Jose Genilson de Azevedo Editoriado 1125176
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Resumo
O conceito inicial da gerao distribuida foi identificado no inventor, cientista e empresrio
Thomas A. Edson (1847 1931), quando efetivou a instalao do primeiro sistema de gerao
de energia eltrica na cidade de Nova Iorque, em 1882.A gerao central construda
alimentava lmpadas incandescentes de aproximadamente 59 clientes, em uma rea com cerca
de 1 km. Neste caso,existia uma fonte de energia prxima carga de pouco acesso linha
eltrica de uma hidreltrica. Com a evoluo do Sistema Eltrico de Potncia, grandes
centrais foram construdas e passaram a alimentar cargas distantes, formando um modelo cada
vez mais centralizado. Porm, o crescimento significativo da demanda, acompanhado da
emisso de poluentes ao meio ambiente, como tambm o surgimento de novas tecnologias de
gerao de pequeno porte, surgiu a necessidade da descentralizao do fornecimento da
energia, surgindo assim a figura de pequenos geradores, aliviando necessariamente o sistema
eltrico.Este artigo tem como objetivo indicar as vantagens no uso da gerao distribuda em
condomnios de edifcios, com uma aplicao prtica de viabilidade econmica,
proporcionando reduo na conta de energia eltrica atravs dos crditos de gerao,
mostrando benefcios tanto para o consumidor como tambm para o fornecedor da energia
eltrica. O estudo mostra uma forma de garantir a disponibilidade da eletricidade em baixa
tenso para o cliente cativo. Possui as etapas de anlise de perfil de carga, estudo de consumo
da energia eltrica, anlise da viabilidade tcnica e econmica das aes a implementar, e
elaborao de proposta. A metodologia utilizada baseia-se em pesquisa bibliogrfica em
livros, revistas e artigos, e aplicao de estudo de caso de crditos de energia por sistema
fotovoltaico em condomnio de edifcios. Os resultados mostram um investimento necessrio
em torno de R$ 9.418,32, com possibilidade de retorno do investimento em menos de 10
anos, beneficiando um ganho de R$ 15.207,33 ao longo dos 25 anos de vida til, numa Taxa
de Retorno do Investimento em 8,59%.
Palavras-chave:Gerao Distribuda. Sistema Eltrico. Energia solar. Sistema Fotovoltaico.
Crdito na fatura.
1. Introduo
Segundo James Clerk Maxwell (1831 1879), energia aquilo que permite uma mudana na
configurao de um sistema, em oposio a uma fora que resiste a essa mudana. Isto mostra
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que, para que ocorra uma mudana de estado no sistema, tais como transformar energia
mecnica em eltrica, energia potencial em cintica, ou energia solar em eltrica, necessrio
que exista uma quantidade de energia, que por sua vez, em uma determinada reserva
denominada fonte. extremamente importante a sustentabilidade desta fonte para uma
eficaz e eficiente continuidade no suprimento de energia, frente ao significativo crescimento
da demanda. Manter o sistema eltrico disponvel para este suprimento requer diversas aes,
dentre elas, o mantimento da sua capacidade em fornecer energia eltrica. O emprego da
gerao distribuda nos dias atuais, dentro de seus objetivos conceituais, visa proporcionar
uma folga no carregamento das grandes centrais geradoras, resultando em ganhos de
suprimento.
Este trabalho apresenta um estudo de caso de uso da gerao de energia eltrica por sistema
fotovoltaico em condomnio de mltiplas unidades consumidoras, analisando os benefcios no
que se refere disponibilidade de energia, como tambm a crditos de consumo junto
concessionria local. O estudo evidencia a prtica do uso da gerao distribuda, que se
expande nas reas de planejamento estratgico em energia, viabilidade tcnica e econmica, e
no diagnstico energtico.
Este artigo est organizado da seguinte forma: Conceituao da gerao distribuda;
importncia do uso da gerao prpria nos dias de crise econmica atuais; o uso da gerao
distribuda em edificaes; gerao de energia eltrica por sistemas fotovoltaicos; aplicao
de estudo de caso, cujas etapas so estudo das caractersticas do perfil da carga, anlise de
perfil de irradiao solar local, anlise de comportamento de consumo energtico, elaborao
de diagnstico para o uso da gerao solar; e concluses.
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pico e de baixa.
Criada em 2012, a resoluo n 482 da Agncia Nacional de Energia Eltrica (ANEEL, 2012)
estabeleceu regras para injeo de energia eltrica nas redes das concessionrias locais por
meio de pequenos sistemas de gerao. A quantidade excedente de energia eltrica inserida
transformada em crditos para o consumidor. Esta compensao de crditos obedece
seguinte ordem: no mesmo posto tarifrio, sendo na mesma unidade e no mesmo ciclo de
faturamento; em outro posto tarifrio, sendo na mesma unidade e no mesmo ciclo de
faturamento; no mesmo posto tarifrio, sendo em outra unidade consumidora e no mesmo
ciclo de faturamento; em outro posto tarifrio, sendo em outra unidade consumidora e no
mesmo ciclo de faturamento; para as demais unidades consumidoras, sendo no mesmo ou em
outro posto tarifrio e no mesmo ciclo de faturamento, s que estas unidades tm que ser
cadastradas previamente pelo consumidor e obedecida ordem de prioridade escolhida por
ele; e repetir os mesmos procedimentos citados anteriormente para ciclos de faturamento
posteriores, obedecendo ao limite de 36 meses de validade dos crditos. Como ilustrao,
seguem abaixo trs exemplos de forma de pagamento.
