Introdução À Mecânica Estrutural 01 Equilíbrio
Introdução À Mecânica Estrutural 01 Equilíbrio
Introdução À Mecânica Estrutural 01 Equilíbrio
Equilbrio
Neste captulo ser feita uma reviso dos conceitos bsicos de mecnica,
em especial o efeito da aplicao de foras sobre o deslocamento do
corpo. As condies de equilbrio sero estabelecidas para situaes
planas e espaciais. O efeito da restrio ou impedimento ao deslocamento
ser abordado nas situaes de vinculao interna e externa. Os tipos de
vinculao e de carregamento mais usuais em estruturas sero mostrados.
Ser definido grau de hiperestaticidade de uma estrutura.
Ao final do captulo, o estudante ser capaz de definir se uma estrutura
pode ou no ser calculada a partir das equaes de equilbrio, bem como
calcular o valor das reaes vinculares no vnculos externos, bem como
nos elementos de conexo entre partes da estrutura.
F F F2
F2
P P P
F1 F1
F2
F F
P P F2 P
F1 F1
F1y
R
F2 F2y F2y
= F1 + F2 =
F1 F1y
P P P P
F1x F2x F1x
F2x
Numericamente:
(F1x (
+ F2x ) + F1y + F2y )
2 2
F1x = F1 cos 1 F2x = F2 cos 2 R =
R R
F1y = F1 sen 1 F2y = F2 sen 2 = cos 1 = sen1
( 1x 2x )
F + F F1y + F2y ( )
Mecnica Estrutural 17
b)
Considere-se a situao a), na qual se deseja
transladar a fora F de P para E, mantendo o
mesmo efeito sobre o corpo (isto , de forma
e E F P
estaticamente equivalente). Percebe-se que a
simples transposio de F de P para E -
situao b) - mantm o mesmo efeito sobre a
placa, ou seja, produz apenas compresso do
eixo contra a mesma.
Uma fora F tem o mesmo efeito sobre um corpo, qualquer que seja o
ponto de aplicao da mesma ao longo de sua reta suporte.
O momento de uma fora pode ser representado por uma seta curva em
geometrias bidimensionais e por um vetor de dupla flecha em geometrias
tridimensionais (regra da mo di-
reita). uma grandeza vetorial,
M M
podendo ser somada e decom-
posta como qualquer vetor. M
Considere-se agora uma terceira M
situao, na qual a fora F est
numa direo qualquer e P, o
ponto de aplicao, em uma
posio qualquer.
Para levar estaticamente F de P para E, pode-se decompor F segundo os
eixos cartesianos ortogonais x e y, e levar suas componentes de P para E.
Na situao a) o momento de F em relao ao eixo
M1 = Fx d1y + Fy d1x
e, na situao b)
M2 = Fx d2 y + Fy d2 x
Mecnica Estrutural 19
d2x dx
P
Fx ( )
M = Fx d1y d2 y + Fy ( d1x d2 x )
M = Fx dy + Fy dx
d1x
a) q b) q
c)
qL/5 qL/5
q q q q q q qL/5 qL/5 qL/5
a) b) c)
P P
L L/5 L/5 L/5 L/5 L/5 L1 L/5 L/5 L/5 L/5 L1+L./10
(
Fd = qL L1 + L 2 = F L1 + L 2 ) ( )
d = L1 + L 2
O que foi feito de forma aproximada nas equaes anteriores pode ser fei-
to, atravs do clculo diferencial e integral, considerando-se uma funo
de carga distribuda q(x) qualquer como formada por uma infinidade de tre-
chos de largura infinitesimal dx, cada uma delas podendo ser aproximada
por uma carga concentrada de valor igual rea do trecho, ou seja q(x)dx.
