Seminários Temáticos em Música Popular

SEMINRIOS TEMTICOS EM MSICA POPULAR - TN1
Professor: Clber Alves
Paulo Moura entre os

anos de 1968 a 1986
Silas Prado
Raphael Victor Ribeiro
Filipe Brandao de Paula
Joao Gabriel Teodolino de Souza
Talita Rafaela Arajo Vasconcelos

A importncia do Paulo Moura entre o Samba e Jazz
Paulo Moura, nos seus 65 anos de carreira, como clarinetista, saxofonista, arranjador,
maestro, compositor, transitou com facilidade entre a msica erudita e popular. Assim,
estando a frente da sua poca, transitando entre os ritmos africanos at a msica americana e
europeia, tornou-se um grande msico hbrido em estilos. E a partir de do final da dcada de
70, ele mais uma vez consegue reinventar, e fazer uma revoluo musical dentro da msica
brasileira.
Em 1968, Paulo Moura lana o LP "Hepteto", com Wagner Tiso, Pascoal Meirelles, Lus
Alves, Oberdan Magalhes, Cesrio Constncio e Darcy da Cruz. Onde h a retomada da Bossa
Nova, mais sofisticada e misturada com o Jazz. Onde a bateria (Pascoal Meirelles) ficaria mais
livre, e no engessada como na Bossa Nova de Joo Gilberto. O Baixo (Luiz Alves) transitava
entre as clulas rtmicas Brasileiras da Bossa Nova e da articulao do Jazz atravs do Walking
Bass. Percebe-se tambm, que nos solos do Piano (Wagner Tiso) e dos metais, faz se o uso do
hibridismo entre o Samba e o Jazz, nas articulaes e escalas (Beebop). Esse lbum contm
obras de compositores como Milton Nascimento e Tom Jobim.
No ano de 1969, atravs da gravadora Equipe, lana dos LPs: "Quarteto", com Wagner
Tiso (piano) Lus Alves (contrabaixo) e Pascoal Meirelles (bateria) e "Pilantrocacia", juntando-
se ao quarteto Darcy da Cruz e Heraldo Reis (trompete), Oberdan Magalhes (sax), Cesrio
Constncio (trombone) e Mayuto Correa (tumbadora).
Ainda nesse ano, Paulo Moura incluiu cordas ao Hepteto, acrescentando 4 violas e 4
cellos. Ele regeu e acompanhou a cantora Maysa (com quem trabalho at 1975). Paulo Moura
e Maysa estrearam o primeiro show de msica popular no Caneco, que antes era apenas uma
casa de dana com msica ao vivo. Ainda fizeram muitos shows na Boate Igrejinha e especiais
na TV Cultura.
Em 1971, a msica "Mandrake", faixa do LP Pilantocracia, uma parceria de Paulo

Moura e Wagner Tiso, sucesso de execuo nas rdios do Rio de Janeiro. A gravadora Equipe
lana o LP Fibra no qual Paulo Moura volta formao com sete msicos: temos novamente
Oberdan Magalhes (sax tenor e flauta), Cesrio Constncio (trombone), Wagner Tiso (piano e
rgo) e Luz Alves (contrabaixo e violo). Neste ltimo, Marcio Montarroyos substitui Darcy
da Cruz e Robertinho fica no lugar de Pascoal Meirelles. O disco tem, ainda, as participaes de
Tavito tocando guitarra em quatro faixas e Milton Nascimento tocando piano em uma e traz
de novo, "Samba de Orfeu", "General da banda" e "Bitucadas n 2", presentes em "Hepteto -
Mensagem", mas com diferenas de arranjos que msicos diferentes na banda sempre
impem.
Em 1974, Paulo Moura conduz a grande orquestra que acompanhou Milton Nascimento
no show gravado ao vivo "Milagre dos Peixes", nos Teatro Joo Caetano do Rio de Janeiro, e no
Teatro Municipal de So Paulo. O saxofonista mineiro Nivaldo Ornelas participa desse show. E
no LP, ele grava a Msica Hoje dia de El-rey (Mrcio Borges - Milton Nascimento) como
Saxofonista Tenor, na segunda, terceira e quarta parte da msica.
Em 1975, rege a orquestra que acompanha Sergio Mendes (com quem tinha tocado
como saxofonista do sexteto Bossa Rio, liderado por Srgio Mendes, em 1962, tocou at no
histrico concerto de bossa nova no Carnegie Hall, em Nova York, ao lado de Tom Jobim, Joo
Gilberto e Luiz Bonf, entre outros) numa temporada que se inicia no Teatro Manchete e se
estende para o Teatro Municipal do Rio e Anhembi de So Paulo.
Em 1977, mais uma vez surpreendendo, depois de tocar por alguns meses com o sambista
Martinho da Vila, gravou o inovador "Confuso Urbana, Suburbana e Rural", lbum que
contribuiu ativamente para reacender o interesse pelo samba-choro das orquestras de
gafieira.
Esse projeto tambm marcou de forma definitiva sua obra. Na poca voltou at a tocar
em uma gafieira da Praa Tiradentes, no centro do Rio, despertando a ateno de outros
msicos, que iam ouvi-lo. Paulo Moura fascina o pblico e a crtica especializada ao misturar
percusso afro-suburbana a instrumentos de sopro de big bands e aos choros.
Com o sucesso do Confuso Urbana, Suburbana e Rural, Paulo larga o posto de

