Manual de Arborização
Manual de Arborização
Manual de Arborização
ARBORIZAO
URBANA DE SALVADOR
MATA ATLNTICA
com espcies nativas da
1
Luz do sol,
Que a folha traga e traduz,
Em verde novo
Em folha, em graa, em vida, em fora, em luz...
Caetano Veloso
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2017
MANUAL DE ARBORIZAO URBANA
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MANUAL DE ARBORIZAO URBANA 2017 4
Manual Tcnico de
ARBORIZAO
URBANA DE SALVADOR
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MATA ATLNTICA
com espcies nativas da
Manual Tcnico de Arborizao Urbana de Salvador com espcies nativas da Mata Atlntica
Vice Prefeito
Bruno Soares Reis
Chefe de Gabinete
Joo Incio Ribeiro Roma Neto
Manual Tcnico de Arborizao Urbana de Salvador com espcies nativas da Mata Atlntica
Coordenao Geral
Andr Moreira Fraga
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Colaborao
Aspectos tcnicos da arborizao urbana
Lucineide Teixeira, Jardim Botnico de Salvador
MANUAL DE ARBORIZAO URBANA
Edio e Reviso
Marcelo Gandra
Uelber Accio Reis
Ilustraes e aquarelas
Endi Marley
Fotografias
Marcelo Gandra (Gerais)
Eloina de Mattos Neri (Guia de Espcies p. 88 - 141)
Diego Viana Gomes p. 81
Valter Pontes p. 2;3;14;15;38;39;57;69;142;143;148;149
Este manual possui parte de seu contedo proveniente do Manual Tcnico de Arborizao Ur-
bana de So Paulo, atravs da celebrao de convnio entre a SECIS e a Secretaria Municipal
do Verde e do Meio Ambiente da capital paulista.
Este manual foi discutido e aprovado pelo Conselho Municipal do Meio Ambiente do Municpio
do Salvador (COMAM) em reunio realizada 25 de outubro de 2016.
O contedo tcnico e educativo do Manual, foi estudado e revisado pela equipe tcnica da
Sociedade Brasileira de Arborizao Urbana/NE. A SBAU entende que o mesmo corresponde
aos objetivos gerais implantados pela mesma no Brasil, destacando na promoo do inter-
cmbio e cooperao entre as pessoas (populao) e instituies em arboricultura, como
tambm ajudando a estimular a poltica cientfica e tcnico-administrativa para o desenvolvi-
mento da Poltica Pblica do Verde Urbano Brasileira.
1 edio, 1 impresso, 2017
ARBORIZAO
URBANA DE SALVADOR
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MATA ATLNTICA
com espcies nativas da
23 Ilustraes / 23 Diagramas / 50 Espcies
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Um outro olhar
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Em Salvador passamos a ltima dcada sem a mnima estru-
tura institucional que pensasse a arborizao, alm de nunca
ter existido um instrumento legal ou tcnico que orientasse
o plantio de rvores na cidade. Anos que comeam a ficar
apenas na memria. Arborizao Urbana cincia e precisa
ser encarada dessa forma. Para isso, construdo de forma par-
ticipativa, o Plano Diretor de Arborizao Urbana traz regras
claras para empreendedores e cidados ajudarem a prefeitura
na ampliao e manuteno da arborizao urbana.
09 UM OUTRO OLHAR
PARTE I
A CIDADE DE SALVADOR E A ARBORIZAO
PARTE II
PLANEJAMENTO, IMPLANTAO E MANUTENO DA ARBORIZAO
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41 Caractersticas dos locais de plantio
41 Existncia e largura da calada e recuo de imveis
43 Existncia de rede eltrica (area ou subterrnea)
43 Tipo de uso da via pblica
43 Distncia dos equipamentos urbanos
47 Orientaes para plantio e manuteno
47 Padres de qualidade e porte da muda
47 poca de plantio
47 rea permevel
48 Espaamento entre as rvores
49 Tamanho e preparao (adubao) do bero
49 Preparao do solo agrcola
50 Passo a passo para o plantio
50 Tutoramento, gradil e grelha
50 Alm do amor e proteo: como cuidar das rvores
54 Regas
58 Podas
60 Adubao de manuteno
60 Remoo de parasitas
60 Controle fitossanitrio
60 O que no podemos fazer com as rvores
60 Supresso de exemplares
PARTE III
AMBIENTES PARA ARBORIZAO E A INDICAO DAS ESPCIES
Grande porte
111 Amescla - Protium heptaphyllum
112 Biriba - Eschweilera ovata
113 Birro - Licania littoralis
114 Canafstula - Peltophorum dubium
115 Craibeira - Tabebuia aurea
116 Ip-amarelo - Handroanthus serratifolius
117 Ip-roxo - Handroanthus impetiginosus
118 Jacarand-da-bahia - Dalbergia nigra
119 Janaba - Himatanthus bracteatus
120 Oiti-da-praia - Licania tomentosa
121 Maaranduba - Manilkara salzmannii
122 Matataba - Schefflera morototoni
123 Pau-ferro - Libidibia ferrea var. leiostachya
124 Pau-paraba - Simarouba amara
125 Sibipiruna - Poincianella pluviosa var. peltophorodes
Sumrio
13
138 Murta-vermelha - Allophylus edulis
142 Glossrio
145 Referncias
148 Anexo. Plano Diretor de Arborizao Urbana
(Lei Municipal n 9.187/2017)
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A cidade de Salvador e a arborizao
Dessa forma, o verde urbano vem ganhando cada vez mais Quando plantadas sem critrios e cuidados devidos, as rvores
destaque. As reas verdes urbanas so vistas como uma inter- causam conflitos entre as construes e outros equipamentos
ligao da vegetao, especialmente rvores, das vias pbli- urbanos, como, por exemplo, as redes eltricas. Por isso, o
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cas com as de praas, jardins, parques alm das encostas, fun- plantio e manejo de rvores em cidades deve ser precedido
dos de vale, cemitrios e quintais. (Paiva & Gonalves 2002). de planejamento e orientaes adequadas para que possam
crescer e viver saudveis e cumprir seu grandioso papel.
Compreendem como rea verde qualquer rea, de proprie-
dade pblica ou privada, que apresente algum tipo de vege- A cidade de Salvador em sua geomorfologia constituda de
tao (no s rvores) com dimenses vertical e horizontal estreitas plancies prximas ao mar e colinas com vales entre
significativas e que sejam utilizadas com objetivos sociais, si, criando as encostas da cidade, que representam um desa-
ecolgicos, cientficos ou culturais. Os autores do uma fio para a arborizao. A ocupao desordenada e sem plane-
nova e ecltica dimenso para as reas verdes, para alm do jamento, a desigualdade social, a quase onipresena de ruas
ecolgico e inclui o envolvimento da sociedade. estreitas e sem passeio e a inexistncia da cultura de jardina-
gem so situaes que no favorecem o plantio de rvores na
No entanto, esses autores ampliam ainda mais o significado cidade. Tudo isso se soma a anos de ausncia de ao pblica
do verde nas cidades quando definem que floresta urbana para o manejo e ampliao da arborizao da cidade.
um termo muito mais condizente, quando queremos nos
referir a uma cobertura vegetal que possa trazer melhorias Atravs deste manual tcnico de arborizao urbana, a Prefei-
na qualidade de vida urbana em contraposio arborizao tura de Salvador traz orientaes para que a sociedade sotero-
urbana, cujo conceito se prende mais ao indivduo rvore, politana possa contribuir no desafio de ampliar de forma per-
muitas vezes como mera composio esttica no tecido ur- manente a cobertura verde de nossa capital. A ampliao da
bano. Eles ainda ressaltam como funes sociais das reas arborizao urbana, desenvolvida e implementada de forma
verdes a contemplao, a circulao, o estar, a recreao, o tcnica contribuir para termos uma cidade no s mais verde
esporte, a distribuio do trfego, a decorao, o simbolismo verde, mas tambm mais humana, agradvel, bonita e justa.
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os cidados e o meio ambiente, tais como benefcios estticos
e funcionais que esto muito alm dos seus custos de implan-
tao e manejo. Esses benefcios estendem-se desde o confor-
to trmico e bem-estar psicolgico dos seres humanos at a
prestao de servios ambientais indispensveis regulao
do ecossistema, assim sendo:
Locais arborizados economizam recursos pblicos, por exem- As rvores modificam os ventos pela obstruo, deflexo,
plo, na manuteno de reas pavimentadas. reas arboriza- conduo ou filtragem do seu fluxo, assim, a vegetao quan-
das quando comparadas quelas expostas diretamente ao sol do arranjada adequadamente pode proteger as construes da
sofrem menos com os fenmenos de contrao e dilatao, ao dos ventos ou direcionar a passagem destes por um de-
diminuindo seu desgaste. A copa das rvores filtra os raios terminado local. Quanto aos rudos, as estruturas vegetais so
solares diminuindo os efeitos da fotoexposio humana que, capazes de absorver ondas sonoras diminuindo a poluio so-
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em excesso, pode causar doenas de pele e de viso. Assim, nora. J no que se refere luminosidade, a vegetao atenua
por meio da arborizao, os rgos pblicos tendem a reduzir o incmodo causado pelas superfcies altamente reflexivas de
seus gastos na rea de infraestrutura e sade. determinadas edificaes, que podem ofuscar a viso.
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MANUAL DE ARBORIZAO URBANA
As copas das rvores fracionam a gua das chuvas, o que di- Por meio da fotossntese, as rvores capturam o gs carbni-
minui a energia do impacto da gota no solo minimizando o co da atmosfera e o utilizam na formao de suas estruturas
problema de eroso. As superfcies das folhas, frutos, galhos vegetativas. Sendo este um dos gases responsveis pelo efeito
e demais estruturas areas promovem tambm a reteno de estufa, as rvores auxiliam no combate ao aquecimento glo-
gua e constitui-se uma caixa de reteno hdrica natural bal.
diminuindo, consequentemente, o problema das enchentes.
Elevar a permeabilidade do solo e
Bem-estar, educao ambiental e patrimnio gentico controlar a temperatura / umidade do ar
O plantio de rvores nativas no ambiente urbano contribui A impermeabilizao indiscriminada do solo urbano um
para a difuso da flora nativa e para a conservao dos recur- dos agentes que aumentam o escoamento superficial e as en-
sos genticos brasileiros, que so patrimnio da sociedade, chentes. Alm disso, a ausncia de arborizao somada a ou-
alm de criar oportunidade de educao ambiental tanto es- tros fatores, como poluio e elevada concentrao de asfalto
colarizada como informal. e concreto, produzem ilhas de calor, que so reas de baixa
umidade relativa e alta temperatura.
Bem-estar psicolgico
As rvores so contribuintes chaves para a moderao dos ex-
Atravs do paisagismo se obtm uma infinidade de formas e tremos climticos dos grandes centros urbanos. A umidade
cores, anulando o efeito montono de construes retilneas. que se expele da planta abaixa ou estabiliza a temperatura
A presena de espcies arbreas na paisagem promove bele- (...) uma rvore isolada pode transpirar aproximadamente
za cnica, melhoria esttica (especialmente na poca de flo- 400 litros de gua por dia, equivalendo-se a 5 aparelhos de
rao) e funcionalidade do ambiente e, em consequncia, um ar-condicionado (...) (Paiva & Gonalves, 2002);
aumento da qualidade de vida da populao.
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[Ilustrao 07 Lesgislao e reas verdes urbanas]
Breve panorama da legislao sobre arborizao urbana erao em no mnimo 50% (cinquenta por cento) da rea
total coberta por esta vegetao.
Aqui segue um panorama resumido dos mais importantes
dispositivos das principais leis federais e municipais aplica- Plano Diretor de Arborizao Urbana
das questo em foco: arborizao urbana e reas verdes. (Lei Municipal 9187/2017)
O territrio de Salvador est completamente inserido nos
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domnios da Mata Atlntica e seus ecossistemas associa- Marco para a cidade, a Lei 9187/2017, que dispe sobre
dos, devendo portanto seguir o disposto na Lei Federal o Plano Diretor de Arborizao Urbana (PDAU), no seu
11.428/2006, tambm conhecida como Lei da Mata Atlnti- Art. 1 define o plano como instrumento permanente para
ca, que tem como objetivo conservar, recuperar e ampliar a definio de diretrizes e estratgias para o planejamento,
cobertura de um dos biomas recordistas em biodiversidade implantao, reposio, expanso, manejo e manuteno
no planeta. da arborizao e reas verdes urbanas, prevendo-se a in-
tegrao da populao, visando conservao e preser-
Constituio Federal de 1988 vao da arborizao implantada. Alm disso ele define,
no Captulo VI, o Manual de Arborizao Urbana como um
Art. 225. Todos tm direito ao meio ambiente ecologica- de seus instrumentos:
mente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial
sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder pblico e Art. 9 So instrumentos do Plano Diretor de Arborizao
coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para as Urbana:
presentes e futuras geraes.
1 Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao I - Guia de Produo de Mudas;
poder pblico: II - Manual de Arborizao Urbana;
VII - proteger a fauna e a flora (...)
Lei Federal de Crimes Ambientais (Lei 9.605/1998) Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano
PDDU (Lei Municipal 9069/2016)
Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer
modo ou meio, plantas de ornamentao de logradouros p- A reviso do Plano Diretor da cidade, aprovada em 2016,
blicos ou em propriedade privada alheia: trouxe novas diretrizes destacando a necessidade de ar-
Pena - deteno, de trs meses a um ano, ou multa, ou am- boizao do ambiente urbano.
bas as penas cumulativamente.
CAPTULO IV - DAS DIRETRIZES PARA A REVISO DA
Lei Federal da Mata Atlntica (Lei 11.428/2006) LEGISLAO DE ORDENAMENTO DO USO E OCUPAO DO SOLO
Art. 31. Nas regies metropolitanas e reas urbanas, assim Art. 192. A LOUOS dever ser revista de acordo com os
consideradas em lei, o parcelamento do solo para fins de princpios e objetivos expressos neste PDDU para o ma-
loteamento ou qualquer edificao em rea de vegetao se- crozoneamento e respectivas macroareas, atendendo s se-
cundria, em estgio mdio de regenerao, do bioma Mata guintes diretrizes: XXIII - estabelecimento de largura mn-
Atlntica, devem obedecer ao disposto no Plano Diretor do ima adequada para que passeios e caladas atendam s
Municpio e demais normas aplicveis (...) necessidades da livre circulao de pessoas, implantao
de mobilirio urbano, paisagismo e arborizao;
2. Nos permetros urbanos delimitados aps a data de
incio de vigncia desta lei, a supresso de vegetao se- Seo IV - Do Deslocamento de Pedestres e de Pessoas com
cundria em estgio mdio de regenerao fica condiciona- Deficincia ou com Mobilidade Reduzida
da manuteno de vegetao em estgio mdio de regen- Art. 208. So diretrizes para o deslocamento de pedestres
e de pessoas com deficincia ou com mobilidade reduzida: para o plantio, ao espaamento mnimo e especificao
V - garantia de que os passeios e caladas tenham largura das espcies arbreas definidos no Plano Diretor de Ar-
adequada para contemplar a circulao de pessoas, a im- borizao Urbana de Salvador - PDAU;
plantao de mobilirio urbano, paisagismo e arborizao;
TTULO IV - DO PARCELAMENTO E URBANIZAO DO SOLO d) plantio das reas verdes comuns, dentro dos limites do
empreendimento, atendendo ao estabelecido no Plano Di-
Art. 45. Os parcelamentos e urbanizaes nas modalidades retor de Arborizao Urbana de Salvador PDAU;
previstas nos incisos I, II, VII, VIII e IX do Art. 42 devem ser
entregues com infraestrutura urbana implantada, constitu- Captulo III Da Ocupao Incentivada e/ou condicionada
da pelos equipamentos de escoamento das guas pluviais,
iluminao pblica, esgotamento sanitrio, abastecimen- Art. 112. Nas zonas de uso ZCMe, ZCMu, ZCLMe e ZCLMu,
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to de gua potvel, energia eltrica pblica e domiciliar a observncia do recuo de frente para o volume da edifi-
e sistema virio, incluindo ciclovias, caladas e passeios, cao ser dispensada na hiptese em que houver a doao
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com condies adequadas de acessibilidade. de rea para alargamento da calada pblica, a fim de que
esta passe a ter a largura mnima de 5m (cinco metros),
7. Os projetos de parcelamento e urbanizao devero observando que:
MANUAL DE ARBORIZAO URBANA
Vegetaes naturais de Salvador: Vivem sob os domnios da Mata Atlntica atualmente mais
florestas midas, restinga e manguezais de 62% da populao brasileira, ou seja, mais de 118 milhes
de habitantes em 3.284 municpios, que correspondem a 59%
Salvador apresenta clima mido a submido, precipitao e dos existentes no Brasil. Destes, 2.481 municpios possuem
temperatura mdias anuais de 2.099 mm e 24.4 C, sem es- a totalidade dos seus territrios no bioma, como o caso de
tao seca definida. Em sua geomorfologia, apresenta baixa- Salvador.
