Prof Anna Kossak Romanach

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Prof Anna Kossak Romanach

32.01
Contedo.

1. Tema: Miasmas e Hahnemann.


20. Eliminaes na diferenciao miasmtica.
2. Listagem dos tpicos.
21. Participao de toxinas nos estgios miasmticos.
3. Hahnemann e a refratariedade das doenas crnicas teoria
22. Sentidos evolutivos da Psora..
miasmtica.
23. Nveis miasmticos relacionados a sintomas mentais
4. Mtodo e detalhe na observao do doente.
24. Histria evolutiva dos grandes conjuntos patolgicos crnicos.
5. Importncia cientfica e prtica do reconhecimento dos estados
25. Grupamentos sintomticos configuram quadros miasmticos
miasmticos.
imprevisveis. Possibilidades reacionais do doente.
6. Definies do termo miasma em textos comuns.
26. Significado mdico dos grupamentos miasmticos.
7. Miasmas e significado de ditese.
27. Grupamentos miasmticos e prescrio.
8. Questes de glossrio: estado, modo ou estgio miasmtico?
28. Medicamentos anti-miasmticos.
9. Miasma etapas fisiopatolgicas de mesmo distrbio inicial.
29. Grupamento miasmtico atual e a totalidade dos sintoms.
10. Dinmica miasmtica. Esquema.
30. Grupamentos miasmticos elaborados por autores diversos., sob
11. Transmisso dos miasmas.
critrios diferentes.
12. Transmisso de carateres adquiridos,
31 Grupamentos sintomticos sob critrio do psiquismo.
13. Manifestaes vicariantes.
32. Grupamentos sintomticos sob critrio de aspectos fsicos.
14. Miasma sifilnico como ditese destrutiva,
33. Grupamentos sintomticos vinculados a faixas etrias.
15. Passado mrbido pessoal caracterizando um miasma.
34. Viso refletiva de sntese dos fenmenos evolutivos crnicos
16. Tendncias miasmticas fisiopatolgicas: hipofuno; exclusivos de Hahnemann.
hiperfuno e perverso.
35. Referncias bibliogrficas.
17. Modalidades miasmticas de agravao.
36. Trait des Maladies Chroniques, S.Hahnemann
18. Seqncia mental nos estados miasmticos.
37 e 38. Notas histricas. Sofrimento, miasmas e sistemas complexos.
19. Eliminaes como condio de melhora e piora clnica.
39. FIM. Jazigo de Hahneman no cemitrio Pre Lachaise.

32.02
HAHNEMANN e a refratariedade das Doenas crnicas. Teoria dos MIASMAS

Problemas RECIDIVAS
da refratariedade ALTERNNCIAS
do doente crnico PERIODICIDADE
X PERSISTNCIA DOS SINTOMAS
SIMILLIMUM

ESPECIAL ENFOQUE
DO DOENTE CRNICO

I Histria pregressa pessoal e familiar (hereditria)
II - Modos reacionais caractersticos desde o nascimento.

TEORIA DOS MIASMAS: PSORA SFILIS - SICOSE


3
Mtodo e detalhe na observao do doente.

Hahnemann adotou, sistematicamente, a conduta de observar, interrogar e examinar todos os seus


pacientes. Graas s anotaes pde detectar e determinar certos estigmas constantes nos
pacientes refratrios ao tratamento homeoptico.

Importa assinalar que anamnese e interrogatrio no faziam parte da relao mdico-paciente na


poca de Hahnemann.

7/8 dos paciente renitentes apresentavam histria de erupes cutneas, geralmente pruriginosas,
cuja incidncia nas populaes era ento bastante elevada.

Em outro grupo de pacientes se destacava a blenorragia e num terceiro, o cancro sifiltico - condies
essas que eram suprimidas mediante recursos da poca.

Os microorganismos e seu contgio eram desconhecidos e as doenas eram atribudas a miasmas -


um termo de rotina, comum na Medicina, vlido para situaes agudas e crnicas.

4
Importncia do reconhecimento dos estados miasmticos.
HAHNEMANN dedicou 11 anos ao estudo das doenas crnicas, expondo suas idias no texto Doenas Crnicas em 1828.

1. Contribui para evitar fracassos do plano teraputico, quando o alvio


conseguido mediante o simillimum foi parcial ou transitrio.

2. Esclarece a profundidade do problema a ser enfrentado, permitindo


instruir o paciente no sentido de um programa teraputico assduo.

3. Possibilita melhor prognstico, no apenas com base no diagnstico


nosolgico, mas tambm nas possibilidades defensivas do doente,
orientando-o para eventuais medidas higinicas ou acessrias.

4. Permite justificar eventuais delongas na resoluo da queixa principal


que motivou a primeira consulta.

5
Significado de miasma em dicionrios comuns

Miasma (Dicctionnaire, Paul Robert, 1988) Miasma (Novo Dicionrio/Aurlio)

Emmanation laquelle on attribuait les Emanao meftica do solo, tida como


maladies infectieuses et les pidmies causa de vrias doenas endmicas.
avant les dcouvertes pasteurinnes.
Influncia deletria; corrupo;
podrido.
Gaz putride, provenant de dchets vgetaux
ou animaux en dcomposition.

