões legais,
mesmo que desfavoráveis ao trabalhador.
Nesse sentido, fica claro que o princípio da proteção será flexibilizado quando as negociações
coletivas tiverem, conforme previsão do artigo 611-A da CLT, prevalência sobre norma legal mais
favorável ao trabalhador.
Art. 611-A. CLT A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre
a lei quando, entre outros, dispuserem sobre:
REFORMA TRABALHISTA
Art. 444CLT- As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação
das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao
trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das
autoridades competentes.
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Art. 468 CLT - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das
respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem,
direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula
infringente desta garantia.
REFORMA TRABALHISTA
O princípio da inalterabilidade contratual lesiva também será alcançado pelo artigo 611-A da
CLT, que arrola situações em que poderão haver alterações contratuais lesivas.
Primeiramente, cabe observar que o salário tem natureza alimentar, deve prover o sustento
tanto do trabalhador como de sua família.
O trabalhador tem o direito de receber o seu salário, de forma integral, no momento oportuno e
sem nenhum desconto abusivo. O salário é sagrado, é irredutível.
Todavia, como acabamos de ver, nenhum princípio é absoluto, podem ocorrer descontos nos
salários, como os resultantes de Lei ou de negociação coletiva coletivo, ou, ainda,
decorrentes de adiantamentos.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
A regra é que os contratos sejam pactuados por prazo indeterminado, em caráter permanente.
Somente por exceção se admite os contratos a termo, ou seja, por tempo determinado. Em
decorrência do princípio da continuidade da relação de emprego, o ônus de provar o término do
contrato de trabalho recai sobre o empregador.
Art. 10 CLT Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos
adquiridos por seus empregados.
O princípio em estudo também se relaciona com o art. 448 da CLT, que trata da sucessão de
empregadores, estabelecendo que a mudança na propriedade ou estrutura jurídica da empresa
não afetará os contratos de trabalho.
A verdade real, a realidade dos fatos devem prevalecer sobre a verdade meramente formal,
sobre a verdade documental.
Exemplo01: Uma típica relação de empregomascarada por contrato de estágio (veremos que
estagiário não é empregado),por aplicação deste princípio a relação empregatícia deverá ser
reconhecida.
Exemplo 02: O empregado que registra sua jornada de trabalho em folha de freqüência, por
imposição do empregador e com receio de ser despedido no caso de recusa, enquanto que no
dia-a-dia (realidade) se submete a uma jornada de trabalho diversa e superior daquela que ele
próprio consignou nos controles de jornada. Nesse caso, pelo princípio da primazia da
realidade deve prevalecer a realidade dos fatos sendo desconsiderado como meio de prova o
documento subscrito pelo empregado.
*Materiais
Na atual conjuntura, podemos citar como fontes materiais do direito do trabalho, as greves
realizadas pelos trabalhadores em busca de melhores condições de trabalho e,
principalmente, no campo empresarial, os movimentos de grupos empresarias, que tem
o real propósito de flexionar direitos dos trabalhadores em “prol da economia”, o que
culminou com, por exemplo, a aprovação da reforma trabalhista no Brasil.
As fontes formais podem ser criadas pelo Estado ou, ainda, sem a sua participação,
elaboradas pelos próprios destinatários da norma.
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São aquelas que provêm do Estado, normalmente são impostas. No processo de criação das
fontes formais heterônomas há participação de um terceiro, geralmente o Estado, na
elaboração e na divulgação da norma. Entretanto, os reais destinatários da norma não
participam diretamente de sua elaboração.
a) Constituição Federal
Não há hierarquia entre essas normas (leis ordinárias, leis complementares), pois são normas
primárias extraídas diretamente do texto constitucional, não existe entre elas grau de
subordinação jurídica.
As leis trabalhistas são de competência do Congresso Nacional, conforme prevê o art. 22, I da
CF/88.
A MP não é lei, mas tem força de lei. Significa força de lei ordinária. A Medida Provisória não
pode dispor sobre matéria reservada à Lei Complementar.
d) Decretos
Os Decretos também são fontes formais heterônomas do Direito do Trabalho. São atos
privativos do Presidente da República, servem para regulamentar as leis, não podem inovar o
ordenamento jurídico, substituindo o texto aprovado pelo legislativo.
e) Sentença Normativa
As sentenças normativas são atos do Poder Judiciário trabalhista que põem fim a processos de
dissídio coletivo, estabelecendo novas condições de trabalho.
Art. 114, § 2º, CF/88 - Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à
arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo
denatureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as
disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas
anteriormente.
As Súmulas Vinculantes, como o próprio nome já estabelece, vinculam, ou seja, os juízes não
poderão afastá-las e decidir de forma contrária a essas decisões. São consideradas fontes
formais heterônomas do Direito do Trabalho.
Art. 103-A, CF/88 - O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação,
mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre
matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa
oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à
administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem
como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.
As fontes formais autônomas são feitas pelos próprios destinatários da norma, sem que haja a
intervenção estatal. Consistem nas negociações coletivas de trabalho - Convenção Coletiva
de Trabalho e Acordo Coletivo de Trabalho, os costumes e o regulamento de empresa.
Art. 611, CLT - Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo
qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais
estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações,
às relações individuais de trabalho.
Os costumes
Art. 460, CLT - Na falta de estipulação do salário ou não havendo prova sobre a
importância ajustada, o empregado terá direito a perceber salário igual ao daquela que,
na mesma empresa, fizer serviço equivalente ou do que for habitualmente pago para
serviço semelhante.
Regulamento de empresa
No que tange aos Regulamentos de Empresas, primeiramente, cabe ressalvar que não são
todos os doutrinadores trabalhistas que elencam o regulamento de empresa como fonte formal,
mas as Bancas estão seguindo a doutrina majoritária e o incluindo como fonte formal autônoma
do Direito do Trabalho.
Aqueles doutrinadores (e não são poucos) que não aceitam o Regulamento como fonte, o
fazem justificando tratar-se de fonte unilateral, contendo somente regras de interesse da
atividade econômica da empresa.
Relação de trabalho é gênero que engloba os mais diversos tipos de labor que podem ser
realizados pelo ser humano. A relação de trabalho abrange, então, a relação de emprego, a
relação de trabalho autônomo, a relação de trabalho avulso, eventual, doméstico, rural, além
de outros, como por exemplo, o estágio.
Por outro lado, a relação de emprego é uma modalidade do gênero relação de trabalho, não se
confundindo com ela. Podemos falar que toda relação de emprego corresponde a uma
relação de trabalho, mas nem toda relação de trabalho corresponde a uma relação de
emprego.
* Pessoa Física;
* Pessoalidade;
* Subordinação;
* Onerosidade;
* Não eventualidade;
* Alteridade.
Art. 3º, CLT - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de
natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.
Vamos ficar atentos pois, estando presentes os pressupostos da relação de emprego, não há
distinção entre o trabalho realizado no estabelecimento do empregador, o executado no
domicílio do empregado e o realizado a distância.
a) Pessoa Física
de serviço de pessoa jurídica para empregador, não serão aplicadas as normas destinadas aos
empregados.
Assim, para que caracterize-se a relação de emprego, o serviço deverá ser prestado por
pessoa física ou natural, não podendo o empregado ser pessoa jurídica.
b) Pessoalidade
Dito isso, temos que a pessoalidade é encontrada naquela pessoa física que trabalha para
o empregador e não pode se fazer substituir por terceiros, ou seja, aquela pessoa natural
contratada terá, ela mesma, que prestar o serviço. Dessa forma, temos que a prestação do
serviço será intuitu personae.
Sendo assim, é importante ressaltar que a relação jurídica pactuada deve ser intuitu personae
com relação ao trabalhador, ou seja, não poderá fazer-se substituir no decorrer do contrato de
trabalho. Vamos dar um exemplo, contratei Marcelino para trabalhar em minha loja, no entanto,
ele ficou doente e para “se garantir” no emprego mandou seu filho trabalhar no seu lugar
durante tal período. Isso não pode ocorrer, tal substituição descaracteriza a relação de
emprego, por ausência do elemento pessoalidade.
c) Não Eventualidade
A pessoa física deve trabalhar de forma permanente, mesmo que por um pequeno espaço de
tempo, não podendo trabalhar de forma eventual, na hora que desejar, deve ter dias certos,
hora certa de prestação de serviço.
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Dessa forma, vamos ficar atentos, pois NÃO se exige exclusividade na prestação dos
serviços para que se configure a relação de emprego, o empregado pode ter mais de um
empregador e, consequentemente, mais de uma relação de emprego.
Cabe aqui uma pequena observação, a não eventualidade é diferente de trabalho prestado
diariamente. No caso, por exemplo, de bares, restaurantes que não costumam abrir todos os
dias (por vezes abrem apenas nos finais de semana), apesar de não haver uma prestação
diária de serviço, há uma prestação de caráter permanente, ou seja, que se prolonga no tempo
para o mesmo empregador, com hora e dia para que o serviço seja prestado.
d) Subordinação
Essa subordinação não se trata de uma subordinação econômica, pois algumas vezes o
empregado ostenta uma situação econômica melhor do que a do próprio empregador.
Também não se refere à subordinação técnica, porque o empregado, em certas ocasiões,
possui a técnica de trabalho que seu empregador não detém.
Nesse cenário, a subordinação pode ser dividida em três: técnica, econômica e jurídica.
Atualmente, a jurisprudência trabalhista estabelece que apenas a subordinação jurídica se
aplica na relação de emprego.
Trabalhador Autônomo
Vamos conceituar cada uma das três, mas devemos lembrar que apenas a jurídica é que válida
no direito do trabalho:
Por fim, vamos ficar atentos ao parágrafo único do art. 6o da CLT que foi inserido em 2011 com
a finalidade de equiparar os meios telemáticos e informatizados de comando, controle e
supervisão aos meios pessoais.
e) Onerosidade
Deve-se ter em mente que a relação de emprego é uma relação de cunho essencialmente
econômico, ou seja, a pessoa se submete as regras da relação de emprego, emprega grande
parte de seu dia, de sua força para poder receber a contraprestação pelo serviço.
A legislação pátria prevê várias formas de contraprestação ao serviço prestado, como, por
exemplo: pagamento em dinheiro, utilidades, parcelas fixas ou variáveis, etc.
f) Alteridade
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Art. 7º CF São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
Jurisprudência do TST
a) Policial Militar
Primeiramente, devemos ficar atentos a condição do Policial Militar que, por vezes, trabalha
fazendo a segurança de empresas privadas. O TST decidiu que é legal o reconhecimento da
relação de emprego, quando presentes os requisitos fático-jurídicos, mesmo que tal atividade
seja infração disciplinar prevista no Estatuto do Policial Militar.
O TST entende que não há possibilidade de vínculo de emprego entre o apontador do jogo do
bicho e o bicheiro, em virtude da ilicitude do objeto.
• Pessoa Física- A relação de emprego só se caracteriza quando existe relação entre pessoa
física e empregador. O serviço deverá ser prestado por pessoa física ou natural, não podendo
o empregado ser pessoa jurídica.
A pessoa física deve trabalhar de forma permanente, mesmo que por um pequeno espaço de
tempo, não podendo trabalhar de forma eventual, na hora que desejar, deve ter dias certos,
hora certa de prestação de serviço.
Dessa forma, vamos ficar atentos, pois NÃO se exige exclusividade na prestação dos serviços
para que se configure a relação de emprego, o empregado pode ter mais de um empregador e,
consequentemente, mais de uma relação de emprego.
REFORMA TRABALHISTA
A criação do contrato intermitente flexibiliza o requisito da não-eventualidade, pois
permite a contratação de empregado com carteira assinada de forma intermitente (mês
sim pode trabalhar mês não pode não trabalhar e não receber). Contrato de trabalho
intermitente é aquele que firmado entre trabalhador e empregador com prestação
variável, ou seja, por algumas horas ou dias da semana. O contrato intermitente deve ser
formalizado por escrito, com especificação do valor da hora de trabalho, além disso,
deve o empregador convocar o empregado com, no mínimo três dias de antecedência.
Caso o serviço seja aceito, a parte que descumprir o pacto deverá ressarcir a outra em
50% da remuneração devida a título de multa. As normas relativas ao trabalho
intermitente estão disciplinadas nos artigos 443 e 452-A da CLT reformada:
Art. 443. O contrato individual de trabalho poderá́ ser acordado tácita ouexpressamente,
verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado, ou para prestação
de trabalho intermitente.
• Onerosidade -Deve-se ter em mente que a relação de emprego é uma relação de cunho
essencialmente econômico, ou seja, a pessoa se submete as regras da relação de emprego,
emprega grande parte de seu dia, de sua força para poder receber a contraprestação pelo
serviço.
• Alteridade
A CLT e a Constituição Federal de 1988 esclarecem que não haverá distinções entre os
trabalhadores que realizam o trabalho intelectual, técnico ou manual, tendo todos eles seus
direitos assegurados, independente do trabalho exercido.
Art. 7º CF São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
Art. 3º, Parágrafo único, CLT - Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à
condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual.
Apesar do empregador não ter um controle quanto à jornada de trabalho do empregado, isso
não desconfigura a subordinação jurídica, pois de outras formas poderá ser realizada a
fiscalização. Voltando ao exemplo das costureiras, o empregador poderá controlar a produção,
a quantidade de peças, o prazo para entrega, a qualidade do produto.
Dessa forma, mesmo que o empregado não esteja nas dependências da empresa (escritor,
redator, jornalista), existem outros meios de comprovar a subordinação jurídica.
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Antes da Constituição Federal de 1988 os empregados rurais não tinham os mesmos direitos
dos urbanos. Depois da promulgação ocorreu a equiparação de direitos.
Art. 7º, CF/88 - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social.
Art. 7º, CLT - Os preceitos constantes da presente Consolidação salvo quando for em
cada caso, expressamente determinado em contrário, não se aplicam:
Mesmo estando fora dos ditames da CLT, para que o trabalhador rural seja considerado
empregado deverá preencher os requisitos da relação de emprego (pessoa física,
pessoalidade, não eventualidade, onerosidade, subordinação e alteridade).
São considerados trabalhadores rurais aqueles que exercem funções diretamente ligadas à
agricultura e à pecuária, prestando serviço a empregador rural, em propriedade rural ou prédio
rústico.
Art. 2º, Lei 5.889/73 - Empregado rural é toda pessoa física que, em propriedade rural ou
prédio rústico, presta serviços de natureza não eventual a empregador rural, sob a
dependência deste e mediante salário.
São exemplos de trabalhadores rurais, o ordenhador, o boiadeiro, o peão, tratorista, aquele que
trabalha na lavoura, etc.
O empregado doméstico desde quando a CLT foi redigida é tratado de forma diferenciada, o
legislador na década de 40, quando da elaboração da CLT, entendeu que a família não tinha
condições de arcar com todos os encargos trabalhistas tal qual as empresas. Dessa forma, o
trabalhador doméstico foi excluído da CLT.
Art. 7º, CLT - Os preceitos constantes da presente Consolidação salvo quando for em
cada caso, expressamente determinado em contrário, não se aplicam:
Tendo em vista que as relações domésticas não eram regulamentadas pela CLT, foi criada
uma lei somente para os empregados domésticos, a Lei no 5.859/72, a qual foi posteriormente
revogada pela Lei Complementar 150/2015.
Essa situação atípica do empregado doméstico durou até a Constituição Federal de 1988, o
legislador constituinte reunido chegou ao consenso que ainda não era hora de equiparar o
empregado doméstico aos demais trabalhadores.
De 1988 até hoje houve uma forte tendência de proteção e concessão ao trabalhador
doméstico, houve a promulgação da lei que estabelece o FGTS facultativo, o seguro-
desemprego, garantia de emprego à gestante, mas ainda assim buscava-se mais, até que em
2013 foi editada a Emenda Complementar no 72/2013.
Art. 1ºo, LC 150/2015 - Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que presta
serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa
à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por
semana, aplica-se o disposto nesta Lei.
Cabe observar que o empregado doméstico não pode prestar serviços para pessoa jurídica,
pois, nesse caso, seria considerado empregado regido pela CLT. Assim, não poderá estar
inserido na atividade lucrativa da família. É o caso de uma família que em sua residência
prepara e vende marmitas, eles contratam uma pessoa para ajudar a cozinhar. Esse
trabalhador será empregado normal e não doméstico.
A Lei dos domésticos prevê que o serviço seja prestado de forma contínua para a
caracterização da relação de emprego, isso quer dizer, no mínimo, 3 vezes por semana.
Até a promulgação da EC 72/2013 a legislação não previa um limite para a jornada de trabalho
do empregado doméstico. Com o advento da referida Emenda, a jornada de trabalho dos
domésticos passou a ser como de todos os demais trabalhadores urbanos e rurais: de, no
máximo, 8h diárias e 44h semanais. Sendo obrigatório o registro de horário.
EMPREGADO DOMÉSTICO
Continuidade
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Subordinação
Onerosidade
Pessoalidade
Art. 7o, Parágrafo único, CF/88 - São assegurados à categoria dos trabalhadores
domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII,
XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em
lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e
acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos
incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social.
a) Salário mínimo;
b) Irredutibilidade do salário;
g) Licença-paternidade de 5 dias;
h) Aviso-prévio;
i) Aposentadoria.
Novos direitos do empregado doméstico previstos no art. 7o, parágrafo único da CF/88
e) Redução dos riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de higiene, saúde e
segurança;
1.1.3.3. Aprendiz
o
§ 1 A validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação na Carteira de
Trabalho e Previdência Social, matrícula e freqüência do aprendiz na escola, caso não
haja concluído o ensino médio, e inscrição em programa de aprendizagem desenvolvido
sob orientação de entidade qualificada em formação técnico-profissional metódica.
(Redação dada pela Lei nº 11.788, de 2008)
o
§ 2 Ao aprendiz, salvo condição mais favorável, será garantido o salário mínimo
hora. (Redação dada pela Lei nº 13.420, de 2017)
o
§ 3 O contrato de aprendizagem não poderá ser estipulado por mais de 2 (dois)
anos, exceto quando se tratar de aprendiz portador de deficiência. (Redação dada pela
Lei nº 11.788, de 2008)
o
§ 4 A formação técnico-profissional a que se refere o caput deste artigo
caracteriza-se por atividades teóricas e práticas, metodicamente organizadas em tarefas
de complexidade progressiva desenvolvidas no ambiente de
trabalho. (Incluído pela Lei nº 10.097, de 2000)
o
§ 5 A idade máxima prevista no caput deste artigo não se aplica a aprendizes
portadores de deficiência. (Incluído pela Lei nº 11.180, de 2005)
o
§ 6 Para os fins do contrato de aprendizagem, a comprovação da escolaridade de
aprendiz com deficiência deve considerar, sobretudo, as habilidades e competências
relacionadas com a profissionalização. (Redação dada pela Lei nº 13.146,
de 2015) (Vigência)
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o
§ 7 Nas localidades onde não houver oferta de ensino médio para o cumprimento
o
do disposto no § 1 deste artigo, a contratação do aprendiz poderá ocorrer sem a
freqüência à escola, desde que ele já tenha concluído o ensino
fundamental. (Incluído pela Lei nº 11.788, de 2008)
o
§ 8 Para o aprendiz com deficiência com 18 (dezoito) anos ou mais, a validade do
contrato de aprendizagem pressupõe anotação na CTPS e matrícula e frequência em
programa de aprendizagem desenvolvido sob orientação de entidade qualificada em
formação técnico-profissional metódica. (Incluído pela Lei nº 13.146, de
2015) (Vigência)
Art. 7º, XXXIII, CF/88 - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de
dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de
aprendiz, a partir de quatorze anos.
Aprendiz e Estagiário
Vamos ter cuidado para não confundir aprendiz com estagiário, o estagiário não é empregado,
é bolsista, não tem direito nenhum. A Lei que regulamenta o estagiário é a Lei no 11.788/08.
Para ser estagiário tem que preencher alguns requisitos, tem que ter convênio com a instituição
de ensino, avaliações periódicas de desempenho e, ainda, estar a serviço exatamente na área
de formação.
Por fim, o aprendiz tem direito ao FGTS, mas no montante de 2% sobre a remuneração.
Diferente do que ocorre com o empregado que tem direito a 8% sobre a remuneração.
APRENDIZ
FGTS 2%
O trabalhador estatutário não é objeto de estudo das aulas de Direito do Trabalho, pois ele não
é regido pela CLT e, sim, por um estatuto próprio dos servidores públicos (Lei no 8.112/1991
no âmbito Federal), tendo um contrato administrativo com a Administração Pública.
1.1.3.6. Teletrabalho
O teletrabalho, sem dúvidas, é uma das maiores novidades da Reforma Trabalhista, pois veio
preencher uma lacuna na CLT. O teletrabalho é uma forma de trabalho realizado à distância
(em casa ou fora do local de trabalho), através dos mais diversos meios de interação
tecnológica como, por exemplo, computadores tablets, celulares etc.
REFORMA TRABALHISTA
Art. 75-A, CLT - A prestação de serviços pelo empregado em regime de teletrabalho
observará o disposto neste Capítulo.
1.2. EMPREGADOR
Art. 2º, CLT - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que,
assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação
pessoal de serviço.
Como a CLT é muito antiga, quando ela falar empresa individual lemos pessoa física e quando
tratar de empresa coletiva entendemos pessoa jurídica.
A CLT traz, ainda, o conceito de empregador por equiparação. Dessa forma, os profissionais
liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas e outras instituições sem
finalidade lucrativa, também são considerados empregadores para os efeitos da relação de
emprego.
Cabe ao empregador gerir os seus negócios da melhor forma possível. Observa-se que se o
empregador não está obrigado a dividir os lucros com seus trabalhadores, também não poderá
descontar neles um eventual prejuízo. Já estudamos essa situação, é o chamado princípio da
alteridade.
O poder de direção do empregador representa a forma como ele administra seus negócios,
comandando a prestação dos serviços, controlando seus empregados, e até punindo-os se
necessário. O poder diretivo do empregador é dividido pela doutrina em três aspectos:
O empregador, dentro do poder de organização, poderá expedir normas gerais, por meio do
regulamento da empresa. É o que chamamos de poder regulamentar. Vale ressaltar que dentro
do poder regulamentar, o empregador deverá respeitar as normas mínimas do Direito do
Trabalho.
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Sendo assim, o regulamento da empresa será a “lei interna”, devendo ser respeitado por todos
os funcionários. Entretanto, se o empregador quiser modificar esse regulamento, não poderá
causar prejuízo aos empregados, do contrário essa alteração será considerada nula, sem
efeitos. A alteração somente valerá para os novos empregados contratados depois da
alteração.
