Apostila Refrigeracao
Apostila Refrigeracao
Apostila Refrigeracao
Refrigeração
1
Sumário
PARTE I - HISTÓRICO, DIAGRAMA DE MOLLIER, REFRIGERANTES ....... 4
O HISTÓRICO DA REFRIGERAÇÃO .................................................................................. 5
DEFINIÇÕES ................................................................................................................... 7
Calor e Transmissão de Calor ................................................................................. 7
Terminologia utilizada em refrigeração .................................................................. 9
DIAGRAMAS DE MOLLIER ............................................................................................ 24
CICLO DE REFRIGERAÇÃO ........................................................................................... 25
REFRIGERANTES .......................................................................................................... 31
O que é um Refrigerante ?...................................................................................... 31
A Reunião de Copenhague ..................................................................................... 31
Refrigerantes Freon.............................................................................................. 32
Refrigerantes Alternativos...................................................................................... 48
PARTE II - CICLO DE COMPRESSÃO, BALANÇO DE ENERGIA .................. 52
INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 53
CICLO TEÓRICO SIMPLES ............................................................................................. 53
CICLO REAL SIMPLES .................................................................................................. 54
BALANÇO DE ENERGIA PARA O CICLO ......................................................................... 55
Capacidade Frigorífica do Ciclo ........................................................................... 56
Potência Teórica do Compressor ........................................................................... 56
Fluxo de Calor Rejeitado no Condensador............................................................ 57
Válvula de Expansão .............................................................................................. 57
Trocador de Calor Intermediário........................................................................... 58
Parâmetros que Influenciam a Eficácia (β) do Ciclo de Refrigeração.................. 59
PARTE III - COMPONENTES DO SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO................ 64
TROCADORES DE CALOR ............................................................................................. 65
Condensadores ....................................................................................................... 65
Evaporadores ......................................................................................................... 74
DISPOSITIVOS DE EXPANSÃO ....................................................................................... 82
Tubo Capilar .......................................................................................................... 82
Válvulas de Expansão............................................................................................. 87
COMPRESSORES ........................................................................................................... 96
Compressores Alternativos..................................................................................... 98
Compressores de Parafuso................................................................................... 117
Compressores de Palhetas (Rotativos)................................................................. 123
Compressores Centrífugos ................................................................................... 124
Compressores Scroll............................................................................................. 127
Compressores Automotivos .................................................................................. 129
BIBLIOGRAFIA REFRIGERAÇÃO .................................................................................. 133
PARTE IV - PSICROMETRIA ................................................................................ 135
PSICROMETRIA .......................................................................................................... 136
Ar .......................................................................................................................... 136
Lei de Dalton ........................................................................................................ 137
Propriedades Termodinâmicas do Ar Úmido....................................................... 138
2
DIAGRAMA PSICROMÉTRICO...................................................................................... 146
DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES DO AR ............................................................. 150
Processos Psicrométricos..................................................................................... 152
MÉTODOS DE MEDIÇÃO DE UMIDADE EM GASES ...................................................... 168
1. Introdução ........................................................................................................ 168
2. O que é a Umidade? ......................................................................................... 168
3. Métodos de Medição de Umidade .................................................................... 169
4. Vantagens e Limitações .................................................................................... 176
5. Seleção de um Tipo de Higrômetro .................................................................. 179
6. Calibração de Higrômetros.............................................................................. 180
7. Referências ....................................................................................................... 180
EQUAÇÕES PSICROMÉTRICAS .................................................................................... 181
Notação Utilizada................................................................................................. 181
ASAE..................................................................................................................... 182
Albright................................................................................................................. 183
BIBLIOGRAFIA PSICROMETRIA ................................................................................... 185
3
Parte I - Histórico, Diagrama de Mollier, Refrigerantes
4
O Histórico da Refrigeração
1
Moringa: s.f. Vaso bojudo, de gargalo estreito para água, ordinariamente de barro.
5
eram bastante deficiente. Mesmo nos locais onde o gelo se formava naturalmente, i.e.,
nas zonas frias, este último tinha grande influência, pois a estocagem era bastante
difícil, só podendo ser feita por períodos relativamente curtos.
Por este motivo, engenheiros e pesquisadores voltaram-se para a busca de meios
e processos que permitissem a obtenção artificial de gelo, liberando o homem da
dependência da natureza. Em conseqüência desses estudos, em 1834 foi inventado, nos
Estados Unidos, o primeiro sistema mecânico de fabricação de gelo artificial e, que
constituiu a base precursora dos atuais sistemas de compressão frigorífica.
Em 1855 surgiu na Alemanha um outro tipo de mecanismo para a fabricação do
gelo artificial, este, baseado no princípio da absorção, descoberto em 1824 pelo físico e
químico inglês Michael Faraday.
Durante por cerca de meio século os aperfeiçoamentos nos processos de
fabricação de gelo artificial foram se acumulando, surgindo sistematicamente melhorias
nos sistemas, com maiores rendimentos e melhores condições de trabalho. Entretanto, a
produção propriamente dita fez poucos progressos neste período, em conseqüência da
prevenção do público consumidor contra o gelo artificial, pois apesar de todos estarem
cientes das vantagens apresentadas pela refrigeração, era crença geral que o gelo
produzido pelo homem era prejudicial à saúde humana.
Tal crença é completamente absurda, mas como uma minoria aceitava o gelo
artificial, o seu consumo era relativamente pequeno. Todavia, a própria natureza
encarregou-se de dar fim a tal situação. Em 1890, o inverno nos Estados Unidos, um
dos maiores produtores de gelo natural da época, foi muito fraco. Em conseqüência,
quase não houve formação de gelo neste ano, naquele país. Como não havia gelo
natural, a situação obrigou que se usasse o artificial, quebrando o tabú existente contra
este último e mostrando, inclusive, que o mesmo era ainda melhor que o produto
natural, por ser feito com água mais pura e poder ser produzido à vontade, conforme as
necessidades de consumo.
A utilização do gelo natural levou a criação, no princípio do século XIX, das
primeiras geladeiras (Figura 1).
6
Tais aparelhos eram constituídos simplesmente por um recipiente, quase sempre
isolado por meio de placas de cortiça, dentro do qual eram colocadas pedras de gelo e os
alimentos a conservar. A fusão do gelo absorvia parte do calor dos alimentos e reduzia,
de forma considerável, a temperatura no interior da geladeira.
Surgiu, dessa forma, o impulso que faltava à indústria de produção mecânica de
gelo. Uma vez aceito pelo consumidor, a demanda cresceu vertiginosamente e
passaram a surgir com rapidez crescente as usinas de fabricação de gelo artificial por
todas as partes.
Apesar da plena aceitação do gelo artificial e da disponibilidade da mesma para
todas as classes sociais, a sua fabricação continuava a Ter de ser feita em instalações
especiais, as usinas de gelo, não sendo possível a produção do mesmo na própria casa
dos consumidores. Figura típica da época era o geleiro, que, com sua carroça isolada,
percorria os bairros, entregava nas casas dos consumidores, periodicamente, as pedras
de gelo que deviam ser colocadas nas primeiras geladeiras.
No alvorecer do século XX, começou a se disseminar outra grande conquista, a
eletricidade. Os lares começaram a substituir os candeeiros de óleo e querosene e os
lampiões de gases, pelas lâmpadas elétricas, notável invenção de Edison, e a dispor da
eletricidade para movimentar pequenas máquinas e motores. Com esta nova fonte de
energia, os técnicos buscaram meios de produzir o frio em pequena escala, na própria
residência dos usuários. O primeiro refrigerador doméstico surgiu em 1913, mas sua
aceitação foi mínima, tendo em vista que o mesmo era constituído de um sistema de
operação manual, exigindo atenção constante, muito esforço e apresentando baixo
rendimento.
Só em 1918 é que apareceu o primeiro refrigerador automático, movido a
eletricidade, e que foi fabricado pela Kelvinator Company, dos Estados Unidos. A
partir de 1920, a evolução foi tremenda, com uma produção sempre crescente de
refrigeradores mecânicos.
Definições
7
verifica em toda a massa líquida. Ela ocorre numa determinada temperatura, chamada
temperatura de ebulição, que pode variar de acordo com a pressão. A calefação é um
processo rápido, numa temperatura superior à temperatura de ebulição da substância (é
o que acontece quando se joga água numa chapa de fogão bem aquecida)
Todos os corpos possuem energia térmica, que é a energia associada ao estado
de agitação das partículas que o compõem. A temperatura é a medida dessa agitação.
Quanto maior a temperatura, mais agitadas estão as partículas, i.e., mais energia térmica
está presente. Todavia, um aumento da energia térmica não eleva necessariamente a
temperatura de um corpo, notadamente quanto este corpo está sofrendo uma mudança
de estado físico. Quando o gelo, e.g., está se fundindo, i.e., passando para o estado
líquido, a temperatura de fusão permanece constante, apesar do aumento de energia
térmica.
Quando dois corpos com temperaturas diferentes são postos em contato,
espontaneamente há transferência de energia térmica do corpo mais quente para o mais
frio, até ser atingido o equilíbrio térmico. Isso é transmissão de calor, e pode ocorrer
segundo três processos diferentes: Condução, convecção e radiação.
Condução é o processo de transmissão de calor em que a energia térmica passa
de um local para outro através de partículas existentes entre eles. Na região mais quente
as partículas têm mais energia e vibram com maior intensidade; essa vibração se
transmite de molécula para molécula até o extremo oposto, espalhando calor pelo corpo
inteiro.
Convecção é o processo de transmissão de calor com formação de correntes em
que as moléculas de matéria sobem e descem. A convecção só ocorre em fluidos
(líquidos e gases). A convecção pode ser natural, quando ocasionada por diferença de
densidades devido à diferença de temperaturas entre as massas do fluido, ou forçada,
quando ocasionada por bombas ou ventiladores.
No verão, o ar resfriado deve ser introduzido nas salas pela parte superior para
que, devido a sua densidade, desça e provoque a circulação de ar. No inverno, o ar
quente deve ser introduzido pela parte inferior da sala. Se ocorresse o contrário, o ar
frio (mais denso) continuaria embaixo e o ar quente (menos denso) continuaria em cima,
não havendo, portanto, circulação.
Nos refrigeradores residenciais, o evaporador é sempre instalado na parte
superior, para que o ar resfriado desça, dando lugar ao ar mais quente, que sobe ao
receber calor dos alimentos e da abertura de portas. As prateleiras são gradeadas para
possibilitar a convecção do ar no interior do refrigerador.
Radiação é o processo de transmissão de calor no vácuo ou num meio material.
No entanto, nem todos os meios materiais permitem a propagação das ondas de calor
através deles. Desta forma, podemos classificar os meios materiais em diatérmicos e
atérmicos, conforme eles permitam ou não a propagação das ondas de calor,
respectivamente. O ar atmosférico permite e por isso é um meio diatérmico. Uma
parede de tijolos não permite e por isso é um meio atérmico.
É importante salientar que toda energia radiante, como ondas de rádio, radiações
infravermelhas, luz visível, luz ultravioleta, raios X e outras, podem converter-se em
energia térmica por absorção. Entretanto, só as radiações infravermelhas são chamadas
ondas de calor, i.e., radiações térmicas. A energia radiante não aquece o meio em que
se propaga, mas só o meio pelo qual é absorvida, deixando então de ser energia radiante.
Quando uma fonte térmica emite calor, há uma distinção entre calor luminoso e
8
calor obscuro. O primeiro é o que vem acompanhado de luz (sol, lâmpada
incandescente), enquanto que o segundo não é acompanhado de luz (forno, ferro de
passar roupa). É fato conhecido que os corpos de cores escuras são bons absorventes e
bons emissores de calor e que os corpos de cores claras são maus absorventes e maus
emissores de calor, porém bons refletores. Os condensadores dos refrigeradores são
pintados com tinta escura para facilitar a emissão do calor pela radiação ao ambiente.
Água Gelada
Meio refrigerante que retira calor da área a ser refrigerada e cede calor ao
resfriador.
Almofada de ar
Ar preso em tubulações e equipamentos, como radiadores, etc., que impede a
máxima transferência de calor; ar preso no lado da sucção de uma bomba, causando
perda de sucção.
Amônia
Comercialmente chamada de anidra, é um refrigerante (NH3).
Anidro
Isento de água, especialmente de água de cristalização
Ar saturado
É uma mistura de ar seco e de vapor d’água saturado. Mais precisamente é o
vapor d’água que é saturado e não o ar.
Ar não saturado
É uma mistura de ar seco e vapor d’água superaquecido.
9
Figura 2 – Bomba de Vácuo
Calor Específico
Calor Específico indica a quantidade de calor que cada unidade de massa do
corpo precisa receber ou ceder para que sua temperatura possa variar de um grau. É
uma característica natural da substância, isto é, cada substância tem seu calor específico.
