Atlas Fotográfico Da Morfologia Externa Geral
Atlas Fotográfico Da Morfologia Externa Geral
Atlas Fotográfico Da Morfologia Externa Geral
ATLAS FOTOGRFICO DA
MORFOLOGIA EXTERNA GERAL
E DESENVOLVIMENTO DOS INSETOS
Franziska Huber
Juliana de C. Nascimento
Fundao de Apoio Escola Tcnica do Estado do Rio de Janeiro
Instituto Superior de Tecnologia de Paracambi
Laboratrio de Monitoramento Ambiental
ATLAS FOTOGRFICO DA
MORFOLOGIA EXTERNA GERAL
E DESENVOLVIMENTO DOS INSETOS
Franziska Huber
Juliana de C. Nascimento
Paracambi
2012
SUMRIO
PREFCIO...........................................................................................................................1
MORFOLOGIA EXTERNA
Cabea...................................................................................................................................4
Olhos Compostos e Ocelos...............................................................................................5
Antenas ............................................................................................................................7
Tipos de Antenas..............................................................................................................8
Aparelho Bucal...............................................................................................................18
Tipos de Aparelhos Bucais.............................................................................................20
Trax....................................................................................................................................27
Pernas.............................................................................................................................29
Tipos de Pernas..............................................................................................................30
Estruturas no Pr-tarso...................................................................................................39
Asas................................................................................................................................41
Tipos de Asas.................................................................................................................42
Estruturas de Acoplamento............................................................................................48
Abdmen.............................................................................................................................50
Tipos de Abdomens........................................................................................................51
Apndices Abdominais...................................................................................................54
DESENVOLVIMENTO
Desenvolvimento Embrionrio..........................................................................................57
Desenvolvimento Ps-embrionrio...................................................................................61
Tipos de Metamorfoses..................................................................................................62
Tipos de Larvas..............................................................................................................68
Tipos de Pupas................................................................................................................73
BIBLIOGRAFIA................................................................................................................78
Prefcio
1
em seus primeiros estgios. Posteriormente muitos destes indivduos foram criados em
laboratrio, acompanhando-se seu desenvolvimento, para o devido registro fotogrfico.
Nestes casos, aps as fotografias, os insetos foram devolvidos ao ambiente natural, onde os
ovos haviam sido encontrados.
2
Morfologia Externa
3
Cabea
4
Olhos Compostos e Ocelos
5
Os ocelos ou olhos simples (Figura 2 e 3), encontrados em muitos insetos,
correspondem de certa forma a um s omatdio e fornecem apenas informaes sobre claro
ou escuro, sendo muito sensveis variao luminosa. No formam imagens, nem
reconhecem formas. Geralmente esto presentes em nmero de trs, situados no vrtice da
cabea.
6
Antenas
7
Tipos de Antenas
Aristada - A antena possui apenas trs segmentos, o escapo, pedicelo e o flagelo composto
por um antenmero. No flagelo est presente a arista, que uma cerda (pelo). Esta cerda
pode ser simples (arista nua) ou apresentar plos em menor (arista pilosa) ou maior
quantidade (arista plumosa) (Figura 5). Insetos da ordem Diptera, subordem Cyclorrapha
(moscas), possuem este tipo de antena.
8
Claviforme - Os segmentos finais da antena aumentam gradualmente de tamanho,
apresentando o formato de clava (Figura 6). Se o aumento do tamanho dos antenmeros
distais ocorrer de forma brusca, denomina-se a antena de capitada (ver antena composta,
figura 7). Ordens que apresentam este tipo de antena: Lepidoptera (Borboletas),
Coleoptera (Besouros).
9
Estiliforme - O segmento distal da antena possui um formato menor, lembrando um
estilete ou digitiforme (Figura 8). A antena estiliforme est presente nas ordens Diptera,
Famlia Tabanidae (mutucas) e Lepidoptera, famlia Sphingidae (mariposas).
Furcada - Os antenmeros do flagelo formam dois ramos, lembrando a letra Y (Figura 9).
Esta antena encontrada na ordem Diptera (Tabanidae - mutucas).
10
Flabelada - Os artculos possuem expanses laterais longas e em formatos de lminas ou
folhas (Figuras 10 e 11). Esta antena ocorre em insetos da ordem Coleoptera (Besouros).
