Fontes Alternativa de Energia - Kroton
Fontes Alternativa de Energia - Kroton
Fontes Alternativa de Energia - Kroton
UNIDADE 1
Fontes
alternativas
de energia
Energia eltrica e o
desenvolvimento social
2017
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 Parque Residencial Joo Piza
CEP: 86041-100 Londrina PR
e-mail: [email protected]
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Sumrio
Energia eltrica e o
desenvolvimento social
Convite ao estudo
Iniciaremos agora a primeira unidade de ensino do seu livro
didtico, intitulada Energia eltrica e o desenvolvimento social.
Exemplificando
Para melhor compreenso do conceito de energia, vamos analisar
um exemplo: um dos processos envolvidos na gerao de energia
hidreltrica a movimentao das turbinas pela fora das guas; isto
um trabalho que s possvel graas energia dispensada nesse
processo. Em uma hidreltrica, a energia da gua no diretamente
utilizada para a produo de energia eltrica: necessrio que a
energia potencial gravitacional da gua represada seja transformada
gradativamente em energia cintica de translao nos condutos
forados, em energia cintica de rotao nas turbinas e finalmente
em energia eltrica nos geradores.
Assimile
Determinados sistemas mecnicos, que no sofrem influncia de
fenmenos trmicos ou eletromagnticos, so regidos pelo Princpio
da conservao da energia. Este princpio embasa a afirmao de
que a energia no pode ser criada e nem destruda, mas somente
transformada de uma forma em outra. A energia mecnica a soma
da energia cintica a energia potencial. As energias potencial e cintica
podem variar em um sistema fechado e ideal, mas a soma de ambas
constante e igual energia mecnica. Relembrando o exemplo da
usina hidreltrica: a energia potencial transformada gradativamente
em energia cintica, nos condutos forados. Inicialmente a gua
possui apenas energia potencial. Na medida em que uma massa de
gua aproxima-se da turbina, percorrendo os condutos forados, a
energia potencial inicial vai se transformando em energia cintica. Ao
chegar na turbina, quase toda energia potencial foi transformada em
energia cintica. Todavia, a soma de ambas resulta sempre na energia
mecnica do sistema (energia potencial mais energia cintica).
Reflita
Ao longo deste contedo, voc teve a oportunidade de conhecer um
pouco sobre as formas de obteno de energia, suas fontes e formas
de utilizao. Pensando em tudo que voc estudou at o momento,
voc acredita que possvel que as fontes renovveis substituam
integralmente as no renovveis? Reflita sobre o assunto.
Avanando na prtica
No pode faltar
Reflita
Mas o que ele significa em termos prticos?
Exemplificando
Quando nos referimos apenas produo de eletricidade, tratamos
exclusivamente da matriz de energia eltrica.
Assimile
Nem sempre uma fonte renovvel pode ser considerada uma
fonte alternativa. As energias alternativas so aquelas que, alm de
serem renovveis, podem substituir as fontes de energia atualmente
utilizadas em larga escala. Esse conceito exclui a energia hidrulica
como alternativa, embora seja renovvel. importante enfatizar
tambm que a instalao e operao de usinas hidreltricas levantam
discusses sobre os impactos ambientais e sociais, como alterao na
biota local devido construo das barragens, alterao do curso dos
rios, desmatamentos e necessidade de deslocamento da populao
ribeirinha. exemplo de fontes alternativas de energia, pode-se
citar a elica e a solar, que podem representar uma alternativa na
substituio da hidroeletricidade.
Pesquise mais
Saiba mais sobre a Matriz Energtica Brasileira, lendo na ntegra o
documento Resenha energtica brasileira.
Pesquise mais
Recomendamos a leitura do Plano Nacional de Energia 2030 para
aprofundar o seu conhecimento sobre o tema.
Avanando na prtica
Resoluo da situao-problema
Para resolver esse problema, necessrio que se tenha em
mente que o desenvolvimento sustentvel prega um crescimento
pautado na explorao racional de recursos, de tal forma que
as necessidades atuais sejam atendidas sem comprometer o
atendimento das necessidades das geraes futuras. Pensando
exclusivamente em energia, prudente, para que o desenvolvimento
sustentvel seja uma realidade, que se priorize a explorao de
energias renovveis e, principalmente, com maior participao das
energias alternativas.