Os metais são substâncias de baixo calor específico, por isso, quando cedem calor
sofrem grandes variações de temperatura.
O calor específico depende do estado físico do sistema, sendo maior no estado
líquido do que no sólido. O calor específico dos sólidos e líquidos mudará
consideravelmente se o intervalo de variação da temperatura for muito grande. Para os
gases, o calor específico também varia com a pressão e o volume.
Caloria
Quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de um quilograma de
água destilada de 1ºC.
Calorimetria
A calorimetria estuda a medida das quantidades de calor trocadas entre sistemas
com diferentes temperaturas colocados em contato.
O Calor já era investigado quantitativamente bem antes de ser demonstrada sua
natureza energética, o que levou os pesquisadores a estabelecer o conceito de
quantidade de calor. Sendo o calor uma forma de energia, sua quantidade pode ser
medida com a mesma unidade com que se medem outras formas. No Sistema
Internacional (SI) de unidades, a quantidade de calor é medida em Joule (J). Entretanto,
no campo da refrigeração são usadas outras unidades, como a caloria (cal) e a
quilocaloria (kcal). Os países de língua inglesa usam o British Thermal Unit (BTU)
como unidade.
Uma caloria é a quantidade de calor necessária para elevar de 14,5ºC a 15,5ºC a
10
temperatura de um grama de água pura a pressão normal. Inversamente, se retirarmos
uma caloria de um grama de água com temperatura de 15,5ºC, a pressão normal,
obtemos 14,5ºC. Uma BTU é a quantidade de calor necessária para aquecer 1lb (1
libra-massa = 435,6g) de água pura de 58,5ºF a 59,5ºF, sob pressão normal. É comum
aparecer nos manuais técnicos de refrigeração as mais variadas unidades de calor, com
seus múltiplos e submúltiplos.
Chiller
Trocador de calor no qual o refrigerante, à baixa pressão, se evapora, absorvendo
o calor da área refrigerada.
Ciclo
É um processo ou uma série de processos onde os estados inicial e final do
sistema (da substância) são idênticos.
Congelamento
Formação de gelo no dispositivo de expansão do sistema de refrigeração,
tornando-o inoperante.
Contrapressão
Termos sinônimo de pressão de sucção.
Desidratar
11
Retirar água de qualquer tipo de matéria.
Desumidificar
Reduzir a quantidade de vapor d’água contida num espaço
Efeito Refrigerante
Ou Capacidade Frigorífica, é a quantidade de calor absorvida no evaporador, que
é a mesma quantidade de calor retirado do espaço que deve ser refrigerado. Mede-se o
efeito refrigerante subtraindo-se o calor contido em 1kg de refrigerante que entra na
válvula de expansão do calor contido no mesmo quilograma de refrigerante ao entrar no
compressor.
Q& = m& (h − h )
0 f 1 4
Eletricidade
Cada equipamento está programado para trabalhar com determinada tensão e
corrente e oferece certo tipo de resistência. A relação entre essas grandezas é muito
bem calculada pelo fabricante. Valores fora dos limites preestabelecidos provocam mau
funcionamento e podem até danificar os aparelhos.
Mas como saber se os valores do circuito são os ideais para o sistema? A
eletricidade não pode ser vista, por isso deve-se usar o raciocínio e os medidores. Mas,
o raciocínio só vai funcionar se as leis e fórmulas das cargas elétricas forem conhecidas
e aplicadas como fórmulas. Os medidores só podem ser úteis se o operador souber como
usá-los.
São cinco os principais instrumentos de medição para um circuito elétrico: o
voltímetro, o amperímetro, o ohmímetro, o wattímetro e o megôhmetro. O primeiro
mede a tensão em volts (V). Serve, entre outras coisas, para ver se a tensão que está
operando no circuito é ideal - se estiver baixa pode diminuir o rendimento, se estiver
alta pode danificar o equipamento. O amperímetro mede a corrente em ampères (A).
Se o motocompressor estiver gerando corrente alta, o protetor térmico pode desligar ou
os fios, se não forem bem dimensionados, podem pegar fogo. O ohmímetro mede a
resistência em ohms (Ω). Serve, por exemplo, para verificar se o condutor está
funcionado, isto é, se há continuidade no circuito, ou se existe algum problema com as
resistências dos aparelhos. O wattímetro mede a potência em watts (W). É usado para
verificar se o equipamento está trabalhando dentro das normas especificadas pelo
fabricante. Por fim, o megôhmetro mede alta isolação, ou seja, resistências
suficientemente altas para impedir que a corrente passe através delas. Serve, por
exemplo, para verificar se não tem fuga de corrente para a carcaça do compressor, que
pode dar choque em quem tocá-lo.
Uma alternativa prática e econômica é o alicate amperímetro, que reúne três
instrumentos num só: o amperímetro, o voltímetro e o ohmímetro.
Como Usar!
Para medir a tensão de um circuito, o voltímetro tem que ser ligado em paralelo,
isto é, sem entrar no circuito, ao contrário do amperímetro e do ohmímetro, que devem
ser ligados em série, isto é, como parte integrante do circuito (Figura 3). O ohmímetro
só pode ser usado com o circuito desligado. Caso contrário, o instrumento pode ser
danificado. O mesmo procedimento deve ser aplicado ao megôhmetro.
12
Figura 3 - Instalação de Voltímetro e Amperímetro no circuito elétrico
Cuidado!
Talvez a primeira coisa que todo mundo deve saber sobre eletricidade é que ela é
perigosa. Assim, a instalação e a manutenção corretas do aparelho são mais do que
aconselháveis: elas são necessárias.
A principal medida de segurança é o aterramento. Todo aparelho vem munido de
um fio de terra, que deve ser ligado a uma barra metálica, feita especialmente para essa
função. A barra é enterrada no chão e, cada vez que houver fuga de corrente do
circuito, em vez de ela danificar o equipamento ou machucar o usuário, vai se desviar
para o fio de terra e deste para a barra. O processo é simples o nosso corpo oferece
maior resistência para a corrente elétrica do que o fio de terra; por isso ela escapa por
ele em vez de dar um choque na gente.
13
funcionamento ou fuga de corrente. As conseqüências podem ser muitas: aquecimento
dos componentes do circuito, queima de fusíveis, danos nas bitolas ou choques no
usuário (Figura 4).
Leis da Eletricidade
Entalpia
É o calor total ou o calor contido em uma
substância, expresso em kcal/kg.
Entropia
É um coeficiente termodinâmico que indica o
grau de perdas irreversíveis em um sistema.
Equivalente Mecânico
Uma quilocaloria (kcal) é igual a 427,1 quilogramas força-metro (kgf.m).
Escalas Termométricas
As escalas termométricas usuais são:
1. A Celsius, inventada em 1742 pelo sueco Anders Celsius (1701 – 1744);
2. A Fahrenheit, de Gabriel Fahrenheit (1686 – 1736), utilizada pelos países de língua
inglesa (exceto a Grã-Bretanha).
14
5
TK = 273,15 + t c = TR
9
TR = 459,67 + t F = 1,8 TK
tc =
5
(t F − 32 ) = TK − 273,15
9
t F = 1,8t c + 32 = TR − 459,67
Onde:
TK – Temperatura em Kelvin (K)
TR – Temperatura em Rankine (R)
tc – Temperatura em Celsius (ºC)
tF – Temperatura em Fahrenheit (ºF)
Evacuação
Evacuação é o ato de produzir vácuo, com a eliminação dos vapores
incondensáveis do interior do sistema de refrigeração.
A tarefa de evacuação precisa ser executada para recuperar uma unidade
refrigeradora. Está comprovado pela experiência que uma unidade refrigeradora não
funciona normalmente se contiver teores de umidade ou de gases incondensáveis. A
umidade causa entupimento no circuito refrigerante devido ao congelamento na saída do
capilar. Os gases incondensáveis promovem aumento de pressão no condensador,
dificultando a condensação do refrigerante. O oxigênio, principalmente, pode oxidar o
óleo nos locais onde a temperatura é mais alta.
É, portanto, necessário que se faça simultaneamente a evacuação e a desidratação
do sistema de refrigeração, antes de efetuar a carga de fluido refrigerante. A evacuação
e a desidratação são feitas por meio de bombas de vácuo (Figura 2)
15
temperatura local é de 10ºC e o vento sopra à velocidade de 12km/h, o fator de
resfriamento devido ao vento é de 0ºC.
Líquido Saturado
Se uma substância existe como líquido à temperatura e pressão de saturação, esta
é chamada de Líquido Saturado.
Meio Refrigerante
Qualquer fluido usado para absorver calor que circula no trocador de calor do
qual o calor é retirado, e.g., água gelada e salmoura.
16
Ponto de Orvalho
Menor temperatura a que podemos esfriar o ar, sem que ocorra alguma
condensação de vapor de água ou umidade, ou seja, a temperatura à qual a umidade
relativa do ar é 100%.
Pressão
Pressão é a força exercida por um corpo perpendicularmente a uma superfície
dividida pela área de contato desse corpo com a superfície. Portanto, pressão é força por
unidade de área.
F
Ρ=
A
A pressão é:
− diretamente proporcional à força, isto é, aumentando a força, a pressão aumenta.
− inversamente proporcional à área, isto é, diminuindo a área, a pressão aumenta.
Unidades de Pressão
Segundo o Sistema Internacional (SI), a unidade de força é o Newton (N) e a
unidade de área é o metro quadrado (m2). Como pressão é a força exercida por unidade
F N
de área, isto é, Ρ = , sua unidade, segundo o SI, é . Esta unidade recebe o nome de
A m2
pascal (Pa).
N
Assim , 1 = 1 Pa
m2
N à kg.m/s2
1 kgf à 9,81 N
1 N à 0,102 kgf
17
Figura 6 - Experiência de Torricelli
Torricelli verificou que o mercúrio contido no tubo desceu até parar na altura de
76cm acima do nível do mercúrio contido no recipiente aberto. Por que todo o
mercúrio do tubo não desceu para o recipiente? Simplesmente porque a pressão
atmosférica, agindo sobre a superfície livre do mercúrio contido no recipiente,
equilibrou a pressão exercida pela coluna de mercúrio contida no tubo (Figura 7).
Torricelli concluiu que a pressão atmosférica eqüivale à pressão exercida por uma
coluna de mercúrio de 76cm de altura ao nível do mar; para esse valor deu o nome de
atmosfera, cujo símbolo é atm.
Assim, 1 atm = 76cm de Hg = 760mm de Hg.
O aparelho inventado por Torricelli foi denominado barômetro. Posteriormente,
foram realizadas várias experiências para medir a pressão atmosférica em diferentes
altitudes e chegou-se à conclusão de que a pressão atmosférica varia com a altitude. De
fato, a cada 100m de variação na altitude, a pressão atmosférica varia 1cm de coluna de
mercúrio. Nos lugares elevados, a pressão diminui; nos lugares mais baixos, aumenta.
A unidade mm de Hg é chamada Torricelli (Torr):
1mm de Hg = 1 Torr,
18
logo, 1 atm = 760 mm de Hg = 760 Torr
Pressão de Descarga
Pressão na saída (descarga) do compressor ou na entrada do condensador.
Pressão de Sucção
Pressão na entrada (sucção) do compressor ou na saída do evaporador.
Processo
É uma mudança do estado que pode ser definida como qualquer mudança nas
propriedades da substância. Uma descrição de um processo típico envolve a
especificação dos estados de equilíbrio inicial e final.
Pump Down
Operação pela qual todo o refrigerante é bombeado até se depositar, em estado
líquido , no condensador receptor.
19
Refrigeração
Refrigeração é todo processo de remoção de calor. É definida como a parte da
ciência que trata do processo de redução e manutenção de temperatura de um espaço ou
material abaixo da temperatura ambiente. Refrigeração significa esfriar
constantemente, conservar frio. Para se obter o frio, deve-se extrair o calor do corpo
que se quer refrigerar, transferindo-o para outro corpo com temperatura menor.
Refrigerante Circulante
A quantidade de refrigerante que circula no sistema para cada tonelada de
capacidade.
Resfriador
Ver “Chiller”.
Salmoura
Em sistemas de refrigeração, é qualquer líquido resfriado pelo refrigerante e
bombeado pela serpentina de resfriamento para absorver calor. A salmoura não sofre
nenhuma mudança de estado mas, apenas, de temperatura. Usa-se a salmoura em
sistemas indiretos.
Substância Pura
É qualquer substância que tem composição química invariável e homogênea. Ela
pode existir em mais de uma fase (sólida, líquida ou gasosa), mas a composição química
é a mesma em todas as fases.
