O documento discute a arte afro-brasileira, sua origem na África e influência no Brasil. A arte africana reflete a cultura e espírito dos povos africanos e foi trazida para o Brasil pelos escravos. Apesar da tentativa de desafricanização, os africanos mantiveram aspectos de sua cultura no Brasil e influenciaram a arte brasileira, fundindo elementos africanos, indígenas e portugueses.
O documento discute a arte afro-brasileira, sua origem na África e influência no Brasil. A arte africana reflete a cultura e espírito dos povos africanos e foi trazida para o Brasil pelos escravos. Apesar da tentativa de desafricanização, os africanos mantiveram aspectos de sua cultura no Brasil e influenciaram a arte brasileira, fundindo elementos africanos, indígenas e portugueses.
O documento discute a arte afro-brasileira, sua origem na África e influência no Brasil. A arte africana reflete a cultura e espírito dos povos africanos e foi trazida para o Brasil pelos escravos. Apesar da tentativa de desafricanização, os africanos mantiveram aspectos de sua cultura no Brasil e influenciaram a arte brasileira, fundindo elementos africanos, indígenas e portugueses.
O documento discute a arte afro-brasileira, sua origem na África e influência no Brasil. A arte africana reflete a cultura e espírito dos povos africanos e foi trazida para o Brasil pelos escravos. Apesar da tentativa de desafricanização, os africanos mantiveram aspectos de sua cultura no Brasil e influenciaram a arte brasileira, fundindo elementos africanos, indígenas e portugueses.
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A ARTE
AFRO-BRASILEIRA*
Rita de Cssia Alves Lotti Silva
Resumo: a cultura afro-brasileira est presente em toda a tra-
jetria de formao do povo brasileiro. O Brasil foi o pas que mais recebeu escravos africanos e, aps a abolio, a luta pelo seu reconhe- cimento na sociedade tem sido incessante. Falar em uma cultura afro-brasileira implica abordar as lutas sociais, a miscigenao, a dis- criminao, o sincretismo e a contribuio cultural de um modo geral. Somente compreender o objeto artstico afro-brasileiro aquele que souber o significado das formas, das cores e das disposies espaciais desses objetos em seu contexto. A arte negra reflete o esprito de um povo. O esprito de um povo que, uma vez cativo, buscou manter sua cultura e sua crena usando artifcios de toda espcie, lutando por sua integridade, mesmo atado ao tronco.
Palavra chave: cultura, frica, Brasil
Um canto de amor raa que silenciosa incorporou sua representa-
o neste pas e se transformou nele. (Emanuel Arajo)
O continente africano acolhe uma grande variedade de culturas, carac-
terizada cada uma delas por um idioma prprio, tradies e formas artsticas. So agrupamentos regionais que criam peculiaridades prprias, o que permite farta variedade em suas formas de expresso e justifica tanta influncia exercida nos demais continentes, principalmente em sua lingua- gem artstica.
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ALGUMAS CARACTERSTICAS DA ARTE AFRICANA
A arte africana est fortemente ligada aos costumes tribais, e certamente
nela encontram-se refletidos o esprito de seu povo, a sua conscincia de mundo e a sua religiosidade. Poderamos endossar alguns autores (OSTROWER, 1998; RODRIGUES, 2004) que encontram, na arte africana, um reflexo extrema- mente sincero de suas crenas, mitos, histrias, bem como um extravasar espon- tneo e singular de seus humores caractersticos, num colorido que vai alm da ousadia natural presente em algumas obras primitivas, atingindo, com a fora de suas combinaes, no somente o apreciador comum, mas tambm a crtica internacional e inmeros artistas que, de outros continentes, buscam em seus estudos analisar e absorver algo em sua enigmtica e complexa simplicidade. A arte africana no apenas religiosa como se diz, mas , sobretudo, filosfica. A evocao dos mitos nas artes da frica um tributo s origens ao passado, com vistas perpetuao no futuro da cultura, da sociedade, do territrio. E assim, essas artes relatam o tempo transcorrido; tocam no problema da espacial idade e da oralidade. Para uma perfeita compreenso de nossa cultura material necessrio que consideremos algumas caractersticas da cultura e da arte africanas, pois toda produo artstica afro-brasileira est embebida nesses padres, o peso da tradio antepassada perpassa por todos seus domnios. Para o africano, a existncia ocorre em dois nveis, o Ai-terra e o Orm-plano invisvel, que pode ser sentido e vivido atravs de alguns mecanismos rituais. Quando fala- mos de arte afro-brasileira devemos ter estes conceitos em mente, pois influ- enciou inmeros dispositivos culturais trazidos para o Brasil com as diversas etnias. As manifestaes artsticas no iderio africano so muito mais que sim- ples objetos estticos, pois sempre