Manual de Canalização 2017

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I.

INSTALAES DE AGUA FRIA


A. Definio
Corresponde ao conjunto de tubulaes, conexes e acessrios que permitem levar a gua
da rede pblica at os pontos de consumo ou utilizao dentro da habitao.
B. Sistemas
Sistema direto - todos os aparelhos e torneiras so alimentados diretamente pela rede
pblica.
Sistema indireto - todos os aparelhos e torneiras so alimentados por um reservatrio
superior do prdio, o qual alimentado diretamente pela rede pblica ( caso haja presso
suficiente na rede) ou por meio de recalque, a partir de um reservatrio inferior.
Misto parte pela rede pblica e parte pelo reservatrio superior o que mais comum em
residncias, por exemplo, a gua para a torneira do jardim vem direto da rua.
Componentes
Sub-ramal- canalizao que liga o ramal pea de utilizao.
Ramal canalizao derivada da coluna de distribuio e destinada a alimentar os sub-
ramais.
Coluna de distribuio- canalizao vertical derivada do barrilete ou colar e destinada a
alimentar os ramais.
Colar ou barrilete canalizao horizontal derivada do reservatrio e destinada a
alimentar as colunas de distribuio.
Ramal predial canalizao que conduz a agua da rede pblica para o imvel.
Reservatrio de gua.

SANEAMENTO AMBIENTAL
1.1 Conceito, Importncia, Objetivos e Campos de Ao
Conjunto de aes socioeconmicas que tm por objetivo alcanar nveis crescentes de
sade pblica, por meio do abastecimento de gua potvel, coleta e disposio sanitria
dos resduos lquidos, slidos e gasosos, promoo de disciplina sanitria do uso e
ocupao do solo, drenagem urbana, controle de vetores e reservatrios de doenas
transmissveis e demais servios e obras especializados, tudo com a finalidade de proteger
e melhorar as condies de vida, tanto nos centros urbanos, quanto nas comunidades rurais
e propriedades rurais mais carentes. , portanto, o conjunto de atividades institucionais
formadas por: abastecimento de gua, esgotamento sanitrio, drenagem urbana,
resduos slidos e controle de vetores. At algum tempo atrs, era chamado de Saneamento
Bsico e compunha-se apenas das duas primeiras atividades.
Dessas atividades, incumbncia do SAMAE, por Lei, o desempenho dos servios
de abastecimento de gua e esgotamento sanitrio, assim decompostos:
Abastecimento de gua os servios de abastecimento de gua potvel abrangem as
atividades, com respectivas infra-estruturas e instalaes operacionais, de: captao,
aduo de gua bruta, tratamento de gua, aduo, reservao e distribuio de gua
tratada.
Esgotamento sanitrio os servios de esgotamento sanitrio abrangem as atividades, com
respectivas infra-estruturas e instalaes operacionais, de: coleta, afastamento,
transporte, tratamento e disposio final de esgotos sanitrios.
A GUA NA NATUREZA E O CICLO HIDROLGICO
2.1 A gua na Natureza
A gua o constituinte inorgnico mais abundante na matria viva: no homem, mais de
60% do seu peso constitudo por gua, e, em certos animais aquticos, essa percentagem
sobe para 98%. A gua fundamental para a manuteno da vida, razo pela qual
importante saber como ela se distribui no planeta e como ela circula de um meio para
outro.
A gua abrange quase 4/5 da superfcie terrestre; desse total, 97% referem-se aos mares e
os
3% restantes s guas doces. Dentre as guas doces, 2,7% so formadas por geleiras, vapor
de gua e lenis existentes em grandes profundidades (mais de 800m), no sendo
economicamente vivel seu aproveitamento para o consumo humano.
Em conseqncia, constata-se que somente 0,3% do volume total de gua do planeta pode
ser aproveitado para nosso consumo, sendo 0,01% encontrada em fontes de superfcie (rios
e lagos) e o restante, ou seja, 0,29%, em fontes subterrneas (poos ou nascentes).
A gua subterrnea vem sendo acumulada no subsolo h sculos e somente uma
frao desprezvel acrescentada anualmente atravs de chuvas ou retirada pelo homem.
Em compensao, a gua dos rios renovada cerca de 31 vezes, anualmente.
O Ciclo Hidrolgico
Tambm conhecido como O Ciclo da gua, o contnuo movimento da gua em nosso
planeta. a representao do comportamento da gua no globo terrestre, incluindo:
ocorrncia, transformao, movimentao e relaes com a vida humana. um
verdadeiro retrato dos vrios caminhos da gua em interao com os demais recursos
naturais.