das litorneas, plancies marinhas e fluviomarinhas e tabu-
leiros pr-litorneos, e a sua vegetao formada por floresta Alm disso, considerado um dos pontos quentes (hotspots)
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ombrfila densa e restingas (SEI 2016). O clima favorece o da biodiversidade do planeta, pois est entre os cinco ecos-
crescimento vegetal e originalmente a cidade deveria apre- sistemas do mundo com as maiores taxas de diversidade
sentar uma luxuriante e densa floresta mida nas partes mais biolgica, endemismo (espcies que s ocorrem em um deter-
altas; vegetao de restinga em dunas, plancies e praias, alm minado ambiente ou lugar) e, lamentavelmente, de ameaas.
de manguezais nos esturios dos rios que desguam no ocea- Dentro do complexo de vegetao da Mata Atlntica, as flo-
no. Todas essas tipologias de vegetao - florestas, restingas e restas midas ocupam os terrenos mais altos e um pouco mais
manguezais - fazem parte do domnio da Mata Atlntica, e le- distantes do mar. um ambiente com solos mais frteis e
galmente a restinga e os manguezais so considerados como as florestas possuem extratos verticais, com rvores com at
seus ecossistemas associados. 40 m de altura, camadas intermedirias e sub-bosque. Mui-
tas plantas apresentam adaptaes para a sombra (da vem
A Mata Atlntica um dos grandes biomas brasileiros (jun- o nome ombrfila), e a diversidade de espcies muito alta.
tamente com Amaznia, Caatinga, Cerrado e Pantanal), e a Por causa da ausncia de estao seca no ocorrem florestas
Constituio (Art. 225) a determinou como patrimnio na- semideciduais ou deciduais em Salvador.
cional. O seu nome originado da sua localizao, que acom-
panha a faixa litornea atlntica. Na realidade um complexo Os manguezais ocupam os terrenos pantanosos dos esturi-
de vegetao que apresenta florestas (dos tipos ombrfila os (desembocadura de rios com mistura de gua doce e sal-
densa, ombrfila aberta, ombrfila mista, semidecidual e de- gada) com carncia de oxignio, e onde se desenvolvem r-
cidual), restingas, manguezais, campos e brejos, entre outras vores mais baixas em relao floresta ombrfila e de poucas
fitofisionomias. espcies. Elas so muito diferenciadas, com adaptaes ao
ambiente pantanoso como razes areas, que dispem de me-
A Mata Atlntica recordista mundial em biodiversidade e canismos para a respirao.
tambm uma das mais ameaadas do planeta: o bioma
brasileiro que sofreu a maior interveno humana, desde a A restinga desenvolve-se nas reas mais prximas do mar
chegada dos colonizadores, e atualmente conta com apenas (plancies, dunas e praias), em solos infrteis, muito arenosos,
8,5% da sua rea original (SOS Mata Atlntica 2015). Mes- que no retm a gua. De acordo com Matos (2014), Restin-
mo fragmentada e reduzida, estima-se que existam cerca de ga um complexo de vegetao composto por formaes flo-
20.000 espcies vegetais (quase 35% do que existe no Brasil), restais, arbustivas e campestres desenvolvidas sobre depsitos
incluindo diversas espcies endmicas (que s so encontra- arenosos marinhos e continentais do Quaternrio Costeiro do
das na Mata Atlntica) e ameaadas de extino. Brasil. Portanto, a restinga, assim como as florestas da Mata
Atlntica, um complexo de vegetao formado por diferen-
Essa riqueza maior que a de alguns continentes inteiros, tes fisionomias e est composta por florestas (rvores mais
como Amrica do Norte (17.000) e Europa (12.500). Quando baixas do que na floresta mida), arbustais (rvores pequenas
falamos da fauna, inventrios indicam que a Mata Atlntica e arbustos) e campos (predomnio de ervas).
abriga 849 espcies de aves, 370 espcies de anfbios, 200
espcies de rpteis, 270 de mamferos e cerca de 350 espcies Os solos onde se desenvolvem florestas, arbustais e cam-
de peixes. No toa que a Mata Atlntica altamente pri- pos de restinga so oriundos da deposio arenosa trazida
oritria para a conservao da biodiversidade mundial, e o pelo mar nas ltimas transgresses marinhas, quando o mar
nico bioma que possui uma lei federal conhecida como Lei avanou sobre o continente durante o Quaternrio (ltimo
da Mata Atlntica (Lei 11.428/2006 e Decreto 6.660/2008). perodo geolgico, quando houve ciclos de glaciaes inter-
caladas por perodos interglaciais nos polos e transgresses e remanescentes que compem as Unidades de Conservao
regresses marinhas nos trpicos), e por transporte de areias de Proteo Integral existentes em Salvador, a exemplo do
continentais durante os perodos regressivos, quando o mar Parque Metropolitano de Pituau, Parque Joventino Silva e
se afastou do continente. Como se trata de um ambiente geo- do Parque So Bartolomeu (MPBA 2013).
logicamente muito jovem, no houve tempo para a especiao
(surgimento de novas espcies) e assim o endemismo muito Considerando apenas a vegetao dos fragmentos florestais
baixo, fato que contribui para a menor diversidade de plantas analisados (52.490.000 m), dividido pelo nmero de habi-
na restinga em relao s florestas midas. As restries am- tantes, 2.921.087 (IBGE 2015), obtemos 18 m de rea verde
bientais na restinga fizeram a seleo das espcies mais apro- para cada habitante, o que considerado adequado pela So-
priadas, com as plantas vindo dos ambientes mais prximos. ciedade Brasileira de Arborizao Urbana (SBAU 1996), que
Nos perodos interglaciais, havia a expanso das florestas e a prope 15 m/habitante. Portanto, se considerarmos apenas
conexo entre a Mata Atlntica e a Amaznia e, nos glaciais, a anlise quantitativa de rea verde por habitante, Salvador
havia retrao das florestas e expanso das formaes aber- atende a requisitos bsicos e pode ser considerada uma cidade
tas, como savanas, campos e restinga sobre dunas. verde, o que de fato. No entanto, faz-se necessrio alar-
gar o horizonte de anlise e considerar outros parmetros de
Nas formaes arbustivas e campestres, os estresses ambi- avaliao, como qualidade e distribuio. Essas reas verdes
entais so ainda maiores do que nas florestas, e as plantas esto bem distribudas? Como o acesso das pessoas a es-
apresentam diversas adaptaes falta de gua, pobreza de sas reas verdes? Todos os cidados podem e esto realmente
nutrientes dos solos e aos ventos. Algumas adaptaes so usufruindo dessas reas verdes? Como a composio das
o porte pequeno, folhas grossas, perenidade das folhas (no espcies? Apesar de Salvador contar com reas verdes signi-
perdem as folhas, fazendo assim economia de nutrientes), ca- ficativas, a arborizao das vias pblicas precria; por isso,
pacidade de aproveitamento de nutrientes do ar, trazidos pelos este esforo, atravs do Plano de Arborizao Urbana e deste
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ventos e pelas chuvas, e dos solos, atravs da associao com manual para a arborizao das nossas ruas, avenidas, orla
micro-organismos. Por causa dessas adaptaes ao ambiente, martima, praas, parques, jardins e quintais.
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DELIMITADOS
Parque Socioambiental de Canabrava Parque de Piraj
Jardim Botnico - Mata dos Oitis Parque Ecolgico do Vale Encantado
MANUAL DE ARBORIZAO URBANA
Arborizao urbana com espcies nativas, a presena liberao no solo de fitoqumicos que inibem a germinao
das exticas e o perigo das exticas invasoras de espcies nativas (alelopatia), levando no final perda
de biodiversidade nos ecossistemas naturais e a prejuzos
Espcie nativa aquela que se encontra na rea de dis- econmicos nos sistemas produtivos.
tribuio geogrfica onde evoluiu e forma parte de uma co-
munidade bitica em equilbrio. H espcies que ocorrem em A utilizao no paisagismo e na arborizao urbana de es-
31
vrios biomas e at fora do Brasil, como o caso da sucupira pcies exticas (e invasoras) de rvores e arbustos faz com
(Bowdichia virgilioides); neste caso, podemos afirmar que a que o ambiente urbano seja um dos principais responsveis
sucupira de ampla distribuio e percebemos que as plantas pelo efeito nefasto dessas espcies ao ambiente natural.
no seguem nossas divises poltico-administrativas.
A tradio de usar espcies exticas na arborizao de ruas,
Uma espcie que s ocorre em determinado local ou ambi- praas e parques desvaloriza a riqueza da biodiversidade dos
ente chamada de endmica, como, por exemplo, o araazin- municpios e descaracteriza a composio natural, favorecen-
ho (Calycolpus legrandii), que s existe na natureza em reas do o desenvolvimento de uma cultura cada vez mais distan-
de restinga dos estados de Alagoas, Sergipe e Bahia. Ento, ciada do ambiente natural circundante (Leo et al. 2011).
podemos afirmar que o araazinho endmico da restinga
desses estados. Atualmente a rvore nim (Azadirachta indica) uma das
maiores invasoras no pas. Esta espcie classificada como
A espcie extica encontra-se fora de sua rea de distribuio invasora de alto risco no Nordeste e provoca diversos impac-
natural, passada ou presente, por causa de introduo medi- tos negativos nos ecossistemas naturais (Leo et al. 2011).
ada por aes humanas, de forma voluntria ou involuntria Alm disso, o nim possui sistema radicular muito agressivo,
(CDB 1992). Por exemplo, o oiti (Licania tomentosa), bas- que destri os passeios e pode causar danos estrutura das
tante comum em Salvador, uma rvore nativa da Mata construes. muito importante que o nim no seja planta-
Atlntica porque ela pode ser encontrada em florestas deste do em Salvador, na Bahia e no Brasil, e a sua substituio
bioma sem ter sido plantada. recomendvel.
No entanto, na Caatinga o oiti pode ser considerado como r- Resumindo, as rvores exticas invasoras no devem ser
vore extica porque ela no existe naturalmente nesse bioma, plantadas nas cidades porque prejudicam as espcies nativas,
apenas em caso de introduo voluntria (plantio) ou invo- os ecossistemas naturais, os sistemas produtivos e a sade
luntria. Muitas vezes, usamos a palavra extica para de- humana. So de difcil controle, sendo a melhor estratgia
signar uma planta estrangeira. a preveno, ou seja, evitar novas introdues. Mas, para as
espcies j introduzidas, o melhor evitar o seu plantio e, em
Espcie extica invasora a espcie extica que pode se repro- muitos casos, a substituio das rvores recomendvel.
duzir e gerar descendentes frteis, tornando-se estabelecida, e
ainda expandir sua distribuio no novo habitat, ameaando Dentre as espcies exticas invasoras do Nordeste do Bra-
a biodiversidade nativa (Leo et al. 2011). So organismos sil (Leo et al. 2011) nas categorias de risco potencial alto e
que, introduzidos fora da sua rea de distribuio natural, mdio, podemos ressaltar como preocupante a presena das
ameaam ecossistemas, habitats ou outras espcies. So con- seguintes espcies na arborizao de Salvador:
sideradas a segunda maior causa de extino de espcies no
planeta, afetando diretamente a biodiversidade, a economia e Alto risco: Leucena (Leucaena leucocephala) e Nim (Aza-
a sade humana (MMA 2006). dirachta indica).
As plantas exticas invasoras causam vrios problemas ao Mdio risco: Castanheira (Terminalia catappa); Ip-de-jar-
ambiente, como alterao do regime hdrico e de caractersti- dim (Tecoma stans); Jamelo (Syzygium cumini); Pinus (Pi-
cas do solo, sufocamento da vegetao nativa, produo e nus sp.); Sabi (Mimosa caesalpiniifolia).
Espcies exticas que so confundidas critrio para a arborizao urbana a diversificao das
usualmente com espcies nativas brasileiras espcies. rvores com variao nas folhagens, cores de
flores, troncos e com florao em pocas diferentes em-
Chuva-de-ouro (Cassia fistula), originria da sia e seme- belezam muito mais uma cidade. Formatos de copa dis-
lhante nativa Cassia ferruginea. tintos, para aproveitamento da luz solar, e com razes que
ocupam diferentes nveis no solo permitem uma variada
Algodoeiro-da-praia (Talipariti tiliaceum) confundida com a combinao. Santamour Jr. (2002) argumenta que a diversi-
nativa Talipariti pernambucense. dade importante para proteger a paisagem urbana de uma
possvel devastao causada por doenas e pragas locais
Pata-de-vaca (Bauhinia variegata), semelhante nativa ou introduzidas. O autor recomenda que em uma cidade:
Bauhinia forficata.
Uma espcie no deve apresentar mais do que 10% das es-
Ip-rosa (Tabebuia rosea) confundida com vrias espcies pcies plantadas;
nativas de Tabebuia.
Um gnero no mais que 20% de todos os gneros das r-
Cocoloba (Coccoloba uvifera), semelhante s espcies nati- vores;
vas de Coccoloba.
Uma famlia tenha no mximo 30% do total das famlias
Espcies nativas da Mata Atlntica botnicas de rvores plantadas.
e a importnciada diversidade de espcies
Alm da diversidade interespecfica (entre as espcies), tam-
O Brasil est entre os primeiros pases do mundo com maior bm fundamental a diversidade intraespecfica (dentro das es-
riqueza de plantas, especialmente rvores. Apesar disso, na pcies), ou seja, a diversidade de espcimes (indivduos) de
uma mesma espcie. Isso significa que, para o plantio de uma
32
A proposta no ser contra o plantio de rvores exticas (e Essas plantas matrizes eram muito susceptveis ao ataque da
sim de exticas invasoras). Quem no se encanta com a bele- cochonilha, e essa sensibilidade foi transmitida a todas as r-
za de um flamboyant, que originrio de Madagascar? Mas vores, mostrando que, quando no h diversidade, a devas-
as espcies estrangeiras j esto muito difundidas e so co- tao pode acontecer.
muns, ao contrrio das nativas, que no recebem a mesma
ateno. necessria a diversificao at porque boa parte Diversidade de espcimes, espcies, gneros e famlias.
das espcies plantadas em Salvador de outros ambientes Viva a diferena! Assim estaremos fazendo valer o conceito
e at de outros continentes, como o caso da amendoeira biodiversidade, que engloba a variedade de formas de vida,
(Terminalia catappa) e cacho-de-ouro (Cassia fistula). incluindo as variaes genticas, fenotpicas (morfolgi-
cas), funes ecolgicas e paisagens. Neste manual estamos
O Brasil, como signatrio da Conveno Internacional sobre recomendando o plantio de 50 espcies nativas da Mata Aln-
Diversidade Biolgica (CDB 1992), deve impedir que sejam tica, distribudas em 45 gneros e em 25 famlias botnicas.
introduzidas e deve controlar ou erradicar espcies exticas Temos, portanto, uma lista de espcies para fazer escolhas,
que ameacem ecossistemas, habitats ou espcies. Alm dis- plantar e fazer de Salvador uma cidade ainda mais verde.
so, a Lei de Crimes Ambientais considera crime ambiental
Disseminar doena ou praga ou espcies que possam causar
dano agricultura, pecuria, fauna, flora ou aos ecos-
sistemas (Art. 61).
35
possibilidade da paisagem ser percebida at por pessoas com que facilitem a integrao entre as pessoas. Atualmente,
dificuldades visuais ou at mesmo sem viso. Da a grande os estudos de paisagismo se apoiam na conscincia de que
importncia dos projetos paisagsticos ofertarem diversidade. a paisagem contempornea tem o papel de promover o en-
A mesmice, a repetio, a monotonia, a falta de diversidade contro entre os grupos sociais e isso pode se dar de muitas
no so parentes da criatividade e da beleza. maneiras diferentes (Lira Filho et al. 2001).
