Tese Do Jung
Tese Do Jung
Tese Do Jung
ESCOLA DE ENGENHARIA
PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENGENHARIA DE PRODUO
Porto Alegre
2010
CARLOS FERANDO JUNG
Porto Alegre
2010
3
__________________________________
Prof. Dr Carla Schwengber ten Caten
PPGEP / UFRGS
Orientadora
___________________________________
Prof. Dr Carla Schwengber ten Caten
Coordenadora PPGEP / UFRGS
Banca Examinadora:
DEDICATRIA
AGRADECIMENTOS
Agradeo a Prof Dr Carla S. ten Caten pelo apoio, confiana, competncia e pacincia
demonstrados em suas orientaes em todas as inmeras vezes que lhe solicitei, principalmente,
porque sempre se disps a responder os vrios mails e telefonemas durante quatro anos;
Agradeo aos membros da banca, Prof. Dr. Olivio Bochi Brum, Prof. Dr. Fernando Dewes
e Prof. Dr. Jos Luis Duarte Ribeiro por suas valiosas contribuies durante o processo de
avaliao que aperfeioaram esta tese;
Agradeo aos professores, Ph.D. Lia Buarque de Macedo Guimares, Dr Mrcia Elisa Soares
Echeveste, Dr. Fernando Gonalves Amaral e Dr. Jos Luis Duarte Ribeiro que contriburam para
minha formao e, em especial, para ser possvel a realizao de tantas outras pesquisas e obteno de
vrias publicaes cientficas durante o perodo do curso;
Agradeo Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em especial ao programa
de Ps-graduao em Engenharia de Produo (PPGEP), pela oportunidade oferecida ao meu
desenvolvimento intelectual;
Agradeo ao meu filho, Henrique Jung, pela compreenso demonstrada durante todo este
perodo em que estive mais dedicado a cincia do que a sua companhia. No entanto, sinto-me feliz
porque juntos encontramos outras formas de compartilhar os poucos momentos disponveis, que
fortaleceram ainda mais nossa relao;
Agradeo a minha esposa, Prof Simone Jung, pela tolerncia e apoio demonstrados sem os
quais no seria possvel manter a lucidez frente a este desafio;
Agradeo a minha me, Prof Znia Heller, pelo exemplo e estmulo ao longo da minha
infncia s atividades de pesquisa bsica;
Agradeo ao meu pai in memory, Prof. Fernando C. Jung, pelo estmulo e parceria que
tivemos ao longo de 24 anos de atividades de pesquisa, desenvolvimento e produo industrial que,
sem dvida, foi fundamental compreenso da necessidade de manter sempre um equilbrio entre a
pesquisa bsica e a aplicada;
Agradeo a minha irm, Prof Fabiana Jung, pelo apoio recebido quando do auxlio prestado a
boa qualidade da execuo das minhas demais atividades profissionais, podendo assim me dedicar aos
estudos da tese;
Agradeo ao amigo e colega, Prof. Paulo Roberto von Mengden, pelo apoio e compreenso
que sempre demonstrou nos momentos difceis do meu dia a dia profissional.
Agradeo as Faculdades Integradas de Taquara Faccat, pelo apoio recebido durante este
perodo de formao.
6
RESUMO
Esta tese apresenta uma contribuio para a melhoria do processo de gesto do Programa de
Plos de Inovao Tecnolgica da Secretaria da Cincia e Tecnologia do Estado do Rio
Grande do Sul. O estmulo para a realizao deste trabalho teve origem na identificao de
fatores que podem estar afetando o desempenho do Programa de Plos. Desta forma, os
objetivos desta tese so: (i) identificar e compreender o princpio conceitual, desenvolvimento
histrico, funcionamento, modelo bsico para pesquisa e desenvolvimento, e a posio atual
do Programa de Plos de Inovao Tecnolgica do Estado do Rio Grande do Sul; (ii) analisar
o modelo bsico do processo de pesquisa e desenvolvimento (P&D) utilizado no Programa,
identificar semelhanas e diferenas do modelo bsico com os modelos utilizados pelos
diversos plos integrantes do programa e identificar os possveis problemas de gesto que
podem afetar a eficincia do Programa; (iii) identificar, analisar e sintetizar os problemas que
podem estar afetando as competncias dos pesquisadores e gerando casos de insucesso em
Pesquisa e Desenvolvimento (P&D); (iv) investigar a existncia e identificar os Fatores de
Bloqueio Criatividade de pesquisadores pertencentes a um Plo de Inovao Tecnolgica
que integra o Programa de Plos de Inovao Tecnolgica do RS; (v) desenvolver um Mtodo
para identificar caractersticas lineares e sistmicas em modelos de Desenvolvimento de
Produtos (DP); e (vi) desenvolver e implantar um Sistema para Gesto do Conhecimento em
P&D aplicado ao Programa de Plos de Inovao Tecnolgica do RS. Como resultados foi
possvel a obteno de novos conhecimentos cientficos e a proposio de um Mtodo para
Identificar as Caractersticas Lineares e Sistmicas em Modelos de Desenvolvimento de
Produtos e um Sistema para Gesto do Conhecimento em P&D Aplicado aos Plos de
Inovao Tecnolgica do RS.
ABSTRACT
SUMRIO
RESUMO .................................................................................................... 06
ABSTRACT ................................................................................................ 07
CAPTULO 1 .............................................................................................. 09
CAPTULO 1
1.1 INTRODUO
Ao longo do tempo uma srie de conceitos tm sido propostos para entender e explicar
os processos e relaes entre universidade-indstria-governo, tais como, os Sistemas
Nacionais de Inovao (LUNDVALL, 1992; NELSON 1993) e, os Sistemas Regionais de
Inovao (GULBRANDSEN, 1997; GEBHARDT, 1997;. De CASTRO et al., 1998).
Um Sistema de Inovao pode ser entendido a partir do modelo Triple Helix. Este
modelo prev a existncia de trs dimenses institucionais definidas para se configurar um
sistema de inovao, a saber: universidade, indstria e governo. Cada hlice representa um
dos parceiros, e o conjunto pode formar um mecanismo virtuoso para inovao. A interao
realizada pelas organizaes atravs da identificao e seleo das demandas, pesquisa,
desenvolvimento, produo e transferncia de tecnologia (LEYDESDORFF e ETZKOWITZ,
1996). Corroborando, Cespri (1997) afirma que cada vez mais existe uma convergncia entre
estes trs mundos antes muito distintos: pesquisadores de universidades, empresas e
10
governo. Esta convergncia tem sido explicada pelo modelo da Triple Helix, proposto por
Leydesdorrf e Etzkowitz (1996 e 1997), que forneceu sustentao terica.
Este modelo no-linear consiste em uma espiral de inovao que rene e estimula
mltiplas relaes recprocas entre os contextos institucionais pblico e privado, em
diferentes fases da produo do conhecimento cientfico e em vrios estgios do processo de
inovao para formar o chamado Triple Helix.
Figura 1 - Relao entre os artigos que compe a tese e seus respectivos objetivos e contribuies
13
1.2 OBJETIVOS
O objetivo geral da tese foi analisar e contribuir para a melhoria do processo de gesto
do Programa de Plos de Inovao Tecnolgica da Secretaria da Cincia e Tecnologia do
Estado do Rio Grande do Sul (SCT/RS).
1.3 JUSTIFICATIVA
Neste cenrio, o estudo proposto na tese tem por finalidade identificar e analisar os
problemas que podem afetar o desempenho do Programa de Plos de Inovao Tecnolgica
do RS, bem como, propor solues que possam contribuir para a melhoria da gesto do
processo de pesquisa e desenvolvimento de inovaes tecnolgicas.
15
Estudo 2 - Anlise do Modelo para P&D e Fatores que Impactam o Processo de Gesto do Programa de
Plos de Inovao do RS
Objetivo Questes de Pesquisa Referencial Terico Tipo de Pesquisa
Analisar o modelo do processo de
pesquisa e desenvolvimento
(P&D) utilizado no Programa de
Existem semelhanas ou diferenas
Plos de Inovao Tecnolgica do Bsica (OCDE, 2007);
entre o modelo bsico para P&D do
RS, identificar semelhanas e Sistemas de inovao;
Programa e queles utilizados pelos
diferenas do modelo bsico com Modelos de gesto para
demais Plos de Inovao? Exploratria;
os modelos utilizados pelos inovao;
Existem problemas ou fatores que
diversos plos integrantes do Gesto de projetos de P&D
afetam o desempenho e a gesto do Abordagem: Qualitativa
programa e, identificar os
Programa e dos Plos de Inovao?
possveis problemas de gesto que
podem afetar a eficincia do
Programa
Figura 3- Sntese do Estudo 2
Estudo 3 - Fatores que Impactam o Desempenho de um Programa Estadual de Inovao Tecnolgica sob
o Enfoque Macroergonmico
Objetivo Questes de Pesquisa Referencial Terico Tipo de Pesquisa
Identificar, analisar e sintetizar os
Quais problemas podem estar afetando
problemas que podem estar Bsica (OCDE, 2007);
as competncias dos pesquisadores e
afetando as competncias dos
gerando casos de insucesso em
pesquisadores e gerando casos de A problemtica sob o
determinados Plos de Inovao? Exploratria;
insucesso em Pesquisa e enfoque macroergonmico
A justificativa encontrada pela Equipe
Desenvolvimento (P&D) no
da SCT/RS para os casos de insucesso Abordagem: Qualitativa
Programa de Plos de Inovao
adequada?
Tecnolgica do RS
Figura 4- Sntese do Estudo 3
16
Estudo 6 - Uma Proposta de Sistema para Gesto do Conhecimento em P&D Aplicado aos Plos de
Inovao Tecnolgica do RS
Objetivo Questes de Pesquisa Referencial Terico Tipo de Pesquisa
Qual seria o sistema mais adequado
para a gesto do conhecimento para
proporcionar uma maior interatividade
entre o Programa de Plos,
pesquisadores e comunidade Aplicada (OCDE, 2007);
empresarial?
Desenvolver e implantar um Quais reas de trabalho que deveriam Desenvolvimento
O Programa de Plos de
Sistema para Gesto do ser disponibilizadas em um sistema de Inovao Tecnolgica do Experimental
Conhecimento em P&D aplicado informao para facilitar a gesto do RS; (OCDE, 2007);
ao Programa de Plos de Programa, atividades de pesquisa e
Gesto do conhecimento
Inovao Tecnolgica do RS difuso das tecnologias
desenvolvidas? Abordagem:
Qual aplicativo deveria ser Quanti-Qualitativa
desenvolido para facilitar o acesso as
tecnologias e facilitar a comunicao
entre as empresas e os Plos de
Inovao?