11
Filiforme - Todos os antenmeros possuem aproximadamente o mesmo tamanho, sendo
geralmente alongados ou cilndricos (Figuras 12 e 13). Encontrada nas ordens: Blattodea
(Baratas), Orthoptera (Gafanhotos, Esperanas), Dermaptera (Tesourinha).
Figura 13. Antena filiforme em uma tesourinha.
Ordem Dermaptera.
12
Geniculada - Na antena geniculada o escapo possui o tamanho mais longo que os demais
segmentos. Os segmentos que compem o pedicelo e flagelo geralmente apresentam-se
dobrados em ngulo em relao ao escapo (Figura 14). Observada nas ordens:
Hymenoptera (Formigas, Abelhas, Mamangava, Vespas, etc), Coleoptera (Besouros).
Imbricada - Artculos em forma de taas, sendo que a base insere-se no meio do pice do
artculo anterior (Figura 15). Esta antena ocorre na ordem Coleoptera (Besouros).
Figura 15. Antena imbricada em besouro.
Ordem Coleoptera.
13
Lamelada - Na antena lamelada, os trs segmentos finais apresentam-se aumentados,
formando Lminas arredondadas ou ovaladas (Figura 16). encontrada nas ordens:
Coleoptera (Besouros).
Plumosa - uma antena similar filiforme, mas apresentam-se diversos pelos longos em
cada antenmero, dando antena o aspecto de uma pluma (Figura 19). Encontrada em
Diptera, Subordem Nematocera (antena dos mosquitos machos).
15
Setcea - Os antenmeros da antena diminuem gradativamente de tamanho e dimetro
medida que se distanciam da base (Figuras 20 e 21). Observada na ordem Odonata
(Liblulas).
16
Serreada - Os artculos possuem formato ligeiramente pontiagudo, formando o aspecto
dos dentes de uma serra. Este aspecto pode ser de ambos os lados (biserreada) ou de uma
borda apenas (Serreada) (Figura 22). Ordens: Coleoptera (Besouros), Famlia Buprestidae.
17
Aparelho Bucal
18
As mandbulas so sempre pareadas, laterais ao labro, articulando-se num plano
transversal. Possuem a funo mastigar, triturar, cortar, moer e transportar. Nos aparelhos
bucais adaptados a sugar e picar, a mandbula exerce a funo de perfurar as superfcies.
Tambm possui funo de defesa.
As maxilas so duas peas auxiliares das mandbulas durante a alimentao. Podem
auxiliar na triturao de alimentos, possurem funo ttil e gustativa. Em insetos
Sugadores podem ter funo perfuradora.
A hipofaringe est inserida junto ao lbio, possui funo gustativa e ttil. Em sua
face ventral abre-se o ducto salivar. A hipofaringe ajuda a misturar a saliva no bolo
alimentar, bem como, por sua movimentao auxilia a levar o alimento para a abertura
bucal at a faringe, possibilitando assim a ingesto.
O lbio inferior uma pea nica que delimita o aparelho bucal na face inferior.
Possui funo ttil e de reteno de alimentos.
Associados s maxilas e aos lbios encontram-se estruturas mveis e sensitivas,
denominadas de palpos maxilares e palpos labiais, respectivamente.
19
Tipos de Aparelhos Bucais
20
Aparelho Bucal Mastigador - O aparelho bucal mastigador composto pelo labro, duas
mandbulas, duas maxilas, hipofaringe, epifaringe e lbio (Figuras 23, 25 e 26). As
estruturas apresentam conformao adequada para mastigar, cortar e triturar, conforme foi
descrito na apresentao geral do aparelho bucal. Ordens: Coleoptera, Orthoptera,
Mantodea, Blattodea, Isoptera, Dermaptera, Lepidoptera, Phasmatodea, Odonata, etc.
21
Aparelho Bucal Lambedor - O labro e as mandbulas apresentam-se normais, sendo que
as mandbulas so utilizadas para cortar, mastigar ou moldar cera. As maxilas e o lbio so
alongados e unidos formando um rgo lambedor adequado para a ingesto de lquidos. O
lbio termina com uma dilatao, denominado de flabelo, sendo esta a estrutura que
permite lamber os lquidos (Figuras 27 e 28). O nctar ingerido pela ao combinada da
suco e da "lngua" que se move para cima e para baixo. Ordens: Hymenoptera (abelhas e
mamangavas).