Com base no documento, possvel apontar como argumentos
para defender que o Brasil est em busca do desenvolvimento
sustentvel a maior participao da cana-de-acar e de fontes
como elica, solar e resduos urbanos. Alm disso, a participao
do petrleo e derivados, fontes no renovveis, ter um declnio,
apesar da explorao do petrleo tender ao aumento.
Exemplificando
Os combustveis fsseis foram formados h milhares de anos por
meio de processos naturais de morte, soterramento e decomposio
de seres vivos.
Fonte: Compilado de informaes das obras de Espinola (2013) e Spiro; Stigliani (2009).
Assimile
Apesar de todos os benefcios, tambm existem obstculos
utilizao de tecnologias de energias renovveis, entre eles, o carter
difuso de alguns recursos renovveis, isto , eles no possuem
uma intensidade constante e podem apresentar baixa densidade
de potncia, intermitncia e baixa previsibilidade na produo de
energia. Torna-se, portanto, necessrio ampliar a rea de ocupao
de suas instalaes para que se tenha um maior aproveitamento do
potencial energtico e isso pode acarretar impactos ambientais. Tal
fato pode ser contornado com projetos bem elaborados, incluindo
estudo da melhor localizao; escolha da tecnologia adequada para
cada situao; e a possibilidade de maior explorao de tecnologias
descentralizadas, como os painis solares em telhados. Outro
aspecto que deve ser levado em conta na concepo de projetos
para verificar a viabilizao de geradores de energia renovvel inclui
a competitividade econmica das tecnologias no mercado, se
comparadas com outras fontes exploradas.
Figura 1.2 | Mapa da densidade demogrfica brasileira, de acordo com dados de 2016
%
2011 2012 2013 2014 2015
(2015/2014)
Mdia
278,47 292,85 254,45 276,97 395,00 142,6
Brasil
Centro-
274,37 290,41 257,74 273,63 398,07 145,5
Oeste
%
2011 2012 2013 2014 2015
(2015/2014)
Poder
315,64 333,44 285,24 305,96 384,66 125,72
pblico
Iluminao
174,64 182,54 161,27 178,87 239,69 134,00
pblica
Servio
226,62 236,27 200,56 219,89 327,69 149,02
pblico
Consumo
309,73 322,51 282,80 308,23 372,46 120,84
prprio
Consumo
309,73 322,51 282,80 308,23 372,46 120,84
prprio
Avanando na prtica
Resoluo da situao-problema
Para resolver esse problema, inicialmente, precisamos refletir
sobre a formao do petrleo, motivo pelo qual ele considerado
uma fonte no renovvel de energia. Sua formao envolve um
processo longo, que ocorre durante milhares de anos. necessrio,
alm disso, que haja condies favorveis, como a decomposio
da matria orgnica que est sedimentada e que, ao longo do
UNIDADE 2
Fontes
alternativas
de energia
Energia solar, elica e de
biomassa
2017
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Sumrio
Convite ao estudo
Iniciamos agora os estudos da segunda unidade da
disciplina Fontes Alternativas de Energia, intitulada Energia
solar, elica e de biomassa, na qual voc conhecer alguns
dos aspectos tcnicos e aplicaes dessas fontes de energias
alternativas.
Assimile
A energia proveniente do Sol pode ser convertida em eletricidade
em pequenos sistemas, visando suprir a demanda de residncias
e empresas, incluindo as que esto distantes das redes eltricas
ou em sistemas maiores, interligados rede de abastecimento
pblico. A eletricidade produzida por esses sistemas pode ser
utilizada imediatamente, por exemplo para o funcionamento de
equipamentos e aquecimento de gua (coletores solares), ou podem
contar com um sistema de armazenamento de energia. Os coletores
solares, predominantes no setor residencial, so instalados no teto
das residncias e absorvem a radiao solar, que pode ser utilizada
para o aquecimento da gua de chuveiros, por exemplo.
Pesquise mais
O universo dos sistemas fotovoltaicos enorme e voc pode
conhecer mais sobre ele acessando o Manual de engenharia para
sistemas fotovoltaicos, disponvel no link a seguir.