Figura 7 - Sntese do Estudo 6
Na sequncia, foi proposta uma pesquisa que teve por finalidade identificar quais
fatores poderiam estar contribuindo para um bloqueio da criatividade dos pesquisadores. Para
tanto, foi aplicado um instrumento de pesquisa elaborado com base na teoria
18
Nas pesquisas que tratam da Anlise do Modelo para P&D e Fatores que Impactam o
Processo de Gesto do Programa de Plos de Inovao do RS e dos Fatores que Impactam o
Desempenho de um Programa Estadual de Inovao Tecnolgica sob o Enfoque
Macroergonmico, os resultados foram obtidos a partir de um estudo de caso exploratrio,
com abordagem qualitativa. Este tipo de mtodo de pesquisa, segundo Yin (2001),
caracteriza-se pelo desenvolvimento de um nvel de anlise que torna possvel a identificao,
ordenao e classificao das diferentes formas dos fenmenos, com a finalidade de
compreender o como e o porque desses dentro de um contexto local e real. A abordagem
qualitativa oportunizou uma viso interpretativa da realidade do ponto de vista dos indivduos
ou contexto pesquisado (SILVA, GOBBI, e SIMO, 2005). No trabalho Anlise do Modelo
para P&D e Fatores que Impactam o Processo de Gesto do Programa de Plos de Inovao
do RS foram, em especial, utilizados os princpios do Mtodo de Anlise de Contedo
proposto por Bardin (2002), como tambm, foi utilizado um mtodo para elaborao de
mapas conceituais baseado em Heimlich e Pittelman (1990), Cossette e Audet (1992), Fiol e
20
Huff (1992). Para a construo dos mapas, foi utilizado o software CMap Tool, que uma
ferramenta distribuda gratuitamente pela University of West Florida.
Por fim, os resultados obtidos no trabalho Uma Proposta de Sistema para Gesto do
Conhecimento em P&D Aplicado aos Plos de Inovao Tecnolgica do RS foram obtidos a
partir de uma pesquisa e desenvolvimento experimental (P&D). O trabalho partiu de uma
pesquisa aplicada tendo por finalidade o estudo terico-experimental acerca dos aplicativos
(softwares) disponveis para a construo de um sistema de informaes destinado a
processos de gesto do conhecimento e, na sequncia, foi realizado o desenvolvimento
experimental que segundo a OECD (2007) consiste em utilizar o conhecimento cientfico e
prtico para o desenvolvimento de novos materiais, produtos, processos, dispositivos,
sistemas e servios, ou a otimizao dos existentes.
Esta tese est organizada em trs captulos. No primeiro captulo tem-se uma viso
geral da pesquisa realizada, o contexto e sua importncia como gerador de inovaes
tecnolgicas aplicadas ao desenvolvimento regional, os objetivos, a justificativa, o
delineamento do estudo, a descrio dos artigos propostos e as delimitaes da tese.
ARTIGO 2 Anlise do Modelo para P&D e Fatores que Impactam o Processo de Gesto do
Programa de Plos de Inovao do RS
2.1 ARTIGO 1
Artigo submetido
Espacios - Revista Venezolana de Gestin Tecnolgica (Caracas)
ISSN 0798 1015
CLASSIFICAO QUALIS/CAPES 2010:
B2 ENG III B1 MULTIDISCIPLINAR - B1 ADM
Artigo publicado no
Production and Operations Management Society (POMS) 20th Annual Conference
Orlando, Florida U.S.A. May 1 to May 4, 2009
24
Resumo
Este artigo descreve os resultados de uma pesquisa exploratria que teve por finalidade
compreender o modelo de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) utilizado nos Plos de
Inovao Tecnolgica do RS. Implantado em 1989 pela Secretaria da Cincia e Tecnologia,
este programa tem estimulado, atravs de parcerias entre o setor publico e privado o
desenvolvimento de novas tecnologias, produtos e processos adequados s diferentes regies
do estado do Rio Grande do Sul. Como resultados so apresentados os princpios conceituais,
o funcionamento, a estrutura do modelo e, as principais contribuies para o desenvolvimento
regional.
Palavraschave: Inovao, Pesquisa e Desenvolvimento, Polos, Desenvolvimento Regional.
Abstract
This paper describes the results of exploratory research into the Research and Development
(R&D) model employed in the Program for the creation of Technological Innovation Centers
in the State of Rio Grande do Sul, Brazil. Implemented in 1989 by the Secretariat of Science
and Technology of Rio Grande do Sul (RS), to promote sustainable regional development, this
program has stimulated the formation of public and private sector partnerships to generate
new technology, products and processes adapted to the specific conditions found in the
different regions in the State. The results described herein were obtained by a process of
exploratory research designed to investigate the conceptual principles and practical
operation of the R&D activities of the RS Program for the Creation of Center of
Technological Innovation, and the lateral development of this program so as to identify the
principal actions effectively contributing to regional development.
Key-words: Innovation, Research and Development, Centers, Regional Development.
25
1. Introduo
2. Procedimentos metodolgicos
Foram utilizadas cinco tipos de metodologias para as anlises, propostas por Bonsiepe
1978 e Crawford, 1983. As anlises realizadas foram: (i) conceitual, (ii) diacrnica do
desenvolvimento histrico, (iii) estrutural, e (v) funcional. Na sequncia, so apresentadas as
anlises conceitual, diacrnica do desenvolvimento histrico, estrutural e funcional do
Programa.
3. Estudo aplicado
Um Plo consiste em uma regio (formada por vrios municpios) reconhecida pela
Secretaria de Cincia e Tecnologia, sendo caracterizada por um determinado sistema ou
arranjo produtivo local (AP), uma comunidade de pesquisa (existente em universidades,
centros ou institutos de pesquisa) voltada para o desenvolvimento tecnolgico e outros
parceiros sociais interessados na difuso e utilizao das tecnologias, como: COREDES
(Conselhos Regionais de Desenvolvimento), municpios, associaes comerciais, industriais e
de servios, cooperativas, associaes de produtores, sindicatos e outros.
Atualmente, das 25 regies correspondentes aos COREDES, nas quais est dividido o
Estado do RS, 21 contam com Plos de Inovao ou Modernizao Tecnolgica implantados.
Em cada Plo de Inovao, existem Unidades Executoras responsveis pela gesto e execuo
dos projetos. Essas Unidades so normalmente instituies de ensino superior pblicas ou
privadas que possuem infra-estrutura para atividades de pesquisa e desenvolvimento (Souza,
2006).
A fase inicial, o Programa teve por meta principal a valorizao das potencialidades
dos sistemas ou arranjos produtivos locais. Segundo a SCT/RS (2007), o programa iniciou em
1989. A primeira fase estendeu-se at 1994 e foi caracterizada pela implantao dos primeiros
plos. Nesse perodo, cada um deles apresentava um plano ou programa de desenvolvimento,
onde eram apontados os investimentos, as reas e as aes necessrias para o perodo.
28
Aquacultura: 10
Eletrnica: 8
(9,61%)
Agropecuria: (7,69%)
Outros: 26
11 (10,57%)
(25%)
Construo Civil:
11 (10,57%)
Metal-mecnco:
14 (13,46%)
Agroindstria: Agricultura: 13
11 (10,57%) (12,5%)
No entanto, o processo de escolha e determinao dos projetos para P&D ainda eram
realizados pelos pesquisadores dos Plos de Inovao Tecnolgica com aprovao dos
Conselhos Regionais de Desenvolvimento. Na Figura 2, pode-se verificar a distribuio do
nmero de projetos em funo das reas mais destacadas em um total de 156 que foram
aprovados e conveniados na segunda fase.
Oleoqumica: 9 Infra-estrutura: 8
(5,76%) (5,12%)
Eletrnica: 7
Biotecnologia: 9 (4,48%)
(5,76%)
Outros: 35
Metal-mecnico: (22,43%)
13 (8,33%)
Agropecuria: 26
Agroindstria: 24 (16.66%)
(15,38%) Agricultura: 25
(16,02%)
A terceira fase do programa iniciou no ano de 2000 envolvendo uma srie de ajustes
orientados pela filosofia de tornar os plos ainda mais sensveis s demandas e a ao dos
setores produtivos locais. Com essa finalidade, foi incorporado no programa, o lanamento
de Termos de Referncia Anuais (editais) e a possibilidade de existir mais de uma Unidade
Executora por Plo (SCT/RS, 2007).
Sade: 9 Agropecuria: 8
Agroindstria:
(5,88%) (5,22%)
14 (9,15%)
Infra-estrutura:
Outros: 47
15 (9,80%)
(30,71%)
Meio
Ambiente: 17 Tecnologia de
(11,11%) Agricultura: 19 Alimentos: 24
(12,41%) (15,68%)
oportunizaram um fcil acesso as tecnologias de ponta por parte das empresas que at ento
necessitavam deslocar-se capital do estado.
Ao contrrio do que possa parecer, o nome Plo, com referncia a esse programa,
no significa uma pequena rea territorial, cercada ou delimitada, existente em um
determinado municpio onde esto instaladas empresas, centros ou institutos de pesquisa etc..
para atividades de desenvolvimento tecnolgico, mas, sim, uma macroregio onde cada
parceiro pode estar instalado em um ou mais locais e municpios que integram o Plo (Jung e
Caten, 2007).
O Programa possui vrias reas da atuao que foram identificadas a partir das
peculiaridades de cada regio. As vocaes e os arranjos produtivos locais (APL) so
prioritariamente valorizados, como tambm, so levadas em conta as competncias para P&D
das unidades executoras instaladas na regio de abrangncia de um Plo. Desta forma,
atualmente o Programa de Plos conta com as seguintes reas de ao: Agricultura,
Agroindstria, Aquacultura, Automao, Biotecnologia, Construo Civil, Couro e Calado,
Design, Eletroeletrnica, Energia, Malhas e Confeces, Informtica, Materiais, Meio
Ambiente, Metal Mecnica, Mveis, Oleoqumica, Pecuria, Pesca, Plstico, Recursos
Minerais, Sade, Tecnologia de Alimentos, Tecnologia da Informao, Telecomunicaes e
Turismo.
Por fim, o Governo do Estado realiza em cada regio onde existe um Conselho
Regional de Desenvolvimento uma consulta popular por votao eletrnica (via web),
facultativa, individual e secreta, onde qualquer integrante da comunidade, que esteja
habilitado eleitoralmente, pode escolher na relao de demandas elaboradas pelo COREDES
aquelas que mais atendem suas expectativas para a melhoria da qualidade de vida na regio. O
Governo do Estado posteriormente a determinao das demandas destina recursos financeiros
para as entidades executoras das propostas, acompanhando e fiscalizando o processo de
implantao.
Figura 5 Modelo funcional para escolha e determinao das demandas pela comunidade regional
Nos editais exigido que os projetos de pesquisa sejam propostos a partir de temas
originados em demandas regionais. Essas demandas so escolhidas em uma consulta popular
instituda e conduzida pelo Governo do Estado.