O poder de controle consiste na fiscalização pelo empregador das atividades dos seus
empregados, ou seja, verificar se as tarefas estão sendo cumpridas, a execução da jornada de
trabalho, a prestação de contas, o controle de produção, de estoque, etc.
Jurisprudência do TST
Lanchonete é condenada por obrigar atendente a ficar nua diante de colegas Ela foi
acusada de furto numa das lojas da rede Mc Donald’s no RJ.(TST 16.10.2017)
1)Advertência
A advertência não está prevista em lei, mas é amplamente aceita pela doutrina e
jurisprudência. É a penalidade mais leve, representa um alerta ao empregado. Vale observar
que ela não pode constar na CTPS (Carteira de Trabalho), pois caracteriza anotação
desabonadora.
2) Suspensão disciplinar
O empregado ficará afastado pelo tempo previsto, sem que receba a contraprestação (salário),
pois não houve prestação de serviços durante aquele tempo. É importante ressaltar que a
suspensão não poderá ser superior a 30 dias.
O empregador deverá aplicar a penalidade no momento que ela ocorreu ou no momento que
ficar ciente, pois passado um longo período ocorrerá o perdão tácito.
Ainda, não pode o empregador aplicar duas penalidades para o mesmo fato, se foi aplicada
uma suspensão não pode o empregador ao final aplicar a justa causa.
REFORMA TRABALHISTA
Art. 2o, § 2o, CLT - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas,
personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de
outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo
econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação
de emprego.
Grupo econômico:A empresa “A” existe, tendo seu contrato social, sua sede, CNPJ e seus
empregados. A empresa “B” existe, tendo seu contrato social, sua sede, CNPJ e seus
empregados. A empresa “C” existe, tendo seu contrato social, sua sede, CNPJ e seus
empregados. A empresa “D” existe, tendo seu contrato social, sua sede, CNPJ e seus
empregados.
Assim, todas as empresas que formam o grupo econômico serão solidariamente responsáveis
pelo adimplemento das obrigações decorrentes do contrato de trabalho celebrado pelo
empregado com qualquer uma delas. O trabalhador que tenha algum crédito trabalhista com
seu empregador direto, poderá exigir tanto dele quanto das demais empresas do grupo
econômico.
Sempre que uma empresa sucede a outra no mesmo local, em regra, desenvolvendo a mesma
atividade, sem solução de continuidade, utilizando os mesmos maquinários, os mesmos
equipamentos, a mesma clientela e os mesmos empregados, a isso dar-se o nome de
sucessão de empregadores, que nada mais é do que a transferência da titularidade de uma
pessoa para outra.
Art. 10, CLT - Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos
adquiridos por seus empregados.
Para que seja configurada a sucessão de empregadores devem ser preenchidos dois
requisitos, quais sejam:
REFORMA TRABALHISTA
Art. 448-A, Parágrafo único, CLT - A empresa sucedida responderá solidariamente com a
sucessora quando ficar comprovada fraude na transferência.
REFORMA TRABALHISTA
I - a empresa devedora;
II - os sócios atuais; e
Parágrafo único.
É um contrato de direito privado o qual empregado e empregador são livres para estabelecer
as cláusulas contratuais, desde que respeitem as normas mínimas de proteção ao trabalhador.
b) Informal
A informalidade prevalece no contrato de trabalho (pode ser até verbal), essa é a regra, mas
tem exceções: existem contratos em que a forma escrita é essencial. Exemplo: contrato por
tempo determinado, de jogadores de futebol, contratos de aprendizagem.
c) Bilateral e Sinalagmático
É bilateral, pois gera direitos e obrigações para ambas as partes. É sinalagmático, pois as
partes se obrigam a prestações recíprocas e antagônicas. O direito de uma parte é a obrigação
da outra e vice-versa.
O empregado deve prestar os serviços pessoalmente, não pode mandar outra pessoa trabalhar
em seu lugar. Com relação ao empregador rege a impessoalidade.
e) Consensual
CRÍTICA
Com a reforma trabalhista, o contrato de trabalho está cada vez mais parecido com o contrato
de adesão.
f) De Trato Sucessivo
g) Oneroso
Os elementos essenciais ao contrato de trabalho são aqueles previstos no Código Civil, quais
sejam: capacidade das partes; licitude do objeto e forma prescrita ou não defesa em lei.
I - agente capaz;
a) Agente capaz
precisando para isso, da assistência de seus representantes legais. Por fim, os adolescentes
maiores de 14 anos poderão trabalhar, mas na condição de aprendiz.
Art. 402, CLT - Considera-se menor para os efeitos desta Consolidação o trabalhador de
quatorze até dezoito anos.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
A prestação de serviços não poderá envolver atividade ilícita. Dessa forma, para que o contrato
de trabalho se desenvolva de forma válida a prestação de serviços deve ser lícita. O trabalho
proibido é aquele que prejudica a saúde e a segurança do obreiro, desrespeitando normas de
segurança e medicina do trabalho. É o caso dos menores que trabalham em carvoaria, por
exemplo. Nesses casos, reconhece-se o vínculo de emprego e são devidas as verbas
rescisórias. No que tange ao trabalho ilícito, é considerado como tal, a prestação de serviços
que afronta a lei penal. Na hipótese de trabalho ilícito não se configura a relação de emprego,
assim, não há o que se falar em pagamento das verbas rescisórias. Exemplo: o cambista no
jogo do bicho.
Art. 443, CLT - O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou
expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado, ou
para prestação de trabalho intermitente.
O contrato de trabalho tanto pode ser formal como informal, escrito ou verbal.
CONTRATO DE TRABALHO
Art. 29, CLT - A Carteira de Trabalho e Previdência Social será obrigatoriamente
apresentada, contra recibo, pelo trabalhador ao empregador que o admitir, o qual terá o
27
A não assinatura da CTPS é uma mera irregularidade, não quer dizer que não exista o contrato
verbal. O contrato de trabalho pode ser verbal, mas a CLT entende que o empregador deverá
assinar a carteira de trabalho no prazo de 48 horas.
Os contratos por prazo indeterminado são aqueles que não têm um termo final prefixado, se
prolongam com decorrer do tempo.
Presume-se que os contratos de trabalho, como já dito, sejam fixados por prazo indeterminado,
somente em certas ocasiões que a Lei autoriza a pactuação de contratos por prazo
determinado.
Nos contratos por prazo determinado autorizados pela CLT, a própria empresa contrata
diretamente o trabalhador. Todo contrato por prazo determinado tem um termo final prefixado,
se não for um termo exato, há uma previsão aproximada de quando esse contrato vai terminar.
Art. 443, § 2º, CLT - O contrato por prazo determinado só será válido em se tratando:
c) de contrato de experiência.
No caso da alínea “b”, a própria empresa que tem caráter transitório. Exemplo: empresas que
só funcionam no verão, em alta temporada.
No caso da alínea “c”, trata-se do contrato de experiência, que nada mais é do que uma
modalidade de contrato por prazo determinado.
28
Comprovação de Experiência
Art. 442-A, CLT. Para fins de contratação, o empregador não exigirá do candidato a
emprego comprovação de experiência prévia por tempo superior a 6 (seis) meses no
mesmo tipo de atividade.
O empregador na hora de contratar o empregado não pode exigir que ele tenha experiência
superior a SEIS meses.
O prazo máximo de validade do contrato de trabalho por prazo determinado é de 2 anos, se for
contrato de experiência o prazo máximo é de 90 dias.
Art. 445, CLT - O contrato de trabalho por prazo determinado não poderá ser estipulado
por mais de 2 (dois) anos, observada a regra do art. 451.
Tendo o contrato de trabalho por prazo determinado vigorado por 2 anos NÃO será possível a
prorrogação. A mesma coisa ocorre com o contrato de experiência, passado os 90 dias não
tem como prorrogá-lo.
Assim, para que prorrogação seja lícita tem que estar dentro do prazo máximo de validade do
contrato.
Dentro do prazo máximo de validade, o contrato por prazo determinado, só admite UMA
PRORROGAÇÃO, da segunda prorrogação em diante já se considera contrato com prazo
indeterminado.
Art. 451, CLT - O contrato de trabalho por prazo determinado que, tácita ou
expressamente, for prorrogado mais de uma vez passará a vigorar sem determinação de
prazo.
Entre o final de um contrato por prazo determinado e o início de um outro contrato por
prazo determinado com o mesmo empregador TEM QUE DECORRER MAIS DE SEIS
MESES, sob pena do segundo contrato ser considerado um contrato com prazo
indeterminado.
Prazo para contratação pro prazo determinado após o término de contrato anterior que
também era por prazo determinado
Art. 452, CLT - Considera-se por prazo indeterminado todo contrato que suceder, dentro
de 6 (seis) meses, a outro contrato por prazo determinado, SALVO se a expiração deste
dependeu da execução de serviços especializados ou da realização de certos
acontecimentos.
Exceção: um empregado foi contratado com prazo determinado primeiramente para as festas
de final de ano (1o acontecimento), depois foi contratado novamente para a semana santa (2o
acontecimento), depois, ainda, foi contratado para as festas juninas (3o acontecimento).
No que se refere ao aviso prévio, é um instituto decorrente dos contratos por prazo
indeterminado. Aquele que desejar romper um contrato de trabalho por prazo indeterminado
terá que conceder aviso prévio à parte contrária.
Nos contratos por prazo determinado, se ele foi cumprido regularmente NÃO HÁ que se falar
em AVISO PRÉVIO, pois as partes já sabiam desde o início quando o contrato iria terminar.
Por outro lado, imaginemos uma situação hipotética em que existia um contrato por prazo
determinado de dois anos, mas com 1 ano e 6 meses o empregador decide rescindir o
contrato sem um motivo justo. Nesse caso, a título de indenização aplica-se o art. 479 da
CLT, a multa rescisória será de metade dos salários devidos até o final do contrato.
Art. 479, CLT - Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa
causa, despedir o empregado será obrigado a pagar-lhe, a titulo de indenização, e por
metade, a remuneração a que teria direito até o termo do contrato.
Agora, imaginemos um contrato por prazo determinado de dois anos, só que com 1 ano e 6
meses o empregado decide rescindiro contratosem um motivo justo. Nesse caso, aplica-
se o art. 480 da CLT que estabelece que, se houver rompimento sem justa causa do
empregado, ele deverá indenizar o empregador dos prejuízos porventura causados.
Art. 480, CLT - Havendo termo estipulado, o empregado não se poderá desligar do
contrato, sem justa causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos
prejuízos que desse fato lhe resultarem.
§ 1º - A indenização, porém, não poderá exceder àquela a que teria direito o empregado
em idênticas condições.
Se porventura nos contratos por prazo determinado existir a cláusula assecuratória do direito
recíproco de rescisão ou vulgarmente conhecida cláusula do aviso prévio, devemos esquecer
os arts. 479 e 480 e aplicaremos as regras dos contratos por prazo indeterminado.
Sendo o empregador a romper, deverá pagar o aviso prévio e multa de 40% do FGTS. Sendo o
empregado a romper não pagará multa, mas deverá conceder o aviso prévio ao empregador.
No fundo essa cláusula só assegura o aviso prévio.
Cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão ou cláusula do aviso prévio (art. 481 da
CLT):
Art. 481, CLT - Aos contratos por prazo determinado, que contiverem CLÁUSULA
ASSECURATÓRIA DO DIREITO RECÍPROCO DE RESCISÃO antes de expirado o termo
ajustado, aplicam-se, caso seja exercido tal direito por qualquer das partes, os princípios
que regem a rescisão dos contratos por prazo indeterminado.
Uma das principais mudanças na legislação feita pela Reforma Trabalhista é a regulamentação
do trabalho intermitente.
Art. 443, CLT - O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou
expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado, ou
para prestação de trabalho intermitente.
II - valor da hora ou do dia de trabalho, que não poderá ser inferior ao valor horário
ou diário do salário mínimo, assegurada a remuneração do trabalho noturno superior à
do diurno e observado o disposto no § 12; e (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de
2017)
o
§ 1 O empregador convocará, por qualquer meio de comunicação eficaz, para a
prestação de serviços, informando qual será a jornada, com, pelo menos, três dias
corridos de antecedência. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
o
§ 2 Recebida a convocação, o empregado terá o prazo de um dia útil para
responder ao chamado, presumindo-se, no silêncio, a recusa. (Incluído
pela Lei nº 13.467, de 2017)
o
§ 3 A recusa da oferta não descaracteriza a subordinação para fins do contrato
de trabalho intermitente. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
o
§ 4 Aceita a oferta para o comparecimento ao trabalho, a parte que descumprir,
sem justo motivo, pagará à outra parte, no prazo de trinta dias, multa de 50% (cinquenta
por cento) da remuneração que seria devida, permitida a compensação em igual
prazo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Revogado Medida Provisória nº 808, de
2017)
o
§ 5 O período de inatividade não será considerado tempo à disposição do
empregador, podendo o trabalhador prestar serviços a outros contratantes. (Incluído
pela Lei nº 13.467, de 2017) (Revogado Medida Provisória nº 808, de 2017)
31
o
§ 6 Ao final de cada período de prestação de serviço, o empregado receberá o
pagamento imediato das seguintes parcelas: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
o
§ 7 O recibo de pagamento deverá conter a discriminação dos valores pagos
o
relativos a cada uma das parcelas referidas no § 6 deste
artigo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
o
§ 8 O empregador efetuará o recolhimento da contribuição previdenciária e o
depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, na forma da lei, com base nos
valores pagos no período mensal e fornecerá ao empregado comprovante do
cumprimento dessas obrigações. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Revogado
Medida Provisória nº 808, de 2017)
o
§ 9 A cada doze meses, o empregado adquire direito a usufruir, nos doze meses
subsequentes, um mês de férias, período no qual não poderá ser convocado para
prestar serviços pelo mesmo empregador. (Incluído pela Lei nº 13.467, de
2017)
§ 12. O valor previsto no inciso II do caput não será inferior àquele devido aos
demais empregados do estabelecimento que exerçam a mesma função. (Incluído pela
Medida Provisória nº 808, de 2017)
§ 14. O salário maternidade será pago diretamente pela Previdência Social, nos
termos do disposto no § 3º do art. 72 da Lei nº 8.213, de 1991. (Incluído pela Medida
Provisória nº 808, de 2017)
Art. 452-E. Ressalvadas as hipóteses a que se referem os art. 482 e art. 483, na
hipótese de extinção do contrato de trabalho intermitente serão devidas as seguintes
verbas rescisórias: (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017)
Art. 452-F. As verbas rescisórias e o aviso prévio serão calculados com base na
média dos valores recebidos pelo empregado no curso do contrato de trabalho
intermitente. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017)
Muitas pessoas acham que seu surgimento ocorreu com a CF/88, na verdade foi através da
Carta magna que o dano moral passou a ter grande notoriedade, senão vejamos:
Art. 5º X "são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação".
Na verdade o dano moral é bem mais antigo e vem com a CLT que é de 1943:
Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo
empregador:
k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador
e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
Despedida Indireta
e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato
lesivo da honra e boa fama;
A CLT já trazia a previsão de despedida com justa causa a ofensa moral, acontece que a
mesma não era indenizável.
Trata-se de uma infração de uma obrigação acessaria do contrato de trabalho, sendo assim, a
competência para julgamento é da justiça do trabalho.
Art. 114 CF/88 Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Um irmão, empresário, contrata o outro irmão para trabalhar em sua empresa. Acontece que
há um desentendimento entre ambos e o irmão empresário despede o outro e diz que ele
sempre foi a “ovelha negra da família” e que sua contratação ocorrerá em virtude de um pedido
de sua mãe. Neste caso a origem do dano moral não foi a relação trabalhista e sim a relação
familiar. Neste caso a competência seria da justiça comum.
Embora a situação seja bem menos comum, é possível que o empregador acione a Justiça do
Trabalho em busca da reparação por dano moral causado pelo empregado no âmbito da
relação de trabalho. Isso é possível, por exemplo, em casos em que o trabalhador divulgue
informações sigilosas ou desabonadoras sobre a empresa, ou é responsável pelo
vazamento de segredo industrial, ou, de alguma forma, afete a reputação do empregador.
Em abril de 2010, o TST julgou um caso desse tipo: um veterinário foi condenado a indenizar
uma empresa agropecuária em R$ 1 mil pela cobrança indevida de valores a clientes que
não estavam inadimplentes, causando prejuízo à imagem da empresa. Em Minas Gerais, o
Santander ganhou ação contra um caixa demitido por efetuar saques de benefícios
previdenciários de terceiros, e foi indenizado em R$ 1 mil.
Aliás, entende-se de forma particular, que a Justiça do Trabalho caminha em passos largos
para admitir a competência em relação aos danos morais, até mesmo em fase pré-contratual,
contratual, e pós-contratual.
Pré contratual
* Candidato a emprego passa por todas as fases da seleção e sem um motivo plausível não é
contratado;
Pós-contratual
TÍTULO II-A
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
DO DANO EXTRAPATRIMONIAL
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Art. 223-E. São responsáveis pelo dano extrapatrimonial todos os que tenham
colaborado para a ofensa ao bem jurídico tutelado, na proporção da ação ou da
omissão. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
o
§ 1 Se houver cumulação de pedidos, o juízo, ao proferir a decisão, discriminará
os valores das indenizações a título de danos patrimoniais e das reparações por danos
de natureza extrapatrimonial. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
o
§ 2 A composição das perdas e danos, assim compreendidos os lucros cessantes
e os danos emergentes, não interfere na avaliação dos danos
extrapatrimoniais. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
o
§ 1 Se julgar procedente o pedido, o juízo fixará a indenização a ser paga, a cada
um dos ofendidos, em um dos seguintes parâmetros, vedada a
acumulação: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
I - ofensa de natureza leve, até três vezes o último salário contratual do
ofendido; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
II - ofensa de natureza média, até cinco vezes o último salário contratual do
ofendido; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
III - ofensa de natureza grave, até vinte vezes o último salário contratual do
ofendido; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
IV - ofensa de natureza gravíssima, até cinquenta vezes o último salário contratual
do ofendido. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
I - para ofensa de natureza leve - até três vezes o valor do limite máximo dos
benefícios do Regime Geral de Previdência Social; (Redação dada pela Medida
Provisória nº 808, de 2017)
II - para ofensa de natureza média - até cinco vezes o valor do limite máximo dos
benefícios do Regime Geral de Previdência Social; (Redação dada pela Medida
Provisória nº 808, de 2017)
III - para ofensa de natureza grave - até vinte vezes o valor do limite máximo dos
benefícios do Regime Geral de Previdência Social; ou (Redação dada pela
Medida Provisória nº 808, de 2017)
o
§ 2 Se o ofendido for pessoa jurídica, a indenização será fixada com observância
o
dos mesmos parâmetros estabelecidos no § 1 deste artigo, mas em relação ao salário
contratual do ofensor. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
38
o
§ 3 Na reincidência entre partes idênticas, o juízo poderá elevar ao dobro o valor
da indenização. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Jurisprudência do TST
Salário “por fora” não pago gera indenização por dano moral – TST (Qua, 12 Set 2012,
13:00)
Um empregado da empresa paulista Comercial Cerávolo Ltda. vai receber indenização por
danos morais, no valor de R$ 15 mil, em decorrência de a empresa ter retirado os salários que
lhe pagava por "por fora", após ele sofrer grave acidente rodoviário que o deixou paraplégico e
afastado pelo INSS. A Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho entendeu devida a
indenização que havia sido indeferida pelo Tribunal Regional da 15ª Região (Campinas-SP).
Professor recebe indenização por contratação não realizada – TST (Sex, 14 Set 2012,
06:00)
A instituição de ensino cearense Educadora e Editora S/C Ltda. terá de indenizar, por dano
moral, um professor a quem havia prometido contratação para atuar como docente na
instituição. O valor da indenização fixado pela Terceira Turma do TST foi de R$ 60 mil.
Conforme pontuado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região (CE) que, ao prover o
recurso ordinário do autor condenou a entidade ao pagamento de indenização no valor de R$
120 mil, não se tratou de simples pactuação de um contrato e, sim, de efetiva promessa de
emprego, em que ambas as partes previamente se comprometeram com o objetivo de alcançar
a aprovação do Curso de Direito a ser ministrado na instituição.
Motorista impedido de ir ao velório da mãe recebe R$ 10 mil – TST (Ter, 18 Set 2012,
12:00)
Um motorista de caminhão que foi impedido pela empresa onde trabalhava de acompanhar o
velório da própria mãe vai receber R$ 10 mil reais de indenização por danos morais. A
39
decisão, tomada pelo Tribunal Regional da 9ª Região (PR), não foi alterada pelos ministros da
Sétima Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que decidiram não conhecer recurso do
motorista, que pretendia aumentar o valor da indenização, por considerar o arbitrado irrisório.
Ponto Frio indenizará vendedora alvo de ofensas e cobranças agressivas – TST (Ter, 18
Set 2012, 13:05)
WMS é condenado por colocar vendedora de castigo – TST (Qua, 5 Set 2012, 08:34)
Operário que caiu do telhado será indenizado – TST (Ter, 4 Set 2012, 06:35)
Um ajudante geral que ficou paraplégico após cair de uma altura de quatro metros durante a
limpeza de telhas no Shopping Center Norte em São Paulo (SP) receberá uma indenização de
R$ 200 mil por danos morais. O trabalhador era contratado da Duometal e fraturou a coluna
cervical ao cair sobre a tubulação de ar condicionado do shopping. O acidente ocorreu devido
ao rompimento do telhado no qual fazia manutenção. A decisão reduziu o valor fixado pelo
Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (SP) em R$ 700 mil.
Metalúrgico será indenizado após trabalhar com perna engessada – TST (Ter, 4 Set 012,
06:00)
Garotas de programa contratadas por gerentes da Ambev geram dano moral – TST (Seg,
3 Set 2012, 13:41)
Recurso da empresa foi analisado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) depois que o
Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (PR) determinou o pagamento de indenização no
valor de R$ 50 mil em razão do assédio moral decorrente de constrangimento.
A Quinta Turma do TST não conheceu do recurso, e não chegou, portanto, a julgá-lo. Assim, a
decisão que condenou a Ambev em R$ 50 mil foi mantida. Segundo relatos de testemunhas,
um dos gerentes de vendas tinha costume de se dirigir aos empregados de forma
desrespeitosa, valendo-se de palavrões. O mesmo gerente era responsável pela presença de
garotas de programa em reuniões, que apareciam nos encontros a seu convite.