clarinetista e acredita ter condies de alavancar a carreira como msico solista internacional.
Nesse momento, toca pela Nigria, Frana, Holanda e Japo. Ao lado de Waldyr Azevedo, Abel
Ferreira, Z da Velha, Joel Nascimento e Copinha participam das duas temporadas do "Choro
na Praa", no Teatro Joo Caetano, registrado ao vivo pela Polygram.
Ainda em 1977, ele compe trilhas pra seriado Planto de Polcia da TV Globo e
participa como ator e compositor no filme "Parceiros da Aventura", de Jos Medeiros. Em
1978, tambm faz a trilha para o filme A Lira do delrio de Walter Lima Jr , tambm
preenchida com trechos do LP "Confuso Urbana, Suburbana e Rural. Tambm em 1978,
dedica-se totalmente a carreira solo, se afastando da Orquestra do Teatro Municipal.
Em 1980, resolve dar uma guinada na sua carreira, saindo da Rdio Roquette Pintto. Ele se
muda para o subrbio de Ramos, para frente da escola de samba Imperatriz Leopoldinense, e
comea sua pesquisa sobre compositores de samba e choro. Paulo aonde comanda os bailes
populares de Gafieira na Praa Tiradentes. Sem se dar conta, ele inicia uma nova vertente
musical de sua carreira e da msica instrumental carioca, que at hoje o tem como inspirao.
Desde ento seu crescente interesse pela rtmica brasileira gerou outros lbuns nessa linha
musical, como "Mistura e Manda" (1983), "Gafieira Etc. e Tal" (1986) e "Pixinguinha" (1988).
Durante o restante da dcada de 80, Paulo Moura, atravs da Gravadora Kuarup sua
prolfica parceria com a pianista Clara Sverner, registrada em trs lbuns com repertrio
erudito e popular, abriu caminho para preciosas colaboraes com outros figures da msica
instrumental, como Raphael Rabello, Arthur Moreira Lima, Wagner Tiso, Nivaldo Ornelas e
Joo Donato.
Ampliando o conceito de musica de Gafieira, da qual se torna a vertente contempornea,

Paulo viaja para inaugurar o intercmbio Brasil Frana para gravar o CD "Gafieira Etc. e Tal"
pela Kuarup, com o mesmo grupo com o qual tocava nas Gafieiras do Parque Lage.
A serenidade enquanto indivduo e a personalidade musical do Paulo Moura, so traos

marcantes na carreira dele, tanto quanto maestro, arranjador e msico. No Filme "Alma
Brasileira", ele deixa claro que cultivou durante toda a sua vida, tocar para danar, ao contrrio
de ser uma atividade secundria. Ele tambm dava importncia ao carter do improviso
jazzstico, que ficava claro em seus solos. Como uma figura de posio mpar, Paulo Moura
dedicou sua vida msica, e com seu talento e dedicao se tornou um dos maiores msicos
brasileiros de todos os tempos, com reconhecimento no pas e no exterior.
"(...) quando estou fazendo uma coisa e sinto que aquilo no vulgar ou ainda no foi feito por
outros ou no o caminho mais comum, eu fico meio estonteado, meio enfeitiado"
Paulo Moura

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Em 1971, a msica "Mandrake", faixa do LP Pilantocracia, uma parceria de Paulo

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