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G estão A mbiental

Cleverson V. Andreoli

Até a década de 1960 os problemas ambientais eram um tema restrito a


um pequeno grupo de ecologistas, pois eram preocupações consideradas
próprias de visionários e idealistas, que não faziam parte dos problemas concretos
da sociedade. No inicio tínhamos apenas uma percepção dos efeitos ambientais
localizados de determinadas atividades, mas hoje praticamente toda a
humanidade reconhece a gravidade da crise ambiental, que alcançou uma escala
planetária, decorrente não de ações irresponsáveis de alguns, mas reflexo do
modelo de desenvolvimento.
Diferentes causas foram apontadas para explicar essa dinâmica de
degradação, tais como: o incremento populacional, a moderna indústria e o
consumismo supérfluo, os sistemas de dominação hierárquicos próprios da
sociedade industrial, o sistema capitalista, a distribuição de riquezas entre
países e de populações. Praticamente todas as correntes da economia ecológica
são consensuais em dois pontos: a contradição entre as limitações dos
recursos naturais, em contraposição a uma sociedade de consumo de
expectativas ilimitadas, e a compreensão de que os reflexos ambientais das
atividades econômicas se caracterizam como externalidades negativas, no
sentido econômico do termo.
Nessa perspectiva os desequilíbrios seriam decorrentes de uma imperfeição
do mercado, e conseqüentemente poderiam ser equacionados através de
mecanismos econômicos, como o de imputar aos poluidores os custos ambientais
indiretos decorrentes de suas atividades, o que se denomina de princípio pagador/
poluidor. Esse ponto de vista se concentra excessivamente nos efeitos de uma
atividade inadequada, nos custos da despoluição, induzindo à falsa idéia de que
a responsabilidade ambiental se traduz por um custo adicional. Nesse caso o
grande desafio seria a implementação de mecanismos macroeconômicos que
assegurem o mesmo grau de exigência às diferentes atividades econômicas, para
evitar os desequilíbrios competitivos e, no plano macroeconômico, arbitrar um
termo entre o crescimento selvagem e o equilíbrio ambiental.

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Justamente a responsabilidade ética de empresários e políticos mais
arrojados foi capaz de comprovar na prática que há vantagens em ultrapassar
essa visão unilateral do meio ambiente como um custo e considerá-lo uma
oportunidade. A iniciativa de adotar os princípios da gestão ambiental, numa
economia que se caracteriza pelo elevado desperdício de recursos, determina
um importante diferencial competitivo.
Há anos a comercialização superou a produção como fator limitante da
atividade econômica; tornou-se mais difícil vender do que produzir. A colocação
de produtos no mercado globalizado exige diferenciais de competitividade,
definidos principalmente pelo preço e pela qualidade. Devemos observar
cuidadosamente que os clássicos conceitos de qualidade do produto estão
bastante ampliados, com um grande destaque à qualidade ambiental. Dentro
dessa perspectiva os investimentos na sustentabilidade, além de essenciais à
qualidade ambiental, podem representar um importante diferencial
especialmente para exportações a mercados altamente promissores.
O meio ambiente é um bom negócio, e não são os ecologistas visionários
e idealistas que fazem esta afirmação. Reduzir os custos com a eliminação de
desperdícios, desenvolver tecnologias limpas e baratas, reciclar insumos não são
apenas princípios de gestão ambiental, mas condição de sobrevivência empresarial.

Reduzir os custos com a eliminação de desperdícios,


desenvolver tecnologias limpas e baratas, reciclar insumos
não são apenas princípios de gestão ambiental, mas
condição de sobrevivência empresarial

Ocorre que a qualidade de vida e a própria sobrevivência da sociedade


humana não podem ser estudadas simplesmente como variáveis do sistema
econômico. O desafio é ultrapassar essa visão reducionista para alcançar
soluções capazes de harmonizar o plano econômico, ambiental e social. A
adoção de procedimentos mais responsáveis em relação aos efeitos ambientais
das atividades econômicas é um jogo que não admite perdedores. No longo
prazo, mais do que a economia e vantagens competitivas, a preservação
ambiental é um desafio indispensável à manutenção das condições de
sobrevivência da própria humanidade.