Exemplificando
A energia termossolar pode ter diversas aplicaes, que dependero
da temperatura do calor gerado. Em temperaturas menores do que
100 C, pode-se aproveitar a energia para aquecimento de gua e
ar, em indstrias e residncias; temperaturas entre 100 C e 400 C
permitem o seu aproveitamento para dessalinizao da gua do mar
e gerao de vapor para uso industrial, por exemplo; temperaturas
acima de 400 C torna essa energia possvel de ser aproveitada para a
gerao de energia eltrica. Um dos mtodos utilizados nesse ltimo
caso a Energia Solar Concentrada (CSP) (LVAREZ, 2015).
Resoluo da situao-problema
Para atestar a viabilidade da implantao de um projeto de
gerao de energia solar, inicialmente preciso que o potencial
de radiao solar da regio seja avaliado, pois esse um fator
que sofre a influncia da latitude, das caractersticas da atmosfera
e de condies climticas em cada perodo do ano. Os mapas
solarimtricos so ferramentas importantes para a avaliao do
potencial de explorao da energia solar por regio, em diferentes
estaes do ano. Esse fator, aliado demanda de energia,
condicionar a escolha do melhor equipamento para ser utilizado,
visando o melhor aproveitamento da radiao solar.
Para que haja sucesso na implantao de um sistema de
aproveitamento energtico da radiao solar, importante que
o projeto seja bem elaborado, respeitando as condies locais
e a finalidade dos geradores solares. Etapas do projeto incluem:
quantificao da radiao solar global que incide sobre o painel e
identificao das possveis sazonalidades; anlise da demanda de
energia; escolha da melhor configurao para o sistema (autnomo
ou interconectado rede, com ou sem bateria, entre outros);
realizao do dimensionamento do sistema de armazenamento
1. O Sol, estrela que ocupa o centro de nosso sistema solar, emite ondas
eletromagnticas que atravessam a atmosfera terrestre. No entanto,
a radiao solar que incide sobre o planeta Terra sofre a influncia de
alguns fatores, que podem condicionar a quantidade de radiao passvel
de ser captada por painis solares.
Sobre esses fatores, analise as assertivas I, II e III.
I. A latitude um fator que influencia a incidncia de radiao que
atinge o planeta. Em latitudes maiores, os raios solares atingem a Terra de
forma mais intensa e durante todo o ano e, portanto, so locais em que a
energia solar pode ser melhor aproveitada para a gerao de eletricidade.
II. O movimento de translao do planeta aliado sua inclinao em
relao ao plano da rbita, responsvel pelas estaes do ano, que criam
condies climticas sazonais que devem ser avaliadas nos projetos de
sistemas de gerao de energia solar.
III. No vero, a altura do Sol diferente se comparada ao inverno, por
isso, os dias so mais longos e a radiao solar mais intensa.
Aps a anlise das assertivas, assinale a afirmativa correta.
a) As Assertivas I, II e III esto corretas.
b) Apenas as assertivas I e II esto corretas.
c) Apenas as assertivas I e III esto corretas.
d) Apenas as assertivas II e III esto corretas.
e) Apenas a assertiva I est correta.
No pode faltar
Voc sabia que o incio do uso da energia elica pode ter 3.000
anos? Apesar de no existir dados muito concretos, acredita-se
que os egpcios utilizavam moinhos de vento em suas atividades
cotidianas. No entanto, existem dados histricos confiveis de
que h pelo menos 200 anos antes de Cristo, os povos da Prsia
utilizavam a energia elica, por meio dos moinhos, para moer
gros e bombear gua (FADIGAS, 2011).
O primeiro moinho de vento utilizado para produo de energia
eltrica foi construdo na Esccia em 1887, pelo professor James
Blyth, que instalou uma torre de dez metros no jardim de sua casa,
mas sua energia no foi utilizada por muito tempo por no ser
economicamente vivel. A partir de ento, outras experincias de
gerao de energia eltrica por meio de geradores elicos foram
realizadas pelo mundo e o primeiro aerogerador de grande potncia
conectado rede foi construdo em 1941, nos Estados Unidos,
abastecendo cerca de 1000 residncias com energia eltrica
(NCLEO DE ESTUDOS ESTRATGICOS DE ENERGIA, 2014).
