Atividade Manfestos
Atividade Manfestos
Atividade Manfestos
Manifesto um gnero textual que se caracteriza como sendo uma manifestao por escrito de
um apelo coletivo. A comunidade se rene e expe sua queixa ou seu protesto, em grupo, por
intermdio de um texto escrito.
Esse tipo de texto apresenta algumas caractersticas, tais como:
clareza e simplicidade na linguagem;
objetividade e preciso da informao contida no texto;
ausncia de ambiguidade ou contradio que possa comprometer a recepo da
mensagem, ou seja, o manifesto/abaixo-assinado no pode gerar dvidas no leitor;
o texto deve ser escrito na terceira pessoa do plural, j que se trata de um apelo coletivo.
Por exemplo: o que nos encoraja a escrever esse protesto ...
Leia o texto abaixo, publicado em 2008, no Jornal de Hoje, a respeito do protesto feito contra a
construo de hotis na Via Costeira, que compromete a vista para o mar. Observe que no se
trata de um manifesto textual, mas sim de um texto jornalstico que fala sobre um manifesto feito
pelas pessoas no local da via costeira.
TEXTO I
Manifesto Pau-Brasil
A poesia existe nos fatos. Os casebres de aafro e de ocre nos verdes da Favela, sob o azul
cabralino, so fatos estticos. [...]
A nunca exportao de poesia. A poesia anda oculta nos cips maliciosos da sabedoria.
Nas lianas da saudade universitria. [...]
A Poesia para os poetas. Alegria dos que no sabem e descobrem. [...]
A Poesia Pau-Brasil. gil e cndida. Como uma criana. [...]
A lngua sem arcasmos, sem erudio. Natural e neolgica. A contribuio milionria de todos os
erros. Como falamos. Como somos.
No h luta na terra de vocaes acadmicas. H s fardas. Os futuristas e os outros.
Uma nica luta a luta pelo caminho. Dividamos: Poesia de importao. E a Poesia
Pau-Brasil, de exportao.
Houve um fenmeno de democratizao esttica nas cinco partes sbias do mundo.
Institura-se o naturalismo. Copiar. Quadros de carneiros que no fosse l mesmo, no prestava.
A interpretao no dicionrio oral das Escolas de Belas Artes queria dizer reproduzir igualzinho...
Veio a pirogravura. As meninas de todos os lares ficaram artistas.
Apareceu a mquina fotogrfica. E com todas as prerrogativas do cabelo grande, da caspa e da
misteriosa genialidade de olho virado o artista fotgrafo. [...]
O trabalho contra o detalhe naturalista pela sntese; contra a morbidez romntica pelo
equilbrio gemetra e pelo acabamento tcnico; contra a cpia, pela inveno e pela surpresa. [...]
Nossa poca anuncia a volta ao sentido puro.
Um quadro so linhas e cores. A estaturia so volumes sob a luz.
A Poesia Pau-Brasil uma sala de jantar domingueira, com passarinhos cantando na mata
resumida das gaiolas, um sujeito magro compondo uma valsa para flauta e a
Maricota lendo o jornal. No jornal anda todo o presente.
Nenhuma frmula para a contempornea expresso do mundo. Ver com olhos livres. [...]
Uma viso que bata nos cilindros dos moinhos, nas turbinas eltricas; nas usinas produtoras, nas
questes cambiais, sem perder de vista o Museu Nacional. Pau-Brasil. [...]
O trabalho da gerao futurista foi ciclpico. Acertar o relgio imprio da literatura nacional.
Realizada essa etapa, o problema outro. Ser regional e puro em sua poca. [...].
(Correio da Manh, 18 de maro de 1924)
ANDRADE, Oswald de. Disponvel em: <http://www.algosobre.com.br/literatura/modernismo-1-
momento.html>.Acesso em: 22 out. 2012. Fragmento.
1. No Texto 1, no trecho A interpretao no dicionrio oral das Escolas de Belas Artes queria
dizer reproduzir igualzinho..., o uso do diminutivo na palavra destacada sugere
A) admirao. B) afetividade. C) crtica. D) simplificao. E) suavizao.
3. No Texto 1, a expresso Ver com olhos livres. tem o mesmo significado que
A) admirar a simplicidade. B) desejar a desordem. C) enxergar a realidade.
D) libertar-se de preconceitos. E) presenciar as novidades.