Se a paisagem resultado da percepo de cada um, ela Exemplos de prticas inadequadas: o plantio de uma rvore
subjetiva e pode ser compreendida como cultural, porque que interfira na fachada de um edifcio histrico ou monu-
alm de ser vista, sentida e absorvida, ela essencialmente mento; a colocao de faixas, ainda que seja por uma cau-
resultado da criatividade humana, tanto internamente como sa louvvel, em uma construo histrica e em rvores; e a
nas manifestaes externas na forma de arte integrada na- aprovao e licenciamento de construes que alteram ele-
tureza. A relao que se tem com a paisagem em um dado mentos climticos, como bloqueio s correntes de ar e perda
momento fruto do nosso patrimnio (cultural e individual), de viso de elementos naturais como florestas, mar e mon-
de nossa memria (Lira Filho et al. 2001). tanhas.
Os acontecimentos histricos, as manifestaes culturais, o Exemplos de prticas adequadas: o monitoramento das facha-
modo de vida de um povo, imprimem marcas indelveis na das para retiradas de plantas que causam danos s suas estru-
paisagem local. Assim, uma cidade apresenta na sua com- turas, a combinao diversa e harmoniosa de espcies nativas
o solo passam a fotossintetizar; no entanto, terminam por es- irritao, tornando-se um problema de sade pblica. O fcus
trangular as rvores e palmeiras nas quais esto apoiadas. tambm atacado por um fungo (Phytophthora sp.), que seca
2017
Como so propagadas por aves, desenvolvem-se tambm em a rvore at a morte (Matos. E.; Queiroz, L.P. 2009).
fissuras das edificaes e podem causar prejuzos, especial-
mente no patrimnio histrico que possui alvenaria j dete- Nim (Azadirachta indica)
MANUAL DE ARBORIZAO URBANA
riorada. Faz-se necessria, alm de urgente, sua eliminao Esta a rvore mais plantada no momento nas cidades e,
precocemente. infelizmente to problemtica quanto o fcus. Em muitos
lugares quem plantou j percebeu o perigo e j eliminou ou
substituiu. Ela nativa da sia e o seu poderoso sistema ra-
dicular causa danos enormes s estruturas de alvenaria, le-
vantando caladas e at destruindo muros. uma espcie
extica invasora e provoca impactos como competio e
inibio da germinao de espcies nativas, alterao do re-
gime hdrico e substituio da vegetao nativa de pequeno
porte.
41
[Diagrama 01 Calada Ideal]
a
im
n
m
ra
m 0m rgu
1 a
1, m l
se
o
40 o
im
0, nim
n
m
[Tabela 02. Dimenses de passeio, canteiro e dimetro de tronco] [Diagrama 02 Dimenses mnimas da Calada]
[Ilustrao 12 Arborizao e existncia de rede eltrica] [Ilustrao 13 Tipos de uso da via pblica]
Preferencialmente o plantio deve ser realizado fora do alinha- Para as primeiras vias, considerando-se os outros fatores, es-
mento da rede. Quando no possvel e na presena de rede pcies de qualquer porte e com copa esgalhada podem ser
no isolada, como a maioria na nossa cidade, espcies de plantadas. Para as vias com trfego de veculos grandes, es-
pequeno e mdio porte podem ser escolhidas. As de grande pcies de grande porte podem ser plantadas desde que no
porte devem ser cuidadosamente podadas, para evitar a inter- tenham copa esgalhada. As espcies de pequeno e mdio
ferncia da copa na rede. porte podem ser plantadas em ambas as vias, observando os
demais fatores.
s vezes, necessrio criar um tnel na copa da rvore
43
para a fiao. Em caso de sistemas subterrneos j inseridos, 4. Distncia dos equipamentos urbanos
as rvores devem ser plantadas o mais distante possvel, sen-
do 2 metros o mnimo aceitvel, para evitar interferncia com essencial no planejamento da arborizao a observao
suas razes. Na presena de fiao deve ser verificado se a criteriosa de todos os fatores fsicos do ambiente onde esto
rede do tipo compacta ou convencional e, ainda no caso de includos os equipamentos presentes no local de plantio. As
rede compacta, se esta isolada ou no. O isolamento de rede espcies podem ser escolhidas de acordo com o seu porte, se-
compacta no pode ser verificado visualmente, assim deve guindo os critrios determinados na Tabela 3 e nos Diagramas
ser consultada a concessionria de energia eltrica para cer- 03 e 04 evitando assim problemas de compatibilizao co-
tificao. brindo placas e sinalizaes, atrapalhando o cone de luz etc.
Caixas de inspeo
2,0 m 2,0 m 3,0 m
(boca-de-lobo, bueiros) e hidrantes
2017
[Tabela 03. Distncias entre as rvores e os equipamentos pblicos de acordo com o porte da rvore
(altura em metros): Pequeno: at 6 m. Mdio: 6-12 m. Grande: mais de 12 m.]
MANUAL DE ARBORIZAO URBANA
acima de 10,0 m
at 5,0m
45
1
m
3
2-
m
5
3-
m
2
4
1-
2-
m
5
3-
m
5
2-
h mnimo = 0,50m
e espcie, necessrio lanar mo de tcnicas adequadas de
plantio que potencializaro o desenvolvimento da rvore de
forma sadia. Zelo e muito amor tambm so essenciais.
preciso ter em mente que a planta um ser vivo que necessita
de cuidados e que reage, no mnimo, s condies ambientais
e que o seu bom desenvolvimento depende de oxignio, gua
e nutrientes no solo.
h mnimo = 2,0m
Altura mnima de 2,5 m, com a primeira bifurcao a partir
de 2,0 m. No entanto, mudas a partir de 1,50 m so aceitveis,
a depender da situao e da espcie.
47
permetro de 3,0 a 9,0 cm.
0l
Saudvel, sem sinais de pragas e doenas.
4
- to
1,0m
35 stra
Sem razes enoveladas e saindo da embalagem.
b
su
Tanto a muda como a planta saudvel no devem apresen-
tar folhas murchas, encarquilhadas, retorcidas e secas nem
manchas negras ou amareladas. A muda deve passar por um
processo de rustificao (limitao de gua e exposio ao
sol pleno, ou seja, adaptao s condies do local onde ser
0m
plantada). Faz-se necessrio monitoramento da qualidade das 1,0
1,
00
Pequeno Porte
Mdio Porte
Grande Porte
h mnimo = 0,50m
h mnimo = 0,50m
pacidade suficiente para conter totalmente o torro da muda
arbrea, deixando um vo que posteriormente ser preenchi-
do com terra. A dimenso mnima de 0,4 m x 1,0 m e 0,6 m
de profundidade.
h mnimo = 2,0m
h mnimo = 2,0m
Preparao do bero: realizar a escavao do bero, separan-
do a terra do extrato superior para o preparo do solo agrco-
la (mistura que ir preencher o bero). Em casos de solos
com entulho, deve-se desprez-lo totalmente. Caso o solo
onde ser plantada a muda apresentar baixa fertilidade, como
em aterros, ou mostrar-se inadequado quando h excesso de
compactao ou presena de entulho, o bero dever ter pre-
0l
ferencialmente dimenses de 1,0 m x 1,0 m x 1,0 m. - 2 to l
0,60m
15 stra
b - 40 to
1,0m
Preparao do solo agrcola
su
1,0
0m 35 stra
b
0,4
0m su
Separe 1/4 de terra argilosa de boa qualidade ou o solo da
49
parte superior do bero (Foto 01). 0m
1,0
15 - 20l de substrato
1,
00
m
Adicione 1/4 de areia grossa para permitir a passagem da
gua (Foto 02).
35 - 40l de substrato
Inclua terra e areia 2/4 de adubo orgnico (estrume de
gado bem curtido) ou hmus (matria orgnica decomposta
ou mineralizada) (Foto 03).
Retire a muda do saco plstico, ou outra embalagem que a [Diagrama 07 Tamanho ideal do bero]
envolva, com cuidado para no desmanchar o torro. A retira- contra eroso. (Foto 13)
da da embalagem que envolve o torro deve ser feita somente
no momento do plantio. Cuidando para no provocar injrias Tutoramento, Gradil e grelhas
s razes, que podem comprometer o bom desenvolvimento
destas. Se houver razes enoveladas, cort-las com tesoura de Finalizado o plantio, dever ser realizado em volta da muda uma
poda. (Foto 07). coroa, a uma distncia mnima de 30cm, ou maior, conforme
o tamanho da cova. Este acabamento em bacia tem a funo
Preencher o bero com a mistura preparada, arrodeando a de criar condies para melhorar a captao de gua. (Foto 14)
muda. Fazer uma compactao leve em torno da muda, para
facilitar a adeso das razes e evitar a formao de bolses Coloque um gradil ou protetor. Ele tem a funo de proteger a
de ar. muda e evitar danos mecnicos principalmente ao tronco das
rvores at o completo desenvolvimento da rvore. Prioritari-
Regar o bero; se necessrio, preencher com mais mistura e amente colocado em reas de grande circulao, seu material
regar novamente. depende da disponibilidade oramentria, pode ser de madei-
ra ou metal.
Assim, aps a retirada da embalagem, a muda deve ser co-
locada no centro do bero. Seu colo dever ser posicionado Os protetores devem atender s seguintes especificaes:
de maneira a ficar no mesmo nvel da superfcie do solo; isto a) Altura mnima, acima do nvel do solo, de 1,60 m;
significa que, a depender do tamanho do torro, poder haver
necessidade de preenchimento prvio do fundo do bero com b) A rea interna deve permitir inscrever um crculo com
preparo. (Foto 08) dimetro maior ou igual a 0,40 m;
Insira o tutor at o fundo do bero, a uma distncia de cerca de c) As laterais devem permitir os tratos culturais;
0,2 m da muda. O tutoramento deve ser visto como uma ope-
50
rao acessria fundamental no desenvolvimento da muda. d) Os protetores devem permanecer, no mnimo, por trs anos,
O tutor deve ter resistncia contra ventos fortes e amparar a sendo conservados em perfeitas condies. (Foto 15)
2017
que envergue para o lado da calada pblica ou mesmo do mitir o deslocamento das pessoas com segurana e propiciar
leito carrovel da via. (Foto 09) a acessibilidade, sendo particularmente indicados para ambi-
entes urbanos muito movimentados.
Insira o tubo aerador, pois favorece a circulao do ar no solo,
o que beneficia tanto a planta como os organismos do solo. Confeccionadas em ferro fundido ou concreto pr-moldado,
O tubo aerador pode ser feito com um cano de PVC de 0,6 m constituem-se em elementos arquitetnicos que, pelo seu
perfurado nas laterais e com uma tela resistente nas extremi aspecto esttico, valorizam as rvores plantadas, ao mesmo
dades, para evitar o entupimento. Deve ficar um pouco acima tempo em que protegem o solo e garantem o necessrio su-
do nvel do solo. (Foto 10) primento de gua e oxignio. Existem diversos modelos de
grelhas disponveis no mercado que podem ser utilizados
Amarre o tutor muda com fitilho em forma de oito deitado. de acordo com o oramento disponvel, porm desde que os
A muda deve ser presa ao tutor por meio de amarrio de tiras modelos escolhidos sejam adequados s necessidades fisi-
de borracha com largura e comprimento variveis de acordo olgicas das rvores.
com o porte, em forma de nmero oito, deitado que, embo-
ra fixe a muda, permite-lhe certa mobilidade. Os tutores no Alm do amor e proteo: como cuidar das rvores
devem prejudicar as razes, por isso devem ser fincados no
fundo da cova ao lado do torro, antes do plantio e do preen- Depois do prazer de plantar, no se pode abandonar a muda.
chimento do bero com terra. (Foto 11) Muitos cuidados ainda so necessrios at que se forme uma
bela rvore.
Nunca amarre o tutor utilizando madeiras finas e sem
resistncia e, ainda, elementos com quinas, pois, estes lti- O ideal que as plantas urbanas estejam cadastradas e que se-
mos, causam prejuzo por danificarem a casca do fuste, que jam realizadas inspees rotineiras para verificar o seu desen-
leva fragilizao do indivduo arbreo em pouco tempo. As- volvimento e os cuidados necessrios. Sempre lembrar que
sim, de maneira a evitar tais prejuzos, incluindo tambm os estamos tratando com um ser vivo que necessita de ateno,
ambientais, devem ser utilizadas preferencialmente madeiras amor e proteo.
de eucalipto, rolias e descascadas. (Foto 12)
Para que a arborizao urbana cumpra suas funes adequa-
Coloque a cobertura morta (sem encostar diretamente na damente, se faz necessrio todo um cuidado com a rvore
muda) de capim, serragem, folhas ou outro material. Esta desde o momento do plantio at o final de seu ciclo vital. Por-
tcnica se chama mulching, que consiste numa camada de tanto devem ser desenvolvidas aes de manejo que atendam
material orgnico (ex.: folhas, serragem, palha...) disposta s necessidades das rvores em relao ao espao urbano. A
sobre o solo que o protege das intempries e representa uma manuteno das rvores deve ser realizada de modo a viabili-
barreira fsica transferncia de calor e vapor dgua entre zar a longa permanncia de exemplares adultos, frondosos e
o solo e a atmosfera, mantendo-o fresco, mido e protegido saudveis, j que esses indivduos contribuem de modo mais
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51
06 07
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09
13
12
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11
14
15
53
impactante para a melhoria ambiental.
Regas
ta, uma vez que nesta fase so menos tolerantes as injrias. A empregada para solucionar ou amenizar conflitos entre
poda deve ser realizada por pessoa qualificada para tal e com equipamentos urbanos e a arborizao, como, por exemplo,
as ferramentas adequadas, tesoura ou serrote de poda para rede de fiao area, sinalizao de trnsito e iluminao
MANUAL DE ARBORIZAO URBANA
ramos jovens. pblica. utilizada para remover ramos que crescem em di-
reo a reas edificadas, causando danos ao patrimnio p-
Nunca usar faco para podar rvores! No necessrio passar blico ou particular.
qualquer produto aps a poda; se bem feita, o ramo cicatri-
zar perfeitamente. O Manual Tcnico de Poda de rvores Entretanto, antes de realizar essa poda, importante verificar
contm informaes detalhadas e recomendaes sobre os a possibilidade de realocao dos equipamentos urbanos que
procedimentos a serem efetuados quando da necessidade de interferem com a arborizao (troca de rede eltrica conven-
realizao de poda nos exemplares arbreos. Ao longo do ci- cional por rede compacta, isolada ou subterrnea, desloca-
clo de vida das rvores podero ser executados os seguintes mento de placas e luminrias, reduo da altura dos postes de
tipos de poda: iluminao, cerca eltrica, etc).
A poda de formao essencial, pois condiciona todo o Consiste na remoo dos ramos mais baixos da copa. Geral-
desenvolvimento da rvore e sua adaptao s condies em mente utilizada para remover partes da rvore que impeam
que vai ser plantada definitivamente. realizada no viveiro. a livre circulao de pessoas e veculos. importante restrin-
No viveiro as mudas so produzidas dentro de padres tcni- gir a remoo de ramos ao mnimo necessrio, evitando a re-
cos, sendo conduzidas no sistema denominado haste nica, tirada de galhos de dimetro maior do que um tero do ramo
que consiste na desbrota permanente num caule nico e ereto, no qual se origina, bem como o levantamento excessivo que
at atingir a altura mnima de 2,0 metros. prejudica a estabilidade da rvore e pode provocar o declnio
de indivduos adultos.
Poda de conduo
Poda de emergncia
Quando a muda j est plantada no local definitivo, a inter-
veno deve ser feita com precocidade, aplicando nela a poda realizada para remover partes da rvore como ramos que se
de conduo. Visa-se, com esse mtodo, conduzir a planta em quebram durante a ocorrncia de chuva, tempestades ou ven-
seu eixo de crescimento, retirando-se dela ramos indesejveis tos fortes, que apresentam risco iminente de queda podendo
e ramificaes baixas, direcionando o desenvolvimento da comprometer a integridade fsica das pessoas, do patrimnio
copa para os espaos disponveis, sempre levando em consi- pblico ou particular. Apesar do carter emergencial, sempre
derao o modelo arquitetnico da espcie. um mtodo til que possvel deve ser considerado o modelo arquitetnico da
para compatibilizao das rvores com os fios da rede area e rvore, visando um restabelecimento do desenvolvimento da
demais equipamentos urbanos, prevenindo futuros conflitos. copa e minimizando riscos posteriores.