Miasme ( Larousse du X Xme sicle. V.4 Paul Aug. 1931)

Emmanation morbifique de matires putrides.

Nom donn autrefoi aux prncipes de nature inconnue,


qui causaient les maladies pidmiques et
contagieuses, telles que la peste et le cholra.
6
Miasmas e Significado de ditese

Em definio de TROUSSEAU, ditese significa predisposio


congnita ou adquirida, essencial e invariavelmente crnica, em virtude da
qual se produzem alteraes mltiplas na forma, porm, nicas na
essncia.

Na acepo corrente, ditese representa o estado orgnico que faz


os tecidos reagirem de modo especial a certos estmulos extrnsecos,
como expresso da suscetibilidade. O termo qualifica diferentes miasmas
mas no os representa na totalidade, estando correto como predicativo
relacionado natureza reativa de cada um deles. Existe uma ditese
alrgica inerente Psora, uma ditese proliferativa relacionada ao estado
de Sicose e outra ditese destrutiva relacionada Sfilis.

7
Questes de glossrio: estado, modo ou estgio
miasmtico?

ESTADO = modo de ser ou estar. O termo transmite estabilidade.

No mudana.

ESTGIO = situao transitria, de preparao. Cada uma das


sucessivas etapas nas quais se realiza determinado trabalho. O
termo transmite idia de instabilidade, mudana, movimento.

MODO = Maneira, feio ou forma particular. Sistema, prtica,


mtodo. Estado, situao, disposio. O termo transmite estabilidade.
No mudana.
8
Miasmas = expresso de sucessivas etapas fisiopatolgicas
de um mesmo distrbio inicial. ( sntese adaptada de J. L. EGITO).

Os miasmas constituem etapas fisiopatolgicas de desequilbrio inicial que progride devido


persistncia do ambiente hostil, de sobrecargas internas e de agresses diversas. Saturado na capacidade
de tolerncia e esgotado nas possibilidades defensivas, o organismo procura alvio para a tenso interna
atravs de fenmenos episdicos e alternantes de descarga de toxinas, maneira de vlvulas de escape,
servindo-se para este fim dos emunctrios naturais. Este conjunto de circunstncias e fenmenos, causas e
efeitos, constitui a Psora.

Na insuficincia de liberao dos fatores nocivos mediante hiperfuno dos rgos e das vias
excretoras, o organismo se mobiliza em nvel celular, alterando a quantidade e a qualidade das eliminaes
ou ainda, em grau mais avanado, bloqueia as toxinas em rgos ou regies circunscritas, dando origem a
neoformaes. Em razo da persistncia destes mecanismos instala-se o estado de Sicose.

Se esta frente de defesa for novamente ultrapassada, o organismo tenta se desvencilhar das toxinas
ou se adapta ao estado do estresse persistente, mediante sacrifcio dos prprios tecidos, instalando o estado
miasmtico do Luetismo.

NOTA - HAHNEMANN no deu explicao fisiopatolgica aos miasmas mas os exemplificou clinicamente.

A interpretao acima corresponde aos conjuntos sintomticos atribudos aos trs miasmas, coincide com a
tendncia interpretativa fisiopatolgica europia moderna e no diverge da Imunopatologia.
9
DINMICA MIASMTICA
2 nvel = SICOSE esquema interpretativo

A=B+C+D

Sicose
compensada
3 nvel = SIFILINISMO
A>B+C+D SIFILINISMO
3 nvel A>B+C+D+E
Sicose
descompensada E Sifilinismo
descompensado
SICOSE
2 nvel
D
1 nvel = PSORA

PSORA A = B (condio ideal) = Psora latente


1 nvel C
P A > B = Estado psrico
B
A = B + C Psora compensada

A = oferta ao sistema
A = calor noxa A > B + C Psora descompensada
B = dispndio funcional
C = vlvula de segurana
D, E = vazamento de
presso (P)
Adaptado de J.L.EGITO. Homeopatia, Introduo ao Estudo da Teoria Miasmtica, 3 ed., So Paulo, Robe, 1999,
10
Transmisso dos MIASMAS

HAHNEMANN, sem conhecer o pasteurismo, a Imunologia ou a sndrome geral de adaptao,


delineou processos fisiopatolgicos, conseguindo perpetuar conceitos adaptveis aos
conhecimentos atuais.

Afirmou que as doenas crnicas e os estados miasmticos, abandonados a si mesmos,


agravam-se constantemente, progridem e atormentam o doente at o fim da vida ... a no ser
que um tratamento dinmico conforme a lei da semelhana venha em socorro da fora vital
tornada incapaz.

HIPCRATES expressara-se de forma semelhante, afirmando que para reconduzir o enfermo ao


equilbrio inicial, a physis, ou natureza, requer ajuda freqente do mdico.

Ao se admitir que uma droga em doses imponderveis tem a possibilidade de, ainda que
indiretamente, sustar ou retroceder certa enfermidade crnica, significa que esta possui razes
em nvel no cromossmico. A aventada influncia miasmtica atravs das geraes,
seguramente encontrar explicao ao nvel de outras estruturas e outros mecanismos.