foram um meio de comunicao com o plano espiritual. Na vinculao da arte com a cosmologia, as representaes iconogrficas se tornaram no apenas um meio de comunicao privilegiado com o mundo sobrenatural, mas instrumentalizaram a materialidade da vida cotidiana, fazendo da arte um elemento fundamental para a valorizao da cultura e para a afirmao da identidade negra. Os povos africanos faziam seus objetos de arte utilizando diversos elementos da natureza. A escultura em marfim, as conhecidas mscaras entalhadas em madeiras e tantos ornamentos em ouro e bronze revelam o cotidiano e os aspectos naturais do continente e de cada regio, alm de sua forte ligao com motivos religiosos. A histria da arte africana remonta ao perodo pr-histrico. As for- mas artsticas mais antigas so as pinturas e gravaes em pedra de Tassili e
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Ennedi, na regio do Saara (6.000 aC ao sc. I da nossa era). A principal atividade artstica voltava-se para a escultura (JANSON; JANSON, 1996, p.19-20), em diversos materiais, incluindo as modeladas em argila dos ar- tistas da cultura Nok (norte da Nigria), feitas entre 500 aC e 200 dC (Fi- gura 1). Destacam-se tambm os trabalhos decorativos de bronze de Lgbo-Ukwu dos sculos IX e X (Figura 2) e as magnficas esculturas tanto em bronze quanto em terracota de If do sc. XII ao XV (Figura 3).
Fonte: National Museum, Lagos, Nigria. Disponvel em: <http://www.images.google.com.br/ imgres ?imgur>.
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Figura 3 - Fragmento de uma cabea, If Ioruba, 1100-1500 Terracota1 Fonte:2006/09/fragment-of-a-head-nigeria-ife-yoruba - 1100-1500-terra-cotta. Disponvel em: <http)://espacotempo.files.wordpress.com/.
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Algumas caractersticas das esculturas de Nok parecem ter influen- ciado largamente a arte africana at os dias de hoje. Cabeas cilndricas, grandes em proporo s pernas pequenas, detalhes do vesturio e de pen- teados, a forma dos olhos e dos lbios salientes. Em If, percebe-se um esforo por atingir as propores naturais do corpo humano, em contraponto a uma forte tendncia estilizante na representao do rosto humano, em que os olhos e os lbios se projetam protuberantes. A arqueologia no pode explicar a origem e a difuso da metalurgia na frica, uma vez que parece haver uma lacuna entre a Idade da Pedra e a Idade do Ferro. Os africanos que vieram para a Amrica como escravos j se encontravam bastante desenvolvidos e dominavam a metalurgia e a arte cermica.
A INFLUNCIA DA ESCRAVIDO NA ARTE AFRICANA
A relao da vida com as manifestaes artsticas, com as formas de
comunicar, foi desestruturada graas s incurses europias em busca de escravos, o que alterou irreversivelmente a estrutura social nativa. A cons- tante troca de produtos manufaturados por escravos causou a decadncia do artesanato negro-africano. Devido ao trfico negreiro milhes de negros foram violentamente arrancados da sua terra O crescimento do comrcio de escravos, que per- durou por sculos, provocou guerras contnuas entre estados africanos do litoral, que abasteciam os europeus, e as tribos do interior. Entre mortos na caada de escravos e na viagem dos navios negreiros, a frica perdeu de 50 a 200 milhes de habitantes, em menos de quatro sculos. Portugal foi o primeiro pas da Europa a realizar o comrcio de es- cravos negros. Isso foi possvel porque os portugueses dominavam muitas regies da frica. Os negros que vieram para o Brasil foram trazidos para c pelos portugueses durante os perodos colonial e imperial e pertenciam a dois grupos principais: os bantos, que vinham do sul da frica, principalmente de Angola, e geralmente eram levados para Pernambuco, Rio de Janeiro e Minas Gerais; os Sudaneses, que vinham principalmente da Costa do Marfim, em sua maioria desembarcavam na Bahia. A arte africana chegou ao Brasil atravs desses escravos. Na poca do escravismo, a desafricanizao1 foi a principal estrat- gia dos dominadores para fazer com que os cativos esquecessem o mais rapidamente suas condies de africanos e assumissem a de negros, marca
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de subalternidade. Isto para prevenir o banzo2 e o desejo de rebelio ou fuga, reaes freqentes, posto que antagnicas. O processo de desafricanizao comeava ainda no continente de origem, com converses foradas ao cristianismo, antes do embarque. De- pois, vinha a adoo compulsria do nome cristo, seguido do sobrenome do dono que representava, para o africano, verdadeira tragdia de ampu- tao. Apesar disso, os africanos nunca iriam esquecer sua origem. Il, em orub, quer dizer casa ou templo, lugar de cultuar os costumes da ptria abandonada. Lugar de onde os negros sempre teriam saudade e que procurariam reconstruir de alguma forma aqui no Brasil.