Aps o recebimento do projeto, novamente realizada uma avaliao com base nos
mesmos critrios. Essa avaliao efetuada pela equipe tcnico-cientfica da Secretaria da
Cincia e Tecnologia. Sendo favorvel o parecer referente ao projeto, aps esse ltimo
processo de avaliao, o mesmo aprovado.
4. Concluses
O artigo apresentou as anlises conceitual, do desenvolvimento histrico, funcional e
da posio atual do Programa Plos de Inovao Tecnolgica do RS, criado pela Secretaria da
Cincia e Tecnologia do RS para promover a integrao entre universidades e centros de
pesquisa com o setor produtivo privado, com a finalidade de serem desenvolvidas novas
tecnologias adequadas s diferentes demandas das regies do RS.
37
Referncias
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38
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39
2.2 ARTIGO 2
Artigo publicado no
XXVIII ENEGEP Encontro Nacional de Engenharia de Produo
Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008
40
Resumo
Este artigo descreve os resultados de uma pesquisa qualitativa que teve por objetivos analisar
o modelo bsico do processo de pesquisa e desenvolvimento (P&D) utilizado no Programa de
Plos de Inovao Tecnolgica do RS, identificando semelhanas e diferenas do modelo
bsico com os modelos utilizados pelos diversos plos integrantes do programa. Implantado
em 1989 pela Secretaria da Cincia e Tecnologia do RS, esse Programa tem estimulado,
atravs de parcerias entre o setor pblico e privado, a gerao de novas tecnologias, produtos
e processos adequados s diferentes regies do Estado do RS, com a finalidade de promover o
desenvolvimento regional sustentvel. O trabalho teve como principais resultados a
descoberta de uma nova proposta de modelo de P&D, a identificao de problemas de gesto
que afetam a eficincia do Programa de Plos e a sugesto de aes visando superar esses
problemas.
Palavraschave: Inovao, Pesquisa e Desenvolvimento, Plos Tecnolgicos
An Analysis of the R&D Model and Influence Factors for the Management Process
of the RS Innovation Centers Program
Abstract
This paper describes the results of qualitative research designed to analyze the basic model of
research and development (R&D) utilized in the Program of Centers for Technological
Innovation in the State of Rio Grande do Sul, Brazil indentifying similarities and differences
between the basic model and that utilized by the different centers participating in the
Program. The program was implemented in 1989 by the Office of the State Secretary of
Science and Technology, and by establishing partnerships between the respective public and
private sectors, has stimulated the creation of new technologies, products and processes
specially adapted to the requirements of the different communities in the State. In this way,
the Program has contributed considerably to the sustainable development of the entire
Region. The principle results obtained by this study were the discovery of a new proposal for
an R&D model; the identification of management problems that are affecting the efficiency of
the Program; and suggestions for action to correct these problems.
Key-words: Innovation, Research and Development, Technological Centers
41
1. Introduo
2. Referencial terico
Desta forma, ressalta-se a importncia de formar uma rede de competncias para P&D,
visando a gerao de novas tecnologias e a difuso de informaes tecnolgicas. Rocha e
Ferreira (2004) afirmam que atualmente estes fatores so considerados importantes
diferenciais para a determinao das vantagens competitivas de pases e empresas, influindo
no crescimento econmico, na gerao de riqueza e na melhoria da qualidade de vida de uma
comunidade.
O conceito de Sistema de Inovao foi proposto por Freeman (1998) quando formulou
a definio do Sistema Nacional de Inovao. Este autor imaginou o sistema como uma rede
43
Dalkaine (1992) afirma que existem dois nveis na gesto de projetos que so: (i) o
acionar institucional sobre o projeto, e (ii) o acionar do prprio projeto. O acionar
institucional deve abranger as reas de superviso e desenvolvimento gerencial, enquanto o
acionar do projeto deve atuar sobre os elementos que compe o processo de gesto dos
projetos.
3. Metodologia
3.1 Cenrio
Um Plo consiste em uma regio formada por vrios municpios, reconhecida pela
SCT/RS, sendo caracterizado por um determinado sistema ou arranjo produtivo local (APL),
uma comunidade de pesquisa (existente em universidades, centros ou institutos de pesquisa)
voltada para o desenvolvimento tecnolgico e outros parceiros sociais interessados na difuso
e utilizao das tecnologias, como: Conselhos Regionais de Desenvolvimento (COREDES),
entidades municipais, associaes comerciais, industriais e de servios, cooperativas,
associaes de produtores, sindicatos e outros.
Atualmente, das 24 regies correspondentes aos COREDES, nas quais est dividido o
Estado do RS, 21 contam com Plos de Inovao ou Modernizao Tecnolgica implantados.
46
Em cada Plo de Inovao, existem Unidades Executoras responsveis pela gesto e execuo
dos projetos. Essas Unidades so normalmente instituies de ensino superior pblicas ou
privadas que possuem infra-estrutura para atividades de pesquisa e desenvolvimento.
O Programa possui vrias reas da atuao que foram identificadas a partir das
peculiaridades de cada regio do estado pela Diviso de Plos de Inovao da SCT/RS. As
vocaes e os arranjos produtivos locais (APL) so prioritariamente valorizados e so levadas
em conta as competncias para P&D das unidades executoras instaladas na regio de
abrangncia de um Plo.
O segundo instrumento foi elaborado a partir dos resultados dessa entrevista inicial.
Foi elaborada uma entrevista que apresentava o esquema do modelo bsico do processo de
P&D descrito pelo chefe da diviso e uma questo aberta. Essa entrevista foi enviada por e-
mail a sete gestores de Plos de Inovao. A questo aberta possua a seguinte redao: A
partir do modelo diagramtico, representado abaixo, de um processo bsico de pesquisa e
desenvolvimento (P&D) utilizado em determinados Plos de Inovao, solicitamos que voc
descreva as semelhanas e/ou diferenas em relao ao processo utilizado atualmente em seu
Plo de Inovao.
47
4. Estudo aplicado
O modelo bsico de P&D utilizado pelo Programa de Plos descrito a partir dos
dados obtidos atravs de uma entrevista efetuada com o Chefe da Diviso de Plos de
Inovao Tecnolgica da Secretaria da Cincia e Tecnologia do RS. Relata o entrevistado
que, anualmente, aps a determinao de uma demanda regional escolhida por votao em um
processo de participao popular, realizado pelo Governo do Estado na regio do Plo de
Inovao, elaborado um termo de referncia que fixa a prioridade a ser atendida pelo
processo de P&D. Posteriormente, lanado um edital pela Diviso de Plos da SCT/RS que
prev e fixa os recursos financeiros para custear a aquisio de materiais permanentes
(equipamentos) e de consumo (material de expediente) destinados execuo de um ou mais
projetos de pesquisa e desenvolvimento, para cada Plo de Inovao que integra o Programa.
Aps o recebimento do projeto, novamente realizada uma avaliao com base nos
mesmos critrios. Essa avaliao efetuada pela equipe tcnico-cientfica da Secretaria da
Cincia e Tecnologia. Sendo favorvel o parecer referente ao projeto, aps esse ltimo
processo de avaliao, o mesmo aprovado. Aps a aprovao, a Diviso de Plos elabora
uma sntese do projeto e envia unidade executora do respectivo Plo de Inovao. Essa
sntese deve ser analisada, revista e ratificada em relao aos objetivos e metas propostas no
projeto. Na seqncia, assinado um convnio entre o Governo do Estado e a Unidade
Executora do Plo de Inovao para a formalizao das condies, destinao e liberao dos
recursos financeiros. No momento em que feita, por parte do Estado, a liberao dos
recursos financeiros, iniciada a execuo do projeto.
formatao dos projetos e encaminhamento ao Programa de Plos, (v) aprovao dos projetos
e assinatura dos convnios, (vi) pagamento dos valores do convnio, (vi) execuo dos
projetos, (vii) remessa de relatrios parciais SCT/RS, (viii) difuso e/ou extenso
tecnolgica e (ix) prestao de contas e envio de relatrio final. Informou, tambm, que ocorre
a participao de outras universidades na etapa de execuo do projeto. Essa participao
ocorre em atividades de pesquisa bsica.
O stimo gestor informou que o modelo bsico de P&D do Programa de Plos serviu
de referncia para implantao da atividade de P&D na prpria instituio. Relatou que o
Programa o principal parceiro para P&D. Considera o convnio uma parceria estratgica
que tem viabilizado a pesquisa nos cursos tecnolgicos da instituio de ensino superior em
que atua. Relata que, inclusive, a etapa 11 (registro de patente) recentemente foi incorporada
ao processo de P&D, devido ao envio da primeira solicitao de depsito de patente ao INPI.
52
5. Anlise
5.1 Semelhanas e diferenas dos diversos plos em relao ao modelo bsico de P&D
A partir das descries, constatou-se que a etapa 11 (Registro de Patente) no tem sido
utilizada na maioria dos casos. Isso evidenciado pelo relato do primeiro gestor, quando
afirmou que: [...] a maior parte dos projetos desenvolvidos atravs do Programa so
projetos de modernizao trazer e adaptar para a regio tecnologias existentes, e no de
inovao. Nesse caso, uma das provveis causas est relacionada aos problemas descritos
nos itens (v), (vi), (vii) e (xii) da Figura 2. O prprio gestor em sua descrio confirma esta
percepo, afirmando que: [...] em relao obteno de uma patente pelo Programa sou
um pouco ctico quanto a esta possibilidade, o Programa no tem regularidade suficiente
[...]. No entanto, tambm evidente, que o Programa tem viabilizado a obteno de
patentes. Nos relatos feitos pelos quarto e stimo gestores foi comprovada essa possibilidade.
Como resultado destas parcerias em nvel regional, estadual e nacional pode-se citar: a
obteno e registro de patentes, inclusive internacional; a consolidao da relao com o
principal parceiro nacional, a PETROBRS, e com o principal parceiro local, a INTECNIAL;
uma ampliao da interao e relacionamento com os centros de pesquisa; a formao de
novas parcerias com o setor privado como a BRASKEM, NATUROVOS, CAF IGUA e
a participao no Programa de Fortalecimento de Pequenas Agroindstrias da Meso Regio
Fronteira com o MERCOSUL financiado pelo Ministrio da Integrao e com abrangncia
nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paran. Atualmente as atividades de P&D
deste Plo de Inovao so dependentes em apenas 10 a 20% dos recursos provenientes do
Programa de Plos de Inovao do RS, sendo que os demais investimentos j so oriundos do
setor privado, outras Secretarias de Estado, associaes e entidades nacionais (SOUZA,
2006).