A energia elica aproveita a energia cintica de translao dos
ventos convertendo-a em energia cintica de rotao e, ao final, em
energia eltrica. O vento pode ser definido como o ar atmosfrico
em movimento, devido, principalmente, ao aquecimento da
superfcie da Terra. Esse aquecimento do ar ocorre de forma mais
intensa na regio equatorial do planeta e, o ar quente, que se torna
menos denso, movimenta-se em direo aos polos, cujo ar frio
predomina. Para ocupar o espao do ar quente que se deslocou,
o ar frio dos polos se movimenta em direo ao equador, gerando
um padro de circulao global dos ventos, influenciado pela
Exemplificando
Vamos compreender um pouco mais sobre o funcionamento das
usinas elicas? Vejamos um exemplo de como elas funcionam.
PORTAL BRASIL. Brasil o quarto pas em que energia elica mais cresce no
mundo. Exame, So Paulo, v. 1, n. 1, p.1-2, jan. 2016. Disponvel em: <http://
www.brasil.gov.br/infraestrutura/2016/01/brasil-e-um-dos-principais-
geradores-de-energia-eolica-do-mundo>. Acesso em: 17 jul. 2017.
Pesquise mais
O potencial elico brasileiro est descrito em um atlas, com uma srie
de informaes sobre os fatores locais que influenciam a velocidade
mdia dos ventos e as caractersticas da energia elica no Brasil.
Reflita
Reflita sobre o motivo pelo qual a energia elica ainda to pouco
explorada no Brasil, apesar de todas as vantagens que ela representa.
possvel viabilizar ainda mais a explorao de energia elica? O que
voc teria como proposta caso tivesse o poder de decidir o futuro da
energia elica no Brasil?
Avanando na prtica
No pode faltar
Assimile
Podemos dizer que a fotossntese um processo em que a energia
luminosa transformada em energia qumica. Essa energia qumica
acumulada nas plantas pode ser aproveitada pelo homem como
fonte de combustvel e gerao de energia eltrica.
Exemplificando
O processo de pirlise tambm pode ser empregado para o tratamento
e destinao final de resduos slidos urbanos, por exemplo. Nesse
Pesquise mais
Interessou-se pela biodigesto anaerbia? Esse processo, que ocorre
de forma natural pela ao de microrganismos sobre a matria
orgnica, tem auxiliado o homem no melhor aproveitamento
energtico contido nos dejetos de animais que seriam simplesmente
eliminados no ambiente.
Reflita
Voc acredita ser possvel que a participao dos biocombustveis na
matriz energtica brasileira supere os combustveis fsseis? Quando
foi a ltima vez que voc utilizou etanol como combustvel em um
veculo? Reflita sobre o assunto!
Resoluo da situao-problema
Para desenvolver a sua parte do projeto, inicialmente deve-
se levar em considerao as diferenas entre os dois tipos de
caldeiras mencionadas como opo de instalao. As caldeiras
aquatubulares so mais caras, no entanto, tm maior capacidade
e rendimento trmico.
As caldeiras flamotubulares apresentam custo de aquisio
mais baixos, porm, tm capacidade limitada, com baixo
rendimento trmico, limitao de presso de operao, partida
lenta e baixa taxa de vaporizao, sendo mais recomendadas
para pequenas capacidades ou quando no se exige que o vapor
saturado tenha alta presso. Nesse caso, a caldeiras aquatubulares
seriam as mais indicadas.
O mecanismo de funcionamento das caldeiras, consiste na
queima de biocombustveis ou diretamente da biomassa, com o
objetivo de fornecer calor para o aquecimento da gua at que ela
entre em ebulio.
UNIDADE 3
Fontes
alternativas
de energia
Energia hidrulica e
gaseificao
2017
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Sumrio
Energia hidrulica e
gaseificao
Convite ao estudo
Nas Unidades 1 e 2 voc teve a oportunidade de conhecer
alguns aspectos da matriz energtica brasileira e das fontes de
energia que a compem. Aprendeu sobre as caractersticas
da explorao da energia solar, elica e de biomassa e
refletiu sobre os aspectos econmicos e socioambientais
que permeiam as discusses sobre a viabilidade do uso
dessas fontes alternativas de energia. Agora chegou a vez de
tratarmos sobre alguns dispositivos que exploram a energia
hidrulica (carneiros hidrulicos e rodas dguas) e sobre o
processo de gaseificao.
Bons estudos!
