Fisica II
Fisica II
Fisica II
1- OBJETIVOS
5- CONTEUDO PROGRAMÁTICO
OBJETIVOS GERAIS – Desenvolver a eletrônica
ao novel básico, dando suporte para disciplinas 1 – Teorema de Thévenin e Norton
posteriores do curso. 2 – Diodos semicondutores
OBJETIVOS ESPECÍFICOS – Proporcionar ao 3 – Aplicações dos diodos
aluno após o termino de cada unidade do programa: 4 – Fontes de tensão
entender os princípios fundamentais dos dispositivos 5 – Transistores bipolares de junção
semicondutores; conhecer algumas aplicações 6 – Polarização DC – TBJ
básicas dos diodos, transistor e outros dispositivos 7 – Modelo do transistor TBJ
eletrônicos. 8 – Análise do TBJ para pequenos sinais
2- PROCEDIMENTO DE ENSINO
a) Aulas expositivas; 6- BIBLIOGRAFIAS RECOMENDADAS
b) Aulas práticas em laboratório;
c) Aula de resolução de exercícios. 1 - BOGART, Theodore F. Dispositivos e
d) Questões de estudo a serem discutidos circuitos eletrônicos, Ed. Makron Books.
em sala de aula; 2 - BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos
e) Exercícios e questões propostos. eletrônicos e teoria de circuitos, Ed. PHB.
3 - EDUARDO, Angelo et al. Dispositivos
3- RECURSOS DIDÁTICOS semicondutores: Diodos e Transistores, Ed.
Serão utilizados os recursos didáticos Érica.
disponíveis, tais como: Bibliografia com ênfase no 4 - MALVINO, Albert Paul. Eletrônica, vol. 1,
livro texto, quadro negro, giz, tópicos apostilados e Ed. Makron Books.
etc.
4- FORMAS DE AVALIAÇÃO
a) Provas individuais1 e exercícios;
b) Relatórios sobre as experiências realizadas no
LABORATÓRIO DE FÍSICA
1
Durante a realização das provas, somente será permito o uso
de calculadoras cientificas simples.
Apontamentos de aula de Física p/ Computação II versão 2007. Prof: MSC. Elias Ribeiro Silva Martins 1
PARTE I – REVISÃO
dq ne
i= ou i =
1. CORRENTE ELÉTRICA dt dt
A Fig. 1.6 mostra um circuito constituído por Mudando-se a tensão V, sucessivamente para
uma fonte de tensão e um dispositivo elétrico ab V1, V2,..., Vn o resistor passa a ser percorrido por
qualquer. Ao passa pelo dispositivo elétrico a corrente de intensidade i1, i2,..., in.
energia da corrente elétrica diminui uma quantidade Ohm verificou experimentalmente que
WAB = ∆qV num intervalo de tempo ∆t. Essa energia mantida a temperatura constante, o quociente da
consumida (potência) pelo dispositivo pode ter sido tensão V aplicada pela respectiva intensidade de
transformada em energia térmica, energia mecânica, corrente era uma constante característica de cada
energia química etc. A potência elétrica consumida resistor:
pelo dispositivo ab é dada pelo quociente do V V1 V2 V3 ...
trabalho de a até b WAB pelo tempo ∆t: = = = = = constante = R
i i1 i2 i3
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Os resistores quando estão ligados a um circuito Figura 1.10 – Associação de resistores em
são percorridos por correntes elétricas e estão em paralelo.
geral ligados entre si e/ou ligados a outros elementos
de circuito. Existem vários tipos de ligações Do Princípio de Conservação da carga elétrica,
possíveis entre resistores, mas algumas destas vemos que a quantidade de cargas que chega deve
ligações mais utilizadas recebem nomes específicos, ser igual à quantidade que sai logo a quantidade de
relacionados com a forma em que a corrente as carga por unidade de tempo e a mesma, ou seja,
atravessam. Estas ligações são chamadas: associação corrente. Para cada resistor da associação podemos
em série e associação em paralelo. Quando o escrever:
circuito possui as duas configurações, está e
chamada de associação mista. Ii = V/ Ri ⇒ Σ I i = Σ V/ Ri = V. [Σ (1/ Ri)]
Neste tipo de associação, representada na Fig. I = ∆V/Req , onde, (1/Req ) = Σ (1/ Ri)
1.9, a mesma corrente atravessa todos os resistores.
Podemos calcular o resistor equivalente a uma dada 6. RESISTORES E 2a LEI DE OHM
associação em série, para isto basta lembrarmos que
a corrente que atravessa o resistor equivalente, para Verifica-se experimentalmente que a resistência
uma dada ddp entre seus extremos, deve ser a elétrica de um resistor depende do material que o
mesma que atravessa toda a associação, enquanto a constitui e de suas dimensões, cuja relação e dada
ddp é a soma. pela segunda lei de Ohm:
L
R=ρ
A
onde ρ é a resistividade do material, L o
comprimento do fio e A área de secção transversal
Figura 1.9 – Associação de resistores em série do fio.
A soma algébrica das variações de potencial Assim temos três equações (1), (2), e (3); que
encontradas ao longo de uma malha fechada formam um sistema de três equações e três variáveis
de qualquer circuito deve ser nula. desde que os valores das resistências e das fems
sejam conhecidos é possível obter as soluções.
Para a aplicação da lei das malhas observe
que a tensão obedece a duas “regras” para sua ⎧i1 + i2 = i3 (1)
⎪
determinação, são elas. ⎨− R1i1 + r2i2 − E2 + R2i1 + E1 − r1i1 = 0 (2)
Regra da resistência: Percorrendo-se um resistor ⎪− R i − E − r i + E − r i = 0
no sentido da corrente, a variação no potencial é – ⎩ 33 3 3 3 2 2 2 (3)
Ri; no sentido oposto +Ri. Num análogo
gravitacional: andando-se no sentido corrente num Resolvendo esse sistema encontramos os valores
riacho, nossa elevação diminui; andando-se contra de i1, i2 e i3.
corrente a elevação aumenta.
Regra da FEM: Percorrendo-se um dispositivo de 8. CAPACITORES
fem ideal, o sinal de saída da fem é igual ao sinal da
tensão conforme a Fig.1.12. Capacitores são dispositivos que armazenam
energia elétrica em um campo elétrico. Um capacitor
é constituído por duas placas condutoras metálicas
paralelas separadas por um material isolante. A
tensão aplicada sobre as placas origina o campo
elétrico no qual a energia é armazenada.