11
Transmisso dos caracteres adquiridos

As mitocndrias representam o centro fornecedor


da energia indispensvel ao funcionamento celular e
que se auto-reproduzem a partir de elementos
preexistentes, antecipando-se cariocinese, numa
perpetuao atravs das geraes, estando baseada
nestas estruturas a hiptese sobre a transmisso
protoplasmtica das alteraes adquiridas.

BERNARD H. Doctrine Homopathique, Angoulme, d.Coquemard, 1966


BERNARD H. Trait de Mdecine Homopathique, Angoulme, d. Coquemard, 1951

12
Manifestaes VICARIANTES

Constitui lamentvel equvoco o fato da maioria dos


autores homeopatas sustentar a idia de que HAHNEMANN
assevera que a supresso da erupo escabitica, do cancro e
do condiloma, GERA uma impregnao pela ditese do
mesmo sentido lesional que tais manifestaes superficiais ...

... pois HAHNEMANN claro em sua afirmao de que a nica


coisa que tal supresso determina uma agravao da
condio miasmtica pr-existente a qual, enquanto a
supresso (remoo) no realizada, encontra alvio
momentneo em expresses superficiais, denominadas por
ele de vicariantes.

13
Miasma sifilnico ditese destrutiva.

Ficou perfeitamente estabelecido pelo prprio


Hahnemann, que os miasmas so anteriores s
suas primeiras manifestaes clnicas, quer dizer,

se o cancro destrutivo, porque a ditese


que o condicionou destrutiva ...

14
PASSADO MRBIDO PESSOAL esboando estados miasmticos.
Aspectos clnicos. ANAMNESE E CATEGORIAS TOXNICAS.

PSORA Alternncias mrbidas: eczema, coriza, asma; parasitoses.

SICOSE Blenorragia. Vacinaes repetidas. Hipersudorese de extremidades.

Mau desenvolvimento intelectual. Leucorria da infncia. Verrugas. Esterilidade. Sensibilidade


s mudanas de tempo. Melhora beira-mar.

SFILIS ou LUETISMO escarlatina, parotidite e anginas repetidas.

Crescimento defeituoso. Retardamento mental. Melhora em clima de montanha.

TUBERCULINISMO Rubola, coqueluche. Bronquites freqentes, resfriados. Adenopatias da


infncia. Surtos febris, anemia, crescimento rpido. Amenorreia. Eritema prnio.

15
Tendncias fisiopatolgicas miasmticas dominantes.

Hiperfuno, hipersensibilidade, alternncias, parasitoses,


dermatoses, prurido, processos reversveis caracterizam a Psora.

Perverso de funo, Desequilbrio hidro-inico,


sensibilidade umidade, reaes celulares neo-formativas
caracterizam a Sicose.

Tendncia DESTRUIO, ulceraes, hipossensibilidade e


transtornos irreversveis caracterizam o Luetismo.

O TUBERCULINISMO, estudado posteriormente, possui todos requisitos
de cronicidade dos outros miasmas ditos fundamentais. Sobretudo, traduz um
estgio ou modo reacional evolutivo que lhe exclusivo, ou prprio.

16
Modalidades miasmticas clnicas de agravao

A Psora agrava ao meio-dia e antes da


menstruao.

A Sicose agrava desde meia-noite at o


amanhecer e pela supresso de verrugas.

O Luetismo agrava do ocaso do sol at


meia-noite, pela transpirao e aps lceras
suprimidas.

17
A seqncia mental nos estados miasmticos

Ao modo da seqncia que marca os fenmenos funcionais e lesionais em nvel somtico,


alteraes mentais progressivas caracterizam diferentes estados miasmticos:

A Psora provoca alteraes primrias do Ego, com ansiedade, medo e angstia


existencial. Afeta a emotividade.

A Sicose caracteriza reaes afetivas pervertidas, paradoxais e reaes


depressivas marcadas por melancolia. Afeta a memria, perverte os
sentimentos e alimenta idias fixas.

O Luetismo abrange variados distrbios do intelecto que culminam em reaes


agressivo-destrutivas contra si mesmo e contra os outros. Afeta a
inteligncia.

18
Eliminaes orgnicas como condies de melhora
miasmtica

No estado psrico segue alvio aps eliminaes fisiolgicas de um modo


geral.

No estado sictico o equilbrio relativo sobrevm atravs de excrees


patolgicas e pelo aparecimento de formaes verrucosas.

No estado lutico ou sifilnico a estabilizao aparente ocorre pelas


excrees patolgicas e pelo aparecimento de ulceraes cutneas e
mucosas.

19
Eliminaes na diferenciao miasmtica.

20
Participao de toxinas nos estgios miasmticos. Treponema
pallidum, Neisseria gonorrhoea e toxinas tuberculosas. Estudos de A.L.Calmette na tuberculose

A.L. CALMETTE (l863-1933), autor da vacina anti-tuberculose (B.C.G.) faz referncia a abscesso toxnico,
como sendo aquele cuja coleo purulenta no abriga nenhum micrbio, devendo-se ela ao acmulo de toxinas
necrosantes em um ou vrios pontos dos tecidos. Na literatura constam citaes de tuberclides, ou leses cutneas
evoluindo em terreno tuberculoso, atribudas a toxinas tuberculosas ou, simplesmente, ultra-vrus tuberculosos.