Seo 3.1
Carneiro hidrulico e roda d'gua
Dilogo aberto
No pode faltar
Esquema de um carneiro hidrulico representando (1) tubo de impulso; (2) gua saindo com presso pela
vlvula de desperdcio; (3) vlvula de sada; (4) vlvula de desperdcio; (5) vlvula para impedir o refluxo de
gua; (6) cmara de compresso de ar.
Fonte: <https://goo.gl/FYfbZY>. Acesso em: 10 ago. 2017.
Pesquise mais
Voc pode conhecer mais sobre o princpio de funcionamento da
roda dgua e do carneiro hidrulico, bem como outros assuntos
relacionados hidrulica lendo a obra Srie energias renovveis,
hidrulica, organizada por Geraldo Lcio Tiago Filho (2007).
Exemplificando
As rodas dgua produzem um trabalho a partir do fluxo de gua,
que pode ser uma pequena queda com pequena vazo de gua. Isso
exemplificando pelo seu princpio bsico de seu funcionamento
que consiste na transformao de energia hidrulica em energia
mecnica, cuja potncia pode ser influenciada por fatores como a
altura da queda e a vazo do curso de gua que por sua vez iro
determinar a velocidade de passagem da gua pelo dispositivo.
Pesquise mais
As rodas dgua so dispositivos muito bons e promissores na gerao
de energia eltrica. Se interessou pelo tema? No deixe de conhecer
mais sobre as turbinas hidrocinticas acessando o vdeo Turbina
hidrocintica captulo 1, indicado a seguir.
Reflita
Ao longo desta seo, voc conheceu o funcionamento bsico e
algumas utilizaes do carneiro hidrulico e da roda dgua. Refletindo
sobre os usos e condies de funcionamento dos dois dispositivos,
Pesquise mais
No se esquea de ir alm e buscar por informaes adicionais
que complementem o que foi proposto at o momento. Para isso,
sugerimos a leitura do artigo Gerao de energia, paisagismo e
sustentabilidade, de Lucas Pletsch Lazzarin e Gilmar de Oliveira
Veloso (2015).
Resoluo da situao-problema
Tanto as rodas dgua quanto os carneiros hidrulicos podem ser
utilizados com a finalidade de captao de gua em propriedades
rurais, no entanto, no caso em questo, como nenhuma
informao adicional alm da finalidade do uso foi informada,
torna-se necessrio estudar alguns aspectos do corpo de gua
do qual se far a captao. Entre esses aspectos importante
destacar: a distncia do crrego at o local de armazenamento de
gua, a vazo do crrego e se existe queda, que poderia influir no
fluxo de gua. S assim que poderamos verificar a viabilidade de
instalao dos dispositivos.
No carneiro hidrulico a gua do manancial entra pelo tubo
de impulso at que por fora da presso feche a vlvula de
desperdcio, gerando o golpe de arete, o que faz com que a
gua force a sua entrada pela vlvula de entrega. Passando pela
vlvula de entrega, a gua segue contra a gravidade, entrando pela
cmara de compresso de ar, que pressiona a sada da gua pela
vlvula de sada. Da vlvula de sada a gua pode ser direcionada
a um reservatrio elevado. A altura em que a gua ser elevada,
depender da presso no interior da cmara de compresso de
ar. medida que a gua avana contra a gravidade para chegar ao
tubo de sada, ela desacelera em decorrncia da atuao de uma
fora contrria ao seu movimento, fechando a vlvula de entrada.
No pode faltar
Assimile
As MCH podem ser instaladas junto a pequenas quedas dgua e
no necessitam de reservatrios para armazenagem de gua ou
instalaes sofisticadas para a transmisso da energia. Por isso, em
comparao s UHE, so menos impactantes ambientalmente,
contribuem para a diversificao da matriz energtica e representam
uma alternativa interessante para os locais em que as redes eltricas
vindas das UHE no chegam, como propriedades rurais, pequenas
comunidades e agroindstrias.