Os fatos ocorreram mais de dez vezes entre os anos de 2003 e 2004. A empresa, inclusive, já
40
havia sido coibida de adotar práticas incompatíveis com o ambiente de trabalho e chegou a
firmar Termo de Ajuste de Conduta (TAC), junto ao Ministério Público do Trabalho. No TAC,
comprometeu-se "a orientar e enfatizar seus funcionários para evitar condutas que possam de
alguma forma promover desrespeito mútuo".
O autor, casado e evangélico, descreve na reclamação trabalhista que chegou a ser amarrado
e obrigado a assistir filmes pornôs, e houve situação na qual uma "stripper" foi levada à sua
sala para se despir. Também relata que os vendedores eram obrigados a participar de festas
em chácaras, com a presença de garotas de programa utilizadas como forma de incentivo para
o aumento de vendas. Afirmou que havia os funcionários que batiam as cotas de venda
recebiam "vales garota de programa".
Viúva recebe danos morais por retenção da carteira de trabalho - (Seg, 3 Set 2012, 06:00)
O artigo 29 da Consolidação das Leis de Trabalho estabelece que a CTPS (carteira de trabalho
e Previdência Social) tem que ser restituída ao empregado em até 48 horas após a
contratação, com as devidas anotações. O empregador que retém o documento além desse
prazo comete ato ilícito e, portanto, tem o dever de indenizar. Esse foi o fundamento usado
pela Quinta Turma do Tribunal Superior do Trabalho para dar provimento a recurso da viúva de
trabalhador desaparecido, que pleiteava receber indenização por danos morais em razão da
retenção imotivada da CTPS pela J.F. de Oliveira Navegação Ltda.
Obrigar consultor a distribuir cartão de visitas com sua caricatura leva empresa a pagar
indenização – TST (Qui, 30 Ago 2012, 09:29:00)
Manicure receberá indenização por assédio sexual - (Ter, 28 Ago 2012, 10:39:00)
Na inicial a empregada narra que desde os primeiros dias de trabalho era assediada pelo
proprietário, principalmente nos dias de pagamento. Descreve que recebia tratamento
"insinuante e malicioso", e nos momentos em que entregava a documentação o patrão
aproveitava para pegar e tocar partes do seu corpo. Mesmo na frente de outras funcionárias e
41
clientes sussurrava em seu ouvido elogios quanto a sua aparência, manifestando intenção de
beijá-la.
A empregada ajuizou ação trabalhista, pois se sentia constrangida com os apelidos utilizados
por superior hierárquico, que a chamava de "delícia" e "gostosona". Com base em prova
testemunhal, que confirmou o uso dos apelidos também por parte de outros empregados, a
sentença concluiu que houve dano moral e condenou a empresa a pagar indenização de R$ 15
mil à empregada.
Autoescola pagará indenização por dar referências negativas sobre instrutor – TST (Ter,
07 Ago 2012 12:38:00)
Alertar empresários do mesmo setor que ex-funcionário havia procurado o sindicato e ajuizado
reclamação trabalhista resultou na condenação do Centro de Formação de Condutores
Trentin&Trentin S/C Ltda. a pagar indenização de R$ 10 mil por danos morais a um instrutor
teórico de autoescola. A empresa recorreu contra a sentença da 4ª Vara do Trabalho de
Campinas (SP), mas a decisão se manteve inalterada, inclusive no Tribunal Superior do
Trabalho, pois a Sexta Turma não conheceu do seu recurso de revista.
Gari que queria banheiro em caminhão de lixo não receberá dano moral – TST (27-07-
2012)
Uma indenização de R$ 7 mil por assédio moral foi a condenação imposta à Teleperformance
CRM S.A., do Paraná, por ter perdido a carteira de trabalho de uma empregada e tê-la
afastado do serviço, sem pagar a remuneração. A empresa alegou que a funcionária não
poderia trabalhar sem que sua CTPS estivesse regularizada, e por isso deveria aguardar até a
emissão da segunda via da carteira. A Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho manteve
a decisão proferida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (PR), ao não conhecer do
recurso de revista da empregadora.
A Ricardo Eletro Divinópolis Ltda. foi condenada a indenizar em R$ 30 mil por dano moral um
vendedor vítima de ofensas homofóbicas cometidas por um gerente de vendas de uma das
lojas da rede, em Vitória (ES). A decisão unânime da Sexta Turma do Tribunal Superior do
Trabalho de negar provimento a agravo da empresa confirmou a condenação imposta pela
Justiça do Trabalho da 17ª Região (ES): além da indenização, a loja deverá arcar, durante um
ano, com pagamentos mensais de R$ 250 para auxiliar o vendedor na compra de
medicamentos para tratamento de depressão.
Assédio moral
O vendedor relata na inicial de sua reclamatória trabalhista que foi contratado, em novembro de
2009, como terceirizado para trabalhar como vendedor na unidade da Ricardo Eletro no
Shopping Vitória (ES). Devido a seu desempenho satisfatório, em fevereiro de 2010 foi
efetivado pela rede na função de vendedor.
Segundo seu relato, desde o início foi tratado com rigor excessivo pelo gerente de vendas. Na
segunda semana de trabalho, durante treinamento da equipe, ele insinuou na frente de colegas
de trabalho que o vendedor era gay, e passou a tratá-lo com palavras grosseiras, a dizer que
"tinha voz de gay" e a fazer brincadeiras de mau gosto – como a de citar seu nome e dizer que,
à noite, ele se chamava "Alice no País das Maravilhas".
Os R$ 10 mil de indenização por danos morais estipulados pela 5ª Vara do Trabalho de Belém
(PA) não foram suficientes para um vendedor que teve a cabeça raspada sem seu
consentimento em uma comemoração de metas atingidas pela PR Distribuidora de Bebidas e
Alimentos Ltda. No entanto, em sua tentativa de elevar a indenização no Tribunal Superior do
Trabalho ele não obteve o resultado que desejava, pois a Terceira Turma não conheceu de seu
recurso de revista.
Gravação de conversa telefônica é aceita como prova em ação de dano moral – TST 13-
06-2012
43
A microempresa paulista L'Star Vídeo, Informática, Comércio e Importação Ltda. foi condenada
ao pagamento de indenização por dano moral, no valor de R$ 8 mil, por ter denegrido a
imagem de uma ex-empregada ao prestar informações sobre ela a possível novo empregador.
A conversa telefônica foi gravada e serviu como prova na reclamação trabalhista. A Primeira
Turma do Tribunal Superior do Trabalho não conheceu do recurso da empresa, ficando
mantida, assim, a decisão regional.
Vendedor receberá R$ 25 mil por ter sido convidado a rebolar em reunião – TST(Qua, 09
Mai 2012 14:31:00)
Itaú deve indenizar bancário que ficou fora de homenagem por 30 anos de serviço – TST
(Ter, 08 Mai 2012 11:29:00)
Mesmo tendo atingido o tempo de serviço exigido, um bancário deixou de ser convidado para
participar, em 2006, da homenagem que o Itaú Unibanco S.A. prestava a todos os empregados
que completavam trinta anos de trabalho na instituição. Pela conduta discriminatória do
empregador, que causou prejuízo à sua reputação, a Oitava Turma do Tribunal Superior do
Trabalho determinou que o banco pague R$ 5 mil por danos morais ao empregado.
Turma confirma dano moral por anotação em carteira de ausência com atestado – TST
(Qua, 28 Mar 2012 13:35:00)
demais faltas justificadas, a exemplo daquelas descritas no artigo 473 da CLT, não são
passíveis de registro. Nesse sentido, considerou que em um mercado de trabalho cada vez
mais competitivo, a indicação de possível doença do trabalhador pode ser um elemento de
dificuldade na busca de novo posto de trabalho.
Xerox indenizará trabalhadora por anotação indevida em carteira de trabalho – TST (06-
03-2012)
Vigilante será indenizado por trabalhar em local sem banheiro – TST (Qui, 02 Fev 2012
07:45:00)
A Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho não conheceu de recurso da Protege S.A.
Proteção e Transporte de Valores por meio do qual buscava a reforma de decisão do Tribunal
Regional do Trabalho da 1ª Região (RJ) que a condenara a indenizar em R$ 15 mil por danos
morais um ex-vigilante que trabalhava em um local desprovido de sanitário.
Obrigada a fazer flexões de braço, gerente será indenizada em R$ 100 mil – TST (Sex, 13
Jan 2012 09:57:00)
O Unibanco – União de Bancos Brasileiros S/A foi condenado a pagar R$ 100 mil de
indenização por danos morais a uma gerente submetida a situação vexatória e degradante
num evento da empresa. No encontro, que reuniu 400 gerentes em Angra dos Reis (RJ), o
desempenho de sua agência foi considerado ruim, e ela e outros colegas foram obrigados a
fazer flexões "como soldados", sob as ordens de um ator caracterizado como sargento da
Aeronáutica. A condenação, fixada pela Justiça do Trabalho da 2ª Região (SP), foi mantida
pela Sétima Turma do Tribunal Superior do Trabalho, para quem a fixação do valor "pautou-se
pelo princípio da razoabilidade, obedecendo aos critérios de justiça e equidade".
Condomínio responderá por agressão de condômino a porteiro – TST (Ter, 10 Jan 2012
10:49:00)
O condomínio residencial responde pelos atos de condôminos que causem danos a seus
empregados. Com base nessa premissa, a Oitava Turma do Tribunal Superior do Trabalho
determinou o retorno de um processo à 2ª Vara do Trabalho de Aracaju (SE) para que proceda
à abertura da instrução processual e julgue o caso de um porteiro agredido por um condômino
e demitido posteriormente.
Colocado para fora do local de trabalho às 2h da manhã em Itaguaí, área industrial do Rio de
Janeiro (RJ), local ermo, perigoso, de difícil acesso e sem transporte público regular, um
mecânico conseguiu comprovar, na Justiça do Trabalho, os danos morais sofridos com a
atitude do supervisor da Sartori Serviços Ltda., que o expulsou do canteiro de obras. A
empresa foi condenada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (MG) a pagar, em
fevereiro de 2011, indenização de R$ 5 mil, decisão mantida pela Segunda Turma do Tribunal
Superior do Trabalho, que, em julgamento recente, negou provimento a agravo de instrumento
da empresa.
TST firma entendimento de que câmera de vídeo em banheiro masculino gera dano
moral – TST (Qua, 24 Ago 2011 19:09:00)
Sadia vai indenizar empregado que perdeu braço em máquina de moer carne
(republicada) – TSTS (Ter, 26 Abr 2011 11:01:00)
A Sadia S.A. foi condenada pela Justiça do Trabalho a pagar R$ 68.400 a um empregado que
teve o braço esquerdo amputado ao operar uma máquina de moer carne numa das instalações
da empresa, em Santa Catarina, e deverá ainda pagar pensão mensal vitalícia equivalente a
30% de seu salário. A Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho negou provimento ao
recurso de revista da empresa contra a condenação, imposta pelo Tribunal Regional do
Trabalho da 12ª Região (SC).
Empresa pode revistar pertences de funcionários desde que não haja contato físico ou
discriminação – TST (Seg, 09 Nov 2009 06:03:00)
pertences dos empregados ocorre sem contato físico e sem discriminação. Desta vez, a
decisão beneficiou a Pepsico do Brasil Ltda. Por unanimidade, o colegiado deu provimento ao
recurso de revista da empresa para excluir da condenação o pagamento de indenização a um
ex-empregado do grupo.
Ex-empregado indenizado por furto de veículo no Carrefour – TST (Seg, 21 Set 2009
06:20:31)
Trabalhador acusado de furto sem provas receberá R$ 5 mil – TST (Ter, 08 Set 2009
07:00:00)
Quando um trabalhador é acusado injustamente pelo patrão de praticar ato ilícito, como, por
exemplo, furto, deve ser indenizado por danos morais, devido à gravidade do crime que lhe foi
imputado. Com base nesse entendimento, a Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho
rejeitou (não conheceu) recurso de revista da empresa C.H. Murad & Cia Jaú Ltda. contra
condenação imposta pela Justiça do Trabalho a pagar indenização a ex-empregado no valor de
R$ 5 mil.
Terceirizada chamada de burra será indenizada – TST (Sex, 07 Ago 2009 08:04:00)
A Vivo S.A. foi condenada, juntamente com a Plano Marketing Promocional S/C Ltda., a pagar
R$ 15 mil de indenização a uma trabalhadora terceirizada humilhada por um gerente da
empresa de telefonia por não alcançar as metas estipuladas. Ao recorrer ao Tribunal Superior
do Trabalho, as duas empresas pretendiam a redução do valor da condenação, tendo a Plano
alegado, inclusive, que o dano moral não chegou a provocar na trabalhadora prejuízos
psicológicos definitivos. Os argumentos não convenceram a Segunda Turma do TST, que
rejeitou os recursos quanto ao tema.
Ex-vendedora do Baú da Felicidade será indenizada por danos causados pelo sol – TST
(Qua, 10 Jun 2009 11:02:28)
Claro indenizará empregado por fornecer uniforme de corte feminino – TST (Ter, 09 Jun
2009 07:05:00)
Ex-auditor pressionado a se aposentar recebe indenização por assédio moral – TST (Ter,
19 Mai 2009 15:08:00)
47
Uma transportadora de valores de Minas Gerais foi condenada pela Sétima Turma do Tribunal
Superior do Trabalho a indenizar um auxiliar de tesouraria que era obrigado a ficar nu todos os
dias, perante um vigia. Para o ministro Pedro Paulo Manus, relator do recurso de revista do
trabalhador, “a nudez imposta aos empregados, como meio de inibir possíveis furtos,
caracteriza conduta abusiva do empregador”.
Ao adotar este entendimento, a Sétima Turma restabeleceu sentença que mandou pagar R$ 8
mil de indenização por danos morais, em agosto de 2005. A questão, segundo o relator, trata
de “violação de direitos da personalidade” e, nesse caso, não é necessária a comprovação da
existência de dano. Mais ainda, o ministro Manus considerou irrelevante que o empregado, ao
ser contratado, já soubesse do procedimento a que seria submetido, pois a necessidade do
emprego pressiona o trabalhador a aceitar “atos patronais que podem ser considerados
abusivos”.
Laboratório Aché é condenado por não permitir que empregados estudassem – TST
(Qui, 23 Abr 2009 07:01:00)
Empresa pode verificar e-mail corporativo de funcionário – TST (Qua, 11 Mar 2009
07:01:00)
Unibanco é condenado por expor situação financeira de funcionária – TST (Ter, 10 Mar
2009 07:01:00)
Empregado ridicularizado na empresa ganha indenização por dano moral – TST (Qui, 26
Fev 2009 07:00:00)
48
Ser obrigado a usar um chapéu de burro, trabalhar nas festas de fim de semana como garçom,
dançar na boca da garrafa e ganhar rabinho de burro. Assim um empregado terceirizado era
tratado no Banco Bradesco S.A. quando não atingia as metas de vendas dos produtos da
empresa. Para a Justiça, esses foram motivos suficientes para condenar o banco a indenizar o
empregado por dano moral, por ter sofrido humilhações e constrangimentos no ambiente de
trabalho.
Banco do Brasil é condenado por ofensa praticada por seu advogado – TST (Sex, 07 Nov
2008 07:12:00)
Ao defender o Banco do Brasil em ação trabalhista movida por um de seus empregados no Rio
Grande do Norte, o advogado da instituição qualificou o reclamante de desonesto, astuto e
blefador. Sentindo-se moralmente ofendido com as expressões utilizadas pelo advogado na
contestação de uma ação anterior, o funcionário pediu à Justiça reparação por dano moral, e o
banco foi condenado a pagar-lhe indenização no valor de mais de R$ 108 mil.
Fundação pagará indenização por publicar edital sobre abandono de emprego – TST
(Seg, 30 Jun 2008 09:09:33)
Lojas Americanas condenadas por anotação indevida na carteira de trabalho – TST (Sex,
27 Jun 2008 07:12:00)
Colégio indenizará professora demitida por mudar filho para outra escola – TST (Qui, 15
Mai 2008 07:27:00)
Empregada será indenizada por ser obrigada a fantasiar-se de palhaço –TST(Seg, 31 Mar
2008 07:07:00)
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Supervisora terceirizada da Telemar Norte Leste S.A., obrigada a vestir-se de palhaço, caipira,
bruxa e baiana para incentivar os operadores a ela subordinados a cumprir metas estipuladas,
vem ganhando na Justiça do Trabalho o direito a receber indenização por dano moral. Uma
das empresas que a contratava para prestar serviços à Telemar, a TNL Contax S.A., recorreu
ao Tribunal Superior do Trabalho para tentar reverter a condenação. A Sétima Turma, no
entanto, entendeu que uma decisão diferente necessitaria o reexame de fatos e provas, o que
é expressamente impedido pela Súmula nº 126 do TST, e negou provimento ao agravo.
Degustador de cerveja recebe indenização de R$100 mil – TST (Seg, 03 Mar 2008
07:07:00)
Obrigar empregado a fazer campanha política caracteriza assédio moral – TST (Seg, 17
Dez 2007 07:07:00)
Impor candidato político aos empregados constitui assédio moral. Como consequência, o
assediado tem direito a receber, do empregador, indenização por dano moral. Assim julgou a
Sétima Turma do Tribunal Superior do Trabalho em ação de trabalhador safrista contra a
Cooperativa Agropecuária dos Cafeicultores de Porecatu Ltda. – Cofercatu. A decisão do TST
manteve o valor da indenização, definido pela Vara do Trabalho de Porecatu, no Paraná, em
R$10 mil.
Paquera não enseja reparação por assédio sexual – TST (Sex, 01 Jun 2007 06:04:00)
Uma paquera insistente, mas discreta, com declarações de amor eterno em cartões enviados a
uma datilógrafa pelo seu superior hierárquico, secretário do Sindicato dos Estivadores do Porto
de Rio Grande (RS), não foi suficiente para caracterizar assédio sexual que merecesse
reparação pecuniária por dano moral na Justiça do Trabalho. Segundo a decisão do Tribunal
Regional do Trabalho da 4ª Região (Rio Grande do Sul), confirmada pela Quinta Turma do
Tribunal Superior do Trabalho, o assédio se caracteriza quando há constrangimento provocado
na vítima, na busca de favor sexual, mediante o uso de poderes concedidos por situação
hierárquica superior.
A ação trabalhista foi proposta por uma ex-empregada do Sindicato dos Estivadores,
contratada para trabalhar como datilógrafa, com salário de R$ 689,00. Segundo contou na
petição inicial, ela sofreu, durante vários anos, “molestamento verbal e por escrito reiterado de
caráter sexual” por parte do secretário, o que “acarretou conseqüências prejudiciais ao
ambiente de trabalho e atentou contra a sua integridade física, psicológica e a sua dignidade,
causando-lhe constrangimentos”.
Empregado chamado de “cavalo paraguaio” será indenizado – TST (Seg, 23 Abr 2007
06:03:00)
“Cavalo paraguaio, burro e incompetente”, eram alguns dos adjetivos usados por uma
supervisora da empresa SoftwayContact Center Serviços de Teleatendimento S/A para
qualificar seu subordinado, quando este não alcançava a meta de vendas traçada pela
empresa. Pelo tratamento ofensivo, considerado assédio moral, a empresa foi condenada a
pagar ao ex-empregado humilhado R$ 6 mil a título de indenização por danos morais. A
decisão, proferida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (Santa Catarina), foi
mantida pela Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho.
50
Patrão que jogou carimbo em empregada pagará dano moral – TST (Qua, 21 Mar 2007
06:04:00)
Lojas Marisa condenadas em R$ 30 mil por revista constrangedora – TST (Qua, 14 Fev
2007 06:03:00)
A estratégia de uma gerente para identificar a autora de uma brincadeira de mau gosto no
banheiro de uma loja custou à rede Marisa Lojas Varejistas Ltda. a condenação ao pagamento
de R$ 30 mil por dano moral a uma vendedora. A decisão foi mantida depois que a Primeira
Turma do Tribunal Superior do Trabalho negou provimento (rejeitou) a agravo de instrumento
da empresa. O ministro João OresteDalazen rejeitou a pretensão da defesa de adotar o tempo
de serviço e o salário da empregada como parâmetros para a fixação da indenização.
O episódio aconteceu numa das lojas Marisa em Porto Alegre (RS). De acordo com a petição
inicial da reclamação trabalhista, após encontrar um absorvente higiênico colado na parede do
banheiro da loja, uma das gerentes teria procedido a uma revista íntima das funcionárias e em
seus armários, a fim de identificar aquelas que estariam fazendo uso de absorvente. Segundo
os depoimentos colhidos pela Vara do Trabalho, cerca de 20 empregadas estavam no banheiro
quando a gerente disse que faria as revistas.
A rede de supermercados catarinense Sonae Distribuição Brasil foi condenada por prática de
discriminação ao proibir que ex-empregados exercessem em suas dependências atividades de
demonstradores, degustadores ou promotores de vendas de outras empresas. A Terceira
Turma do Tribunal Superior do Trabalho, em voto relatado pelo ministro Alberto Bresciani,
negou provimento ao agravo de instrumento da empresa, mantendo assim a condenação
imposta pela Justiça do Trabalho catarinense. A rede terá de pagar indenização no valor de R$
50 mil a ser revertida ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), além de multa de R$ 15 mil
por trabalhador discriminado, se a atitude se repetir.
Carrefour terá que indenizar trabalhador por uso de uniforme com propagandas - (Seg,
17 Dez 2012, 9h) – A REFORMA TRABALHISTA NÃO MAIS CONSIDERA COMO DANO
MORAL
Demitido antes de doar órgão recebe indenização - TST (Sex, 30 Nov 2012, 11:46)
transplante de fígado, foi considerado compatível com o trabalhador que então se ofereceu
como doador.
Empregado de empresa onde todos têm apelido não recebe indenização por dano moral
– TST (Seg, 22 Out 2012, 08:31)
Empregada demitida após depor contra própria empresa recebe indenização – TST (Qua,
17 Out 2012, 08:20)
Atingida por celular receberá indenização por danos morais - TST (Seg, 15 Out 2012,
07:20)
Uma inspetora de produção da Costech Engenharia Ltda. deverá ser indenizada por danos
morais em R$ 10 mil após a comprovação de assédio moral praticado por um gerente de
qualidade da empresa na linha de produção de celulares da Samsung Eletrônica da Amazônia
Ltda. A condenação foi mantida após a Oitava Turma do Tribunal Superior do Trabalho negar
provimento ao agravo de Instrumento da empresa.