59
Adubao de manuteno dade que a rvore detesta a caiao (uso de cal) e ainda
mais o uso de tinta. Isso interfere na implantao de lquens
At completar dois anos aps o plantio, a muda, dependendo (associao de fungos e algas, indicativo da qualidade do
da espcie, poder receber fertilizao suplementar de seis ar) e de outros organismos e altera radicalmente a textura e
em seis meses, com 100 g a 200 g de NPK, com maior teor de beleza natural do tronco. A planta respira e muitas vezes at
nitrognio, aplicados em quatro perfuraes equidistantes um realiza fotossntese no caule e a pintura afeta suas atividades
pouco alm da projeo da copa ou na extremidade da rea biolgicas normais. Temos que lembrar: as rvores so seres
livre permevel (Porto & Brasil 2013). vivos e no coisas inanimadas como postes ou paredes.
ocorrer propagao do parasita. lixo ou similares nos canteiros centrais de vias pblicas e
prximos ao tronco das rvores.
Controle fitossanitrio
MANUAL DE ARBORIZAO URBANA
Conceitos e caractersticas utilizados As rvores produzem compostos para a sua defesa, como l-
na descrio das espcies tex, resinas, gomas e leos que podem ser txicos, mas tam-
bm podem ser muito atraentes e so muito teis na identifi-
O nome das espcies seguiu a Lista de Espcies da Flora do cao das espcies.
Brasil (Flora do Brasil 2016) e as famlias foram organizadas
de acordo com o sistema de classificao adotado pelo An- Formato da copa (de forma simplificada neste manual)
giosperm Phylogeny Group (APG III 2009).
Colunar: altura maior do que o dimetro lembrando uma coluna.
rvores so plantas grandes, lenhosas (produzem madei- Globosa: dimetro e altura mais ou menos iguais, dando
ra), geralmente com um caule definido, normalmente nico aparncia de arredondada.
(existem muitas espcies que emitem caules mltiplos), que
formam copa e so perenes, pois vivem por trs ou mais anos, Irregular (aberta ou esgalhada): sem formato definido, no
e que florescem e frutificam repetidamente. globosa, nem colunar. Os ramos podem sair em vrias di-
rees.
1. Caractersticas gerais das rvores
2. Folhas
rvores so plantas grandes, lenhosas (produzem madeira),
geralmente com um caule definido, normalmente nico (ex- Folha uma estrutura normalmente laminar, realiza fotossn-
istem muitas espcies que emitem caules mltiplos), que for- tese e fundamental para a realizao das trocas gasosas e da
mam copa e so perenes, pois vivem por trs ou mais anos, e evapotranspirao.
63
que florescem e frutificam repetidamente.
Tipo da Folhagem
Razes so estruturas geralmente subterrneas e que crescem
para baixo. Exercem as funes de sustentao, absoro de Perene: a rvore mantm as folhas o ano inteiro.
gua e minerais e como rgo de reserva (gua e carboidra-
tos). H dois principais sistemas radiculares: Decdua: a rvore perde as folhas completamente e h re-
novao da folhagem pelo menos uma vez ao ano.
Pivotante ou axial: a raiz primria apresenta maior compri-
mento e tamanho e continua a fazer parte do eixo da planta. Semidecdua: a rvore perde parcialmente as folhas.
Presente na maioria das rvores.
As folhas podem ser simples ou compostas. Folha simples
Fasciculado: formado por razes adventcias que tambm possui uma lmina (ou limbo) nica, no dividida. Mas a
se ramificam. mais superficial que o sistema radicular pi- folha simples pode ser lobada, quando a lmina apresenta
votante, porm une com mais firmeza as partculas superfici- reentrncias (lobos), o que faz com que se parea com uma
ais do solo. Presente principalmente nas monocotiledneas, folha composta; no entanto, a folha simples lobada apresenta
como gramneas, sendo muito importante na conteno de apenas um pecolo.
encostas.
Folha composta apresenta o limbo dividido em fololos (cada
As razes adventcias crescem nos troncos, galhos ou caules elemento de uma folha composta). Tanto a folha como os
subterrneos. As razes tabulares so extenses achatadas da fololos apresentam seus respectivos pecolos. Uma folha
parte superior de razes superficiais, que ampliam a susten- composta pode ser:
tao das rvores em ambientes pantanosos e na resistncia
ao vento.
Membrancea: bastante fina. Espcie dioica: flores femininas e masculinas esto em in-
divduos diferentes.
Cartcea ou carnosa: textura espessa, lembrando papelo.
4. Tipo de vegetao (ambiente de origem das rvores)
Coricea: bastante espessa e rgida, lembrando couro.
Aqui neste manual so considerados quatro tipos de vege-
Cores das folhas tao da Mata Atlntica, apresentados de forma bastante sim-
plificada:
As folhas so usualmente verdes, devido presena da clo-
rofila. No entanto, elas podem ter outras cores devido pre- Floresta ombrfila: situada em ambiente com clima muito
sena de diferentes pigmentos. mido onde as rvores tm folhagem perene.
Folhas discolores apresentam faces superior e inferior com Floresta semidecidual: situada em ambiente com clima sub-
cores diferentes. mido onde parte das rvores perdem as folhas durante o
perodo sem chuvas.
Folha glabra: lisa, sem tricomas (pelos); o contrrio de in-
dumentada ou pilosa. Floresta decidual: situada em ambiente com clima seco onde
a maioria das rvores perde as folhas durante o perodo seco.
64
Flor a estrutura reprodutiva das angiospermas (grupo de crregos, riachos, reservatrios, represas...), sobre solos que
plantas com sementes cobertas pelo fruto: a maioria das es- permanecem midos permanentemente ou temporariamente;
pcies tropicais est nesse grupo). um ramo altamente mo- as rvores apresentam folhagem perene.
MANUAL DE ARBORIZAO URBANA
67
principalmente daquelas com deficincia visual, cadeirantes plantio e apoio na arborizao urbana deve oferecer tambm:
e idosos.
Acessibilidade, assegurando a mobilidade dos usurios.
Isso frequente nos bairros antigos (Centro Histrico e arre-
dores) e naqueles com ocupao desordenada. O plantio de Largura adequada, atendendo as dimenses mnimas na
rvores nesses bairros necessita da parceria entre prefeitura faixa livre e reas de servios.
e moradores, com envolvimento dos diversos segmentos lo-
cais, como empresas e associaes. Fluidez e continuidade com sistema de piso liso, antiderra-
pante, declividade mnima e sem obstculos.
Faz-se necessria uma anlise conjunta e criteriosa do bairro
com o fim de encontrar locais que possam receber rvores, Paisagem, oferecendo conforto trmico e visual aos seus
como margens e cantos de escadarias, reas internas de mora- usurios.
dias, espaos sem cimentao (que muitas vezes se trans-
formam em pontos de lixo ou recebem ocupao indevida). Resistncia e segurana, oferecendo baixa manuteno
Quando vrias pessoas se juntam para pensar solues, elas e possibilitando ampliao das redes de servios para ade-
so encontradas. E so os moradores os maiores cohecedores quaes futuras.
da vida e ambiente locais, dos seus conflitos e oportunidades.
A participao comunitria no processo de arborizao de 1.2. Definies pertinentes s caladas
um bairro ou de uma cidade constitui um ato de cidadania,
e por si s um processo de educao ambiental (Paiva & Neste manual seguiremos algumas definies j aplicadas e
Gonalves, 2002). em uso no manual tcnico de arborizao urbana e no pro-
grama Passeio Livre de So Paulo, adaptando os tamanhos
As orientaes deste manual so sobretudo para as vias s necessidades especficas locais, como topografia e desen-
pblicas que apresentem condies tcnicas adequadas para volvimento urbanstico de Salvador.
o plantio, principalmente a largura do passeio. Os locais sem
as condies apropriadas provocam a nossa criatividade. importante entender que calada a parte da via no des-
Precisamos encontrar solues para a arborizao e para o tinada circulao de veculos, reservada ao trnsito de
paisagismo, e aqui esto algumas ideias: pedestres e, quando possvel, implantao de mobilirio,
sinalizao, vegetao e outros fins (Cdigo de Trnsito Bra-
Ruas estreitas ou sem o tamanho adequado do passeio: plantio sileiro); e passeio a parte da calada livre de interferncias,
de espcies trepadeiras, com caule fino, mas com copa apoia- destinada circulao exclusiva de pedestres e, excepcional-
da em caramanches. Uma boa espcie para essa situao mente, de ciclistas (Cdigo de Trnsito Brasileiro).
a bunganvlea. A Bahia possui duas espcies, Bougainvillea
spectabilis e Bougainvillea glabra, ambas nativas da Mata Assim, para organizar o sistema de caladas de Salvador com
Atlntica, planta belssima, famosa no s no Brasil. A flor passeio livre e reas permeveis para arborizao urbana, fica
pequenina e o que mais chama ateno so as brcteas (fol- definido o uso do padro arquitetnico que divide as caladas
has modificadas) coloridas. O porte normalmente arbustivo, em faixas.
mas com a devida conduo de podas, tutoramento e com a
idade, transforma-se em rvore. Estacionamentos (pblicos ou As caladas com at 1,50 m de largura sero divididas
privados) devem ter rea permevel de no mnimo 20%, onde em duas faixas diferenciadas (faixa de servio e faixa de
podero ser plantadas rvores.
so
Fa sag e ces
i e
s d a
rv vr
pa ixa de
se u li
Fa ixa
o
de o
Fa
a m
ix e
68
passagem) e, as com mais de 1,50 m, em 3 faixas (faixa de entre os nveis das caladas j executadas, desde que estas
acesso, faixa de servio e faixa de passagem), tambm dife- tambm estejam em conformidade com a inclinao descri-
renciadas, como mostra a ilustrao acima. ta acima. As caladas executadas e conservadas de maneira
adequada garantem a acessibilidade a todos os cidados e
MANUAL DE ARBORIZAO URBANA
Se a sua calada tiver 1,50 m de largura, voc ter de dividi-la este tambm um dos principais objetivos da elaborao
em duas faixas paralelas. Se tiver mais de 1,50 m, ento deste manual.
preciso que tenha trs faixas, seguindo as seguintes especifi-
caes: 1.3. Outras legislaes pertinentes s caladas
Faixa de acesso: rea em frente ao imvel ou terreno, onde Atualmente nossa legislao entende que o proprietrio do
podem estar a vegetao, rampas, toldos, propaganda e mo- imvel responsvel pela construo da calada em frente a
bilirio mvel como mesas de bar e floreiras, desde que no seu lote e dever mant-lo em perfeito estado de conservao.
impeam o acesso aos imveis. , portanto, uma faixa de
apoio sua propriedade. No quesito acessibilidade, o Decreto Federal n 5.296/04 re-
gulamenta as Leis n 10.048/00 e n 10.098/00 e estabelece
Faixa livre: rea do passeio ou calada destinada exclusiva- normas gerais e critrios bsicos para a promoo da aces-
mente circulao de pedestres. ABNT NBR 9050:2004 sibilidade das pessoas com deficincia ou com mobilidade
reduzida.
Faixa de servio: Espao destinado colocao de rvores,
rampas de acesso para veculos ou portadores de deficincias, A Lei Municipal n 9.069/2016, que dispe sobre o Plano
postes de iluminao, sinalizao de trnsito e mobilirio ur- Diretor de Desenvolvimento Urbano do Municpio de Salva-
bano, como bancos, floreiras, telefones, caixas de correio e dor PDDU/2016, tambm aborda a adequao das condies
lixeiras. de acessibilidade com vistas a garantir o conforto ao usurio
mediante ampliao das caladas.
Embora a faixa de servio detenha os espaos permeveis para
a arborizao urbana, deve-se levar em considerao as distn- A Lei Municipal n 8.140/2011 dispe sobre a padronizao
cias mnimas entre as rvores das vias pblicas e os equipamen- dos passeios pblicos do municpio de Salvador. Art. 3-
tos urbanos conforme detalhado na Tabela 03 deste manual, A execuo, manuteno e conservao dos passeios, bem
evitando assim problemas de compatiblizao nas caladas. como a instalao nos passeios, de mobilirio urbano, equi-
pamentos de infraestrutura, vegetao, sinalizao, entre ou-
Neste manual a escolha do tipo de material para a pavimen- tros permitidos por lei, devero seguir os seguintes princpios:
tao da calada livre ao proprietrio, mas devem ter mini- acessibilidade, segurana, desenho adequado, continuidade e
mamente superfcie regular, contnua, firme e antiderrapante utilidade, nvel de servio e conforto.
em qualquer condio climtica e devem ser executada sem
mudanas abruptas de nvel ou inclinaes que dificultem a Alm dessas leis, o Cdigo de Obras do Municpio do Sal-
circulao dos pedestres. vador, Lei n 3.903/88, define no seu Art. 38 O Alvar de
Habite-se s ser concedido quando: II - estiver adequada-
Deve-se observar tambm na execuo das caladas os nveis mente pavimentado todo passeio adjacente ao terreno edifi-
da calada dos lotes vizinhos, para que haja concordncia cado..
69
1.4. Sistema modular para caladas arborizadas plementar o tamanho da calada que a modulao no alcana.
O Plano Diretor Arborizao Urbana (PDAU) 2016 de Sal- Como exemplo ilustrativo veja abaixo o modelo genrico de
vador regulamenta que todos os projetos de parcelamento um mdulo de calada com testada do lote inclinado e ex-
e urbanizao devero garantir a manuteno da densidade tenso de 2,75 m. Neste caso cabe ao executor da calada
arbrea igual ou superior existente anteriormente implan- utilizar um mdulo de tipologia livre com tamanho padro
tao. de 2,5 m, representado na cor azul, e complementar a calada
com uma extenso de 0,25 m na faixa de acesso, que deve ser
Sendo assim, para possibilitar a mensurao e o cumprimento executada em concreto moldado in loco e pavimentao de
da Lei Municipal n 9.187/2017 este manual prope para as livre escolha, representado na cor laranja.
novas caladas arborizadas um sistema de modulaes com o
objetivo de garantir padres mnimos de qualidade e atender
a aspectos como resistncia, segurana, manuteno, capaci-
m
dade de drenagem, possibilidade de modificao e adaptao
1,0
ao lote, alm do conforto visual e trmico dos pedestres.
complexo e fraglizado pelo crescimento desordenado. de Salvador com espcies nativas da Mata Atlntica seguiu
como exemplo um dos mais completos manuais de solues
Assim, entendendo que as necessidades de cada lote so tcnicas para caladas arborizadas, que foi desenvolvido pela
MANUAL DE ARBORIZAO URBANA
PROTETOR DE RVORE PISO TTIL INTEGRADO PISO INTERTRAVADO MANTA DE IMPERMEABILIZAO TUBULAO PARA IRRIGAO
COM ESTRUTURA EM AO COR CINZA PVC 65 mm
GALVANIZADO100x100 cm
.11
1.50
2.50
1.00
.16
TUBULAO PARA IRRIGAO MEIO FIO EM CONCRETO PR-MOLDADO MANTA DE IMPERMEABILIZAO PLACA PR-MOLDADA
PVC 65 mm DE CONCRETO
0 1 2m
[Diagrama 14 Exemplo de modulao para calada arborizada utilizando 12 mdulos de 2,5 x 1,0 m. Neste modelo optou-se pela dis-
posio de 6 mdulos com rea permevel, o que representa 50% da modulao em mdulos permeveis]
72
TUBULAO PARA IRRIGAO LAJE DE TRANSIO EM PISO TTIL INTEGRADO PISO INTERTRAVADO MANTA DE IMPERMEABILIZAO
2017
.11
MANUAL DE ARBORIZAO URBANA
1.50
2.50
1.00
i=8%
i=8%
.16
PROTETOR DE RVORE MEIO FIO EM CONCRETO PR-MOLDADO RAMPA EM FULGET CINZA MANTA DE IMPERMEABILIZAO
COM ESTRUTURA EM AO .50 2.00 .50
GALVANIZADO100x100 cm
3.00
0 1 2m [Diagrama 15 Opo de calada arborizada com proteo verde e rampa para veculos pequenos]
TUBULAO PARA IRRIGAO LAJE DE TRANSIO EM PISO TTIL INTEGRADO PISO INTERTRAVADO MANTA DE IMPERMEABILIZAO
PVC 65 mm CONCRETO MOLDADO IN LOCO COR CINZA
.11
1.50
2.50
0 1 2m
[Diagrama 16 Opo de calada arborizada para espcies de grande porte adaptada a PNE]
73
LAJE DE TRANSIO EM PISO TTIL INTEGRADO PISO INTERTRAVADO MANTA DE IMPERMEABILIZAO
CONCRETO MOLDADO IN LOCO COR CINZA
.11
1.50
2.50
1.00
i=8%
.16
TUBULAO PARA IRRIGAO MEIO FIO EM CONCRETO PR-MOLDADO RAMPA EM FULGET CINZA MANTA DE IMPERMEABILIZAO
PVC 65 mm .50 2.00 .50
3.00
0 1 2m
[Diagrama 17 Opo de calada arborizada para espcies de grande porte e rampa para veculos pequenos]
2.50
.10
1.00
.90
.16
TUBULAO PARA IRRIGAO TUBULAO PARA IRRIGAO MANTA DE IMPERMEABILIZAO PLACA PR-MOLDADA MEIO FIO EM CONCRETO PR-MOLDADO
PVC 65 mm PVC 65 mm DE CONCRETO
2.00
0 1 2m [Diagrama 18 Opo de calada arborizada para espcies de grande porte com proteo verde]
1.4.1. Mdulo bsico TPXX001
m
1,0
responde modulao bsica para es-
paos totalmente pavimentados. A lar-
gura padro do mdulo de 100 cm.