Pesquise mais
A elaborao de um bom projeto para o aproveitamento energtico
em microcentrais hidroeltricas pode garantir uma maior eficincia
na gerao de energia, alm de possibilitar a estimativa de custos
com o empreendimento. Para saber mais sobre a metodologia de
elaborao de projetos dessa natureza, acesse o documento a seguir:
Exemplificando
Almeida (2007) realizou um estudo de caso visando atestar a
viabilidade tcnica e econmica da implantao de uma microcentral
hidroeltrica. Para tanto, foi necessrio a avaliao de aspectos
tcnicos relacionados construo, operao e manuteno de
equipamentos. Para verificar um exemplo de como ocorreu toda a
etapa de estudos envolvendo o projeto, leia o captulo 4 Estudo de
caso: microcentral hidreltrica do centro de energias renovveis.
Para isso, acesse o link indicado a seguir:
Reflita
As microcentrais hidroeltricas tm se tornado uma alternativa atrativa
para a gerao descentralizada de energia. Voc conhece alguma
microcentral hidroeltrica na cidade em que mora? Saberia sugerir algum
local onde seria vantajosa a sua instalao? Reflita sobre o assunto.
Avanando na prtica
No pode faltar
Assimile
A gaseificao pode, portanto, ser definida como a converso
termoqumica de um material rico em carbono, em estado slido
ou lquido, a altas temperaturas, utilizando um gaseificador com a
participao de um agente de gaseificao, tal como o ar, o vapor de
gua e o oxignio (ou uma mistura deles). Esse processo, diferente
da combusto, ocasiona a oxidao incompleta do carbono e
do hidrognio componentes do combustvel, originando gases
combustveis como CO , H 2 e CH 4 , alm de compostos tpicos da
combusto, entre eles CO 2 , H 2 O , O 2 , N 2 e hidrocarbonetos (eteno,
etano, entre outros).
Exemplificando
Figueiredo et al (2012), investigaram a produo de energia eltrica
atravs da biomassa em sistema de gaseificao concorrente.
Para tanto, foi utilizado um motor de combusto interna MWM
adaptado a ciclo Otto, acoplado ao gerador de eletricidade com
capacidade de 50 kVA, alimentado exclusivamente com o gs de
sntese proveniente do gaseificador, que utilizou lenha de eucalipto
como combustvel. Os resultados da pesquisa mostraram que foi
consumido em mdia 49,6 kg/h de biomassa, com um teor de
umidade de 16,42%. O gs de sntese produzido apresentava a
Reflita
Nesta seo tivemos a oportunidade de conhecer alguns detalhes
sobre a gaseificao da biomassa, que pode ser utilizada na converso
de compostos ricos em carbono (incluindo os resduos slidos
urbanos) em gases que podem ser utilizados, entre outros, para a
gerao de eletricidade. At que ponto voc acredita ser vantajoso
aos proprietrios de fazendas e indstrias, a gerao de eletricidade
por meio de gaseificao? Voc acha que essa prtica deveria receber
algum tipo de incentivo fiscal? Reflita sobre estes assuntos.
Avanando na prtica
Resoluo da situao-problema
O alcatro uma das impurezas que pode ser formada nos gases
gerados a partir da gaseificao da biomassa e que pode causar
problemas, entre eles a polimerizao em motores e turbinas em
decorrncia de sofrer condensao quando as temperaturas so
reduzidas. Nesse caso, podem causar danos aos equipamentos.
Se uma nova biomassa est sendo utilizada e se aps isso foi
constatado o aumento da gerao de alcatro, provvel que exista
uma relao entre a composio da biomassa e a impureza presente
no gs. Seria recomendvel a anlise da composio qumica da nova
biomassa e uma proposta de substituio. Caso no seja possvel,
existem tecnologias disponveis para remover o alcatro antes que
ocorra a condensao nas superfcies. Um mtodo primrio envolve
a otimizao do gaseificador para que o gs produzido tenha baixa
concentrao de alcatro. Havendo a formao, utiliza-se o mtodo
secundrio em que se realiza a limpeza do gs.
A deciso a ser tomada depender da finalidade da utilizao
do gs, j que pode haver a necessidade de caractersticas
especficas que so desejveis, da disponibilizao de biomassa
e da viabilidade econmica para a realizao de substituio
de reatores, otimizao da operao e uso de equipamento de
limpeza de gases.