A empregada narra que foi contratada pela Costech como auxiliar de produção e em apenas
três meses passou a ocupar a função de inspetora de produção. No novo cargo tinha como
atribuição fiscalizar a linha de montagem de celulares da Samsung para que nenhum chegasse
ao consumidor com defeitos. Conta que em maio de 2009 identificou defeitos em um dos
aparelhos de telefonia que estavam na linha de montagem, e naquele momento retirou-o e
mostrou ao seu gerente de qualidade da empresa, um homem de origem sul-coreana.
O gerente então, de forma "bruta", tomou o celular da mão da inspetora e começou a gritar alto
em coreano, palavras incompreensíveis, mas que podiam ser percebidas como ofensivas.
Após a gritaria, o gerente lançou de forma violenta o celular em direção à linha de montagem,
este acabou batendo em outro celular e voltou diretamente em direção ao rosto da empregada
atingindo-a. A empregada conta que ficou diversos dias com o rosto marcado pelo celular.
Após este dia segundo a empregada, ela não teve mais o respeito dos demais funcionários que
com frequência faziam piadas do tipo: "esqueceu o capacete? Agora vai ter que usar
capacete", "cuidado... cuidado... lá vem o celular" ou ainda "olha lá o Mr... te esperando", esta
última se referindo ao nome do gerente. Diante do assédio moral a que foi vítima, ingressou
com reclamação trabalhista pleiteando indenização por danos morais no valor de R$ 90 mil.
Promotor de vendas que teve carro furtado durante trabalho receberá por danos
materiais (Qua, 27 Abr 2016 09:40:00)
O vendedor pediu a indenização com o argumento de que a Rumo Certo transferiu a ele os
riscos do empreendimento quando exigiu a utilização do seu próprio veículo sem, no entanto,
contratar seguro contra roubos ou danos decorrentes da atividade. Por outro lado, a empresa
sustentou que o trabalhador recebia vale-transporte para ir até os clientes, mas, por livre e
espontânea vontade, se deslocava com seus próprios meios.
O juízo de primeiro grau e o Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (DF/TO) indeferiram
a indenização, apesar de o TRT ter reconhecido que o empregado não tinha como cumprir a
meta de visitas se utilizasse somente o transporte coletivo. O acórdão ainda concluiu que
a exigência de possuir veículo para trabalhar não obriga a Rumo Certo a contratar seguro, até
porque nada foi firmado nesse sentido.
TST
De acordo com Cilene Santos, cabe à Rumo Certo compensar o dano, uma vez que era
necessário o uso do veículo particular e o furto ocorreu durante a jornada de trabalho. A
decisão foi unânime, e o processo vai retornar à 7ª Vara do Trabalho de Brasília para se definir
o valor da indenização.
A Quinta Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) rejeitou recurso da Brasil Telecom Call
Center S.A. e da OI S.A. contra decisão que as condenou a indenizar em R$ 5 mil um
profissional que teve a carteira de trabalho carimbada com a expressão "sem efeito" nas
folhas onde constavam os registros dos contratos anteriores. As empresas queriam
reduzir o valor da condenação, alegando que o trabalhador não teria sofrido prejuízos
financeiros.
O argumento do trabalhador para pleitear a indenização por danos morais foi o de que sofrerá
constrangimento a cada nova tentativa de recolocação no mercado de trabalho, pois terá que
tecer explicações perante a desconfiança de potenciais empregadores e, principalmente,
porque não há nota explicativa para aquele tipo de lançamento. Afirmou que as rasuras "beiram
as raias de um ato de vandalismo por parte da empresa", que não zelou pela conservação do
documento de identidade profissional que estava sob sua posse e responsabilidade da
empresa.
TST
Relator no TST, o ministro Brito Pereira destacou a informação de que a situação "acarretou
constrangimento ao trabalhador e pode dificultar ou até obstar nova contratação, dada a
importância da CTPS como histórico profissional do empregado". ECT é condenada por
discriminar agente por causa de orientação sexual (Ter, 26 Abr 2016 07:16:00)
O TRT manteve, porém, a caracterização do dano moral. A decisão destacou que o superior
hierárquico do agente teria dito que ele deveria participar do concurso "Garota dos Correios",
e que o gerente de seu setor convocou uma reunião, sem a sua presença, na qual os colegas
de trabalho foram informados que ele era portador do HIV.
Mantida justa causa de metalúrgico que postou fotos de indústria no Facebook (Ter, 26
Abr 2016 07:07:00)
A postagem de fotos da empresa em perfil no Facebook levou à dispensa por justa causa de
um operador de máquina de corte da empresa gaúcha KLL Equipamentos para Transporte
Ltda. A Quinta Turma do Trabalho do Tribunal Superior do Trabalho não conheceu de recurso
do trabalhador, que pretendia reverter a demissão por justa causa em dispensa imotivada para,
assim, receber verbas rescisórias.
Sigilo industrial
A empresa afirmou que, segundo seu código interno de conduta, esse tipo de prática é
expressamente vedado, e que o regulamento era do pleno e prévio conhecimento do
empregado. Em seu depoimento, o operário negou que tivesse conhecimento da norma
interna, e disse que as imagens se destinavam a um trabalho de seu curso de graduação em
Processos Gerenciais, parcialmente custeado pela empresa. Segundo ele, seu gerente o
auxiliou em diversos trabalhos acadêmicos e tinha conhecimento das fotos, o que foi negado
pelo gerente em audiência. O trabalhador admitiu que não havia recebido autorização expressa
para tirar as fotos, mas alegou que postou as fotos em abril ou maio de 2013, e que a
demissão só ocorreu em setembro .
Turma considera trabalho de frentista como de risco e condena posto por dano
decorrente de assalto (Ter, 26 Abr 2016 07:16:00)
A Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho condenou o Posto Servsul 300 Ltda.,
localizado na Rodovia Fernão Dias (BR 381) na altura de Campanha (MG), a pagar
indenização por dano moral de R$ 20 mil a um frentista vítima de assalto. Para o relator do
recurso do trabalhador, ministro Walmir Oliveira da Costa, a jurisprudência do TST reconhece
como de "risco extremo" o trabalho de frentista, por ser sujeito a assaltos, enquadrando-
se na teoria da responsabilidade objetiva pelos perigos da atividade empresarial
(parágrafo primeiro do artigo 927 do Código Civil e artigo 2º da CLT).
Celtins é punida por exigir que candidatos a emprego desistam de ações judiciais (Qua,
20 Abr 2016 07:31:00)
O Ministério Público do Trabalho (MPT) constatou que, quando a CNC deixou de prestar
serviços à Celtins, a energética e algumas empresas terceirizadas se recusaram a contratar
trabalhadores com processos na Justiça. O emprego só era efetivado em caso de desistência
ou acordo extrajudicial. Como a responsável pela energia elétrica no Tocantins se recusou a
assinar Termo de Ajustamento de Conduta, o MPT apresentou a ação civil pública.
Gerente que cometeu assédio moral é condenado a ressarcir empresa que pagou
indenização a vítima (Qua, 20 Abr 2016 07:31:00)
Santa Casa indenizará vendedora por exibir demitidos por baixa produtividade em
quadro de aviso (Qua, 09 Mar 2016 06:42:00)
A Oitava Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou recurso da Irmandade da Santa Casa
de Misericórdia de São José dos Campos (SP) contra decisão que a condenou a ressarcir por
danos morais uma vendedora que teve o nome divulgado em lista de empregados demitidos
por baixa produtividade. A listagem com o nome de quatro demitidos foi exposta no quadro de
aviso do departamento comercial. Valor da condenação: R$ 4 mil.
A Volkswagen do Brasil Indústria de Veículos Automotores Ltda. foi condenada pela Justiça do
Trabalho a indenizar em R$ 15 mil um reparador de veículos que, depois de retornar de licença
médica e necessitando de readaptação, ficou confinado em uma sala envidraçada por mais de
três meses, sem fazer nada, e exposto a comentários vexatórios proferidos por colegas que
circulavam no local. A Sétima Turma do Tribunal Superior do Trabalho negou provimento a
agravo pelo qual a empresa pretendia rediscutir o caso, mantendo a condenação.
"Pé de frango (que ninguém quer), sequelado, bomba, enrolador, vagabundo, baixa
performance, zero à esquerda" foram algumas das expressões ouvidas por ele. Na petição que
deu início à ação trabalhista, em fevereiro de 2008, ele contou que, apesar de diversas
55
restrições médicas, estava apto para trabalhar, mas a empresa não o realocou em função
compatível com sua capacidade física.
Segundo seu relato, durante mais de dois meses não teve nenhuma atividade, sem fazer
cursos ou treinamentos, "olhando para as paredes, vendo o tempo passar de forma
angustiante". A seu ver, foi submetido a uma condição indigna, "porque todo o seu potencial
produtivo encontra-se obstado pelo descaso da empresa", além da exposição às piadas dos
colegas.
A Construtora B. Santos Ltda. foi condenada pela Sexta Turma do Tribunal Superior do
Trabalho a indenizar por danos morais um servente de obras porque exigiu, para sua
contratação, a apresentação de atestado de antecedentes criminais.
Em decisão anterior, o Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região (PB) confirmou sentença
que indeferiu o pedido de indenização, entendendo que a exigência seria um direito que o
empregador tem de averiguar o histórico de comportamento do candidato ao emprego. O TRT
frisou que a empresa solicitava a certidão a todos os empregados,indistintamente, o que
afastaria a ocorrência de prática discriminatória, e que o servente não provou que a construtora
divulgou algum fato que ferisse sua honra perante a sociedade.
Nesse contexto, a Turma considerou cabível o dano moral, e condenou a empresa a pagar
indenização de R$ 2 mil.
O episódio aconteceu em São João Del Rei (MG). A bancária foi abordada pelos assaltantes
junto com o marido quando entrava em casa. Junto com o filho e a empregada, eles foram
feitos reféns por quase dois dias. Os assaltantes queriam que ela abrisse o cofre do banco e
lhes entregasse o dinheiro. O filho e o marido chegaram e ser levados para um cativeiro
enquanto ela ia para a agência para sacar o dinheiro.
O juiz de origem avaliou que a CEF não proporcionou um ambiente de trabalho seguro para a
empregada. "Não basta investir em segurança interna, por isso entendo que a empresa
responde de forma objetiva pelo seqüestro da família de sua empregada", sentenciou,
condenando a instituição financeira a pagar R$ 100 mil de indenização.
A Sétima Turma do Tribunal Superior do Trabalho não conheceu de recurso das Lojas Renner
S.A. contra decisão que a condenou a pagar indenização de R$ 6 mil, por danos morais, a um
empregado submetido a constrangimento com cobranças indevidas, restrição ao uso do
banheiro e deslocado para o "cantinho da disciplina", local para onde iam os
empregados que não atingiam metas.
Chamado por nome de macaco de novela, operador terá reparação por discriminação
racial (TST 10.11.2017)
A Oitava Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou agravo da S.A. Fábrica de Produtos
Alimentícios Vigor contra condenação ao pagamento de indenização a um coordenador de
vendas submetido a tratamento humilhante por descumprimento de metas. Ele disse que, além
de ter sido chamado de incompetente, foi obrigado a pagar “prendas” vexatórias, como calçar
sapato de salto. O coordenador afirmou que durante anos sofreu cobranças diárias por telefone
e e-mail e que nas reuniões era exposto a situações constrangedoras pelo gerente nacional na
presença de outros empregados quando não atingia as metas de vendas. Após a demissão,
pediu indenização por dano moral. A indenização foi fixada em R$ 5 mil.
O Centro de Ensino Superior Cenecista de Farroupilha (RS) terá de indenizar em R$ 5 mil uma
professora de Direito demitida um mês antes do início do ano letivo. O pedido de exclusão da
condenação foi rejeitado pela Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho, que entendeu
57
que a atitude empresarial ocasionou a perda de uma chance para a professora, que ficou sem
lugar para lecionar em razão da falta de vagas em outras escolas.
Mantida condenação de lanchonete por agressão física e racial a empregada Além das
ofensas raciais, a empregada foi obrigada a comer um alimento quente, direto da
chapa.(TST 23.10.2017)
A Quinta Turma do Tribunal Superior do Trabalho desproveu agravo da Fred Mello Comércio
de Alimentos Ltda., razão social de uma franquia da rede de lanchonetes Giraffas, contra
condenação em R$ 10 mil pelo dano moral causado a uma atendente por agressões físicas e
raciais por parte de uma gerente. Na reclamação trabalhista, a atendente disse que, durante o
expediente, numa loja da rede no Norte Shopping, no Rio de Janeiro (RJ), pegou um pedaço
carne para comer e foi repreendida pela gerente, que pediu que levassem o produto à chapa e
o esquentasse ao máximo. Depois disso, a imobilizou com uma “chave de braço” e a forçou a
comer o alimento, chamando-a de “chita”. Da agressão restou uma queimadura de primeiro
grau nos lábios e na laringe, conforme atestado de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA)
que lhe prestou socorro.
Bancária com deficiência auditiva será indenizada por ausência de intérprete de Libras
em reuniões Ela não conseguiu aumentar o valor da condenação, fixado em R$ 5 mil.
(TST 13.10.2017)
apenas por Libras, disse que foi difícil se adaptar ao ambiente de trabalho e que em raras
oportunidades havia intérprete para ajudá-la. Segundo ela, a dificuldade era tanta que tentava
fazer leitura labial e tinha de contar com a ajuda de colegas para traduzir e entender o trabalho
e ler documentos como o Manual de Procedimentos. Alegando ausência de acesso à
comunicação ideal para deficiente físico e violação do Estatuto da Pessoa com Deficiência,
pediu indenização por dano moral.
Empresa é condenada por obrigar vendedor a cantar o Hino Nacional quando chegava
atrasado (TST 29.09.2017)
A prática foi considerada humilhante e vexatória. A Café Três Corações S.A. terá de indenizar
um vendedor obrigado a cantar o Hino Nacional perante os colegas quando chegava atrasado
ao trabalho. A Quinta Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou recurso da empresa
contra decisão que reconheceu o dano moral na submissão do empregado a tratamento
vexatório, ao impor-lhe uma atividade alheia àquelas para as quais foi admitido e sequer
relevante para sua função. O auxiliar de vendedor considerava humilhante cantar o hino em
frente aos colegas, e disse que era motivo de chacota quando errava a letra. O Tribunal
Regional do Trabalho, com base na prova oral, confirmou a sua versão dos fatos. Uma das
testemunhas o viu cantar o hino junto com outro colega, também atrasado, e outra afirmou de
que a prática, já suspensa, foi instituída por um supervisor e admirador do hino, que escolhia
os mais atrasados ou com menor desempenho para “puxar” o canto. A indenização foi fixada
em R$ 3 mil.
Companhia aérea é condenada por usar detector de mentiras em processo seletivo (TST
05.09.2017)
A American Airlines Inc. e a Swissport Brasil Ltda. foram condenadas a indenizar um agente de
proteção da aviação civil que foi submetido ao poligrafo (conhecido como detector de mentiras)
durante sua seleção para a função. A Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho, por
unanimidade, fixou em R$ 25 mil o valor a ser pago ao trabalhador, por considerar que o
procedimento adotado na entrevista violou o principio consagrado em normas internacionais
sobre direitos humanos de que ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo.
O Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (MG) entendeu que a empresa deveria se abster
da prática. Não se tratando de exames médicos obrigatórios admissionais, periódicos ou
demissionais, previstos no artigo 168 da CLT, os exames violariam os direitos à
intimidade, à vida privada, à honra e à imagem dos trabalhadores, garantidos pela
Constituição no artigo 5º, inciso X. Para o juízo, a rede, em caso de desconfiança quanto ao
uso de entorpecentes, poderia comunicar o fato à autoridade policial para que esta apurasse
eventual conduta ilícita. “O que não se admite é que seja adotada conduta discriminatória e
constrangedora em face dos trabalhadores pela realização de exames toxicológicos aleatórios”,
observou o Regional
Art. 168 - Será obrigatório exame médico, por conta do empregador, nas condições
estabelecidas neste artigo e nas instruções complementares a serem expedidas pelo
Ministério do Trabalho: (Redação dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989)
III - periodicamente.
o
§ 6 Serão exigidos exames toxicológicos, previamente à admissão e por ocasião do
desligamento, quando se tratar de motorista profissional, assegurados o direito à
contraprova em caso de resultado positivo e a confidencialidade dos resultados dos
respectivos exames.
Instalação de câmeras em vestiários da BRF com base em acordo não viola intimidade
de trabalhadores A instalação foi reivindicada pelos próprios empregados para coibir
furtos.(TST 20.07.2017)
instâncias inferiores, que julgaram o pedido improcedente, a instalação foi reivindicação dos
próprios trabalhadores, negociada com a empresa com participação do sindicato. Na
reclamação trabalhista, a ajudante alegou que as câmeras de vigilância, instaladas nas
paredes e teto dos vestiários feminino e masculino, filmavam a troca de uniforme, quando os
trabalhadores ficavam em trajes íntimos no início e término da jornada. A BRF, em sua defesa,
sustentou que a instalação atendeu solicitação dos trabalhadores para evitar furtos a armários,
e o acesso às gravações era restrito, seguindo procedimento rigoroso previsto em norma
interna. O Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (SC) manteve a sentença que indeferiu
a indenização, levando em conta, além dos aspectos apontados pela empresa, o fato de que
as gravações não abrangiam sanitários e chuveiros, apenas vestiários e sala de higiene bucal.
Outro ponto considerado foi o de que as imagens, feitas em circuito fechado, só eram
acessadas em caso de boletim de ocorrência e mediante procedimento rigoroso, no qual as
gravações do vestiário feminino eram vistas apenas por mulheres e do masculino por homens.
Para o TRT, a reparação moral somente seria devida se a BRF não observasse as regras de
monitoramento, o que não ocorreu no caso. No recurso ao TST, a trabalhadora argumentou
que o termo de ajuste entre o sindicato dos trabalhadores e a empresa não poderia se
sobrepor a direitos garantidos constitucionalmente, como a intimidade e a privacidade, por
serem normas de ordem pública. Segundo ela, o acordo seria nulo. O relator do recurso,
ministro Márcio Eurico Vitral Amaro, observou que, a partir das premissas fixadas pelo
Regional, que não podem ser revistas no TST (Súmula 126), a empresa não violou a intimidade
e a privacidade da trabalhadora, pois não houve demonstração de que tenha deixado de
observar as regras de monitoramento pactuadas, exposto as imagens ou desvirtuado as
condições fixadas.
Santander consegue reduzir indenização por danos morais a ser paga a bancária(TST
07.07.2017)
O Banco Santander (Brasil) S.A. obteve em recurso para a Quinta Turma do Tribunal Superior
do Trabalho (TST) a redução de R$ 40 mil para R$ 18 mil do valor indenizatório a ser pago a
uma terceirizada vítima de assédio moral. Ela conta que foi submetida a situação humilhante
ao receber sugestões do chefe da empresa prestadora para utilizar trajes sensuais e
maquiagem a fim de captar clientes para o banco. Na ação trabalhista ela afirma que sofria
constrangimentos habituais por parte dos superiores, que insistiam para que ela usasse
minissaia e roupas de ginástica ao realizar visitas a clientes. Relatou que também era chamada
a participar de festas informais, onde se fazia questão da presença de meninas bonitas.
Motorista submetido a teste do bafômetro pela empresa não comprova dano moral
Segundo a relatora, a medida serviu para preservar a integridade física do
empregado.(TST 22.06.2017)
A Oitava Turma do Tribunal Superior do Trabalho não admitiu recurso de revista da empresa
de moda Inbrands S.A., pelo qual ela tentava reverter decisão que a condenou a indenizar um
vendedor dispensado após discussão em que foi ofendido publicamente com termo referente à
orientação sexual. Desse modo, manteve-se a indenização por danos morais no valor de R$ 5
mil, determinada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS). Na reclamação
trabalhista, o vendedor narrou que, durante discussão com a representante da empresa por
causa de uma venda não contabilizada em sua cota, foi ofendido pela subgerente da loja, que
começou a insultá-lo, “chamando-o de “bichinha afetada" e outros termos”. De acordo com o
trabalhador, a sua orientação sexual, seja ela qual for, não poderia ser utilizada como insulto,
ou exposta publicamente perante os colegas e clientes. No dia seguinte à confusão, ele e a
subgerente foram despedidos.
Atendente da Telefônica comprova dano moral por uso restrito de banheiro Quanto
menor o tempo gasto, maior era a pontuação no programa de incentivo à produtividade.
(TST 13.06.2017)
Uma atendente da Telefônica Brasil S.A. conseguiu, em recurso para a Quarta Turma do
Tribunal Superior do Trabalho, comprovar que a restrição ao uso de banheiro pela empresa
extrapolou os limites do poder diretivo do empregador e ofendeu sua dignidade. A Telefônica
alegava que a determinação fazia parte do Programa de Incentivo Variável – PIV, que conferia
maior pontuação para o empregado que ficasse menos tempo no banheiro. A decisão da
Quarta Turma desfaz o entendimento do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (PR) de
que não havia impedimento de ir ao banheiro, nem restrição à frequência. Para o TRT, os
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empregados apenas tinham que registrar pausas e procurar observar o tempo destinado para
tal necessidade, justamente para que o atendimento pudesse ocorrer de forma regular,
considerando a quantidade de trabalhadores e eventuais picos de acúmulo de ligações. No
entanto, a Turma considerou que o sistema de gestão adotado pela Telefônica era danoso aos
empregados, “expondo-os a constrangimentos, atentando contra a honra, a saúde e a
dignidade do trabalhador”. Para a relatora, ministra Maria de Assis Calsing, o controle e a
fiscalização da utilização dos banheiros não podem ser vistos como medida razoável,
independentemente da atividade desenvolvida pelo empregado. Segundo o processo, havia
recomendação para que o tempo utilizado para o uso dos sanitários não ultrapassasse cinco
minutos. “Trata-se de questão fisiológica, que nem sequer pode ser controlada pelo indivíduo”,
ressaltou. Pela condenação, a trabalhadora irá receber R$5 mil. De acordo com a ministra,
para se chegar ao valor da indenização, foram considerados o tempo de contrato de trabalho, a
remuneração mensal da operadora, a gravidade do dano, o grau de culpa do ofensor e sua
condição econômica, bem como o caráter pedagógico da medida.