Figura 1.12 – Regra da FEM. Ligando-se uma bateria ao capacitor, o mesmo é
carregado até atingir o seu limite, tal limite de carga
Como aplicar as leis de Kirchhoff? Primeiro é dado por: q = CV. Onde C é a capacitância, a qual
adota-se um sentido para corrente (α, β...) e em depende do fator geométrico.
seguida percorre a malha conforme a Fig 1.12. Ao
percorrer a malha use a “regra” das resistências e a Utilidades do capacitor:
“regra” das fems.
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1. Pode ser utilizado para produzir campos
elétricos de diferentes intensidades em um
circuito.
2. Acúmulo de energia entre suas placas no
campo E.
3. Dispositivos AC: reduz flutuações de
voltagens em fontes de tensão; transmitir
sinais pulsados e ainda produzir atrasos em
sinais.
Figura 1.14 – Circuito capacitivo em paralelo.
Capacitores de placas paralelas
Da Fig. 1.14 temos:
Como q = CV e V = Ed, logo temos que
q1= C1V, q2= C2V e q3= C3V
q = CEd. e
q = q1 + q2 + q3
Sabendo que E = q/ε0A, podemos reescrever. assim
CV = C1V + C2V + C3V
q = qdC/ ε0A ou
C = C1 + C2 + C3 = Σ (C)
Portanto, C = ε0A/d.
9. INDUTORES
Associação de capacitores
Quando se aprosima um imã (variação de campo
Na associação em série, os capacitores magnético)de uma espira, surge uma corrente
apresentam a mesma carga. elétrica induzida na espira. Esta corrente é
proviniente de uma fem induzinda devido a variação
do campo magnético e podemos calcular esta fem da
seguinte maneira:
dϕ
ε = −N
dt
onde N é o número de espiras da bobina e φ é o
fluxo do campo magnético. O fluxo é dado pelo
Figura 1.13 – Circuito capacitivo em série. produto do campo magnético B pela área da espira A
(φ =BA). Geralmente B = B(i), onde i é a corrente
Desta forma temos do circuito (Fig 13) que: que passa pelo fio. Assim:
dϕ dϕ di
=
C1 = q1/V1, C2 = q2/V2 e C3 = q3/V3 dt di dt
V = V1 + V2 + V3 onde V = q/C dϕ
Para uma espira (N = 1) temos: ε = − , assim
logo dt
q/C = q/C1 + q/C2 + q/C3 di φ
temos que ε L = − L , onde L = N B .
ou dt i
1/C = 1/C1 + 1/C2 + 1/C3 = Σ (1/Cn) L é a indutancia da bobina e εL a força eletromotriz
induzida. Que aparece na bobina enquanto a corrente
no fio varia. OBS: se i for consntante a fem induzida
Na associação em Paralelo, os capacitores εL desaparece.
apresentam a mesma ddp.
A indutância de uma bobina pode ser 4) Diferencie corrente continua (DC) de corrente
maximizada quando colocamos no seu interior com alternada (AC).
um material ferromagnético, isso ocorre devido os
átomos desses materiais se alinharem com o campo 5) O gráfico da Fig 1.17 representa a intensidade de
induzido na bobina e assim reforçando o campo. corrente em função do tempo. Determine a carga
elétrica que atravessa uma secção transversal
entre os instantes t =1s e t = 3s.
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
13) Dados os circuitos a seguir, calcule a corrente __________________________________________
em cada resistor dos circuitos. __________________________________________
PARTE II – FONTES DE TENSÃO
1. FONTES DE CORRENTE
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Fonte de tensão real: produz uma tensão VS de Observe que quando RL for 100 vezes maior que
saída que depende do valor da resistência de carga RS a tensão na carga é aproximadamente 99% da
RL, porque possui resistência interna RS ≠ 0. RS tensão da fonte VS. Quando RL→ ∞, a tensão na
possui valores tipicamente menores que 1Ω. Uma carga se tornará uma tensão ideal. Assim
fonte eletrônica deve ter uma resistência interna de consideraremos neste curso que quando RL≥100RS a
menos de 0,01 Ω . fonte de tensão será ideal, onde a diferença entre a
tensão de carga e a real é menos de 1%. Veja o
gráfico da Fig. 2.3.
3. TEOREMA DE THÉVENIN
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resistência de carga (RL). O cálculo da corrente de 9. Na Fig. 2.11, a corrente da fonte ideal é de
Norton pode ser feito diretamente em circuito, para 10mA e a resistência interna é de 100kΩ. Se a
isso curto circuito a resistência de carga e calcule a resistência da carga for igual à zero, qual o valor
corrente de curto pela carga. da corrente de carga?
Exercícios de aprendizagem II
1. A resistência interna de uma fonte de tensão é
igual a 0,05Ω. Qual a queda de tensão através
dessa resistência interna quando a corrente que
passa por ela for de 2A? Figura 2.11 – Fonte de corrente.
2. Uma fonte de tensão é colocada em curto 10. A corrente da fonte ideal é de 5mA e a
temporariamente. Se a tensão da fonte ideal for resistência interna de 250kΩ na Fig. 2.11. Se a
de 6 V e a corrente de carga em curto for de resistência de carga for de 10kΩ, qual a corrente
150A, qual a resistência interna da fonte? de carga? Esta é uma fonte de corrente ideal?
3. Na Fig. 2.10, a tensão da fonte ideal é de 10V e 11. Uma fonte de corrente tem uma resistência
a resistência de carga é de 75Ω. Se a tensão da interna de 150kΩ. Para que faixa de resistência
carga for igual a 9V, quanto vale a resistência de carga a fonte de corrente é ideal?
interna? A fonte de tensão é quase ideal?
12. Calcule a corrente de carga da Fig.2.12 para cada
uma das seguintes resistências de carga 0,1kΩ,
2kΩ, 3kΩ, 4kΩ, 5kΩ e 6kΩ. Aplique o teorema
de Thèvenin.
Figura 2.14 – Circuito de malhas múltiplas. • CRISTAIS, os átomos para serem quimicamente
estáveis precisam fazer ligações químicas para se
Anotações completarem a última camada com oito elétrons.