Se for utilizado o sistema de pr-fabri-
cao pode ser projetado para ser ia-
do por alas tcnicas de manuteno.
O mdulo pode ser utilizado nas cala-
das de 150, 200, 250 e 300 cm.
1,5 -
3,0 m
0,4 m
m
poas. Este mdulo pode ser utilizado 1,0
nas caladas de 150, 200, 250 e 300
cm.
1,0 -
2,0 m
75
1,0 m
m
1,0
1,0 -
2,0 m
1,0 -
2,0 m
1.4.7. Mdulos compostos de apoio a
portadores de necessidades especiais
(P.N.E) TPXXXPNE
77
1,0 m
1,0 m 2,0 m
1,0 -
0,2 m
0,8 m
1,0 -
2,0m
1,0 m 1,2 m
1,0 m
1.4.8. Mdulo bsico com recorte 1.4.10. Mdulo bsico rampado
na lateral direita TPXXX07 100 x120 cm TPXXX09
0,2 m
0,8 m
1,2 m
1,0 m
1,0 - 2
78
,0m
2017
1,0 m
MANUAL DE ARBORIZAO URBANA
1.4.9. Mdulo bsico com recorte 1.4.11. Mdulo bsico meia altura
na lateral esquerda TPXXX08 100 x 100 cm ou 100 x 200 cm
TPXXX10
O mdulo bsico com recorte na late-
ral esquerda TPXXX08 corresponde O mdulo bsico meia altura tipo
modulao bsica com espao para TPXXX10 corresponde modulao
encaixe de outros mdulos. A largu- para conectar os mdulos bsicos
ra padro do mdulo de 100 cm na rampados pista. O mdulo deve ser
posio da faixa de acesso ao lote e 80 exclusivamente moldado in loco e
cm faceando a pista de rolagem. Este no pode ser pavimentado com outros
mdulo pode ser utilizado nas caladas tipos de piso a fim de cumprir a NBR
de 200, 250 e 300 cm. 9050. Este mdulo pode ser utilizado
nas caladas de 200, 250 e 300 cm.
0,8 m
0,2 m 2,00
m
1,0 - 2
,0 m
1,0 m
1,0 m
1,0 m
1.4.12. Mdulos de acesso pequeno
TPXXX12
1,0 m
79
1,1 - 2
,6m
1,0 - 3
,0 m 0,4 m
1,0 -1
,5m
1,5 m
1.4.14. Mdulo para insgnias de
identificao das concessionrias
1,0 m
TPXXXI
0,15m
0,15m
80
2017
1,5 m
1.5 Sistemas de valas tcnicas para caladas arborizadas 1.5.1. Sistema compactado de valas de caladas
A Lei n 9.148/2016 (nova LOUOS 2016) prev no Art. 45. o atual sistema de execuo das valas das caladas na ci-
6 que as novas redes de servios pblicos devem ser im- dade de Salvador e, embora tenha baixo custo comparado aos
plantadas em vala tcnica multiuso, para a instalao compar- outros dois novos sistemas, no agrega maior benefcio no
tilhada de dutos e cabos subterrneos. Este espao ser des- desenvolvimento das espcies plantadas.
tinado a acomodar os servios de energia, telecomunicaes,
redes de dados e fibra tica, gs e abastecimento de gua, A sua vantagem basicamente o baixo custo de execuo,
exceto para os loteamentos de interesse social L2 e para as emtretanto este sistema no utiliza o solo para auxiliar na
urbanizaes integradas de interesse social. drenagem pluvial, o que no beneficia o desenvolvimento das
espcies plantadas. Sua execuo, embora no necessite de
Ao prever a normatizao das novas valas tcnicas para mo de obra qualificada, no prtica e necessita de maior
instalao compartilhada de dutos e cabos subterrneos, a tempo para a manuteno e instalao, visto que necessrio
nova LOUOS 2016 de Salvador avana no quesito sustentabi- escavar a terra compactada sem prejudicar as instalaoes
lidade e inovao, possibilitando uma organizao dos siste- subterrneas algumas vezes j existentes. As caladas com
mas subterrneos e favorecendo o melhor desenvolvimento solo compactado, embora no sejam indicadas para a nova
das espcies arbreas plantadas, visto que o espao destinado padronizao da cidade, devem ser regulamentadas quanto ao
para suas razes favorece seu desenvolvimento. seu processo de execuo possibilitando assim uma garantia
mnima nos quesitos de segurana e mobilidade para o pedes-
Assim, foi proposto neste manual, alm da opo do sitema tre, conforme o Diagrama 22.
tradicional de valas compactadas para caladas, utilizados
atualmente na cidade mais dois novos sistemas: o sistema
de valas de caladas com placas de PVC ou similar do tipo
81
(SOIL CELL) e o sistema hbrido de valas de caladas.
o
ad
ct
pa
m
co
lo
so
O mais vantajoso e atual sistema existente para valas subter- Entretanto a maior vantagem na escolha do uso das placas
rneas o sistema de valas de caladas com placas de PVC de PVC ou similar do tipo SOIL-CELL nas valas tcnicas
ou similar do tipo SOIL-CELL. Este sistema ideal para a das caladas se d pela grande possiblidade de infiltrao de
execuo das novas valas das caladas de Salvador e possi- guas e o melhor desenvolvimento das razes das espcies
bilita rapidez, baixo custo de manuteno agregando grandes plantadas.
benefcios no desenvolvimento das espcies plantadas, no
compactando o solo. O sistema tambm favorece a drenagem
do volume das guas pluviais em perodos de chuvas intensas
na cidade, drenando no solo sob a calada o volume de gua
execessivo, aumentando assim a rea de absoro.
l
el
lc
oi
-s
do
ra
ae
lo
so
[Diagrama 20 Exemplo de vala calada com solo aerado tipo Soil Cell]
1.5.3 - Sistema hbrido de valas de caladas tambm possibilita a drenagem de grande volume das guas
pluviais que fica sobre as caladas em perodos de chuvas
O sistema hbrido de valas de calada utiliza os benefcios intensas, dispersando rapidamente no solo o volume de gua
das placas de PVC ou similar do tipo SOIL-CELL apenas sob excedente, aumentando assim a rea de absoro da cidade e
a faixa de servios das caladas. Esse sistema evita a com- reduzindo riscos, como de alagamentos.
pactao do solo nesta faixa, permitindo assim maior infil-
trao de guas e o melhor desenvolvimento das razes das Nos diagramas 22 e 23 comparamos os modelos de valas de
espcies plantadas, podendo ser integrado com caladas j caladas compactadas e o sistema de valas de caladas com
existentes e executadas com valas em solo compactado. placas de PVC ou similar do tipo SOIL-CELL, em uma seo
tcnica (corte) de uma calada arborizada genrica executada
A principal vantagem deste sistema a possibilidade do com sistema pr-fabricado de 300 cm.
desenvolvimento das razes das espcies plantadas e a pos-
sibilidade de ampliao das caladas com baixo custo, alm
disso pode ser aplicado tambm para as instalaes compar-
tilhadas, facilitando a organizao dos sistemas subterneos e
reduzindo o tempo de manuteno quando necessrio.
83
a
t
tig
fi
an
ro
a
ad
l
et
ca
-r
va
no
o
a
ad
id
l
ca
br
h
12 07
2017
04
05 0 1 2
06
MANUAL DE ARBORIZAO URBANA
[Diagrama 22 Seo detalhada de calada arborizada de 300 x 100 cm com pavimentao em piso intertravado em solo compactado]
Legenda
04
05
0 1 2
06
[Diagrama 23 Seo detalhada de calada arborizada de 300 x 100 cm com pavimentao em piso intertravado com placas Soil-Cell]
85
2. reas verdes pblicas
(Parques, praas e jardins) 3. Orla Martima
Estes espaos so potencialmente os de menores restries ou A cidade de Salvador ocupa uma pennsula (poro de terra
com maiores possibilidades para arborizao. Normalmente que avana sobre o mar e que est ligada ao continente por
existem reas permeveis extensas ou no mnimo propcias; uma parte menor chamada de istmo), que adentra a Baa de
a presena dos equipamentos urbanos (redes eltricas, tele- Todos-os-Santos. O fato de estar localizada em uma penn-
fonia, cabines, etc.) menor e, principalmente, o trfego de sula faz com que Salvador seja a capital brasileira (e pos-
veculos inexistente ou muito limitado e o trnsito de pedes- svelmente a cidade) com a maior extenso litornea; so
86
tres localizado. Por esses motivos, a seleo das espcies mais de 50 quilmetros de praias (sem considerar as ilhas
muito mais ecltica; entretanto, as espcies de grande porte que fazem parte do municpio e que possuem enormes ex-
2017
devem ser preferidas porque quanto maior a rvore, maior o tenses praianas), que propiciam peculiaridades paisagsticas
seu efeito benfico sobre o ambiente. E rvores decduas e fenomenais.
com acleos pontiagudos, como as lindas barrigudas, tm a
MANUAL DE ARBORIZAO URBANA
sua oportunidade. No entanto, esta localizao faz com que a cidade esteja ex-
posta a um dos maiores ndices de salinidade do ar do Brasil,
Aqui tambm vale a procura por espaos ociosos para se trans- sendo que alguns bairros da orla so mais castigados, j
formarem em reas verdes como, por exemplo, rotatrias e que a salinidade provoca uma srie de efeitos negativos s es-
alas de viadutos, que podem apresentar rea permevel ade- truturas metlicas e de alvenaria como corroso, menor tem-
quada e receber rvores, mas aps anlise criteriosa do local, po de vida dos materiais e maior necessidade de manuteno.
caso encontre-se possvel conflito da altura da rvore adulta
e a visibilidade do trnsito. Outra possibilidade so reas de Alm das construes, o ambiente litorneo representa tam-
drenagem natural, fundos de vale e margens de cursos dgua, bm adversidades para as plantas: ventos fortes, alta sa-
que podem ser transformados em parques lineares. linidade, inundaes salinas ocasionais ou peridicas, solos
arenosos pobres em nutrientes e que permitem o rpido es-
As reas verdes podem ser implantadas com objetivos espe- coamento da gua. Por esses motivos a seleo das espcies
cficos como a melhoria da qualidade do ar e a reduo de ru- para o plantio na orla martima deve ser ainda mais criterio-
dos, como, por exemplo, nos arredores de centros industriais. sa. Apenas as rvores originrias de restinga (veja o item da
Para a despoluio do ar, recomenda-se: vegetao natural de Salvador) devem ser cultivadas, porque
elas apresentam diversas adaptaes aos estresses ambientais
(1) combinar plantas de copas abertas e permeveis com bar- litorneos.
reiras densas;
(2) plantios concntricos em torno da fonte poluidora; Este manual indica muitas espcies tanto de pequeno como
(3) plantios perpendiculares direo do vento, se possvel mdio e grande porte que podem ser plantadas na orla de Sal-
(Paiva & Gonalves, 2002). vador, alm de palmeiras para compor o paisagismo. Muito
importante que as mudas a serem plantadas na orla venham
Para a atenuao de rudos, recomenda-se o estabelecimen- de sementes de rvores (espcimes) que vivem em ambiente
to de cintures verdes entre reas produtoras de rudos e litorneo.
outras regies, como as residenciais:
Alm da seleo de espcies oriundas da restinga, outros
Quanto maior a espessura do cinturo, maior o efeito na di- cuidados podero ser necessrios para as mudas plantadas
minuio dos rudos. A capacidade de absoro acstica das beira-mar, como a instalao de tutor mais forte para susten-
plantas varia com o tamanho da folha e com a densidade da tar a planta diante dos ventos e a colocao de cobertura mor-
copa. ta para manter a umidade do solo e evitar o seu ressecamento.
Famlia: MYRTACEAE
2017
89
Famlia: LEGUMINOSAE
Ambiente de origem: florestas estacional semidecidual e om-
brfila; restinga
Folhagem: perene
Porte: pequeno a mdio (5 a 12 m de altura)
Locais de plantio: ruas, praas, jardins, estacionamentos, orla
martima.
Famlia: BORAGINACEAE
Ambiente de origem: floresta ombrfila
Folhagem: perene
MANUAL DE ARBORIZAO URBANA
91
Famlia: ANACARDIACEAE
Ambiente de origem: restinga
Folhagem: perene
Porte: pequeno a mdio (5 a 10 m de altura)
Locais de plantio: praas, jardins, orla martima, em grandes
reas pelo fato de ser esgalhada; mas mediante podas pode
ser plantada em ruas.
Famlia: SAPINDACEAE
Ambiente de origem: floresta ombrfila; restinga
Folhagem: perene
MANUAL DE ARBORIZAO URBANA
93
(Myrcia guianensis)
Famlia: MYRTACEAE
Ambiente de origem: restinga.
Folhagem: perene.
Porte: pequeno a mdio (6 a 12 m de altura).
Locais de plantio: ruas, praas, jardins, orla martima.
(Jacaranda obovata)
2017
Famlia: BIGNONIACEAE
Ambiente de origem: restinga.
MANUAL DE ARBORIZAO URBANA
Folhagem: perene.
Porte: pequeno porte (3 a 6 m de altura).
Locais de plantio: ruas, praas, jardins, orla martima.
95
Famlia: LEGUMINOSAE
Ambiente de origem: floresta ciliar, estacional semidecidual
e ombrfila.
Folhagem: decdua.
Porte: mdio (7 a 12 m de altura).
Locais de plantio: ruas, praas, jardins, orla martima.
(Erythroxylum passerinum)
2017
Famlia: ERYTHROXYLACEAE
MANUAL DE ARBORIZAO URBANA
97
Famlia: BIGNONIACEAE
Ambiente de origem: restinga.
Folhagem: decdua.
Porte: mdio (3 a 21 m de altura).
Locais de plantio: ruas, praas, jardins, estacionamentos, orla
martima.
(Handroanthus selachidentatus)
2017
Famlia: DECIDUA.
MANUAL DE ARBORIZAO URBANA
99
Famlia: RHAMNACEAE
Ambiente de origem: floresta ciliar e estacional semideci
dual; restinga.
Folhagem: decdua.
Porte: mdio (3 a 7 m de altura).
Locais de plantio: ruas, praas, orla martima, encostas e mata
ciliar.
Famlia: CLUSIACEAE
100
Folhagem: perene.
Porte: pequeno a mdio (3 a 8 m de altura).
Locais de plantio: praas, jardins, especialmente orla martima.
MANUAL DE ARBORIZAO URBANA
101
Famlia: BONNETIAECE
Ambiente de origem: restinga.
Folhagem: perene.
Porte: pequeno (2 a 6 m de altura).
Locais de plantio: qualquer espao da orla martima com rea
permevel grande. Planta muito adaptada a solos salinos com
inundao peridica ou constante.
Famlia: MALPIGHIACEAE
2017
103
(Bauhinia forficata)
Famlia: LEGUMINOSAE
Ambiente de origem: floresta estacional semidecidual e om-
brfila.
Folhagem: perene.
Porte: pequeno a grande (3 a 20 m de altura).
Locais de plantio: ruas, avenidas, praas, jardins, orla martima.
Famlia: LEGUMINOSAE
Ambiente de origem: floresta estacional semidecidual e om-
104
brofila; restinga.
Folhagem: perene.
Porte: pequeno a mdio (5 a 15 m de altura).
2017
105
Famlia: MYRTACEAE
Ambiente de origem: floresta ciliar, estacional semidecidual e
ombrfila; restinga.
Folhagem: perene.
Porte: pequeno (2 a 5 m de altura).
Locais de plantio: ruas, encostas, praas, jardins, orla martima.
Famlia: MELASTOMATACEAE
2017
Folhagem: perene.
Porte: pequeno (2 a 5 m de altura).
Locais de plantio: ruas, praas, jardins, orla martima, encostas
e matas ciliares.