UNIDADE 4
Fontes
alternativas
de energia
Biocombustveis,
clula a combustvel
e aproveitamento de
resduos
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Sumrio
Unidade 4 | Biocombustveis, clula a combustvel e aproveitamento
de resduos 5
Biocombustveis, clula a
combustvel e aproveitamento
de resduos
Convite ao estudo
Nas Unidades 1, 2 e 3 voc conheceu alguns aspectos
da matriz energtica brasileira e das fontes de energia que a
compem. Aprendeu sobre as caractersticas da explorao
da energia solar, elica e de biomassa e refletiu sobre os
aspectos econmicos e socioambientais que permeiam as
discusses sobre a viabilidade do uso dessas fontes alternativas
de energia. Alm disso, conheceu as caractersticas de
alguns dispositivos que exploram a energia hidrulica
(carneiros hidrulicos e rodas dguas) e sobre o processo
de gaseificao. Esta quarta e ltima unidade ser dedicada
aos biocombustveis, clula a combustvel e aproveitamento
de resduos e, neste contexto, voc conhecer tambm a
funcionalidade bsica dos motores do ciclo Otto e Diesel.
Bons estudos!
Seo 4.1
Biocombustveis
Dilogo aberto
No pode faltar
Assimile
A potncia pode ser definida como uma quantidade de trabalho
realizado por unidade de tempo. O motor a fonte de potncia
dos veculos, pois ele quem lhe d movimentao (capacidade
de realizar trabalho). Quanto maior a potncia do motor, maior
a sua capacidade de carga e maior a velocidade do veculo. No
entanto, importante destacar que, baseando-nos no conceito de
potncia, no apenas os motores a combusto so considerados
fontes de potncia. Se pensarmos na rea agrcola, por exemplo, a
fora animal, as quedas dgua, as energias elica e eltrica podem
exemplificar fontes de potncia.
Pesquise mais
Se interessou pelo uso do biodiesel? Quer saber mais sobre o
panorama do Biodiesel no Brasil? Ento no deixe de acessar o artigo
indicado a seguir.
Reflita
Em abril de 2017, a Comisso de Minas e Energia da Cmara dos
Deputados aprovou o Projeto de Lei n 1.291, de 2015, que visa criar
uma Poltica Nacional de Biocombustveis. Que benefcios ambientais
a promulgao desta lei traria? Voc acredita que esta lei suficiente
para incentivar o aumento da participao dos biocombustveis na
matriz energtica brasileira? Para conhecer o projeto de lei e refletir
sobre as questes propostas, acesse o link indicado a seguir.
Avanando na prtica
Resoluo da situao-problema
Inicialmente, por se tratar de uma questo que envolve
a zona rural, interessante que seja esclarecido que alguns
combustveis, como o biogs, podem ser produzidos a partir
de resduos originados na prpria propriedade, com a utilizao
de biodigesto, e serem utilizados em motores a combusto,
maquinrio e na gerao de eletricidade. Alm disso, importante
No pode faltar
Custo da
Transporte
membrana e
Membrana Operao porttil e
45 80 120 1 1000 Polmero contaminao
(PEMFC) flexvel veculos
do catalisador
automotores.
com CO .
Sensibilidade Gerao
cido Maior a CO e estacionria
100
Fosfrico 45 200 H 3 PO3 desenvolvimento eficincia e cogerao
5000
(PAFC) tecnolgico limitada pelo eletricidade/
calor(1). calor.
Necessidade
da
Gerao
reciclagem
Carbonatos estacionria
100 Carbonatos Tolerncia a de CO2
fundidos 50 650 e cogerao
(MCFC)
10000 fundidos CO / CO2 e interface
eletricidade/
trifsica
calor.
de difcil
controle.
(1) O monxido de carbono pode provocar danos ao catalisador quando h sensibilidade a esse gs.
Fonte: adaptada de Wendt, Gtz e Linardi (2000 p. 539); e Lora e Venturini (2012, p. 607).
Pesquise mais
Quer saber mais sobre as caractersticas de cada tipo de clula a
combustvel? Ento no deixe de acessar o artigo a seguir.
Reflita
O que falta para que a as clulas a combustvel se tornem efetivamente
viveis? De que forma o poder pblico poderia contribuir para a
difuso delas?