5.2 Problemas relacionados aos processos de gesto de P&D dos Plos e Programa
Os problemas, descritos nos itens (v), (vi), (vii) e (xii), reportados na Figura 2, tm
afetado o desempenho dos plos em relao gesto e, conseqentemente, aos resultados. Os
gestores dos plos pesquisados indicaram como principal problema relacionado gesto
pblica o item (v): atraso na liberao de verbas por parte da SCT/RS aos Plos de Inovao,
posterior a assinatura dos convnios. Em referncia a esta constatao, uma alternativa seria
uma ao integrada dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento (COREDES), no sentido
de conscientizar o Governo do Estado visando agilizar o repasse dos recursos aos Plos de
Inovao.
Constatou-se, ainda, que a totalidade dos gestores apontou como problemas que
afetam o desempenho: a deficincia de comunicao entre os Plos; a inexistncia de um
sistema de gesto de P&D que integre os Plos; a inexistncia de solues de tecnologia da
informao para troca de experincias e idias, e a dificuldade para escolha de mtodos
adequados para pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e processos em funo do tipo
da demanda e caractersticas metodolgicas.
6. Concluses
O modelo de P&D utilizado pelo Programa de Plos ainda necessita evoluir para uma
terceira e quarta gerao em relao ao processo de gesto da tecnologia. Um importante
diferencial para o Programa seria adotar uma estratgia para o desenvolvimento dinmico do
conhecimento gerado, tanto no interior dos Plos como atravs das fronteiras institucionais.
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58
2.3 ARTIGO 3
Artigo publicado na
Espacios - Revista Venezolana de Gestin Tecnolgica (Caracas) Vol. 30 (2) 2009
ISSN 0798 1015
CLASSIFICAO QUALIS/CAPES 2010:
B2 ENG III B1 MULTIDISCIPLINAR - B1 ADM
Artigo publicado no
XV SIMPEP Simpsio de Engenharia de Produo
Bauru, So Paulo, 10 a 12 de Novembro de 2008
59
Resumo
Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa qualitativa que teve a finalidade de
identificar, analisar e sintetizar os problemas que podem estar afetando as competncias dos
pesquisadores e gerando casos de insucesso em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) no
Programa de Plos de Inovao Tecnolgica da Secretaria da Cincia e Tecnologia do Estado
do Rio Grande do Sul. Foram analisadas as relaes e inter-relaes entre as competncias
dos pesquisadores e os subsistemas social, tcnico, organizacional e ambiente externo. Como
resultado, proposto um mapa conceitual que demonstra os mltiplos fatores que podem
afetar as competncias dos pesquisadores dos Plos de Inovao e, consequentemente, o
desempenho do Programa.
Palavraschave: Inovao, Competncias, Pesquisa e Desenvolvimento, Plos.
Abstract
This paper presents the results of qualitative research designed to identify, analyze, and
synthesize the problems that may be affecting the efficiency of the researchers and generating
unsuccessful R&D results in the Program for Technological Innovation Centers in the State
of Rio Grande do Sul now being implemented by the State Secretariat of Science and
Technology. We analyzed the relationships and inter-relationships between the competence of
the researchers and the respective social, technical, organizational and external
environmental subsystems. As a result, a conceptual map is proposed which demonstrates the
multiple factors that can effect the competence of the researchers of the Innovation Center,
and hence the Program performance.
Key-words: Innovation, Competence, Research and Development, Centers.
60
1. Introduo
Este programa auxiliou o financiamento de 413 projetos de P&D entre 1989 e 2005,
em 21 regies do Estado do Rio Grande do Sul (Jung, Caten e Ribeiro, 2007). Em cada
regio, existem Plos de Inovao que possuem Unidades Executoras responsveis pela
gesto e execuo dos projetos. Essas Unidades so normalmente instituies de ensino
superior pblicas ou privadas que possuem infra-estrutura para atividades de P&D. Cada Plo
de Inovao consiste em um sistema regional de inovao que formado por universidades,
faculdades, institutos e centros de pesquisa, empresas, associaes e sindicatos.
Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa qualitativa que teve a finalidade
de identificar, analisar e sintetizar os problemas que podem estar afetando as competncias
dos pesquisadores e gerando casos de insucesso em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) no
Programa de Plos de Inovao Tecnolgica da Secretaria da Cincia e Tecnologia do Estado
do Rio Grande do Sul. Foram analisadas as relaes e inter-relaes entre os subsistemas
social, tcnico, organizao e ambiente externo, as competncias dos pesquisadores e o
desempenho do Programa. O restante deste artigo est organizado conforme segue: a seo 2
apresenta o referencial sobre o tema, a seo 3 descreve o estudo aplicado, a seo 4 apresenta
a sntese dos resultados, e a seo 5 traz as consideraes finais do estudo.
Neste cenrio, uma opo para compreender como as caractersticas de uma estrutura
organizacional podem influenciar os indivduos e os prprios resultados da organizao
utilizar a Teoria dos Sistemas Scio-Tcnicos. Essa teoria procura descrever como os sistemas
se organizam, dividindo-os em sistemas menores (ou subsistemas) para entender como
interagem e mutuamente se influenciam (Hendrick e Kleiner, 2000).
62
Biazzi Jr. (1994) afirma que a perspectiva scio-tcnica considera na anlise dois
subsistemas: (i) o tcnico, que so as mquinas, equipamentos, instrumentos e infra-estrutura
tcnica; e (ii) o social, que so os indivduos e grupos de indivduos, seus comportamentos,
capacidades, cultura, sentimentos e tudo de humano que os acompanha.
A partir da Teoria dos Sistemas Scio-Tcnicos, foi proposta uma nova abordagem.
Hendrick (1993) props utilizar uma viso sistmica para entender, explicar e projetar um
sistema de trabalho: a abordagem macroergonmica. Esta proposta visa romper a tradicional
viso microergonmica, que trata apenas do estudo das tecnologias de interface homem-
mquina, humano-meio-ambiente, humano-trabalho ou humano-software. A abordagem
macroergonmica prope que a anlise seja realizada a partir da relao humano-organizao.
Esta abordagem amplia a viso acerca das relaes do homem com o meio e permite
uma anlise sistmica a partir dos subsistemas: (i) ambiente externo, que abrange todos os
elementos externos aos limites da organizao possuindo caractersticas que variam de meio
para meio; (ii) social, constitudo por grupos informais (comunidade e famlia) e formais, que
fazem a conexo entre o indivduo e a organizao (colegas de trabalho, fornecedores, clientes
etc.), sendo que dessas relaes surge o senso de identidade e o propsito do trabalho, seleo
e trocas a partir dos comportamentos; (iii) tcnico, formado pela infra-estrutura fsica,
mquinas, equipamentos, instrumentos, recursos e insumos tecnolgicos existentes em nveis:
individual, setorial, departamental e organizacional; e (iv) organizao, que definida a partir
dos outros trs e pela interao entre eles, sendo considerados como elementos constituintes: a
natureza do trabalho, variedade da tarefa e significncia (Trist, 1978; Pasmore, 1988;
Hendrick e Kleiner, 2000).
partir dos fatores que possam estimular e comprometer os indivduos com a melhoria do
desempenho organizacional.
3. Estudo aplicado
3.1 Contexto
Para a anlise dos dados resultantes das entrevistas dos pesquisadores e das
informaes disponibilizadas pela equipe da Diviso de Plos de Inovao Tecnolgica da
SCT/RS, foram utilizados os princpios do mtodo de anlise de contedo proposto por
Bardin (2002).
Por fim, foi proposto um mapa conceitual que apresenta uma sntese que relaciona e
inter-relaciona as competncias dos pesquisadores e o desempenho do Programa de Plos de
Inovao com os problemas relatados pelos pesquisadores associados aos subsistemas social,
tcnico, organizao e ambiente externo. O mtodo para elaborao dos mapas conceituais foi
baseado em Heimlich e Pittelman (1990), Cossette e Audet (1992), Fiol e Huff (1992). Para a
construo dos mapas, foi utilizado o software CMap Tool, que uma ferramenta distribuda
gratuitamente pela University of West Florida.
3.3 Anlise
A anlise dos contedos coletados passou inicialmente pela etapa do recorte, na qual
os relatos da equipe da Diviso de Plos de Inovao Tecnolgica da SCT/RS e dos
pesquisadores dos Plos de Inovao foram decompostos para, em seguida, serem
recompostos para melhor expressar seu significado. Os recortes viabilizam o entendimento do
66
sentido do contedo e das idias essenciais (Laville e Dionne, 1999). Os elementos recortados
foram interpretados e categorizados, e so apresentados em quadros. Os quadros foram
elaborados a partir de frases ou ainda idias referentes aos temas recortados.
Desta forma, foram determinadas como categorias de anlise: (i) falha na definio do
escopo, (ii) falha na definio da metodologia, (iii) falta de liderana, (iv) falta de motivao,
(v) falta de iniciativa, (vi) falta de interao, (vii) falta de concentrao, (viii) falta de viso e
(ix) falta de criatividade.
Por fim, para a interpretao e categorizao dos aspectos relativos s atitudes e aos
conhecimentos, foram utilizados os conceitos de Chiavenato (1999) e Maximiano (1997). Na
Figura 2, apresentada a categorizao dos problemas relatados pela Diviso de Plos de
Inovao Tecnolgica da SCT/RS.
Figura 2 Categorizao dos problemas relatados pela Diviso de Plos de Inovao Tecnolgica da SCT/RS
(i) Interferncia poltica da instituio (unidade executora) ou de entidades externas no momento da determinao das
prioridades e elaborao das propostas de projetos;
(ii) Valorizao, incentivo e reconhecimento insuficiente por parte administrao da instituio (unidade executora) s
atividades de pesquisa e desenvolvimento;
(iii) Alta rotatividade de pesquisadores devido a situao econmica das instituies (unidades executoras);
(iv) Expectativas do meio social para obteno de sucesso profissional;
(v) Falta de tempo para o convvio familiar e necessidade de recursos financeiros
(vi) Desmotivao em relao ao Programa de Plos devido ao atraso na liberao de recursos financeiros fazendo que
os mesmos fiquem defasados em relao ao oramento previsto no projeto, obrigando a substituio de equipamentos,
alterao dos objetivos e metas do projeto;
(vii) Inexistncia no Programa de Plos de um sistema apoiado por tecnologia da informao que permita a troca de
experincias e idias entre os gestores, coordenadores e pesquisadores dos Plos de Inovao, e que viabilize a
divulgao e o conhecimento dos resultados das pesquisas pela comunidade;
(viii) Cobrana da famlia por se dedicar demais aos projetos e menos ao lazer.
(ix) Inexistncia no Programa de um sistema para gesto de projetos;
(x) Desmotivao em relao ao Programa de Plos devido a no divulgao e publicao dos resultados das pesquisas
em um sistema via WEB;
(xi) Baixa disponibilidade de recursos humanos qualificados existentes no Plo de Inovao para atuar nos projetos
(alunos bolsistas e auxiliares de pesquisa);
(xii) Desmotivao por ter que trabalhar com equipamentos no adequados devido a readequao financeira do
oramento previsto no projeto.
