Unidade 1 - Políticas de Saúde para Os Povos Indígenas
Unidade 1 - Políticas de Saúde para Os Povos Indígenas
Unidade 1 - Políticas de Saúde para Os Povos Indígenas
►Tema
1
►Tema
2
►Tema
3 ► Tema 1 - O Sistema Único de Saúde (SUS) e o Subsistema de
►Menu
Atenção à Saúde Povos Indígenas (SASI-SUS)
da
unidade
Prezado Estudante!
Seja bem-vindo à unidade de política de saúde para os
povos indígenas. Para começar, convidamos você a
assistir ao vídeo sobre o SASI-SUS e a organização dos
serviços de saúde indígena.
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(https://moodle.unasus.unifesp.br/mod/assign/view.php?
id=253)
►Tema
1
►Tema
Prezado Estudante!
2 Neste texto vamos abordar a história da política de
saúde indígena no Brasil nos diferentes tempos
►Tema históricos, desde a colonização até os dias atuais. Você
3
acompanhará a trajetória de luta dos povos indígenas
►Menu para a conquista de um sistema de saúde que considere
da as especi cidades dos povos indígenas no Brasil. Outro
unidade ponto abordado nesse texto é que o Subsistema de
Atenção à Saúde Indígena (SASI-SUS) possui uma
organização dos serviços diferenciada que prevê a
garantia da assistência integral à saúde dos povos
indígenas e suas especi cidades.
Vamos lá!
Introdução
Entender a política de saúde indígena no Brasil requer
um breve relato histórico sobre as relações entre os
povos originários das Américas, erroneamente
denominados sociedades indígenas, e a sociedade
nacional, porque é neste contexto que são estabelecidas
as políticas públicas direcionadas a estes povos.
Saiba Mais (Clique)
Desde o início, o encontro entre os europeus e as
sociedades originárias foi marcado pelo con ito e a
oposição. Em diferentes períodos histórico-econômicos
e até os dias atuais, os indígenas sempre foram
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g p
Unidade 1 - Políticas de Saúde para os Povos Indígenas
Da Colônia à Republica
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Figura 1: Foto da
►Tema
1
Região do Alto Rio
Negro (AM)
►Tema mostrando os
2 indígenas em um
internato
►Tema religioso. Com a
3
colonização e a
►Menu cristianização
da foram impostas mudanças nos modos de vida dos
unidade indígenas. Os missionários tiravam as crianças de
suas aldeias e as mantinham em internatos, onde
eram impedidas de falar a língua materna e de
exercer suas práticas culturais.
Fonte: Instituto Socioambiental Povos Indígenas no Brasil
(http://pib.socioambiental.org/pt/povo/etnias-do-rio-negro/1530)
Nos primeiros anos da República houve uma grande
expansão das linhas ferroviárias e telegrá cas em
direção à região Centro-Oeste do país. Com isso, vários
grupos indígenas foram contatados de maneira violenta,
muitos deles massacrados. A assistência à saúde,
quando existia, era limitada à administração de
medicamentos pelos sertanistas e mateiros.
os índios. A
atuação de
Rondon culminou
com a criação do
Serviço de
Proteção ao Índio
e Localização de
Trabalhadores
Nacionais
(SPILTN), em
1910.
Fonte: Luiz Leduc/ 1907 - Acervo Museu do Índio do Rio de Janeiro
►Tema
1 No início do século XX foi criado o Serviço de Proteção
ao Índio e Localização de Trabalhadores Nacionais –
►Tema SPILTN [1] (1910), dando início a uma nova fase da
2 política indigenista. As ideias iluministas e
►Tema evolucionistas consideravam que a sociedade moderna
3 daquela época teria atingido o auge da civilização,
enquanto a sociedade indígena era primitiva, povos "que
►Menu viviam na idade da pedra". Nessa linha de pensamento,
da os indígenas, ao entrarem em contato com a sociedade
unidade moderna, fatalmente abandonariam suas práticas
culturais tradicionais, transformando-se em novos
cidadãos brasileiros, trabalhadores nacionais,
assimilados pela sociedade majoritária. Para que os
indígenas alcançassem esse suposto estágio
civilizatório, o SPI construiu escolas onde se ensinava o
português e alguns ofícios, especialmente aqueles
ligados ao cultivo da terra, como parte do processo que
os transformaria em trabalhadores nacionais. As
mulheres aprendiam a cozinhar, costurar e outros
afazeres típicos de donas de casa, enquanto os homens
aprendiam agricultura e pecuária. Por considerar os
indígenas despreparados para viver na sociedade
moderna, a política indigenista desta época tinha uma
postura protecionista, que tinha como estratégia a
busca do contato "pací co". Os povos isolados eram
atraídos com presentes e alimentos, colocados em
pequenos aldeamentos onde seriam gradualmente
assimilados.