Termômetros
O instrumento usado para medir temperatura é o termômetro. O mesmo pode
utilizar diversas grandezas físicas como medida de temperatura, entre elas, o volume de
um líquido, o comprimento de uma barra, a resistência elétrica de um fio, etc. Assim,
pode-se utilizar o mercúrio para baixas temperaturas, o álcool para temperaturas muito
baixas e, ao contrário, pode-se usar um par termoelétrico ou a dilatação de uma barra
para altas temperaturas.
Para isso, houve necessidade de se tomar uma referência, ou seja, todos os
termômetros devem fornecer a mesma temperatura em uma determinada situação
controlada. Assim, em 1954, na Décima Conferência de Pesos e Medidas, as medidas
de temperatura foram redefinidas em termos de um único ponto fixo. Esse ponto fixo
foi escolhido a partir da água, ou seja, um ponto em que o gelo, a água líquida e o vapor
d’água coexistam em equilíbrio: o ponto triplo da água. Esse ponto só pode ser
conseguido para uma mesma pressão ( a pressão do vapor d’água é de 4,58 mmHg). A
temperatura deste ponto fixo (ponto triplo) foi estabelecida como padrão, ou seja, como
273,16 graus Kelvin e 0,01 graus na escala Celsius.
Pode-se observar ainda uma escala absoluta de temperatura. Com base na
20
segunda lei da termodinâmica pode-se definir uma escala de temperatura que é
independente da substância termométrica. Essa escala absoluta é usualmente
denominada Escala Termodinâmica de Temperatura.
Temperatura
Temperatura é uma propriedade intrínseca da matéria. É uma medida do nível
da intensidade calorífica de pressão térmica de um corpo. Uma elevada temperatura
indica um alto nível de pressão térmica e diz-se que o corpo está quente. Da mesma
forma, uma baixa temperatura indica um baixo nível de pressão térmica e diz-se que o
corpo está frio. A temperatura é uma função da energia cinética interna e, como tal, é
um índice da velocidade média molecular.
A temperatura é uma grandeza escalar, é uma variável termodinâmica. Se dois
sistemas estão em equilíbrio termodinâmico, pode-se afirmar que as suas temperaturas
são iguais.
Temperatura Ambiente
A temperatura do ar em um espaço, e.g., a temperatura de uma sala.
Temperatura de Saturação
O termo designa a temperatura na qual se dá a vaporização de uma substância
pura a uma dada pressão. Essa pressão é chamada Pressão de Saturação para a
temperatura dada. Para a água, por exemplo, a 100ºC, a pressão de saturação é de 1,033
kgf/cm² ou, estando a água a 100ºC, a pressão de saturação é de 1,033 kgf/cm².
Para uma substância pura há uma relação bem definida entre a pressão de
saturação e a temperatura de saturação.
Título
Quando uma substância existe parte líquida e parte vapor, na temperatura de
saturação, a relação entre a massa de vapor pela massa total (massa de líquido + massa
de vapor) é chamada de Título e representada por X, matematicamente:
mV mV
X = =
mT m L + mV
Trabalho de Compressão
Quantidade de calor acrescida ao refrigerante no compressor. Pode ser medido
subtraindo-se o calor contido em um quilograma de refrigerante na sucção do
compressor do calor contido no mesmo quilograma de refrigerante na descarga do
compressor.
Tubulação de Líquido
Tubulação de refrigerante através da qual o refrigerante, em estado líquido, flui do
condensador até a válvula de expansão.
Umidade Absoluta
21
Peso de vapor d’água existente por unidade de volume de ar, expressa em gramas
por metro cúbico.
Vácuo
Vácuo é o termo que designa ausência de matéria em um espaço. A ciência
admite que ainda não é possível produzir vácuo perfeito. Portanto, vácuo em espaço
fechado, por exemplo, no interior de um refrigerador, significa que esse espaço tem
gases a uma pressão bastante inferior à pressão atmosférica.
A pressão atmosférica, ao nível do mar, vale 1,03 kgf/cm2 ou 14,7 lbf/pol2 ou 1
atm ou 760 mm Hg, a 0ºC de temperatura. Assim um espaço fechado cuja pressão seja
bastante inferior a 1,03 kgf/cm2 ou 760mm Hg será considerado vácuo. Para o sistema
de refrigeração, onde normalmente a pressão de vácuo deve ter valor muito inferior a
1mm Hg, adota-se a unidade militorr (mmTorr), equivalente a 0,001mm Hg ou 103
Torr.
Esse valor não pode ser medido com manômetros comuns. Nas pressões com
valores abaixo de 1 Torr usam-se medidores eletrônicos de vácuo, que indicam pressões
abaixo de 50 mmTorr.
Vacuômetro
É um instrumento utilizado para medir vácuo. O vacuômetro utilizado em
refrigeração é o eletrônico.
Este vacuômetro tem duas escalas que dão leitura direta. A escala A, de baixo, dá
a leitura em miliampéres. A escala B, de cima, dá leitura em Torr; Esta escala é
apresentada com potenciação negativa, isto é, 10-3, 10-2, 10-1, 100.
Para que você possa ler essa escala, vamos relembrar o que você aprendeu sobre
potenciação.
Um número elevado a um expoente deve ser multiplicado por si mesmo tantas
vezes quanto o valor do expoente indicar.
Assim, 101 = 10
102 = 10 x 10 = 100
103 = 10 x 10 x 10 = 1000
22
1
10 -1 = = 0,1
10 1
1 1 1
10 - 2 = x = = 0,01
10 10 100
1 1 1 1 1
10 -3 = 3 = x x = = 0,001
10 10 10 10 1000
indicado pelo ponteiro e multiplicá-lo pela potência negativa à esquerda desse número.
23
X= 1 mTorr
Vapor Superaquecido
Quando o vapor está a uma temperatura maior que a temperatura de saturação, o
mesmo é chamado de Vapor Superaquecido. A pressão e a temperatura do vapor
superaquecido são propriedades independentes, pois a temperatura pode ser aumentada
mantendo-se uma pressão constante. Em verdade, as substância que chamamos de
gases são vapores altamente superaquecidos.
Vapor Saturado
Se uma substância existe como vapor na temperatura de saturação, esta é chamada
de vapor saturado. Neste caso o Título é igual a 1 (X=1) ou 100% pois a massa total
(mT) é igual a massa de vapor (mV). Freqüentemente usa-se o termo “Vapor Saturado
Seco” para esta situação.
Volátil
Facilmente evaporável. Esta é uma propriedade essencial de todos os
refrigerantes de compressão
.
Diagramas de Mollier
As propriedades termodinâmicas de uma substância são freqüentemente
apresentadas, além de tabelas, em diagramas que podem ter por ordenada e abcissa,
24
temperatura e entropia, entalpia e entropia ou pressão absoluta e entropia
respectivamente.
O diagrama tendo como ordenada pressão absoluta (p) e como abcissa a entalpia
(h) é mais freqüente nos fluídos frigoríficos porque nestas coordenadas é mais adequado
à representação do ciclo termodinâmico de refrigeração. Estes diagramas são
conhecidos por DIAGRAMA DE MOLLIER. A Figura 10 mostra os elementos
essenciais dos diagramas, pressão-entalpia (p-h) para o refrigerante 22. As
características gerais de tais diagramas são as mesmas para todas as substâncias puras.
Ciclo de Refrigeração
25
Pode-se chamar de Ciclo de Refrigeração, uma situação onde, em circuito
fechado, o gás refrigerante, transformando-se sucessivamente em líquido e vapor, possa
absorver calor a baixa temperatura e pressão pela sua evaporação e rejeitar calor a alta
temperatura e pressão pela condensação.
Na prática, isso é conseguido a partir de quatro elementos fundamentais:
26
Figura 12 – Esquema do Ciclo de Refrigeração
27
Figura 14 – Condensador
28
Figura 17 – Evaporador
29
Figura 18 – Ciclo de Refrigeração em uma geladeira residencial
30
Refrigerantes
O que é um Refrigerante ?
É o fluido que absorve calor de uma substância do ambiente a ser resfriado.
A Reunião de Copenhague
Na reunião de Copenhague, os países signatários decidiram estabelecer o
controle sobre novas substâncias e antecipar o “phase out” das que já eram controladas.
Os principais pontos do novo acordo são:
1. CFCs
a.) 75% de redução em 01/01/1994.
b.) 100% de redução em 01/01/1996.
2. Halons
100% de redução em 01/01/1994.
3. Tetracloreto de carbono
a.) 85% de redução em 01/01/1995.
31
b.) 100% de redução em 01/01/1996.
Emendas
5. HCFCs
a.) Congelamento da produção em 01/01/1996. baseado em:
b.) 3,1% do consumo de CFCs em 1989, mais 100% do consumo de HCFCs em
1989.
c.) 35% de redução em 01/01/2004.
d.) 65% de redução em 01/01/2010.
e.) 90% de redução em 01/01/2015.
f.) 99,5% de redução em 01/01/2020.
g.) 100% de redução em 01/01/2030.
6. HBFCs
100% de redução em 01/01/1996.
7. Brometo de metila
a.) Listado como substância controlada
b.) O ano base é 1991.
c.) Congelamento da produção em 1995 aos níveis de 1991.
d.) Resolução: avaliar usos e produção do brometo de metila por meio do Painel
de Avaliação Científica do Protocolo; estabelecer, na próxima reunião, os prazos
para redução da produção e a data final para o “phase out”.
Refrigerantes Freon2
2
Retirado de Material da DuPont - FREON é uma marca registrada da DuPont do Brasil S.A.
32
apresentam uma breve discussão de suas propriedades e aplicações. Maiores
informações a respeito de pontos específicos estão à disposição no Departamento
FREON da DUPONT do BRASIL S.A.
II. Segurança
Embora os compostos fluorcarbonados apresentem toxicidades relativamente
baixas quando comparados com outros produtos químicos, os usuários devem conhecer
suas características:
A. Inflamabilidade
Nenhum dos compostos FREON é inflamável ou explosivo. No entanto, a
mistura com líquidos ou gases inflamáveis pode ser inflamável e deve ser tratada com
cuidado.
33
B. Toxicidade
O potencial de risco dos fluorcarbonos está apresentando na Tabela II. Os riscos
específicos são discutidos abaixo.
v) Sensibilização Cardíaca
Da mesma maneira que diversos líquidos orgânicos voláteis e não-solúveis em
água, os fluorcarbonos podem produzir sensibilização cardíaca, quando a concentração
de vapor for suficiente. A sensibilização cardíaca é uma sensibilização do coração à
adrenalina, proveniente da exposição a altas concentrações de vapores orgânicos. Sob
condições de exposição suficientemente graves, podem ocorrer arritmias cardíacas
devido à sensibilização do coração aos próprios níveis de adrenalina do corpo,
sobretudo sob condições de “stress” emocional ou físico, medo, pânico, etc. Essas
arritmias cardíacas podem levar a uma fibrilação ventricular e à morte. Como foi
indicado no item II.B.iv., os indivíduos expostos devem ir ou ser levados para um local
onde haja ar fresco imediatamente (onde o risco de efeitos cardíaco diminui
rapidamente). Deve-se providenciar cuidados e observação médica após a exposição
acidental. Os trabalhadores afetados gravemente pelos vapores de fluorcarbonos não
devem ser tratados com adrenalina (epinefrina) ou outros estimulantes cardíacos
semelhantes, pois esses medicamentos aumentariam o risco de arritmias cardíacas.
35
concentrações que possam causar danos fisiológicos.
Quando são detectados esses produtos irritantes de fluorcarbonos, a área deve ser
evacuada, ventilada e deve-se sanar a causa do problema.
Esses produtos de decomposição térmica podem, por exemplo, formar-se quando
os vapores são atraídos por tabaco aceso. Portanto não é permitido fumar na presença
dos vapores de fluorcarbonos.
Os líquidos podem respingar Os líquidos com pontos de Usar proteção para os olhos.
nos olhos. ebulição mais baixos podem Procurar cuidado médico.
causar congelamento. Os de Lavar os olhos com água
pontos de ebulição mais altos corrente durante vários
podem causar irritação minutos.
temporária, se houver outros
produtos químicos
dissolvidos, podem causar
danos graves.
Contato com metais Pode ocorrer uma explosão Testar o sistema proposto e
altamente reagentes violenta. tomar as precauções de
segurança apropriadas.
36
D. Grandes Vazamentos e Escapes de Vapor
Embora a toxicidade dos fluorcarbonos seja baixa, existe a possibilidade de danos
graves ou morte, sob condições de exposição inusitada ou descontrolada, ou quando há
abuso deliberado de inalação dos vapores concentrados. Como os vapores de
fluorcarbonos são mais densos do que o ar, podem se formar altas concentrações em
áreas baixas, que persistirão sob condições de ventilação precárias ou se o ar for parado.