Figura 3 Problemas relatados pelos pesquisadores entrevistados dos Plos de Inovao Tecnolgica
(i) Atraso na liberao de recursos financeiros fazendo que os mesmos fiquem defasados
em relao ao oramento previsto no projeto, obrigando a substituio de equipamentos,
alterao dos objetivos e metas do projeto;
ORGANIZAO
(ii) Falta de um sistema de gesto e difuso do conhecimento e informao.
Figura 4 Categorizao dos problemas relatados pelos pesquisadores entrevistados dos Plos de Inovao
Tecnolgica considerando os subsistemas: ambiente externo, social, organizao e tcnico
69
A anlise revelou que a maioria dos problemas relatados pela Diviso de Plos da
SCT/RS em relao as competncias dos pesquisadores relacionam-se as atitudes pela
existncia de problemas relativos a: (i) falta de liderana, (ii) falta de motivao, (iii) falta de
iniciativa e (iv) falta de interao. Em segundo lugar pode-se inferir que a categoria
habilidades contribui de forma importante a partir dos problemas relativos a: (i) falta de
concentrao, (ii) falta de viso e (iii) falta de criatividade. Tambm foi possvel constatar
problemas referentes ao conhecimento atravs da evidncia dos problemas de falha na
definio do escopo e falha na definio da metodologia.
4. Sntese
Nesta seo, proposta uma sntese dos resultados obtidos a partir da anlise das
relaes e inter-relaes entre os problemas relatados pelos pesquisadores, os subsistemas e o
desempenho do Programa de Plos.
Figura 5 Mapa conceitual das relaes entre os subsistemas, competncias e desempenho do Programa.
Em relao aos problemas relatados pelos pesquisadores, a anlise permite dizer que
existem problemas em todos os subsistemas (ambiente externo, social, organizao e tcnico),
que podem estar afetando tanto as competncias dos pesquisadores como o desempenho do
Programa. Uma interessante constatao que o Programa de Plos da SCT/RS pode estar
afetando seu prprio desempenho pelo atraso na liberao dos recursos e pela falta de um
sistema de gesto do conhecimento e informao, ver itens (i) e (ii) da Figura 4, ou
ocasionando desmotivao nos pesquisadores, ver itens (vi) e (x) da Figura 3. As entidades
71
externas ao Programa esto gerando vrios problemas e contribuindo, em especial, para afetar
as atitudes dos pesquisadores, ver itens (i) a (v) da Figura 4.
ansiedade nos pesquisadores. Silva, Gobbi e Simo (2005) afirmam que os motivos internos
so necessidades que fazem o indivduo realizar certas tarefas ou no. Podem ser definidos
como impulsos interiores, de natureza fisiolgica e psicolgica, que, quando afetados por
fatores sociolgicos podem gerar: frustrao, ansiedade e angstias. As necessidades humanas
so foras ativas e impulsionadoras das atitudes. Chiavenato (1999) afirma que, apesar dos
indivduos possurem padres de comportamento que podem variar, o processo que dinamiza
o comportamento humano mais ou menos semelhante para todos os indivduos.
5. Concluses
Este artigo apresentou os resultados de uma pesquisa qualitativa que teve a finalidade
de estudar os casos de insucesso em P&D no Programa de Plos de Inovao da SCT/RS. Em
particular, foram analisadas as relaes e inter-relaes entre os subsistemas social, tcnico,
organizao e ambiente externo que podem estar afetando as competncias dos pesquisadores
e o desempenho do Programa de Plos.
Foi proposto um mapa conceitual que apresenta uma sntese que relaciona e inter-
relaciona os problemas relatados pelos pesquisadores junto aos subsistemas social, tcnico,
organizao e ambiente externo, as competncias dos pesquisadores e o desempenho do
Programa de Plos de Inovao.
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76
2.4 ARTIGO 4
Artigo publicado no
XVI ICIEOM International Conference on Industrial Engineering
and Operations Management
So Carlos, SP, Brazil, 12 to 15 de October - 2010
77
Resumo
Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa exploratria, com abordagem quanti-
qualitativa, que teve por finalidade investigar a existncia e identificar os Fatores de Bloqueio
Criatividade de pesquisadores pertencentes a um Plo de Inovao Tecnolgica que integra
o Programa de Apoio aos Plos de Inovao da Secretaria da Cincia e Tecnologia do RS. O
mtodo utilizado para coleta e anlise dos dados foi baseado nos princpios da
macroergonomia. Como resultados foi possvel constatar que os subsistemas Organizacional,
Social, Ambiente Externo e Tcnico afetam de maneira sistmica a criatividade dos
pesquisadores. No entanto, tornou-se mais evidente a influncia dos subsistemas
Organizacional e Tcnico. Uma importante descoberta do estudo foi constatar que um
contexto produtivo regional pode contribuir como fator de bloqueio criatividade de
pesquisadores de inovaes tecnolgicas.
Palavraschave: Criatividade, Inovaes, Plos de Inovao, Macroergonomia.
Abstract
This paper presents the results of exploratory research to investigate the existence and
identify the impact factors the creativity of researchers belonging to a Center integrating of
the Technological Innovation Program in the State of Rio Grande do Sul. The method used
for data collect and analysis was based on the principles of macroergonomic theory. As a
result, we determined that the subsystems Organizational, Social, Environment and External
Technical systemic way affect the creativity of researchers. However, it became more evident
the influence of organizational and technical subsystems. An important finding of this study
was to realize that a productive regional factor may contribute to block the creativity of
researchers in technological innovations.
Key-words: Creativity, Innovations, Centers of Innovation, Macroergonomics.
78
1. Introduo
Nelson (1993) afirma que a inovao um processo pelo qual uma idia criativa gera
uma inveno que quando transposta, pela utilizao prtica de tecnologias existentes, pode
tornar possvel o desenvolvimento de um novo produto, processo ou servio. Rocha e Ferreira
(2004) afirmam que a existncia de uma massa crtica que integre e possua os conhecimentos
e habilidades criativas necessrias produo de inovaes condio indispensvel ao
sucesso scio-econmico de um pas ou regio.
No entanto, Souza (2009) refere que um dos desafios enfrentados durante o perodo de
1989 a 2008, pela Diviso de Plos de Inovao da SCT/RS que coordena o Programa, tem
sido orientar e motivar a maioria dos pesquisadores dos 24 Plos de Inovaes existentes no
estado a apresentarem projetos criativos para a obteno de inovaes em produtos e
processos.
Neste cenrio, Alencar e Fleith (2003) referem que a produo criativa de inovaes
no pode ser atribuda exclusivamente a um conjunto de habilidades e traos da personalidade
de um indivduo, mas, tambm, a influncia de fatores sociais e culturais existentes no
ambiente onde encontra-se inserido. Estes autores afirmam que no basta um impulso interno
para ser externalizada uma idia criativa, porque o ambiente onde o indivduo desenvolve
79
suas atividades determinante para que isto ocorra e deve propiciar a liberdade de escolha e
de ao, de forma a estimular o potencial criativo. Corroborando, Csikszentmihalyi (1996) diz
que mais fcil desenvolver a criatividade dos indivduos mudando as condies do
ambiente, do que tentando faz-los pensar de modo criativo.
No entanto, Silva, Ulbricht e Fiod Neto (1998) referem que, para obter-se nas
organizaes uma evoluo cultural para o desenvolvimento de novos produtos, necessrio
conhecer os fatores que bloqueiam a criatividade, romper barreiras e propiciar um ambiente
favorvel criatividade. Afirmam os autores que mais fcil ser criativo numa empresa cujo
ambiente e estrutura incentivem a criatividade.
elaborao do instrumento para coleta e anlise dos dados foi baseado nos principios da
macroergonomia que considera como subsistemas que influenciam as atividades humanas os
subsistemas: Organizacional, Tcnico, Social e Ambiente Externo. O artigo est organizado
da seguinte forma: a seo 2 apresenta o referencial terico, a seo 3 apresenta o estudo
aplicado, a seo 4 contempla a anlise. Por ltimo, a seo 5 traz a sntese e concluses do
estudo realizado.
2. Referencial terico
Robinson (2000) afirma que existem fatores externos que motivam a inovao, a
saber: (i) necessidade de satisfazer os requisitos do cliente; (ii) necessidade de realizar lucros;
(iii) necessidade de construir relacionamentos fortes; (iv) avanos nos nveis tecnolgicos; e
(v) reduo de ciclos de vida dos produtos. Hughes (2003) define a criatividade como a
habilidade de gerar idias novas, as quais resultam novas at para seu autor, e a inovao
como o ato de utilizar a criatividade para adicionar valor a um produto determinado.
Neste contexto, Amabile (1997) considera que existem formas para estimular a
criatividade no ambiente de trabalho, a saber: (i) encorajar a autonomia do indivduo, (ii)
cultivar a independncia enfatizando valores ao invs de regras, (iii) ressaltar as realizaes
ao invs de notas ou prmios, (iv) enfatizar o prazer do ato de aprender, (v) evitar situaes de
competio, (vi) expor os indivduos a experincias que possam estimular sua criatividade,
(vii) encorajar comportamentos de questionamento e curiosidade, (viii) usar feedback
informativo, (ix) dar aos indivduos opes de escolha, e (x) apresentar pessoas criativas como
referncias. No entanto, Eysenck (1999) afirma que existem fatores que podem influenciar e
afetar o desenvolvimento da criatividade, como os ambientais (fatores polticos, religiosos,
culturais, scio-econmicos e educacionais) e os da personalidade (motivao, confiana,
determinao etc..).
81
Esta abordagem amplia a viso acerca das relaes do homem com o meio e permite
uma anlise sistmica a partir dos subsistemas: (i) Ambiente Externo, que abrange todos os
elementos externos aos limites da organizao possuindo caractersticas que variam de meio
para meio; (ii) Social, constitudo por grupos informais (comunidade e famlia) e formais, que
fazem a conexo entre o indivduo e a organizao (colegas de trabalho, fornecedores, clientes
etc.), sendo que dessas relaes surge o senso de identidade e o propsito do trabalho, seleo
e trocas a partir dos comportamentos; (iii) Tcnico, formado pela infra-estrutura fsica,
mquinas, equipamentos, instrumentos, informaes cientficas e tecnolgicas, recursos e
insumos existentes em nveis: individual, setorial, departamental e organizacional; e (iv)
Organizacional, que definida a partir dos outros trs e pela interao entre eles, sendo
considerados como elementos constituintes: a natureza do trabalho, a forma e peculiaridades
do processo de gesto, a variedade das atividades e tarefas e suas respectivas significncias
(TRIST, 1978; PASMORE, 1988; HENDRICK e KLEINER, 2000).