Auxiliar do Paraná Clube ganha ação por atraso reiterado no pagamento de salários O
empregador deve garantir condições de dignidade ao trabalhador(TST 08.06.2017)
de agir com lealdade, lisura, respeito e consideração com o empregado, sobretudo pelo seu
estado de necessidade econômica, sua condição de hipossuficiente”, concluiu.
A Oitava Turma entendeu que a indenização de R$ 5 mil foi compatível com o dano. A Oitava
Turma do Tribunal Superior do Trabalho negou o pedido de aumento de indenização por danos
morais para um empregado que foi trocado de turno pela Berneck S.A. Painéis e Serrados, do
Paraná, porque namorava colega de trabalho. No recurso ao TST, ele afirmou que era
perseguido pelo superior e teve sua honra, moral e dignidade ofendidas gravemente, mas a
Turma entendeu que o valor de R$ 5 mil foi compatível com o dano, e não conheceu do
recurso. Na contestação apresentada na reclamação trabalhista, a empresa disse que tinha
conhecimento do relacionamento, mas que jamais houve perseguição. Segundo a defesa, é
normal que empregados que trabalham juntos e “que possuam um relacionamento amoroso
sério e em vias de contrair núpcias” sejam deslocados para setores e horários diversos, até
mesmo para preservação de ambos. O juízo da 2ª Vara de Araucária (PR) entendeu que não
havia embasamento legal para uma transferência de turno em razão do relacionamento
amoroso, já que não havia no processo prova de conduta inapropriada dos empregados. A
empresa foi condenada em R$ 5 mil, e o valor foi mantido pelo Tribunal Regional do Trabalho
da 9ª Região. O relator do recurso do trabalhador ao TST, ministro Márcio Eurico Vitral Amaro,
lembrou que a jurisprudência do TST vem adotando o entendimento de que os valores fixados
nas instâncias inferiores só podem ser revisados se transpuserem os limites do razoável, caso
sejam extremamente irrisórios ou exorbitantes, o que não se verifica no caso. O recurso do
empregado não foi conhecido por unanimidade, mas ainda cabe recurso.
recursos repetitivos, para a fixação de tese jurídica sobre as situações que ensejariam ou não o
reconhecimento de dano moral devido à exigência do documento como condição indispensável
para a admissão ou a manutenção do emprego. Tese Ao final de longa discussão entre as
várias correntes de pensamento sobre a matéria, as teses fixadas foram as seguintes: 1. Não é
legítima, e caracteriza lesão moral, a exigência de certidão de antecedentes criminais de
candidato a emprego quando traduzir tratamento discriminatório ou não se justificar em razão
de previsão em lei, da natureza do ofício ou do grau especial de fidúcia exigido. 2. A exigência
de certidão de candidatos a emprego é legítima e não caracteriza lesão moral quando
amparada em expressa previsão legal ou justificar-se em razão da natureza do ofício ou do
grau especial de fidúcia exigido, a exemplo de empregados domésticos, cuidadores de
menores, idosos e pessoas com deficiência, em creches, asilos ou instituições afins, motoristas
rodoviários de carga, empregados que laboram no setor da agroindústria no manejo de
ferramentas de trabalho perfurocortantes, bancários e afins, trabalhadores que atuam com
substâncias tóxicas e entorpecentes e armas, trabalhadores que atuam com informações
sigilosas. 3. A exigência da certidão de antecedentes criminais, quando ausentes alguma das
justificativas de que trata o item 2, caracteriza dano moral in reipsa [presumido], passível de
indenização, independentemente de o candidato ao emprego ter ou não sido admitido.
motivacionais. Segundo testemunha, o gerente justificou que essa técnica servia para
demonstrar a capacidade dos empregados de superar dificuldades.
A CMI Brasil Serviços de Manutenção de Equipamentos Industriais Ltda. foi absolvida pela
Oitava Turma do Tribunal Superior do Trabalho de pagar indenização por danos morais a um
eletricista submetido seis vezes a teste de bafômetro durante o período que prestou serviços à
Vale S.A. O teste faz parte de um programa de segurança no trabalho, desenvolvido pela CMI
por exigência da Vale, empresa tomadora de serviços. O Programa de Prevenção e
Tratamento de Dependência Química da Vale, destinado aos empregados da empresa e aos
terceirizados, tinha como objetivo prevenir a ocorrência de acidentes no ambiente de trabalho,
reconhecidamente de risco. O teste de bafômetro era realizado uma vez por semana em dez
empregados sorteados de forma aleatória. Na reclamação trabalhista, o eletricista sustentou
que a submissão dos trabalhadores ao sorteio para o teste, visando à detecção do consumo de
álcool ou substâncias entorpecentes era “manifestamente ilegal” e ofensivo ao princípio da
dignidade da pessoa humana. Alegou ainda que haveria caráter intimidatório, pois a medida
serviria como parâmetro para a dispensa do trabalhador. O pedido de indenização foi julgado
improcedente na primeira instância, mas foi deferido pelo Tribunal Regional do Trabalho da 3ª
Região (MG), que condenou a CMI ao pagamento de indenização de R$ 5 mil. De acordo com
o TRT, embora o programa estivesse voltado para a prevenção de acidentes, a imposição do
teste extrapolaria os limites da relação de emprego, atingindo a esfera privada dos
trabalhadores. No recurso ao TST, a empresa argumentou que o programa de segurança no
trabalho incluía a verificação da saúde e da aptidão física dos trabalhadores, e que a realização
de teste tinha o intuito de conscientizá-los quanto ao consumo de bebidas alcoólicas.
Acrescentou que o exame não era obrigatório e era feito em laboratório móvel (container), de
forma discreta e individual, pois apenas o enfermeiro tinha acesso aos resultados. No caso do
eletricista, ressaltou que ele autorizou o procedimento nas seis vezes, obtendo resultados
sempre negativos. Segundo a relatora do processo, ministra Dora Maria da Costa, não houve,
no caso, abuso do poder diretivo do empregador, uma vez que era respeitado o caráter sigiloso
do resultado dos testes, e o sorteio era feito dentro de um contêiner. “Tampouco ficou
evidenciado que houve constrangimento do empregado ao ser selecionado para o teste nem
que fosse obrigatória a realização do exame”, frisou. A ministra salientou ainda que o TRT não
registrou que algum empregado tenha sido dispensado por causa do teste.
Art. 468, CLT - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das
respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem,
direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula
infringente desta garantia.
Jus Variandi
A doutrina entende que o empregador pode fazer pequenas alterações (não significativas) no
contrato de trabalho de maneira unilateral, desde que não acarretem direta ou indiretamente
prejuízos ao empregado, é o que chamamos de jus variandi. Exemplo: alterar o horário do
trabalho, alterar o setor dentro da empresa.
o
§ 1 Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que
o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o
exercício de função de confiança. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
o o
§ 2 A alteração de que trata o § 1 deste artigo, com ou sem justo motivo, não
assegura ao empregado o direito à manutenção do pagamento da gratificação
correspondente, que não será incorporada, independentemente do tempo de exercício
da respectiva função. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Não se considera alteração ilícita a reversão do empregado para o cargo efetivo anteriormente
ocupado, pois ninguém tem direito adquirido a exercer eternamente cargo de confiança. Deixou
de ser da confiança do empregador ele pode reverter o empregado ao seu cargo de origem.
No entanto, devemos ficar bem atentos a alteração implementada pela Reforma Trabalhista.
Antes do advento da Lei no 13.467/2017, quando percebida a gratificação de função por dez ou
mais anos pelo empregado na função de confiança, ele poderia até perder o cargo, mas não a
gratificação, pois a gratificação se incorporava ao seu patrimônio, passando a ser direito
adquirido do empregado.
TST Enunciado nº 372 – I - Percebida a gratificação de função por dez ou mais anos pelo
empregado, se o empregador, sem justo motivo, revertê-lo a seu cargo efetivo, não poderá
retirar-lhe a gratificação tendo em vista o princípio da estabilidade financeira. II - Mantido o
empregado no exercício da função comissionada, não pode o empregador reduzir o valor da
gratificação.
Art. 468, § 2º, CLT - A alteração de que trata o § 1o deste artigo, com ou sem justo
motivo, não assegura ao empregado o direito à manutenção do pagamento da
gratificação correspondente, que não será incorporada, independentemente do tempo de
exercício da respectiva função. (NR)
Já na suspensão o empregado não trabalha, mas também não recebe, não conta tempo
de serviço, não recolhe FGTS, etc.
Art. 473, CLT - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do
salário:
Art. 7º CF São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
Art. 10 ADCT § 1º Até que a lei venha a disciplinar o disposto no art. 7º, XIX, da Constituição, o
prazo da licença-paternidade a que se refere o inciso é de cinco dias.
V - até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos termos da
lei respectiva.
ATENÇÃO Não podemos confundir com a hipótese de suspensão que é quando o homem fica
servindo as forças armadas por um ano.
VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular
para ingresso em estabelecimento de ensino superior.
VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo.
Na suspensão o empregado não trabalha, mas também não recebe, não conta tempo de
serviço, não recolhe FGTS, etc.
CASO 01
Acidente de trabalho ou doença após o 15o dia TST Enunciado nº 440 - Assegura-se o direito
à manutenção de plano de saúde ou de assistência médica oferecido pela empresa ao
empregado, não obstante suspenso o contrato de trabalho em virtude de auxílio-doença
acidentário ou de aposentadoria por invalidez.
CASO 02
CASO 03
Greve Direito assegurado contitucionalmente pelo art. 9o, CF/88 e regulamentado pela Lei no
7.783/89 que em seu art. 7o estabelece que a greve suspende o contrato de trabalho.
Art. 7º, Lei 7.783/89. Observadas as condições previstas nesta Lei, a participação em
greve SUSPENDE o contrato de trabalho, devendo as relações obrigacionais, durante o
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período, ser regidas pelo acordo, convenção, laudo arbitral ou decisão da Justiça do
Trabalho.
CASO 04
CASO 05
Faltas injustificadas O empregado perde a remuneração do dia em que ele faltou e perde
também a remuneração do repouso semanal remunerado.
CASO 06
CASO 07
Art. 475, CLT - O empregado que for aposentado por invalidez terá suspenso o seu
contrato de trabalho durante o prazo fixado pelas leis de previdência social para a
efetivação do benefício.
A Constituição Federal de 1988 traz duas regras tendentes a frear a dispensa imotivada
dos trabalhadores, a proteção contra despedida arbitrária ou sem justa causa e o aviso
prévio.
Art. 7º, CF/88 - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos
termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros
direitos;
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XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos
termos da lei;
1) Pedido de demissão
2) Dispensa sem justa causa
1.2.1. Resilição
A resilição pode ocorrer com o pedido de demissão do empregado ou pela dispensa sem justa
causa pelo empregador.
a) Pedido de demissão
No pedido de demissão o empregado decide não mais continuar com a relação laboral, como
já dissemos, independe da anuência do empregador. O empregado que pedir demissão deverá
cumprir integralmente o aviso prévio, não cumprindo ou cumprindo de forma parcial, caberá ao
empregador efetuar o desconto desses dias não trabalhados nas verbas rescisórias as quais o
empregado teria direito de receber.
Art. 487, § 2º, CLT - A falta de aviso prévio por parte do empregado dá ao empregador o
direito de descontar os salários correspondentes ao prazo respectivo.
OBS. Cabe observar que quando o empregado pede demissão não tem direito de sacar
os depósitos do FGTS.
TST Enunciado nº 171 - Salvo na hipótese de dispensa do empregado por justa causa, a
extinção do contrato de trabalho sujeita o empregador ao pagamento da remuneração
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das férias proporcionais, ainda que incompleto o período aquisitivo de 12 (doze) meses
(art. 147 da CLT).
▪ Saldo de salário;
1.2.2. Resolução
Quando a falta é praticada pelo empregado teremos a dispensa por justa causa, quando
é praticada pelo empregador se dá a rescisão indireta do contrato de trabalho, quando
ambas as partes incorrem faltosamente teremos a culpa recíproca.
Devemos ressaltar que para que o ato cometido seja considerado uma falta deverá estar
previsto em lei como hipótese de justa causa.
Na dispensa por justa causa o ato faltoso foi praticado pelo empregado. Em decorrência
da falta cometida, o empregador poderá aplicar, a depender da gravidade do ato, as
seguintes sanções:
1) advertência;
2) suspensão disciplinar e
3) dispensa por justa causa.
• Gravidade da falta: a falta deve ser grave e a culpa do empregado deve ser verificada.
• Proporcionalidade da pena: a pena a ser aplicada deve ser proporcional ao ato faltoso
cometido.
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• Non bis in idem: só é possível uma punição para cada ato faltoso.Não pode punir o
empregado duas vezes pelo mesmo motivo, seria bis in idem.
• Imediatidade: quando o empregador for punir o empregado essa punição deve ser feita logo
após o conhecimento do ato faltoso. O simples fato do empregador não fazer nada configura o
perdão tácito.
Estudaremos a partir de agora as hipóteses legais que constituem justa causa para
rescisão do contrato de trabalho pelo empregador:
Art. 482, CLT - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo
empregador:
a) ato de improbidade;
Nessa hipótese são dois atos faltosos: a negociação habitual que traz perturbação ao
ambiente de trabalho, é o caso dos empregados que vendem produtos diversos dentro da
empresa e no horário do expediente. E a concorrência desleal, que verifica-se quando o
empregado que comete um ato de concorrência se aproveitando de sua atividade laboral para
explorar o próprio negócio, “atender por fora”, roubando o cliente do empregador.
O que gera a justa causa é o fato do empregado não poder ir trabalhar porque está preso e não
a condenação por si só. É a impossibilidade física do obreiro prestar seus serviços. Se houve a
suspensão da pena ou se ele for condenado a penas alternativas, como por exemplo, cesta
básica, não há que se falar em rescisão por justa causa.
atrasos reiterados, vigilante flagrado dormindo em serviço, enfermeira que não ministra a
medicação adequadamente.
Devemos ficar atentos à essa hipótese de justa causa. Primeiramente cabe observar que a
embriaguez pode decorrer do uso de álcool ou de outras drogas nocivas. Segundo, a
embriaguez habitual ocorre fora do local de serviço. A doutrina e a jurisprudência entendem
que houve a revogação tácita da embriaguez habitual. A OMS já declinou que o alcoolismo é
uma doença. Como doente ele não pode ser dispensado nem punido, deverá ser mandado
para o INSS a fim de que receba tratamento médico. A embriaguez em serviço ocorre dentro
do local de trabalho, no horário do expediente do empregado, colocando em risco a saúde
tanto do empregado quanto dos demais colegas de trabalho. A embriaguez habitual necessita
da repetição para se caracterizar, já a embriaguez em serviço pode ocorrer apenas uma vez
que já caracteriza a justa causa.
Na violação de segredo da empresa existe uma quebra na lealdade, o empregador não tem
mais confiança no empregado. Nessa hipótese o empregado tem acesso a informações
confidenciais em decorrência do serviço prestado.
i) abandono de emprego;
Devemos ficar atentos, pois se o empregado faltar mais de trinta dias mas intercalados não é
abandono de emprego e sim desídia. Nesse caso, se o empregado faltar menos tempo, mas
comprovar-se que ele ingressou em outra atividade, o empregador poderá resolver o contrato
de trabalho.
j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou
ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de
outrem;
O ato lesivo da honra ou da boa fama refere-se aos casos de calúnia, injúria ou difamação.
Nesse caso, a justa causa vale tanto para agressão física quanto para agressão verbal contra
outros empregados ou terceiros, no âmbito da empresa. Devemos ficar atentos, pois a legítima
defesa própria ou de outrem quando exercida de forma moderada exclui a justa causa.
k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador
e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
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O ato lesivo da honra ou da boa fama também refere-se aos casos de calúnia, injúria ou
difamação. Nessa hipótese, a justa causa vale tanto para agressão física quanto para agressão
verbal contra o empregador ou superiores hierárquicos, tanto no âmbito da empresa quanto
fora dela. Devemos ficar atentos, pois a legítima defesa própria ou de outrem quando exercida
de forma moderada exclui a justa causa. Atenção, configura-se a justa causa mesmo se a
agressão for fora do local de trabalho.
É a prática contínua de jogos de azar, como dominó, cartas, bingo etc. Para que se caracterize
a justa causa o jogo tem que perturbar a ordem na empresa.
Algumas profissões dependem de inscrição em órgão de classe para que o profissional esteja
apto a exercer a atividade. Sem o cumprimento deste requisito o trabalhador não é considerado
habilitado para o exercício da profissão. Se o empregado perder a habilitação para o exercício
profissional por conduta dolosa poderá ter o contrato de trabalho rescindido por justa causa. O
novo dispositivo é claro ao determinar que apenas a conduta dolosa do empregado pode lhe
gerar a dispensa por justa causa. Assim, se o empregado não agiu dolosamente para a perda
de sua habilitação, a justa causa não pode ser aplicada. Exemplos: engenheiro que não paga
o CREA, motorista que perdea habilitação em virtude de multas de trânsito.
Existem outras faltas praticadas pelo empregado que podem ensejar a dispensa por
justa causa, vamos vê-las:
Art. 235-B. São deveres do motorista profissional empregado: (Redação dada pela
Lei nº 13.103, de 2015)
Art. 158 CLT - Cabe aos empregados: (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
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Quando o empregador dispensa o empregado por justa causa é ele que tem que provar,
pois o ônus da prova é de quem alega.
Assim como o empregado tem direitos e obrigações o empregador também as têm. A rescisão
indireta do contrato de trabalho é justa causa do empregado no empregador. Foi o empregador
que cometeu a falta grave ensejando a ruptura do contrato de trabalho.
Art. 483, CLT - O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida
indenização quando:
a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos
bons costumes, ou alheios ao contrato;
b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo;
e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato
lesivo da honra e boa fama;
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g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar
sensivelmente a importância dos salários.
§ 3º - Nas hipóteses das letras "d" e "g", poderá o empregado pleitear a rescisão de seu
contrato de trabalho e o pagamento das respectivas indenizações, permanecendo ou
não no serviço até final decisão do processo.
I. Forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos bons
costumes, ou alheios ao contrato. Nesse caso, são várias hipóteses. Existe um artigo na CLT
que dispõe sobre a quantidade máxima de quilos que uma mulher ou um homem poderão
carregar, continuamente ou não, se ultrapassados configura serviços superiores às forças do
empregado. Vamos ficar atentos, pois a jurisprudência está fazendo uma interpretação
ampliativa deste dispositivo, o estendendo às forças intelectuais, ou seja, quando o
empregador pressiona o empregado com prazos extremamente curtos. Quando o empregador
coloca o empregado menor de 18 anos para trabalhar em condição insalubre está exigindo um
serviço defeso por lei. Ainda, quando o empregador exige que a empregada seduza o cliente
está exigindo um serviço contrário aos bons costumes. Por fim, o serviço a ser prestado não
pode ser estranho ao contrato, podemos citar como exemplo um empregado que foi contratado
para ser caixa de supermercado, mas ao final do expediente tem que limpar a empresa.
II. For tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo
Utilizando um rigor desproporcional, o empregador pune demasiadamente o empregado, não
tem paciência, persegue. São exemplos o assédio moral, os atos de descriminação.
III. Correr perigo manifesto de mal considerável São hipóteses em que o empregador coloca
em risco a saúde e a integridade física do empregado. Um exemplo clássico é permitir que o
trabalhador labore em condições perigosas ou insalubres sem proteção apropriada.
V. Praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato lesivo
da honra e boa fama. O ato lesivo da honra ou da boa fama refere-se aos casos de calúnia,
injúria ou difamação. Nesse caso, a justa causa vale tanto para os atos praticados no âmbito
da empresa quanto fora dela. Devemos ficar atentos, pois não é necessário que haja
condenação criminal.
VII. O empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar
sensivelmente a importância dos salários. Este dispositivo diz respeito aos empregados que
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recebem remuneração variável, sendo pagos por peça, tarefa ou produção. Haverá uma queda
significativa no salário do empregado se o empregador reduzir seu trabalho.
Como já dito, o não fornecimento pelo empregador dos equipamentos de segurança (EPI) gera
a rescisão indireta do contrato de trabalho, isso pois, o empregado está correndo perigo
manifesto de mal considerável.
Devemos lembrá-los que a suspensão do empregado por mais de 30 (trinta) dias consecutivos
importa na rescisão injusta do contrato de trabalho.
A CLT traz duas hipóteses em que o empregado reclamará judicialmente pela rescisão indireta
do contrato de trabalho, mas poderá continuar trabalhando até o final do processo, são as
alíneas “d” e “g” do art. 483, observe: ▪ Não cumprir o empregador as obrigações do contrato; ▪
O empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar
sensivelmente a importância dos salários.
Na grande maioria das vezes o empregado terá que acionar a Justiça do Trabalho para ter
declarada a rescisão indireta do contrato de trabalho, pois somente em raríssimas vezes o
empregador confessa ter cometido a falta grave.
No entanto, se o magistrado entender que o empregador não cometeu a falta grave imputada
pelo empregado, a doutrina majoritária entende que o ato será equiparado a um pedido de
demissão do trabalhador.
O ônus da prova nesse caso recai sobre o empregado, pois é ele quem alega a falta grave
cometida pelo empregador.
c) Culpa Recíproca
Cabe ressaltar que a hipótese de culpa recíproca deverá ser reconhecida em juízo.
Nesse caso, de acordo com o art. 484 da CLT e a Súmula no 14 do TST, o empregado tem
direito a 50% do valor do aviso prévio, do décimo terceiro salário e das férias proporcionais.
Art. 484, CLT - Havendo culpa recíproca no ato que determinou a rescisão do contrato de
trabalho, o tribunal de trabalho reduzirá a indenização à que seria devida em caso de
culpa exclusiva do empregador, por metade.
Sendo assim, na culpa recíproca paga-se a metade. Tendo o empregado direito também a
movimentação da conta vinculada do FGTS. Contudo, não tem direito a receber o seguro-
desemprego, que somente é devido nos casos de dispensa imotivada.
1.2.3. Rescisão
A rescisão ocorre quando há uma nulidade no contrato de trabalho, resultando na sua ruptura.
RESOLUÇÃO
RESCISÃO INDIRETA
CULPA RECÍPROCA
Empregado e empregador cometeram falta grave simultaneamente O empregado terá
direito a somente 50% do aviso prévio, 13o salário, férias proporcionais e 20% da
indenização do FGTS.
ATO FALTOSO
TST Enunciado nº 363 - A contratação de servidor público, após a CF/1988, sem prévia
aprovação em concurso público, encontra óbice no respectivo art. 37, II e § 2º, somente
lhe conferindo direito ao pagamento da contraprestação pactuada, em relação ao
número de horas trabalhadas, respeitado o valor da hora do salário mínimo, e dos
valores referentes aos depósitos do FGTS.