__________________________________________ Quando os átomos de Si se unem para formar um
__________________________________________ sólido, eles se organizam de uma forma ordenada
__________________________________________ chamada cristal.
__________________________________________
__________________________________________ • BANDAS DE ENERGIA, quando os átomos de
__________________________________________ Si se juntam para formar um cristal (1023
__________________________________________ átomos), os níveis de energia se superpõem
__________________________________________ formando as bandas de energia. Na Fig. 3.3. é
PARTE III – TEORIA DOS mostrado as bandas de energia a uma
SEMICONDUTORES (SC) temperatura de 0K para um isolante, um
semicondutor e um condutor. Observe que os
1. SEMICONDUTORES isolantes a 0K diferem dos SC apenas pela gap2
de energia entre a banda de valência e a banda de
O Si possui número atômico 14 (14 prótons e condução (vazia), pois nos SC o gap é bem
14 elétrons) À temperatura ambiente, o silício menor que nos isolantes.
encontra-se no estado sólido. O silício é o segundo
elemento mais abundante da face da terra,
perfazendo 25.7% do seu peso.
• PARES DE ELÉTRONS-LACUNAS, em um
semicondutor puro (intrínseco) o nº de elétrons
na BC e igual ao nº de lacunas na BV, de modo
que sempre são formados aos pares. Quando um
elétron cai na BV ocorre à eliminação de um par
elétron-lacuna, isto é, a RECOMBINAÇÃO, a
taxa de criação e recombinação de pares elétron-
lacuna são praticamente iguais de modo a Figura 3.5. a) Rede bidimensional de um SC do
permanecer constante o nº pares elétron-lacuna. tipo-n e b)Rede bidimensional de um SC tipo-p.
O tempo médio de vida é da ordem de 10-9s.
• A CONDUTIBILIDADE DE UM SC DOPADO
• FLUXO DE CORRENTE EM UM SC PURO,
é proporcional à quantidade de impurezas
tanto as lacunas quanto os elétrons se movem em
adicionada ao SC puro, assim quanto maior a
um SC puro, entretanto em sentidos contrários,
dopagem, maior a condutibilidade.
assim diferente dos metais a corrente em SC
puros é formada não só pelos elétrons mais
também pelas lacunas. • RESISTÊNCIA DE CORPO, resistência que um
semicondutor possui quando sob tensão externa.
Um material SC dopado a ser colocado sob
• Os semicondutores INTRÍNSECOS não são de
tensão externa, seja to tipo-n ou do tipo-p se
grande utilidade na eletrônica, por isso e muito
comportam simplesmente como um resistor
comum aumentar o Nº de portadores de carga
comum de carbono, porém essa resistência
tanto na BV quanto na BC. Como? Injetando
depende do grau de dopagem (resistência
impurezas (outros elementos químicos) no
ôhmica).
cristal semicondutor (processo chamado de
Dopagem). A injeção de impurezas no silício,
• JUNÇÃO P-N, é a transição brusca de um
por exemplo, é feita através da fusão do silício e material do tipo-p para um material do tipo-n
a inserção de impurezas (átomos diferentes). A
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(Fig 3.6a), logo após de feita a junção p-n ocorre
a difusão das cargas, os elétrons se deslocam do 2. POLARIZAÇÃO DE UMA JUNÇÃO P-N
lado n para o lado p (Fig 3.6b). Os elétrons
chegam do lado p e cai em uma lacuna de modo DIRETA é quando se liga o terminal positivo de
a formar um par de íons fixos através de ligações uma fonte de tensão continua (cc) ao material do
covalentes (elétron de valência no lado p e tipo-p e o terminal negativo no lado do material tipo-
lacuna no lado n). n (Fig 3.8).
Figura 4.1. Diodo em circuito simples. Pontos a serem observados na reta de carga:
¾ PONTO DE SATURAÇÃO é a corrente
• GRÁFICO DE UM DIODO, variando-se a máxima.
tensão de saída no circuito (Fig 4.1) e medindo a ¾ PONTO DE CORTE é a corrente mínima.
corrente no diodo, observa-se um gráfico (I – V) ¾ PONTO DE OPERAÇÃO (Q) é o ponto que
como na Fig. 4.2. representa a corrente através do diodo e do
resistor, veja que ele é o ponto de intersecção das
duas curvas.
Observe que
VS
I= (saturação) Eq. 4.2
RS
V = VS (corte) Eq. 4.3
são os extremos da reta de carga.
Exercícios de aprendizagem IV
Figura 4.7
Figura 4.10
2.TRANSFORMADOR ELÉTRICO
Figura 4.11
Um transformador ideal consiste em duas
bobinas, com números de espiras diferentes
enrolados em torno de um núcleo de ferro. O
enrolamento primário, com N1 espiras, está ligado a
um gerador (cc) cuja fem é dada por v = VP sen ωt ,
essa tensão alternada no enrolamento primário cria
PARTE V – CIRCUITOS COM DIODOS uma campo magnético variável o qual é transferido
para o enrolamento secundário (N2 espiras) através
de um núcleo10.
1.CORRENTES ALTERNADAS
Pela lei de indução de Faraday, a fem
induzida por espira Vesp, é a mesma nos
É uma corrente varia senoidalmente com
enrolamentos primários e secundários, deste modo:
tempo, trocando de sentido7 (no Brasil comumente
60 ciclos/segundos ou 60Hz). A tensão que produz a
corrente alternada é dada por.
v(t ) = VP senθ Eq. 5.1
8
Também chamada de tensão de pico a pico.
9
Termo inglês (Root Mean Square).
7 10
É quando varia o sinal da tensão Geralmente o núcleo é de ferro ou ferrite.
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d Φ B VP1 VP 2 VALOR CC OU TENSÃO MÉDIA, valor medido
Vesp = = = Eq. 5.4 com o voltímetro sobre a carga RL o qual é dado por
dt N1 N 2
Com um pouco de álgebra podemos VPL/π (VPL é a tensão de pico na carga) que pode ser
reescrever de forma mais conveniente a Eq. 5.4 escrito como.
como: Vcc = 0, 318VPL Eq.5.6
N
VP 2 = 2 VP1 Eq. 5.5
N1 onde VPL = VP2 Eq.5.7
onde N1:N2 é chamado de relação de espiras.
Observe que de acordo com a Eq. 5.5 se e o fator π vem em decorrência de ter apenas metade
N2>N1, o transformador eleva a tensão no de um ciclo completo (ciclo completo possui um
secundário enquanto que N2<N1 o transformador comprimento 2π).
abaixa a tensão no secundário.
