O documento contém vários poemas e histórias sobre rios, águas e orixás da mitologia iorubá. Os poemas descrevem rios correndo em busca do mar, a serpente dos rios das Minas Gerais, e as águas adormecendo à noite. As histórias falam de Olocum tornando-se rainha de todas as águas e Iemanjá irritando-se com a sujeira lançada no mar pelos humanos.
O documento contém vários poemas e histórias sobre rios, águas e orixás da mitologia iorubá. Os poemas descrevem rios correndo em busca do mar, a serpente dos rios das Minas Gerais, e as águas adormecendo à noite. As histórias falam de Olocum tornando-se rainha de todas as águas e Iemanjá irritando-se com a sujeira lançada no mar pelos humanos.
O documento contém vários poemas e histórias sobre rios, águas e orixás da mitologia iorubá. Os poemas descrevem rios correndo em busca do mar, a serpente dos rios das Minas Gerais, e as águas adormecendo à noite. As histórias falam de Olocum tornando-se rainha de todas as águas e Iemanjá irritando-se com a sujeira lançada no mar pelos humanos.
O documento contém vários poemas e histórias sobre rios, águas e orixás da mitologia iorubá. Os poemas descrevem rios correndo em busca do mar, a serpente dos rios das Minas Gerais, e as águas adormecendo à noite. As histórias falam de Olocum tornando-se rainha de todas as águas e Iemanjá irritando-se com a sujeira lançada no mar pelos humanos.
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Contao de histrias Causos Dgua
Materiais necessrios: chapu de palha, carranca, pequenos instrumentos ...
Trechos, histrias e causos das mais diversas culturas que podero dialogar com a temtica da exposio Margem:
O rio ainda corre...
Gonzaga Medeiros, BH
Um homem j bem de idade pescava beira do rio,
Crente que pegaria peixe que s ele viu, Sem saber ele, sequer, que o rio morreu deitado, Desceu encachoeirado, caiu em p no vazio. No sabia o velho homem que o rio s ainda corria Por conta de velha histria, E honra e fama e glria que correram a cercania. Assim maltrapilho quase morto, No era o rio que andava. Sua alma que vagava correndo em busca do mar, Ou melhor, qualquer lugar, Um refgio onde pudesse descendo se enterrar.
O homem j bem idade
Que pescava beira do rio, Com crena muita e desvelo, Ouviu um menino bem novo Tentando assim demov-lo: -ora, velho,se sem gua esse rio, Por que ento o anzol jogado assim no vazio?
E foi mais longe o menino, pregando ao pescador,
Um homem j bem idade. Disse o pequeno pregador: - Se o rio vive de gua, por ela que ele corre Indo ao mar, onde desgua no balano de sua rede. No tem gua, ento corre, Desidrata, se consome. Morre encharcado de sede, empanzinado de fome.
E o velho retrucou com esperana de menino:
-Mas mesmo assim o rio ainda corre... A serpente das Minas e dos Gerais
Reginaldo Barcelos, Sabar
L vem serpenteando o rio
Em suas centenas de voltas pelos gerais Vem sujo de ouro podre Curto e de corpo vazio, cheio Do acmulo de outras terras
Na estao em que brilha o sol
Vero o rio como antes De grande calado Para o sonho flutuante do av da aviao
Havia ao de homens descalos
Preando e brincando gemas, ouro e ndios, que Velhas, j no correm mais na Roa Grande
Velhas que agora agoniza em seus percalos
Segue picando as barrancas com guas envenenadas pela Cidade Grande.
Sombria sua histria de comarca
Que das lendas do Vapabuu ao Sabarabuu Ficou somente a resplandecente Serra da Piedade Hoje impiedosamente levada nos trilhos Que vo pelo outro vale doce Para o mundo
So Guimares Rosa o encontrou na prosa
S Manuelzo Que est vivo at hoje, como est o rio?
O sono das guas
H uma hora certa,
no meio da noite, uma hora morta, em que a gua dorme.
Todas as guas dormem:
no rio, na lagoa, no aude, no brejo, nos olhos dgua, nos grotes fundos E quem ficar acordado, na barranca, a noite inteira, h de ouvir a cachoeira parar a queda e o choro, que a gua foi dormir
guas claras, barrentas, sonolentas,
todas vo cochilar. Dormem gotas, caudais, seivas das plantas, fios brancos, torrentes. O orvalho sonha nas placas da folhagem e adormece. At a gua fervida, nos copos de cabeceira dos agonizantes
[]
Guimares Rosa
Olocum acolhe todos os rios e torna-se a rainha das guas
Olocum, a senhora do mar, e Oloss, a senhora da lagoa, andavam ambas muito preocupadas. s guas j no eram suficientes para suprir as necessidades do povo, que j padecia da sede provocada pela longa seca. Olocum e Oloss foram aos ps de Orunmil, que as aconselhou a fazer oferendas para que a abundncia das guas retorna-se. Era um sacrifcio grande para ambas, mas Olocum cumpriu o recomendado. Oloss, porm, ofereceu seus sacrifcios incompletos. E veio a chuva e choveu tanto que as guas j no cabiam no curso dos rios. Oxum, o rio, foi consultar If para saber que destino dar ao curso de suas guas. Oxum foi orientada por If para procurar um lugar onde fosse bem recebida. Assim Oxum reuniu as guas do rio e seguiu caminho. Encontrou a lagoa e chegou ao mar, o ocum, e ali derramou todas as suas guas e o mar recebeu o rio Oxum* sem transbordar. Ento todos os rios fizeram a mesma rota e caminharam suas guas para o mar, o ocum E Oloss teve que se conformar com o segundo posto. Olocum fez corretamente o sacrifcio. Olocum a rainha de todas as guas. [238] p.403 *Oxum[ Osun]: orix do rio, deusa das guas doces, do ouro, da beleza e da vaidade; uma das esposas de Xang.
Iemanj irrita-se com a sujeira que os homens lanam ao mar
(Mitologia Dos Orixs p.392) Logo no princpio do mundo, Iemanj j teve motivos para desgostar da humanidade. Pois desde cedo os homens e as mulheres jogavam no mar tudo o que a eles no servia. Os seres humanos sujavam suas guas com lixo, Com tudo o que no mais prestava, velho ou estragado. At mesmo cuspiam e Iemanj,
Quando no faziam coisa pior.
Iemanj foi queixar-se a Olodumar. Assim no dava para continuar; Iemanj Sessu vivia suja, Sua casa estava sempre cheia de porcarias. Olodumare ouviu seus reclamos E deu-lhe o dom de devolver praia Tudo o que os humanos jogassem de ruim em suas guas. Desde ento as ondas surgiram no mar. As ondas trazem para a terra o que no do mar. [231] Pgina 392. Iemanj a senhora das grandes guas, me dos deuses, dos homens e dos peixes, aquela que rege o equilbrio emocional e a loucura p.22 Mitologia Dos Orixs