INFLUNCIA NEGRA NA ARTE BRASILEIRA
Todos sabem da imensa influncia negra na cultura brasileira desde
o sculo XVI: msica,dana, alimentao, religio, vocabulrio, vesturio e adornos. Sua presena contribuiu decisivamente para que a arte brasilei- ra assumisse caractersticas prprias. Em muitos casos, os elementos arts- ticos africanos fundiram-se com os indgenas e portugueses, para gerar novos componentes artsticos de uma magnfica arte afro-brasileira. At os dias atuais encontramos dificuldade em convencionar o que seja arte afro-brasileira, isto se d pela complexidade de uma manifestao que no se configura somente em campo artstico, mas tambm nos cam- pos social, religioso e cultural, num tipo de arte que no diz nada sozinha, que necessita de seu contexto, de sua histria, de suas pessoas para se fazer viva. Os primeiros estudos acerca da cultura afro-brasileira datam dos sculos XVIII e XIX. Debret, Rugendas, Carlos Julio, entre outros docu- mentalistas, resgataram das ruas, praas, festas populares e manifestaes religiosas uma ampla e preciosa iconografia de costumes. As primeiras obras denotam uma viso extica do escravo africano, em tudo diferente aos olhos dos europeus ainda desacostumados aos trpicos. Etnlogos coletavam ob- jetos com o objetivo de evitar a perda dessas culturas e tambm para tes- temunharem a respeito da origem e da evoluo do homem. Essas peas, na verdade, eram apreciadas por seu exotismo e pela raridade de seus ma- teriais constituintes. O valor atribudo cultura afro e a seus objetos est- ticos era ligado sempre sua capacidade de informar a respeito dos estgios primitivos da cultura humana. No sculo XIX, o negro volta o olhar para si mesmo. o momento em que os escravos exibem a troca do trabalho no engenho e na casa gran-
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de pelo manuseio da paleta. Uma litografia de Johann Moritz Rugendas Mercado de Negros de 1935 (Figura 4) expe uma cena de escravido tirada de uma gravura do prprio Rugendas Mercado de escravos de 1834 (Figura 4a). Mas o que vale ressaltar aqui nesse contexto o negro que desenha sobre a parede. Ficcional que seja, a imagem indica um feito excepcional: durante a escravido, quando a representao dos africanos e afro-descendentes era restrita, um cativo se vale das artes plstico-visuais como meio de auto-representao (CONDURU, 2007, p. 50). A partir da segunda metade do sculo XIX, o processo gradativo que vai levar abolio da escravatura traz, para Rio de Janeiro, milhares de negros livres em busca de trabalho, que vm juntar-se aos africanos, crioulos e mestios que j ganhavam vida na antiga capital do imprio, principalmente nas zonas central e porturia. Esses negros livres que vo constituir a Pequena frica e outros ncleos dinamizadores da arte no Rio de Janeiro.
Figura 4 Mercado de Negros, litografia de Rugendas 18351
Fonte: frica e Brasil Africano. Marina de Mello e Souza
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Figura 4a - Mercado de Escravos, gravura de Rugendas. 1834.1 Fonte: disponvel em: <http://www.polemica.uerj.br/pol16/cimagem/zecaligier>.