A CORRENTE DE CARGA (Icc) pode ser
calculada através da lei de Ohm, isto é,
VCC
I CC = Eq.5.8
RL
Figura 5.2. Transformador.
FREQÜÊNCIA DE SAÍDA, a freqüência de saída
3. RETIFICADOR DE MEIA ONDA de um circuito meia onda é igual à freqüência de
linha (entrada), isto é, o tempo gasto para a onda
É o circuito elétrico mais simples capaz de começar a se repetir (período) é o mesmo da linha.
converter uma (ca) em uma (cc), veja Fig. 5.3.
ANÁLISE GRÁFICA DO RETIFICADOR DE
MEIA ONDA, no primeiro semiciclo positivo o
diodo está diretamente polarizado e conduz corrente
elétrica (chave fechada) de modo que a tensão sobre
ele é zero e toda tensão fica então aplicada sobre a
carga RL enquanto que no primeiro semiciclo
negativo o diodo esta reversamente polarizado e não
conduz corrente elétrica (chave aberta). Assim toda
a tensão da fonte está aplicada sobre o diodo e a
tensão na carga RL é zero, veja Fig. 5.4 e compare as
tensões no diodo e na carga. Observe que a soma da
tensão sobre o diodo mais a tensão sobre a carga é
igual à tensão da fonte, visto que a tensão da fonte é
Figura 5.3 (a) Circuito retificador de meia onda. distribuída para o diodo e para a resistência de carga
(b) Sinal retificado na carga. (RL).
No circuito retificador de meia onda o diodo
deixa passar à corrente quando está diretamente
polarizado, assim os semiciclos positivos (diodo
diretamente polarizado) a corrente circula por ele,
enquanto que semiciclos negativos (diodo
reversamente polarizado) não há passagem de
corrente. Por convenção, o 1º semiciclo positivo tem
sentido horário e o 1º semiciclo negativo sentido
anti-horário. O sinal de saída Fig. 5.3(b) é chamado
sinal de meia onda.
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VALOR CC OU TENSÃO MÉDIA, a tensão média
com retificação completa é o dobro do valor medido
em um retificador de meia onda. Observe que a
tensão (VCC) sobre a carga RL é dada por 2VPL/ π que
pode ser escrito como.
Vcc = 0, 636VPL Eq.5.10
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I DC
FILTRAGEM DE ONDA COMPLETA VOND = Eq.5.16
f out C
Em um retificador de onda completa a freqüência Ex. 5.1
de ondulação é o dobro da freqüência de um Um retificador em ponte com filtro capacitivo tem
retificador meia onda, logo o capacitor é carregado uma tensão de entrada de 220VRMS. Se a relação de
com uma freqüência duas vezes maior, isto é, o espiras do transformador é de 2200:127, a
tempo de descarga é duas vezes menor que o meia capacitância de 470µF e a resistência de carga 1kΩ.
onda, o que implica em uma ondulação menor e uma Qual a corrente media na carga e a tensão de
tensão de saída cc mais próxima da tesão de pico VP. ondulação de saída? Considere a queda dos diodos
Solução
A tensão RMS no secundário V2 é dada por
N 127
V2 = 2 V1 ⇒ V2 = 220 = 12, 7V
N1 2200
O valor de pico da tensão no secundário VP2 é
V2 12, 7
VP 2 = ⇒ VP 2 = 17,96V
0, 707 0, 707
Considerando a queda dos diodos, temos que a
tensão média na carga VDC é.
VDC = 17,96 − 1, 4 = 16,56V
Figura 5.10. Circuito onda completa (tomada De posse do valor da tensão média na carga,
central) com filtro e a onda filtrada. podemos calcular a corrente média de carga.
V 16,56
I DC = DC ⇒ I DC = = 16,56mA
Em um retificador onda completa em ponte RL 1k
(Fig. 5.11) o sinal de saída filtrado é igual ao Com o valor da corrente media e utilizando a
retificador tomada central. Eq. 5.16 podemos calcular a tensão de ondulação na
saída do retificador.
16,56m
VOND = = 0, 293V
120 ⋅ 470 µ
Observe que a freqüência não é dada no
problema, mas supomos a freqüência padrão de rede
no Brasil que é de 60Hz, e como o retificador é onda
completa em ponte a freqüência de saída é o dobro.
Se quisermos um valor mais preciso ainda da
tensão média calculamos a tensão média levando em
Figura 5.11. Circuito onda completa (ponte) com consideração a ondulação, a tensão com ondulação
filtro e a onda filtrada. (VCC) é dada por:
V
Comercialmente o sistema retificador utilizado é VCC = VDC − OND Eq.5.17
o retificador em ponte devido ele ser onda completa, 2
a tensão ideal de pico é praticamente igual à tensão
de pico no secundário e não necessita de um Se aplicarmos a Eq. 5.17 para o exmplo acima
enrolamento secundário com derivação central. obtemos VCC= 16,41V. Como a ondulação é de um
A tensão de ondulação, isto é, a diferença entre o modo geral bem pequena, quase não altera o valor da
valor máximo e mínimo de tensão no sinal de saída tensão média, isto é, VCC VDC .
filtrado VOND12 é dado pela equação:
12
Essa tensão é comumente chamada de tensão de ripple.
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Exercícios de aprendizagem V 3. No transformador da Fig. 5.13 de relação
11:3 a tensão de pico no primário é 155,58V com
freqüência de 50Hz. Sabendo que a resistência de
Circuitos retificadores. carga vale 50Ω. Calcule:
a)A corrente direta no diodo e a tensão inversa
Questões de pico.
b)A potência total do circuito.
1) O que são correntes alternadas?
2) Explique o funcionamento de um transformador
elétrico.
3) Explique o que é tensão RMS e tensão de pico.
4) O que são circuitos retificadores?
5) Dado um retificador de meia onda com fonte
senoidal. Desenhe as formas de onda da fonte, Figura 5.13 Retificador Tomada central
do diodo e da carga em um único gráfico. Faça
uma análise bem detalhada. 4. Se a tensão do secundário for de 60VRMS na
6) Qual é a principal diferença em termos de Fig. 5.14, qual dos diodos da tabela tem
circuito entre um retificador de meia onda e um especificações I0 e VIP suficiente para serem
retificador de onda completa tomada central? utilizados no circuito.