1 Gestão ambiental na empresa


O processo de globalização das relações econômicas impulsionou o
comprometimento das empresas com a questão ambiental, atingindo
principalmente aquelas inseridas no mercado internacional: empresas

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transnacionais e empresas exportadoras. As empresas transnacionais, por
determinação de seus acionistas, vêm adotando os padrões ambientais
definidos em seus países de origem, onde os padrões e normas legais são mais
rigorosos. As empresas exportadoras enfrentam um novo protecionismo: a
discriminação de produtos e serviços que não comprovem a estrita observância
das normas ambientais.
Essas empresas estão influenciando o entorno de fornecedores e
começam a explorar o diferencial ambiental também no mercado interno, o que
está impulsionando a adoção do Sistema de Gestão Ambiental (SGA). Este
sistema vem ao encontro da necessidade das empresas em adotarem práticas
gerenciais adequadas às exigências do mercado, universalizando os princípios
e procedimentos que permitirão uma expressão consistente de qualidade
ambiental. Dadas as similaridades dos sistemas de gestão da qualidade e
ambiental, muitas empresas que implementaram programas de qualidade também
estão na vanguarda da certificação ambiental.
Os procedimentos de gestão ambiental foram padronizados em nível
mundial, com objetivo de definir critérios e exigências semelhantes. A garantia
de que a empresa atende a esses critérios é a certificação ambiental, segundo
as normas ISO 14.000. Essas normas foram definidas pela International
Organization for Standardization (ISO), fundada em 1947, com sede em Genebra,
na Suíça. Trata-se de uma organização não governamental que congrega mais
de 100 países, representando 95% da produção industrial do mundo. O objetivo
principal da ISO é criar normas internacionais de padronização que representem
e traduzam o consenso dos diferentes países. A Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT) representa a ISO no Brasil.
Dentre as diversas áreas de atuação da ISO estão as normas de
certificação ambiental, como segue:
• ISO 14.001 - define os requisitos para certificação ambiental;
• ISO 14.004 - é uma norma orientativa, que exemplifica e detalha as
informações necessárias à implementação de um SGA;
• ISO 14.010, 14.011e14.012 -referem-seaoprocessodeauditoriaambiental;
• ISO 14.032 - define a integração entra as normas de qualidade e de
meio ambiente.

2 Passivos ambientais
Desde a década de 1980, as empresas do mundo desenvolvido dão grande
importância aos seus passivos ambientais. Essa lição somente começa a ser
compreendida no Brasil em decorrência das graves conseqüências dos passivos
ocorridas recentemente em São Paulo, que representam a ponta do iceberg. Trata-
se de um enorme problema que começa a ser conhecido e divulgado e que exige
soluções imediatas. A solução dos passivos deve ser preventiva – a sua não
geração –, pois é mais barata, de solução mais simples e eticamente justificada.

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O passivo ambiental pode ser definido como o montante da avaliação
contábil dos custos ambientais atuais e futuros necessários para o resgate
das pendências da empresa em relação à legislação ambiental. Os principais
custos que geralmente compõe o passivo ambiental são:
• As multas, taxas e impostos a serem pagos em face da inobservância
de requisitos legais;
• Custos da implantação de procedimentos e/ou tecnologias que
possibilitem o atendimento às não conformidades e
• Dispêndios necessários à recuperação de áreas degradadas e
indenização à população afetada.
A prática de avaliação de passivos foi originada como apoio aos casos
de fusão, aquisição, incorporação, compra e venda de empresas e também
para orientação na definição de prêmios de seguros de responsabilidade.
Atualmente a avaliação de passivos também tem sido exigida para liberação
de linhas de créditos. Em alguns casos, esses passivos podem criar impasses
e até mesmo inviabilizar negócios, uma vez que podem atingir níveis maiores
do que a capacidade de gerar recursos para resolvê-los.
Como apoio ao processo gerencial, em muitos casos são adotados os
instrumentos de contabilidade ambiental, que mensuram as receitas e custos da
degradação e das medidas adotadas para evitá-los, possibilitando a adequação
dos preços de transferência interna para os produtos e serviços prestados. O
enfoque da contabilidade ambiental deve ser colocado nos resultados da gestão
ambiental e não somente sobre os custos de degradação do meio ambiente.
O processo para levantamento de passivos é realizado geralmente em
duas etapas: a fase 1, na qual é realizada a avaliação qualitativa dos impactos, e
a fase 2, que resulta na sua quantificação. Na primeira fase são levantados todas
as práticas e procedimentos relativos aos aspectos ambientais relevantes, tais
como: licenças ambientais existentes, resíduos gerados pela empresa e a sua
disposição final, taxas de emissões atmosféricas e de geração de efluentes líquidos
e os respectivos sistemas de minimização e tratamento de poluição adotados.
Com base nos resultados da primeira fase é realizado um planejamento
que tem por objetivo mensurar os impactos para permitir uma avaliação do
custo para o seu adequado gerenciamento, que no mínimo seja capaz de atender
às exigências legais e administrativas dos órgãos ambientais e à política interna
da empresa. Utilizando-se de coletas, medições e análise, são avaliados
quantitativamente e qualitativamente as emissões atmosféricas, os efluentes
e os resíduos gerados e as suas respectivas influências ambientais como
alterações na qualidade de água do corpo receptor e do lençol freático, da
atmosfera, do solo etc.