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Conforme a figura 2, a gerao de 300 quilowatts-hora (kWh) foi maior que o consumo de
100kWh, resultando um saldo de 200kWh para crdito da energia eltrica. O pagamento para
este caso foi equivalente ao mnimo, que 100kWh.
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J na figura 3, a gerao (100kWh) foi menor que o consumo (300kWh), resultando um saldo
de 200kWh de faturamento da energia eltrica. O pagamento para este caso foi
correspondente ao consumo de 200kWh, ou 100kWh, caso a unidade consumidora j possua
crdito.
1) Reduo das perdas eltricas - com a diminuio do fluxo de potncia nas linhas de
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Atualmente no Brasil, existem 224 edificaes com certificao LEED (Leadership in Energy
and Environmental Design) e 10 edificaes certificadas pelo Selo PROCEL (Programa
Nacional de Conservao de Energia Eltrica). Estas aes j proporcionaram um potencial
mnimo de reduo de 30% ou mais. Descontando-se as perdas, o consumo de energia eltrica
chega a 516,6 terawatts-hora (TWh), sendo que 258TWh (equivalente a 60 bilhes) so
consumidos apenas pelas edificaes. Estas edificaes com eficincia energtica (chamadas
de condomnios verdes) possuem um potencial de reduo de 77,49TWh, mostrando que
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possvel readequar o suprimento de energia sem grandes investimentos nos grandes sistemas
de gerao, transmisso e distribuio (GBC BRASIL, 2015).
Estas novas perspectivas de mercado envolvendo a conscientizao da eficincia energtica
deixam os proprietrios de imveis bastante atentos, frente aos novos investimentos que sero
um diferencial na escolha de uma edificao. A ineficincia energtica provoca grandes
perdas financeiras e de oportunidades significativas. Aes eficientes geram novos empregos,
eleva o padro tcnico do setor, atenua o impacto ambiental e consequentemente melhora a
qualidade de vida.
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Por outro lado, existem algumas desvantagens no uso deste sistema, tais como: variao na
quantidade de energia gerada devido s variaes climticas (chuvas, neve, etc.), como
tambm a no gerao durante o perodo noturno; locais em latitudes mdias e altas (como
exemplos, Finlndia, Nova Zelndia, etc.); Pouca eficincia no armazenamento da energia
solar, se comparada com outras fontes como carvo, petrleo, entre outras; e baixo
rendimento dos painis solares, sendo entre 13% e 16% para os policristalinos e entre 14% e
21% para os monocristalinos (Portal Solar, 2015).
Para esta ltima, j existem pesquisas promissoras para o melhoramento dos rendimentos. A
empresa sua Airlight Energy desenvolveu uma nova forma de captao da energia oriunda
do sol, chamada de Solar Sunflower. Possui uma estrutura com 36 painis solares arranjados
em forma de girassol. Esta estrutura foi desenvolvida em parceria com a International
Business Machines Research (IBM Research), de Zurique, Sua. capaz de aumentar a
captura da energia, transformando-se em cerca de 5.000 sis, usando dois tipos de tecnologias
(combinao da energia fotovoltaica e termal). Esta combinao determina uma eficincia de
80% na produo de energia (um percentual muito elevado em comparao com outras
tecnologias). Os 36 painis, feitos de alumnio, funcionam como espelhos na reflexo da luz.
Para o resfriamento, pois a captura chega a temperaturas maiores de 1500 C, usada uma
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tecnologia aplicada pela IBM na utilizao da gua, que por sua vez usada para outras
finalidades. Entre elas est o aquecimento de prdios universitrios em Zurique. O resultado
da tecnologia uma alta produo de energia. So 12kW de energia fotovoltaica, alm dos
21kW de energia termal usada para outros fins (Revista EXAME, 2015).
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Para a verificao da melhor inclinao dos painis solares, foi utilizado o software RadiaSol
2, que tem na base de dados o mapa do SWERA. Com isto, o melhor valor encontrado para a
cidade de Recife foi 12 voltado para o norte.
Dentre as caractersticas, o painel escolhido possui algumas, que so: 36 clulas de silcio
monocristalino 125 x 125 mm; vidro temperado 3,2 mm de espessura; rendimento do mdulo
15,20%; dimenso do painel 1200 x 550 x 30 mm; rea do mdulo 0,66 m; temperatura de
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operao entre 43 C e 47 C; tipo de terminal de sada caixa de juno padro IP65; 900 mm
de cabo de 4,0 mm; potncia mxima de 100W; tenso mxima do sistema 1000V (em CC);
tenso de circuito aberto 22V; tenso mxima de operao 17,8V; e corrente mxima de
operao 6,06A. Para o referido projeto, sero necessrios 10 painis de 100W de potncia
cada, totalizando 1kW.