xB
R=
xA
q(x) dx q(x)
xB
R. x G = xA
q(x)x dx
xB
xG =
xA
q(x)x dx x
A
xB
xA
q(x) dx x dx
x
B
22 Captulo 1 - Equilbrio
Distribuda
L L
P=qL P=qL/2
Resultante
Estaticamente
Equivalente L/2 L/2 2L/3 L/3
a) F F b) F/2 c) M=F.d
P P 2d P
d
F/2
F x = 0 F1 cos F3 = 0
F y = 0 F1 sen F2 = 0
F
x = 0
Para que haja equilbrio de foras no plano F
y = 0
M
P = 0
Analogamente
F
x = 0
M x = 0
Para que haja equilbrio no espao F
y = 0
M y = 0
F
z = 0
M z = 0
5. VNCULOS
Fonte: Mecnica Vetorial para Engenheiros - Vol.1. F.P. Beer e E.R.Johnston Jr. McGraw-Hill
28 Captulo 1 - Equilbrio
Fonte: Mecnica Vetorial para Engenheiros - Vol.1. F.P. Beer e E.R.Johnston Jr. McGraw-Hill
Mecnica Estrutural 29
gi = L C 3b + 3
i i
Nos
onde Li o tipo de vinculao entre as barras em um determinado n (3
para engaste ou ligao rgida entre as barras, 2 para rtula interna ou
Mecnica Estrutural 33
2 3
2 4
4 5 6 1
2
3 3=5
2=4
1
4
3
4
5
3
6 7
200
A
D
Dimenses em mm
C Cx
Ax A Ay
Dx D
Ay Dy
Dx
Componente ABC:
F x = 0 A x C x 90 = 0
F y = 0 A y + Cy = 0
Componente CD:
Fx = 0 C x + Dx + 106,1 = 0
Fy = 0 Dy C y + 106,1 50 = 0
FHB B
FVA
FHA B FHC C
A FVB
C FHD D
W FVC
1,0 m
FHD FVD
D E
FHB B
1,5 m 0,5 m
FVB
FHA A
FHE
C FHC W
FVA
E FHE
FVC
Metodologia de Anlise
Para resolver o problema preciso inicialmente considerar os movimentos
restringidos nos vnculos externos da estrutura, em A (todos os desloca-
mentos) e em D (deslocamento horizontal, considerando o pisto G como
parte da estrutura), resultando em reaes horizontal e vertical em A (FHA
e FVA) e uma reao horizontal em D (FHD). A seguir, considera-se cada
elemento da estrutura isoladamente, obtendo-se os diagramas de corpo
livre dos diversos componentes, onde so explicitadas as foras internas
nas diversas conexes (foras de iterao entre as diversas partes da
estrutura). Com a aplicao das equaes de equilbrio em uma ordem
conveniente, encontramos as foras procuradas.
Hb B
Va C
B Hc Vb
A
Ha D
C Hd Vc
Hb
L2
Hd Vd
D E P Vb
He
L1 a
Considerando o equilbrio da p B:
M
Pa
E = 0 Hb =
L2
F Y = 0 Vb = P
Mecnica Estrutural 39
M C = 0 Vd = 0
40o H
2,0 m 1,0 m
B
F E
2,0 m I
A 30o
20o 3,5 m
G C
1,5 m D J
0,7 m
0,5 m
Metodologia de Anlise
Considere-se uma barra retilnea, rotulada em ambas
as extremidades, que tem cargas aplicadas somente
nas rtulas. Considerando que sua ligao com o resto
da estrutura feita atravs das rtulas, somente
podem estar sendo transmitidas atravs das mesmas
componentes horizontal e vertical de uma fora, a qual
pode estar em uma direo qualquer. Esta fora pode
ser decomposta em componentes na direo do eixo
da barra e perpendicular ao mesmo. Se a estrutura
original qual pertence esta barra est em equilbrio, a
barra, com as foras transmitidas pelas rtulas, tam-
40 Captulo 1 - Equilbrio
PARTE DJ 0,5 m
PARTE HADJ
FA
30o
FVD
40o H
1,0 m
FHD FB
D J
0,7 m FHD E
15 kN FVD 3,5 m
I
A
H
0,5 m
B
PARTE GFHEDJ
F E D J
2,0 m I
15 kN
G A
20o
FHG
FVG
1,5 m D J
2,0 m
15 kN
A o E
90
75 mm 113 mm
C
Metodologia de Anlise
Pelas cotas indicadas, encontra-se que o ngulo da linha BC com a hori-
zontal de 36,87o e , conseqentemente, o da haste AB com a vertical
de 36,87o. Considerando-se que as hastes AB e DE somente transmitem
foras na direo de seus eixos, pode-se montar o diagrama de corpo livre
do conjunto, no qual aparecem como foras aplicadas as foras nas
hastes AB e DE e as reaes horizontal e vertical em C.