7) Qual a vantagem de se usar um retificador de Diodo I0 VI P
ponte ao invés de um retificador tomada central? 1N914 50mA 20V
8) Explique o processo de filtragem da onda em um 1N3070 100mA 175V
retificador com filtro (capacitor). 1N4002 1A 100V
1N1183 35A 50V
Problemas
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6. Repita o exercício anterior utilizando a PARTE VI – DIODOS COM FINALIDADES
segunda aproximação.
ESPECÍFICAS
7. Quais dos diodos do exercício 4 tem
especificações suficientes para serem utilizados no 1. DIODOS ZENER
circuito da Fig.5.15.
Os diodos Zener são diodos especiais projetados
8. Supondo que a corrente de carga cc seja de para trabalharem na região de ruptura, também
aproximadamente 10mA e a capacitância 470µF. chamados de diodos de ruptura. O diodo Zener tem
Admitindo um retificador em ponte e uma grande aplicação na eletrônica, eles funcionam como
freqüência de linha de 60Hz. Calcule a tensão de reguladores de tensão. Variando-se o nível de
pico a pico da ondulação (VOND) de saída. dopagem desses diodos podemos obter diodos Zener
com tensões de ruptura de 2V até 200V.
9. Dadas as mesmas condições do exercício A Fig. 6.1 mostra o símbolo de circuito de um
anterior. Calcule a tensão de pico a pico da diodo Zener em um circuito regulador de tensão,
ondulação que sai de um retificador de meia onda. observe que o símbolo de um Zener é muito
Compare os valores. semelhante a um retificador, porém com uma linha
assemelhada com a letra Z de Zener.
10. Um retificador em ponte com filtro com
capacitor de entrada tem uma tensão na saída de
25V. Se a resitência de carga for de 220Ω e a
capacitância de 500µF, qual a ondulação de pico a
pico?
11. Sendo a tensão no secundário no circuito da
Fig.5.16 de 21,2VRMS. Determine:
Figura 6.1 Circuito simples com diodo Zener.
a)a tensão de carga cc sendo C = 220µF;
b)a ondulação de pico a pico;
É fácil de perceber que o diodo Zener do circuito
c)as especificações mínimas I0 e VIP dos diodos.
da Fig. 6.1 está reversamente polarizado, visto que
d)a tensão media com ondulação (veja ex. 5.1)
ele trabalha na região Zener (localizada na zona
reversa), apesar de operar também nas regiões direta
e de fuga.
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As folhas de dados geralmente especificam a então podemos fazer a reta de carga a partir da Eq. 2
tensão Zener VZ para uma determinada corrente de que se reduz a:
teste IZT conforme vista no gráfico I–V e IZM é a 20 − VZ
máxima corrente Zener especificada. A corrente IZM IZ = (3)
pode ser calculada através do quociente da potência
1000
Da Eq. 3 temos a seguinte reta de carga mostrada
Zener máxima (PZM) pela tensão Zener VZ,
na Fig. 6.4, observe que possui duas retas de carga
conforme a Eq. 6.1 abaixo.
na Fig 6.4, pois uma VS = 20V e a outra VS = 30V.
PZM
I ZM = Eq.6.1
VZ
Apesar da curva I–V na região Zener ser quase
vertical13 ela possui uma pequena inclinação, tal
inclinação se deve ao fato do diodo Zener possuir
uma pequena resistência Zener ou impedância Zener
que é representada por RZ ou ZZ.
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∆VZ ∆I Z RZ
≅ (11) Exercícios de aprendizagem V
∆VS ∆I S RS
Reguladores de Tensão.
Para uma resistência de carga constante a
variação de corrente Zener é igual à variação 1) Um regulador Zener sem carga (RL) tem uma
corrente na fonte. Assim podemos reescrever a Eq. tensão de alimentação de 20 V, uma resistência
11 como: de série de 330 Ω e uma tensão Zener de 12 V.
∆VZ RZ Qual a corrente no diodo Zener?
≅ (12) 2) Se o resistor em série do problema anterior
∆VS RS
possuir uma tolerância de ± 10 %, qual será a
Observe que ∆VS é a ondulação de entrada e ∆VZ corrente máxima no Zener?
a ondulação de saída do regulador, como a 3) O diodo Zener da Fig 6.9 abaixo tem VZ = 10V.
resistência Zener RZ é muito menor que a resistência Utilize a aproximação ideal para calcular a
limitadora RS, logo a ondulação de saída é muito corrente Zener mínima é máxima.
menor que a ondulação de entrada. Assim está
provado que o diodo Zener é um regulador de
tensão.
É importante verificar se o Zener está ou não
fazendo regulação no circuito, principalmente
quando a tensão da fonte baixa, pois o Zener sai da
região de ruptura, isto é o Zener desliga. Quando Figura 6.9
isto ocorre temos que; 4) Suponha que no exercício anterior o diodo Zener
VS (min) − VZ tenha uma resistência de 7Ω. Utilize a segunda
I S (min) = (13) aproximação para calcular a variação de tensão
RS (max) Zener quando a tensão da fonte variar de 20 a
que pode ser rescrito como 40V.
VS (min) − VZ 5) Faça as análises preliminares do regulador Zener
RS (max) = (14) da Fig 6.10 abaixo, isto é, calcule VTH, IS, IL e IZ.
I S (min)
Como visto anteriormente,
IZ = IS − IL (15)
Que em um caso extremo de funcionamento de
baixa tensão pode ser escrito na forma
Figura 6.10
I Z (min) = I S (min) − I L (max) (16) 6) Suponha que a tensão no circuito da Fig. 6.11
possa variar até 0 V. Em algum lugar desta faixa
O ponto mais crítico ocorrerá quando a corrente o diodo Zener não manterá a regulagem. Calcule
Zener mínima chegar a zero, o que indica que a tensão de alimentação no qual a regulagem será
perdida.
I L (max) = I S (min)
(17)
Substituindo a Eq. 17 na Eq. 14 obtemos uma
relação muito útil em projetos elétricos.
VS (min) − VZ
RS (max) = (18)
I L (max)
Figura 5.11
Onde RS(max) é a resistência crítica, isto é, a
máxima resistência em série que pode ser usada no
circuito regulador.
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7) Qual será a dissipação de potência nos resistores PARTE VI – TRANSISTORES
e no diodo Zener do circuito da Fig. 6.11?
Introdução
8) No circuito pré-regulador da Fig. 6.12 encontre s
ondulação final de saída. Os transistores, inventados em 1948, são os
dispositivos mais importantes da atualidade. Os
transistores são os dispositivos que realmente
iniciaram a revolução da eletrônica da qual somos
testemunhas.