Na figura seguinte, apresentamos o ciclo hidrolgico de forma simplificada. Nele,


distinguem-se os seguintes mecanismos de transferncia da gua:
precipitao: compreende
toda a gua que cai da
atmosfera na superfcie da
Terra, nas formas de
chuva, neve, granizo e
orvalho;

Escoamento superficial:
quando a precipitao
atinge a superfcie ela tem
dois caminhos por onde
seguir: escoar pela
superfcie ou infiltrar no
solo. O escoamento
superficial responsvel pelo deslocamento da gua sobre o solo, formando crregos,
lagos e rios e, eventualmente, chegando ao mar;

Infiltrao: corresponde poro de gua que, ao chegar superfcie, infiltra-se no solo,


formando os lenis dgua;

Evaporao: transferncia da gua superficial do estado lquido para o gasoso; a


evaporao depende da temperatura e da umidade relativa do ar;
transpirao: as plantas retiram a gua do solo pelas razes; a gua transferida para as
folhas e, ento, evapora.

2.3 Ciclo do Uso da gua


Alm do ciclo da gua no globo terrestre (ciclo hidrolgico), existem ciclos internos, em
que
a gua permanece em sua forma lquida, mas tem suas caractersticas alteradas em virtude
de sua utilizao. Na figura abaixo, mostra-se um exemplo de um ciclo tpico do uso da
gua. Nesse ciclo, a qualidade da gua alterada em cada etapa do seu percurso.

3 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE GUA


Constitui-se no conjunto de obras, instalaes e servios, destinado a produzir e a distribuir
gua a uma comunidade, em quantidade e qualidade compatveis com as necessidades de
populao, para fins de consumo domstico, servios, consumo industrial, entre outros
usos. Tecnicamente, podemos descrever um Sistema como sendo formado pelas seguintes
etapas: captao, aduo de gua bruta, tratamento, preservao, distribuio da gua
tratada, medio/fornecimento ao usurio.

3.1 Captao e Aduo de gua Bruta


Captao entende-se por captao, obras de captao, o conjunto de estruturas e
dispositivos construdos ou montados junto a um manancial com a finalidade de criar
condies para que dali seja retirada gua em quantidade capaz de atender ao consumo.
Existem duas principais formas: captao de guas subterrneas e captao de guas
superficiais. A primeira se d atravs de poos rasos, profundos, tubulares ou escavados.
J as captaes superficiais recolhem gua de mananciais de superfcie como rios, lagos,
barragens, sendo que a captao pode ser: direta, por barragem de nvel, por canal de
regularizao, por canal de derivao, por torre de tomada, por poo de derivao e por
reservatrio de regularizao.
Aduo de gua Bruta antes de definir aduo de gua bruta, cabe definir
adutoras, isto , canalizaes dos sistemas de abastecimento de gua destinadas a
conduzir gua entre as diversas unidades do sistema. Ento, aduo de gua bruta o
conjunto de canalizaes e equipamentos destinados a conduzir gua desde o ponto de
captao at a unidade de tratamento.

3.2 Tratamento de gua


Conjunto de processos fsicos e qumicos destinados a transformar gua bruta, in natura,
em gua potvel, adequando-a ao consumo humano e atendendo aos padres legais de
potabilidade. Em nossa cidade, o SAMAE utiliza, em suas Estaes de Tratamento de
gua (ETAs), o tratamento do Tipo Convencional, que comumente aplicado ao
tratamento de guas de captaes superficiais, geralmente turvas e/ou coloridas. Este tipo
de tratamento subdividido nas seguintes etapas: coagulao, floculao, decantao,
filtrao e desinfeco.

3.2.1 Conceitos Bsicos


gua Bruta - a gua in natura retirada de rio, lago, lenol subterrneo ou outro
manancial, possuindo, cada uma, determinada qualidade.
gua Tratada - a gua que, aps a captao, sofre transformaes atravs dos processos
de tratamento, vindo a se adequar aos usos a que est prevista.
gua Potvel - a gua adequada ao consumo humano, e que, portanto, pode ser ingerida
com segurana pela populao. Para isto, deve apresentar caractersticas fsicas, qumicas,
biolgicas e organolpticas em conformidade com a legislao especfica (Padres de
Potabilidade).
No se deve confundir gua potvel com gua pura ou mesmo com gua limpa. gua pura,
isto , sem nenhuma substncia dissolvida, s pode ser fabricada em laboratrio atravs
de processos de destilao. J na gua potvel so permitidos, sendo at necessria, a
presena de algumas substncias qumicas dissolvidas (sais minerais, por exemplo), s
que em concentraes limitadas, obedecendo sempre legislao. Por sua vez, a gua que
chamamos de limpa, por sua aparncia cristalina, no pode, por si s, ser considerada
potvel, uma vez que dentro dela podem existir muitos microrganismos, invisveis a olho
nu, que podem causar doenas.

