A Sindrome de Nabucodonosor-Clavio J. Jacinto

A SINDROME DE NABUCODONOSOR
A Babilnia teve um monarca extremamente egocntrico, seu nome era Nabucodonosor, no

auge do seu egosmo infectado pelo orgulho, ele declara ser possuidor de atributos divinos e
exalta-se a si mesmo dentro do prprio corao. Os degraus do seu ego, o levou a auto-
idolatria, e como esse pecado extremamente vil, impossvel ser encontrarmos algum que
sendo afetado pela idolatria do seu prprio ego, no deseje que os outros se prostrem ou
aplaudam a ele como o centro da criao. O caso de Nabucodonosor narrado precisamente
em Daniel 4:37 a 39. Ele est no auge da sua viso de seu prprio mundo, a Babilnia. Seus
palcios, suas ruas, os templos, o muro, as pessoas e seu corao se exaltou sobremodo que
ele se via como o sol em que toda a poeira csmica, os homens, deveriam girar e gravitar. Essa
era a viso o monarca tinha de si mesmo. Seu orgulho era um monstro cego que clamava por
adorao dentro de si.
Em Atos 12 Herodes Agripa parece que sofreu da mesma sndrome, alvo de idolatria, aplausos
e fama, ao lado de gente disposta a ador-lo como uma divindade, por no ter dado glria a
Deus, mas por ter roubado a glria que pertence ao Senhor, sofreu as duras penalidades.
Como em uma frase de George Eliot, que dizia que o galo pensava que o sol se levantou para
ouvi-lo cantar, h em nosso mundo pessoas que acham que o sol os planetas e todas as
pessoas giram em torno dele mesmo. Ainda que parecia ter um exercito invencvel,
Senaqueribe acabou perdendo seu exercito e do poder temporal caiu para a desgraa da
morte prematura, abatido pelos prprios filhos. (Isaias 37;36 a 38) No h como no fazer coro
com Salomo em Eclesiastes: vaidade das vaidades, tudo vaidade.
certo que Deus abate os orgulhosos e exalta aos humildes. Cristo demonstrou sua humildade
lavando os ps dos discpulos, ato considerado como ofcio de escravos, porm as escrituras
afirmam ser ele a imagem do Deus invisvel (Hebreus 1;3) e que tudo foi feito por Ele e sem
ele nada do que foi feito se fez. (Leia Joo 1:1 a 3)
O egosmo e o orgulho so doenas prprias do humanismo, preocupa-me como o evangelho

moderno tende a fabricar seus dolos, como tanta gente se inclina a vaidade de desejar ser o
centro onde as coisas religiosas e os religiosos devem gravitar. Da religiosidade crist
moderna, nasceu os palcos, os picadeiros onde pessoas comeam a se projetar, cantando ou
pregando, fazendo fortunas e ganhando espao para agigantar seu ego. A fome pelos
aplausos, a fama, o xito, a glria dos homens infecta grande parte dos artistas e pregadores,
pastores e pessoas que a cargo de ttulos eclesisticos, se auto-definem como se fossem
divindades ou seres superiores cujo universo deve girar em torno deles. Essa a marca distinta
dessa gerao de religiosos distantes do evangelho. O mundo trai a confiana e os mundanos
seguem essa regra de que os que aplaudem pregadores e cantores que usam de tcnicas para
receber fama precisam reajustar toda a cosmoviso espiritual de acordo com os valores do
mundo, de outra forma, o que vir perseguio, dio e desprezo. Num mundo relativista que
d espao para uma religio evanglica apostata, no h espao para pregadores srios, que
ainda preguem a mensagem da cruz, e nem h espao para quem deseje cantar para
glorificara DEUS. O mundo dita seus valores e suas regras, e quem no amolda-se a esses
valores ser descartado, rejeitado, criticado e perseguido. Adverte Paulo que aquele que
deseja seguir o caminho da santidade, ser perseguido por esse mundo ( II Timoteo 3;12)
A sndrome de Nabucodonosor um grande problema no sistema evanglico atual. A moda

ser artista, copiar artistas, projetar-se e construir um imprio encima de uma funo. Para
que isso de certo, a natureza de uma mensagem ou de um cntico deve corresponder ao
sistema; deve ser comercial, no beligerante, no confrontadora, ento precisa adaptar-se aos
princpios de marketing. Mensagens de auto-estima, uso de tcnicas psicolgicas, estratgias
diversas, como meio de arrancar fortes emoes de ouvintes, o homem o centro sempre,
como diz as escrituras, que um abismo chama outro abismo. Para receber aplausos dos
ouvintes, o artista religioso precisa cantar ou falar aquilo que o ego humano deseja ouvir. Da
os chaves usados, as grias espirituosas que tanto ouvimos hoje, so esses os mecanismos
psicolgicos que ajudam na elaborao do show. No de admirar que pregadores que evitam
a mensagem da cruz, chame pessoas ao arrependimento, proclame os juzos divinos, denuncie
os pecados mais aberrantes de nossa poca, denuncie as falcias religiosas do deus desse
sculo, pregue sobre a humildade e a obedincia ao evangelho, so os mais proeminentes da
nossa poca, do contrario no ir se projetar no sistema, ele pode conseguir espao por causa
do seu zelo e insistncia em prol da verdade, mas no ter o apoio de uma cristandade
apostata.
por isso que vimos a religio moderna como uma enorme indstria de entretenimento, a
igreja deixou de ser uma agencia que proclama a cruz de Cristo e as verdades fundamentais do
evangelho, deixou de proclamar a verdade que envolve a morte de Cristo e a sua ressurreio,
para promover a diverso, e transformar as reunies em imensos ambientes de controle
emocional. Usam-se os chaves como meios, para que se torne uma vlvula de escape para
aliviar o peso do sofrimento humano, mesmo que o efeito seja apenas temporariamente
anestsico, torna-se uma vlvula de escape para dar alivio a todo tipo de tenses e problemas
que se alojam na alma humana.
A promoo da f mgica, que d alivio imediato e resolve os problemas materiais e