O pessoal deve ser evacuado imediatamente das áreas fechadas, no caso de um grande
vazamento ou derrame, e não voltar até que a área contaminada tenha sido bem
ventilada. Para o FREON 12, o Valor Limite do Limiar (TLV) corresponde a
aproximadamente um terço de uma libra de vapor de FREON 12 por 1000 pés cúbicos
de ar (cerca de 5 gramas/metro cúbico).
O acesso de emergência às áreas que contêm altas concentrações de
fluorcarbonos (por exemplo), num tanque de armazenamento, cheio de vapor) requer a
utilização de equipamento de respiração e supervisão especializada.
A. Propriedades Físicas
A combinação incomum de propriedades físicas encontrada nos compostos
FREON é base para sua aplicação e utilidade. As Tabelas VII e VIII apresentam um
resumo das propriedades físicas e as utilizações. Normalmente, os compostos têm alto
peso molecular em relação ao ponto de ebulição, baixa viscosidade, baixa tensão
superficial e baixo calor latente de congelamento e vaporização. Também apresentam
baixa condutividade e boas propriedades dielétricas. Mediante solicitação, maiores
detalhes das propriedades termodinâmicas de cada composto FREON podem ser
fornecidos.
B. Propriedades Químicas
i. Estabilidade Térmica
A seção II.C apresenta os riscos da decomposição térmica dos fluorcarbonos.
Os fluorcarbonos FREON não se decompõem só pela aplicação de calor, exceto a
temperatura muito altas. A Tabela 5 apresenta as temperaturas às quais vários
compostos foram aquecidos para se obter índices mensuráveis de decomposição.
Também apresenta as temperaturas em que os índices de decomposição são calculados
como 1% ao ano. Esse último índice pode ser considerado como o limite de
temperatura imposto pela estabilidade inerente das moléculas.
37
Tabela 5 - Temperatura de Decomposição dos Fluorcarbonos
Fluorcarbonos Temperatura de Decomposição3
Teste de Laboratório4 1%/ano5
FREON 11 590ºC (1100ºF) > 300ºC (>570ºF)
FREON 12 760ºC (1400ºF) > 480ºC (>900ºF)
FREON 13 840ºC (1550ºF) >535ºC (>1000ºF)
FREON 22 425ºC (800ºF) 250ºC (480ºF)
FREON 114 590ºC (1100ºF) 375ºC (710ºF)
FREON 115 625ºC (1160ºF) 390ºC (740ºF)
a) Ar
Descobriu-se que o FREON 22, a pressões acima de 150 psi, é ligeiramente
combustível com o ar ou com o oxigênio e não deveria ser misturado com o ar para
testes de vazamento. Não se encontrou qualquer outra evidência da interação dos
fluorcarbonos com o ar na ampla variedade que os fluorcarbonos têm tido nas últimas
décadas, exceto quando misturas de fluorcarbono-ar são submetidas a temperaturas
extremas, como as de chamas (onde as temperaturas estão acima de 1650ºC [3000ºF])
ou de aquecedores de resistência elétrica (em que as temperaturas estarão acima de
700ºC [1300ºF], se a resistência estiver vermelha). Estas reações já foram discutidas na
Seção II.C.
b) Água (hidrólise)
3
Para o composto puro (na ausência de ar).
4
O índice de decomposição nesta temperatura é ordem de 1% por minuto. Os testes foram processados
em tubos de platina e, exceto para o FREON 11, representam índices homogêneos de decomposição
(sem efeito de parede).
5
Essas temperaturas oram calculadas extrapolando-se os dados dos índices de alta temperatura.
38
Os compostos perhalogenados FREON não se hidrolizam no sentido normal da
palavra, em derivados do ácido carbônico. Os índices de hidrólise em água pura são
baixos demais para serem medidos, sendo menores do que 0,1 gramas/litro de água/ano
a 25ºC (77ºF). A presença de materiais oxidáveis pode aumentar a hidrólise aparente.
O FREON 22 e o FREON 23, que contêm hidrogênio, hidrolizam-se a índices
proporcionais à concentração em solução e à concentração de íons hidroxil. A Tabela 6
apresenta os índices de hidrólise medidos em solução de hidróxido de sódio e os valores
extrapolados em água.
6
Mistura azeotrópica de FREON 22 e FREON 115
39
Tabela 7 - Estabilidade Térmicas dos Compostos FREON
Temperatura Taxa de
máxima de decomposição a
exposição 204 ºC (400ºF) no
Composto Fórmula
contínua, na aço,
presença de óleo, porcentagem/ano
aço e cobre ºC (ºF) (a)
FREON 11 CCI3F 107(225) 2
FREON 113 CCI2F- 107(225) 6
CCIF2
FREON 12 CCI2F2 121(250) <1
FREON 114 CCIF2- 121(250) 1
CCIF2
FREON 22 CHCIF2 149(300) (b)
FREON 13 CCIF3 >149 (>300) (b)
(a) sem presença de óleo (b) não medido
d) Metais
A maioria dos metais normalmente utilizados, como o aço, ferro fundido, latão
cobre, estanho, chumbo e alumínio podem ser usados satisfatoriamente com os
compostos FREON sob condições normais. A altas temperaturas, alguns dos metais
podem agir como catalisadores para dissociar o composto. A tendência dos metais de
promover a decomposição térmica dos compostos FREON aparece na seguinte ordem
geral:
Menor decomposição: inconel < aço inoxidável 18-8 < níquel < aço 1340 <
alumínio < cobre < bronze < latão < prata: maior decomposição. Essa ordem é apenas
aproximada e podem ser encontradas exceções em determinados compostos FREON
ou sob condições especiais de uso.
As ligas de magnésio e o alumínio com mais de 2% de magnésio não são
recomendados para uso em sistemas que contenham compostos FREON, que haja a
presença de água.
Não se recomenda o uso de zinco com FREON 11 ou FREON 113.
Experiências com zinco e outros compostos FREON têm sido limitadas e não se tem
observado reatividade fora do comum. Contudo, o zinco é um pouco mais reativo
quimicamente, do que os outros metais comuns, e seria bom evitar sua utilização com os
compostos FREON , a menos que se realizem testes adequados.
Os metais, cuja utilização pode ser questionada nas aplicações que exigem contato
40
com os compostos FREON, durante períodos prolongados ou sob condições incomuns
de exposição, podem contudo ser limpos com segurança com os solventes FREON.
As aplicações de limpeza normalmente são para períodos curtos de exposição, a
temperaturas moderadas.
Os halocarbonos podem reagir violentamente com os materiais altamente
reagentes, como os álcalis e os metais alcalinos-terrosos, sódio, potássio e bário, etc., na
sua forma metálica livre. Os materiais tornam-se ainda mais reativos quando são
moídos finamente ou pulverizados e nesse estado, o magnésio e o alumínio podem
reagir com os fluorcarbonos, especialmente a temperaturas mais elevadas. Os materiais
altamente reativos não devem ser colocados em contato com os fluorcarbonos até que se
proceda a um estudo cuidadoso e se tomem medidas de segurança adequadas.
C. Propriedades de Solubilidade
O poder de solubilidade dos compostos FREON varia de precário, para o
FREON 115, FREON 114 e FREON 12, a bastante bom para o FREON 11,
FREON 22 e 113. Sendo líquidos tipicamente não-polares, os fluorcarbonos são bons
solventes de outros materiais não - polares e maus solventes para os compostos polares.
42
A solubilidade da água nos compostos FREON, e destes na água, é baixa. Os óleos
lubrificantes normalmente são miscíveis com os compostos FREON, a temperatura
ambiente, mas pode haver separação a temperaturas baixas. A Tabela 8 apresenta
solubilidade em água, valores Kauri-Butanol (KB) e parâmetros de solubilidade (δ).
(Ai + Bi T + C i e − KT Tc )
5
RT 1
p= +∑ (1.a)
v − b i = 2 (v − b ) i
U = U0 + ∑ (1.b)
i =1 i i =2 (i + 1)(v − b )
h = U + Pv (1.c)
43
S = S 0 + R ln (v − b ) + G1 ln (T T0 ) +
Bi − (K Tc )C i e − KT Tc
( )
Gi4 5 (1.d)
+∑ T − T0 −∑
i −1 i −1
i = 2 (i − 1) i=2 (i − 1)(v − b )i −1
As equações (1.a) a (1.d) são válidas para vapor saturado e vapor
superaquecido.
( i −1 ) 3 12 2
5
T T T
ρ l = ∑ Di 1 − + D6 1 − + D7 1 − (1.e)
i =1 Tc Tc Tc
F2
ln (Psat ) = F1 + + F3 ln (T ) + F4 T (1.f)
T
dP F F
= F4 + 3 − 22 .Psat (1.g)
dT sat T T
Vlg = V g − Vl (1.h)
dP
H lg = T .Vlg . (1.i)
dT sat
H lg
S lg = (1.j)
T
H l = H g − H lg (1.k)
S l = S g − S lg (1.l)
(ξ − ξ )
X= l
(1.m)
ξ lg
kg kg
M = 120,93 T em ( K) ρc = 588,08 3
m
J
U, h em
kmol kg
kg T0 = 200( K )
Tc = 385,17(K ) ρc em 3 J
m s em
Pc = 4,1159(MPa )
1
Vc = kg.K
P em ( Pa ) ρc
44
R = 68,7480 C2 = -1,52524293.103 F1 = 9,33438056.101
b = 4,06366926.10-4 C3 = 2,19982681 F2 = -4,39618785.103
A2 = -9,16210126.101 C4 = 0,0 F3 = -1,24715223.101
A3 = 1,01049598.10-1 C5 = -1,66307226.10-7 F4 = 1,96060432.10-2
A4 = -5,74640225.10-5 D1 = 5,580845400.102 G1 = 3,389005260.101
A5 = 0,0 D2 = 8,544458040.102 G2 = 2,507020671
B2 = 7,71136428.10-2 D3 = 0,0 G3 = -
B3 = -5,67539138.10-5 D4 = 2,994077103.102 3,274505926.10-3
45
E- Diagrama de Mollier para R-12
46
IV - Aplicação dos Compostos Fluorcarbonos
47
em grandes sistemas de Propelente de baixa Agente de expansão
FREON 114 processo industrial de pressão, alternativo para aplicações de
refrigeração e de ar para o FREON11, plásticos esponjosos.
condicionado que com menores
utilizem compressores propriedades de
centrífugos de estágios solubilidade e menos
múltiplos. odor. Usado
especialmente em
produtos pessoais.
Largamente usado em Propelente de baixa Ocasionalmente
compressores temperatura. utilizado como
FREON 11
centrífugos para solvente. Agente de
sistemas de ar expansão para
condicionado industrial espumas.
e comercial, e para
refrigeração de água,
salmoura de processo.
Baixa viscosidade e
ponto de congelamento
permitem o uso como
líquido de
arrefecimento de, baixa
temperatura.
Em ar condicionado Solvente em algumas Extensamente usado
industrial e comercial, formulações de como solvente
FREON 113
e água ou salmoura de aerosol, normalmente (FREON TF),
processamento para propelido com isoladamente e em
resfriamento em FREON 12. formulações para fins
compressores especiais, numa grande
centrífugos variedade de
especialmente em necessidades críticas
aplicações de pequena de limpeza. Em
tonelagem formulações de fluido
refrigerante, meios de
reação, agente de
extração, etc.
Refrigerantes Alternativos
A maior contribuição para o problema do ozônio vem dos clorofluorcarbonos
plenamente halogenados (CFC’s), que têm um longo tempo de vida na atmosfera, e
quase a totalidade emitida atinge a estratosfera podendo interferir no equilíbrio
ozônio/oxigênio. O longo tempo de vida na atmosfera é responsável pelo alto potencial
de efeito estufa destes compostos.
As incertezas sobre o efeito dos CFC’s sobre a degradação da camada de ozônio e
o efeito estufa deu início a uma discussão sobre o uso dos mesmos. Conforme visto
anteriormente, um acordo internacional chamado “Protocolo de Montreal”, foram
estipulados prazos para redução do consumo até o final da produção.
48
Tabela 10 – Refrigerantes Alternativos
R - 134a
O R-134a (1,1,1,2-Tetrafluoretano) tem propriedades físicas e termodinâmicas
similares ao R-12. Pertence ao grupo dos HFC’s Fluorcarbonos parcialmente
halogenados, com potencial de destruição do ozônio (ODP) igual a zero, devido ao
menor tempo de vida na atmosfera, apresenta uma redução no potencial de efeito estufa
de 90% comparado ao R-12. Além disso, é não inflamável, não tóxico, possui alta
estabilidade térmica e química, tem compatibilidade com os materiais utilizados e tem
propriedades físicas e termodinâmicas adequadas.