Figura 28. Aparelho bucal de
mamangava (Hymenoptera).
22
Aparelho Bucal Sugador labial
23
Triqueta: O aparelho bucal triqueta apresenta trs estiletes. Nas pulgas
(Siphonaptera) um dos estiletes formado pela fuso da epifaringe com o labro e os outros
dois so oriundos do par de mandbulas modificadas, denominadas de lacnias, que so as
nicas peas perfurantes. Esto presentes um par de maxilas e palpos maxilares,
hipofaringe muito reduzida, e lbio e palpos labiais (Figura 30). Este tipo de aparelho
tambm encontrado nos piolhos (Phitiraptera) e Tripes (ordem Thysanoptera), porm
com algumas modificaes em relao s pulgas.
24
Tetraqueta: O aparelho bucal sugador labial tetraqueta possui quatro estiletes,
compostos pelas mandbulas e maxilas. o aparelho bucal encontrado nos percevejos,
cigarras, cigarrinhas e pulges (Hemiptera). O lbio modificado denominado de rostro ou
bico (Figura 31), sendo segmentado, dobrando-se para cima durante a penetrao dos
estiletes. Encobertas pelo lbio esto as maxilas que possuem em suas faces internas
ranhuras que, quando justapostas formam um canal alimentar e um canal salivar.
25
Hexaqueta: As duas maxilas e mandbulas, a epifaringe e a hipofaringe so
modificadas em formato de estilete. O labro pouco desenvolvido, enquanto que o lbio
possui formato alongado e tubular, denominado de haustelo, rostro ou bico, e aloja os
demais estiletes. O lbio no possui funo picadora. A suco feita pelas mandbulas,
epifaringe e hipofaringe. As maxilas possuem as extremidades serreadas e assumem a
funo de perfurao. Na figura 32 pode ser visto o aparelho bucal de uma mutuca. Na
figura 33 o mesmo aparelho bucal apresentado em maior aproximao.
26
Trax
27
Figura 34. Regies torcicas de uma mosca. Ordem Diptera.
28
Pernas
29
Tipos de Pernas
30
Adesiva - Os tarsmeros apresentam-se aumentados e com pelos em sua superfcie ventral,
formando uma estrutura com funo de ventosa. Esta adaptao est presente em machos
de algumas espcies de besouros aquticos e permite a fixao do macho sobre a fmea na
hora da cpula (Figuras 38 e 39). Ordens: Coleoptera (besouros aquticos).
31
Coletora - O primeiro tarsmero (basitarso) e a tbia apresentam-se mais largos e
achatados latero-lateralmente, com pelos alongados nas margens, formando uma estrutura
similar a uma cestinha, denominada corbcula (Figura 40). Ordens: Hymenoptera.
32
Escansorial - Este tipo de pernas est presente apenas em espcies da ordem Phitiraptera,
que so os piolhos. A tbia e os Tarsos possuem adaptaes adequadas a agarrar os pelos e
penas de animais parasitados. O ltimo segmento tarsal forma a garra tarsal, que, em
conjunto com a expanso presente na tbia permite a fixao do piolho (Figura 41).
Ordens: Phitiraptera
33
Fossorial - A perna fossorial est presente em insetos com hbitos de escavar a terra, ou
seja, hbitos subterrneos. Todos os segmentos da perna so modificados alargados,
permitindo assim remover melhor a terra escavada. Esta adaptao geralmente est
presente apenas no par de pernas protorcico (Figura 42). Ordens: Orthoptera, famlia
Grillotalpidae (Paquinhas), Hemiptera, subordem Homoptera cigarras, na forma imatura,
Coleoptera.
34
Natatria - Fmur, tbia e tarsos achatados e com presena de pelos nas margens. Os plos
possuem a funo de auxiliar na locomoo na gua, uma vez que potencializam a
remoo do volume de gua, quando movimentados para trs. Esta adaptao mais
evidente no par de pernas metatorcico. Ordens: Hemiptera (percevejos aquticos, Figura
43), Coleoptera besouros aquticos.