Os transistores são dispositivos:
• de três terminais.
Figura 6.12
9) Um diodo Zener tem uma tensão de 10 V e uma • utilizados para controlar sinais elétricos, cuja
corrente de 20 mA. Qual a dissipação de função é de amplificação e chaveamento da
potência no diodo? corrente.
10) Se o diodo Zener for desconectado do circuito
do exercício 6, qual será a tensão na carga? • que amplificam e controlam correntes grandes
11) O diodo Zener possui uma resistência Zener de a partir de correntes ou voltagens pequenas.
11,5 Ω. Se a fonte de alimentação tiver uma
ondulação de 1 V, qual será a ondulação no • que fazem chaveamento e são utilizados como
resistor de carga (circuito do exercício 6). interruptores eletrônicos para permitir ou
12) Um regulador Zener tem uma tensão de entrada bloquear a passagem de corrente sem ações
de 15 a 20V e uma corrente de carga de 5 a mecânicas.
20mA. Se a tensão Zener for de 6,8V, que valor
deverá ter o resistor em serie? • basicamente de dois tipos bipolares de junção
13) Desenhe o diagrama elétrico de um regulador e ou de junção e os transistores de efeito de
Zener com uma fonte de alimentação de 25 V, campo ou FET (Field effect transistor).
uma resistência em série de 470 Ω, uma tensão
Zener de 15 V e uma resistência de carga de 1. TRANSISTOR BIPOLAR DE JUNÇÃO (TBJ)
15kΩ. Qual é a tensão na carga e a corrente no
Zener? Os transistores bipolares são os transistores
14) Projete uma fonte que deve ser ligada a corrente propriamente ditos e são controlados por uma
de Goiânia e que tenha um sinal retificado, o corrente de entrada, enquanto que os transistores de
mais constante possível e regulado. Após o efeito de campo são dispositivos controlados por
projeto calcule: a tensão de ondulação se houver voltagem (campo).
uma ondulação na saída do filtro de 5 V. Fisicamente o transistor é formado por três
15) O que faz o circuito da Fig. 6.13? camadas semicondutoras dopadas e pode ser feito de
duas formas, duas camadas do tipo n intercaladas
por uma camada do tipo p (transistor do tipo npn) ou
duas camadas do tipo p intercaladas por uma do tipo
n (transistor do tipo pnp). Ambos desempenham a
mesma função, porém com sentidos de correntes
invertidos. O termo transistor bipolar de junção se dá
ao fato de que lacunas e elétrons participam do
processo de injeção no material opostamente
Figura 6.13
polarizado. A Fig. 7.1 mostra o aspecto construtivo
dos transistores.
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se juntaram na base, tal corrente é formada pelos
portadores de cargas majoritários (elétrons livres)
conforme Fig 7.2.
Se polarizarmos ambas as junções reversamente
(Fig. 7.3) isso resultará em uma pequena corrente de
reversa de portadores de carga minoritários
Figura 7.1. Aspectos construtivos dos composta pela corrente de saturação (portadores de
transistores bipolar de junção TBJ. Observe que carga produzidos termicamente) e corrente
seus terminais são representados pelas letras superficial de fuga. Desta forma vemos que ou
maiúsculas E (emissor), B (base) e C (coletor) (a) temos uma grande corrente quando os “diodos”
tipo npn e (b) tipo pnp. estão diretamente polarizados ou uma pequena
corrente reversa quando os “diodos” estiverem
¾ Emissor Æ Camada fortemente dopada cuja reversamente polarizados.
função é emitir portadores de carga para a base
(elétrons no npn e lacunas no pnp).
¾ Base Æ Tem uma dopagem média e é muito
fina, pois sendo fina possibilita que a maioria
dos portadores de carga lançados pelo emissor
passem para o coletor.
¾ Coletor Æ Camada levemente dopada e muito
mais espessa que o emissor, sua função é coletar
os portadores de cargas da base emitidos pelo
emissor.
Figura 7.3. Polarização reversa.
Operação do transistor
2. POLARIZAÇÃO DIRETA-REVERSA.
Para entendermos o funcionamento do transistor,
vamos basear em um transistor npn, visto que o Quando se polariza um transistor com a
transistor npn é mais utilizado na prática e os polarização direto reversa ocorre um fenômeno
fenômenos em um transistor npn e um pnp são os inesperado, de fato ocorre o fenômeno transistor
mesmo, invertendo apenas os sentidos de corrente. “transfer –resistor”. Assim o “diodo emissor”
(emissor-base) é polarizado diretamente e o “diodo
coletor” (base coletor) é polarizado reversamente.
Da configuração direta-reversa o que é natural de
se esperar e que haja uma corrente considerável no
diodo emissor e uma baixa corrente reversa no diodo
coletor. Tal fato não ocorre, pois se verifica que a
corrente coletor é considerável e de magnitude
próxima da corrente do emissor.
Análise
Figura 7.2. Polarização direta.
Quando polarizamos o diodo emissor
Observando a Fig. 7.2 e lembrando dos diretamente, com uma tensão VEB conforme a Fig.
7.4., a junção emissor-base funciona como um diodo
fenômenos que ocorrem em um diodo diretamente
polarizado e um reversamente polarizado é fácil polarizado diretamente, ou seja, circula uma corrente
perceber que se polarizamos na junção Emissor- considerável IB de portadores majoritários (elétrons
livres), além de uma pequena corrente em sentido
Base e na junção Coletor-Base com polarização
direta, isso resultará numa grande corrente Emissor- contrário devido aos portadores minoritários
Base e uma grande corrente Coletor-Bases as quais
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(lacunas), “tal corrente é desprezível e na maioria
das vezes é desprezada na prática”.
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Assim como qualquer outro componente de A corrente de recombinação na base deve fluir
circuito o transistor possui um símbolo de circuito através de r´B, o que produze uma tensão.
conforme pode ser visto na Fig. 7.7. Tipicamente essa resistência de espalhamento varia
entre 50 a 150Ω, entretanto pode chegar até a
1000Ω.