INFLUNCIA DA ARTE NEGRA NO BARROCO BRASILEIRO
No Barroco brasileiro, so ntidas as influncias africanas e temos a
presena no somente dos anjos mulatos, mas diria que da genuna arte mu- lata. Madonas negras pintadas nas paredes das igrejas dos brancos bem como Madonas brancas recebendo as oraes de negros, imagens de santos africanos compondo altares de brancos, anjinhos negros, mulatos (Figura 5 e 5a) e bran- cos brincando entre guirlandas, que simulam uma ingnua harmonia celestial bem distante da realidade terrena.
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Figura 5 Anjos msicos. Manoel da Costa Atade -1801/1812 Fonte: Arte Afro-Brasileira. Roberto Conduru
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Figura 5a Nossa Senhora cercada de anjos msicos - madona e anjos apresentam traos africanos - Manoel da Costa Atade - 1800 a 1812
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Outro singular exemplo de adaptao e reformulao interpretativa so as imagens de Cosme e Damio (Figura 6), que na Europa eram dois mdicos e que no foram representados juntos seno no Brasil, onde em geral so afixados sobre o mesmo pedestal, tomando a forma de dois irmos g- meos, tal qual os Ibeji (gmeos) do culto africano (Figura 6a). No processo de representao catlica dos negros na Colnia, h So Elesbo, um rei etope que derrotou um rei rabe, o triunfo de um negro sobre um branco, Santa Efignia princesa da Nbia, convertida por So Mateus, So Benedito siciliano descendente de escravos, Santo Antonio de Noto mulumano escravizado por cristos e Nossa Senhora do Rosrio, protetora das irman- dades terceiras dos negros de onde teriam surgido os teros feitos com se- mentes de um tipo de capim chamadas de lgrimas de Nossa Senhora.
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Figura 6a - Ibeji Yoruba, 1 Fonte: coleo particular
Mas o ponto culminante a eleio de Nossa Senhora Aparecida, uma
Maria de Nazar negra (Figura 7), como padroeira do Brasil, cuja imagem de cor canela sugere sua afro-descendncia, a qual surgiu na rede de um pes- cador em 1717 ( CONDURU, 2007). Pode-se falar ainda de imagens cujo sexo faz meno fecundidade na estaturia africana, recobertas por vestes esculpidas ou por tecidos e brocados. Como na frica, a arte negra no Brasil est intimamente ligada idia da sua
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cultura, de seu cotidiano e de seus ritos religiosos, extremamente iconogrfica e saudosista. A arte catlica tambm faz pensar na mo-de-obra afro-descen- dente que a produziu com nomes que despontam no sculo XVIII: Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, e Valentim da Fonseca e Silva, o mestre Valentim, considerados uns dos pontos mais altos da arte no Brasil.
Figura 7 Nossa Senhora Aparecida 1717 - terracota2
Fonte: <www.santuarionacional.org.br>.
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Na arte afro-brasileira predominam as esculturas em duas dimen- ses, talvez por questes de ordem econmica, embora tambm na fri- ca se encontrassem esculturas bidimensionais (mesmo com volume s possuem altura e largura) na representao dos smbolos (ferramentas) dos orixs (deuses e entidades). As esculturas afro-brasileiras parecem mesmo uma forma de buscar sua identidade tnica (mistura dos povos), de diferenciar sua cultura (mistura de religies e costumes), j que tan- tos objetos de uso cotidiano se revestem de carter simblico. Os uten- slios de uso cotidiano, portas e portais para suas casas, cadeiras e utenslios diversos. Muitas so as caractersticas artsticas trazidas da frica e inseridas na arte produzida aqui no Brasil, to envolvidas em nossa realidade miscigenada, que encontramos elementos tradicionalmente africanos ao lado de influncias da esttica branca. Caractersticas como a posio tra- dicional de joelhos numa figura perfeitamente equilibrada em torno de um eixo, ou ainda os olhos salientes concepes tipicamente africanas unem-se ao uso de traos fisionmicos do branco, como o nariz e a boca, a forma dos seios e tambm na representao do formato da cabea, que passa a ter tamanho mais proporcional ao corpo, padro diferente dos adotados originalmente. O que considerado arte afro-brasileira? difcil dizer. Por certo no somente a arte feita por negros no territrio brasileiro. Iorubs, Bantus e Nags esto no Brasil misturados a ndios, europeus, asiticos... So parte de nossa cultura, so parte de ns, so parte de nossa arte. A arte afro-bra- sileira est em toda parte, permeia os templos de umbanda, j bastante in- tegrada com as culturas europia e indgena. Passeia tambm pelas igrejas barrocas e por toda a arte feita no Brasil, j que estamos todos lado a lado, partilhando de espaos, culturas e crenas que se misturam. No temos mais uma arte afro-brasileira, luso-brasileira, sio-brasileira, nativo-brasi- leira..., e, segundo as palavras de Milena Teixeira, o que temos uma arte cheia de faces, de cores, rica em sua cultura miscigenada. Temos uma arte brasileira. A tomada de conscincia sobre a igualdade e valorizao do homem de qualquer etnia importante para o estudo e busca de nossas razes. Com a implantao da lei n. 10.639, de 09 de janeiro de 2003 (Anexo A), ficou decretada a obrigatoriedade do ensino sobre Histria e Cultura Afro-Bra- sileira. Este ainda um desafio para ns educadores, mas, com certeza, a consolidao de um projeto que diminui as diferenas do nosso processo histrico.