35
Prensora - No par de pernas protorcico o fmur bastante desenvolvido e possui
um sulco no qual a tbia, mais fina, pode ser encaixada (Figura 44). Esta adaptao est
presente em insetos predadores, barata da gua (Hemiptera) e permite que as presas sejam
agarradas e prensadas entre fmur e tbia, permitindo assim a alimentao. Nota-se que
para permitir maior mobilidade a coxa apresenta tamanho aumentado e alongado, o que
nos exemplos anteriores no ocorria. Ordem: Hemiptera (barata dgua). OBS: embora o
nome popular deste predador seja barata dgua, ela no pertence Blattodea e sim
ordem Hemiptera.
36
Raptorial - Esta adaptao morfolgica est presente em insetos predadores da ordem
Mantodea (louva-deus) (Figura 45). A coxa apresenta-se alongada, o trocnter curto, o
fmur bem desenvolvido com numerosos espinhos em sua face ventral, articulando-se
com a tbia que igualmente apresenta espinhos na face ventral. Forma-se assim a
possibilidade de captura de outros insetos ou invertebrados que conseguem ser agarrados e
imobilizados. Ordem: Mantodea (louva deus).
37
Saltatria - Na perna saltatria o fmur apresenta-se bem desenvolvido e largo,
possibilitando o desenvolvimento de uma potente musculatura, permitindo ao inseto
possuir fora suficiente para a realizao de saltos (Figura 46). Ordens: Orthoptera
(gafanhotos, grilos, esperanas, etc.) e Siphonaptera (pulgas).
38
Estruturas no Pr-tarso
39
Figura 49. Vista frontal do ps-tarso de mutuca
(Diptera). Podem ser vistos as garras e abaixo
destas os pulvilos. Entre as garras o arlio.
Figura 50. Tmpano presente
na perna protorcica de
esperana (Orthoptera).
40
Asas
As asas dos insetos so inseridas no trax na regio entre o noto e a pleura. Nos
insetos com dois pares de asas estas se localizam no mesotrax e metatrax. Na ordem
Diptera o par de asas do mesotrax funcional enquanto o par metatorcico atrofiado.
As asas esto presentes apenas em insetos adultos e so estruturas slidas que
podem apresentar algumas adaptaes especficas, de acordo com a ordem do inseto
estudado.
Geralmente as asas possuem venaes (nervuras ou veias), que so canais pelos
quais passa a hemolinfa (lquido equivalente ao sangue) que leva os nutrientes s clulas.
A hemolinfa tambm possui algumas funes auxiliares nos movimentos das asas por
exercer presso hidrulica nas venaes. Assim ela auxilia na abertura das asas, quando o
inseto est recm-sado da pupa ou no desdobrar de asas, como ocorre nos besouros, cujas
asas metatorcicas ficam dobradas sob o par mesotorcico.
As venaes tambm possuem funo de sustentao, dando rigidez s asas
membranosas. O conhecimento da nomenclatura das venaes e de sua morfologia
apresenta importncia na taxonomia dos insetos.
Na Figura 51 est mostrada uma asa membranosa de Musca domestica (Diptera),
onde podem ser visualizadas as seis veias principais: costal, subcostal, radial, medial ou
mediana, cbito e anal.
As asas dos insetos variam grandemente em estrutura, nmero, aspecto da venao,
e forma como so mantidos pelo inseto quando em repouso, podendo ter como
classificao bsica a sua constituio, conforme descrito em maiores detalhes a seguir.
41
Tipos de Asas
Membranosas
Figura 51. Asa membranosa de mosca domestica (Diptera). Note que a
42
Podem estar presentes estruturas nas asas membranosas, como os pelos (Figura 53)
e escamas (Figura 52). Notadamente as escamas possuem coloraes diversas, originando
o colorido das asas de mariposas e borboletas (Lepidoptera).
Figura 52. Escamas na asa de uma mariposa
(Lepidoptera)
43
Tgminas
44
Hemilitro
O hemilitro (Figura 55) uma asa que apresenta na parte basal um aspecto e
consistncia coriceos, e a parte apical membranosa, onde se nota facilmente as nervuras.