sentimentais do homem ocupa a agenda dos mensageiros do engano. lgico que tal assunto
est em voga na maior parte dos plpitos modernos. Primeiramente foi os adeptos da Nova
era e do movimento espiritualista que proclamaram isso. a auto-estima, o pensamento
positivo, a religio mgica que d nfase ao poder da mente, o mito de determinar que um
fato acontea de acordo com a vontade egosta do homem, o pregador moderno geralmente
trata o pecado como se fosse uma iluso, como se no existisse, tal como j defendia a cincia
crist. As mensagens positivistas, de auto-exaltao, do triunfo pessoal, do pensamento
positivo e voltado em direo das riquezas, isso j era proclamado pelos espiritualistas como
Napoleon Hill e outros. Parte dos conceitos de f e pensamento positivo que ouvimos com
tanta freqncia nas mensagens modernas, no tem suas origens nos pregadores e telogos
do passado, muito menos na bblia, mas tem uma descarada influencia das religies orientais.
A tentativa de manipular as circunstancias atravs de uma suposta f, nunca foi ensinado nas
escrituras como se fosse uma f verdadeira. Isso nada mais do que espiritualismo
descarado! Note que a ausncia de sermes que denunciem os pecados dessa gerao, que se
oponha ao mundanismo que est cravado no seio da igreja apostata, sermes que preguem
arrependimento e abandono dos pecados, no so proclamados, tal como fazia toda uma
gerao de pregadores, como eram os puritanos por exemplo. Tudo isso so provas de que
estamos vivendo em uma era de enganos. Mas justamente esse o perfil de um pregador ou
cantor que deseja fazer sucesso e ganhar dinheiro. Pouco a pouco muitos homens no
convertidos, descobriram que a igreja moderna composta de uma vasta multido de gente
sem discernimento, e introduziram encobertamente os meios necessrios para explorar a
credulidade dessa gente. Assim como livros de auto-ajuda vendiam aos milhares no mundo,
porque no introduzir essa tcnica nas musicas e nas pregaes? At hoje, a maioria daqueles
que se constituem os evanglicos modernos no percebem essa invaso profana,
justamente porque nunca tiveram um contato com o verdadeiro evangelho para terem um
discernimento eficiente para perceber esse engano.
Assim, encontramos agora um exercito de ungidos supostamente intocveis, que afirmam

serem enviados celestes com ttulos pomposos, pregando coisas arrogantes e vivendo debaixo
de uma vida cheia de regalias e confortos. Alguns vivem sustentando de forma oculta a
avareza e minam as bases fundamentais do evangelho com suas mensagens metafisicas,
satisfazendo os desejos egostas, de serem adorados, idolatrados, aplaudidos, etc. Essa a
sndrome de Nabodonosor, e toda a nossa gerao (salvo um pequeno remanescente) est
contaminada por esse desvio da ortodoxia. , com certeza o drama dessa apostasia pode ser
vista do ngulo mais real: a igreja corrompida sustenta esses falsos profetas, esses falsrios
religiosos, que enganam os incautos com sua teologia soberba para alimentar a auto-idolatria,
tudo isso no mais pomposo sentimento de que so enviados especiais de Deus com uma
misso nesse mundo. No disse Paulo em Colossenses 2;8 que deveramos ter cuidado, para
que ningum nos faa presa por meio de filosofias e vs sutilezas, segundo a tradio dos
homens, segundo os rudimentos do mundo?
Era hora de acordar desse sono. Cristo nos convida a humildade, a colocar o reino de Deus em
primeiro lugar, no nossos sonhos e opinies. A viver com piedade e contentamento, no em
avareza e idolatria. Ainda resta uma via de ortodoxia nessa confuso babilnica, so as
veredas antigas, quem deseja caminhar por elas? As veredas antigas, um caminho arcaico aos
olhos humanos, mas um caminho seguro para a comunho com Deus pelo caminho da
obedincia.

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A Babilnia teve um monarca extremamente egocntrico, seu nome era Nabucodonosor, no

O egosmo e o orgulho so doenas prprias do humanismo, preocupa-me como o evangelho

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