A Hoescht e a DuPont, grandes fabricantes de fluidos frigoríficos, produzem o
R-134a, sendo que a segunda começou produzindo quantidades comerciais em
49
dezembro de 1990 em Corpus Christ, Texas (Estados Unidos).
51
Parte II - Ciclo de Compressão, Balanço de Energia
52
Introdução
Este item trata dos ciclos termodinâmicos de refrigeração por compressão de
vapor. Inicialmente definir-se-á o ciclo teórico simples de refrigeração e a seguir será
feito uma análise do ciclo real comparativamente ao ciclo teórico. Dado o objetivo do
assunto, trataremos aqui somente de ciclos de refrigeração por compressão de vapor,
tendo por base compressores alternativos, centrífugos, rotativos, etc.
Não nos deteremos em definições rigorosas da termodinâmica neste caderno,
entretanto, certas definições devem ser abordadas, pelo menos de forma simplificada,
para que possamos com base sólidas estudar o ciclo de refrigeração real, que nos
fornecerá métodos adequados para o projeto e manutenção dos sistemas de refrigeração.
53
Figura 20 - Esquema do Sistema de Refrigeração com os Equipamentos Básicos
Uma das diferenças entre o ciclo real e o teórico é a queda de pressão nas linhas
de descarga, líquido e de sucção assim como no condensador e no evaporador. Estas
perdas de carga ∆Pd e ∆PS estão mostrados na Figura 21. Outra diferença é o sub-
resfriamento do refrigerante na saída do condensador (na maioria dos sistemas). O
superaquecimento na sucção com finalidade de evitar a entrada de líquido no
compressor (obrigatório em compressores alternativos) é um processo muito importante.
Outra diferença importante é quanto ao processo de compressão ao compressor, que no
ciclo real é um processo de compressão politrópico (S1≠S2), no lugar do processo
isoentrópico do ciclo ideal. Devido a esta diferença, a temperatura de descarga do
compressor (T2) pode ser muito elevada, tornando-se um problema com relação aos
óleos lubrificantes usados em compressores frigoríficos, obrigando a um resfriamento
forçado do cabeçote do compressor (normalmente com R-22 e R-717). Muitos outros
problemas de ordem técnica dependendo do sistema e das características de operação,
podem introduzir diferenças significativas além das citadas até aqui.
E.F.= h1 - h4
56
Figura 23 - Processo de Compressão isoentrópico no compressor.
Wc = m f (h2 − h1 )
A equação acima fornece a potência, em (kcal/h) teoricamente necessária para
que o fluxo de refrigerante (mf), em (kg/h), que entra no compressor passe do estado 1
ao estado 2. Para se obter Wc em kW basta dividir a equação dada por 860, ou seja:
m (h − h1 )
Wc = f 2 , em kW
860
QC = mf (h2-h3)
Válvula de Expansão
Na válvula de expansão, que pode ser de vários tipos, o processo é adiabático
57
(ver Figura 25), e neste caso, aplicando-se a primeira lei da termodinâmica,
desprezando-se a variação de energia cinética e potencial temos:
ENERGIA util Q h − h4
β= = 0 = 1
ENERGIA gasta WC h2 − h1
Pode-se inferir da equação acima que para o ciclo ideal a eficácia é função
somente das propriedades do refrigerante, conseqüentemente, do refrigerante das
temperaturas de condensação e vaporização como será mostrado mais adiante. Para o
ciclo real, entretanto, o desempenho dependerá em muito das propriedades na sucção do
compressor e deste, assim como dos demais equipamentos.
O coeficiente de eficácia (β) deve ser sempre maior que 01 (um). Quanto mais
próximo de 01, pior.
h3’ - h3 = h1 - h1’
58
Figura 26 - Esquema frigorífico com trocador de calor intermediário e sua representação no Diagrama de Mollier
59
Figura 27 - Influência da Temperatura de Vaporização no Coeficiente de Eficácia do Ciclo (β)
60
Influência da temperatura de condensação na eficácia do ciclo
Assim como no caso da temperatura de vaporização, a influência da temperatura
de condensação é mostrada num conjunto de ciclos onde apenas se altera a temperatura
de condensação (TC).
Esta análise é mostrada na Figura 28. Observe-se que para a mesma variação de
temperatura (TC) (15ºC) em relação a temperatura de vaporização (T 0), a vaporização da
eficácia no caso da temperatura de condensação TC é menor que no caso da variação de
T0.
61
Influência do sub-resfriamento do líquido na eficácia do ciclo
De forma idêntica aos dois casos anteriores a Figura 29 mostra a influência do
sub-resfriamento do líquido após sair do condensador no aumento da eficácia. Observe-
se, também que a variação é bem menor que nos dois casos anteriores.
63
Parte III - Componentes do Sistema de Refrigeração
64
Trocadores de Calor
Condensadores
Condensador são os elementos do sistema de refrigeração que têm a função de
transformar o gás quente, que é descarregado do compressor a alta pressão, em líquido.
Para isso, rejeita o calor contido no fluido refrigerante para alguma fonte de
resfriamento.
O processo de condensação
Ao ser admitido no condensador, o fluido refrigerante está no mesmo estado que
na descarga do compressor, ou seja, gás quente a alta pressão. Como em um sistema de
refrigeração o objetivo é evaporar o refrigerante (para resfriar retirar calor de um
ambiente e/ou produto), o refrigerante no estado gasoso deve ser condensado antes de
retornar ao evaporador.
O processo de condensação do fluido refrigerante se dá ao longo de um trocador
de calor, denominado condensador, em três fases distintas que são:
1. Dessuperaquecimento;
2. Condensação e
3. Sub-Resfriamento.
Dessuperaquecimento
O gás, quando é descarregado do compressor, está a alta temperatura. O
processo inicial, então, consiste em abaixar esta temperatura, retirando calor sensível do
refrigerante, ainda no estado gasoso, até ele atingir a temperatura de condensação
(Figura 31).
Dessuperaquecimento
Condensação
Quando o gás atinge a temperatura de condensação, ele começa um processo de
mudança de estado. Neste processo retira-se calor latente do refrigerante, i.e., a
temperatura deste mantém-se constante durante todo o processo (Figura 32).
65
Condensação
Sub-Resfriamento
Após a condensação o refrigerante, agora no estado líquido (líquido saturado), é
resfriado de mais alguns graus, utilizando-se para isso um trocador de calor
intermediário (ver Trocador de Calor Intermediário, página 58). Na Figura 33 pode-se
visualizar o sub-resfriamento indicado em um diagrama de Mollier.
Sub-Resfriamento
Tipos de Condensadores
Os tipos de condensadores comumente usados em sistemas de refrigeração são:
66
1. Condensadores de casco e tubos (shell and tube), Figura 34;
2. Condensadores de casco e serpentina (shell and coil), Figura 35;
3. Condensadores de tubos duplos (Figura 36);
4. Condensadores atmosféricos (Figura 37);
5. Condensadores evaporativos (Figura 38 e Figura 39) e
6. Condensadores resfriados a ar (Figura 40).
67
Figura 34 – Condensador Casco e Tubos
68
Figura 35 – Condensador de Serpentina e Casco
69
Figura 36 – Condensadores de tubos duplos
Condensadores Atmosféricos
O condensador atmosférico (Figura 37), já foi muito popular em grandes
instalações de amônia, porém está caindo em desuso. Ele é construído com muitos
trechos de tubulação, geralmente de aço de 2”de diâmetro, tendo o vapor de amônia
fluindo dentro dos tubos. A água de resfriamento é distribuída por uma calha de
suprimento que a derrama sobre a superfície externa dos tubos. Da mesma forma que
nas torres de resfriamento, o resfriamento é uma combinação da evaporação de parte da
água com o aquecimento do restante. Como a água deve correr para baixo, em alguns
modelos, o gás de refrigerante quente é introduzido pela parte de baixo, para se obter
um efeito de contracorrente, causando alguns problemas na drenagem do líquido
condensado das unidades.
Alguns condensadores eram equipados com sangradores, i.e., pequenas linhas
conectadas às pontas de cada trecho para “sangrar” o refrigerante condensado. Esse tipo
de condensador é hoje em dia muito pouco usado, devido a problemas de incrustações e
de algas e devido ao grande espaço ocupado para uma dada capacidade.
Condensadores Evaporativos
70
Os condensadores evaporativos combinam as funções de condensador e de torre
de resfriamento. Consiste de um invólucro que contém uma seção de ventilador,
separador de gotas, serpentina de condensação do refrigerante, reservatório de água,
válvula de bóia e a bomba de pulverização do lado de fora do invólucro. A bomba de
pulverização circula a água do reservatório, no fundo da unidade, para os bicos de
pulverização, sobre a serpentina do refrigerante. Os ventiladores forçam a passagem do
ar pela serpentina e pela água que está sendo pulverizada sobre a serpentina. O calor do
refrigerante é transmitido através das paredes da serpentina à água que passa sobre ela.
O ar remove o calor da água, pela evaporação de parte dela. Os separadores de gotas
impedem que gotículas de água sejam levadas pelo ar.
71
Figura 39 – Esquema de um Condensador Evaporativo
73
45 0,61 0,64 0,68 0,72 0,77 0,83 0,91
Condensador a Ar
O condensador a ar (Figura 40) é utilizado para unidades de refrigeração com
potência fracionária, e.g., refrigeradores domésticos e comerciais.
Por proporcionarem economia, pois não precisam de tubulação de água como os
condensadores resfriados a água, por não tomarem muito espaço e ainda, dependendo da
situação, poderem se utilizar apenas da transmissão de calor por convecção natural, são
muito utilizados em pequenas e médias instalações. Hoje, com o custo crescente da
água e as restrições ao seu uso, a utilização desse tipo de condensador tem sido
ampliada para instalações de grande porte.
Evaporadores
Evaporador é a parte do sistema de refrigeração onde o fluido refrigerante sofre
uma mudança de estado, saindo da fase líquida para a fase gasosa. É chamado, às
vezes, de serpentina de resfriamento, resfriador da unidade, serpentina de congelamento,
congelador, etc.
Embora o evaporador seja às vezes um dispositivo muito simples, ele é
realmente a parte mais importante do sistema. Qualquer sistema de refrigeração é
projetado, instalado e operado com o único fim de retirar calor de alguma substância.
Como esse calor tem que ser absorvido pelo evaporador, a eficiência do sistema
depende do projeto e da operação adequada do mesmo.
A eficiência do evaporador em um sistema de refrigeração depende de três
principais requisitos, que devem ser considerados no projeto e seleção do mesmo:
1 - Ter uma superfície suficiente para absorver a carga de calor necessária, sem uma
diferença excessiva de temperatura entre o refrigerante e a substância a resfriar.
2 - Deve apresentar espaço suficiente para o refrigerante líquido e também espaço
adequado para que o vapor do refrigerante se separe do líquido.
3 - Ter espaço suficiente para a circulação do refrigerante sem queda de pressão
excessiva entre a entrada e a saída.
74
O Processo de Evaporação
Após passar pela válvula de expansão, o fluido refrigerante é admitido no
evaporador na forma líquida. Como a pressão no evaporador é baixa, o fluido
refrigerante se evapora com uma temperatura baixa. No lado externo do evaporador há
um fluxo de fluido a ser refrigerado (água, solução de etileno-glicol, ar, etc.), Figura 41.
Como a temperatura desse fluido é maior que a do refrigerante, este se evapora.
Após todo o refrigerante se evaporar, ele sofrerá um acréscimo de temperatura
denominado superaquecimento.
75
Figura 42 – Evaporador Inundado
O evaporador “seco” (Figura 45 e Figura 46), título que não esclarece bem o
sistema, possui um dispositivo de controle do refrigerante que admite apenas a
quantidade de líquido suficiente para que ele seja totalmente evaporado até atingir a
saída da serpentina. Todo refrigerante sai da serpentina em estado seco, i.e., como
vapor seco.
76
Figura 45 – Evaporador Seco de Superfície Primária
77
Figura 48 –Evaporadores de Superfície Estendida
Tipos de Evaporadores
Um tipo de evaporador é o evaporador de serpentina de placas. O mesmo é feito
de lâminas planas de metal interligadas por curvas de tubo soldadas a placas contíguas.
Pode ser feita também de placas rebaixadas ou ranhuras e soldadas entre si, de modo
que as ranhuras formem uma trajetória determinada ao fluxo do refrigerante (Figura 49).
São mais comumente utilizadas como serpentinas de prateleiras em congeladores. O
refrigerante circula através dos canais e o produto a congelar é colocado entre as placas
(Figura 50).