Cabe, por fim, ressaltar que o contrato de trabalho também poderá ser rescindido em
caso de atividades ilegais.
O texto da Reforma Trabalhista, aprovada no dia 11 de julho pelo Senado Federal, prevê a
criação de uma nova categoria de dispensa de funcionário. É a denominada “demissão
consensual”, que até então não existia no Direito do Trabalho.
79
Agora, a empresa e o empregado podem decidir juntos encerrar o contrato de trabalho. Neste
novo cenário, a empresa paga mais direitos do que se o funcionário se demitisse, mas menos
do que se tomasse a iniciativa de demiti-lo.
Como é hoje?
Hoje, na CLT, como acabamos de ver, existem três formas de demissão: o pedido de demissão
por parte do funcionário; a demissão sem justa causa e a demissão com justa causa. Em cada
uma delas, o funcionário recebe verbas rescisórias diferentes.
Quando a empresa demite o empregado sem justa causa, ele leva saldo de salário, décimo
terceiro proporcional, férias e aviso prévio. O trabalhador também tem direito de sacar o saldo
completo do FGTS, com 40% de multa, e o segurodesemprego. É o cenário em que o
trabalhador ganha mais verbas rescisórias.
Já na demissão por justa causa, o empregado recebe apenas o saldo de salário daquele mês e
eventuais férias vencidas. Todos os demais direitos descem pelo ralo.
Com a Reforma Trabalhista, nada disso muda. Os três tipos de demissão “tradicionais”
continuam existindo. Mas uma nova figura entra em cena.
Com o intuito de restringir essa prática, a Lei no 13.467/2017 acrescentou o art. 484-A na CLT,
criando a modalidade de demissão de comum acordo entre empregado e empregador.
Nessa modalidade, a multa de 40% do FGTS será reduzida para 20%, e o trabalhador deixa de
movimentar o valor total do montante do FGTS para ter direito a apenas 80% do mesmo.
Além do FGTS, o trabalhador que for demitido consensualmente receberá metade do aviso
prévio, mas na integralidade os demais direitos. Todavia, NÃO tem direito ao seguro-
desemprego.
Art. 484-A. O contrato de trabalho poderá ser extinto por acordo entre empregado e
empregador, caso em que serão devidas as seguintes verbas trabalhistas:
I – por metade:
inciso I-A do art. 20 da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990, limitada até 80% (oitenta por
cento) do valor dos depósitos.
§ 2o - A extinção do contrato por acordo prevista no caput deste artigo não autoriza o
ingresso no Programa de Seguro-Desemprego.
O empregado recebe diversas vantagens que não seriam devidas caso houvesse dispensa
imotivada, ou seja, caso fosse mandado embora. O empregador ao invés de fazer uso da
prerrogativa de extinguir o contrato de trabalho, cria estímulos econômicos contratuais para
que o empregado tome a iniciativa da extinção.
Observa-se que a adesão ao plano tem de partir do próprio empregado, sem que ele sofra
nenhum tipo de pressão ou influência por parte da empresa, que deverá arcar com todas as
verbas decorrentes da extinção do contrato de trabalho, por iniciativa do trabalhador.
Para que os empregados se sintam incentivados, as verbas legais serão complementadas por
um estímulo econômico. É necessário que o empregado fique muito atento na hora de aceitar e
assinar os termos do PDI/PDV, pois existe a possibilidade de fixação de cláusulas em que o
empregado, ao aderir ao plano, afirma terem sido quitadas todas as verbas decorrentes do
extinto contrato de trabalho.
REFORMA TRABALHISTA A Lei no 13.467/2017 inseriu o art. 477-B ao texto da CLT, o qual
prevê quitação plena e irrevogável dos direitos decorrentes da relação empregatícia quando da
aderência ao Plano de Demissão Voluntária ou Incentivada. Art. 477-B, CLT - Plano de
Demissão Voluntária ou Incentivada, para dispensa individual, plúrima ou coletiva, previsto em
convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, enseja quitação plena e irrevogável dos
direitos decorrentes da relação empregatícia, salvo disposição em contrário estipulada entre as
partes.
Art. 502, CLT - Ocorrendo motivo de força maior que determine a extinção da empresa,
ou de um dos estabelecimentos em que trabalhe o empregado, é assegurada a este,
quando despedido, uma indenização na forma seguinte: II - não tendo direito à
estabilidade, metade da que seria devida em caso de rescisão sem justa causa.
Dessa forma, entende-se que o ente público pagará o aviso prévio e a multa indenizatória de
40% do FGTS. As demais parcelas decorrentes da prestação laboral recairão sobre o
empregador.
Art. 486, CLT - No caso de paralisação temporária ou definitiva do trabalho, motivada por
ato de autoridade municipal, estadual ou federal, ou pela promulgação de lei ou
resolução que impossibilite a continuação da atividade, prevalecerá o pagamento da
indenização, que ficará a cargo do governo responsável. § 1º - Sempre que o
empregador invocar em sua defesa o preceito do presente artigo, o tribunal do trabalho
competente notificará a pessoa de direito público apontada como responsável pela
paralisação do trabalho, para que, no prazo de 30 (trinta) dias, alegue o que entender
devido, passando a figurar no processo como chamada à autoria.
Sendo assim, quando o contrato é rompido por força da Administração Pública caberá a ela
indenizar os empregados. É o caso do bingo, atividade que era lícita que se tornou ilícita;
desapropriação.
Quando o empregado era mandado embora depois de cumprir o aviso prévio, o empregador
teria que pagá-lo no primeiro dia útil subsequente. Já quando o empregado era mandado
embora antes de cumprir o aviso prévio, o empregador teria 10 dias para pagá-lo, contado da
notificação da demissão.
A Lei no 13.467/2017 alterou o parágrafo 6o do art. 477 da CLT unificando esse prazo. Logo, o
pagamento dos valores constantes do instrumento de rescisão ou recibo de quitação deverá
ser efetuado até dez dias contados a partir do término do contrato.
O empregador tem um prazo para realizar o pagamento das verbas rescisórias, não honrando
esse prazo ficará sujeito à multa do art. 477, § 8o da CLT, equivalente a um salário, que será
revertida ao empregado, exceto quando foi o obreiro que deu causa ao atraso.
Art. 477, § 8º, CLT - A inobservância do disposto no § 6º deste artigo sujeitará o infrator à
multa de 160 BTN, por trabalhador, bem assim ao pagamento da multa a favor do
empregado, em valor equivalente ao seu salário, devidamente corrigido pelo índice de
variação do BTN, salvo quando, comprovadamente, o trabalhador der causa à mora.
Quando da rescisão do contrato de trabalho, pode ser que haja uma controvérsia sobre o
montante das verbas rescisórias que o empregador terá que pagar ao empregado.
Art. 467, CLT - Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre
o montante das verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à
data do comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas,
sob pena de pagá-las acrescidas de cinquenta por cento.
As verbas rescisórias que não são controvertidas deverão ser pagas na primeira audiência, sob
pena de MULTA DE 50%. Não se aplica para a Administração Pública.
Devemos ficar bem atentos para não confundir a multa do art. 477 com a multa do art. 467 da
CLT. O empregador não pode usar a Justiça do Trabalho para ganhar tempo na hora de pagar
as verbas rescisórias dos seus empregados.
A MASSA FALIDA não paga nem a multa do art. 467 nem a do art. 477 da CLT. Quanto à
Administração Pública, ela paga a multa do art. 477, mas não paga a multa do art. 467 da CLT.
O § 1º do art. 477 da CLT, que estabelecia que o recibo de quitação de rescisão do contrato de
trabalho, firmado por empregado com mais de 1 ano de serviço, só seria válido quando feito
com a assistência do respectivo Sindicato ou perante a autoridade do Ministério do Trabalho,
foi revogado pela citada lei.
O recibo de quitação de rescisão deve ter especificada a natureza de cada parcela paga ao
empregado e discriminado o seu valor, sendo válida a quitação, apenas, relativamente às
mesmas parcelas.
Art. 477, § 2º, CLT - O instrumento de rescisão ou recibo de quitação, qualquer que seja a
causa ou forma de dissolução do contrato, deve ter especificada a natureza de cada
parcela paga ao empregado e discriminado o seu valor, sendo válida a quitação, apenas,
relativamente às mesmas parcelas.
O pagamento a que fizer jus o empregado será efetuado: em dinheiro, depósito bancário ou
cheque visado, conforme acordem as partes, salvo se o empregado for analfabeto, quando o
pagamento somente poderá ser feito em dinheiro ou depósito bancário.
Art. 477, § 4o, CLT - O pagamento a que fizer jus o empregado será efetuado:
Jurisprudência do TST
O Centro de Ensino Superior Cenecista de Farroupilha (RS) terá de indenizar em R$ 5 mil uma
professora de Direito demitida um mês antes do início do ano letivo. O pedido de exclusão da
condenação foi rejeitado pela Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho, que entendeu
que a atitude empresarial ocasionou a perda de uma chance para a professora, que ficou sem
lugar para lecionar em razão da falta de vagas em outras escolas.
Art. 7o, XXI, CF/88 - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de
trinta dias, nos termos da lei.
Até a edição da lei 12.506/11 o aviso prévio era concedido com o prazo de 30 dias, sem
regulamentação do aviso proporcional, que, como estudado em direito constitucional, era
norma de eficácia limitada.
O aviso prévio é o instituto criado para avisar a outra parte sobre o termino do contrato de
trabalho, marcando um prazo para sua extinção, bem como o valor que deverá ser pago.
Assim, o aviso prévio corresponde à uma comunicação entre as partes para a conclusão do
contrato.
2 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho. 16. ed. São Paulo: LTr, 2017. p.
1336
Quanto ao cabimento, a regra é ser cabível em contratos por prazo indeterminado, entretanto
existem hipóteses em que o aviso prévio é cabível em contratos por prazo determinado.
Cabe informar que o aviso prévio pode ser um ônus para o empregador como para o
empregado.
85
Assim, o aviso prévio é cabível nas seguintes situações (com ônus para o empregador):
b) Extinção da empresa;
c) Rescisão indireta;
Art. 481, CLT - Aos contratos por prazo determinado, que contiverem cláusula
asseguratória do direito recíproco de rescisão antes de expirado o termo ajustado,
aplicam-se, caso seja exercido tal direito por qualquer das partes, os princípios que
regem a rescisão dos contratos por prazo indeterminado.
Agora, o aviso prévio é cabível nas seguintes situações (com ônus para o empregado):
a) Resilição unilateral;
No caso de culpa recíproca o empregado terá direito a metade do valor do aviso prévio.
2.2. Prazos
Art. 7o, XXI, CF/88 - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de
trinta dias, nos termos da lei.
A Lei no 12.506/2011 regula o aviso prévio proporcional, sendo certo que a cada ano de
serviço serão acrescidos 3 dias de aviso prévio, perfazendo um total máximo de 90 dias de
aviso prévio (30 dias + 60 dias proporcionais, ou seja, para garantir 60 dias deve laborar por
pelo menos 20 anos).
É interessante tecer comentários quanto a contagem do prazo do aviso prévio, em que exclui-
se o dia do começa e inclui o dia do término
TST Enunciado nº 380 - Aplica-se a regra prevista no "caput" do art. 132 do Código Civil
de 2002 à contagem do prazo do aviso prévio, excluindo-se o dia do começo e incluindo
o do vencimento.
O aviso prévio só é concedido pelo período de 30 dias. Caso seja direito do empregado um
número maior de dias serão, esses indenizados. Exemplo: 30 dias (trabalhados) + 9 dias
(indenizados) = 3 anos de trabalho.
O aviso prévio que é para proteger não pode prejudicar. No caso do empregado arrumar outro
emprego no decorrer do aviso prévio é exceção a regra, eximindo o empregador do valor
correspondente ao aviso prévio.
a) Trabalhado
Art. 488, CLT - O horário normal de trabalho do empregado, durante o prazo do aviso, e
se a rescisão tiver sido promovida pelo empregador, será reduzido de 2 (duas) horas
diárias, sem prejuízo do salário integral. Parágrafo único - É facultado ao empregado
trabalhar sem a redução das 2 (duas) horas diárias previstas neste artigo, caso em que
poderá faltar ao serviço, sem prejuízo do salário integral, por 1 (um) dia, na hipótese do
inciso l, e por 7 (sete) dias corridos, na hipótese do inciso II do art. 487 desta
Consolidação.
1) Ocorre quando o trabalhador labora por mais 30 dias, com redução diária de 2 horas de
serviço; TST Enunciado nº 230 - É ilegal substituir o período que se reduz da Jornada de
trabalho, no aviso prévio, pelo pagamento das horas correspondentes.
2) Quando o trabalhador tem direito de não trabalhar nos últimos 7 dias do aviso prévio, mas
trabalha os outros dias sem a redução da jornada.
b) Indenizado:
Nesse caso não há trabalho, não há prestação de serviços. Apenas haverá contraprestação em
pecúnia.
Art. 487, CLT - Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, quiser
rescindir o contrato deverá avisar a outra da sua resolução com a antecedência mínima
de: II - trinta dias aos que perceberem por quinzena ou mês, ou que tenham mais de 12
(doze) meses de serviço na empresa. § 1º - A falta do aviso prévio por parte do
empregador dá ao empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso,
garantida sempre a integração desse período no seu tempo de serviço. § 2º - A falta de
aviso prévio por parte do empregado dá ao empregador o direito de descontar os
salários correspondentes ao prazo respectivo.
No caso do empregado não cumprir com o aviso prévio, poderá o empregador descontar do
salário os dias não trabalhados:
Art. 487, CLT - Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, quiser
rescindir o contrato deverá avisar a outra da sua resolução com a antecedência mínima
de:
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Art. 487, CLT - Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, quiser
rescindir o contrato deverá avisar a outra da sua resolução com a antecedência mínima
de: § 1º - A falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos
salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse
período no seu tempo de serviço.
O empregado que cometer falta grave, ou seja, der justa causa durante o aviso prévio poderá
ser dispensado. Só existe uma justa causa que não vigora no aviso prévio, é o abandono de
emprego.
Art. 490, CLT - O empregador que, durante o prazo do aviso prévio dado ao empregado,
praticar ato que justifique a rescisão imediata do contrato, sujeita-se ao pagamento da
remuneração correspondente ao prazo do referido aviso, sem prejuízo da indenização
que for devida.
Art. 491, CLT - O empregado que, durante o prazo do aviso prévio, cometer qualquer das
faltas consideradas pela lei como justas para a rescisão, perde o direito ao restante do
respectivo prazo.
O aviso prévio pode ser retratado, mas dependerá da anuência da outra parte.
Art. 489, CLT - Dado o aviso prévio, a rescisão torna-se efetiva depois de expirado o
respectivo prazo, mas, se a parte notificante reconsiderar o ato, antes de seu termo, à
outra parte é facultado aceitar ou não a reconsideração. Parágrafo único - Caso seja
aceita a reconsideração ou continuando a prestação depois de expirado o prazo, o
contrato continuará a vigorar, como se o aviso prévio não tivesse sido dado.
O aviso prévio para todo brasileiro será concedido na proporção de 30 dias aos empregados
que contem menos de 1 ano completo de serviço na mesma empresa. Ao aviso prévio
proporcional, previsto na lei 12.506/2011, serão acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço
prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até
90 (noventa) dias.
Art. 1o, Lei 12.506/11 - O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de
maio de 1943, será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que
contem até 1 (um) ano de serviço na mesma empresa. Parágrafo único. Ao aviso prévio
previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na
mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90
(noventa) dias.
Jurisprudência do TST
TST decide que aviso prévio proporcional é obrigação limitada ao empregador (TST
06.11.2017)
Por unanimidade, a SDI-1 proveu os embargos e condenou a empresa ao pagamento dos três
dias de trabalho prestado indevidamente no período do aviso-prévio, com os reflexos cabíveis.
Embora o salário mínimo regional apareça inúmeras vezes na CLT, devemos lembrar que ela é
antiga. Não temos mais salário mínimo diferente entre Estados, sendo vedado o salário mínimo
regional. Assim, toda vez que aparecer na CLT salário mínimo regional, devemos lembrar que
esses dispositivos não foram recepcionados pela Constituição Federal de 1988.
Art. 7º, IV, CF/88 - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de
atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia,
alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social,
com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua
vinculação para qualquer fim.
NÃO é possível que os Estados criem um salário-mínimo estadual, o que pode acontecer é que
leis estaduais versem sobre o piso salarial de determinadas categorias, não podendo o piso ser
inferior ao salário mínimo nacionalmente unificado.
O salário mínimo é previsto em lei e nacionalmente unificado, com reajustes periódicos que lhe
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim, ou seja, não se
pode utilizar o salário mínimo como indexador.
Dessa forma, via regra, é vedada a formação de contratos tendo como base o salário mínimo.
O constituinte quis com isso elevar o real poder aquisitivo quando o salário mínimo tivesse um
aumento, pois se fosse aumentado o salário mínimo e se na mesma proporção todos os
contratos que orbitam a vida do trabalhador, ele nunca teria um ganho real em seu poder
aquisitivo. Assim, se eu aumento o salário mínimo em 6%, mas aumentou a escola em 6%,
aumentou o aluguel em 6%, aumentou a cesta básica em 6%, portanto, não adiantou aumentar
o salário mínimo. Concluindo, não posso vincular outras atividades ao salário mínimo.
O salário mínimo é o valor mais baixo que o empregador poderá pagar ao empregado que
trabalha 8 horas diárias e 44 horas semanais. Todavia, se o obreiro for contratado para
trabalhar em jornada inferior à duração normal, poderá receber menos, mas o valor da hora
será proporcional ao salário-mínimo.
OJ 358 SDI-1 TST - Havendo contratação para cumprimento de jornada reduzida, inferior
à previsão constitucional de oito horas diárias ou quarenta e quatro semanais, é lícito o
pagamento do piso salarial ou do salário mínimo proporcional ao tempo trabalhado.
Piso Salarial
Por fim, vamos falar um pouquinho do piso salarial, que é o valor mínimo fixado em acordo ou
convenção coletiva de trabalho (negociação coletiva), para determinada categoria profissional,
dos metalúrgicos, por exemplo.
Art. 7º, VI, CF/88 - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo
coletivo.
A regra é a irredutibilidade do salário, mas esse preceito também não é absoluto, mediante
convenção ou acordo coletivo de trabalho é possível a redução salarial temporária do
empregado, preservando o bem maior do empregado, o emprego.
Ocorre que o legislador preferiu, nesse caso, reduzir temporariamente os salários dos
empregados, para proteger a continuidade da relação de emprego.
O salário é intangível, intocável. Partimos de uma premissa de que o salário tem natureza
alimentar, por isso não é passível de descontos. Dívidas cíveis não penhoram o salário, a única
dívida que alcança o salário é a pensão alimentícia, a qual também tem natureza alimentar.
Art. 462, CLT - Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do
empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de
contrato coletivo.
§ 1º - Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde de que
esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado.
Salário é tudo aquilo que empregado recebe do empregador por força de um contrato de
trabalho, ou seja, tudo aquilo que o empregado recebe como contraprestação pelo serviço
prestado ou pelo tempo à disposição tem natureza salarial.
90
O salário pode ser fixo ou variável. O salário fixo é aquela prestação certa, invariável, salvo
se o empregado faltar ou chegar atrasado, nesses casos o empregador poderá fazer os
devidos descontos. Já no que se refere ao salário variável, é aquele que vem atrelado a uma
condição, geralmente ligada à produção do obreiro.
A remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, é a soma do salário devido e pago
diretamente pelo empregador como contraprestação do serviço (pagamento direto) mais a
contraprestação paga por terceiros (pagamento indireto).
As gorjetas são o melhor exemplo de pagamento indireto, aquele realizado por terceiro à
relação contratual, que a despeito de não ter natureza salarial compõem a remuneração do
empregado, integrando-se ao salário para todos os efeitos legais.
Conceito de Gorjeta
Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente empregado,
como também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional ao, a qualquer título, e
destinado à distribuição aos empregados.
Dessa forma, a gorjeta representa a quantia paga por terceiros como forma agradecimento
pelo serviço prestado de forma eficiente ou diante da exigência da empresa.
Tendo em vista o conceito legal de gorjeta inserido na CLT por meio da Lei no 13.419/2017,
depreende-se que existem duas espécies de gorjeta:
Art. 457, § 3º, CLT - Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada
pelo cliente empregado, como também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou
adicional ao, a qualquer título, e destinado à distribuição aos empregados.
Art. 7º, XI, CF/88 – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração,
e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;
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O art. 3º da Lei no 10.101/2000 estabelece que a Participação nos Lucros e Resultados não
constitui base de incidência de qualquer encargo trabalhista, não se aplicando o princípio da
habitualidade.
Art. 3º, Lei 10.101/00 - A participação de que trata o art. 2o não substitui ou complementa
a remuneração devida a qualquer empregado, nem constitui base de incidência de
qualquer encargo trabalhista, não se lhe aplicando o princípio da habitualidade.
Não é possível distribuir PL todos os meses, caso o empregador queira distribuí-la deve ser ou
semestral ou anual. E, ainda, deverá ser ajustada mediante negociação coletiva.
Os empregados que contribuíram para a empresa na busca por lucros e resultados terão direito
a parcela, mesmo que o contrato de trabalho tenha terminado antes da data prevista para a
percepção da participação. No caso de rompimento antecipado, o pagamento será realizado de
forma proporcional aos meses trabalhados.
TST Enunciado nº 451 - Fere o princípio da isonomia instituir vantagem mediante acordo
coletivo ou norma regulamentar que condiciona a percepção da parcela participação nos
lucros e resultados ao fato de estar o contrato de trabalho em vigor na data prevista para
a distribuição dos lucros. Assim, inclusive na rescisão contratual antecipada, é devido o
pagamento da parcela de forma proporcional aos meses trabalhados, pois o ex-
empregado concorreu para os resultados positivos da empresa.
b) Ajuda de custo
Não é uma prestação sucessiva, fornecida mensalmente, é uma prestação única, é uma
indenização para cobrir despesas de mudança. Não é salário, tem natureza indenizatória.