Quando o inseto est em repouso, ele dobra os hemiitros sobre as asas membranosas
(metatorcicas), que so mais sensveis, protegendo a estas. Ex: Asas mesotorcicas de
percevejos (Hemiptera).
45
litros
Os litros (Figura 56) so asas duras, resistentes, que servem de proteo do inseto
contra choques mecnicos, predao e atritos com materiais durante a locomoo (ex:
insetos que escavam tneis). Sob os litros ficam dobrados e protegidos as asas
metatorcicas, que sempre so membranosas. Os litros no participam ativamente no vo,
eles so abertos, liberando as asas metatorcicas membranosas, que so as responsveis
pelo vo do inseto. Ex: Asas anteriores de Coleoptera (besouros) e Dermaptera
(tesourinha).
Figura 56. litro de besouro (Coleptera). Note que abaixo do litro est
46
Balancins ou halteres
Figura 57. Balancin presente em uma mosca (ordem Diptera).
47
Estruturas de Acoplamento
As estruturas de acoplamento podem estar presentes nos insetos com dois pares de
asas membranosas, como representantes de Lepidoptera e Hymenoptera. Estas estruturas
permitem sincronizar o bater das asas meso e metatorcico, fazendo com que elas
funcionem como se fossem apenas uma, batendo ao mesmo tempo.
Frnulo e Retinculo
O frnulo e retinculo (Figura 58) esto presentes em muitas espcies de mariposas.
O frnulo consiste em uma cerda (pelo longo e resistente) que surge da margem cranial da
asa metatorcica e se encaixa no retinculo, uma pequena projeo ou dobra presente na
face ventral da asa mesotorcica. O frnulo pode ser composto por mais de uma cerda e o
retinculo pode ser composto por um tufo de cerdas, com a mesma funo da
anteriormente descrita.
Figura 58. Vista ventral da asa de uma mariposa (Lepidoptera). A seta indica
o frnulo, inserido na asa posterior e o retinculo, presente na asa anterior.
48
Hmmulus
Os hmmulus (Figura 59 e 60) so pequenos ganchos presentes na margem costal
da asa posterior e se prendem margem anal da asa anterior. Este mecanismo de
acoplamento est presente, por exemplo, em abelhas e mamangavas (Hymenoptera).
Figura 59. Unio entre as asas meso e
hmmulus em abelha
metatorcicas por meio de
(Hymenoptera).
49
Abdmen
50
Tipos de Abdomens
Abdmen Sssil - O Abdmen sssil ocorre na maioria dos insetos, e o abdome liga-se ao
trax em toda a sua largura. No h qualquer tipo de constrio ou cintura entre o abdmen
e o trax. Ordens: Orthoptera, Coleoptera, Hemiptera (Figura 61), Blattodea (Figura 62)
entre outras.
Figura 61. Vista dorsal de cigarra. Ordem
Hemiptera.
51
Abdmen Livre - O abdmen considerado livre quando aparece na unio do abdome
com o trax, uma constrio mais ou menos pronunciada. Ordens: Lepidoptera, Odonata
(Figura 63), Diptera (Figura 64).
Figura 63. Abdmen livre de liblula. Ordem
Odonata.
52
Abdmen Pedunculado - No abdmen pedunculado (Figuras 65 e 66) a ligao ao trax
feita atravs de uma constrio pronunciada em forma de pecolo. Ordem: Hymenoptera
53
Apndices Abdominais
Figura 67. Apndices abdominais de barata
(ordem Blattodea). Nas laterais esto os cercos,
sendo multisegmentados. As estruturas mais finas
so os estilos.
Figura 68. Os cercos de tesourinha (ordem
Dermaptera) possuem funo de defesa.
54
Nas fmeas pode haver presena do ovopositor (Figura 69) uma adaptao dos
ltimos segmentos abdominais, que facilita a postura de ovos ou a presena de ferro
(Figura 70), que uma adaptao do ovopositor, modificado para a defesa.
Figura 69. Ovopositor de esperana.
Ordem Orthoptera.
Figura 70. Ferro de formiga. Ordem
Hymenoptera.
55
Desenvolvimento
56
O desenvolvimento dos insetos engloba o crescimento no tamanho e a mudana na
forma, e se divide em desenvolvimento embrionrio e ps-embrionrio.