107
(Coutarea haxandra)
Famlia: RUBIACEAE
Ambiente de origem: floresta estacional semidecidual e om-
brfila.
Folhagem: perene.
Porte: pequeno (4 a 8 m de altura).
Locais de plantio: ruas, praas, jardins.
Famlia: LEGUMINOSAE
Ambiente de origem: floresta ombrfila; restinga.
Folhagem: perene.
MANUAL DE ARBORIZAO URBANA
109
Famlia: SAPINDACEAE
Ambiente de origem: floresta estacional semidecidual e om-
brfila, mata ciliar.
Folhagem: perene.
Porte: pequeno a mdio (5 a 10 m de altura).
Locais de plantio: ruas, praas, jardins, estacionamentos e
mata ciliar.
Famlia: BIXACEAE
2017
111
Famlia: BURSERACEAE
Ambiente de origem: florestas ciliar e ombrfila, restinga.
Folhagem: perene.
Porte: mdio a grande (6 a 28 m de altura).
Locais de plantio: ruas, praas, jardins e mata ciliar.
(Eschweilera ovata)
2017
Famlia: LECYTHIDACEAE
Ambiente de origem: floresta ombrfila; restinga.
MANUAL DE ARBORIZAO URBANA
Folhagem: perene.
Porte: pequeno a grande (6 a 20 m de altura).
Locais de plantio: ruas largas, praas, jardins, orla martima.
113
Famlia: CHRYSOBALANACEAE
Ambiente de origem: floresta ombrfila; restinga.
Folhagem: perene.
Porte: mdio a grande (6 a 20 m de altura).
Locais de plantio: ruas largas, praas, jardins, orla martima.
(Peltophorum dubium)
2017
Famlia: LEGUMINOSAE
Ambiente de origem: floresta estacional decidual e semide-
MANUAL DE ARBORIZAO URBANA
cidual, ombrfila.
Folhagem: perene.
Porte: grande (10 a 25 m de altura).
Locais de plantio: ruas largas, praas, jardins, orla martima.
115
(Tabebuina aurea)
Famlia: BIGNONIACEAE
Ambiente de origem: floresta ombrfila.
Folhagem: perene.
Porte: mdio a grande (6 a 20 m de altura).
Locais de plantio: ruas largas, avenidas, praas e jardins.
(Handroanthus serratifolius)
2017
Famlia: BIGNONIACEAE
MANUAL DE ARBORIZAO URBANA
117
(Handroanthus impetiginosus)
Famlia: BIGNONIACEAE
Ambiente de origem: floresta ombrfila.
Folhagem: perene.
Porte: mdio a grande (10 a 30 m de altura).
Locais de plantio: ruas largas, avenidas, praas e jardins.
Famlia: LEGUMINOSAE
2017
Folhagem: perene.
Porte: mdio a grande (10 a 20 m de altura).
Locais de plantio: ruas largas, avenidas, estacionamentos,
praas, jardins.
119
(Himatanthus bracteatus)
Famlia: APOCYNACEAE
Ambiente de origem: floresta estacional decidual; restinga
Folhagem: perene.
Porte: mdio a grande (7 a 20 m de altura).
Locais de plantio: ruas largas, praas, jardins, orla martima e
encostas.
Famlia: CHRYSOBALANACEAE
Ambiente de origem: floresta ombrfila; restinga.
Folhagem: perene.
MANUAL DE ARBORIZAO URBANA
121
Famlia: SAPOTACEAE
Ambiente de origem: floresta estacional semidecidual; restinga.
Folhagem: perene.
Porte: pequeno a grande (3 a 22 m de altura).
Locais de plantio: ruas largas, praas, jardins, orla martima.
Famlia: ARALIACEAE
Ambiente de origem: floresta ciliar, estacional semidecidual,
2017
ombrfila; restinga.
Folhagem: perene.
Porte: grande (10 a 20 m de altura).
MANUAL DE ARBORIZAO URBANA
123
(Libidibia ferrea var. leiostachya)
Famlia: LEGUMINOSAE
Ambiente de origem: floresta estacional semidecidual; restinga.
Folhagem: perene.
Porte: pequeno a grande (4 a 20 m de altura).
Locais de plantio: ruas largas, praas, jardins, orla martima e
matas ciliares.
Famlia: SIMAROUBACEAE
2017
Folhagem: perene.
Porte: pequeno a grande (4 a 26 m de altura).
Locais de plantio: ruas largas, parques, jardins, praas, orla
martima.
125
Famlia: LEGUMINOSAE
Ambiente de origem: floresta ombrfila.
Folhagem: perene semidecdua.
Porte: mdio a grande (8 a 24 m de altura).
Locais de plantio: ruas largas, avenidas, praas, jardins e esta-
cionamentos.
Famlia: LEGUMINOSAE
Ambiente de origem: floresta ciliar e estacional semideci-
dual; restinga.
MANUAL DE ARBORIZAO URBANA
Folhagem: perene.
Porte: pequeno a grande (4 a 20 m de altura).
Locais de plantio: ruas largas, parques, jardins, praas, orla
martima.
Caxand
(Allagoptera arenaria )
Licurioba
(Syagrus schizophylla)
Piaava
(Attalea funifera)
133
ltimos anos, as encostas tornaram-se foco de ateno pelo vao das rvores nativas presentes em encostas vegetadas
aumento do nmero de deslizamentos como consequncia e bem conservadas em Salvador que foi construda esta lista
das chuvas. A ocupao das encostas um problema social, das espcies. A natureza deve ser sempre a nossa mestra.
como em todas as partes: a populao de baixa renda em-
purrada para os locais mais crticos e de difcil ocupao. Mas, ateno! Em encostas declivosas (inclinao igual ou
Normalmente as encostas necessitam de obras de engenharia, superior a 30%), no se deve plantar rvores. Devido ao seu
com intervenes para sua conteno, mas este assunto foge grande peso, rvores adultas podem provocar o desmorona-
do escopo deste manual e vamos nos ater somente ao plantio mento do terreno. Neste caso, deve ser realizado o plantio de
de rvores para a conservao, conteno e recuperao em capins e gramas, porque o seu sistema radicular ramificado
situaes onde isso possvel. (grande quantidade de razes superficiais e algumas profun-
das) ajuda a segurar o terreno e evitar o desbarrancamento.
A principal mensagem : Plantas herbceas, como por exemplo amendoim-forrageiro
(Arachis pintoi), tambm podem ser plantadas em encostas.
AS ENCOSTAS DEVEM ESTAR COBERTAS POR
VEGETAO! Taludes
Ou seja, fundamental que plantas cubram o terreno, prin- As orientaes das encostas so vlidas para os cortes de ter-
cipalmente aquelas que ocorrem naturalmente. As razes das renos que deixam o solo exposto, como os taludes de corte e
plantas seguram a terra, evitando o incio do desbarranca- de aterro, resultados da preparao do relevo do terreno para
mento. Onde a encosta est descoberta, sem a vegetao, a as construes. No entanto, as condies dos solos dos ta-
gua das chuvas leva a camada superficial da terra e, a de- ludes so ainda mais frgeis, principalmente se houver su-
pender da fora da enxurrada, ajudada pela fora da gravi- bstrato solto. Neste caso, poder ser necessria a colocao
dade, partes substanciais da encosta se desprendem e ento de placas de grama ou mantas especiais para conteno ou
podemos ter uma situao catastrfica, muitas vezes de difcil ainda sacos de aniagem, qualquer um deles pregados com
recuperao. pequenas estacas ou ganchos de metal ou bambu. O primeiro
objetivo segurar a terra e cobrir o terreno com espcies de
Ao contrrio das rvores para as vias pblicas, as espcies leguminosas e gramneas, evitando ao mximo o revolvimen-
das encostas devem apresentar sistema radicular agressivo e to do terreno. Vale ressaltar, mais uma vez, que normalmente
ramificado. As razes devem se espalhar e ao mesmo tempo encostas e taludes necessitam de obras de engenharia.
se aprofundar no solo. O ideal uma combinao de plantas
herbceas, arbustivas e arbreas. As gramneas (os capins) e Controle da eroso com uso da vegetao
as leguminosas herbceas so plantas excelentes para a co- (Paiva & Gonalves 2002).
bertura rpida do terreno. Uma dica importante observar
o que a natureza est colocando, quais as plantas nativas (1) onde o uso do solo no requer remoo de rvores ou de
(aqui tambm preciso ter cuidado com as exticas invaso- outra vegetao natural, ela deve ser mantida e preservada;
ras) que aparecem e se desenvolvem bem nas encostas e fa- (2) onde existe uma vegetao inadequada, deve-se substi-
vorecer o seu desenvolvimento. tu-la por outra mais conveniente;
(3) reas crticas devem ser protegidas por vegetao adequa-
Apesar das bananeiras serem plantas muito comuns nas en- da (encostas, margens de cursos dgua e solos friveis).
Aroeira-da-Praia
(Schinus terebinthifolius)
Famlia: ANACARDIACEAE
Ambiente de origem: floresta ciliar, estacional semidecidual e
134
ombrfila; restinga.
Folhagem: perene.
Porte: pequeno a mdio (2 a 12 m de altura).
2017
135
(Trema micranta)
Famlia: CANNABACEAE
Ambiente de origem: floresta ciliar, estacional semidecidual
e ombrfila.
Folhagem: perene.
Porte: pequeno a mdio (5 a 12 m de altura).
Locais de plantio: encostas e matas ciliares.
Famlia: CAPPARACEAE
2017
137
Famlia: NYCTAGINACEAE
Ambiente de origem: floresta ciliar, estacional semidecidual
e ombrfila.
Folhagem: perene.
Porte: pequeno (at 3 m de altura).
Locais de plantio: ruas, encostas, especialmente aquelas da
orla martima.
(Allophylus edulis)
2017
Famlia: SAPINDACEAE
Ambiente de origem: floresta ciliar, estacional decidual e om-
brfila.
MANUAL DE ARBORIZAO URBANA
Folhagem: perene.
Porte: pequeno a mdio (3 a 8 m de altura).
Locais de plantio: encostas, ruas, praas, jardins, matas ciliares.
Os quintais e jardins particulares so uma grande contribuio Exemplos: Amendoeira (Terminalia catappa), Bilreiro
para as reas verdes de uma cidade. Em alguns casos, como (Guarea guidonia), Eucalipto (Eucalyptus sp.), Flamboyant
por exemplo no subrbio ferrovirio de Salvador, so quase (Delonix regia), Gameleiras ou figueiras (Ficus spp.), Mun-
os nicos espaos arborizados dos bairros. Os quintais tam- guba (Pachira aquatica), Nim (Azadirachta indica), Paineira
bm contribuem para a alimentao das famlias; alm de (Ceiba pentandra).
puro deleite, imagine a delcia de tirar e comer uma fruta de rvores com frutos grandes
uma rvore da sua casa, plantada por voc? Os quintais so
normalmente espao dominado por mulheres, o lugar das A queda dos frutos pode provocar acidentes e causar transtor-
plantas medicinais, da horta, da criao de animais domsti- nos em vias pblicas.
139
cos e rea de experimentao emprica que contribui para a Cssia-rosa (Cassia grandis): os frutos so longos e pesados
conservao de recursos genticos. H um caso emblemtico e sua queda pode causar acidentes.
em Salvador: a variedade, da laranja-de-umbigo ou laran- Castanha-de-macaco (Couropita guianensis): os frutos so
ja-baa foi uma mutao (alterao gentica) espontnea, que grandes e, quando caem, liberam sementes e massa com odor
ocorreu em um quintal do Cabula (Embrapa 1998) e hoje ftido.
uma importante variedade, muito apreciada e mundialmente Coqueiro (Cocos nucifera) e outras palmeiras apresentam
plantada e comercializada. frutos grandes, que necessitam ser retirados, para evitar a sua
cada.
Considerando essa importncia, a indicao deste manu- Jamelo (Syzygium cumini): os frutos no so grandes, mas
al para o plantio de espcies frutferas nativas e exticas eles caem e tornam os passeios escorregadios e manchados,
nos quintais. Mas claro que as espcies indicadas para as exigindo limpeza constante.
outras reas tambm podem a ser plantadas. Os gestores e Jaqueira (Artocarpus heterophyllus): frutos muito grandes e
proprietrios devem considerar o plantio das outras espcies pesados, que caem quando muito maduros ou j em estado de
nativas pouco comuns, pensando sempre na diversificao. putrefao.
Recomendamos o plantio de espcies diferentes, especial- Mangueira (Mangifera indica): a retirada de frutos de forma
mente quando prxima uma da outra, para melhor aprovei- desordenada pode causar acidentes tanto com a queda dos
tamento do espao areo e subterrneo, ou seja, espcies in- frutos como com o arremesso de objetos para a sua retirada.
tercaladas, em caso do plantio de mais de um indivduo da Munguba (Pachira aquatica): os frutos grandes so deis-
mesma espcie. centes e liberam sementes.
A propagao das frutferas pode ser por sementes e a planta rvores e arbustos txicos
adulta chamada de p-franco ou por enxertia. As primeiras Destacam-se algumas plantas comuns em Salvador que
demoram mais para crescer e produzir, mas vivem por mais causam problemas de sade em humanos, especialmente cri-
tempo, enquanto as plantas enxertadas crescem mais rpido anas e pessoas sensveis; e animais:
e comeam a produzir mais cedo, no entanto, morrem antes
das mudas oriundas de sementes. Por isso, em um pomar Carambola (Averrhoa carambola): o consumo de frutos por
pessoas com deficincia renal pode ser fatal. Para pessoas
interessante o plantio de mudas p-franco e enxertadas. saudveis, os frutos no so txicos.
A indicao deste manual de 30 espcies, sendo a metade Chapu-de-napoleo (Thevetia peruviana): a ingesto das se-
mentes pode ser fatal, principalmente para crianas; no adul-
de espcies nativas do Brasil, trs da Amaznia (aa, cacau to, a dose letal de 4 a 10 sementes. O ltex custico e
e cupuau) e 12 da Mata Atlntica, e as demais so frutferas provoca queimaes e irritaes.
estrangeiras; mas todas so espcies oriundas de ambientes Cinamomo (Melia azedarach): folhas e frutos txicos para
tropicais ou subtropicais e se adaptam ao clima de Salvador. humanos e animais.
Algumas espcies tradicionalmente cultivadas em quintais e
em outras reas urbanas, e tambm rurais, como a goiabeira Espirradeira (Nerium oleander): bastante comum em Sal-
vador, todas as partes desta planta, incluindo a inalao do
(Psidium guajava), jambo-vermelho (Syzygium malaccensis), perfume das flores e o ltex, so txicas para seres humanos,
jaqueira (Artocarpus heterophyllus) e mangueira (Mangifera especialmente crianas; alm de animais e insetos.
indica) no foram citadas porque esto na lista das espcies Manac (Brunfelsia uniflora): toda a planta txica, especial-
exticas invasoras do Nordeste do Brasil (Leo et al. 2011). mente para crianas e animais domsticos.
Lista de espcies (rvores frutferas) para quintais e reas internas.
* Banana no considerada rvore, pois no lenhosa. No deve ser plantada em terrenos inclinados.
**Os frutos da carambola so txicos para pessoas com deficincia renal e podem provocar a morte.
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MANUAL DE ARBORIZAO URBANA 2017 142
Glossrio
Referncias
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Glossrio
rea livre pblica: Praa, canteiros de avenidas, ala de viadutos, parques e demais reas destinadas utilizao pblica;
rea permevel: rea ao redor da rvore seja na forma de canteiro, faixa ou piso drenante, que permita a infiltrao de gua
e aerao do solo;
Calada verde: Faixa permevel dentro do passeio que pode ser ajardinada e/ou arborizada;
Calcrio: Produto originado de rocha sedimentar constituda predominantemente por carbonato de clcio (CaCO3), utilizado
para correo da acidez do solo;
Eroso: Desgaste progressivo do solo provocado pelo arraste de partculas devido ao mecnica da gua e dos ventos;
144
Faixa de rolamento: Faixa que representa uma linha demarcatria localizada no limite do leito carrovel para designar as
reas de circulao de veculos;
2017
Fuste: Parte principal de uma rvore, situada entre o colo e as primeiras ramificaes;
MANUAL DE ARBORIZAO URBANA
Inventrio arbreo: Conjunto detalhado de informaes qualitativas do exemplar arbreo cadastrado, com descrio minucio-
sa de sua condio individual, bem como dos elementos urbanos do seu entorno e suas possveis interaes;
Ramo codominante: Ramos com dimenses muito semelhantes (bifurcaes) formados a partir da mesma posio de um
tronco principal que competem pela dominncia apical;
Ramo epicrmico: Ramo que nasce de uma gema dormente (epicrmica), devido ao aumento da luminosidade ou elimi-
nao da dominncia apical;
Rede area compacta: Rede eltrica com cabos condutores sustentados por cabo mensageiro fixado aos postes atravs de
ferragem metlica (brao suporte tipo L);
Rede area convencional: Caracterizada por condutores nus apoiados sobre isoladores de vidro ou porcelana, fixados horizon-
talmente sobre cruzetas de madeira;
Rede area compacta protegida/isolada: Rede de distribuio area compacta, utilizando-se de cabos multiplexados (ou pr
reunidos) ou spacer-cable. Os cabos protegidos so apenas encapados, no podendo ser considerados isolados eletricamente
por no terem seu campo eltrico confinado;
Rede de distribuio Subterrnea: Parte de um sistema de distribuio associada a um alimentador primrio, cujos cabos so
instalados abaixo do nvel do solo e isolados para a tenso nominal da rede primria;
Vegetao interferente: Outro exemplar arbreo que se desenvolve ao lado, no mesmo canteiro e que compete com o desen-
volvimento do outro;
Vegetao parasita: Planta que se alimenta da seiva do exemplar arbreo, levando-o morte.
