Peroxissomas

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PEROXISOMAS: Estrutura e metabolismos

21. Conhecer a ultraestrutura e bioquímica deste organelo

Os peroxissomas são estruturas esféricas ou ovais rodeadas de uma membrana, que


engloba uma matriz peroxissomal electrono densa, onde por vezes se observa o
nucleóide com aspecto cristalino.
22. Conhecer o processo de biogénese deste organelo

 Os peroxissomas são estruturas semiautónomas. Embora


não tenham DNA nem ribossomas, derivam de
peroxissomas preexistentes, por um processo semelhante ao
das mitocondrias e plastídeos.
 As proteínas dos peroxissomas são sintetizadas no
citoplasma e importadas para os peroxissomas
preexistentes. Esta importação de proteínas resulta no
crescimento dos peroxissomas preexistentes que se dividem
em novos peroxissomas.
 As proteínas destinadas aos peroxissomas possuem um
peptídeo sinal (PTS1 ou PTS2) que se liga a seu receptor na
membrana do organelo, permitindo a sua translocação para
a matriz peroxissomal.

23. Mecanismo de importação de proteínas e as suas funções na célula

Funções:
 Os peroxissomas contêm várias enzimas:
1. Oxidases: intervêm em processos oxidativos utilizando o oxigénio para remover
o hidrogénio de determinados substratos
2. Catalase: desdobra o H2O2 (peróxido de hidrogénio) em água e oxigénio, o
H2O2 seria tóxico para a célula se acumulado
 Oxidação dos ácidos gordos, acompanhada de produção de H2O2 a partir de O2,
o H2O2 é posteriormente degradado pela catalase
 Oxidação de aminoácidos e do ácido úrico
 Biossíntese de colesterol, ácidos biliares, plasmalogénios
 Nas plantas: ciclo glioxílico (síntese de carbohidratos a partir dos ácidos gordos)
e fotorrespiração
24. Processos bioquímicos em que intervêm

Nas células vegetais, os peroxissomas participam na fotorrespiração. Nos animais, os


peroxissomas intervêm em segmentos catabólicos e anabólicos.

25. Reconhecer a importância da integração dos metabolismos da mitocondria,


cloroplasto e
Peroxisoma, identificando a sua intervenção na oxidação de compostos químicos,
nomeadamente de ácidos gordos, na fotorrespiração, na produção e destruição do
peróxido de hidrogénio, na produção de hormonas vegetais e no ciclo do glioxilato.

Oxidação de compostos químicos

A ß oxidação é um processo catabólico de ácidos gordos que consiste na


sua oxidação mitocondrial. Eles sofrem remoção, por oxidação, de sucessivas unidades
de dois átomos de carbono na forma de acetil-CoA.

A ß oxidação é dividida em quatro reações sequenciais:

 Oxidação, na qual o acil-CoA é oxidado a enoil-CoA, com redução de NADH e


NADPH
 Hidratação, na qual uma dupla ligação é hidratada e ocorre a formação de 3-
hidroxiacil-CoA
 Oxidação de um grupo hidroxila a carbonila, tendo como resultado uma beta-
cetoacil-CoA e NADH
 Cisão, em que o ß-cetoacil-CoA reage com uma molécula de CoA formando um
acetil-CoA e um acil-CoA que continua no ciclo até ser convertido a acetil-CoA
Após a β-oxidação, os resíduos acetila do acetil-CoA são oxidados até chegarem a CO2,
o que ocorre no ciclo do ácido cítrico. Os acetil-coa vindos da oxidação vão entrar nessa
via junto com os acetil-coA provenientes da desidrogenação e descarboxilação do
piruvato pelo complexo enzimático da piruvato desidrogenase. Nessa etapa haverá
produção de NADH e NADPH para suprir de electrões a cadeia respiratória da
mitocondria, que os levará ao oxigénio. Junto a esse fluxo de está a fosforilação
do ADP em ATP. Com isso a energia gerada na oxidação de ácidos gordos vai ser
conservada na forma de ATP.

Fotorrespiração

A enzima RuBisCo, tal como o próprio nome indica – ribulose difosfato carboxilase-
oxidase, tem como substratos o CO2 e o O2. Durante o ciclo de Calvin na fotossíntese a
RuBisCo catalisa a reacção entre o CO2 e o RuBP, enquanto na fotorrespiração o
substrato é o O2 numa reacção que também é dependente da luz. O funcionamento da
RuBisCo como oxigenase é favorecido a altas temperaturas, quando os níveis de
CO2 são baixos ou os níveis de O2 elevados. A primeira reacção entre a RuBP e
O2 resulta em dois compostos: o fosfoglicolato e o fosfoglicerato, ambos com 2
carbonos. O fosfoglicerato reentra no ciclo de Calvin e é convertido em RuBP. O
fosfoglicolato segue outro percurso. Primeiro é transportado para o exterior do
cloroplasto para os peroxissomas, onde é oxidado pelo O2, resultando em glicoxilato
que é transportado para as mitocondrias. Nas mitocondrias sofre algumas
transformações com libertação de CO2, sendo convertido em serina e posteriormente em
glicerato já novamente no interior dos peroxissomas. Na forma de glicerato pode
reentrar no cloroplasto e concluir o ciclo de Calvin, com a formação de RuBP.

Produção e destruição do peróxido de hidrogénio

Os peroxissomas são organelos membranosas presentes no citoplasma das células


vegetais e animais, formando vesículas arredondadas, cuja função está relacionada ao
armazenamento de enzimas que catalisam o peróxido de hidrogénio (água oxigenada -
H2O2), uma substância tóxica que necessita ser degradada.

Dessa forma, a enzima catalase reage com o peróxido de hidrogénio produzindo água
(H2O) e oxigénio molecular (O2).

Ciclo do glioxilato
O ciclo do glioxilato está ligado ao ciclo do ácido cítrico da seguinte maneira:
1. Acetil CoA condensa com oxaloacetato através da enzima sintase do citrato e
mais tarde é convertido para isocitrato pela aconitase.
2. Isocitrato e dividido pela isocitrato liase em succinato e glioxilato.
3. Glioxilato mais acetil CoA são condensados pela sintase de malato para malato.
4. Como no ciclo do citrato o malato é oxidado pela desidrogenase do malato para
oxaloacetato
5. Uma molécula de succinato gera duas de acetil CoA.
6. Succinato é transferido para mitocondria e é convertido para oxaloacetato (por
reação parcial no ciclo do citrato).
7. Oxaloacetato é transferido da mitocondria por um transportador e no citoplasma
é convertido para fosfoenolpiruvato (carboxiquinase do fosfoenolpiruvato).
8. Fosfoenolpiruvato é precursor de hexoses na gliconeogénese e outras rotas
metabólicas.

26. Explicar entre outros os seguintes termos: glicolato, glioxilato, catalase,


glioxissoma.

Glicolato- éster do ácido glicólico

Glioxilato- ciclo

Catalase- é uma enzima intracelular, encontrada na maioria dos organismos, que


decompõe o peróxido de hidrogénio

Glioxissoma- são peroxissomas especializadas encontradas em plantas (em particular,


nos tecidos de armazenagem de gordura de germinação de sementes)

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