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Sob o ponto de vista jurídico, todo o dano ambiental resultante de uma
determinada atividade provoca uma tríplice reação legal, nos âmbitos civil,
penal e administrativo. O Ministério Público pode propor uma ação civil pública
para que o responsável pelo dano ambiental recomponha o ambiente afetado
e ainda indenize as populações afetadas. Pode cumulativamente propor uma
ação penal, pois, segundo a legislação, pessoas físicas e jurídicas podem
responder criminalmente. Independentemente desses processos, o órgão
ambiental na esfera administrativa poderá estabelecer uma multa, exigir a
reparação do dano ambiental e ainda a implementação de obras ou
procedimentos necessários a evitar o dano.
As limitações das metodologias para a adequada mensuração econômica
dos impactos e dos riscos ambientais muitas vezes dificultam avaliações mais
precisas, que sejam capazes de considerar a totalidade de seus efeitos adversos.
Mas os instrumentos disponíveis representam uma grande contribuição para
subsidiar o processo de decisão.

A solução dos passivos deve ser preventiva. Isso


significa a sua não geração, pois é mais barata, de
solução mais simples e eticamente justificada

A dimensão do problema dos passivos ambientais causados pela


disposição inadequada de resíduos no Brasil mostra por um lado uma grande
ameaça ao ambiente e à saúde financeira de empresas, mas também representa
um grande potencial de negócios.
A Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo, em um estudo que
envolveu 640 áreas naquele estado, identificou a existência de 225 áreas
comprovadamente contaminadas, das quais 145 estão passando por algum
processo de remedição. Segundo o ranking da geração de resíduos industriais,
divulgado pela ABETRE (Associação Brasileira de Empresas de Tratamento,
Recuperação e Disposição de Resíduos Especiais), dos 2,9 milhões de toneladas
de rejeitos industriais gerados no Brasil, apenas 600 mil toneladas, cerca de
22%, recebem tratamento adequado. O mercado potencial para o gerenciamento
desses resíduos representa valores da ordem de um bilhão de reais por ano.

3 Implementação do SGA
A implementação de um SGA constitui uma ferramenta para que o
empresário identifique oportunidades de melhorias que reduzam os impactos
das atividades de sua empresa sobre o meio ambiente, orientando de forma
otimizada os investimentos para implementação de uma política ambiental
eficaz, capaz de gerar novas receitas e oportunidades de negócio.

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As principais vantagens do SGA são a minimização de custos, de riscos,
a melhoria organizacional e a criação de um diferencial competitivo. Os custos
são reduzidos pela eliminação de desperdícios, racionalização de recursos
humanos, físicos e financeiros e pela conquista da conformidade ambiental ao
menor custo. A implementação do SGA possibilita também a precisa identificação
dos passivos ambientais e fornece subsídios ao seu gerenciamento. Esses
procedimentos promovem a segurança legal, a minimização de acidentes,
passivos e riscos através de uma gestão ambiental sistematizada que permite a
sua integração à gestão dos negócios. Essa atitude melhora a imagem da empresa,
aumenta a produtividade, promove novos mercados e ainda melhora o
relacionamento com fornecedores, clientes e comunidade.

A implementação de um SGA constitui uma ferramenta


para que o empresário identifique oportunidades de
melhorias que reduzam os impactos das atividades de
sua empresa sobre o meio ambiente, gerando com
isso novas receitas e oportunidades de negócio

O SGA representa um ciclo contínuo de planejamento, implementação,


revisão e melhoria das ações da organização para que possam ser cumpridas
as obrigações ambientais. Para melhorar o desempenho ambiental, a
organização tem que avaliar não apenas quais são as ocorrências que podem
prejudicar o desempenho ambiental, mas também por que elas ocorrem e
implementar medidas para corrigir os problemas observados e para evitar que
ocorram novamente.
A maioria dos modelos de gerenciamento baseia-se no princípio de
melhoria contínua, no conhecido ciclo da qualidade ou PDCA: planejar, fazer,
checar e agir, conforme mostra a figura 1.