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Figura 3: Escola
Indígena Paresi,
Mato Grosso
Fonte: Museu do índio/Funai.
►Tema
1 Junto com os presentes vinham doenças e remédios,
criando assim novas dependências. Essa política,
►Tema embora tenha assegurado a sobrevivência de alguns
2 povos, os excluiu do acesso à informação e formação,
►Tema que garantiria o diálogo e interlocução menos
3 desfavorável com a sociedade nacional. Ao contrário, na
maioria das vezes a "paci cação" acarretava em
►Menu desestruturação social, fome e miséria.
da
unidade A assistência à saúde dos indígenas caracterizava-se por
sua desorganização e descontinuidade (COSTA, 1987).
Com a criação do SPI o quadro não se alterou. Não foi
instituída qualquer forma de oferta sistemática de
serviços de saúde.
A primeira tentativa organizada que objetivava levar
ações de saúde aos índios e às populações rurais de
difícil acesso surge na década de 50, ocasião em que é
criado, no Ministério da Saúde, o Serviço de Unidades
Sanitárias Aéreas (SUSA), liderado pelo médico
sanitarista Noel Nutels.
Eu não clinico,
não tenho
consultório.
Fazia malária e
agora faço
Tuberculose.
Minha mania: o
índio.
Figura 4: Noel
Nutels (1913-
1973)
Fonte: COC/Fiocruz
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As atividades do SUSA concentravam-se na vacinação,
controle de tuberculose e outras doenças transmissíveis
trazidas pelo contato. Desde aquela época Noel Nutels
a rmava a importância de estabelecer ações de saúde
sistemáticas dirigidas aos povos indígenas e à população
regional para controlar os agravos aos quais estavam
►Tema submetidos (COSTA, 1987).
1
►Tema
2 Saiba Mais (Clique)
►Tema
3 O governo tinha posturas opostas em sua política
►Menu indigenista: uma, paternalista, que propunha o contato e
da a paci cação dos índios, intermediando a relação
unidade interétnica; e outra, etnocêntrica, que considerava os
índios como seres primitivos e selvagens, que deveriam
ser integrados a qualquer custo (DAVIS, 1978).
Nesse cenário de posições in amadas e antagônicas, no
nal da década de 50, Rondon e muitos de seus aliados,
que haviam dirigido o SPI desde sua criação, perderam
espaço político e uma nova geração de o ciais do
exército e funcionários públicos assumiu o controle do
órgão. A política indigenista adquire um caráter
nacional, os interesses econômicos prevalecem sobre as
questões humanitárias, crescem as denúncias de
corrupção dentro do órgão e de violências cometidas
contra os indígenas, que culminaram com sua extinção e
a criação, em 1967, da Fundação Nacional do Índio
(FUNAI), que passou a ser o órgão indigenista o cial,
ligado ao Ministério do Interior.
Figura 5: Foto do
início do século
XX mostra
indígenas da
Amazônia
escravizados
pelos
seringalistas
►Tema durante o ciclo
1 da borracha. Muitas denúncias envolvendo
funcionários do SPI foram feitas, sobre sua
►Tema conivência com a escravização dos índios e a
2 ocupação de suas terras.
►Tema Fonte: Foto de Roger Casement, 1911.
3
►Menu
da
unidade
Saiba Mais (Clique)
O milagre econômico
Entraremos agora no período do "milagre econômico"
durante a ditadura militar (1964-1985). Na década de
1970 os indígenas voltam à cena nacional, destacados
como empecilhos ao progresso. Surgem novas
denúncias de genocídio. A ocupação do Centro-Oeste e
Norte do país teve continuidade por meio da construção
de um sistema rodoviário na região amazônica
(Rodovias Transamazônica, Cuiabá-Santarém à
Perimetral Norte, além de estradas menores, de
interligação) e de obras de infraestrutura, como usinas
hidrelétricas e parques de exploração mineral, afetando
inúmeros povos indígenas que ali habitavam, em total ou
relativo isolamento. Cada vez mais os interesses
econômicos nacionais e internacionais direcionavam a
política indigenista brasileira, como parecem fazê-lo até
os dias atuais.
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►Tema
2
►Tema
3 Esta ambiguidade da política nacional, matar ou
proteger, integrar ou isolar, se re etia nas ações do novo
►Menu órgão indigenista. Sob a gestão da FUNAI foi
da estabelecido um modelo de prestação de serviços de
unidade
saúde de caráter campanhista e eventual, por meio de
Equipes Volantes de Saúde (EVS), que se deslocavam
para as áreas indígenas para executar ações de saúde.