Esse tipo de evaporador pode ser produzido pelo sistema Roll-Bond, ou seja:
• tomam-se duas chapas de alumínio, imprime-se nas mesmas canais em grafite com o
formato desejado;
• faz-se a união das chapas por caldeamento a 500ºC (o caldeamento não ocorre nos
pontos onde há grafite);
• os canais são expandidos sob uma pressão de 150 atm, retirando de dentro todo o
grafite e deixando o formato dos canais.
Evaporadores de placa construídos em alumínio pelo sistema Roll-Bond tem um
Coeficiente Global de Transmissão de Calor (K) entre 5 e 7 kcal/h.cm², tendo ainda um
espaço de aproximadamente 30mm entre os canais.
Os evaporadores possuem ainda, junto aos canais, um acumulador de sucção. O
acumulador é uma extensão do evaporador que tem como objetivo receber as variações
de carga e assegurar que o refrigerante no estado líquido não atinja o compressor. Em
um evaporador Roll-Bond, esse acumulador tem a forma de uma colmeia que representa
de 15 a 20% do volume do evaporador (Figura 51).
78
Figura 49 –Evaporadores de Placas
79
condensador tubular e a outros trocadores de calor. Esse tipo de evaporador é usado
para resfriar água, que é, por sua vez, circulada através das unidades de resfriamento do
ar. Nesta construção, a água flui pelos tubos do resfriador, ao passo que o refrigerante
líquido que circunda a superfície externa dos tubos se evapora ao absorver calor da
água.
80
Sistemas de Expansão Direto e Indireto
Um sistema de serpentina de expansão direta (dx) é um método direto de
refrigeração em que o evaporador está em contato direto com o material ou espaço a
refrigerar ou se localiza em passagens de circulação de ar que se comunicam com esse
espaço. O evaporador de um sistema direto pode incluir qualquer tipo de trocador de
calor, como serpentinas de tubos, resfriadores tubulares, serpentinas aletadas ou
qualquer dispositivo no qual um refrigerante primário, como amônia, Freon ou dióxido
de carbono, seja circulado e evaporado com a finalidade de resfriar qualquer material
em contato direto com a superfície oposta do trocador de calor.
Ao contrário desse sistema, está o sistema indireto: o refrigerante é evaporado na
serpentina do evaporador, que está imerso em um tanque de salmoura. A salmoura, um
refrigerante secundário, é então circulada para as serpentinas das câmaras frigoríficas
para resfriá-las, em lugar da serpentina que contém o refrigerante primário.
A distinção entre um sistema de expansão direto e outro sistema qualquer não
está no tamanho ou formato do equipamento de transferência de calor, mas no processo
de transferência empregado: ou pelo processo de calor latente, através da evaporação
do refrigerante primário, ou pelo processo do calor sensível, com um refrigerante
secundário (Figura 54).
Descrição K (kcal/m².h.ºC)
Evaporador tubular inundado 244,15 – 732,45
Resfriador de salmoura tubular afogado 146,49 – 488,30
Evaporador de água seco tubular, com Freon nos tubos, água na carcaça 244,15 – 561,55
Evaporador Baudelot, água, inundado 488,30 – 976,6
Evaporador Baudelot, água, seco 292,98 – 732,45
Evaporador de tubo duplo, água 244,15 – 732,45
Evaporador de tubo duplo, salmoura 244,15 – 610,38
Evaporador de serpentina e carcaça 48,83 – 122,08
Evaporador de água, tubular de aspersão 732,45 – 1220,75
81
Dispositivos de Expansão
Tubo Capilar
Os tubos capilares normalmente são aplicados em sistemas de refrigeração de
pequeno porte, como: condicionadores de ar residenciais, refrigeradores domésticos,
vitrines para refrigeração comercial, freezers, bebedouros de água, etc.
83
Figura 57 – Segunda situação na seleção de Tubo Capilar
84
3,4 0,8 2,6 0,8
700-800 - -
2,7 0,8 2,2 0,8
2,9 0,8 2,4 0,8 1,8 0,8
800-900
2,4 0,8 2,2 0,8 4,9 1,0
2,2 0,8 1,8 0,8 4,6 1,0
900-1000
5,0 1,0 4,7 1,0 4,3 1,0
4,8 1,0 4,5 1,0 3,8 1,0
1000-1100
4,4 1,0 4,1 1,0 3,1 1,0
4,2 1,0 3,9 1,0 3,0 1,0
1100-1200
3,6 1,0 3,4 1,0 2,6 1,0
3,4 1,0 3,2 1,0 2,4 1,0
1200-1300
3,1 1,0 2,9 1,0 5,0 1,2
3,0 1,0 2,7 1,0 4,8 1,2
1300-1400
2,6 1,0 2,2 1,0 4,3 1,2
2,4 1,0 5,4 1,2 4,1 1,2
1400-1500
5,2 1,2 4,9 1,2 3,7 1,2
4,9 1,2 4,7 1,2 3,6 1,2
1500-1600
4,6 1,2 4,2 1,2 3,3 1,2
4,3 1,2 4,0 1,2 3,1 1,2
1600-1700
3,9 1,2 3,7 1,2 2,9 1,2
3,9 1,2 3,6 1,2 2,8 1,2
1700-1800
3,6 1,2 3,4 1,2 2,6 1,2
3,5 1,2 3,3 1,2 2,5 1,2
1800-1900
3,2 1,2 3,0 1,2 2,3 1,2
3,1 1,2 2,9 1,2 2,2 1,2
1900-2000
2,8 1,2 2,4 1,2 2,0 1,2
2,6 1,2 2,2 1,2 1,8 1,2
2000-2500
5,3 1,5 4,8 1,5 3,9 1,5
5,1 1,5 4,6 1,5 3,7 1,5
2500-3000
3,6 1,5 3,4 1,5 2,4 1,5
3,4 1,5 3,2 1,5 2,3 1,5
3000-4000
2,2 1,5 4,8 1,8 3,7 1,8
2,0 1,5 4,6 1,8 3,5 1,8
4000-5000
3,4 1,8 3,2 1,8 4,2 2,0
3,2 1,8 3,0 1,8
5000-6000 - -
3,6 2,0 2,2 1,8
7000 2,8 2,0 2,4 2,0 - -
8000 2,9 2,2 2,7 2,2 - -
9000 2,4 2,2 2,2 2,2 - -
10000 3,6 2,5 3,0 2,5 - -
11000 2,8 2,5 2,4 2,5 - -
L = comprimento em metros (m) D = diâmetro interno em milímetros (mm)
CONSIDERAÇÕES
• temperatura de condensação: 54ºC
• comprimento de troca de calor entre capilar e sucção: 1,2m
• capilar para sistema com R-134a: como o R-134a possui um efeito refrigerante
superior ao R-12, reduz-se o fluxo de massa requerido para uma dada capacidade,
Conseqüentemente, o tubo capilar precisa Ter seu diâmetro interno diminuído ou o
comprimento acrescido de 10 a 20% em relação ao mesmo capilar usado com R-12,
85
Tabela 15 - Seleção de Tubo Capilar para GÁS R-22
Temperatura de Evaporação (ºC)
Capacidade
+7,2 -6,7
(BTU/h)
L D L D
5,0 1,0
1400-1600 - -
4,6 1,0
4,5 1,0
1600-1800 - -
3,9 1,0
3,6 1,0
1800-2000 - -
3,0 1,0
3,6 1,0 2,8 1,0
2000-3000
4,2 1,2 3,5 1,2
4,0 1,2 3,3 1,2
3000-4000
2,3 1,2 5,4 1,5
2,1 1,2 5,2 1,5
4000-5000
3,6 1,5 3,2 1,5
3,4 1,5 3,0 1,5
5000-6000
2,4 1,5 2,1 1,5
7000 3,9 1,8 3,3 1,8
8000 2,4 1,8 3,4 2,0
9000 3,3 2,0 - -
10000 2,4 2,0 - -
12000 3,6 2,2 - -
14000 2,2 2,2 - -
16000 3,0 2,5 - -
18000 2,1 2,5 - -
L = comprimento em metros (m) D = diâmetro interno em milímetros (mm)
CONSIDERAÇÕES
• temperatura de condensação: 54ºC
86
4000-5000 3,5 2,0
3,0 2,0
L = comprimento em metros (m) D = diâmetro interno em milímetros (mm)
CONSIDERAÇÕES
• temperatura de condensação: 54ºC
• Capilar para sistemas com R-404A: como o R-404A possui efeito refrigerante
superior ao R-502, reduz-se o fluxo de massa requerido para uma dada capacidade.
Conseqüentemente, o tubo capilar precisa ter seu comprimento aumentado de até
15% ou o diâmetro interno diminuído, em relação ao mesmo capilar usado com o R-
502.
Válvulas de Expansão
É um dispositivo que tem a função de controlador de maneira precisa a
quantidade de refrigerante que penetra no evaporador.
Os principais tipos de válvulas de expansão são:
1. Válvula Manual;
2. Válvula Automática;
3. Válvula de Bóia;
4. Válvula Elétrica;
5. Válvula Termostática.
87
Válvulas de Expansão Automáticas
As Válvulas de Expansão Automáticas, Figura 59 ,se destinam a manter uma
pressão de sucção maior e constante no evaporador, independente das variações de
carga de calor.
São válvulas de funcionamento muito preciso. Uma vez bem reguladas mantém
praticamente constante a temperatura do evaporador, daí serem utilizadas quando se
deseja um controle exato de temperatura.
88
Existem dois tipos de válvulas de expansão de bóia: 1) válvula de expansão de
bóia do lado de baixa pressão e 2) válvula de expansão de bóia do lado de alta pressão.
90
As Válvulas de Expansão Eletrônicas (Figura 63), regulam o fluxo de
refrigerante por meio de um microprocessador. Este microprocessador controla
superaquecimento por meio de termistor e transdutor. O líquido refrigerante entra a alta
pressão pela parte inferior da válvula passando por uma série de orifícios calibrados,
uma bucha deslizante abre ou fecha os orifícios, modificando a área de passagem. Um
motor de passo controla a bucha deslizante.
91
Figura 64 – Válvula de Expansão Termostática com Equalizador Interno
92
Com o evaporador funcionando a 2,6kgf/cm², usando-se refrigerante R-12, a
temperatura de saturação é de 4,4ºC. Enquanto restar algum líquido no evaporador, a
temperatura da mistura refrigerante mais gás permanecerá em 4,4ºC. À medida que a
mistura se desloca através da serpentina, sua temperatura aumenta devido à absorção do
calor do produto ou do ar que está sendo resfriado. Num ponto próximo à saída da
serpentina, onde está localizado o bulbo remoto, a pressão do refrigerante permanece
em 2,60 kgf/cm²; no entanto, a temperatura aumenta até 10ºC. O bulbo remoto, em
contato íntimo com a linha de sucção, assume a mesma temperatura. Como o bulbo e a
tubulação contém fluído com as mesmas características pressão-temperatura do
refrigerante usado, a pressão dentro do bulbo remoto e do elemento sensor de
temperatura corresponderá à temperatura de 10ºC no bulbo remoto, ou seja, 3,28
kgf/cm². Esta pressão será exercida no lado superior do diafragma. Contudo, esta força
é equilibrada pela pressão no evaporador de 2,60 kgf/cm² mais a pressão da mola de
0,68 kgf/cm², correspondentes aos 5,6ºC de superaquecimento requeridos. Nesta
condição, a válvula está em equilíbrio. Qualquer aumento na carga térmica (ou
diminuição no refrigerante) aumentará o superaquecimento e a pressão no lado superior
do diafragma, fazendo com que ele abra a válvula, admitindo mais refrigerante no
evaporador. Uma diminuição na carga ou um aumento no refrigerante reduzirá o
superaquecimento e a pressão superior no diafragma, deixando a mola atura a válvula na
direção de fechamento. Nas condições de funcionamento, a válvula atinge uma situação
de equilíbrio, em que a vazão do refrigerante equilibra a carga térmica.
Observe-se que a maior parte das válvulas de expansão termostática é ajustada
na fábrica para um superaquecimento de 5,6ºC e dimensionada de modo que seja
necessário um superaquecimento adicional de 2,2ºC para levar a válvula à posição
totalmente aberta. A mola de superaquecimento é ajustável dentro da faixa de 3,3 a
5,6ºC. De um modo geral, quanto maior a ajustagem do superaquecimento, tanto mais
baixa a capacidade do evaporador, pois uma parte maior da serpentina será usada para
criar o superaquecimento necessário à atuação da válvula.
O superaquecimento deve ser ajustado para dar passagem ao refrigerante em
quantidade suficiente para aproveitar a superfície do evaporador sem permitir que o
refrigerante líquido atinja o compressor.
94
ser escolhida em um catálogo. Os catálogos de fabricantes mostram geralmente a
capacidade de refrigeração associada à vazão que a válvula pode manter. Para
proporcionar uma reserva de capacidade, a maioria dos fabricantes apresenta uma
capacidade de refrigeração de aproximadamente 75% da proporcionada pela vazão
máxima da válvula.