Desenvolvimento Embrionrio
A maioria das espcies de insetos reproduz-se pela postura de ovos, sendo que
apenas alguns realizam viviparidade de ninfas (ex: pulges, famlia Aphidae) ou larvas (ex:
moscas da famlia Sarcophagidae).
Os ovos podem ter diversos aspectos, geralmente arredondados ou ovalados. Podem
ser postos isoladamente, ou em grupos (Figura 71), soltos ou aderidos ao substrato (Figura
72).
Podem ainda ser protegidos por secrees mucosas (Figura 73), pegajosas ou
membranas que endurecem em contato com o ar, formando uma cpsula chamada de
ooteca (Figuras 74 e 75).
Para facilitar a sada da larva ou ninfa, os ovos de algumas espcies possuem uma
rea de fragilidade denominada de oprculo (Figuras 76 e 77). Nas espcies em que o
oprculo no est presente a larva ou a ninfa pode eclodir ao mastigar a parede do ovo ou
ao se expandir, forando a parede do ovo (Figura 78).
57
Figura 72. Ovos de borboleta aderidas folha. Ordem
Lepidoptera.
58
Figura 74. Acima: ooteca de louva-deus (ordem
Mantdea). Abaixo: ninfa recm eclodida.
Figura 75. Ooteca de barata. Ordem Blattodea.
59
Figura 76. Ovos de hemptera vazios.
Figura 77. esquerda: ovos de hemptera postos em grupo. O primeiro ovo da
fileira ainda possui contedo, os demais esto vazios. direita: detalhe do oprculo.
Figura 78. Ovo de borboleta com embrio ( esquerda), e
vazio ( direita), onde possvel ver as marcas de
rompimento feitas pela lagarta ao eclodir.
60
Desenvolvimento Ps-embrionrio
Figura 79. Exvia de cigarra. Ordem Hemiptera.
Figura 80. esquerda: Ninfa de gafanhoto (ordem Orthoptera). Nota-se o
comprimento da asa, que deixa o abdmen mostra. No meio: Exvia da ltima
61
Tipos de Metamorfose
Ametabolia
Figura 81. Ninfas e adultos de pulgo. Ordem Sternorrhyncha.
62
Hemimetabolia
Figura 82. esquerda: ovos de percevejo (ordem Hemptera) onde possvel
observar os olhos das ninfas quase prontas para eclodirem. direita: ninfa de
percevejo recm eclodida do ovo.
Figura 83. Ninfa de percevejo e exvia da sua
primeira ecdise.
63
Figura 84. Ninfas de percevejo. Nota-se a
ausncia de asas.
64
Holometabolia
65
Figura 88. Estgios de desenvolvimento de vespa (ordem Hymenoptera). Na
imagem visualizado o interior de um favo, onde no canto superior esquerdo tem-
se um ovo. No canto superior direito observa-se duas larvas de tamanhos
diferentes. Abaixo, ao lado esquerdo, so vista pupas e uma larva, e ao lado pupas,
a central j com o desenvolvimento avanado.
66
Figura 89. De cima para baixo: larva, pupa e
adulto de vespa. Ordem Hymenoptera.
67
Tipos de Larvas
De acordo com sua forma, as larvas podem ser classificadas em vrios tipos:
Carabeiforme Possui trs pares de pernas curtas, corpo alongado (Figura 91).
predadora e vive no solo. Ex.: besouros da famlia Carabidae.
69
Elateriforme Apresenta trs pares de pernas curtas, corpo alongado e muito quitinizado
(Figura 94). Habita o solo. Ex.: besouros da famlia Elateridae.
70
Buprestiforme poda, com pequena cabea e segmentos torcicos alargados que
destacam a parte anterior do tempo. Tpica dos besouros da famlia Buprestidae. (Sem
figura)
Eruciforme Geralmente chamada de lagarta, a larva tpica dos lepidopteros. Possui trs
pares de pernas torcicas. Alm destas pernas, a lagarta tambm possui cinco pares de
pernas abdominais, chamadas pseudpodes, sendo que seu nmero pode variar, j que
alguns dos pares de pernas podem estar ausentes. As pernas abdominais podem ter
colchetes ou ganchos para a fixao (Figura 96).