No Ministério da Saúde, o SUSA, renomeado como
Unidade de Atendimento Especial (UAE), passou a
trabalhar apenas com o controle da tuberculose
somente em algumas áreas indígenas. Também era de
responsabilidade do Ministério da Saúde o controle das
principais endemias, com grande destaque para a
malária, realizado pela Superintendência de Campanhas
de Saúde Pública (SUCAM).
O modelo de atenção baseado nas EVS, de pouca
e cácia, caracterizava-se pela grande fragmentação de
ações, além de ser predominantemente curativo e
medicalizante. Carecia de planejamento e de
integralidade das ações, era extremamente de ciente
em infraestrutura e recursos e não tinha qualquer
articulação com outros níveis de atenção. Não havia um
sistema de registro de informações em saúde e os
trabalhadores eram despreparados para atuar em
situações de interculturalidade. No intuito de
complementar as ações das EVS, a FUNAI celebrou
vários convênios com entidades governamentais e não
governamentais para desenvolverem ações de saúde. A
maior parte dos recursos da saúde era gasto na compra
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A conquista do Subsistema de saúde indígena na
década de 1990
A criação do SUS, efetivada na Constituição de 1988
(http://www.senado.gov.br/legislacao/const/con1988/CON
contemplou a reivindicação do movimento da Reforma
Sanitária.
A "Constituição Cidadã", como cou conhecida,
respondeu também ao movimento indígena e
indigenista, reconhecendo aos indígenas sua
organização social, costumes, línguas, crenças e
tradições, determinando um prazo de cinco anos para a
demarcação das terras indígenas em todo o país (não
cumprido até os dias de hoje) e abrindo espaço para a
mobilização em busca da atenção diferenciada à saúde
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Figura 7: Líder
Yanomami Davi
Kopenawa alerta
para iminência de
novo genocídio.
Foto: Vanessa
Lima/G1
►Tema Fonte: G1 – o portal de
1 notícias da Globo.
►Tema
2
►Tema
3
►Menu
da
unidade
Saiba Mais (Clique)
Em outubro de 1991 foi criada a Comissão Intersetorial
de Saúde do Índio (CISI)
(http://conselho.saude.gov.br/web_comissoes/cisi/index.ht
com a missão de assessorar o Conselho Nacional de
Saúde no acompanhamento da saúde dos povos
indígenas, por meio da articulação intersetorial no
governo e com a sociedade civil organizada. A CISI
trabalhou em duas direções: servindo como uma caixa
de ressonância, recebia informações de várias áreas do
país, dando-lhes visibilidade, ao mesmo tempo em que
elaborava várias recomendações ao Conselho Nacional
de Saúde, no sentido de se criar um grupo de trabalho
para estabelecer um plano de ações pactuado entre a
FUNAI e a FUNASA, que nunca se constituiu.
Em 1992 é realizada a IX Conferência Nacional de
Saúde, que rea rmou a necessidade de garantir a
atenção integral à saúde do índio, em função de suas
especi cidades socioculturais e de sua situação
sanitária, considerando seus sistemas tradicionais de
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►Menu
da
unidade
Figura 8: Sergio
Arouca.
Fonte: Arquivo/Fiocruz.
Saiba Mais (Clique)
Enquanto a Lei Arouca tramitava no Congresso
Nacional, o quadro caótico que permanecia na saúde
indígena levava a CISI a acionar a Procuradoria Geral da
República (PGR), denunciando a gravidade da situação,
apontando a distorção da divisão de atribuições que se
estabeleceu entre FUNAI e FUNASA e a falta de
de nição da política indigenista de saúde pelo governo
federal. Em junho do mesmo ano, a PGR emite um
parecer, expõe a ilegalidade do Decreto nº 1141,
rea rma a responsabilidade federal para com a saúde
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A operacionalização do SASI-SUS é regida pela Política
Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas
(http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_saude
que por sua vez integra a Política Nacional de Saúde. O
arcabouço legal formado pela Constituição Federal,
cujas disposições foram compatibilizadas com a Lei
Orgânica da Saúde (Lei 8080/1990), garantem o direito
das populações indígenas no Brasil, que vivem em Terras
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Considerações Finais
Durante mais de uma década de implantação do
Subsistema de atenção à saúde indígena, muitas
questões podem ser levantadas. A imensa complexidade
►Tema deste sistema e de sua operacionalização carece de uma
1 re exão profunda e de novas estratégias de intervenção
para que não se perca a grande chave da política de
►Tema atenção à saúde dos povos indígenas – a atenção
2 diferenciada – sob o risco de se desconstruir o conceito
de Distrito Sanitário Especial Indígena.