As diárias são parcelas pagas ao empregado para cumprir despesas na rua. As diárias de
viagem são os valores pagos ao empregado que viaja a trabalho. O empregador poderá dar um
valor fixo ou ressarcir o obreiro das despesas efetuadas. Ambas diárias têm natureza
indenizatória.
d) Prêmios e Abonos
Segundo o Professor José Cairo Jr., “o prêmio consiste em uma verba salarial não prevista em
lei. Decorre, dessa forma, de ajuste particular (contrato individual de trabalho), regulamento
empresarial, sentença normativa, convenção ou acordo coletivo de trabalho”.
O prêmio possui natureza condicional e é devida quando o empregado atinge certas condições
previamente estabelecidas pelo empregador. Ocorre, por exemplo, quando o empregado é
assíduo, quando atinge um número determinado de vendas.
Art. 457, § 2o, CLT - As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de
custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem,
prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao
contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo
trabalhista e previdenciário.
Prêmios são definidos por Amauri Mascaro Nascimento2 da seguinte forma: “Prêmio é um
salário vinculado a fatores de ordem pessoal do trabalhador, como a produção, eficiência, etc.
[...] É uma forma de salário vinculado a um fator de ordem pessoal do empregado ou geral de
muitos empregados, via de regra, a sua produção. Daí falar-se, também, em salário por
rendimento ou salário por produção. Caracteriza-se, também, pelo seu aspecto condicional.
Uma vez verificada a condição de que resulta, deve ser pago.
Salário
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Salário não é só a quantia paga em espécie paga ao empregado, todos os valores pagos ao
obreiro deverão ser anotados no contracheque para os devidos efeitos legais.
Art. 458, CLT - Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos
os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações "in natura"
que a empresa, por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao
empregado. Em caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou
drogas nocivas.
A CLT autoriza que parte do salário do empregado seja pago em utilidades, contudo, ao menos
30% do pagamento tem que ser efetuado em dinheiro.
Art. 82, Parágrafo único, CLT - O salário mínimo pago em dinheiro não será inferior a
30% (trinta por cento) do salário mínimo fixado para a região, zona ou subzona.
Para facilitar a compreensão vamos estudar a regrinha do para e do pelo. Um macete para não
termos mais dúvidas quanto à natureza da parcela.
Aquilo que foi fornecido ao empregado pelo empregador como uma ferramenta
indispensável PARA o trabalho não é considerado salário. Agora, se o que foi fornecido
ao empregado é PELO trabalho, um luxo, é salário.
§ 2º. Para os efeitos previstos neste artigo, não serão consideradas como salário as
seguintes utilidades concedidas pelo empregador:
VI – previdência privada;
Truck system
Não pode o empregador pagar salário com mercadorias da empresa. Isso é denominado truck
system.
Muitas vezes no meio rural, o empregador obriga o empregado a comprar no armazém dele,
fazendo com que o empregado tenha uma dívida eterna com o empregador.
Art. 462, § 2º, CLT - É vedado à empresa que mantiver armazém para venda de
mercadorias aos empregados ou serviços estimados a proporcionar-lhes prestações "in
natura" exercer qualquer coação ou induzimento no sentido de que os empregados se
utilizem do armazém ou dos serviços.
Salário básico
Salário básico (ou base) é o valor fixo pago ao obreiro, não incluindo outras parcelas
porventura existentes (adicionais, gratificações, etc.).
Nem sempre o empregado receberá um salário fixo, a legislação brasileira oportuniza que o
empregado seja remunerado tão-somente por meio de comissões. Sendo assim, a nossa
Constituição Federal certifica que, mesmo não existindo valor fixo, o empregado comissionista
receba, ao menos, o salário mínimo.
Art. 7º, CF/88 - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração
variável.
Adicionais(Salário-condição)
Cabe frisar que os adicionais representam salário-condição, deixando de existir a condição que
viabiliza o pagamento do adicional o empregado não mais o receberá.
a) Adicional Noturno
Art. 7º, CF/88 - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
Mais uma especificidade sobre o trabalho noturno é a redução da hora noturna, fictamente
considerada como de 52’30’’.
Art. 73, CLT. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno
terá remuneração superior a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um
acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna.
Art. 7º, Lei 5.889/73 - Para os efeitos desta Lei, considera-se trabalho noturno o
executado entre as vinte e uma horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte, na
lavoura, e entre as vinte horas de um dia e as quatro horas do dia seguinte, na atividade
pecuária.
Parágrafo único. Todo trabalho noturno será acrescido de 25% (vinte e cinco por cento)
sobre a remuneração normal.
b) Adicional de Periculosidade
Art. 7º, XXIII, CF/88 - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou
perigosas, na forma da lei;
Para facilitar a compreensão vamos lembrar que local perigoso é aquele que demanda perigo
iminente à integridade física, que pode levar a óbito de forma repentina.
• Explosivos e Inflamáveis
• Rede de energia elétrica
• Vigilante (segurança pessoal ou patrimonial)
• Trabalhador em motocicleta
§ 2º - O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja
devido.
.............................................................................
O artigo 193 da CLT traz uma lista com as atividades consideradas perigosas. Importante
notar, que no ano de 2014 foi introduzido o § 4º no aludido artigo que inseriu como atividade
perigosa o trabalho em motocicletas.
97
c) Adicional de Insalubridade
Art. 189, CLT - Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por
sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes
nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da
intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.
Para que haja uma compensação do trabalho realizado em condições nocivas, o empregador
deverá pagar para o empregado o respectivo adicional, independentemente do tempo que o
empregado ficar exposto ao agente nocivo, e é calculado com base no salário mínimo.
Art. 192, CLT - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de
tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional
respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por
cento) do SALÁRIO-MÍNIMO da região, segundo se classifiquem nos graus máximo,
médio e mínimo.
Ainda que o empregado trabalhe em um local perigoso e insalubre, ele não receberá os dois
adicionais concomitantemente. O empregado optará ou pelo adicional de insalubridade ou pelo
adicional de periculosidade.
Vamos ter muito cuidado com o teor da supramencionada, cuja eficácia está suspensa por
decisão liminar do STF.
O STF editou a Súmula Vinculante no 4 que proíbe que o salário mínimo sirva de base de
cálculo (indexador) de vantagem de empregado, logo, veta a incidência sobre o adicional de
insalubridade.
Todavia, em decisão liminar o STF defendeu a aplicação temporária do art. 192 da CLT até
que a lei modifique a CLT para determinar outra base para o cálculo do adicional de
insalubridade.
Assim, a incidência do adicional de insalubridade ainda deve recair sobre o salário mínimo.
98
TST Enunciado nº 448 - I - Não basta a constatação da insalubridade por meio de laudo
pericial para que o empregado tenha direito ao respectivo adicional, sendo necessária a
classificação da atividade insalubre na relação oficial elaborada pelo Ministério do
Trabalho. II – A higienização de instalações sanitárias de uso público ou coletivo de
grande circulação, e a respectiva coleta de lixo, por não se equiparar à limpeza em
residências e escritórios, enseja o pagamento de adicional de insalubridade em grau
máximo, incidindo o disposto no Anexo 14 da NR-15 da Portaria do MTE nº 3.214/78
quanto à coleta e industrialização de lixo urbano.
Para que o empregador não precise mais pagar o adicional de insalubridade ele deverá
fornecer os equipamentos de segurança, mas não é apenas isso, esses equipamentos terão
que eliminar a condição insalubre.
Vejamos que, nesse caso, somente a eliminação da insalubridade poderá excluir a percepção
do adicional, a simples redução fará diminuir o quantum a ser pago.
Art. 483, CLT - O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida
indenização quando:
OJ 173 SDI-1 TST. Adicional de insalubridade. Atividade a céu aberto. Exposição ao sol e
ao calor. I – Ausente previsão legal, indevido o adicional de insalubridade ao
trabalhador em atividade a céu aberto, por sujeição à radiação solar. II – Tem direito ao
adicional de insalubridade o trabalhador que exerce atividade exposto ao calor acima
dos limites de tolerância, inclusive em ambiente externo com carga solar, nas condições
previstas no Anexo 3 da NR 15 da Portaria Nº 3214/78 do MTE.
Para que não haja confusão entre os adicionais vamos lembrar que a periculosidade
mata de uma vez só, a insalubridade vai matando aos poucos.
Horas extras não são aquelas que ultrapassam da 8a diária e 44a semanais, hora extra é
aquela que extrapola a jornada fixada no contrato de trabalho. Por exemplo, se no meu
contrato de trabalho foi acordado uma jornada de 5 horas diárias, as que ultrapassem são
remuneradas como extraordinárias.
Art. 59, CLT - A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras, em
número não excedente de duas, por acordo individual, convenção coletiva ou acordo
coletivo de trabalho.
§ 1o - A remuneração da hora extra será, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) superior
à da hora normal.
e) Adicional de Transferência
Art. 469, CLT - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência,
para localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a
que não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio.
• Mudança de localidade
• Mudança de domicílio
Para que o empregado faça jus ao adicional não pode ter sido ele o responsável pela mudança
de domicílio, se foi a pedido do próprio empregado, será um caso de remoção, não sendo
devido o adicional.
Não existe nenhum só artigo na CLT que trata do instituto, devemos então recorrer às
leis que disciplinam a matéria. É importante dar uma lida na Lei no 4.090/62 e na Lei no
4.749/65, bem como no Decreto 57.155/65.
Art. 1º, Lei 4.090/62 - No mês de dezembro de cada ano, a todo empregado será paga,
pelo empregador, uma gratificação salarial, independentemente da remuneração a que
fizer jus.
§ 2º - A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de trabalho será havida como mês
integral para os efeitos do parágrafo anterior.
Cabe ressaltar que em caso de dispensa com justa causa, o empregado perde o direito à
gratificação natalina proporcional e correspondente ao ano da demissão.
TST Enunciado nº 157 - A gratificação instituída pela Lei nº 4.090, de 13.07.1962, é devida
na resilição contratual de iniciativa do empregado.
Segundo o que estabelece o art. 1o da Lei 4.749/65 a gratificação natalina deve ser paga até o
dia 20 de dezembro de cada ano, compensado o que já foi recebido a título de adiantamento.
Entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano, o patrão pagará, como adiantamento da
gratificação metade do salário recebido pelo empregado no mês anterior.
Art. 1º, Lei 4.749/65 - A gratificação salarial instituída pela Lei número 4.090, de 13 de
julho de 1962, será paga pelo empregador até o dia 20 de dezembro de cada ano,
compensada a importância que, a título de adiantamento, o empregado houver recebido
na forma do artigo seguinte.
Art. 2º, Lei 4.749/65 - Entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano, o
empregador pagará, como adiantamento da gratificação referida no artigo precedente, de
uma só vez, metade do salário recebido pelo respectivo empregado no mês anterior.
§ 2º - O adiantamento será pago ao ensejo das férias do empregado, sempre que este o
requerer no mês de janeiro do correspondente ano.
Comissões
Na CLT existem peculiaridade acerca das comissões a serem recebidas pelos empregados em
geral, enfatizando as seguintes:
GARANTIAS SALARIAIS
Irredutibilidade salarial
Irredutibilidade significa dizer que o salário não poderá ser arbitrariamente reduzido.
102
Art. 7º, CF/88 - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
A própria Carta Magna estabelece que a redução do salário somente será lícita quando
realizada mediante negociação coletiva.
Integralidade do salário
Integralidade quer dizer que o empregado tem o direito de não sofrer descontos em seu salário.
Art. 462, CLT - Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do
empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de
contrato coletivo.
São exemplos de salário por unidade de tempo: salário fixado por hora (horista); salário fixado
por dia (diarista); salário fixado por semana (semanalista), por quinzena (quinzenalista) e por
mês (mensalista).
O salário por unidade de obra ou por produção tem como base de cálculo a quantidade de
peças (unidades) produzidas pelo empregado. O valor do salário varia de acordo com a
quantidade de serviço.
O empregador estipula um valor (chamado de tarifa) por unidade produzida e o salário será o
produto da multiplicação entre a tarifa e a quantidade de unidades produzidas pelo empregado
no período de tempo determinado (mês, quinzena, semana). Remunera-se a produção,
estimulando o trabalhador, pois quanto mais produz mais ganha.
O Professor Mauricio Godinho Delgado10 nos ensina: “O salário-tarefa é aquele que se afere
através de fórmula combinatória do critério de unidade de obra com o critério da unidade de
tempo. Acopla-se a um certo parâmetro temporal (hora, dia, semana ou mês) um certo
montante mínimo de produção a ser alcançado pelo trabalhador. Por este sistema, caso o
trabalhador atinja a meta de produção em menor número de dias da semana, por exemplo,
dois efeitos podem ocorrer, a juízo do empregador: libera- se o empregado do trabalho nos
103
Pode ser livremente ajustada entre as partes, contudo, não pode ultrapassar um mês. A CLT
determina que o salário seja pago em dias úteis e no local de trabalho.
Art. 459, CLT - O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do trabalho, não
deve ser estipulado por período superior a 1 (um) mês, salvo no que concerne a
comissões, percentagens e gratificações.
§ 1º - Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser efetuado, o mais
tardar, até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido.
Art. 465, CLT. O pagamento dos salários será efetuado em dia útil e no local do trabalho,
dentro do horário do serviço ou imediatamente após o encerramento deste, salvo
quando efetuado por depósito em conta bancária, observado o disposto no artigo
anterior.
O salário deve ser pago pessoalmente ao empregado, mediante recibo e até o 5º dia útil do
mês subsequente ao trabalhado.
Art. 464, CLT - O pagamento do salário deverá ser efetuado contra recibo, assinado pelo
empregado; em se tratando de analfabeto, mediante sua impressão digital, ou, não
sendo esta possível, a seu rogo.
Acerca do pagamento bancário Sérgio Pinto Martins 12 entende que: “Em primeiro lugar, a
abertura de conta bancária em nome do trabalhador deve ter o consentimento do empregado,
para que possa haver o depósito do salário nessa conta. Em segundo lugar, não poderá ser em
qualquer estabelecimento de crédito, mas sim próximo ao local de trabalho.
Art. 463, CLT - A prestação, em espécie, do salário será paga em moeda corrente do
País.
Férias
Art. 7º, XVII, CF/88 - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a
mais do que o salário normal.
Período Aquisitivo
Para o trabalhador gozar das férias terá que cumprir o chamado período aquisitivo. O período
aquisitivo é o lapso temporal de 12 meses que o empregado tem que trabalhar para ter direito
às férias.
Art. 129, CLT - Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias,
sem prejuízo da remuneração.
A duração das férias do empregado irá depender no número de faltas injustificadas cometidas
no período aquisitivo.
Para que o empregador possa descontar das férias do empregado as faltas injustificadas tem
que respeitar o que estabelece o art. 130 da CLT.
Art. 130, CLT - Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de
trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção:
I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 (cinco)
vezes;
II - 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) faltas;
III - 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e três) faltas;
IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e duas)
faltas.
§ 2º - O período das férias será computado, para todos os efeitos, como tempo de
serviço.
Se o trabalhador tiver mais de 32 faltas injustificadas no período aquisitivo NÃO terá direito as
férias.
Art. 473, CLT - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do
salário:
V - até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos termos da
lei respectiva.
105
VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular
para ingresso em estabelecimento de ensino superior.
VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo.
XI - por 1 (um) dia por ano para acompanhar filho de até 6 (seis) anos em consulta
médica.
Período concessivo
As férias serão concedidas por ato do empregador, quando melhor lhe convir, via de regra, em
um só período de 30 dias corridos, transcorridos os doze meses subsequentes ao período
aquisitivo.
Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser usufruídas em até três
períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os demais não
poderão ser inferiores a cinco dias corridos, cada um.
O empregado estudante, menor de 18 anos, terá direito a fazer coincidir suas férias com as
férias escolares.
O empregado deve ser comunicado que gozará das férias individuais com, no mínimo, 30 dias
de antecedência, momento em que ele dará recibo.
Como o objetivo das férias é o descanso do trabalhador, logo, durante esse período o
empregado não poderá prestar serviços a outro empregador, salvo se estiver obrigado a fazê-
lo em virtude de contrato de trabalho regularmente mantido com aquele.
REFORMA TRABALHISTA
Antes da Reforma Trabalhista a CLT era omissa no que diz respeito ao início do período de
férias. Atualmente, as férias não podem iniciar no período de dois dias que antecede um
feriado ou o dia do repouso semanal remunerado. Art. 134, § 3º, CLT - É vedado o início das
férias no período de dois dias que antecede feriado ou dia de repouso semanal remunerado.
Art. 134, CLT - As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período,
nos 12 (doze) meses subsequentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito.
Art. 135, CLT - A concessão das férias será participada, por escrito, ao empregado, com
antecedência de, no mínimo, 30 (trinta) dias. Dessa participação o interessado dará
recibo.
106
§ 1º - O empregado não poderá entrar no gozo das férias sem que apresente ao
empregador sua Carteira de Trabalho e Previdência Social, para que nela seja anotada a
respectiva concessão.
§ 2º - A concessão das férias será, igualmente, anotada no livro ou nas fichas de registro
dos empregados.
Art. 136, CLT - A época da concessão das férias será a que melhor consulte os
interesses do empregador.
Art. 138, CLT - Durante as férias, o empregado não poderá prestar serviços a outro
empregador, salvo se estiver obrigado a fazê-lo em virtude de contrato de trabalho
regularmente mantido com aquele.
Abono pecuniário
O direito às férias é irrenunciável pelo trabalhador, ele não tem o direito de converter em abono
pecuniário a totalidade de suas férias. O empregado tem a faculdade que de converter 1/3 das
férias em abono pecuniário, ou seja, o trabalhador tem o direito de “vender” 1/3 de suas férias.
Para que o empregado tenha o direito da conversão das férias em pecúnia é necessário que o
abono de férias seja requerido até 15 dias antes do término do período aquisitivo. Dessa forma,
o empregador não poderá se escusar de conceder.
Art. 143, CLT - É facultado ao empregado converter 1/3 (um terço) do período de férias a
que tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos
dias correspondentes.
§ 1º - O abono de férias deverá ser requerido até 15 (quinze) dias antes do término do
período aquisitivo.
§ 2º - Tratando-se de férias coletivas, a conversão a que se refere este artigo deverá ser
objeto de acordo coletivo entre o empregador e o sindicato representativo da respectiva
categoria profissional, independendo de requerimento individual a concessão do abono.
Art. 137, CLT - Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata o art.
134, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração.
O pagamento da remuneração das férias e, se for o caso, o do abono serão efetuados até 2
dias antes do início do respectivo período.
107
Férias coletivas
As férias coletivas poderão ser concedidas em dois períodos, desde que nenhum deles seja
inferior a 10 dias corridos.
O empregador terá que dar ampla publicidade das férias coletivas, informando ao Ministério do
Trabalho e ao sindicato profissional com, no mínimo, 15 dias de antecedência.
Art. 139, CLT - Poderão ser concedidas férias coletivas a todos os empregados de uma
empresa ou de determinados estabelecimentos ou setores da empresa.
§ 1º - As férias poderão ser gozadas em 2 (dois) períodos anuais desde que nenhum
deles seja inferior a 10 (dez) dias corridos.
Fracionamento da Férias
Férias individuais
Art. 134, § 1º, CLT - Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser
usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a quatorze
dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos, cada um.
Férias Coletivas
Art. 139, § 1º, CLT - As férias poderão ser gozadas em 2 (dois) períodos anuais desde
que nenhum deles seja inferior a 10 (dez) dias corridos.
Art. 145 - O pagamento da remuneração das férias e, se for o caso, o do abono referido
no art. 143 serão efetuados até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período.
Férias Integrais
Férias proporcionais
O trabalhador não perde nunca, não importa se o trabalhador foi mandado embora por justa
causa, se ele pediu demissão. Se o trabalhador não gozou ele sempre receberá a
remuneração das férias integrais + 1/3. O trabalhador só vai perder se for dispensado por justa
causa. Mesmo que o empregado peça demissão é garantido a ele as férias proporcionais.
TST Enunciado no 171 - Salvo na hipótese de dispensa do empregado por justa causa, a
extinção do contrato de trabalho sujeita o empregador ao pagamento da remuneração
das férias proporcionais, ainda que incompleto o período aquisitivo de 12 (doze) meses
(art. 147 da CLT).
TST Enunciado no 261 - O empregado que se demite antes de completar 12 (doze) meses
de serviço tem direito a férias proporcionais.
Prescrição
Como visto acima a prescrição pode ser dividida em aquisitiva (ex. usucapião, muito utilizado
no direito civil) e extintiva.
Apenas quero deixar claro que a prescrição que será estudada agora é a extintiva.
Art. 7º, CF/88 - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes
das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores
urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho.
• Dois anos a partir da ruptura do contrato (prescrição bienal), e• Cinco anos a contar de
forma retroativa da propositura da ação (prescrição quinquenal).
Exemplo: se um empregado foi mandado embora depois de 10 anos de serviço, ele tem dois
anos para entrar com a ação a partir do rompimento do contrato de trabalho e só poderá pedir
as verbas trabalhistas do período de cinco anos pretéritos.
Art. 11, CLT - A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de trabalho
prescreve em cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois
anos após a extinção do contrato de trabalho.
109
São aquelas hipóteses em que o prazo prescricional ainda não começou a correr, ou seja,
ainda não foi, como vemos nas partidas de futebol, dado o apito inicial. Analogia a parte, é o
impedimento do inicio do prazo prescricional.
Art. 440, CLT - Contra os menores de 18 (dezoito) anos não corre nenhum prazo de
prescrição.
É no trabalho onde a maioria das pessoas passam a maior parte do seu dia, em vista disso, é
dever do empregador zelar por um meio ambiente de trabalho o mais seguro possível. Sendo
assim, a CLT dedicou um capítulo para a Segurança e Medicina do Trabalho.
As normas que versam sobre a medicina e segurança do trabalho são consideradas normas de
ordem pública, ou seja, são indisponíveis. Isso quer dizer que empregado e empregador não
podem flexibilizá-las a fim reduzi-las.
Art. 7º, CF/88 - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social: XXII - redução dos riscos inerentes ao
trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança.
Deveres do Empregador
III - adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente;
Logo, o membro da CIPA garantidor de estabilidade provisória é somente aquele que foi
eleito entre os empregados e seus suplentes, não atingindo os empregados indicados
pelo dono da empresa.
O MANDATO dos membros eleitos da CIPA terá a duração de 1 ANO, permitida uma
reeleição.
Art. 10, ADCT. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da
Constituição:
II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa: a) do empregado eleito para
cargo de direção de comissões internas de prevenção de acidentes, desde o registro de
sua candidatura até um ano após o final de seu mandato;
111
Art. 164, CLT - Cada CIPA será composta de representantes da empresa e dos
empregados, de acordo com os critérios que vierem a ser adotados na regulamentação
de que trata o parágrafo único do artigo anterior.