Avanando na prtica
Resoluo da situao-problema
Para a elaborao do projeto de uma clula a combustvel
para automvel, inicialmente, deve-se levar em considerao
que ser necessrio obter o hidrognio, combustvel necessrio
ao funcionamento da FC e suprir o sistema com uma fonte de
oxignio, que reagir com o hidrognio, gerando energia. No caso
em questo, o hidrognio poderia ser obtido a partir da eletrlise
da gua, que consiste no uso de energia eltrica para separar
hidrognio e oxignio, que formam a molcula de gua, utilizando
uma clula eletroltica, formada por dois eletrodos e um eletrlito,
que pode ser uma soluo aquosa de KOH , NaOH , NaCl ou um
eletrlito imobilizado em matrizes polimricas. Uma desvantagem
do mtodo a grande quantidade de energia consumida. No
entanto, existe a possibilidade do uso de fontes renovveis, como
o uso de painis solares.
Para o projeto, poderia ser utilizada uma clula a combustvel
do tipo Membrana (PEMFC), cuja estrutura bsica formada por
dois eletrodos, um em que ser inserido o hidrognio (nodo) e
outro por onde ocorrer a entrada de oxignio (ctodo). Entre os
eletrodos, dever haver um eletrlito que permitir a passagem
de ons, mas que forar os eltrons a serem transportados
externamente, gerando uma corrente eltrica em sentido contrrio
ao transporte dos eltrons.
No pode faltar
Pesquise mais
Quer saber mais sobre a classificao dos resduos slidos quanto
sua periculosidade? Ento no deixe de acessar a ABNT NBR
10004:2004, disponvel a seguir.
Regies
Disposio Brasil -
Centro- Brasil
final Norte Nordeste Sudeste Sul 2014
Oeste
Aterro
97 456 165 820 706 2244 2236
Sanitrio
Aterro
110 504 148 646 366 1774 1775
Controlado
Assimile
De acordo com a PNRS, os resduos slidos so quaisquer materiais,
substncias, objetos ou bem descartados, oriundos de atividades
humanas, em que a destinao final deve ser realizada em estado
slido ou semisslido, incluindo gases contidos em recipientes.
Os rejeitos so considerados a sobra dos resduos slidos, aps
terem passado por processo de reciclagem ou reutilizao. A
legislao prev que os resduos slidos sejam submetidos a todas
as possibilidades de tratamento e recuperao, usando a tecnologia
disponvel e economicamente vivel, antes de ser enviado para a
disposio final ambientalmente correta, em aterros sanitrios. Tal
medida visa evitar riscos sade pblica e segurana, bem como
minimizar os impactos ambientais oriundos da gerao de resduos.
Exemplificando
As Usinas de Recuperao Energtica (URE) de RSU visam aproveitar o
potencial energtico dos resduos que seriam destinados aos aterros
sanitrios para a gerao de energia eltrica e trmica. Diferente
das usinas hidreltricas e termeltricas, nas usinas de recuperao
energtica o objetivo principal no a gerao de energia, mas
o saneamento bsico, tendo como subproduto a possibilidade
de aproveitamento energtico. A primeira usina de recuperao
energtica do Brasil est sendo implantada em Barueri (SP) e ter
capacidade para tratar 825 toneladas por dia de resduos slidos
urbanos, com a gerao de 20MWh de energia eltrica, suficiente
para abastecer 80 mil residncias.
Avanando na prtica
Resoluo da situao-problema
Inicialmente, importante lembrar que, de acordo com a
Poltica Nacional de Resduos Slidos, os resduos de minerao
so aqueles gerados na atividade de pesquisa, extrao ou
beneficiamento de minrio. No entanto, as mineradoras no
possuem apenas esse tipo de resduo, j que existem setores
na mineradora que so geradores de outros materiais. Antes de
propor o tratamento trmico dos resduos importante que eles
sejam caracterizados, j que, no caso da minerao, existem
aqueles cuja composio pode conter produtos volteis txicos
ao serem queimados.
Para auxiliar nesse trabalho, a resoluo CONAMA n
313/2002 (BRASIL, 2002) dispe sobre o Inventrio Nacional de
Resduos Slidos Industriais, que apresenta informao acerca da
gerao, caractersticas, transporte, armazenamento, reutilizao,
reciclagem, tratamento, recuperao e disposio final dos resduos
slidos que so gerados no parque industrial brasileiro. Atestada
a viabilidade da utilizao do tratamento trmico, possvel que
o calor gerado no processo seja aproveitado para a gerao de
eletricidade a fim de abastecer as instalaes da mineradora.