3.2.2 gua para Consumo Humano Parmetros


A gua pode ser representada atravs de diversos parmetros, que traduzem suas
principais caractersticas fsicas, qumicas e biolgicas. Esses parmetros so utilizados na
definio de distintos Padres, que fixam diferentes valores para, por exemplo, guas de
abastecimento, guas para banho, guas residuais, entre outras. No caso de gua para o
consumo humano, os parmetros fsicos, qumicos e biolgicos devem seguir um padro
predeterminado chamado de Padro de Potabilidade.

3.2.3 Tratamento Convencional da gua


O tratamento de gua denominado de Convencional normalmente aplicado s guas
que possuem partculas finamente divididas em suspenso e partculas coloidais e que
necessitam de tratamento qumico capaz de propiciar sua deposio, com um baixo perodo
de deteno. O tratamento convencional subdividido nas seguintes etapas, que se
sucedem hidraulicamente:
Coagulao: processo onde a adio de sulfato de alumnio ou sulfato ferroso, entre
outros, atravs de mistura rpida, provoca a coagulao, formando compostos
qumicos. Esses compostos, formados atravs de choques com as partculas de impurezas,
so por elas absorvidos e provocam desequilbrio das cargas eltricas superficiais, o que ir
propiciar a posterior unio destas partculas na etapa seguinte.
Floculao: os compostos qumicos, j misturados anteriormente, vo reagir com a
alcalinidade da gua formando compostos que tenham a propriedade da adsoro, que a
capacidade de atrair partculas com cargas eltricas contrrias. Essas partculas so
chamadas de flocos e tm cargas eltricas superficialmente positivas, enquanto que as
impurezas presentes na gua, como as matrias suspensas, as coloidais, alguns sais
dissolvidos e bactrias, tm carga eltrica negativa, sendo assim retidas pelos flocos.
aqui, no compartimento da floculao, que se inicia a formao dos flocos, que iro
crescendo (em tamanho) medida que se dirigem para o decantador.
Decantao: tambm denominado de sedimentao, o fenmeno pelo qual os
flocos do coagulante, que j agregaram a si as impurezas, comeam o processo de
sedimentao e conseqente clarificao da gua. Esse fenmeno ocorre porque os flocos,
que so mais pesados do que a gua e devido baixa velocidade da mesma na grande rea
do decantador, afundam pela ao gravitacional, ficando depositados no fundo do tanque,
deixando a gua superficial mais clara, ao longo do fluxo, e apta a seguir escoando para a
prxima etapa.
Filtrao: a maioria das partculas ficou retida no decantador, porm uma parte
persiste em suspenso; e para remover essa parte que se procede filtrao.
Hidraulicamente, faz-se a gua traspassar uma camada filtrante, constituda por um
leito arenoso, com granulometria pr dimensionada, sustentada por uma camada de
cascalho, de modo que as impurezas, as partculas, a maioria das bactrias, entre
outros, fiquem retidos e a gua filtrada seja lmpida.
Desinfeco: a filtrao bem executada elimina as partculas e quase todas as bactrias;
entretanto, as bactrias tm que ser totalmente eliminadas. Para isso, recorre-se
desinfeco, que feita pela adio de produtos qumicos, dos quais o mais usado o
cloro. A clorao, como chamada, feita atravs de doseadores que aplicam cloro gua,
desinfectando-a.
3.3 Distribuio de gua
Destina-se a conduzir a gua tratada, atravs de tubulaes, aos diversos pontos de
consumo da comunidade. formada, basicamente, por malhas hidrulicas compostas por
tubulaes de aduo, sub- aduo, redes distribuidoras e ramais prediais, que juntos
disponibilizam a gua tratada na entrada do imvel do consumidor. Em muitos casos, essas
malhas possuem tambm grandes reservatrios de distribuio, estaes de bombeamento
para regies mais elevadas, alm de outros equipamentos de controlo que garantam a
continuidade da distribuio.

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