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Os principais estágios do SGA definidos pela NBR ISO 14.001 são:
• Comprometimento e política - a administração estabelece a política
ambiental da empresa, que deve ser apropriada à natureza e escala
dos impactos, comprometer-se com a melhoria contínua e com o
atendimento à legislação, garantir o monitoramento e a comunicação
com empregados e fornecedores e que esteja disponível ao público.
• Planejamento - a empresa define as atividades necessárias para a
adequação ambiental através da identificação dos aspectos e impactos
ambientais em relação aos requisitos legais, estabelece os objetivos,
avalia alternativas, define as metas e elabora os Programas de Gestão
Ambiental (PGA), que são necessários para o alcance dos objetivos
e metas ambientais que visam apoiar o cumprimento.
• Implementação - a empresa inicia o desenvolvimento do plano de
ação, estabelecendo responsabilidades, procedimentos
operacionais, desenvolvendo treinamentos, comunicação,
documentação, controles operacionais e um plano de emergência.
• Avaliação - a empresa avalia através do monitoramento e medições
dos indicadores ambientais que evidenciem que as metas estão sendo
alcançadas. Deve ainda ser estabelecido um procedimento para
registros das não-conformidades e das respectivas ações corretivas
e preventivas. Todo esse processo deve ser avaliado através de um
programa de auditorias capaz de identificar se o SGA encontra-se em
conformidade com o planejado para propor as readequações
necessárias e melhorias necessárias e para informar a administração.
• Revisão - a alta administração da empresa deverá analisar criticamente
o SGA, definindo as modificações necessárias à sua otimização e
efetividade verificando se as metas ambientais propostas estão sendo
alcançadas e se os PGAs estão sendo efetivamente implementados.
O estágio de revisão conclui o ciclo de melhoria contínua.
O SGA deve ser dinâmico, permitindo a rápida adaptação às mudanças
nos negócios ambientais. Desta forma o SGA tem que ser flexível e simples.
Isto auxilia o SGA a ser compreendido e incorporado pelas pessoas que
trabalham na implementação.
Em algumas organizações a implementação do SGA pode sofrer
resistência por parte de algumas pessoas, por considerarem que ele representa
burocracia, custos e aumento na jornada de trabalho. Podem ocorrer
resistências devido às mudanças e às novas responsabilidades. Para conseguir
vencer esses obstáculos, é preciso ter certeza de que todos entendem por que
a organização necessita do SGA efetivo e como ele pode ajudar no controle

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dos impactos ambientais e conseqüentemente dos custos. Manter as pessoas
envolvidas no projeto e implementação do SGA demonstra o comprometimento
da organização com o meio ambiente e ajuda a verificar que ele é realista,
prático e que agrega valor.
Implementando ou melhorando o SGA, a organização vai entender como
gerenciar os compromissos ambientais e como encontrar melhores soluções.

4 Auditorias e certificação ambiental


Para avaliar a adequação do SGA, a organização deve realizar um
programa de auditorias ambientais, que podem ser: Auditoria interna ou de
primeira parte, que é realizada pela própria organização para auto-avaliação do
SGA; Auditoria externa ou de segunda parte, realizada por um cliente em seus
fornecedores; e auditoria de terceira parte, realizada por terceiros por força
legal ou para a obtenção de certificação.
O Instituto Ambiental do Paraná implantou recentemente uma
instrução normativa criando as auditorias compulsórias, que podem obrigar
a empresa a contratar um auditor credenciado para avaliar o cumprimento da
legislação ambiental.
Nos processos de auditorias são avaliadas as não conformidades, que
são caracterizadas pelo não atendimento a um requisito específico da norma.
As não conformidades são geralmente classificadas em dois grupos: 1) Não
conformidade maior ou sistêmica, que apresenta um nível de abrangência e
importância significativa, e 2) Não conformidade menor ou pontual, que
apresenta um nível de abrangência pontual e de pequena importância. Sempre
que for detectada uma não conformidade é necessária a implementação de
uma ação corretiva, que tem por objetivo eliminar a causa da não conformidade,
para evitar sua repetição.
Para que uma organização obtenha o certificado ISO 14.000, é necessário
que esta seja submetida a um processo de auditoria de uma certificadora. As
certificadoras são empresas que realizam as auditorias de terceira parte, tais
como: ABS, BSI, Loyds Register, BVQI, Fundação Vanzolini, DNV, SGA etc.
Essas empresas devem ter sido reconhecidas e credenciadas pela ISO, através
da acreditadoras, que têm a função de acreditar as certificadoras. No Brasil o
INMETRO é cadastrado pela ISO para desempenhar esse papel.
O Processo de certificação somente pode ser solicitado após um ciclo
PDCA e segue os seguintes passos:
1. Contratação de certificadora;
2. Pré-auditoria (sem validade de certificação);