Referncias semelhantes so feitas a manifestaes que parecem estar relacionadas sfilis, no obstante
o Treponema pallidum ausente. O mesmo fato vem sendo observado em portadores de gonorria que, livres da
Neisseria gonorrhoea graas aos quimioterpicos especficos, continuam a apresentar, no decurso de anos ou
dcadas, surtos como se continuassem portando gonococos, apesar da respectiva bacterioscopia negativa.

A pesquisa aprofundada destes pacientes proporcionaria esclarecimentos teoria dos miasmas de


HAHNEMANN, ou seja, da impregnao mrbida que leva aos estados crnicos renitentes. Importante e curioso ser
assinalar que, nos antigos portadores de gonococo, devidamente curados mediante antibiticos e quimioterpicos,
aps a prescrio do simillimum acontece, freqentemente, a reinstalao transitria de secreo uretral como se
fosse recidiva ou reinfeco pelo gonococo, porm as respectivas provas laboratoriais se mostram negativas.

21
Sentidos evolutivos da PSORA

PSORA
HIPERATIVIDADE PSIQUICA
CONSTITUIO ACELERAO FISIOLGICA
DESNUNERALIZAO
HIPERATIVIDADE EMUNCTORIAL

EXACERBAO ou
INIBIO EMUNCTORIAL Mecanismo de compensao
Mecanismo de compensao
FORMA REATIVA PRPRIA

TUBERCULINISMO ARTRITISMO

Mecanismo de compensao

SICOSE
HIPERSECREO MUCOSA
Mecanismo de compensao

Mecanismo de compensao
Mecanismo de compensao

TUBERCULINISMO

LUETISMO
ULCERAES E
CAVERNAS PULMONARES
Mecanismo de Homeostase
DESAGREGAO DE FUNES

TUBERCULINISMO CANCERINISMO 22
Nveis miasmticos relacionados a manifestaes mentais.

reas de preferncia dos AFETIVO/EMOTIVA


Sintomas mentais
Psora
REA VOLITIVA

Sicose
REA INTELECTIVA

Sifilinismo

Esquema adaptado de J.L.Egito

23
HISTRIA EVOLUTIVA DOS GRANDES CONJUNTOS PATOLGICOS CRNICOS
Os miasmas em verso mais recente da escola francesa.
In: Homopathie et Terrein, de Othon Andr JULIAN, Marc HAFFEN, d. Lehing, 1984

Os 3 perodos das doenas crnicas:

I. Dos miasmas Hahnemann

II. Das diteses Escola francesa


Escola mexicana

III. Patocinesia Base principal: Fisiopatologia


Patho = sofrimento, doena Kinesia = movimento. Physis + natureza

A - PATOLOGIA GERAL.

B BIOLOGIA: Gentica Sifilinismo DISMORFOGNESE

Metabolismo Sicose DISMETABOLISMO

Imunologia Psora DISIMUNOSE

C DINMICA DAS DOENAS AGUDAS E CRNICAS


24
Grupamentos sintomticos configuram quadros miasmticos
imprevisveis. Possibilidades reacionais do doente.

Depreende-se das definies existentes que MIASMA representa a conseqncia ou


resultado de um fator de agresso ao organismo humano, sendo o comportamento deste
organismo o responsvel pelos quadros descritos como doena.

Portanto, os conjuntos crnicos de Hahnemann representam linguagem de reao s


agresses de origem externa, excepcionalmente de origem interna (micrbios, txicos ingeridos,
toxina e ultra-virus por via transplacentria).

Do modo de ser (genoma, caracteres adquiridos segundo Lamarck) depender a maneira de


responder de cada indivduo.

Da a grande importncia do terreno como predisposio mrbida, no decisiva, porm


caracterizadora dos pacientes continuamente instigados pelos fatores nocivos.

25
Significado mdico do grupamento miasmtico de sintomas

Os grupamentos miasmticos afins sempre existiram por si mesmos, simplesmente.


Tornaram-se evidentes quando Hahnemann, preocupado com a renitncia de determinados
doentes, adotou sistematicamente como norma - a anamnese, o interrogatrio e o exame
fsico de todos seus doentes.

Para o mdico alopata os grupamentos miasmticos nada representam e parecem


estticos, considerando que a alopatia visa minorar o sofrimento e dar suporte especfico a
leses e funes alteradas.

Para a Homeopatia os grupamentos assumiram importncia essencial; a sua viso


conjunta evidenciou movimentao das manifestaes segundo padres determinados e
assumiu significado dinmico. O mdico homeopata constatou a disponibilidade de recurso
teraputico de estmulo capaz de - em processos no degenerativos e ainda reversveis -
deter o progresso dos fatores responsveis pela cronicidade, favorecendo o prognstico.

