Retificador Controlado de Meia-Onda

Fazer download em doc, pdf ou txt
Fazer download em doc, pdf ou txt
Você está na página 1de 4

Retificador controlado de meia-onda

S. Paiva1
1
Departamento de Engenharia Elétrica
Universidade Federal Rural do Semiárido
Campus de Caraúbas – RN 233, KM 01, Estrada Caraúbas – Apodi, Rio Grande do Norte (Brasil)
E-mails: [email protected]

Resumo. Neste trabalho será realizado um estudo sobre os


retificadores controlados de meia-onda. Estes podem ser de
dois tipos: com carga resistiva ou com carga indutiva. A
diferença entre este circuito em relação aos retificadores não-
controlados está no fato que ao invés de se utilizar um diodo usa-
se um tiristor. Ao longo deste artigo será feita uma abordagem
geral de ambos, através de simulações será vista a forma de onda
de tensão e corrente de cada um deles para diversos ângulos de
disparos diferentes, os resultados obtidos nos experimentos
feitos no laboratório e também os comentários sobre cada
procedimento e resultado conseguido.
(b)
Palavras-chave
Figura 1 - Retificador controlado de meia-onda. Em (a) a
carga é resistiva e em (b) a carga é indutiva (RL).
Retificador. Disparo. Carga. Tensão. Corrente.
Nos experimentos realizados foram utilizados nos
1. Introdução circuitos como carga resistiva uma lâmpada incandescente
e como carga indutiva (RL) poderia ser utilizada uma
Retificar é o processo de converter tensão e corrente lâmpada incandescente, mas este não foi realizado. Nas
alternadas em tensão e corrente contínuas. Um dos letras (a) e (b) da Figura 1 são mostrados os dois circuitos
dispositivos utilizados para obter-se a retificação é o citados, respectivamente.
tiristor. Este elemento, ao contrário do diodo, não
conduzirá automaticamente quando a tensão ânodo-cátodo O valor médio da tensão na carga resistiva é dado por:
ficar positiva, porque um pulso deve ser aplicado a porta
para o disparo. Se o pulso de gatilho no tiristor for Vm (1  cos  )
ajustado e este procedimento for repetido várias vezes, Vo ( avg )  (1)
então a saída dos retificadores será controlada. Isto é 2
chamado de controle de fase [1].
Onde, Vm é o valor da de pico e  ângulo de disparo
Como já escrito no resumo, os retificadores controlados de do tiristor. Nas simulações realizadas o valor da tensão de
meia-onda podem ser analisados de duas formas, são elas: pico foi de 311 V. Também foi calculada a corrente média
com carga resistiva e com carga indutiva (RL). Como na carga resistiva, para isto divide-se a equação 1 pela
próprio nome diz, o primeiro possui em série com a fonte resistência R:
um tiristor e um resistor, enquanto que o segundo tem um
tiristor, um indutor , um resistor em série com a fonte. I m (1  cos  )
Veja a Figura 1, onde são mostrados ambos os I o ( avg )  (2)
retificadores citados. 2R

Em que I m é o valor de pico da corrente. O valor efetivo


da corrente ou valor quadrático médio que é o RMS (do
inglês root mean square) é calculado através da equação:

I m   sen 2 
I RMS  1    (3)
2   2 

A frequência utilizada nas simulações foi a da rede elétrica


(a) que é 60 Hz. A tensão reversa repetitiva máxima, VRRM ,
foi de 311 V. No próximo tópico serão abordados os
resultados das simulações e no laboratório.
2. Desenvolvimento (e)

As simulações ocorreram conforme esperado e são


mostrados na os resultados obtidos: em a) é apresentado o
gráfico da tensão de entrada, já em (b), (c), (d), (e) e (f)
pode-se observar, respectivamente, os gráficos das formas
das tensões na carga, das tensões nos tiristores e das
correntes para os ângulos de 15°, 30°, 45°, 60° e 90°. O
corrente de pico na simulação foi de 3,1 A, visto que a
tensão de pico foi de 311 V e a resistência de 100  .
(f)

Figura 2 - Simulações no circuito retificador controlado de


meia-onda com carga resistiva. Em a) é mostrada a tensão de
entrada no circuito, já em (b), (c), (d), (e) e (f) são
apresentadas respectivamente as tensões na carga, as tensões
no tiristor e as correntes, para os ângulos de disparo de 15°,
30°, 45°, 60° e 90°.

Agora serão apresentadas as formas de onda da tensão


a) quando esta contorna e da corrente quando esta circula
através de um retificador de meia-onda com carga indutiva
(RL): a forma de onda da tensão de entrada é análoga a
apresentada em a) na . No entanto, a forma de onda da
tensão no diodo, da tensão de saída e da corrente irão ser
diferentes em relação ao circuito com carga resistiva, e são
mostradas na Error: Reference source not found, para os
mesmos ângulos de disparo da Figura 2. O valor da
indutância utilizada nas simulações foi de 0,5 H. Em cada
figura, assim como no caso da carga resistiva, é
apresentada a tensão de saída, a tensão no indutor e a
b) corrente no circuito, respectivamente, de cima para baixo.
A tensão de saída na carga indutiva (RL) é dada pela
equação (5).