A vazão depende da diferença de pressão através da válvula. A vazão para uma válvula
completamente aberta pode ser calculada pela seguinte fórmula:
onde A é a área do orifício da válvula (m²), C é uma constante empírica que depende da
razão entre o diâmetro do orifício e do diâmetro de entrada da válvula, ∆P é a diferença
de pressão entre a entrada e a saída do refrigerante (Pa) e ρ é a massa específica do
refrigerante ao entrar na válvula.
Embora o refrigerante que deixa a válvula de expansão seja uma mistura de
líquido e vapor, a equação dada acima se aplica somente ao líquido, uma vez que o
processo de vaporização inicia-se após a passagem pela válvula.
A válvula de expansão termostática deve operar em uma faixa de temperatura de
vaporização bastante larga. Assim, uma válvula de baixa temperatura de vaporização,
e.g., não deve somente controlar a vazão de refrigerante na temperatura do projeto,
como também deve alimentar o evaporador convenientemente durante os períodos
transitórios de redução de temperatura do sistema.
A Figura 69 mostra o comportamento da capacidade frigorífica de uma válvula
de expansão termostática típica, em função da temperatura de condensação e
vaporização.
95
Compressores
O compressor é o coração do sistema de compressão de vapor. É usado por uma
única razão: recuperar o líquido expandido para que ele possa tornar a ser usado
inúmeras vezes (fechando o ciclo). Se um reservatório de amônia fosse expandido na
serpentina de resfriamento e descarregado na atmosfera, o efeito refrigerante seria o
mesmo, mas:
1º) seria preciso repor o reservatório cada vez que se esgotasse;
2º) como a amônia é um refrigerante de alta toxidade e inflamabilidade, ocorreriam
problemas de intoxicação de pessoas e/ou incêndios nas proximidades da instalação;
3º) o custo de funcionamento do sistema seria demasiadamente elevado.
96
Figura 70 – Tipos de Compressores Frigoríficos
1 - Baixa Pressão;
2 - Média/Alta Pressão;
3 - Pressão Comercial.
O uso de um compressor fora da sua faixa de aplicação pode resultar nas seguintes
conseqüências:
97
• Perda de rendimento;
• Superaquecimento;
• Alto consumo de energia;
• Redução drástica da vida útil e
• Perda da capacidade de partida.
Compressores Alternativos
Os compressores alternativos foram os primeiros a ser utilizados comercialmente
em refrigeração industrial. Apesar disso, este tipo de compressor vem sendo
aprimorado, e não se pode considerá-lo um tipo antiquado de compressor.
Acompanhando as tendências apresentadas pelas máquinas rotativas, a rotação destes
têm aumentado durante os últimos 20 anos, a rotação variou de 120 a 180 rpm nos
primeiros compressores até rotações da ordem de 3000 rpm nos compressores mais
modernos.
Divididos em Compressores Abertos, Semi-Herméticos e Herméticos, os
compressores alternativos são o elemento fundamental na indústria de refrigeração.
99
Compressores Alternativos Herméticos
São normalmente de pequena capacidade e tanto o motor de acionamento
(elétrico) como o compressor são encerrados dentro de um único invólucro. Tem como
grande vantagem o não vazamento de refrigerante através da ponta de eixo, como pode
ocorrer com os compressores abertos, pois não possuem parafusos. Não existe assim a
possibilidade de acesso aos componentes internos para o caso de manutenção, devido a
isso, são descartáveis, ou seja, em caso de queima a única solução é a substituição total
do equipamento.
O Processo de Compressão
Normalmente se entende por compressão as três fases pelas quais o refrigerante
passa dentro do cilindro do compressor. São elas:
1. Admissão;
2. Compressão e
3. Descarga.
100
Figura 75 – Movimento do Pistão do Compressor
Compressão
Ao iniciar o movimento ascendente, o pistão faz com que a pressão suba
ligeiramente, o que fará com que a válvula de sucção se feche. O gás dentro do cilindro
ficará confinado e, com a subida do pistão, haverá um aumento de pressão e temperatura
devido à diminuição do volume do gás.
O pistão continuará a subir e a compressão só se encerrará no momento em que a
pressão dentro do cilindro atingir o ponto de abertura das molas que até então
mantinham a válvula de descarga fechada.
Descarga
Com a pressão interna sendo maior que a das molas da válvula de descarga, esta
se abre permitindo o escoamento do gás (a alta pressão e temperatura) para a câmara de
descarga do compressor. Este processo tem início pouco antes do fim do movimento
ascendente do pistão e termina quando se inicia o movimento descendente.
Volume Nocivo
Volume Nocivo ou Espaço Nocivo é o espaço entre a face do pistão e a placa da
válvula de descarga no ponto morto superior do curso. Esta folga deve ser a menor
possível, de modo a forçar o vapor de refrigerante comprimido a passar pela válvula de
descarga. Qualquer vapor remanescente irá se expandir novamente no curso de sucção,
enchendo parcialmente o cilindro e reduzindo o seu volume efetivo, i.e., a eficiência
volumétrica do compressor.
ηV)
Eficiência Volumétrica (η
A eficiência volumétrica é um parâmetro básico na análise do desempenho dos
compressores alternativos. A eficiência volumétrica devida ao volume nocivo é
chamada “Eficiência Volumétrica Teórica” é representada pelo símbolo ηV. A
eficiência volumétrica real é aquela que associa todos os efeitos e é representada pelo
símbolo ηVR.
101
Na Figura 76 está representado um ciclo teórico completo de compressão.
Usando esta figura, pode-se deduzir uma expressão para a eficiência volumétrica teórica
em função das propriedades termodinâmicas do refrigerante e das características
construtivas do compressor.
Da definição de eficiência volumétrica, têm-se:
V1 − V4 V1 − V0 + V0 − V4
ηV = =
VC VC
V1 − V0 V0 − V4
ηV = +
VC VC
VC V0 − V4
ηV = +
VC VC
V0 − V4
ηV = 1 +
VC
V0 V4
ηV = 1 − − 1
VC V0
V4 v S
≅ onde S ≡ sucção e D ≡ descarga.
V0 v D
Assim, têm-se:
102
V0 vS
ηV = 1 − − 1
VC vD
P4 .v 4k = P0 .v 0k
têm-se:
P 1k
V
ηV = 1 − 0 D − 1
VC PS
onde:
V0 – volume nocivo;
VC – volume da cilindrada do compressor;
PD – pressão absoluta de descarga;
PS – pressão absoluta de sucção do compressor e
k – expoente da politrópica.
π .D 2
VD = . L . Z . i . N . 60 (m³/h)
4
onde:
103
Matematicamente a eficiência volumétrica real pode ser expressa pela seguinte
equação:
104
Normalmente os fabricantes de compressores frigoríficos apresentam a
capacidade frigorífica do compressor na forma de tabelas (ou gráficos) em função da
temperatura de condensação (tC) e de vaporização (t0) para uma dada temperatura de
admissão.
A Figura 77 e a Tabela 18 são exemplos da apresentação da capacidade
frigorífica de compressores.
105
Compressores SICOM (R-12, R-22 e R-502)
ηC)
Eficiência de Compressão (η
A eficiência de compressão é definida como sendo a razão entre a potência
teórica necessária ao compressor (W & ) , para realizar o processo de compressão do
C
W&
ηC = C
&
W eixo
106
dado compressor operando em um dado ciclo.
107
Acessórios para Compressores
Os principais acessórios para os compressores alternativos são:
Os cabeçotes resfriados a água são cabeçotes com camisas onde circula água
para resfriar a descarga do compressor (Figura 80). É de uso comum em sistemas de
temperatura abaixo de –30ºC, onde a temperatura de descarga do compressor atinge
temperaturas muito altas.
Nos cabeçotes de segurança (Figura 81) a válvula de descarga é normalmente
montada numa placa separada. Esta placa é fixada por fortes molas que se apoiam na
cabeça do cilindro. No caso de o refrigerante líquido ou o óleo, que não são
compressíveis, penetrarem no cilindro, esta placa se ergue, superando a pressão das
molas, evitando-se danos sérios ao compressor.
Figura 80 – Cabeçote resfriado a água (camisa de água). A Cavidade de Alívio aumenta a folga do
cilindro inserindo um Espaço Nocivo
108
Figura 81 – Cabeçote de Segurança
109
Figura 83 – Separador de óleo com filtro demister
Na primeira, uma parte do gás não é comprimido, i.e., ele é sugado para dentro o
compressor e, em seguida, expulso para fora pelo lado de baixa pressão, diminuindo o
deslocamento final do compressor. Esse recurso permite que o compressor opere em
condições de carga térmica parcial, proporcionalmente ao número de cilindros
carregados, (Tabela 19).
110
Figura 84 – Componentes Básicos do Compressor
112
1. Corpo 18. Furos de Lubrificação
2. Eixo 19. Muflas de Descarga
3. Biela 20. Cano de Sucção
4. Pistão 21. Suporte Interno
5. Pino 22. Carcaça
6. Placa de Válvulas 23. Cano de Descarga
7. Válvula de Sucção 24. Molas de Suspensão
8. Válvula de Descarga 25. Solda
9. Cabeçote 26. Serpentina de Descarga
10. Pescador de Óleo 27. Aletas Rotor
11. Divisor 28. Terminal Hermético
12. Nível de Óleo 29. Cabos de Ligação
13. Resfriador de Óleo 30. Bobina de Partida
14. Mancal Principal 31. Bobina de Trabalho
Estator
Formado por um conjunto de chapas magnéticas, contendo canais onde ficam
alojadas a bobina de trabalho (mais externamente) e a bobina auxiliar (mais
internamente), Figura 87.
113
Bobinas
Uma bobina é um fio contínuo de cobre isolado (geralmente por uma camada de
verniz especial) enrolado em forma de espiras (carretel). Quando neste fio, assim
enrolado, circular corrente elétrica, surgirá um forte campo magnético (eletroímã).
No caso do motor elétrico, o campo magnético é de tal forma produzido que
atrai o rotor fazendo-0 girar.
Rotor do Eixo
O rotor (parte giratória do motor) constitui-se de um cilindro formado por chapas
magnéticas circulares, Figura 88. Um eixo é fixado ao rotor para que ser movimento
seja transmitido à biela que por sua vez o transmitirá ao pistão.
Figura 88 – Rotor
Conjunto Eixo/Biela(Cruzeta)/Pistão
O sistema de acionamento do pistão do compressor é feito pelos sistemas de
biela (Figura 89) ou de cruzeta (Figura 90). Em ambos os sistemas, o movimento de
rotação do eixo é transformado em movimento alternativo (vai e vem) transferindo-o
para o pistão do compressor.
114
Na extremidade inferior do eixo existe um sistema de “bomba de óleo”
(pescador - Figura 91 ) responsável pela lubrificação das partes que estão em atrito no
conjunto.
115
Figura 91 – Pescador
Placa de Válvulas
Na placa de válvulas estão fixadas as lâminas que formam a válvula de descarga
e a válvula de sucção. A função destas válvulas é promover a sucção do gás pelo tubo
de sucção, comprimindo-o através do tubo de descarga (Figura 93).
116
Figura 93 – Funcionamento da Válvulas
Compressores de Parafuso
O compressor Rotativo de Parafuso (Screw Compressor) consiste de dois fusos,
um macho e outro fêmea (Figura 94 e Figura 95). Um destes fusos é acionado pelo
motor e o “engrenamento” dos dois faz com que haja uma rotação. Os dois fusos estão
montados dentro de uma carcaça e apoiados em mancais de rolamentos. Uma vez
aspirado para dentro do compressor o gás será comprimido pelo movimento dos dois
fusos até atingir a descarga. Ao longo deste percurso a pressão subirá.
117
Figura 94 – Fusos de um Compressor de Parafuso
118
O rotor (fuso) macho tem quatro saliências e o rotor fêmea, seis. Assim, o rotor
macho gira 50% mais rápido. O rotor fêmea funciona principalmente como uma
vedação girante para o gás que se move axialmente através da máquina. Geralmente a
entrada é por cima, em uma das extremidades, e a descarga é por baixo, na extremidade
oposta (Figura 94). No lado da entrada, quando uma saliência do rotor macho se
destaca da do rotor fêmea, o vácuo que se forma faz com que o gás penetre pela abertura
de sucção. Quando o comprimento total do canal já aspirou uma carga de gás de
entrada, a abertura de entrada é bloqueada. Isto ocorre em aproximadamente um terço
de volta. Um pouco depois, uma saliência do rotor macho começa o engrenamento com
o canal do rotor fêmea, começando no lado da aspiração. A extremidade oposta do
canal é vedada, do lado da descarga, por uma placa. À medida que a saliência do rotor
macho comprime o gás, no interior do canal do rotor fêmea, realiza-se a compressão.