Utilizando-se as equaes de equilbrio em uma ordem conveniente:
CX = 0,6. FAB
o o
MD = 0 CX .113 C Y .150 + FAB . cos 36,87 .250 FAB . sen 36,87 .38 = 0
C Y = 163
, . FAB
60 mm
M
AX
A
120 mm
AY
Metodologia de Anlise
O suporte em A, rotulado mas com uma mola, pode ser considerado para
efeito de anlise na posio especificada como um engaste, tendo como
reaes o momento M procurado e as foras na horizontal Ax e vertical Ay.
Um diagrama de corpo livre do conjunto incluiria ainda as foras de trao
na correia. Da aplicao das equaes de equilbrio em uma ordem con-
veniente, encontra-se a resposta.
r = 100 mm 150 mm
200 mm
100 mm
A C
B
250 mm
750 N
Metodologia de Anlise
Obtm-se o diagrama de corpo livre 75000Nmm
do conjunto considerando que os
mancais impedem somente y
deslocamentos em 3 (A) ou 2 (B)
direes (o que verdade se a 750N
largura dos mancais, medida na
P
direo axial, for pequena). Ax
Az
Ay
Aplicando as equaes de equilbrio z By
Bz
no espao, vem: x
M AB
X = 0 250. P + 75000 = 0 P = 300N
M B
Z = 0 750.350 A Y .200 = 0 A Y = 1312,5N
M B
Y = 0 P.100 + A Z .200 = 0 A Z = 150N
F X = 0 AX = 0
44 Captulo 1 - Equilbrio
100 mm
A
Ay Bx
r = 240 mm 0,429 T
T
Az 0,857 T
0,286 T
Ax
294 N
Metodologia de Anlise
Considerando-se que os mancais tem pequena espessura, de modo a no
restringir individualmente os giros, obtm-se o Diagrama de Corpo Livre ao
lado. A fora T est em uma
240mm
direo oblqua, devendo ser
expressa em funo de suas
560mm
componentes Tx=0,857.T,
Ty=0,429.T e Tz=0,286.T. O
valor das componentes pode
T ser obtido dividindo-se dire-
tamente o valor dos lados do
Ty 480mm prisma abaixo pela diagonal
Tx
Tz principal, prisma esse obtido
160mm com as distncias indicadas
no desenho acima. O peso
da tampa dado pelo
produto de sua massa pela acelerao da gravidade, resultando 294N,
considerado aplicado no centro de gravidade da mesma.
M AB
Z = 0 0,429. T.480 294.240 = 0 T = 342,7N
F Z = 0 0,286. T A Z = 0 A Z = 98,0N
Mecnica Estrutural 45
M B
X = 0 294.240 0,429.342,7.240 A Y .480 = 0 A Y = 73,5N
M B
Y = 0 A X .480 + 0,286.342,7.480 0,857.342,7.240 = 0
A X = 48,83N
EXEMPLO 7
O mecanismo abaixo freqentemente utilizado como um amplificador de
foras, no qual, dependendo da configurao, se obtm uma reao R
muitas vezes maior que a fora aplicada F. Em situaes na qual se pre-
cisa puncionar um determinado material, ou estampar uma pea, ou reali-
zar um corte , consegue-se reduzir o tamanho do pisto hidrulico neces-
srio, representado no desenho abaixo pela fora F.
Calcular o fator de amplificao de foras R/F para uma situao genrica
dada pelo ngulo , e o fator de reduo de deslocamentos 2 / 1.
L
1
B
R
A
C
Metodologia de Anlise
Considerando que a ligao do mecanismo com a base, em A, impede os
deslocamentos lineares, e que o bloco em C pode se deslocar livremente
sobre a base (superfcie sem atrito ou com atrito desprezvel), considera-
se a existncia de uma reao vertical em A (Va), horizontal em A (Ha), e
vertical em C (Vc).