Vm (cos   cos  )
Vo ( avg )  (5)
2

Em que,  é o denominado ângulo de avanço e pode ser


encontrado em tabelas e livros.

c)

(a)

d)

(b)
medida na lâmpada incandescente para os ângulo de
disparo de 15°., 30°, 45°, 60° e 90°, respectivamente.

(c)

(a)

(d)

(b)
(e)

Figura 3 – Devido à indutância há uma diferença nas formas


de onda do caso com carga resistiva para o com carga
indutiva (RL). Nesta figura são mostradas as formas das
ondas de tensão na carga, no tiristor e a corrente no circuito,
respectivamente, para os ângulos de disparo de 15° em (a),
30° em (b), 45° em (c), 60° em (d) e 90° em (e).

Reparando nas nas formas de onda da figura.3 pode-se ver


que há algumas diferenças em relação ao caso da carga
resistiva. A parte negativa na tensão de saída deve-se ao
indutor descarregar de uma forma lenta. Devido também
ao indutor a tensão no tiristor ficou com um pequeno pico (c)
de tensão para cima e a correte também teve uma
mudança na sua forma de onda. Para isto tudo ser
corrigido uma solução é utilizar um diodo de retorno ou
freewheeling diode. A vantagem da utilização do diodo de
retorno é obter-se uma menor ondulação na saída.

3. Experimentos e resultados
Nos experimentos realizados, os resultados obtidos foram
de acordo com as simulações feitas no programa PSIM.
Foi utilizada uma bancada do tipo XP300M01, (d)
XP300M02, XP300M03, XP300M04 da marca EXTOR,
uma lâmpada incandescente de 60 W um osciloscópio do
tipo ICEL Manaus e modelo OS-21 e fios condutores. A
tensão utilizada foi de 220 V. As figuras a), b), c), d) e e)
da mostram a forma da onda de tensão no osciloscópio
controlam a taxa de variação da tensão e da corrente. Com
o projeto adequado de um snubber, os semicondutores,
neste caso o SCR, apresentarão uma menor dissipação de
potência média e picos menores de tensão, corrente e
potência dissipada. Dessa forma, resulta em uma maior
confiabilidade, maior eficiência, menor peso, volume e
interferência eletromagnética.

Questão 2: O circuito de disparo do gatilho deve ser


protegido contra transitórios de tensão e,
preferencialmente, ser eletricamente isolado do circuito de
(e) alta potência que o SCR controla. Como isso pode ser
feito?
Figura 4 - Forma da onda de tensão ao passar pela lâmpada
incandescente para diversos ângulos de disparo do tiristor. Resposta: Com transformadores de pulso e acopladores
Em (a) o ângulo é de 15°, em (b) de 30°, em (c) de 45°, em (d) ópticos (opto-acopladores).
de 60° e em (e) de 90°.

Conforme pode-se observar, a medida que o ângulo de


disparo do tiristor aumenta a tensão de saída tem uma
parte maior cortada. Quando chega-se em 90° a tensão é
cortada pela metade; assim, quanto maior o ângulo de
disparo menor a tensão média. Para se obter a tensão de
saída conforme o caso do não controlado é necessário
apenas colocar o ângulo de disparo do tiristor em 0°.

3. Conclusão
Em virtude do que foi mostrado neste trabalho, observa-se
que os tiristores são utilizados em muitas aplicações e uma
delas é a retificação controlada. Primeiro foi montado o
circuito retificador controlado de meia-onda com carga
resistiva, em que foi utilizada uma lâmpada incandescente
e depois com carga indutiva, que não foi feito o
experimento em laboratório, mas pode ser usada uma
lâmpada fluorescente para isto. Foram realizadas
simulações e após isso os experimentos, que ocorreram
conforme esperado na teoria e simulações.

Referências

[1] AHMED, ASHFAQ. Eletrônica de Potência. São Paulo:


Pearson Prentice Hall, 2000.

Respostas do questionário

Questão 1: O SCR exige uma adequada proteção contra


sobretensões e sobrecorrentes para oferecer uma operação
segura e confiável. Cite o principal circuito de proteção
para o SCR contra sobretensão e explique o seu
funcionamento.

Resposta: O tipo de circuito mais utilizado é o snubber


RC. Este é conectado em paralelo com a fonte de
sobretensão (que são os elementos que geram carga
reativa), com o objetivo de controlar os efeitos produzidos
pelas reatâncias intrínsecas do circuito. Os snubbers
podem amortecer oscilações, grampeiam sobretensões e

Você também pode gostar