►Tema
3 A gestão e operacionalização do subsistema de atenção
à saúde indígena tem-se mostrado complexa e pouco
►Menu adequada até o momento. A opção por um modelo
da
unidade
terceirizado de contratação da força de trabalho para a
saúde indígena não tem respondido adequadamente às
necessidades, gerando vínculos trabalhistas precários,
alta rotatividade de pessoal e pouco vínculo entre
usuários e equipe de saúde. A falta de uma política de
educação permanente para os pro ssionais de saúde
indígena tem como consequência a oferta pouco
quali cada de serviços no nível local. A melhora inicial
dos indicadores de saúde diminuiu de velocidade e
estabilizou-se, permanecendo, até hoje, em níveis duas a
três vezes piores do que os da população brasileira
como um todo, como demonstra o grá co 1, que
compara as taxas de mortalidade infantil entre
indígenas e a população brasileira como um todo, no
período compreendido entre 2000 e 2011 (após 12 anos
de implantação do SASI-SUS).
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►Tema
1 Um dos maiores desa os a serem enfrentados pelo SUS
para a oferta de serviços adequados aos povos indígenas
►Tema reside em uma de suas principais características, que é a
2 tendência a priorizar ações de saúde voltadas para áreas
►Tema urbanas. Da forma como o SUS foi sendo estruturado no
3 Brasil, acumulou-se maior experiência na organização
de serviços para grandes aglomerados urbanos, dadas as
►Menu características de urbanização da população brasileira,
da da ordem de 84% (IBGE, 2010).
unidade
Em consequência, a organização e oferta de serviços de
saúde para populações rurais e culturalmente
diferenciadas encontra maiores di culdades. Como
vimos anteriormente, a forma original de concepção do
SUS não levava em conta a população indígena como
uma de suas prioridades, já que essa atribuição
permaneceu na FUNAI. O Ministério da Saúde,
portanto, só começa a acumular alguma experiência no
desenvolvimento de políticas para os grupos
etnicamente diferenciados a partir do início deste
século.
Os 14 anos de criação do SASI-SUS ainda não se
mostraram su cientes para a produção de tecnologias e
modelos de atenção adequados às necessidades da
população indígena. A relação entre o SUS e o
Subsistema é permeada por con itos e contradições,
dos quais a municipalização dos serviços de saúde é um
dos que mais impactam o direito dos indígenas à
atenção diferenciada. A internalização das necessidades
de saúde dos povos indígenas nas políticas e rotinas do
Ministério da Saúde, somada a um relativo
desconhecimento da questão indígena pelas
autoridades sanitárias do país, gera uma tendência a
reproduzir práticas sanitárias pouco e cazes quando
aplicadas à realidade dos povos indígenas.
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(https://moodle.unasus.unifesp.br/mod/quiz/view.php?
id=246)
►Tema
1 Referências
►Tema
2 BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Política Nacional
►Tema de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas
3 (http://189.28.128.100/dab/docs/geral/politica_nacional_
►Menu Brasília: [s.n.], 2002.
da CONFALONIERI, U. O Sistema Único de Saúde e as
unidade populações indígenas: por uma integração diferenciada.
Cad. Saúde Pública. Rio de Janeiro, v.5 (4), out-dez,
1989.
COSTA, D. C. Política indigenista e assistência à saúde:
Noel Nutels e o serviço de unidades sanitárias aéreas.
Cad. Saúde Pública. Rio de Janeiro, v.3 (4), out-dez.,
1987. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?
pid=S0102-311X1987000400003&script=sci_arttext
(http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-
311X1987000400003&script=sci_arttext) . Acesso em:
22 mai. 2014.
DAVIS, H. S.; MENGET, P. Povos Primitivos e Ideologias
Civilizadas no Brasil. In: JUNQUEIRA, C.; CARVALHO, E.
A. (Org.). Antropologia e Indigenismo na América
Latina. São Paulo: Cortez, 1981.
DAVIS, S. H. As vítimas do Milagre: O desenvolvimento
e os índios no Brasil. Rio de Janeiro: Zahar Editores,
1978.
GARNELO, L; PONTES, A. L. (orgs.). Saúde Indígena:
uma introdução ao tema. [S.I.]: MEC-SECADI, 2012. p.
19-58. (Coleção Educação para todos).