Para o clculo da rea dos mdulos necessria, foi utilizada a seguinte expresso:
Onde A a rea necessria para a instalao dos painis solares, e r o rendimento. Para
uma potncia encontrada de 1kW, rendimento 15,20%, e Condio Padro de Teste j
definida na frmula da expresso (2), 1000 W/m, a 25 C, a rea necessria calculada foi de
6,6 m.
Para a escolha do inversor, necessrio observar alguns pontos das especificaes dos painis
solares: potncia nominal; tenso e corrente de operao; tenso de circuito aberto; e corrente
de curto circuito. J para o inversor, verificam-se as potncias nominal e mxima; tenso de
seguimento de potncia mxima, conhecido como tenso MPPT (Maximum Power Point
Tracker); e corrente mxima. O inversor escolhido possui as seguintes caractersticas na
entrada (em CC): potncia mxima 1725W; tenso mxima em circuito aberto 450V; tenso
de seguimento de potncia mxima (MPPT) entre 150V e 405V; corrente mxima 9A; e
tenso nominal 360V. Caractersticas na sada (em CA): potncia nominal 1500W; potncia
mxima 1650W; tenso nominal 230V; frequncia 50Hz / 60Hz; corrente nominal 7A;
corrente mxima 7,5A; e fator de potncia maior que 99%.
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Valor Valor
Item Descrio Tipo Qtde
Unit. Total
01 Painel Solar Hilight HSPV-100Wp- R$ 524,00 10 R$ 5.240,00
100W monocristalino 125-36M
02 Inversor Solar 1500W DS 1500TL R$ 2.004,86 1 R$ 2.004,86
Duraluxe Sun
03 Fixao e instalao - R$ 1.086,73 1 R$ 1.086,73
(15% de custo)
04 Projeto (15% de custo) - R$ 1.086,73 1 R$ 1.086,73
CUSTO TOTAL R$ 9.418,32
Tabela 1 Custo de implantao de sistema fotovoltaico
Fonte: Dados produzidos pelo autor (2015)
Com as tarifas encontradas, foi realizado o clculo da energia lquida mensal, obtendo-se a
seguinte tabela:
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Com a energia lquida encontrada, foi efetivada uma estimativa de economia anual na conta
de energia eltrica com o sistema fotovoltaico dimensionado, obtendo-se a seguinte tabela:
Onde Veea o Valor da economia energtica anual, iae a taxa de aumento da energia, e
n o tempo em anos (variando-se entre 0 e 25). Com isto, calculou-se o Valor Presente
(VPn) da economia anual corrigido com a taxa de inflao, de acordo com a seguinte
expresso:
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Onde i a taxa de inflao. Sendo assim, foi verificado o tempo de retorno do investimento,
conforme tabela abaixo.
Verificou-se que o Valor Presente Lquido (VPL) durante a vida til do sistema fotovoltaico
alcanou o valor de R$ 15.207,33. J para o Tempo de Retorno do Investimento (TRI),
utilizou-se a seguinte expresso:
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7. Concluses
O estudo indicou as importantes vantagens da aplicao de sistemas fotovoltaicos em
condomnios de edifcios, proporcionando atravs da viabilidade econmica reduo na conta
de energia eltrica. Os resultados indicaram um investimento necessrio em torno de R$
9.418,32, com provvel retorno do investimento em menos de 10 anos, ganho de R$
15.207,33no decorrer dos 25 anos de vida til do sistema, e Taxa de Retorno do Investimento
em 8,59%. A aceitao do estudo prtico depender da TMA, de acordo com a
disponibilidade do investidor.
8. Referncias
ANEEL, Agncia Nacional de Energia Eltrica. Conexes da gerao distribuda nas redes
de energia eltrica no Brasil. Braslia, 2015. Disponvel no site: www.aneel.gov.br
ANEEL, Agncia Nacional de Energia Eltrica. Informaes tcnica sobre gerao
distribuda. Braslia, 2015. Disponvel no site: www.aneel.gov.br
CELPE, Companhia Energtica de Pernambuco. Tarifas de energia eltrica. Recife, 2015.
Disponvel no site: www.celpe.com.br
GBC BRASIL, Green Building Council Brasil. Condomnios verdes. So Paulo, 2015.
Disponvel no site: www.gbcbrasil.org.br
INEE, Instituto Nacional de Eficincia Energtica. Conceitos de gerao distribuda. Rio de
Janeiro, 2015. Disponvel no site: www.inee.org.br
LABSOL UFRGS, Laboratrio de Energia Solar da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul. Softwares para energia solar. Rio Grande do Sul, 2015. Disponvel no site:
www.solar.ufrgs.br
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