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Notas 1 Desafricanizao o processo pelo qual se tira ou se procura tirar de um indivduo os contedos que o identificam com sua origem. 2 Banzo nostalgia, saudade que os negros da frica sentem da ptria; esta nostalgia pode ser consi- derada um suicdio forado, tendo o banzo dizimado os negros pela inanio, fastio ou apatia.
Referncias
CONDURU, R. Arte Afro-Brasileira. C/ Arte, Belo Horizonte : 2007.
JANSON, H.W., JANSON, Anthony F. Iniciao histria da arte. Trad. Jefferson Camargol, 2ed., So Paulo: Martins Fontes, 1996. OSTROWER, F. Universos da arte. 14. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1998. RODRIGUES, N. Os africanos no Brasil. 8. ed. Braslia: Ed. da UnB, 2004.
Abstract: the Afro-brazilian culture is presente in all the trajectory of the
Brazilian people formation. Brazil was the country which recieved the largest number of African slaves and, after the abolishing, the fight for the acceptance in the society has been endless. To speak about Afro-Brazilian culture implies also the social fights, miscegenation, discrimination, syncretism and cultural contribution generally. One only will understand the afro-Brazilian artistic object, only with an understanding of forms, colors, spacial disposition of these elements in the context. The Afro art reflects its peoples spirit. Peoples spirit that once was captive but choose to keep the integrity of its own culture and believes using all sorts of tolls. Fighting for its integrity, even when it was chained to a pole.
Key words: Culture, frica, Brazil
* Artigo apresentado como Trabalho de Concluso do curso de Ps-Graduao em Filosofia da Arte.
RITA DE CSSIA ALVES LOTTI SILVA
Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Catlica de Gois (UCG) e em Matemtica pela Universidade Federal de Gois. Ps-graduada em Filosofia da Arte pela Universidade Estadual de Gois/Instituto de Filosofia e Teologia de Gois.
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Anexo A
Presidncia da RepblicaCasa CivilSubchefia para Assuntos Jur-
dicos
LEI No 10.639, DE 9 DE JANEIRO DE 2003.
Mensagem de veto Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de
1996, que estabelece as diretrizes e bases da educao nacional, para incluir no currculo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temtica Histria e Cultura Afro-Brasileira, e d outras providncias. O PRESIDENTE DA REPBLICA Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1o A Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigo- rar acrescida dos seguintes arts. 26-A, 79-A e 79-B: Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e mdio, oficiais e particulares, torna-se obrigatrio o ensino sobre Histria e Cultura Afro- Brasileira. 1o O contedo programtico a que se refere o caput deste artigo incluir o estudo da Histria da frica e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formao da sociedade nacional, resga- tando a contribuio do povo negro nas reas social, econmica e poltica pertinentes Histria do Brasil. 2o Os contedos referentes Histria e Cultura Afro-Brasileira sero ministrados no mbito de todo o currculo escolar, em especial nas reas de Educao Artstica e de Literatura e Histria Brasileiras. 3o (VETADO) Art. 79-A. (VETADO) Art. 79-B. O calendrio escolar incluir o dia 20 de novembro como Dia Nacional da Conscincia Negra. Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.
Braslia, 9 de janeiro de 2003; 182o da Independncia e 115o da
Repblica.
LUIZ INCIO LULA DA SILVA
Cristovam Ricardo Cavalcanti Buarque
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