Tensões de ruptura
Como podemos considerar cada junção do
transistor separadamente como um diodo,
conseqüentemente cada diodo deve ter certa
Figura 7.7. Símbolo de transistor bipolar de semelhança com os diodos, assim quando se aplica
junção utilizados em circuito. uma tensão reversa em demasia o diodo por sofrer
A seta do símbolo gráfico do transistor indica o ruptura. O diodo emissor por ter um alto nível de
sentido de corrente no emissor (fluxo convencional) dopagem, este possui uma tensão de ruptura BVBE
através do dispositivo. Note que tanto no transistor baixa, tipicamente de 5 a 30V. Já o diodo coletor, o
npn quanto no transistor pnp a Eq. 01 é válida e que qual é levemente dopado possui uma tensão de
as polarizações aplicadas são tais que estabelecem ruptura (Blowout14 Voltage)BVCE da ordem de 20 a
uma corrente com o sentido indicado no símbolo. 300V.
4. CARACTERÍSTICAS DO TRANSISTOR
Para se descrever o comportamento de um
dispositivo de três terminais, como o transistor da
Fig. 7.8, são exigidos pelo menos dois conjuntos de
curvas características, uma para o ponto de
excitação (parâmetros de entrada) e outra para a Figura 7.7. (a) Circuito Emissor-Comum simples
saída. O conjunto de entrada para um emissor e (b) curvas de base para o circuito em “a”.
comum (Fig. 7.8) é a relação entre a corrente de
entrada IB vesus VBE.
Curvas de coletor
Curvas da Base
Quando relacionamos o conjunto de parâmetros
Se observarmos, a junção Base-Emissor funciona de saída, isto é, a corrente de saída (corrente do
como um diodo diretamente polarizado, assim é de coletor IC) a uma tensão de saída (tensão entre o
se esperar um gráfico semelhante ao gráfico de um coletor é o emissor VCE) obtemos as curvas do
diodo. Isto de fato ocorre, veja Fig. 7.7b. Apesar da coletor, para isto basta montar um circuito como o
semelhança com a curva do diodo, os transistores da Fig. 7.7a. A idéia básica para plotar as curvas é
possuem mais variáveis. Assim quando aumentamos manter um parâmetro de entrada (corrente de base) e
o valor de VCE o coletor aumenta a camada de variar a tensão VCE e verificar o que ocorre com a
depleção (CB) sobre a base. A assim a base captura corrente no coletor IC. Assim, fixando a corrente de
mais elétrons antes que haja a recombinação na base e variando a tensão de saída VCE e medindo a
base. Este fenômeno faz com que a corrente de base corrente do coletor obtemos uma curva como a Fig.
sofra uma pequena redução, entretanto essa redução 7.8a.
é mínima, uma vez que a quantidade de elétrons
injetados na base não dependem de VCE.
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corrente de base IB controla uma grande corrente no
coletor IC.
Corte e Ruptura
Nas curvas de coletor mostradas na Fig. 7.8a,
existe uma curva mais baixa a qual ocorre quando a
corrente de base é zero. Se a corrente de base e zero
(IB = 0) isso equivale a dizer que o terminal da base
esta aberto. A corrente de coletor para a condição IB
= 0 é chamada de ICEO (corrente do coletor para o
emissor com a base open “aberta”), tal corrente é
produzida parcialmente pelos portadores de carga
produzidos termicamente e também a corrente
superficial “fuga”. A corrente ICEO também é
chamada de corrente de corte, pois quando IB = 0 o
transistor entra em corte, isto é, para de funcionar.
Outro ponto importante da curva do coletor é a
tensão de ruptura BVCEO, pois se aplicar-mos uma
tensão VCE > BVCEO o diodo coletor sofre ruptura e a
corrente aumenta drasticamente. Um bom projeto
Figura 7.8. Curva do coletor para o circuito da deve manter o valor de VCE <(1/4)BVCEO.
Fig. 7.7a: (a) Curva do coletor para uma corrente de
base IB 30µA e (b) curvas do coletor para varias
correntes de base fixadas.
PD = VCE I C Eq. 6
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Aplicando a lei das malhas na malha coletor- TRANSISTOR COMO CHAVE
emissor temos
V −V De posse dos conceitos ponto de saturação e
VCC − I C RC − VCE = 0 ou ainda I C = CC CE Eq. 7 ponto de corte, podemos fazer a aplicação mais
RC
simples do transistor, a operação do transistor como
Observe que a Eq. 7 é uma função do primeiro
chave. Um transistor operando como chave é um
grau e portanto o seu gráfico é uma reta (linha de
transistor que tem seu funcionamento na região de
carga cc). Para traçarmos esta reta basta resolver-
saturação ou na região de corte. É fácil de perceber
mos a equação para os extremos. Assim temos os
que se o transistor esta saturado, ele se comporta
seguintes pontos.
como uma chave fechada ao passo que se o
Se VCE = 0 logo,
transistor esta em corte, este funciona como uma
V
I C = CC (superior) Eq. 8 chave aberta.
RC
e se IC = 0, então
Apontamentos de aula de Física p/ Computação II versão 2007. Prof: MSC. Elias Ribeiro Silva Martins 36
ele. Por outro lado quando a corrente da base IB é Quando VBB= 0 a corrente de base é IB = 0, assim
zero, o transistor se comporta como uma chave o transistor está operando em corte, observe que
aberta, isto é, toda a corrente que chega ao transistor IC = βIB = 0, ou seja, o transistor de fato é uma chave
é impedida de passar. aberta. Entretanto quando se aplica a base uma
Uma forma didática de imaginarmos o tensão de 5V temos uma corrente de base de
chaveamento do transistor pode ser observada na 1,43mA, conforme a equação abaixo
Fig. 7.13. Na Fig. 7.13a é mostrado o transistor em
corte (não passa corrente entre o coletor e o VBB − VBE 5 − 0, 7
emissor), ao passo que na Fig. 7.13b é mostrado o IB = ⇒ IB = = 1, 43mA .
RB 3k
transistor saturado (a corrente passa pelo transistor
como se este fosse um curto circuito).
Para calcularmos a corrente de saturação, basta
imaginar o transistor como um curto entre o coletor
e emissor (Fig. 7.13b). Nestas condições a corrente
de saturação é dada por:
VCC 15
I C ( sat ) = ⇒ I C ( sat ) = = 15mA .
RC 1k
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15 − 2 5) Quais são os terminais de um TBJ? Explique
I C ( sat ) = = 13mA cada um?
1k
6) Explique o que é Alfa CC e Beta CC.
TRANSISTOR COMO FONTE DE 7) Quais são as condições necessárias para que
CORRENTE o transistor funcione na região ativa?