26
GRUPAMENTOS MIASMTICOS E PRESCRIO

O conhecimento dos grupamentos miasmticos no define, isoladamente, uma


prescrio.

Toda prescrio homeoptica se baseia na correlao de duas totalidades


sintomticas: uma atual do doente e outra de determinada patogenesia. A Imagem
patogentica prevalecer sempre.

Nesta eventualidade de conjunes sintomticas, longe de representar


dificuldade, a lei da semelhana permite um raciocnio simples e lgico, viabilizando a
identificao do simillimum em meio da intrincada rede de manifestaes criadas pelas
doenas crnicas, representando a possibilidade absoluta de atender a qualquer
doente, onde quer que este se encontre, independente do diagnstico nosolgico e
grupamento miasmtico.

27
Medicamentos anti-miasmticos
Em onze anos de estudos Hahnemann se aprofundou especialmente na Psora e falou em
medicamentos anti-psricos, pois constatou que a natureza dispe de farmacodinamias que se
sobrepem aos desequilbrios por ele qualificados de psricos. O mesmo aconteceu em relao aos
medicamentos anti-sicticos e anti-sifilnicos. Estes medicamentos no representam categorias e se
adaptam a qualquer situao de semelhana, independentes do miasma dominante.

Hahnemann no agrupou intencionalmente os relatrios dos portadores de Psora, entretanto,


uma reviso e anlise do fichrio permite estabelecer correlaes com esquemas fisiopatolgicos da
atualidade.

Importncia prtica dos grupamentos miasmticos

l) O estudo dos grupamentos evidenciou a possibilidade de abordagem de qualquer doente


aparentemente perdido na imensido sintomtica, favorecendo ou detendo-o no curso progressivo da
cronicidade, melhorando e prolongando a sua vida.

II) A Homeopatia constituiu o nico recurso teraputico existente capaz de influenciar a marcha de
uma doena crnica, donde o trocadilho: A Homeopatia s trata de doentes crnicos? - No! O
correto S a Homeopatia trata dos doentes crnicos
28
Grupamento miasmtico atual do paciente
x
totalidade dos sintomas

O critrio de grupamento miasmtico no domnio de anamnese e interrogatrio

atual de um doente, direcionando ou circunscrevendo a seleo do simillimum

no mbito deste grupamento, representou uma inovao (modernizao)

estrangeira das ltimas dcadas.

Tal procedimento contradiz o Organon.

O simillimum capaz de curar est baseado na totalidade sintomtica atual do

doente - sem excees e sem recursos facilitadores.

29
Grupamentos miasmticos elaborados por vrios
autores, sob critrios diferentes.

A escolha do texto-base para elaborao da tabela comparativa atendeu


praticidade e abrangncia do texto original, o que melhor e de forma mais simples
concretizou a conjuno completa de situaes, inclusive aspectos etrios.

A principal finalidade deste estudo a formao cientfica do mdico homeopata,


na condio de nico profissional apto a fazer algo em rea onde a Cincia Mdica
lamenta por nada dispor a fim de deter ou moderar o curso das doenas crnicas.

No h necessidade de memorizar as numerosas tabelas existentes; com o tempo


elas estaro automaticamente integradas na personalidade do mdico praticante.

30
PSORA SICOSE SIFILINISMO
Reflexivo com lentido caracterstica. Precipitado, pela inquietude. Destrutivo, estando a mente conforme seus
Extrovertido e ostentador. padecimentos fsicos tambm destrutivos.
Ansioso no dissimulado, espera algo que no chega mas Medo franco. Teme o pior. Inquietude caracterstica, Angstia no dissimulada. Estado muito mais
do qual necessita. com nervosismo. profundo e duradouro do que a ansiedade.
ENSAIO DE CLASSIFICAO DE SINTOMAS MIASMTICOS. Adaptado de trabalho do Dr. David Flores Toledo,

Timidez, lentido, introverso. Predomina HIPO. Ambicioso. Predomina prefixo HIPER. Cruel, pela marcada tendncia a destruir.
ASPECTOS PSQUICOS (1)

Lento. Descuidado ou minucioso em suas funes. Atua com precipitao e nervosismo. Ofuscado pelas paixes. Capaz de piores atos.
Frente ao perigo, se inibe, se paralisa. Foge, ainda que reflita e pense que poderia Ataca inimigos, ainda que mais poderosos.
hav-lo enfrentado. Importa-lhe destruir ou ser destrudo.
Triste, deprimido, segundo a tnica geral para MENOS. Aflito, devido inquietude fsica e mental Passional-sentimental. Paixes desordenadas.
dominantes. Destruio de si ou do objeto de sua paixo.
Irritvel, sempre de mau humor, pela insatisfao de Irascibilidade e grosseria vlvulas ao hiper. Raivoso. Pronto para agredir.
mltiplas carncias. Arrependimento rpido.
Planejaria delito. Refletivo, pensador, incapaz roubar. Efetuaria o roubo, pela ambio de possuir mais. Num delito atacaria o guarda; tende destruir.
Lascvia mental e contemplativa. Pela inibio e timidez Luxria. Sensualidade exaustiva, impudico, Lascvia mals. Pode ocupar todo tempo em
de alcanar o objeto do desejo, masturbao; gaba-se dos excessos. Ostenta e se exibe. pensamentos sexuais e cair em perverses
(destruio da espcie).
Mxico, XXl Congresso da Liga Homeoptica Internacional,