Por simetria: Va = Vc = F/2 ou
46 Captulo 1 - Equilbrio
M
F
BC
B = 0 F / 2. L. cos R. L. sen = 0 R =
2 tan
A B A B A
B
0,2 m 0,3 m 2,5 kN/m
1,2 m 0,9 m 1,5 m 2,5 m 0,9 m
d) 12 kN/m 2,4 kN/m
e) f) 1 kN/m
A B B A B
A
Metodologia de Anlise
Desenham-se os Diagramas de Corpo Livre para as diversas vigas, substi-
tuindo-se as cargas distribudas pelas suas resultantes, aplicadas no
centro de gravidade de cada trecho de carga. As reaes so obtidas pela
aplicao das equaes de equilbrio no plano, na ordem
F X = 0 M A = 0 F Y = 0.
VA =3,15kN VA
VA 1,125kN
MA=0,59kNm
VA VB VA VB
HA VA VA VB
VB 1178,2kN
e)
0,30m 1,90m 0,80m 0,55m 2,4m 0,65m
48 Captulo 1 - Equilbrio
EXEMPLO 9
Calcular as reaes do prtico abaixo.
He
E
B C 40kN/m
6,0m
A D
Va 3,0m 2,5m 2,5m 2,0m Vd
Metodologia de anlise
Considere-se uma barra de comprimento L inclinada de a em relao
horizontal, submetida a uma carga uniformemente distribuda q. A
resultante desta carga q.L aplicada no centro
de gravidade do diagrama, em L/2. As
componentes horizontal e vertical da resultante q
so, respectivamente, q.L.sen e q.L.cos
Considerando que L.sen a projeo vertical L.sen L
do comprimento da barra, pode-se calcular a
componente horizontal da resultante como
sendo a taxa de carga original multiplicada pela
projeo vertical do comprimento da barra. L.cos
Da mesma forma, a componente vertical da
resultante a taxa de carga original q.L.cos
multiplicada pela projeo horizontal do q.L
comprimento da barra. Alm disso, a resultante
original estaria aplicada na metade do q.L.sen
L/2.sen
comprimento da barra, de forma que a L/2
componente horizontal da resultante est
aplicada na metade da projeo vertical da
barra, e a componente vertical na metade da
projeo horizontal. De forma anloga, pode-se L/2.cos
180 kNm
50.3/2
B C 40.2
50.6/2
40.6
4,0m
3,0m
A D
Va 2,0m 3,5m 3,5m Vd
1,0m
M A = 0
50.3 / 4 50.6 / 8 180 + He.9 40.2.9 + 40.6.3 + Vd.10 = 0
Vd = 174kN
EXEMPLO 10
Calcular as reaes do prtico abaixo:
40kN/m
4m
30kN/m
B C
4m 200kNm
Ha A D
3m 3m 3m 3m Rd
Va
Metodologia de Anlise
As cargas distribudas aplicadas sobre as barras AE e CD exprimem fisi-
camente o mesmo comportamento (exceto pelo valor da carga aplicada).
H simplesmente uma diferena de notao. A carga em AE est indicada
por comprimento de projeo da barra sobre a qual est aplicada, ao
passa que a da barra CD est indicada por comprimento real (inclinado) da
barra. A carga em CD poderia ser expressa de forma similar AE, unifor-
memente distribuda por unidade de comprimento em projeo. Para que
fossem equivalentes, o valor da taxa de carga seria 30.5/3 = 50 kN/m para
garantir que o valor total da carga (resultante) permanea inalterado. So
exemplos reais das cargas acima o peso prprio de uma estrutura incli-
nada (ex. escada), ou a neve que se acumula em um telhado.
A rtula em A exprime o impedimento
total dos deslocamentos lineares em
qualquer direo do plano. Estes des-
locamentos podem ser decompostos
Ha A segundo a direo da barra e perpen-
A
dicularmente ela, ou nas direes
usuais horizontal e vertical. De forma
Ra Va
Ra correspondente, as reaes vinculares
podem ser indicadas em qualquer um
desses sistema. Na realidade, as duas
reaes, em qualquer dos sistemas, resultam em uma mesma fora
Mecnica Estrutural 51
M A = 0 4
5
Rd.12 30.5.10,5 40. 62 .4 + 200 = 0 Rd = 193,2kN
F X = 0 Ha 3
5
.193,2 = 0 Ha = 115,9kN
F Y = 0 Va 40. 6 2 30.5 + 4
5
.193,2 = 0 Va = 115,4kN