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SOS Mata Atlntica. 2015. Fundao SOS Mata Atlntica; Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Atlas dos Remanescentes
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Souza, V. C. & Lorenzi, H. 2012. Botnica Sistemtica: Guia ilustrado para identificao das famlias de Fanergamas nativas
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Velasco, G.D.N. 2003. Arborizao viria x sistemas de distribuio de energia eltrica: avaliao dos custos, estudo das po-
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City of Toronto, 2013 Tree Planting Solutions in Hard Boulevard SurfacesBest Practices Manual Major Capital Infrastruc-
ture Coordination Doodnauth Sharma, 270 p.
MANUAL DE ARBORIZAO URBANA 2017 148
Anexo PDAU
149
1/14
LEI N 9187/2017
O PREFEITO MUNICIPAL DO SALVADOR, CAPITAL DO ESTADO DA BAHIA, Fao saber que a Cmara
Municipal decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Captulo I
DISPOSIES GERAIS
Art. 1 Fica institudo o Plano Diretor de Arborizao do Municpio de Salvador, instrumento permanente para
definio de diretrizes e estratgias para o planejamento, implantao, reposio, expanso, manejo e
manuteno da arborizao e reas verdes urbanas, prevendo-se a participao ativa da populao, visando
conservao, preservao e ampliao da arborizao.
Art. 2 O Municpio, atravs do rgo gestor competente, realizar o estudo de diagnstico e o planejamento
para a implantao, manuteno e monitoramento da Arborizao Urbana, a partir da publicao desta Lei.
150
Captulo II
DOS PRINCPIOS
2017
Art. 3 O Plano Diretor de Arborizao do Municpio de Salvador atender aos seguintes princpios
fundamentais:
MANUAL DE ARBORIZAO URBANA
I - da precauo, pelo qual a ausncia de certeza cientfica no pode ser utilizada como razo para postergar
medidas eficazes na preveno e degradao ambiental, quando houver ameaa de danos srios ou
irreversveis;
II - da preveno, que consiste na adoo de medidas e polticas pblicas capazes de mitigar impactos
conhecidos no sistema climtico, bem como a ocorrncia de desastres ambientais;
III - do usurio-pagador, visto que o causador do impacto ambiental deve arcar com o custo decorrente do
dano causado ao meio ambiente;
IV - da participao da sociedade civil nos processos consultivos e deliberativos, com amplo acesso
informao;
V - do desenvolvimento sustentvel, pelo qual a qualidade ambiental parte integrante do processo produtivo,
de modo a assegurar qualidade de vida a todos os cidados e atender equitativamente s necessidades de
geraes presentes e futuras;
VII - da ampla publicidade, para garantir absoluta transparncia no fornecimento de informaes pblicas
sobre adensamento arbreo na cidade de Salvador, por bacias hidrogrficas, e sua evoluo como elemento
de mitigao e adaptao aos impactos das mudanas climticas;
VIII - da educao ambiental, sobre capacitar a sociedade, desde a escola fundamental, para construir
atitudes adequadas ao bem comum e proteo dos recursos ambientais.
Captulo III
DOS OBJETIVOS DO PLANO DIRETOR DE ARBORIZAO URBANA
III - implantar e manter nos espaos pblicos a arborizao urbana, visando melhoria da qualidade de vida e
ao equilbrio ambiental;
IV - estabelecer critrios de vistoria e monitoramento da arborizao e das reas verdes urbanas para os
rgos pblicos e privados que exeram atividades afins;
V - integrar e envolver a populao, com vistas conservao e preservao da arborizao, das reas
verdes e do paisagismo urbanos;
151
VII - promover o programa de reposio arbrea;
II - estabelecer um Plano de Ao para a Manuteno da Arborizao e Manejo das reas Verdes Pblicas do
Municpio;
III - implantar e gerir um Horto Municipal, a fim de estimular a realizao de pesquisas cientficas, a
recuperao de espcies nativas ameaadas e a produo de mudas, a fim de atingir os padres mnimos
estabelecidos para plantio em reas pblicas, de acordo com a lei vigente;
V - elaborar, divulgar e manter atualizado o Guia de Produo de Mudas, o Manual de Arborizao Urbana, o
Manual Tcnico de Podas e o Manual de Transplantio do Municpio, alm de outros materiais instrutivos que
se fizerem necessrios;
VI - compartilhar aes pblicas e privadas para viabilizar a implantao e manuteno da arborizao e das
reas verdes urbanas, atravs de projetos de cogesto com a sociedade;
Pargrafo nico. O Municpio dever, no prazo de at 180 (cento e oitenta) dias, contados da entrada em vigor
desta Lei, apresentar ao COMAM (Conselho Municipal de Meio Ambiente), para anlise, as propostas do Guia
de Produo e Plantio de Mudas, Manual de Arborizao Urbana, Manual Tcnico de Poda e Manual de
Transplantio do Municpio.
Captulo IV
DA CONCEITUAO
I - agresso de rvore: toda ao que lesa o sistema fisiolgico da rvore podendo, ou no, resultar em morte;
II - APP (rea de Preservao Permanente): rea protegida, coberta ou no por vegetao nativa, com a
funo ambiental de preservar os recursos hdricos, a paisagem, a estabilidade geolgica e a biodiversidade;
facilitar o fluxo gnico de fauna e flora; proteger o solo, e assegurar o bem-estar das populaes humanas;
III - arborizao urbana: conjunto de exemplares arbreos que compem a vegetao localizada em rea
urbana;
IV - reas verdes: espaos abertos com cobertura vegetal e de uso diferenciado, integrados ao tecido urbano,
s quais a populao tem acesso;
VI - coleto ou colo da muda: parte do fuste de uma muda que fica imediatamente acima da superfcie do solo;
VII - dimetro do colo: dimetro medido no colo da muda, utilizando-se um paqumetro, com valor expresso em
2017
milmetros (mm);
VIII - copa: parte area da rvore, constituda por ramos, galhos e folhas;
MANUAL DE ARBORIZAO URBANA
IX - DAP (Dimetro altura do peito): dimetro do tronco da rvore, medido aproximadamente 1,30 metros de
altura do solo;
XII - fitossanidade: conjunto de elementos internos e externos, principalmente doenas e pragas, que
caracterizam o estado de sade do vegetal;
XIII - inventrio arbreo: levantamento quali-quantitativo das espcies vegetais arbreas de uma determinada
rea;
XIV - manejo: intervenes aplicadas arborizao, mediante o uso de tcnicas especficas, com o objetivo de
mant-la, conserv-la e adequ-la ao ambiente;
XV - manguezal: ecossistema litorneo que ocorre em terrenos baixos, sujeitos ao das mars, formado
por vasas lodosas recentes ou arenosa, s quais se associa, predominantemente, a vegetao natural,
conhecida como mangue, com influncia fluviomarinha, tpica dos solos limosos de regies estuarinas e com
disperso descontnua ao longo da costa brasileira, entre os estados do Amap e Santa Catarina;
XVI - manuteno: conjunto de prticas para manter e conservar as rvores em estado fitossanitrio saudvel;
XVII - material lenhoso: madeira geralmente no aproveitvel para outros fins, selecionada e preparada para
uso como combustvel, a partir da queima;
XVIII - paisagismo: arquitetura da paisagem que alia conhecimento tcnico e sensibilidade para o
planejamento e preservao dos espaos livres, de forma a implantar paisagens agradveis, com o objetivo de
integrar o homem natureza, proporcionando-lhe bem-estar, conforto trmico e acstico, contribuindo para a
manuteno da biodiversidade do planeta;
XIX - poda: ato de se retirar parte das plantas, cortando-se galhos ou braos;
XX - poda drstica ou excessiva: corte de mais de 50% do total da massa verde da copa; corte da parte
superior da copa, eliminando a gema apical; ou, ainda, o corte de somente um lado da copa, ocasionando
deficincia no desenvolvimento estrutural da rvore;
XXIII - transplante arbreo: transferir de um local para outro uma rvore ou um vegetal de porte arbreo com
suas razes;
153
Captulo V
DO SISTEMA DE REAS VERDES
Art. 7 A arborizao urbana, as reas verdes pblicas e as demais formas de vegetao natural so bens de
interesse comum a todos, cabendo ao Poder Pblico e sociedade a responsabilidade pela sua conservao.
Art. 8 A arborizao urbana presente nas praas, calades, passeios, espaos livres, reas verdes e
canteiros das vias de Salvador definem-se como parte da sua infraestrutura urbana e instrumento essencial
para cumprir os princpios e objetivos desta Lei.
Captulo VI
DA INSTRUMENTAO DO PLANO DIRETOR DE ARBORIZAO URBANA
IV - Manual de Transplantio.
Seo I
Guia de Produo e Plantio de Mudas
Art. 10 O Guia de Produo de Mudas um instrumento para orientar tcnicos e a sociedade, com o objetivo
de produzir e plantar espcies herbceas, arbustivas e arbreas, de acordo com os parmetros tcnicos e
paisagsticos.
Subseo I
Da Produo e Plantio de Mudas
III - organizar um programa de produo de mudas, dentro dos padres tcnicos estabelecidos pelo rgo
competente e adequados para plantio em reas pblicas;
V - conhecer a fenologia das rvores matrizes das espcies selecionadas para o paisagismo urbano;
Art. 12 As plantas produzidas pelo Horto Municipal e aquelas adquiridas em outros hortos pblicos ou
privados devero atender aos critrios tcnicos estabelecidos pelo rgo gestor municipal competente e
154
Pargrafo nico. O Horto Municipal dever priorizar a produo de espcimes consideradas nativas da Mata
Atlntica, bem como espcimes que produzam flores e frutos.
MANUAL DE ARBORIZAO URBANA
Art. 13 Todas as espcies produzidas no Horto Municipal ou adquiridas em outros hortos devero ficar em
quarentena, para garantir a sanidade e a sobrevivncia das plantas.
Art. 14 A execuo do plantio das espcies arbreas em reas pblicas dever atender s especificaes
tcnicas definidas no Guia de Arborizao Urbana.
Pargrafo nico. Em caso de plantio de espcies nos passeios pblicos, por parte do proprietrio de imvel
particular, este dever atender s especificaes tcnicas definidas no Guia de Arborizao Urbana, sob pena
de incorrer nas penalidades previstas nesta Lei.
Art. 15 Os plantios em passeio pblico somente podero ser realizados quando este tiver infraestrutura
mnima definida, meio-fio e canteiro existentes, conforme estabelecido no Guia de Arborizao Urbana.
Seo II
Guia de Arborizao Urbana
Art. 16 O Guia de Arborizao Urbana um instrumento para orientar tcnicos e a sociedade, com o objetivo
de arborizar praas, parques, avenidas, canteiros, caladas e quintais, de acordo com os parmetros tcnicos
e paisagsticos.
Subseo I
Dos Critrios Tcnicos para Arborizao
I - nos passeios, vias, canteiros, praas, espaos pblicos e reas verdes, compatibilizando o porte da rvore
II - quando as ruas e passeios tiverem dimenses compatveis com a expanso da copa e do sistema
radicular da espcie a ser utilizada, observando o devido afastamento das construes e equipamentos
urbanos.
Art. 18 Toda arborizao urbana a ser executada pelo Poder Pblico, por entidade ou por particulares,
mediante concesso ou autorizao, desde o planejamento, a implantao e o manejo, dever observar os
critrios tcnicos estabelecidos nesta Lei e detalhados no Guia de Arborizao Urbana do Municpio.
Art. 19 Novos empreendimentos imobilirios, no que se refere aos projetos de arborizao de passeios, vias,
canteiros, praas, espaos pblicos e reas verdes, devero ser analisados e aprovados previamente pelo
rgo gestor municipal competente, obedecendo aos critrios estabelecidos nesta Lei e normas decorrentes.
1 Nos empreendimentos a que se refere o caput deste artigo, a anlise do projeto dever ser feita no prazo
de 60 dias, na forma do regulamento.
2 Quando compatvel com as demais exigncias existentes, fica obrigatria a arborizao dos passeios em
todos os novos projetos a serem licenciados pelo Municpio, devendo estes atender aos critrios e indicaes
definidos pelo Manual de Arborizao Urbana.
Art. 20 As mudas utilizadas para arborizao urbana e nas reas verdes do Municpio devero atender aos
155
padres de qualidade e porte estabelecidos no Guia de Arborizao Urbana do Municpio.
Pargrafo nico. O plantio deve ser compatibilizado com o meio-fio, hidrantes, entradas de veculos,
cruzamentos, postes de iluminao pblica, redes areas e subterrneas e outros elementos urbanos,
respeitando o espao livre mnimo para trnsito de pedestres.
Art. 22 Fica proibido o plantio de espcies que comprometam a acessibilidade dos pedestres e sua segurana
em caladas, ou que comprometam a biodiversidade local.
Pargrafo nico. O rgo gestor competente poder eliminar, a critrio tcnico, as mudas nascidas no passeio
pblico ou indevidamente plantadas, no caso de espcies incompatveis com o Plano Diretor de Arborizao
Urbana.
Art. 23 Todo plantio dever seguir os requisitos estabelecidos no Guia de Arborizao Urbana do Municpio.
Art. 24 Sero realizadas vistorias tcnicas peridicas para monitorar a fisiologia e a sanidade dos vegetais
nas vias, reas verdes e espaos pblicos arborizados.
Subseo II
Da Proteo Arborizao Existente
Art. 25 vedada a agresso, o corte, a poda, a derrubada, a supresso ou a prtica de qualquer ao que
possa provocar danos, alterao do desenvolvimento natural ou morte de rvore em rea pblica e nas
propriedades privadas do Municpio, salvo aquelas situaes previstas na presente Lei.
Art. 26 No ser permitida a pintura e a utilizao de rvores situadas em locais pblicos para a colocao de
cartazes, faixas, anncios, nem para suporte ou apoio de objetos e instalaes de qualquer natureza que
agridam a rvore.
Art. 27 O sistema radicular das rvores ser mantido ntegro, salvo necessidade tcnica de interveno por
poda, que ser executada pelo rgo gestor municipal competente, em via pblica e mediante autorizao em
rea privada.
Art. 28 Os projetos de redes de distribuio de energia eltrica, iluminao pblica, abastecimento de gua,
telefonia, TV a cabo e outros servios pblicos executados em reas de domnio pblico ou particular devero
ser compatibilizados com a arborizao.
1 A rede de distribuio de concessionrias pblicas dever ser gradativamente substituda por redes
compactas ou subterrneas, visando assegurar o desenvolvimento das rvores.
2 Para execuo deste plano e cumprimento do disposto no 1 deste artigo, a concessionria do servio
de distribuio eltrica deve observar que:
I - apenas devem ser aceitos dos empreendedores que os novos empreendimentos sejam construdos ao
menos com redes ecolgicas, em rede compacta para alta tenso e rede isolada de baixa tenso;
II - as novas redes de distribuio da concessionria sejam construdas ao menos em rede compacta para alta
tenso e rede isolada de baixa tenso;
menos para rede compacta, para alta tenso e rede isolada de baixa tenso.
2017
3 A prioridade do cronograma de modernizao da rede seguir dos locais com maior adensamento da
arborizao urbana para os menos adensados.