Capaz de crime sexual, por medo de perder seu amor. Lascvia e egosmo. Nada o satisfaz, no comparte Violador, no clmax da paixo capaz de
seu amor. Busca novas emoes no crime. qualquer coisa.
Memria precria. Entende o que ouve ou l. Difcil Precipitado, memoriza tudo. Avalia convenincia de Desmemoriado para fatos recentes, mas
memorizao (hipo), mas retm quando memoriza. memorizar. Sem pacincia p. sentar e estudar. lembra os anteriores.
Desanimado, cansado das oscilaes da sade no Mente demasiado ativa. Tipo ter. Exagera. Decepcionado pela m evoluo dos males,
sentido de estados carenciais profundos de toda ordem. principalmente quando supresso de lceras.
Propenso ao desespero e suicdio.
Confuso mental. Resposta s no dia seguinte. Rpido e oportuno nas respostas. Perigoso na Lacunas mentais nas fases de agravao
disputa verbal superficial mas no na profunda. miasmtica. Olvida o caminho de casa. Resolve
Abarca demais. polmicas a golpes.
Pensa na morte porm no se suicida. Agressivo quando Pode se suicidar por precipitao.Tenta, teatraliza; Pensa na morte, sua e dos outros. Dissimula e
obrigado, por medo, honra. Refugia-se sem comentar o Agride, arrepende-se e se desculpa. surpreende. Agressivo por rancor e dio.
incidente.
Cime. Menosprezo por si mesmo. Supervalorizao da Cime. Seguro da superioridade sobre o rival. No Cime. Desprezo de si mesmo e do objeto do
pessoa amada. suporta que o objeto de seu amor atenda a outro. cime. Pode matar e suicidar-se, premeditado.
31
ENSAIO DE CLASSIFICAO DE SINTOMAS MIASMTICOS. Adaptado de trabalho do Dr. David Flores Toledo, Mxico, XXl Congresso da Liga
Homeoptica Internacional, Npoles. (2)

Psora Sicose Sifilinismo


Sint.F- Predomnio de sofrimentos do S.N. S.N. central e perifrico. Dominam estados Predomnio de alteraes do VAGO.
SICOS simptico. Agravao durante o dia. demenciais e nevralgias. Agravao noite.
Secre- Serosas ou mucosas. Disfuno ou Purulentas, pela maior atividade orgnica e Sanguinolentas pela destruio de elementos.
es inflamao, sem leso anatmica. movimento, que caracterizam a Sicose.
Melho- Por eliminaes normais: excrementos, Por eliminaes oriundas de lceras.
ra urina, muco. -
Agra- Por supresso de processos cutneos Por eliminaes naturais, ou no melhora com
vao pruriginosos - elas.
Aspectos fsicos

Apar. Palpitaes com ansiedade. Varizes por Palpitaes com inquietude. Varizes mem- Palpitaes com angstia. lceras varicosas
CIRC. abuso posio em p. Prefere sentar, deitar. bros infer. e super., genitais. Congesto sangrantes, dolorosas, agrav.noite. Equimoses
Estase, atonia, em membros inferiores. freqente ativa venosa. Vasos normais. espontneas ou por traumatismo.
Insnia Por afluncia de idias. Por inquietude fsica e mental. Por pensamentos atormentadores.

SO- Esquecidos, cansativos. Sonha enquanto Agradveis: banquetes, $, mudana de Que assassinado. Com acidente , absurdos,
NHOS acaba de despertar. lugares. Parecem verdadeiros, ansiosos. asquerosos.
Apar. Hiponutrido. Come, digere e assimila Nutrio desordenada, precipitada. Diarrias Hipernutrido. Apetece aquilo que
DIGES- lentamente. Diarrias mucosas plidas, explosivas, abundantes. Clicas desde prejudicial. Diarrias sanguin. ptridas. Clicas
TIVO. lientrica, clicas diurnas em vsceras cas. manh at o poente. noturnas c/ lceras e leses destrutivas.
Apar. Secr. serosas ou mucosas. Menstr. escassa Secrees purulentas. Menstr. abundante, Secr. sangin. Menstr. Irregular em qtidade e
GENIT. atrasada. Eroses superficiais e prurido. adiantada e dolorosa. Vegetaes. Corrim. intervalos; escura, ftida. Ulceraes locais.
Apar. Ardor antes, durante, depois mico. Urina Urina abundante. Clara. Pode ser purulenta. Obstruo por ulceraes, com disria e urina
URIN. escassa. Alter. Inflamatrias obstrutivas. Possvel obstruo por tumorao. sanguinolenta.
Apar. Descarga muco limpo, em qualquer nvel. Gde tendncia a resfriados e sinusites. Epistaxes e expector.sanguinol. Sifil./psrico
RESPIR. Tuberculose predomina no psrico. Sictico-psrico tegumentos e serosas. tendncia proliferativa ou destrutiva.