6. A finalidade do Texto 1
A) descrever o trabalho dos poetas nacionais.
B) discutir a democratizao esttica da arte.
C) explicar a importncia do detalhe na poesia naturalista.
D) propor uma nova concepo de arte.
E) relatar o desenvolvimento da Poesia Pau-Brasil.
Obra com mais de 2 metros de altura impede vista para o mar e, segundo manifestantes, no
est de acordo com o Plano Diretor.
Ambientalistas e lideranas de Conselhos de moradores promoveram na manh de hoje, na Via
Costeira, uma manifestao de repdio contra um muro de quase 200 metros, que foi erguido,
recentemente, pelo Imir Plaza Hotel, para cercar o anexo onde funciona a arena de shows do
empreendimento. Segundo os manifestantes, a obra impede a viso do mar e desrespeita o
prprio Plano Diretor do municpio.
Diante disso, o grupo distribuiu panfletos a pedestres e motoristas que trafegavam pela avenida
Dinarte Mariz (Via Costeira). Enquanto funcionrios do hotel davam os ltimos retoques na obra,
faixas eram erguidas pelos ambientalistas, com a frase: Queremos ver o mar!. Apesar disso, o
gerente do Imir no quis se pronunciar imprensa, mas disse reportagem do JH que no
entendia o motivo da polmica.
No entanto, para o arquiteto e urbanista Heitor Andrade, a construo do muro ilegal, j que no
estaria em conformidade com o artigo 21 da Lei Complementar n 82, de 2007, que corresponde
ao prprio Plano Diretor da cidade, que est em vigncia, em relao Zona Especial Turstica
(ZET2). Segundo ele, a prpria legislao no permite construes civis na Via Costeira, com
obras que ultrapassem o nvel do meio fio da pista. Cad a lei? Essa obra no condiz com o que
est firmado no Plano Diretor. No faz qualquer sentido esse muro erguido acima do nvel
permitido, disse Heitor.
Quem garante tambm a irregularidade o presidente da Associao Potiguar Amigos da
Natureza, Francisco Iglesias, que questiona a legalidade da obra e adverte para a construo de
novos muros. Se um hotel faz isso, depois outros iro copiar a mesma idia, pois no esto nem
a para o impacto que esto provocando, alertou.
De acordo com Iglesias, o grupo de ambientalistas j enviou ofcio Secretaria Municipal de Meio
Ambiente e Urbanismo (Semurb), cobrando explicaes sobre a suposta autorizao para a
execuo da obra, e solicitando, paralelo a isso, o imediato embargo.
Na Via Costeira existem 13 acessos livres aos cerca de 10 quilmetros de praia, mas para a
presidente da Associao dos Conjuntos Ponta Negra e Alagamar (AMPA), Vera Almeida, falta
urbanizao no local, que garanta a mnima estrutura a banhistas e turistas. Como se isso no
bastasse, ainda querem nos privar de contemplar um dos mais belos visuais do mundo, que serve
como verdadeiro carto-postal. No concordamos, portanto, com a privatizao feita pelos
hoteleiros do nosso patrimnio, observou Vera.
A paisagem tambm foi defendida pelo economista Rodrigo Cmara, que trafegava pela Via
Costeira e resolveu aderir ao movimento. Moro em Ponta Negra e passo por aqui todos os dias,
quando vou trabalhar. Se a Prefeitura permitir esse muro eu tenho certeza que haver um grande
protesto na cidade. Ningum est de acordo com isso, a no ser por motivos financeiros, criticou.
Diante disso, os manifestantes resolveram, tambm, fazer um abaixo-assinado com assinaturas
de qualquer cidado que no concorde com obras que tirem a viso do mar, em toda a extenso
da Via Costeira. No documento, que ser entregue s autoridades, o grupo pede a demolio
imediata do muro.
Fonte: <http://sospontanegra.wordpress.com/category/manifesto/>. Acesso em: 25 fev. 2010.
Atividades:
De acordo com a matria que voc acabou de ler, responda:
1. O que defendem os manifestantes?
2. Quais argumentos eles utilizam?
3. De que forma se deu a ao dos manifestantes?
4. Segundo Heitor Andrade, por que a construo do muro ilegal?
5. Qual a posio da Associao Potiguar Amigos da Natureza?
6. Enquanto cidado e parte da comunidade de Natal, qual a sua opinio a respeito? Justifique
com argumentos prprios.