O gás aprisionado, à pressão desejada, é foçado através de uma abertura na placa
de compressão, quando ela é descoberta por uma saliência do rotor macho. O mesmo
ocorre com os canais subseqüentes do rotor fêmea.
Originalmente, o inventor deste tipo de compressor utilizou parafusos “secos”.
Os dois parafusos (saliências) eram mantidos separados (para evitar desgaste) por
engrenagens nos dois eixos. Estas máquinas apresentavam aquecimento comparável a
qualquer outro tipo de máquina de deslocamento positivo. Além disso, havia
vazamento de gás na folga entre as saliências e na folga entre os rotores e o cilindro,
tanto nas paredes como nas extremidades. Para que o vazamento fosse relativamente
pequeno em relação ao deslocamento, utilizam-se altas velocidades, o que tornava as
máquinas ruidosas. A solução foi encontrada no uso do “parafuso molhado”
aperfeiçoado. O líquido injetado no cilindro é óleo lubrificante, mas sua função
principal é o resfriamento do gás por contato direto durante a compressão. O óleo
também veda as folgas e atua como lubrificante.
Nenhum outro tipo de compressor mecânico permite a introdução de grandes
volumes de líquido resfriador dentro do próprio compressor. Este resfriamento interno
teria as mesmas vantagens num compressor a pistão ou centrífugo mas, obviamente, isto
não é possível. O resfriamento interno significa não só um baixo aquecimento da
máquina devido à compressão como, também, a possibilidade de se atingirem altas
relações de compressão num só estágio, sem resfriadores intermediários.
Os compressores a seco são utilizados na refrigeração. São especificados
freqüentemente, porém apenas para aplicações especiais. Por outro lado, os
compressores rotativos de parafuso helicoidal imerso em óleo são projetados para
funcionamento a altas pressões, para todas as aplicações, com todos os refrigerantes
usuais: R-12, R-22, R-502 e amônia. Modernamente, encontram-se máquinas
padronizadas de 100 a 1000 toneladas de capacidade, funcionando a 3600 rpm.
Como os demais componentes do sistema de refrigeração não trabalham com
grandes quantidades de óleo em seu interior, é necessário fazer a separação do óleo e do
fluido refrigerante, que são descarregados no compressor. A separação se dá em dois
estágios; o primeiro é mecânico e o segundo através de um filtro (tipo coalescer ou
demister), Figura 97.
119
Figura 97 – Separador de Óleo de um compressor a parafuso
Controle da Capacidade
O controle da capacidade desse tipo de compressor é feito através de uma
válvula de gaveta na extremidade de entrada do compressor (Figura 98). A válvula tem
como finalidade principal retornar à entrada uma parte variável do gás aspirado pelas
saliências helicoidais. Ela pode ser controlada continuamente desde a plena capacidade
até quase zero. A válvula em questão fica dentro do invólucro do rotor. O movimento
axial da válvula é programado por um dispositivo de controle com comando eletrônico
de estado sólido e acionamento hidráulico (Figura 99). Quando o compressor funciona
à plena carga, a válvula de gaveta fica na posição fechada. A diminuição da carga se
inicia quando a válvula é deslocada para trás, afastando-se do batente.
O deslocamento da válvula cria uma abertura na parte inferior do invólucro do
rotor, através da qual passa o gás aspirado de volta à abertura de entrada, antes de ser
comprimido. Como não houve trabalho fornecido ao gás em quantidade significativa,
não há perdas apreciáveis.
A capacidade reduzida do compressor é obtida do gás que permanece na parte
interna dos rotores e que é comprimida na maneira normal. Reduções de capacidade até
o valor de 10% da capacidade nominal são conseguidas pelo movimento gradual da
válvula. Em princípio, o aumento da abertura na parte inferior do invólucro reduz o
deslocamento do compressor.
120
Figura 98 – Controle de Capacidade de um compressor a parafuso
121
Junto ao compressor funcionam, ainda, equipamentos como a bomba de óleo e o
resfriador de óleo.
A bomba de óleo é do tipo de engrenagens que bombeia o óleo a ser injetado no
compressor. Normalmente a pressão de óleo deve ser de 03 a 01 bar mais alta que a
pressão de descarga do compressor.
O resfriador de óleo é necessário porque, normalmente, o reservatório de óleo se
encontra na descarga do compressor, de forma que é necessário retirar o excesso de
calor que o óleo adquiriu ao ser comprimido junto do gás. Existem 03 tipos de sistema
para se resfriar o óleo, a saber:
122
Figura 101 – Resfriamento por Injeção de Líquido
123
Figura 103 – Compressor de múltiplas palhetas
D=
4
(
π 2
)
A − B 2 .L(velocidade de rotação ) (m³/s)
onde:
A – diâmetro do cilindro (m)
B – diâmetro do rotor (m)
L – comprimento do cilindro (m)
velocidade de rotação (rps)
Compressores Centrífugos
O primeiro compressor centrífugo em instalações frigoríficas foi introduzido por
Willis Carrier, em 1920. De lá para cá este tipo de compressor tornou-se o mais
utilizado em grandes instalações. Eles podem ser utilizados satisfatoriamente de 200 a
10.000kW (172.10³ a 8,6.106kcal/h) de capacidade de refrigeração. As temperaturas de
124
evaporação podem atingir a faixa de –50 a –100ºC, em sistemas de estágios múltiplos,
embora uma aplicação bastante generalizada do compressor centrífugo seja o
resfriamento da água até 6 a 8ºC em instalações de ar condicionado.
125
4. Verificar a pressão de ar nos controles pneumáticos, se houver.
5. Operar a unidade de purga até eliminar todo o ar do sistema; isto deve sempre ser
feito antes da partida.
6. No caso de acionamento por motor síncrono, fechar o registro da sucção apenas o
necessário.
7. No caso de acionamento por turbina, préaquecê-la.
8. Caso seja necessário para a partida, fechar o circuito de bloqueio dos dispositivos de
segurança;
9. Acelerar a máquina até sua velocidade nominal e certificar-se de que a pressão de
óleo nos selos de óleo está correta.
10. Abrir a alimentação de ar para os controles nas máquinas de controle pneumático
automático.
11. Abrir a alimentação de água de resfriamento de óleo do motor e do redutor.
12. Operar à alta velocidade se a máquina ratear. Isto acelera a purga.
126
Figura 105 – Controle de variação automático para compressor centrífugo
Compressores Scroll
Os compressores scroll (espiral), Figura 107, são um novo conceito de
compressores para refrigeração. São herméticos, i.e., não se tem acesso aos seus
componentes e em caso de quebra ou “queima”, são substituídos. Trabalham de forma
mais silenciosa e vibram menos que os seus concorrentes para uma mesma potência.
Estão sendo largamente utilizados em sistemas de refrigeração de porte médio.
O compressor scroll tem o seguinte princípio de operação (ver Figura 108 e
Figura 109):
A sucção do gás é feita em (A). O gás passa pela abertura entre o motor (C).
Entrando na câmara em (D) onde é preso pela espiral móvel. O óleo vindo com o gás é
separado por câmaras e jogado nas superfícies internas do compressor para lubrificação
e retorna para o reservatório.
O gás preso pela espiral é “empurrado” pelo movimento da espiral móvel,
movendo-se entre esta última e a espiral fixa até o centro das espirais. Ao concluir seu
percurso, o gás já comprimido e em alta pressão é descarregado na cúpula (cabeçote) do
compressor, sendo então descarregado (E).
127
Figura 107 – Compressor Scroll
128
Figura 109 – Funcionamento do Compressor Scroll
Compressores Automotivos
O compressor está localizado normalmente na parte dianteira do veículo, junto
ao motor. É acionado pela polia da árvore-de-manivelas, por intermédio de uma correia
específica.
O compressor normalmente é do tipo alternativo, com êmbolos na posição
horizontal (Figura 110 e Figura 111). O seu acionamento é feito através de um disco
excêntrico integrado ao eixo. Possui válvulas de entrada e de saída ou do tipo válvula
de controle. O movimento é recebido através da polia acoplada com embreagem
eletromagnética.
129
Figura 111 – Vista em corte de um compressor automotivo
Embreagem Magnética
A embreagem magnética é usada para conectar e desconectar o compressor ao
motor do veículo. Seus principais componentes são: estator, rotor e cubo.
Princípio de Funcionamento
Quando a corrente elétrica flui através do enrolamento, como mostra a Figura
112, uma força magnética é gerada na parte II que atrai a parte I
Construção
A embreagem magnética consiste de estator, rotor com polia e um cubo que tem
a função de movimentar o compressor, utilizando a rotação proveniente do motor do
veículo e acoplamento magnético para transmitir esta rotação do motor ao compressor
(Figura 113).
130
Figura 113 – Embreagem Magnética
Operação
Enquanto o motor está em funcionamento a polia está girando, desde que
conectada à polia do motor por uma correia tipo “V” ou “poli V”, mas o compressor não
opera antes de ser energizado.
Quando o sistema de ar condicionado está ligado, o amplificador fornece
corrente para o enrolamento do estator. Então a atração eletromagnética atrai o cubo
contra a superfície de fricção da polia. A fricção/atrito entre cubo e polia, Figura 113,
permite a movimentação do compressor.
A embreagem eletromagnética é montada na polia (Figura 114), onde faz o
compressor funcionar somente quando necessário, através da corrente elétrica de 12
volts da bateria. Essa corrente é proveniente dos relés ou do termostato ou do termistor
ou ainda dos interruptores de baixa e de alta pressão do sistema, que pode ser controlado
pelo módulo de controle eletrônico do veículo.
131
132
Bibliografia Refrigeração
1. ______; “Eletricidade”. Revista Oficina do Frio, Ano 2, N.º 10, Nov.-Dez. 1994,
pág. 11 a 14.
2. Rahn, Marco; “Válvulas de Expansão”. Revista Oficina do Frio, Ano 06, Nº 42,
Julho 1998, pág. 32 a 35.
3. Jabardo, J. M. S.; “Válvulas de Expansão Termostática – Parte I”. Revista
Tecnologia da Refrigeração, Ano 02, Nº 15, Novembro 2001, pág. 28 a 39.
4. Athayde, Adriana; “Busca pela melhoria da Eficiência”. Revista Oficina do Frio,
Ano 06, Nº 47, Julho 1998, pág. 17 a 22.
5. ______; “Coleção Técnica 1 – Evacuação e Desidratação da Unidade Selada”.
Revista Oficina do Frio, Ano 2, N.º 11, Jan.-Fev. 1995, pág. 20 a 28.
6. DuPont do Brasil S.A.; “FREON - Fluorcarbonos Freon, Propriedades e
Aplicações”, Boletim Técnico.
7. ______; “Refrigeração Básica.” Apostila.
8. Hoechst do Brasil Química e Farmacêutica S. A.; “System Reclin 134a”, Boletim
Técnico.
9. Elf Atochem - ATO; Boletim Técnico.
10. ASHRAE; “1997 ASHRAE HANDBOOK – Fundamentals”; Capítulo 6 –
Psychrometrics.
11. Mendes, Luiz Magno de Oliveira; “Refrigeração e Ar-Condicionado – Teoria,
Prática, Defeitos”; Editora Ediouro, SP, 1994.
12. Creder, Hélio; “Instalações de Ar Condicionado”. 3ª Edição; Livros Técnicos e
Científicos Editora S.A., RJ, 1988
13. Elonka, S.M. e Minich, Q.W.; “Manual de Refrigeração e Ar Condiconado; Editora
McGraw-Hill; 1978; SP
14. ASHRAE; “1997 ASHRAE HANDBOOK – Fundamentals”; Capítulo 6 –
Psychrometrics.
15. Pizzetti, Carlos; “Acondicionamiento del aire y refrigeracion – teoria y cálculo de
las instalaciones”. Editorial Interciencia; Madrid, Espanha, 1970.
16. Mendes, Luiz Magno de Oliveira; “Refrigeração e Ar-Condicionado – Teoria,
Prática, Defeitos”; Editora Ediouro, SP, 1994.
17. Creder, Hélio; “Instalações de Ar Condicionado”. 3ª Edição; Livros Técnicos e
Científicos Editora S.A., RJ, 1988
18. Elonka, S.M. e Minich, Q.W.; “Manual de Refrigeração e Ar Condiconado”; Editora
133
McGraw-Hill; 1978; SP
19. Stoecker, W. F. e Jones, J. W.; “Refrigeração e Ar Condicionado”; Editora
McGraw-Hill; 1985; SP
20. ASHRAE, “1997 ASHRAE Handbook: Fundamentals”; 1997; Atlanta, GA, USA
134