Emery (1964, 1976) e Trist (1978) propuseram tambm, posteriormente, outras seis
propriedades que devem ser atendidas, referentes as Condies de Emprego, a saber: (i)
salrio justo e aceitvel, (ii) estabilidade no emprego, (iii) vantagens apropriadas, (iv)
segurana, (v) sade, e (vi) processos adequados.
3. Estudo aplicado
3.1 Cenrio
Cada regio caracterizada por um arranjo produtivo local (APL), uma comunidade
de pesquisa (existente em universidades, centros ou institutos de pesquisa) voltada para o
desenvolvimento tecnolgico e outros parceiros sociais interessados na difuso e utilizao
das tecnologias, como: Conselhos Regionais de Desenvolvimento (COREDES), municpios,
associaes comerciais, industriais e de servios, cooperativas, associaes de produtores,
sindicatos e outros. O objetivo do Programa apoiar o desenvolvimento de tecnologias
inovadoras que sejam aplicveis aos diversos setores produtivos do Estado do RS,
propiciando maior competitividade, diversificao da produo, aumento do nvel de renda da
populao e novos postos de trabalho, enfim, desenvolvimento regional sustentvel (Souza,
2006).
O Plo de Inovao Tecnolgica objeto do estudo possui uma unidade gestora que
atua no campo da educao superior. Esta instituio possui 16 cursos de graduao. A rea
de tecnologia caracteriza-se pela existncia de um Curso de Graduao em Engenharia de
83
(13)...tivesse oportunidades para explorar o meu potencial imaginrio pois sempre gostei de
criar e inovar, mas, fui pouco estimulado na escola (ensino fundamental - 1 grau).
(17)...tivesse oportunidades para explorar o meu potencial imaginrio pois sempre gostei de
criar e inovar, mas, fui pouco estimulado na escola (ensino mdio 2 grau).
(21)...tivesse oportunidades para explorar o meu potencial imaginrio pois sempre gostei de
criar e inovar, mas, fui pouco estimulado na Universidade (ensino superior - graduao).
(25)...conseguisse eliminar barreiras originadas em esteretipos que se acham arraigados em
minha pessoa, que, em ocasies, me impedem ver os distintos lados, pela frente e por trs do
mundo que me rodeia e, desta maneira, possibilitaria descobrir e redescobrir tantas coisas
interessantes.
que realizo, para buscar novas vias para inovar e empreender em meu trabalho tcnico-
Sub-Sistema
cientfico.
(10)...a organizao em que trabalho viabilizasse mais o acesso a informaes profissionais e
cientficas pertinentes a minha ocupao.
(14)...a organizao onde trabalho estivesse constantemente me incentivando e criando
oportunidades para inovar e empreender.
(18)...o trajeto para o trabalho (organizao) no fosse to desgastante.
(22)...a organizao cobrasse mais ousadia e iniciativa de minha parte.
(26)...tivesse um ambiente favorvel inovao na organizao em que trabalho.
(07)...as diferenas culturais entre o ambiente externo e a organizao onde trabalho no fossem
Sub-Sistema
to grandes.
(11)...a legislao atual permitisse realizar mais experimentos cientficos de meu interesse.
(15)...no houvesse tantas restries econmicas impostas pelo mercado as minhas novas idias.
(19)...estivesse inserido em um contexto produtivo regional que valorizasse mais a inovao.
(23)...pudesse refletir mais sem ter que me preocupar com o cenrio scio-econmico mundial.
(27)...no houvessem ainda tantas restries tecnolgicas no mercado para colocar em prtica as
minhas novas idias.
(16)...a infra- estrutura tecnolgica para pesquisa na organizao em que trabalho estivesse em
melhores condies de conservao.
(20)...no andasse to cansado e estressado por estar pedindo constantemente para os setores
responsveis na organizao a realizao de manuteno nos equipamentos para pesquisa.
(24)...tivesse ao meu alcance maior informao tcnica sobre como proceder com determinados
equipamentos existentes para pesquisa na organizao em que trabalho.
(28)...utilizasse e aproveitasse mais os equipamentos e instrumentos j disponveis na
organizao em que trabalho.
Mervis e Rosch (1981) afirmam que existe uma complexidade relacionada a anlise de
Fatores de Bloqueio, a saber: (i) arbitrariedade das categorias, ou seja, existe uma razo
subjacente diviso arbitrria para se comear uma categoria dividindo os objetos em
categorias, (ii) equivalncia dos membros de uma categoria, (iii) determinao da
representao e do relacionamento dos limites das subcategorias, e (v) a decomposio das
categorias em subcategorias qualitativa.
A partir destas questes, pode-se dizer que: (i) as categorias foram estruturadas com
base em um referencial terico (no caso utilizou-se os subsistemas Social, Organizacional,
Ambiente Externo e Tcnico), (ii) os limites no so necessariamente precisos, e (iii) existe
uma relao prxima entre os grupos de subcategorias e a uma vinculao as categorias.
4. Anlise
Tcnico
Subsistemas
Ambiente Externo
Organizacional
Social
Figura 1 Contribuio de cada subsistema nos resultados considerando a mdia das questes
87
Tcnico
Ambiente Externo
Subsistemas
Organizacional
Social
Figura 2 Grfico que apresenta o valor mdio das questes relacionadas a cada subsistema
Para uma anlise qualitativa dos resultados foram correlacionados os valores das
questes da Figura 2 s subcategorias (Fatores de Bloqueio Criatividade) propostas no
Quadro 5. O resultado apresentado na Figura 3.
88
Figura 3 Grfico que apresenta os Fatores de Bloqueio em funo dos valores obtidos nas questes
No entanto, pode-se inferir que o subsistema Organizacional tem afetado de forma mais
importante a criatividade dos pesquisadores, j que os fatores mais pontuados na sequncia
pertencem tambm ao subsistema Organizacional, a saber: Exigncia Iniciativa de Inovar e,
Acesso as Informaes na Organizao.
Uma comunicao organizacional deficiente pode afetar o proceso criativo, j que esta
forma de comunicao, para Kreps (1990), constitui-se em um proceso atravs do qual os
indivduos obtm as informaes pertinentes sobre a prpria organizao (situao scio-
econmica, novas propostas e estratgias) e as mudanas que nela ocorrem. Para Kunsch
(2003), a comunicao interna planejada em torno de propsitos e estratgias claramente
definidas para viabilizar uma interao entre a organizao e seus colaboradores.
A percepo deste problema na anlise sustentada por estudo anterior realizado por
Faria e Alencar (1996), que concluiram que uma das barreiras criatividade ocorre quando
existe dificuldade de acesso s informaes, ausncia ou poucos canais de comunicao que
possibilitem a sua democratizao na empresa. Outro fator identificado como bloqueio
criatividade a Comunicao Interpessoal, que tambm foi descrita por Faria e Alencar
(1996) como ausncia de dilogo, inexistncia ou poucas atividades em grupo, falta de
confiana entre os indivduos, no-aceitao de novas idias e conflitos.
90
Por fim, os resultados revelam que o subsistema que menos contribui para o bloqueio
da criatividade dos pesquisadores o Ambiente Externo, (ver a Figura 1). Os quatro fatores
menos pontuados integram este susbsistema, a saber: (i) Cenrio Scio-econmico Mundial,
(ii) Diferenas Culturais (Social e Organizacional), (iii) Legislao Aplicada a Pesquisa, e (iv)
Condies de Deslocamento ao Trabalho.
5. Concluses
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94
2.5 ARTIGO 5
Artigo publicado na
Espacios - Revista Venezolana de Gestin Tecnolgica (Caracas) Vol. 30 (4) 2009
ISSN 0798 1015
CLASSIFICAO QUALIS/CAPES 2010:
B2 ENG III B1 MULTIDISCIPLINAR - B1 ADM
Artigo publicado no
XV ICIEOM International Conference on Industrial Engineering
and Operations Management
Salvador, BA, Brazil, 06 to 09 October - 2009
95
Resumo
Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa exploratria, de abordagem qualitativa,
que teve por finalidade desenvolver um Mtodo para identificar caractersticas lineares e
sistmicas em modelos de Desenvolvimento de Produtos (DP). As caractersticas lineares e
sistmicas de um modelo podem revelar a forma de como os indivduos entendem o mundo e
elaboram mtodos para o desenvolvimento de novos produtos e processos. Esses mtodos, por
sua vez, podem influenciar o desempenho dos processos de desenvolvimento nas empresas. O
trabalho teve como principais resultados: um Mtodo terico-prtico para identificao,
classificao e interpretao de caractersticas lineares e sistmicas tornando possvel a oferta
de um referencial para futuras pesquisas na rea e a oferta de um Modelo Diagramtico que
apresenta e explica as diversas caractersticas lineares e sistmicas em um modelo
metodolgico hipottico
Palavraschave: Mtodo; Desenvolvimento de Produto; Modelo Linear; Modelo Sistmico
Abstract
This paper describes the results of exploratory research for develop a method to identify
linear and systemic characteristics in Models of Product Development (PD). These
characteristics of such a model are capable of revealing how individuals understand the
world and how they create models for the development of new products and processes. These
methods, in turn, can influence the performance of the development processes of the
industries. The principal results obtained were: (i) The creation of a theoretical-practical
Model for identification, classification and interpretation of linear and systemic
characteristics which makes it possible to outline a reference for future research in the
subject and (ii) the definition of a Diagrammatic Model that presents and explains the various
characteristics in a hypothetical method.
Key-words: Methods; Product Development; Linear Model; Systemic Model.
96
1. Introduo
2. Referencial terico
Fourez (1998) afirma que, em qualquer rea das cincias, os modelos tm por
finalidade a representao dos fenmenos, sistemas e conhecimentos. O modelo a forma
estruturada que possibilita a compreenso de tudo quilo que descoberto e produzido em
qualquer parte do mundo.
Corroborando, Forrester (1961) apud Kasper (2000) afirma que modelos lineares so
totalmente inadequados para modelar as caractersticas de organizaes e de processos
sociais. Nos modelos lineares possvel encontrar-se caractersticas como: (i) a linearidade;
(ii) a inter-relao de causa e efeito; (iii) o fechamento; e (iv) a hierarquia (KASPER, 2000).
Kasper (2000) e Andrade (2207) afirmam que um modelo sistmico no pode ser
compreendido apenas pela anlise, mas, sim, do todo para as partes atravs da sntese. A
sntese no gera conhecimento detalhado da estrutura do sistema, mas fornece entendimento
sobre o todo. Corroborando, Gramsci (1987) afirma que atualmente as atividades humanas se
tornaram complexas e necessria a compreenso das partes e suas interaes para a soluo
de problemas sociais e tecnolgicos.