71
Mecanismos de Defesa A lagarta pode ter o corpo revestido por pelos que quando
quebrados liberam uma substncia urticante (Figura 97), e pode apresentar tambm
glndulas de veneno que so expostas quando a lagarta se sente ameaada (Figura 98).
Obs.: As lagartas mostradas no esto exibindo sua colorao original, por serem
espcimes pertencentes coleo entomolgica, sofrendo descolorao devido ao lcool
no qual so mantidos.
Figura 97. Lado esquerdo: lagarta com pelos urticantes. Lado direito: viso
aumentada dos pelos que liberam uma substncia urticante ao serem
quebrados (Ordem Lepidoptera).
As pupas podem ser classificadas em diversos tipos, de acordo com sua forma:
Figura 99. Pupa de vespa (ordem Hymenoptera). Nota-se a
formao das antenas, asas, pernas e abdmen.
73
Figura 100. Canto superior esquerdo: vista lateral da pupa de joaninha (ordem
Coleoptera). Destaca-se a formao da asa. Canto superior direito: vista ventral da
pupa da joaninha (Ordem Coleoptera). possvel visualizar a formao das pernas e
cabea. Canto inferior esquerdo: vista lateral de pupa de tenebra (ordem
Coleoptera). Canto inferior direito: vista ventral da pupa de tenebra (ordem
Coleoptera), onde se destaca a formao da cabea, asas e pernas do inseto.
74
Pupa Obtecta Os caracteres morfolgicos, como antenas e pernas, ficam
justapostos ao corpo, dificultando sua visualizao. Este tipo de pupa tpico dos
lepidpteros. A pupa pode no estar envolvida por nenhuma proteo, sendo chamada pupa
nua (Figura 101). Quando a pupa possui colorao dourada ou prateada, recebe o nome de
crislida (Figura 102). A pupa de vrias borboletas fixada por uma estrutura formada por
fios que so secretados pela lagarta antes de pupar, denominada cremaster (Figura 101).
Figura 101. Pupa nua de borboleta (Ordem
Lepidoptera). As asas, pernas e antenas ficam
justas ao corpo do inseto, sendo assim, difcil
sua visualizao. Observa-se o cremaster no
final do abdomen.
75
A pupa pode estar envolvida por diversos materiais que a protegem. A pupa em
casulo (Figura 103) constituda por fios de seda tecidos pela lagarta, como o caso do
bicho-da-seda. Alm de fios, a pupa pode estar envolta em gravetos ou folhas, como faz o
bicho-cesto, formando sua pupa em estojo (Figura 104). Espcies de mariposas da famlia
Geometridae fazem a pupa incompleta (Figura 105), sendo seu casulo frgil, o que facilita
a visualizao da pupa em seu interior.
Figura 103. Pupa em casulo do bicho-
da-seda (Ordem Lepidoptera). O
casulo constitudo por fios
secretados pela lagarta.
Figura 104. Pupa em estojo do bicho-
cesto (Ordem Lepidoptera). O casulo
formado por fios secretados pela
lagarta e gravetos.
Figura 105. Pupa incompleta de
mariposa (Ordem Lepidoptera). A
estrutura do casulo permite a
visualizao da pupa em seu interior.
76
Pupa coarctada envolvida pela exvia do ltimo instar larval, impedindo a
visualizao dos caracteres morfolgicos do inseto adulto que est sendo formado (Figura
106). tpica de dpteros.
77
BIBLIOGRAFIA
GALLO, D.; NAKANO, O.; NETO, S.S.; CARVALHO, R.P.L.; BAPTISTA, G.C.;
BERTI FILHO, E.; PARRA, J.R.P.; ZUCCHI, R.A.; ALVES, S.B.; VENDRAMIM, J.D.;
MARCHINI, L.C.; LOPES, J.R.S.; OMOTO, C. Entomologia Agrcola. Piracicaba:
Fundao de Estudos Agrrios Luiz de Queiroz - FEALQ/USP, v.10, 2002. 919 p.
URQUHART, G. M.; ARMOUR, J.; DUNCAN, J. L.; DUNN, A. M.; JENNINGS, F. W..
Parasitologia Veterinria. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S. A., 2 ED. 1996.
273p.
78