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Prezado Estudante,
Nesse texto propomos inicialmente que conheça as
instâncias do controle social na saúde indígena e suas
bases legais. Posteriormente faremos uma re exão
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A redação da Lei, no que diz respeito ao controle social,
não avança para a especi cidade do subsistema, apenas
remete a participação indígena aos órgãos colegiados de
controle social do SUS (Conselho Nacional de Saúde e
Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde), sem
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Encontramos a primeira referência aos Conselhos
Locais e Distritais de Saúde indígena na Política
Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas,
aprovada mediante portaria ministerial de 2002:
A participação indígena deverá ocorrer em
►Tema todas as etapas do planejamento, implantação
1 e funcionamento dos Distritos Sanitários
Especiais Indígenas, contemplando expressões
►Tema formais e informais.
2
Essa participação dar-se-á especialmente por
►Tema intermédio da constituição de Conselhos
3 Locais e Distritais de Saúde Indígena; por
Reuniões Macrorregionais; pelas Conferências
►Menu Nacionais de Atenção à Saúde dos Povos
da Indígenas e Fórum Nacional sobre a Política de
unidade
Saúde Indígena e pela presença de
representantes indígenas nos Conselhos
Nacional, Estaduais e Municipais de Saúde.
(BRASIL, 2002)
E ainda:
Os Conselhos Locais de Saúde serão
constituídos pelos representantes das
comunidades indígenas da área de
abrangência dos Polos Base, incluindo
lideranças tradicionais, professores indígenas,
agentes indígenas de saúde, especialistas
tradicionais, parteiras e outros. (BRASIL,
2002)
Os Conselhos Distritais de Saúde são
instâncias permanentes de Controle Social, de
caráter deliberativo e constituídos de acordo
com a Lei nº 8.142/90, observando, em sua
composição, a paridade de 50% de usuários e
50% de organizações governamentais,
prestadores de serviços e trabalhadores do
setor de saúde dos respectivos distritos.
(BRASIL, 2002)
Saiba Mais (Clique)
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Em 2012, a portaria ministerial 755/2012, dispõe sobre
a organização do controle social no Subsistema de
Saúde Indígena, criando três instâncias permanentes, a
saber:
. Conselhos Locais de Saúde Indígena – somente com
indígenas, de caráter consultivo;
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►Tema
1 2) A participação indígena nas instâncias institucionais
►Tema do controle social na saúde
2
Ao abordarmos a questão dos usuários indígenas nas
►Tema instâncias de controle social do SUS, é importante que
3 observemos alguns aspectos que consideramos chave
para que essa participação seja mais efetiva e
►Menu democrática. Várias são as de nições de controle social.
da Uma bastante ampla e interessante é a que
unidade
encontramos na REBIDIA[8]:
Controle social é a capacidade que tem a
sociedade organizada de intervir nas políticas
públicas, interagindo com o Estado na
de nição de prioridades e na elaboração dos
planos de ação dos municípios, estado ou
governo federal. (REBIDIA, s/d)
Os requisitos mínimos para a existência do controle
social seriam, portanto, o exercício pleno da cidadania, a
organização da sociedade e a existência de organismos
de representação. Entretanto, em nossa sociedade, as
assimetrias existentes nas relações sociais di cultam a
efetiva participação social (GUIZARDI; PINHEIRO,
2006).
(...) as leis tornam-se instrumentos privados
incapazes de forjar uma arena pública,
marcada pela a rmação igualitária, mesmo que
apenas em sua apropriação formal.
(GUIZARDI; PINHEIRO, 2006)
Segundo Mercio Meira (2008), "a política diz respeito ao
poder e sua distribuição entre os homens" e este poder
é exercido de formas diferentes em sociedades
igualitárias (como são as sociedades indígenas,
sociedades sem Estado) e em sociedades não igualitárias
(o caso da nossa sociedade, sociedades com Estado).
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Figura 8: Índio
Kayapó lendo um
dos projetos de
Constituição
elaborado pelos
parlamentares
constituintes.
Fonte: foto de Guilherme
Rangel/ADIRP.
►Tema
1
►Tema
2
►Tema
3 Re ita sobre como um pro ssional de saúde
indígena pode contribuir no controle social
►Menu da saúde em nível local/distrital.
da
unidade
Agora que você já percorreu a trilha de aprendizagem
pensada para essa unidade, convidamos você a
responder a um questionário de múltipla escolha para
sedimentar o conhecimento construído nesse percurso.
(https://moodle.unasus.unifesp.br/mod/quiz/view.php?
id=249)
Referências
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(http://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/M
(http://www.unasus.unif
id=18)
(http://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/M
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►Tema
1
►Tema
2
►Tema
3
►Menu
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