§ 3º - O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de 1 (um) ano, permitida
uma reeleição.
Art. 7º, CF/88 - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social: XXIII - adicional de remuneração para as
atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
Quanto ao adicional de penosidade cabe observar que tal adicional carece de regulamentação
infraconstitucional, ou seja, não há possibilidade do pagamento do adicional de penosidade
ainda, ficando subordinado ao advento de uma lei ordinária que o regule.
Da Periculosidade
O local perigoso traz um perigo iminente à integridade física, que pode levar a óbito de
forma repentina.
§ 2º - O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja
devido.
112
Da Insalubridade
Atividades insalubres são aquelas em que há um agente nocivo atuando contra a saúde do
trabalhador.
Art. 189, CLT - Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por
sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes
nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da
intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.
Art. 190, CLT - O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das atividades e operações
insalubres e adotará normas sobre os critérios de caracterização da insalubridade, os
limites de tolerância aos agentes agressivos, meios de proteção e o tempo máximo de
exposição do empregado a esses agentes.
Art. 192, CLT - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de
tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional
respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por
cento) do SALÁRIO-MÍNIMO da região, segundo se classifiquem nos graus máximo,
médio e mínimo.
Art. 611-A, CLT - A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência
sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre:
Jurisprudência do TST
Adicional de periculosidade não é devido a vigia que não porta arma de fogo A função
não expõe o trabalhador a risco de roubo ou violência física. (TST 27.10.2017)
Um vigia da Associação das Pioneiras Sociais em Belo Horizonte não conseguiu, em recurso
para o Tribunal Superior do Trabalho, o reconhecimento do direito ao adicional de
periculosidade pretendido. Seu recurso não foi conhecido pela Segunda Turma do Tribunal,
seguindo entendimento da Subseção I Especializada de Dissídios Individuais (SDI-1) de que,
ao contrário do vigilante, o vigia, que não porta arma de fogo, não está exposto a risco de
roubo ou violência física. O trabalhador pediu o adicional de periculosidade argumentando que
exercia a atividade de vigilância patrimonial e pessoal, mas o Tribunal Regional do Trabalho da
113
3ª Região (MG) julgou o pedido improcedente por considerar que, como auxiliar de segurança
patrimonial de hospital, a atividade do vigia não se enquadrava no Anexo 3 da Norma
Regulamentadora 16 do Ministério do Trabalho, que define esses profissionais. O vigia atuava
no setor de segurança patrimonial da associação, desempenhando funções relacionadas a
guarda de valores, rondas, guaritas da portaria e do pátio de serviços, entrada e
estacionamento de funcionários. Em depoimento pessoal, afirmou não possuir curso de
vigilante nem usar qualquer tipo de arma para o trabalho, e disse que já tinha sido policial e
que não transportava valores. Explicando que a discussão no caso é saber se trabalhadores
que atuam como vigia têm ou não direito ao adicional de periculosidade previsto no inciso II do
artigo 193 da CLT, o relator do recurso, ministro José Roberto Freire Pimenta, enfatizou que o
empregado não realizava vigilância armada, e, no entendimento da SDI-1, o vigia, ao contrário
do vigilante, não está exposto a risco de roubo ou violência física, não se enquadrando,
portanto, na norma do Ministério do Trabalho. Segundo o ministro, a atividade do vigilante
demanda o uso de arma de fogo e treinamento específico e demais requisitos previstos em lei,
enquanto que o vigia desenvolve suas funções sem o risco acentuado aludido na CLT, não
havendo, portanto, previsão legal de pagamento do adicional de periculosidade.
índices apurados estiverem compreendidos na categoria A a que se refere a norma ISO 2631,
traduzindo efeitos que ainda não foram objetivamente documentados”. Como o motorista
trabalhava submetido a vibração de 0,79m/s2, que se situa na região "B" do gráfico constante
da ISO 2.631, o relator considerou devido o pagamento de adicional em grau médio. A decisão
foi unânime.
Uma camareira de motel em Belo Horizonte conseguiu em recurso para o Tribunal Superior do
Trabalho (TST) restabelecer sentença condenatória contra o ex-empregador que negou a
concessão de adicional de insalubridade para a empregada. Ela havia ganhado a causa na 1ª
instância, mas o Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (MG) reformou a sentença,
entendendo que as tarefas da camareira, limpeza de quartos, banheiros, recolhimento e
separação de roupas de cama de motel estavam fora da hipótese normativa. Segunda decisão,
a empregada recebeu EPIs e treinamento para usá-los. Ainda segundo a tese jurídica, as
atividades da camareira só seriam insalubres se houvesse uso de drogas injetáveis pelos
frequentadores do estabelecimento. “Só assim o trabalho em motel poderia se equiparar a lixo
hospitalar”, conclui o TRT. No recurso para o TST, a trabalhadora insistiu no direito ao
adicional. Segundo ela, o TRT contrariou a Súmula nº 448, II, do TST, que diz que a
higienização de instalações sanitárias de uso público ou coletivo de grande circulação, como é
o caso de motéis e hotéis, e a respectiva coleta de lixo enseja o pagamento de adicional de
Insalubridade em grau máximo.
No Brasil, o empregado menor de dezesseis anos não pode trabalhar, exceto na condição de
aprendiz, a partir dos quatorze anos. Para os trabalhadores menores de dezoito anos existem
restrições, não podem trabalhar em condições perigosas ou insalubres e também não podem
laborar no período noturno.
Art. 7º, XXXIII, CF/88 - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de
dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de
aprendiz, a partir de quatorze anos.
Como já dito, com a proibição do trabalho em locais prejudiciais à saúde, a legislação quis
proteger a saúde física, moral e psíquica dos menores, por ainda estar em desenvolvimento.
Observa-se que mesmo no caso do menor ser emancipado, a proibição persiste.
A CLT restringe os locais e atividades que o menor poderá exercer, considerando prejudicial à
moralidade do menor o trabalho:
I - nos locais e serviços perigosos ou insalubres, constantes de quadro para esse fim
aprovado pelo Diretor Geral do Departamento de Segurança e Higiene do Trabalho;
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Ao menor é lícito firmar recibo pelo pagamento dos salários, todavia, tratando-se de quitação
dada ao empregador pelo recebimento da indenização decorrente de rescisão do contrato de
trabalho, é vedado ao menor dar sem assistência dos seus responsáveis legais.
Assim, o menor pode dar recibo pelos pagamentos dos salários, mas necessita da assistência
dos seus responsáveis para dar recibo de quitação das verbas rescisórias.
Art. 439, CLT - É lícito ao menor firmar recibo pelo pagamento dos salários. Tratando-se,
porém, de rescisão do contrato de trabalho, é vedado ao menor de 18 (dezoito) anos dar,
sem assistência dos seus responsáveis legais, quitação ao empregador pelo
recebimento da indenização que lhe for devida.
Art. 372 - Os preceitos que regulam o trabalho masculino são aplicáveis ao trabalho
feminino, naquilo em que não colidirem com a proteção especial instituída por este
Capítulo.
Parágrafo único - Não é regido pelos dispositivos a que se refere este artigo o trabalho
nas oficinas em que sirvam exclusivamente pessoas da família da mulher e esteja esta
sob a direção do esposo, do pai, da mãe, do tutor ou do filho. (Revogado
pela Lei nº 13.467, de 2017)
III - considerar o sexo, a idade, a cor ou situação familiar como variável determinante
para fins de remuneração, formação profissional e oportunidades de ascensão
profissional;
Parágrafo único. O disposto neste artigo não obsta a adoção de medidas temporárias
que visem ao estabelecimento das políticas de igualdade entre homens e mulheres, em
particular as que se destinam a corrigir as distorções que afetam a formação
profissional, o acesso ao emprego e as condições gerais de trabalho da mulher.
Outra distinção está na força muscular, os homens poderão remover individualmente até 60 kg.
Já as mulheres não podem realizar trabalhos que exijam força muscular superior a 20 kg para
o trabalho contínuo, ou 25 kg para o trabalho ocasional.
Art. 390, CLT - Ao empregador é vedado empregar a mulher em serviço que demande o
emprego de força muscular superior a 20 (vinte) quilos para o trabalho continuo, ou 25
(vinte e cinco) quilos para o trabalho ocasional.
Proteção à maternidade
Art. 392, § 4º, CLT - É garantido à empregada, durante a gravidez, sem prejuízo do salário
e demais direitos:
Art. 396, CLT - Para amamentar o próprio filho, até que este complete 6 (seis) meses de
idade, a mulher terá direito, durante a jornada de trabalho, a 2 (dois) descansos
especiais, de meia hora cada um.
Parágrafo único - Quando o exigir a saúde do filho, o período de 6 (seis) meses poderá
ser dilatado, a critério da autoridade competente.
III - a instalar vestiários com armários individuais privativos das mulheres, exceto os
estabelecimentos comerciais, escritórios, bancos e atividades afins, em que não seja
exigida a troca de roupa e outros, a critério da autoridade competente em matéria de
segurança e higiene do trabalho, admitindo-se como suficientes as gavetas ou
escaninhos, onde possam as empregadas guardar seus pertences;
Art. 395, CLT - Em caso de aborto não criminoso, comprovado por atestado médico
oficial, a mulher terá um repouso remunerado de 2 (duas) semanas, ficando-lhe
assegurado o direito de retornar à função que ocupava antes de seu afastamento.
Licença-maternidade
Art. 392, CLT. A empregada gestante tem direito à licença-maternidade de 120 (cento e
vinte) dias, sem prejuízo do emprego e do salário.
§ 3º Em caso de parto antecipado, a mulher terá direito aos 120 (cento e vinte) dias
previstos neste artigo.
Art. 392-A, CLT - À empregada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção
de criança será concedida licença-maternidade nos termos do art. 392, observado o
disposto no seu § 5o.
Por fim, vale lembrar que a licença-maternidade continua sendo de 120 dias. Porém, a Lei no
11.770/08 que instituiu o Programa Empresa Cidadã, permitiu a prorrogação da licença-
maternidade mediante concessão de incentivo fiscal às empresas que aderirem ao Programa.
Sendo assim, a empresa que aderir ao Programa Empresa Cidadã e prorrogar a licenca-
maternidade das empregadas por mais 60 dias, receberá incentivos fiscais.
Estabilidade da gestante
Art. 10, ADCT. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da
Constituição:
Ainda que a empregada esteja cumprindo aviso prévio será garantido à gestante a estabilidade
provisória.
Jurisprudência do TST
Gestante que rejeitou reintegração após ser demitida não receberá indenização
estabilitária A demonstração de má-fé afastou o direito à indenização. (TST 21.11.2017)
A Quarta Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou recurso de revista de uma operadora
de caixa contra sentença que julgou improcedente sua pretensão de receber indenização
decorrente da estabilidade da gestante. Nem ela nem o empregador, Sacolão Augusto &
Nogueira Ltda., de Belo Horizonte (MG), tinha ciência da gravidez na data da dispensa. Apesar
de a trabalhadora alegar que o desconhecimento da gravidez não impede a condenação da
empresa ao pagamento de indenização, o pedido foi indeferido porque houve demonstração de
existência de má-fé e abuso no exercício do direito pela trabalhadora. O juízo de primeiro grau
registrou que nem a trabalhadora tinha conhecimento de seu estado gravídico, mesmo
considerando-se a projeção do aviso-prévio, pois o exame de ultrassonografia que o constatou
foi realizado dois meses depois da demissão. Segundo a sentença, a empresa agiu com boa-fé
à época da ruptura contratual e, na audiência de conciliação, ofereceu reintegração imediata,
mas a proposta foi rejeitada pela trabalhadora, que não comprovou nenhum motivo que
desaconselhasse o retorno ao trabalho. Por isso, o juízo concluiu que ela praticou “evidente
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A decisão considera que o tempo de aviso prévio integra o contrato de trabalho. A Subseção I
Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) do Tribunal Superior do Trabalho condenou a
Léo Madeiras, Máquinas & Ferragens Ltda., de Santo André (SP), a pagar indenização
compensatória da estabilidade provisória da gestante a uma empregada que engravidou no
período de aviso-prévio. A decisão considera que o tempo de aviso prévio integra o contrato de
trabalho e, portanto, a concepção ocorreu durante a sua vigência.
Art. 4º CLT “Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja
à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição
especial expressamente consignada”.
REFORMA TRABALHISTA
A novidade da reforma trabalhista é que não serão computadas como jornada extraordinária as
variações de horário em que o empregado adentra/permanece dentro da empresa exercendo
atividades particulares.
o
§ 2 Por não se considerar tempo à disposição do empregador, não será computado
como período extraordinário o que exceder a jornada normal, ainda que ultrapasse o
o
limite de cinco minutos previsto no § 1 do art. 58 desta Consolidação, quando o
empregado, por escolha própria, buscar proteção pessoal, em caso de insegurança nas
vias públicas ou más condições climáticas, bem como adentrar ou permanecer nas
dependências da empresa para exercer atividades particulares, entre
outras: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
Por exemplo, se o empregado combina com seu empregador de chegar 1 hora mais cedo para
ficar estudando para concursos públicos no trabalho, antes do início do expediente. Este tempo
não será consideradoà disposição do empregador (não é computado como jornada).
VIII - troca de roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade de realizar a troca
na empresa. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Quanto ao inciso VIII do art. 4”, § 2”, da CLT (troca de roupa ou uniforme), percebam que o
tempo despendido na troca de roupa/uniforme deixa de sercomputado como jornada
extraordinária apenas quando não for obrigatória a referida troca dentro das dependências da
empresa. Ou seja, o tempo para troca de uniforme deixa de ser computado como jornada, caso
a troca se der por mera opção do empregado (e não por imposição do empregador).
Trabalho intermitente
Tal jornada vinha sendo implantada pelas grandes redes de fastfood, por meio da chamada
“jornada de trabalho móvel e variável."e condenada pelo TST, já que:
II - valor da hora ou do dia de trabalho, que não poderá ser inferior ao valor horário
ou diário do salário mínimo, assegurada a remuneração do trabalho noturno superior à
do diurno e observado o disposto no § 12; e (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de
2017)
o
§ 1 O empregador convocará, por qualquer meio de comunicação eficaz, para a
prestação de serviços, informando qual será a jornada, com, pelo menos, três dias
corridos de antecedência. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
o
§ 2 Recebida a convocação, o empregado terá o prazo de um dia útil para
responder ao chamado, presumindo-se, no silêncio, a recusa. (Incluído
pela Lei nº 13.467, de 2017)
o
§ 3 A recusa da oferta não descaracteriza a subordinação para fins do contrato
de trabalho intermitente. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
o
§ 4 Aceita a oferta para o comparecimento ao trabalho, a parte que descumprir,
sem justo motivo, pagará à outra parte, no prazo de trinta dias, multa de 50% (cinquenta
por cento) da remuneração que seria devida, permitida a compensação em igual
prazo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Revogado Medida Provisória nº 808, de
2017)
o
§ 5 O período de inatividade não será considerado tempo à disposição do
empregador, podendo o trabalhador prestar serviços a outros contratantes. (Incluído
pela Lei nº 13.467, de 2017) (Revogado Medida Provisória nº 808, de 2017)
o
§ 6 Ao final de cada período de prestação de serviço, o empregado receberá o
pagamento imediato das seguintes parcelas: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
o
§ 7 O recibo de pagamento deverá conter a discriminação dos valores pagos
o
relativos a cada uma das parcelas referidas no § 6 deste
artigo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
o
§ 8 O empregador efetuará o recolhimento da contribuição previdenciária e o
depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, na forma da lei, com base nos
valores pagos no período mensal e fornecerá ao empregado comprovante do
cumprimento dessas obrigações. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Revogado
Medida Provisória nº 808, de 2017)
o
§ 9 A cada doze meses, o empregado adquire direito a usufruir, nos doze meses
subsequentes, um mês de férias, período no qual não poderá ser convocado para
prestar serviços pelo mesmo empregador. (Incluído pela Lei nº 13.467, de
2017)
§ 12. O valor previsto no inciso II do caput não será inferior àquele devido aos
demais empregados do estabelecimento que exerçam a mesma função. (Incluído pela
Medida Provisória nº 808, de 2017)
§ 14. O salário maternidade será pago diretamente pela Previdência Social, nos
termos do disposto no § 3º do art. 72 da Lei nº 8.213, de 1991. (Incluído pela Medida
Provisória nº 808, de 2017)
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria
de sua condição social:
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou
convenção coletiva de trabalho;
Hora in itinere
A CLT, após a Lei 13.467/2017, não mais prevê o cômputo do tempo de deslocamento.
Portanto, foi extinta a hora in itinere, qualquer que seja a situação.
123
o
§ 2 O tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o seu
retorno, por qualquer meio de transporte, não será computado na jornada de trabalho,
salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso ou não servido por transporte
público, o empregador fornecer a condução. (Parágrafo incluído pela Lei
nº 10.243, de 19.6.2001)
Além da extinção da hora in itinere, notem que o novo §2” do art. 58 menciona o deslocamento
até o local da “efetiva ocupação do posto de trabalho”. A partir dai, podese depreender que o
tempo de deslocamento da portaria da empresa até o posto de trabalho não pode ser
computado como jornada de trabalho.
Ou seja, a jornada de trabalho tem início no momento em que o empregado chega no seu
efetivo posto de trabalho. Assim, pela redação do dispositivo acima, subentende-se que o
tempo de deslocamento da portaria da empresa até o local do posto de trabalho efetivo, não
mais poderia ser computado como jornada de trabalho.
Até então, o entendimento do TST, cristalizado na SUM-42913, era no sentido de que tal
deslocamento é computado na duração do trabalho caso ultrapasse 10 minutos diários.
Art. 59. A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras, em
número não excedente de duas, por acordo individual, convenção coletiva ou acordo
coletivo de trabalho. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de
2017) (Vigência)
o
§ 1 A remuneração da hora extra será, pelo menos, 50% (cinquenta por cento)
superior à da hora normal. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de
2017) (Vigência)
o
§ 2 Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou
convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela
correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período
máximo de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja
ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias. (Redação dada pela Medida
Provisória nº 2.164-41, de 2001)
Neste caso, as horas excedentes compensadas são, por definição legal, horas
extraordinárias, pois ultrapassam a jornada normal de trabalho. A distinção é que, ao contrário
das horas extras decorrentes do acordo de prorrogação, são horas extraordinárias não
remuneradas com adicional, ou seja, a remuneração dessas horas extras é idêntica àquela
paga pela hora normal de trabalho.
Características:
o
§ 4 Os empregados sob o regime de tempo parcial não poderão prestar horas
extras. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001) (Revogado pela
Lei nº 13.467, de 2017)
o
§ 5º O banco de horas de que trata o § 2 deste artigo poderá ser pactuado por
acordo individual escrito, desde que a compensação ocorra no período máximo de seis
meses. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
o
§ 6 É lícito o regime de compensação de jornada estabelecido por acordo
individual, tácito ou escrito, para a compensação no mesmo mês. (Incluído
pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
Jornada de 12x36
Os trabalhadores em escala de 12x36 não tem direito à remuneração em dobro pelos feriados
trabalhados (contrariando o entendimento fixado anteriormente pelo TST), tampouco em
relação aos domingos trabalhados. Portanto, se a escala de trabalho recai em um feriado, por
exemplo, considera-se que tal labor esta naturalmente compensado.
Intervalo Interjornada
Intervalo intrajornada
§ 3º O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição poderá ser reduzido por
ato do Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, quando ouvido o Serviço de
Alimentação de Previdência Social, se verificar que o estabelecimento atende
integralmente às exigências concernentes à organização dos refeitórios, e quando os
respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas
suplementares.
§ 4º - Quando o intervalo para repouso e alimentação, previsto neste artigo, não for
concedido pelo empregador, este ficará obrigado a remunerar o período correspondente
com um acréscimo de no mínimo 50% (cinqüenta por cento) sobre o valor da
remuneração da hora normal de trabalho. (Incluído pela Lei nº 8.923, de
27.7.1994)
o
§ 4 A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo,
para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de
natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta
por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de
trabalho. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
Intervalo intrajornada
A CLT, após a Lei 13.467/2017, permite a redução do intervalo intrajornada para jornadas
superiores a 06 horas mediante negociação coletiva.
Além disso, tal redução, que, frise-se, somente pode se dar por meio de negociação coletiva,
fica limitada ao mínimo de 30 minutos de intervalo. É a prevalência do “negociado pelo
legislado”
Portanto, como regra geral, o intervalo intrajornada para jornadas superiores a 06 horas é de 1
a 2 horas, podendo ser reduzido, por meio de negociação coletiva, para até 30 minutos.
Teletrabalho
A Lei 13.467/2017, a CLT passou a possibilitar que negociação coletiva dispense autorização
prévia para prorrogação de jornada em atividades insalubres, o que foi pouco tempo depois
revogado mediante medida provisória (em regra, o art. 60 da CLT exige a inspeção prévia por
parte do MTb):
SERVIÇO DE MECANOGRAFIA
TRABALHO NOTURNO
Art. 73 - Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá
remuneração superior à do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um
acréscimo de 20% (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna.
Resumo:
RURAL - Pecuária – Das 20h até 4h do dia seguinte; Urbano – 20% sobre a hora
normal;
Agricultura – Das 21h até 5h do dia seguinte Rural – 25% sobre a hora
normal;
QUADRO DE HORÁRIO
I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da jornada
de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-apresentação injustificada dos controles
de freqüência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser
elidida por prova em contrário. (ex-Súmula nº 338 – alterada pela Res. 121/2003, DJ
21.11.2003)
Como era: Pelo Princípio da Norma Mais Favorável ao empregado caso haja a
previsão do mesmo direito em uma Convenção e em um Acordo, deve prevalecer aquilo que
for mais favorável ao empregado.
o
IV - adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE), de que trata a Lei n 13.189, de 19
de novembro de 2015; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
o
§ 2 A inexistência de expressa indicação de contrapartidas recíprocas em
convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho não ensejará sua nulidade por não
caracterizar um vício do negócio jurídico. (Incluído pela Lei nº 13.467, de
2017)
Cláusula de Barreira
XII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que
o salário normal; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
XXI - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo
prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois
anos após a extinção do contrato de trabalho; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
XXX - as disposições previstas nos arts. 373-A, 390, 392, 392-A, 394, 394-A, 395,
396 e 400 desta Consolidação. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)