MANUAL DE ARBORIZAO URBANA
Seo III
Manual Tcnico de Poda
Art. 29 O Manual Tcnico de Poda um instrumento para orientar tcnicos com o objetivo de realizar
procedimentos de poda e supresso de rvores, de acordo com os parmetros e normas tcnicas
estabelecidos por instituies pblicas competentes.
Subseo I
Da Condio para Poda e Supresso
Art. 30 A poda de rvores em reas pblicas e particulares s ser realizada nas seguintes condies:
II - sob fiao, quando representarem riscos de acidentes ou de interrupo dos sistemas eltrico, de telefonia
ou de outros servios;
III - para sua limpeza, visando somente retirada de galhos secos, apodrecidos, quebrados ou com infestao
de pragas e/ou doenas;
1 A poda de rvores dever obedecer s instrues contidas no Manual Tcnico de Poda do Municpio; e,
para os casos em que no for possvel o atendimento dessas instrues, se a necessidade assim o justificar, o
rgo municipal competente poder emitir autorizao especial.
Art. 31 A supresso de rvores em reas pblicas e particulares ser realizada nas seguintes circunstncias:
III - quando o plantio irregular ou a propagao espontnea das espcies impossibilitarem o desenvolvimento
adequado da prpria rvore e das rvores vizinhas;
IV - quando se tratar de espcies no recomendadas e/ou cuja propagao tenha efeitos prejudiciais para a
arborizao urbana ou para as instalaes, ou edificaes pblicas e privadas;
V - quando for indispensvel realizao de obra, adotando-se medidas compensatrias previstas em Lei.
Pargrafo nico. Para os casos de vegetao do Bioma Mata Atlntica em estgio mdio e em estgio
avanado de regenerao natural, adotam-se as restries e compensao estabelecida na Lei Federal n
157
11.428/2006 - Lei da Mata Atlntica, ressalvado o disposto no 6 do art. 34 desta Lei.
Subseo II
Da Solicitao e Autorizao para Poda e Supresso
Art. 32 A poda e a supresso de rvores em reas pblicas sero realizadas pelo rgo gestor municipal
competente, aps vistoria do vegetal e parecer tcnico para atendimento solicitao:
Art. 33 Nenhuma poda ou supresso de rvores em rea privada pode ocorrer sem autorizao prvia e
expressa do rgo gestor municipal competente.
Pargrafo nico. Toda autorizao de supresso de rvore em rea privada ocorrer adotando-se medidas
compensatrias previstas em Lei.
Art. 34A supresso de rvores em reas pblicas e privadas dever ser compensada com replantio na
mesma prefeitura-bairro ou bacia hidrogrfica, atendendo ao que determina o Anexo I desta Lei, observado o
seguinte:
1 Todo pedido de autorizao de supresso dever ser munido de inventrio arbreo contendo as
informaes sobre a espcie, suas dimenses (altura e DAP) e o mapa com a localizao dos exemplares
georreferenciados.
2 Os espcimes plantados por compensao devero ser georreferenciados, monitorados e mantidos por,
no mnimo, 02 (dois) anos.
4 Quando o plantio por compensao ocorrer em reas com fitofisionomias especficas, cabe ao rgo
gestor municipal competente indicar espcies que porventura no estejam relacionadas no Guia de
Arborizao Urbana de Salvador.
5 As mudas para compensao indicadas pelo rgo gestor municipal competente devem apresentar, no
mnimo, 2,50 m de altura.
6 Na hiptese de supresso de rvore isolada de Mata Atlntica, localizada em reas pblicas e privadas, a
compensao dar-se- na forma prevista no Anexo I.
Art. 35 A supresso de rvore localizada nas reas comuns em condomnio s poder ser autorizada com a
apresentao de prova de anuncia da maioria dos condminos, por solicitao do sndico.
Art. 36 A autoria do laudo tcnico para autorizao de poda e supresso de rvore de responsabilidade do
rgo gestor municipal competente e/ou de empresas ou profissionais autnomos especializados, devendo
constar a Anotao de Responsabilidade Tcnica - ART.
Subseo III
158
A poda e a supresso de rvores em reas pblicas sero executadas pelo rgo municipal
Art. 37
competente.
MANUAL DE ARBORIZAO URBANA
Art. 38 A poda e a supresso de rvores em reas privadas sero executadas por empresas ou profissionais
autnomos especializados, conforme especificado no Manual de Poda, e devidamente autorizados e
credenciados no rgo gestor municipal competente.
Art. 39 A poda e a supresso de rvore em rea privada ser efetuada com nus para o proprietrio ao ser
este o responsvel legal na autorizao de supresso dada pelo rgo gestor municipal competente.
Pargrafo nico. Sendo a poda ou a supresso de rvore de carter emergencial, o Corpo de Bombeiros e a
Defesa Civil devem comunicar, no prazo de at 15 (quinze) dias, ao rgo municipal competente os motivos e
os servios executados.
Art. 41Quando houver situao de risco comprovada em reas ocupadas por populao carente, a poda ou
supresso ser realizada pelo poder pblico, sem nus para o muncipe.
Pargrafo nico. Considera-se, para efeito desta Lei, populao carente aquela famlia cuja renda seja igual ou
inferior a dois salrios mnimos.
Art. 42 A autoria do laudo tcnico para execuo de poda e supresso de rvore de responsabilidade:
I - do rgo gestor municipal competente e/ou empresas, ou profissionais autnomos especializados nele
credenciados, devendo constar a Anotao de Responsabilidade Tcnica (ART), quando se tratar de rea
pblica;
Art. 43 Fica o Municpio responsvel, atravs do rgo gestor competente, a implantar e manter adequado um
sistema de coleta, transporte, tratamento e destinao final dos resduos gerados pela execuo de poda ou
supresso de rvore, promovendo a compostagem e outras tcnicas que minimizem os resduos gerados.
Seo IV
Manual de Transplantio
Art. 44 O Manual de Transplantio um instrumento para orientar tcnicos, com o objetivo de realizar
procedimentos de transplantios de vegetais de porte arbreo em conformidade com os parmetros e normas
159
tcnicas estabelecidos por instituies pblicas competentes.
Subseo I
Dos Transplantes
Art. 45 O transplante de rvore ou vegetal de porte arbreo ser autorizado nas seguintes circunstncias:
Pargrafo nico. Quando no houver viabilidade tcnica reconhecida expressamente pelo rgo gestor
municipal competente, o vegetal de porte arbreo poder ser suprimido com as devidas compensaes.
Art. 46O transplante de vegetais de porte arbreo ser realizado mediante autorizao do rgo gestor
municipal competente e sero permitidos somente:
Art. 47
Art. 47 Os vegetais de porte arbreo tero local de destino definido pelo rgo gestor municipal competente
quando da autorizao, preferencialmente na mesma prefeitura-bairro ou bacia hidrogrfica.
Pargrafo nico. Em caso da no sobrevivncia do indivduo transplantado, por culpa do usurio-pagador, ser
imposta nova medida compensatria.
Captulo V
DA DECLARAO DE IMUNIDADE AO CORTE
Art. 48 Qualquer rvore ou rea arborizada do Municpio poder ser declarada imune ao corte, mediante lei
aprovada na Cmara de Vereadores, em razo da sua raridade, antiguidade, de seu interesse histrico,
religioso, social, cientfico, paisagstico ou de sua condio de porta sementes.
Art. 49 Toda rvore cuja espcie seja classificada como espcie rara, e/ou espcie endmica do Bioma Mata
Atlntica, e/ou espcie ameaada de extino ser considerada imune ao corte.
vedada a supresso de rvores cuja espcie seja imune ao corte, definida em norma legal, salvo
Art. 50
nos casos enquadrados nos artigos 30 e 31.
Art. 51 Qualquer interessado poder solicitar declarao de imunidade ao corte atravs de pedido formal ao
rgo gestor municipal competente, justificando a sua proteo.
160
Art. 52 O rgo gestor municipal competente ser o responsvel pela anlise da procedncia e viabilidade da
solicitao de imunidade ao corte e emisso de parecer conclusivo.
2017
proprietrio ou o responsvel.
2 Qualquer processo de solicitao de declarao de imunidade ao corte, sob pena de caducidade, dever
ser analisado no prazo mximo de 90 dias teis, devendo a deciso ser publicada em Dirio Oficial.
Captulo VI
DAS PENALIDADES
Art. 53 Aos infratores das disposies estabelecidas nesta Lei e das normas dela decorrentes devem ser
aplicadas as seguintes penalidades:
I - multa;
IV - suspenso de licena;
V - cassao de alvar.
Pargrafo nico. Alm das penalidades previstas nos incisos anteriores, aplicam-se, no que couber, as
disposies relativas ao processo fiscal administrativo estabelecidas no Cdigo de Polcia Administrativa do
Municpio (Lei n 5.503/99), inclusive as medidas preventivas, tais como embargo e interdio.
Art. 54 Respondem, solidariamente, pela infrao das normas desta Lei Complementar, na forma do artigo
anterior:
II - a empresa, quando a infrao for cometida por pessoa na condio de mandatrio, preposto ou
empregado;
III - os pais, tutores ou curadores, quando a infrao for cometida por filhos menores, tutelados ou
curatelados;
O responsvel pela infrao deve ser multado e, em caso de reincidncia, deve sofrer as penalidades
Art. 55
em dobro.
1 A multa deve ser aplicada de acordo com a infrao cometida, conforme tabela constante do Anexo II
desta Lei, sem prejuzo das demais sanes previstas no art. 53.
2 A quitao da multa, pelo infrator, no o exime do cumprimento de outras obrigaes legais nem o isenta
da obrigao de reparar os danos resultantes da infrao detectada pela fiscalizao.
3 As multas devem ser aplicadas, cumulativamente, quando o infrator cometer, simultaneamente, duas ou
161
mais infraes.
6 infrao de norma contida nos dispositivos desta Lei que no tenham indicao expressa de penalidade
aplica-se o valor da multa determinado no item II da tabela constante do Anexo II desta Lei.
7 As multas previstas nesta Lei sero aplicadas em dobro quando se tratar de rvore em perodo de
florao e/ou frutificao, e em triplo quando se tratar de rvore pblica.
8 A pessoa declarada hipossuficiente (com renda de at dois salrios mnimos) ter desconto de 1/3 do
valor estabelecido na tabela do Anexo II, desde que no seja reincidente.
9 Quando o infrator for pessoa fsica e as infraes ocorrerem em reas privadas, o valor da multa no
poder passar o valor do IPTU do imvel onde ocorrer a infrao, desde que no seja reincidente.
Art. 56 A atualizao monetria dos valores institudos na Tabela constante do Anexo II desta Lei ser
realizada anualmente, com base na variao do ndice de Preos ao Consumidor Amplo Especial, medido pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica - IBGE.
Art. 57 Os autos de infrao sero julgados, em primeira instncia, pela Comisso de Julgamento de Autos do
rgo responsvel pelo licenciamento e fiscalizao ambiental, e o recurso escrito ao COMAM, devendo ser
observados os prazos da Lei Municipal n 8.915/2015.
Art. 58Uma vez autorizada a realizao de poda ou supresso de rvores por empresas ou profissionais
autnomos especializados, em casos de acidentes, naturais ou induzidos, causados por imprudncia,
impercia ou negligncia, fica o proprietrio e o responsvel tcnico, solidariamente, responsabilizados pelos
danos gerados, eximindo-se do Poder Pblico quaisquer responsabilidades.
Art. 59Os valores resultantes das multas por infrao previstas na presente Lei devero ser apropriados pelo
Fundo do Meio Ambiente e aplicados em benefcio deste.
Captulo VII
DAS DISPOSIES FINAIS
Art. 60As despesas decorrentes desta Lei correro por conta de dotaes oramentrias, suplementadas se
necessrio.
Art. 61 Todas as autorizaes sero publicadas de forma resumida pelo rgo competente, no Dirio Oficial
do Municpio, mensalmente.
Art. 62 Caber Administrao Municipal promover campanhas educativas que esclaream sobre a
importncia da arborizao urbana, poda, supresso e agresso rvore e divulgar os critrios e penalidades
do Plano Diretor de Arborizao Urbana do Municpio de Salvador.
Art. 63 A autoridade fiscalizadora do cumprimento das disposies da presente Lei poder solicitar auxlio da
fora policial, no caso de cerceamento do exerccio de suas funes ou quando necessrio efetivao de
medidas previstas nesta Lei.
Art. 64 Fica o Chefe do Poder Executivo autorizado a instituir premiao, atravs de diplomas, certificados ou
162
outros quaisquer meios, para distinguir pessoas que promovem o plantio, a reposio ou a conservao de
rvores no Municpio, sob a orientao do rgo gestor municipal responsvel.
2017
Art. 65 O Poder Executivo regulamentar a presente Lei no prazo de 120 (cento e vinte) dias, contados da
data de sua publicao.
MANUAL DE ARBORIZAO URBANA
ANEXO I
Anexo I
___________________________________________________________________________________________________
| COMPENSAO (quantidade de mudas por espcime) |
|===================================================================================================|
|DAP (cm) | APP | Outros locais |
| |-------------+-------------+-----------|-------------+-------------+-----------|
| |DAP>8,0 |8,0DAP14,0 |DAP>14,0 |DAP<8,0 |8,0DAP14,0 |DAP>14,0 |
|-------------------|-------------|-------------|-----------|-------------|-------------|-----------|
|Espcime extico do| 10| 20| 30| 03| 06| 10|
|Brasil. | | | | | | |
|-------------------|-------------|-------------|-----------|-------------|-------------|-----------|
|Espcime nativo do | 20| 40| 60| 05| 10| 15|
|Brasil. | | | | | | |
|-------------------|-------------|-------------|-----------|-------------|-------------|-----------|
|Espcime declarado | 25| 50| 75| 06| 40| 20|
|imune ao corte. | | | | | | |
|-------------------|-------------|-------------|-----------|-------------|-------------|-----------|
|Espcime raro do | 30| 60| 90| 08| 13| 25|
|Bioma | | | | | | |
|Mata Atlntica. | | | | | | |
|-------------------|-------------|-------------|-----------|-------------|-------------|-----------|
|Espcime endmico | 35| 70| 105| 10| 20| 30|
|do | | | | | | |
|Bioma Mata | | | | | | |
|Atlntica | | | | | | |
|-------------------|-------------|-------------|-----------|-------------|-------------|-----------|
|Espcime ameaado | 45| 90| 135| 13| 25| 40|
|de | | | | | | |
|extino. | | | | | | |
|___________________|_____________|_____________|___________|_____________|_____________|___________|
ANEXO II
163
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| Ref. | Artigo | Natureza da Infrao | Gradao das |
| | | | multas |
| | | | (referncias)|
|============|=============|==========================================|==============|
| I |Art. 22 e |Plantio em desconformidade com as | R$ 680,00|
| |Art. |recomendaes do | |
| |23 |Guia de Produo e Plantio de Mudas e o | |
| | |Guia de | |
| | |Arborizao Urbana. | |
|------------|-------------|------------------------------------------|--------------|
| II |Art. 21 |Plantio de espcies proibidas listadas no | R$ 900,00|
| | |Guia de | |
| | |Produo e Plantio de Mudas e no Guia de | |
| | |Arborizao | |
| | |Urbana. | |
|------------|-------------|------------------------------------------|--------------|
| III |Art. 25 |Corte no autorizado, derrubada ou morte | R$ 2.000,00|
| | |provocada | |
| | |de rvore com DAP inferior a 08 cm (oito | |
| | |centmetros). | |
|------------|-------------|------------------------------------------|--------------|
| IV |Art. 25 |Corte no autorizado, derrubada ou morte | R$ 5.000,00|
| | |provocada | |
| | |de rvore com DAP de 8 a 14 cm (oito a | |
| | |quatorze | |
| | |centmetros). | |
|------------|-------------|------------------------------------------|--------------|
| V |Art. 25 |Corte no autorizado, derrubada ou morte | R$ 10.000,00|
| | |provocada | |
| | |de rvore com DAP superior a 14 cm | |
| | |(quatorze | |
| | |centmetros). | |
|------------|-------------|------------------------------------------|--------------|
| VI |Art. 25 e |Poda no autorizada pelo rgo gestor | R$ 680,00|
| |Art. |municipal | |
| |51 |competente. | |
|------------|-------------|------------------------------------------|--------------|
| VII |Art. 26 |Agresso de rvore e utilizao destas |R$ 300,00 a |
| | |para suporte de |R$ 1.200,00 |
| | |objetos, instalaes e material | |
| | |publicitrio. | |
|------------|-------------|------------------------------------------|--------------|
| VIII |Art. 51 |Corte no autorizado de espcime imune. | R$ 50.000,00|
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