8) Desenhe uma curva de coletor genérica
Em muitos circuitos é necessário que se tenha em explicando cada parte da mesma.
determinado ponto do circuito uma corrente 9) Explique o que é região de compliance.
constante, como por exemplo, o circuito comando 10) Explique o quando ocorre e o que é saturação
de LED, pois se a corrente no LED diminui, o brilho do transistor.
do LED diminui. Para resolver este problema, basta 11) Explique o quando ocorre e o que é corte do
colocarmos uma fonte de corrente em cima do LED transistor.
e isso pode ser facilmente feito através de um TBJ. 12) Para que serve a linha de carga cc do
transistor?
13) Quais são as condições básicas para que um
transistor opere como chave?
PROBLEMAS
1) Se a corrente do emissor for de 6mA e a corrente
do coletor 5,75mA, qual o valor da corrente de base?
Calcule o valor de αCC.
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GABARITO 3) 8,33Ω, não
4) 0,24A, 11,88V
5) 0,22A, 11,00V
Exercícios de Aprendizagem I (p. 07)
6)200Ω
7) ≥ 3Ω
8) ≤ 0,2 Ω
1)Na Física, corrente elétrica é o fluxo líquido de
9) 10mA
qualquer carga elétrica. porém a mAis conhecida,
10) 4,81mA, não
provavelmente, é a o fluxo de elétrons através de um
11) ≤ 1,5kΩ
condutor elétrico, geralmente metálico.A unidade
12) 5,71mA; 3,00mA; 2,40mA; 2,00mA; 1,71mA;
padrão no SI para medida de corrente é o ampère.
1,5mA
2) 3,6C
13) 5,71mA; 3,00mA; 2,40mA; 2,00mA; 1,71mA;
3) 600kWh
1,5mA
4)Corrente contínua (CC ou, em inglês, DC) é o
14) 2mA, 5kΩ
fluxo constante e ordenado de elétrons sempre em
15) 0,43mA; 0,307mA; 0,26mA; 0,23mA; 0,21mA;
umA direção. Esse tipo de corrente é gerado por
0,19mA
baterias de automóveis ou de motos (6, 12 ou 24V),
16) 0,44mA; 4,5Ω
pequenas baterias (geralmente 9V), pilhas (1,2V e
17) Desafio!
1,5V), dínamos, etc. NormAlmente é utilizada para
alimentar aparelhos eletrodomésticos de som e vídeo
(entre 1,2V e 24V) e os circuitos digitais de Exercícios de Aprendizagem III (p. 15)
equipamento de informática (Computadores,
Modems, Hubs, etc.). 1) Vide teoria
A corrente alternada, ou CA (em inglês AC) é umA 2) Vide teoria
corrente elétrica cuja mAgnitude e direção da 3) Vide teoria
corrente varia ciclicamente, ao contrário da 4) Vide teoria
corrente contínua cuja direção permAnece 5) Vide teoria
constante e que possui pólos positivo e negativo
definidos. A formA de onda usual em um circuito de 6) 5mA é a mesma do lado n.
potência CA é senoidal por ser a formA de 7) 64nA, 2,048µA
transmissão de energia mAis eficiente. Entretanto, 8) Vide teoria
em certas aplicações, diferentes formAs de ondas 9) Vide teoria
são utilizadas tais como triangular ou ondas 10) Vide teoria
quadradas. 11) 0,715V
5) 3C
12) >0,3V
6) a)5A, b) 3kWh
7) a) 180W, b)3600W
8) 0,1ºC Exercícios de Aprendizagem IV (p. 18)
9) Sera duas Vezes mAior
10) 4,13Ω 1) 70mW
11) 2,5m 2) Vide teoria
12)a) 3kΩ, b) 5,31kΩ, c) 2,05kΩ, d) 6,5kΩ, e) 3) 0mA; 0mA, 0,106mA; 0,212mA; 1,702mA
10kΩ
4) 20mA; 20V; 400mW; 0W, 400mW
13)a) i1=14/17A, i2=56/17A e i3=70/17A
b) 5,09A 5) 19,3mA; 19,30V; 372,5mW; 13,51mW, 400mW
c) i1=42/11A, i2=70/11A e i3=23/11A 6) 19,295mA; 19,295V; 372,295mW; 13,603mW,
386mW
Exercícios de Aprendizagem II (p. 11) 7) 0,255mA
8) 10mA; 0W
1) 0,1V 9) 9,93mA; 6,95mW
2) 0, 04Ω
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10) 9,929mA; 6,975mW 5) Vide teoria p. 34 e 35
11) 2,21mA; , 4,49mW 6) 120,0mW
7) 250
8) 17,50mA
Exercícios de Aprendizagem V (p. 24)
9) 14,81µA
10) a) 93,00µA
1) a) 28,288V; b) 8,996V e 60Hz; c) 2,998mA e
b)6,40V
2,998mA; d) 26,974mW; e) 28,288V
c)6,40mW
2) a) 28,288V; b) 8,773V e 60Hz; c) 2,924mA e
11) 4,70V
2,924mA; d) 27,702mW; e) 28,288V
12) 51,6kΩ; 83,33µA; 0,7V; 0,75kΩ
3) a) 130,478mA e 42,431V; b) 3,58W
13) Vide teoria p. 35
4) 1N3070 e 1N4002
14) 10,71V; 1,43mA
5) a) 35,347V e 88,367mA; b) 44,184mA; c)
56,577V; d) 3,123W e 120Hz 15) I C > I C(SAT) , logo (saturado).
6) a) 35,093V , 87,731mA; b) 43,866mA; c) 16) Para 0V Æ 10V (corte)
56,577V; d) 3,201W e 120Hz e 5V Æ 0V (saturação)
7) 1N3070 e 1N4002. logo, funciona como chave
8) 0,177V 17) Saturado; 13,0mA
9) 0,355V 18) Para 0V Æ 20V (corte)
10) 1,89V e 5V Æ 15V (região ativa)
11) a) 28,586V; b) 2,70V, c) 35,732mA e 29,986V
12) 40,813V
1) 24,24mA
2) 26,93mA
3) 12,19mA; 36,58mA
4) 24,18mA
5) 28,37V
6) ≤ 14,63V
7) 194mW; 96mW; 194,88mW
8) 5,83mV
9) 200mW
10) 16,39V
11) 35mV
12) 1kΩ
13) 15V; 20,27mA
14) Desafio!
15) Desafio!
Problemas
1) 0,958
2) 0,995; 200
3) 300,0µA
4) 110,0µA; 9,89mA
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