Checkland e Scholes (1990) afirmam que existem trs componentes constitutivos que
podem explicar um modelo sistmico, sendo: (i) elementos inter-relacionados, (ii)
estruturao em nveis, onde os elementos se comunicam atravs de feedbacks e existem
aes de controle, e (iii) capacidades adaptativas. Corroborando, Kasper (2000) diz que um
sistema composto por elementos ou objetos inter-relacionados, existem processos de
comunicao, controle e uma estruturao em nveis, possuindo propriedades emergentes e
100
capacidades adaptativas como caractersticas pelas quais pode ser identificado como um todo
integral ou unidade complexa.
Um modelo sistmico pode ser identificado a partir dos pressupostos de: (i)
circularidade e recorrncia - implicando na existncia de algum caminho circular entre as
etapas (feedbacks) e a recorrncia dos processos que as realizam; (ii) hierarquia - que requer a
existncia de restries s quais as diversas etapas e subsistemas esto subordinados, como
parte de um padro organizado que auxiliam a formar; (iii) abertura e fechamento que
denota a necessidade de um conjunto de interaes fechadas, mas com abertura a trocas com o
meio ambiente; e (iv) adaptatividade que busca a compreenso das interaes que geram as
capacidades de continuidade de entidades e fenmenos complexos, frente aos impactos das
variaes ambientais (KASPER, 2000).
3. Procedimentos metodolgicos
O Mtodo formado por quatro etapas metodolgicas, sendo: (i) escolher o modelo de
desenvolvimento de produto a ser estudado a partir da aquisio do diagrama do modelo na
bibliografia do(s) autor(es) ou da elaborao do modelo a partir da utilizao do Diagrama
Referencial para Representao de Modelos DRRM); (ii) analisar estruturalmente o modelo
a partir da elaborao e utilizao do Quadro Sntese das Etapas Metodolgicas dos Modelos -
QSEM que apresenta a classificao das etapas metodolgicas do modelo em trs fases: pr-
desenvolvimento, desenvolvimento e ps-desenvolvimento; (iii) sintetizar, consistindo em: a)
interpretar e identificar as caractersticas lineares e sistmicas do modelo utilizando o
Diagrama Referencial Linear/Sistmico DRLS fornecido neste trabalho, e b) elaborar o
102
4. Aplicao do mtodo
Esta seo mostra uma aplicao do Mtodo proposto atravs da identificao das
caractersticas lineares e sistmicas de um modelo de desenvolvimento de produtos. Foi
escolhido o modelo proposto por Rozenfeld et al. (2006) para a exemplificar a utilizao do
Mtodo.
A insero das etapas do modelo de DP escolhido deve ser realizada em trs fases,
sendo: (i) o pr-desenvolvimento a fase que possuir etapas metodolgicas que visam o
planejamento estratgico do produto, a definio do portflio de produtos baseado no plano
estratgico da empresa, a gerao do conceito a partir das idias internas, externas e
oportunidades do mercado; (ii) o desenvolvimento a que possuir etapas destinadas a englobar
as atividades que determinam as especificaes do projeto, produto, processo de produo, de
manuteno, de vendas, de distribuio, assistncia tcnica e atendimento ao cliente; e (iii) o
ps-desenvolvimento a fase que apresentar etapas que tenham por finalidade o
acompanhamento do produto no mercado e o processo de descontinuidade do produto. Foram
adotados como referncia para a classificao das etapas metodolgicas nas trs fases os
103
conceitos propostos por Zuin (2004) e Toledo et al. (2006). O resultado da insero das etapas
metodolgicas do Modelo de DP de Rozenfeld et al. (2006) no modelo proposto pode ser
verificado na Figura 3.
Feedback
Planejamento Acompanhar
Planejar o Produto e Descontinuar
Estratgico dos
Projeto Processo Produto
Produtos
MODELO/ FASES
AUTOR Pr-Desenvolvimento Desenvolvimento Ps-Desenvolvimento
(i) Planejar (i) Efetuar o projeto (i) Acompanhar o produto e
estrategicamente os Informacional; processo:
produtos; Avaliar satisfao do cliente;
(ii) Efetuar o projeto Monitorar desempenho;
conceitual; Realizar auditoria ps-projeto;
(ii) Planejar o projeto (iii) Efetuar o projeto Registrar lies apreendidas
detalhado;
(iv) Preparar a produo: (ii) Descontinuar o produto:
Obter recursos de fabricao; Analisar, aprovar e planejar a
Rozenfeld Planejar produo piloto; descontinuidade;
et al. Receber e instalar recursos; Preparar e acompanhar o
(2006) Produzir lote piloto; recebimento do produto;
Homologar o processo; Descontinuar a produo;
Otimizar a produo; Finalizar suporte ao produto;
Certificar o produto; Avaliar e encerrar o projeto
Desenvolver processos de
fabricao e manuteno
(v) Lanar o produto:
Planejar lanamento;
Desenvolver os processos de
venda, distribuio,
atendimento e assistncia;
Promover marketing;
Lanar produto;
Gerenciar lanamento
FIGURA 4 Quadro Sntese das Etapas Metodolgicas QSEM a partir do modelo de Rozenfeld et al. (2006)
4.3 Sntese
ADAPTATIVIDADE
O modelo possibilita uma adaptao da sua
proposta metodolgica original s necessidades
da empresa.
Etapas podem ser suprimidas em funo das
caractersticas operacionais da empresa.
CIRCULARIDADE
O modelo prev o retorno de
informaes (feedbacks) entre
as etapas e, recorrncia
FECHAMENTO
Cada etapa do modelo Etapa 1
possui operaes
determinadas, existindo LINEARIDADE
interaes fechadas Etapa 12 Etapa 2 O modelo possui as
etapas em forma
seqencial e em linha
reta
Etapa 11 Etapa 3
Etapa 10 Etapa 4
Etapa 9 Etapa 5
HIERARQUIA Etapa 6
Existncia de restries
Etapa 8
s quais as diversas
etapas esto subordinadas Etapa 7 INTER-RELAO DE
CAUSA E EFEITO
Concluda uma etapa seus
resultados produzem efeitos na
prxima etapa
ABERTURA
O modelo possui uma ou mais
aberturas para troca com o
mercado, ambiente e setores
produtivos
FIGURA 5 - Diagrama Referencial Linear/Sistmico DRLS, que indica e descreve as caractersticas lineares e
sistmicas em um modelo hipottico de desenvolvimento de produtos.
(1968), Kotler (1974), Jones (1976), Pahl e Beitz (1977), Bonsiepe (1978), Crawford (1983),
Back (1983), Park e Zaltman (1987), Andreasen e Hein (1987), Suh (1988), Clark e Fujimoto
(1991), Wheelwright e Clarck (1992), Brdek (1994), Roozen-burg e Eekel (1995), Prasad
(1997), Dickson (1997), Kaminski (2000), Ulrich e Eppinger (2000), e Pahl et al. (2005) e
Rozenfeld et al. (2006).
POSSUI ETAPAS
CARACTERSTICAS
NAS FASES
PROPOSTAS LINEARES E SISTMICAS
IDENTIFICADAS (*)
Sim (*)
Pr-Desenvolvimento
Ps-Desenvolvimento
Desenvolvimento
Adaptatividade
MODELOS / AUTORES
Circularidade
Causa e efeito
Fechamento
Linearidade
Hierarquia
Abertura
Autor (a) * * * * *
Autor (b) * * * * * * * *
Autor (c) * * * * * *
Autor (d) * * * * * * *
Rozenfeld et al. (2006) * * * * * * * * * *
FIGURA 6 Quadro Sntese das Caractersticas Lineares e Sistmicas dos Modelos, QSCLS
5. Concluses
Este artigo apresentou os resultados de uma pesquisa que teve por finalidade
desenvolver e propor um Mtodo para identificar caractersticas lineares e sistmicas de
Modelos de Desenvolvimento de Produtos (DP).
O Mtodo proposto formado por quatro etapas metodolgicas, sendo: (i) escolher o
modelo de DP a ser estudado a partir da aquisio do diagrama do modelo na bibliografia
do(s) autor(es) ou da elaborao do modelo a partir da utilizao do Diagrama Referencial
para Representao do Modelo DRRM); (ii) analisar estruturalmente o modelo a partir da
elaborao e utilizao do Quadro Sntese das Etapas Metodolgicas dos Modelos - QSEM
que apresenta a classificao das etapas metodolgicas do modelo em trs fases: pr-
desenvolvimento, desenvolvimento e ps-desenvolvimento; (iii) sintetizar, consistindo em: a)
interpretar e identificar as caractersticas lineares e sistmicas do modelo utilizando o
Diagrama Referencial Linear/Sistmico DRLS fornecido neste trabalho, e b) elaborar o
Quadro Sntese das Caractersticas Lineares e Sistmicas dos Modelos QSCLS
correlacionando o modelo as suas caractersticas lineares e sistmicas; e (iv) concluir o estudo
tendo por resultado as caractersticas lineares e sistmicas do modelo de DP.
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112
2.6 ARTIGO 6
Artigo submetido
Espacios - Revista Venezolana de Gestin Tecnolgica (Caracas)
ISSN 0798 1015
CLASSIFICAO QUALIS/CAPES 2010:
B2 ENG III B1 MULTIDISCIPLINAR - B1 ADM
Artigo publicado no
XVII SIMPEP Simpsio de Engenharia de Produo
Bauru, So Paulo, 08 a 10 de Novembro de 2010
113
Resumo
Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa e desenvolvimento experimental (P&D)
que teve por finalidade desenvolver e implantar um Sistema para Gesto do Conhecimento em
P&D para integrar os Plos de Inovao Tecnolgica do Rio Grande do Sul, oportunizar a
troca de experincias e idias entre pesquisadores e a comunidade em geral e, facilitar o
acesso e tornar efetiva a busca de solues tecnolgicas por parte da comunidade empresarial.
Este trabalho foi realizado por uma equipe composta por pesquisadores e profissionais das
reas de Engenharia de Produo e Sistemas de Informao. Os resultados mostram que a
escolha das tecnologias para o desenvolvimento de Sistemas para Gesto do Conhecimento
deve levar em conta as demandas, facilidade de acesso as informaes, a interatividade entre
os usurios e, a oferta de um ambiente virtual onde seja possvel criar, compartilhar,
sistematizar e utilizar o conhecimento.
Palavraschave: Pesquisa, Desenvolvimento Experimental, Gesto do Conhecimento,
Inovao
Abstract
This paper presents the results of research and experimental development (R&D) that aimed
to develop and deploy a system for Knowledge Management in R&D to integrate the Centers
of Technological Innovation of Rio Grande do Sul state, create opportunities to exchange
experiences and ideas between researchers and community, facilitates access, make effective
the search for technological solutions for the business community. This work was conducted
by a team of researchers and professionals of Production Engineering and Information
Systems. The results show that the choice of technologies for the development of systems for
knowledge management must take into account the demands, ease of access to information,
interactivity between users and the provision of a virtual environment where they can create,
share, systematize and use knowledge.