PELE Prurido. Ardor. Secrees ho purulentas Afeces supurativas. Excrescncias. Afeces ulcerativas. Gretas sangrantes.
nem sanguinolentas.
Modal. Pode agravar qquer hora;preferenc. antes Melhora c/ declnio sol. Agrava por mudana Pior do ocaso do sol at meia-noite. Pior ao
gerais meio-dia. Agr.frio., Agr. antes menstruao. temperatura, por.supresso verrugas.. calor. Agrava aps lceras suprimidas.
32
ENSAIO DE CLASSIFICAO DE SINTOMAS MIASMTICOS. Adaptado de trabalho do Dr. David Flores Toledo, Mxico, XXl Congresso
da Liga Homeoptica Internacional, Npoles (3)

PSO RA SICOSE SIFILINISMO


GESTANTE psrica tende a afeces da pele; GESTANTE SICTICA TEM APETITE EXAGERADO. GESTANTE sifilnica tem perverso de apetite,
passado de prurido. Discreta, calada, introvertida e Feto grande sem malformaes. Freqente desejos bizarros e caprichos. Sente pesar por estar
temerosa. Fetos pequenos, bem formados e a gravidez gemelar. grvida. Tende a abortos habituais.
termo.
RECM-NASCIDO psrico tem pele delicada, RECM-NASCIDO sictico pode apresentar RECM-NASCIDO sifilnico apresenta
propensa a dermatoses de contato. Cabea grande, oftalmia purulenta Propenso a imperfeies, malformaes. Propenso a hemorragias umbilicais.
fontanelas abertas, deseja estar agasalhado. transpira facilm. ao ser agasalhado ou pelo menor Marcada ictercia neo-natorum. Dorme de dia.
Etapas evolutivas. Faixas etrias.

Transpira quando se alimenta e o suor o melhora exerccio; labilidade do aparelho respiratrio; Chora e sua durante a noite. Suor no alivia.
do aparelho digestivo. Descobre-se qdo dorme. Inquietude no sono. Descobre-se porque prefere o frio. feio.
LACTANTE psrico assimila com dificuldade. Na LACTANTE sictico come bem e assimila melhor; LACTANTE sifilnico tem dificuldade para mamar.
evacuao, freqentes grumos de leite. evacuaes ruidosas abundantes. Aumenta Devido a lbio leporino, fissura palatina, ou mamilo
Alimentao artificial causa problemas. facilmente de peso; nele tudo exuberante, materno umbilicado; bom apetite, mas prefere
porm sensvel s mudanas de temperatura. aquilo que prejudica; comuns fezes sanguinolentas.
PR-ESCOLAR psrico sossegado e fcil de manejar. PR-ESCOLAR sictico muito inquieto e travesso. PR-ESCOLAR sifilnico destrutivo.
Escolar psrico lento para memorizar. Deve ESCOLAR sictico. Com pouco estudo consegue ESCOLAR sifilnico cruel com animais.
estudar muito para obter notas medianas. notas aprobatrias, no se interessa seno passar Travessuras malss.
Memoriza com dificuldade, porm para sempre. de grau. Gosta de exerccio fsico e hbil no
Torpe para jogos e esporte. esporte.
ADOLESCENTE psrica apresenta menarca tardia. ADOLESCENTE sictico custa a encontrar sua ADOLESCENTE sifilnico. Jvens-problemas.
Regras atrasadas e/ou escassas. Ambos sexos so vocao; tenta vrias coisas e no persiste em Depreciam e desafiam qualquer tipo de
introvertidos e contemplativos. nenhuma. Costuma trancar os estudos para autoridade.
ganhar dinheiro imediato; faz castelos no ar.
ANCIO PSRICO. Pele enxuta, seca pruriginosa. ANCIO sictico apresenta todo tipo de ANCIO sifilnico inconformado, est contra
Sua velhice triste, anela a morte e a aguarda excrescncias da pele, condilomas, verrugas, todos e contra tudo. Apresenta processos
pacientemente; obstinado, sente-se ceratoses senis; irritvel, volvel e excitvel em ulcerosos de todo tipo, sangrantes e profundos.
incompreendido, quer que toda descendncia seja todos sentidos; sua velhice inquieta, pretende Presa fcil da arteriosclerose conseqente
como ele; teimoso e preso a suas idias. Termina a ainda encetar negcios, imperativo e ativo; sua demncia senil; termina com processos
vida por processos de hipofuno. Hipotenso. fase terminal acontece por processos tumorais. destrutivos, cries sseas, placas de ateroma.
Hipertenso por rigidez das artrias.

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A viso refletiva de sntese no decurso das doenas crnicas, atravs de fatos de
conhecimento ainda exclusivo da teraputica condicionada lei dos semelhantes.