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3. Auditoria de certificação;
4. Emissão de certificado (validade 3 anos);
5. Auditorias de monitoramento (semestrais ou anuais);
6. Resultados possíveis: apto, não apto ou apto com ações corretivas.
Os resultados possíveis de uma auditoria de certificação podem ser:
• Recomendada para a Certificação, quando não existem não
conformidades;
• Recomendada para a Certificação, após Verificação e Ações
Corretivas, quando existem uma ou mais não-conformidades que
devem ser verificadas e corrigidas. Neste caso não será realizada
nova auditoria completa;
• Recomendada para nova Avaliação do SGA, quando forem
observadas várias não-conformidades que indicam falhas no SGA
implementado. Neste caso será necessária nova auditoria completa.

Conclusão

O principal fator que deve orientar uma ação ambiental responsável


por parte dos empreendedores é a responsabilidade ética de alterar
drasticamente o atual quadro de degradação ambiental planetária, que reduz a
qualidade de vida de toda a população e põe em risco a própria sobrevivência
da humanidade. Outro fator que induz à tomada de decisões em relação aos
danos ambientais são as políticas ambientais públicas que impõem aos
empreendedores a responsabilidade civil, penal e administrativa em relação
aos impactos ambientais decorrentes de suas atividades econômicas.
A adoção de instrumentos de gestão ambiental, como o Licenciamento,
Avaliação de Impacto Ambiental, Sistema de Gestão Ambiental, Avaliação de
Passivos, Auditorias e Cerificações e a Contabilidade Ambiental demonstram
a viabilidade econômica de atividades empresariais que induzam à
sustentabilidade ambiental.
Ao contrário da visão essencialmente ambientalista, é perfeitamente
possível e recomendável considerar as questões ambientais no valor do
empreendimento, transformando o risco ambiental em oportunidades de
redução de custos, proteção das bases de sustentabilidade do negócio,
proteção da imagem corporativa, o que resulta na diminuição de perdas e
valorização dos recursos de todos os envolvidos dentro e fora da empresa.
Antes apenas considerada uma ameaça, a crise ambiental representa um
grande potencial para negócios, que apresenta uma excepcional perspectiva de

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crescimento em áreas como: gestão ambiental, educação e treinamento, reciclagem
de resíduos, sistemas de tratamento de efluentes e emissões, tecnologias
ambientais, gestão de resíduos, economia e racionalização de energia,
recuperação de áreas degradadas.

Bibliografia recomendada

CAJAZEIRA, J.E.R. ISO 14.000 - manual de implantação. Rio de Janeiro:


Qualitymark Editora, 1997. 117p.
FOLADORI, G. Los límites del desarrollo sustentable. Montevideo - Uruguay:
Ediciones de la Banda Oriental, 1999. 221p.
PRINCIPAL, P. J. S.; PRINCIPAL, M. A. G.; DAVIS, S. P. Environmental
management systems: an implementation guide for small and medium-sized
organizations. 2.ed. Michigan: Ed. NSF International, 2001. 196p.

Sites sugeridos
<www.nsg-isr.org>; <www.abnt.org.br/cb38>; <www.iso.ch/iso/em/>;
<ISOOnline.openerpageISO>; <www.viaecologica.com.br>;
<www.ambientebrasil.com.br>; <www.ecopress.org.br>;
<www.worldwatch.org.br>; <www.sosmatatlantica.org.br>; <www.epa.gov>

Resumo

O objetivo deste capítulo foi demonstrar que as empresas que adotam uma postura
ambiental mais avançada podem, além de assumir as suas responsabilidades éticas com a
sociedade, ainda obter vantagens competitivas. O capítulo foi dividido em quatro seções.
A primeira seção discutiu a influência no ambiente, do processo de globalização das
relações econômicas e, também, como este processo impulsionou o comprometimento
das empresas com a questão ambiental. A segunda seção avaliou a importância dos
passivos ambientais e como eles devem ser gerenciados, enfatizando a ação preventiva,
devido às conseqüências negativas que estes passivos podem acarretar à empresa
responsável, tanto em relação a seus impactos ambientais como financeiros. A terceira
seção explicou como implementar um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) nas empresas
e suas principais vantagens. A quarta seção falou sobre os procedimentos e as formas de
auditorias ambientais existentes para a acompanhamento e melhoria do SGA e como
obter uma certificação ambiental.

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