Key-words: Research, Experimental Development, Knowledge Management, Innovation
114
1. Introduo
Assim, a formao de uma rede para gesto do conhecimento para P&D torna-se
importante para a gerao de novas tecnologias e descobertas cientficas. Rocha e Ferreira
(2001) afirmam que a tecnologia e o conhecimento cientfico so fatores considerados
importantes diferenciais para a determinao das vantagens competitivas de pases e
empresas, influindo no crescimento econmico, na gerao de riqueza e na melhoria da
qualidade de vida de uma comunidade.
Tambm em estudo realizado por Jung, Ribeiro e Caten (2008), foram identificados
diversos problemas relacionados ao processo de gesto do conhecimento que tm afetado o
desempenho do Programa de Plos de Inovao do RS. Esta pesquisa evidenciou que os
problemas envolviam as prprias unidades gestoras dos Plos (Instituies de Ensino
Superior IES), as entidades parceiras e o Programa de Plos. Os problemas identificados
115
Assim, a partir das lies aprendidas no estudo de Lima e Amaral (2008) e nos
resultados apresentados por Jung, Ribeiro e Caten (2008), que indicaram como um importante
diferencial para o Programa de Plos do RS a adoo de uma estratgia em Tecnologia da
Informao (TI) que viabilizasse o desenvolvimento e acesso dinmico do conhecimento e
tecnologias geradas, tanto no interior dos Plos como atravs das fronteiras institucionais, foi
desenvolvido e implantado um sistema interativo para gesto do conhecimento em P&D neste
Programa.
2. Referencial terico
Um Plo consiste em uma regio formada por vrios municpios, reconhecida pela
Secretaria da Cincia e Tecnologia do RS - SCT/RS, sendo caracterizado por um arranjo
produtivo local (APL), uma comunidade de pesquisa (existente em instituies de ensino
superior IES e centros ou institutos de pesquisa) voltada para o desenvolvimento cientfico e
tecnolgico, alm de parceiros interessados na utilizao das tecnologias, como: empresas
privadas, associaes comerciais, industriais e de servios, cooperativas, associaes de
produtores, sindicatos e outros (Jung et al., 2008).
Maculan e Furtado (2000) afirmam que uma das maiores dificuldades para se obter um
ciclo virtuoso de inovao a efetiva cooperao entre pesquisadores e empresas. Tambm o
acesso, incorporao e aplicao dos conhecimentos e tecnologias, desenvolvidas em
universidades e centros de pesquisa, pelo setor industrial, representam um importante desafio.
Para estes autores, com excees, os pesquisadores se relacionam pouco com os sistemas
117
Neste contexto, Lima e Amaral (2008) afirmam que uma das formas de aproximar e
melhorar a cooperatividade entre pesquisadores e empresas a adequada gesto do
conhecimento. Corroborando, Lvy (1999) diz que isto pode ser alcanado se for criada uma
comunidade virtual construda sobre as afinidades de interesses e necessidades de
conhecimentos, podendo resultar em processos de cooperao, independentemente das
proximidades geogrficas e das filiaes institucionais.
A partir do estudo realizado por Freitas e Dutra (2009), fica evidente que os sistemas
de informao para fins educacionais ou para gesto do conhecimento diferem dos sistemas
comerciais, pois a utilidade esperada nestes sistemas diferente do uso como ferramenta de
marketing e para a realizao de negcios. Para estes autores, trata-se de um sistema que deve
viabilizar mediaes, interaes e colaboraes que conduzam os participantes construo e
aperfeioamento do conhecimento.
conhecimento, uma vez que o nvel de interao do usurio sofre influncias das tecnologias e
ferramentas disponveis em um sistema on-line (Shneiderman, 1998).
Mller e Grings (2003) afirmam que, apesar de estarem disponveis tecnologias cada
vez mais complexas e avanadas, a idia no deve ser de que os sistemas mais complexos
sejam melhores que os sistemas mais simples. Para Harasim et al. (1999), a questo est em
qual delas atende a finalidade de acesso a informao, interao entre os usurios, torna-se
vivel com o oramento disponvel e possibilita um ambiente onde se possa criar,
compartilhar, sistematizar e utilizar o conhecimento.
3. Mtodo de trabalho
A partir das sugestes e proposies feitas pelo grupo ficou estabecido que deveriam
ser criadas reas de gesto especficas, como: (i) rea de gesto para a comunidade da Diviso
de Plos, (ii) rea de gesto da comunidade de pesquisadores, e (iii) rea de gesto para a
comunidade empresarial. A proposta inicial do sistema que previa uma rea para a insero de
119
todos os projetos existentes em cada Plo de Inovao Tecnolgica, destinada ao acesso por
parte da comunidade em geral e empresarial, foi aceita e foram determinados os arquivos de
contedos a serem disponibilizados.
Para tanto, foram criadas reas de gesto especficas, a saber: (i) rea geral dos Plos
de Inovao Tecnolgica, onde cada Plo possui um setor especfico em que so inseridos os
projetos desenvolvidos e em execuo com a respectiva documentao para consulta interna
pesquisadores, e externa comunidade em geral; (ii) rea da comunidade da Diviso de Plos
de Inovao da Secretaria da Cincia e Tecnologia do RS (SCT/RS) que fica restrita ao
Coordenador da Diviso de Plos e equipe para gerenciamento e fiscalizao das aes de
todos Plos de Inovao que integram o Programa, (iii) rea da comunidade de pesquisadores
dos Plos, onde foi implantado um aplicativo auxiliar para e-commerce (B2B) com
fornecedores de equipamentos e materiais, alm de um setor especfico para a divulgao de
novos editais para financiamento de pesquisas, e (iv) rea da comunidade empresarial que
prev a insero das mais novas tecnologias disponibilizadas.
120
Cada Plo de Inovao possui um setor especfico nesta rea que pode ser gerenciado
pelo Gestor do respectivo Plo e possibilita tambm o gerenciamento por parte dos
coordenadores da pesquisa e pesquisadores a partir de permisso concedida pelo Gestor. Na
Figura 2 pode ser vista esta rea especfica da tela inicial e a tela posterior ao acesso.
121
FIGURA 2 - Desdobramento da tela especfica da rea dos Plos em uma tela onde constam a relao de todos
Plos de Inovao que integram o Programa de Plos de Inovao do RS.
Aps acessar a tela onde consta a relao de todos Plos que integram o Programa de
Plos de Inovao do RS, o usurio pode selecionar o Plo de interesse e visualizar todos os
projetos e seus respectivos documentos vinculados, podendo apenas ler via web ou efetuar
download do arquivo para posterior visualizao em seu computador pessoal (PC).
tpico publicado; e (iv) uma rea para divulgao de eventos especficos que so promovidos
pelo coordenador e equipe de pesquisadores como cursos, palestras, seminrios e outras
atividades destinadas a divulgao dos conhecimentos e tecnologias produzidas pela equipe.
Na Figura 3 apresentada a tela onde podem ser observadas estas funcionalidades e a relao
de projetos e seus respectivos documentos disponveis.
FIGURA 3 - Tela que apresenta a documentao para cada projeto existente em um Plo de Inovao e as
funcionalidades disponveis
Na rea de gesto destinada aos pesquisadores foi incorporada uma funcionalidade
para a interao entre pesquisadores e empresas para cotao, compra e venda on-line via e-
commerce (B2B) de materiais e equipamentos necessrios execuo das pesquisas. Neste
caso, o Sistema direciona o pesquisador automaticamente a um software auxiliar para
comrcio eletrnico, j anteriormente desenvolvido por um Plo de Inovao que integra o
Programa de Plos.
FIGURA 4 - Tela do sistema (a esquerda) para seleo do aplicativo para comrcio eletrnico (a direita)
Neste caso, o que pode representar diferenciais e contribuir para agilizar e tornar
eficiente um sistema de informao aplicado Gesto do Conhecimento so os mtodos
adotados para o desenvolvimento do sistema de busca a ser disponibilizado no aplicativo -
software, e o ranking dos resultados depender dos critrios utilizados (Ledford, 2008).
FIGURA 5 - rea para consulta (tela superior) e resultado da consulta indicando o projeto (tela inferior)
FIGURA 6 Tela destinada ao envio de mensagem do usurio interessado no projeto ao Gestor do Plo
Com a utilizao dos arquivos do newmodulo (Mdulo Padro para criao de novos
Mdulos) e anlise do funcionamento dos arquivos lib. e search do mdulo course, foram
desenvolvidas as funes print_buscador_search e print_buscador utilizadas para imprimir o
formulrio e o resultado da busca respectivamente.
5. Consideraes finais
Referncias
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129
CAPTULO 3
Foi proposto um mapa conceitual que apresenta uma sntese que relaciona e inter-
relaciona os problemas relatados pelos pesquisadores junto aos subsistemas social, tcnico,
organizao e ambiente externo, as competncias dos pesquisadores e o desempenho do
Programa de Plos de Inovao.
3.2 CONCLUSES
Esta tese versou sobre a anlise e contribuies para melhoria do processo de gesto
do Programa de Plos de Inovao Tecnolgica do RS. Foram realizadas seis pesquisas para
se obterem os resultados apresentados. Os estudos abordaram temas que abrangem aspectos
econmicos, sociais, organizacionais e tcnico-cientficos.
Ao longo dos anos, o Programa vem aumentando sua eficcia e tem oportunizado a
implantao de vrias infra-estruturas laboratoriais, alm da insero e o desenvolvimento de
recursos humanos especializados em vrias regies do RS. Esta forma de auxlio tem sido
fundamental para viabilizar o desenvolvimento de novas tecnologias, produtos e processos,
bem como, para serem oferecidos servios qualificados comunidade empresarial do interior
do estado.
Os investimentos realizados pelo setor pblico estadual nos projetos at o ano de 2005
foram de R$ 1.928.699,99 e, em contrapartida, o setor privado que integra o programa
investiu R$ 5.423.778,92. Isto mostra que o Programa tem obtido sucesso em fomentar
atividades atravs de parcerias e investimentos da iniciativa privada em P&D.
O estudo revelou que uma organizao, quando analisada de forma sistmica, pode
evidenciar um perfil organizacional como no favorvel criatividade. Neste caso, ressalta-se
que foi possvel compreender que nem sempre o fato de uma instituio permitir e
possuir atividades voltadas inovao caracteriza a existncia de um ambiente favorvel
criatividade.
O estudo mostrou que o Modelo para P&D utilizado pelos Plos pode ser considerado
como uma variao do Modelo Triple Helix (Universidades Governo - Empresas), no
entanto, possui um importante diferencial que a participao da comunidade regional no
processo de P&D.
REFERNCIAS