1. Reinstalao de doena anterior, mais fraca, aps superada uma segunda superveniente mais forte. 36 a 42
do Organon.
2. Retorno de sintomas/doenas antigas aps simillimum.
3. Reconhecimento do efeito reacional secundrio, inverso, na base do acionamento da cura.
4. Objetivo holstico das correntes sintticas da medicina: doente como unidade em defesa.
5. O organismo como sistema complexo aberto.
6. Conduta do estmulo global de semelhana vlida aos perodos de intercrise de doenas recidivantes, no intuito
de minimizar predisposies mrbidas do terreno.
7. Ocorrncia de pseudo-gonorria repetitiva em pacientes corretamente tratados mediante recurso clssico especfico
com negatividade ao gonococo.
8. Modos inesperados e extraordinrios de reaes indicadoras de prognstico favorvel, que aguardam interpretao
da cincia mdica.
9. Padres defensivos imediatos, tambm inesperados e extraordinrios, em torno das defesas inespecficas.
10. Aspectos reacionais estereotipados mediatos ou tardios caracterizadores dos miasmas crnicos
fundamentais.
11. Pargrafos do Organon referentes aos estados crnicos miasmticos: 72, 78, 79, 80, 81, 103, 204, 205, 206,
207, 208, 209.

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REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS.

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ZISSU Roland Matire Mdicale Constitutionelle (4 vol), Paris, Peyronnet d., 1959-1964

35
Em 1828, aps onze
anos de observao
detalhada dos
quadros crnicos,
Samuel HAHNEMANN
tornou pblica a sua
TEORIA DOS
MIASMAS CRNICOS.
Sofrimentos e erros humanos no patamar dos miasmas e sistemas complexos. I/II
Notas histricas.

H milhares de anos, as doenas crnicas vem sendo consideradas um fardo inexorvel devido a causas
desconhecidas, ao modo de castigo. Em certa poca ficou estabelecido que todos os males decorrem do pecado original.
Este conceito alcanou os miasmas descritos por Hahnemann. Ao reescreverem a Psora, homeopatas exaltados
chegaram a atribu-la a monstros malvados que espreitam para nos atacar ...e muito tempo foi perdido com tal
assunto. A palavra pecado no raridade nos textos miasmticos.

HAHNEMANN era cauteloso, atribuindo as desvantagens orgnicas renitentes a sobrecargas hereditrias e aos
hbitos desregrados. Por fora das idias vitalistas, ento em voga, chamou de princpio vital a energia interior que rege
as funes do homem.

Barthez, considerado o fundador do vitalismo, formula a concepo ternria do ser humano: corpo + princpio vital +
alma. O princpio vital, ativo e unitrio, estaria unido matria orgnica; no equivale alma. O criador da
Homeopatia adota a concepo de Barthez mas no se desgasta com discusses vitalistas ; uma fora vital de Hahnemann
exclusiva, jamais existiu.

Paradoxalmente, Hahnemann j em 1796 esboou a importncia da lei da ao e reao entre medicamento e


doente; registrou tambm o efeito secundrio inverso de defesa, ainda sem atribu-lo imponderabilidade das doses.

Em 1923, entre ns Licnio Cardoso, homeopata, filsofo e matemtico, expe a lei de ao e reao, argumentando
que a mesma ressuma atravs de todo o Organon . Da lei de ao e reao deriva a lei universal da equivalncia que rege os
sistemas complexos entre eles o organismo humano. Este enfoque est despontando em grupos europeus de pesquisa .

Anna Kossak 2010 (Continua)

37
Sofrimentos e erros humanos no patamar dos miasmas e sistemas complexos.II/II
Notas histricas.

SELYE (1907-1982) agitou a classe mdica ao expor o mecanismo das doenas crnicas que se tornam estabilizadas e
irreversveis, pois a inicial seqncia ordenada de fenmenos de defesa, por fora da demasiada repetio e persistncia,
acaba em exausto, leso degenerativa e morte. SELYE no preconizou soluo medicamentosa a estes casos extremos e
seus escritos foram marginalizados.

A escola de PAVLOV (1849-=1936) reconheceu a Homeopatia como sendo uma reflexoterapia nurica.

Nas ultimas dcadas do sc. XX, as escolas italiana e francesa, entrosadas, agregam a Homeopatia s correntes de
sntese e dos sistemas complexos. Redescobrem as idias de Licnio Cardoso, at hoje camufladas em um livro intitulado
Dyniotherapia autonsica, de 1923. Aperfeioam conceitos existentes e debatem outros novos.

No alvor do sculo XXI as descobertas da Gentica conseguem induzir representantes do clero a reconhecerem
publicamente que pecado original representa a soma dos 100.000 cdigos genticos positivos e negativos - que o
homem herda das geraes que o precederam.

Pecado, o erro - teria sido a definio simplista transmitida jovem Bernadete em resposta sua pergunta sobre
o que seria o pecado, no decurso das aparies da Virgem de Lourdes, na Frana.

A conjuno de fatos reclama renovadas interpretaes sobre o mecanismo das doenas crnicas e da cura. O
vitalismo teve a sua poca, desgastou os homeopatas e continuar a ser importante enquanto houver clula viva na face do
planeta. Desmistificar os miasmas crnicos, sem deturpar o patrimnio hahnemanniano, possvel.

Anna Kossak 2010

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Jazigo de

Samuel HAHNEMANN

Cem. Pre Lachaise

Paris

(1755-1843)

FINAL 39

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