Economia Descomplicada

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Economia Descomplicada

Etimologia: do grego oikos (casa) e nomos (norma) administrao da casa e, por analogia, da empresa, do pas.

Homem visa satisfazer suas necessidades bsicas: alimentao, vesturio, moradia. Depois, quer carro, casa,
frias. Na prtica, nunca est satisfeito.No entanto, no h recursos disponveis para todo mundo.

Objeto de Estudo: a escassez.

Surge das necessidades humanas ilimitadas.


No entanto, os recursos produtivos so limitados.
Logo, nem todas as necessidades podem ser atendidas simultaneamente.
Dessa maneira, as pessoas, os governos, a sociedade como um todo, qualquer que seja seu
modelo de organizao econmica ou regime poltico, so obrigados a fazer opes/escolhas.

Conceito: estudo pelo qual a sociedade decide o que, como e para quem produzir? problemas fundamentais.

O que produzir? Significa escolher quais desejos e necessidades sero satisfeitos e em que quantidade.
Como produzir? Tcnica para se conseguir o mximo de produo com a menor quantidade de recursos.
Para quem produzir? definir quem ser o beneficirio da produo ou como o produto ser distribudo.
As respostas para estas perguntas dependero da organizao econmica vigente.

Em uma economia de mercado, o mecanismo de preos resolve todos os problemas. Na hora que sobram bens, o
preo cai. Se faltar bens, o preo sobe. No final, sempre haver equilbrio. Em uma economia com planejamento
central, o Estado o dono de tudo e decide tudo, como China e Cuba. H, ainda, a mais comum, que a economia
mista, onde governo e mercado interagem juntos na busca da resoluo dos problemas econmicos.

A todo momento, estamos fazendo escolhas. Para que consigamos alguma coisa, precisamos abrir mo de outra
coisa. Por exemplo: usar o 13 salrio para fazer uma viagem de lazer ou para pagar as contas atrasadas.

Custo de oportunidade: grau de sacrifcio que se faz ao optar por um bem ou servio, medido em termos do que
foi sacrificado. Ou seja, sempre que optamos por alguma coisa, abrimos mo de outra, chamada de custo.

Microeconomia

Conceito: estuda como os preos podem harmonizar a oferta e a demanda, gerando equilbrio. Se as empresas
estiverem ofertando muitos bens, o preo deles deve cair para que a produo seja vendida. Por outro lado, se as
pessoas estiverem dispostas a comprar muito, a tendncia do preo desse bem subir. dessa forma que os
mercados usam os preos para tentar conciliar decises sobre consumo e produo.

Demanda/procura: a quantidade de determinada mercadoria que os compradores desejam adquirir de acordo


com um preo dado. Exemplo: loja vende chocolate R$ 1,20. Loja consegue vender 30 unidades por dia, ou seja,
a quantidade demandada de 30 barras de chocolate.
Se o preo cai, aumenta a quantidade demandada se compra mais.
Se o preo sobe, diminui a quantidade demandada se compra menos.
A quantidade demandada de um bem diminui medida em que o preo dele aumenta.
Esse comportamento inverso entre o preo do bem e da quantidade demandada funciona para a maioria
dos bens e servios. to universal, que se chama lei da demanda.

Como a quantidade demandada diminui quando o preo aumenta e aumenta quando o preo diminui, dizemos que
a quantidade demandada negativamente relacionada com o preo. Grfico reta decrescente.

Outros fatores, alm do preo, que so importantes para a demanda:

O preo dos bens substitutos o consumo de um bem substitui o de outro.


o Ex: pessoas gostam de manteiga e margarina. Se o preo da manteiga aumentar, as pessoas
diminuiro o consumo de manteiga e aumentaro o de margarina, pois so bens substitutos.
O preo dos bens complementares cujo consumo feito em conjunto.
o Ex: po e manteiga. Se o preo do po aumentar, o consumo dele cai, assim como da manteiga.
A renda dos consumidores quando ela aumenta, aumenta a demanda da maioria dos bens, isto , os
consumidores compram mais de todas as coisas. A isso, chamamos de bens normais.
H, no entanto, excees como os bens inferiores: quando o indivduo tem um aumento na renda, ele
passa a consumir menos bens inferiores, por exemplo: carne de segunda.
O gosto dos consumidores a demanda dos bens pode ser alterada se houver mudana neste quesito.
Isso pode acontecer por meio campanhas publicitrias, modismos ou atitudes sociais. Exemplo: novelas.

Oferta: a quantidade de mercadoria que os vendedores querem oferecer de acordo com cada preo dado.
Exemplo: chocolate vendido a R$ 1,20. Neste caso, o produtor est disposto a fabricar 30 unidades por dia, ou seja,
a quantidade ofertada de 30 barras de chocolate.

Se o preo sobe, o produtor tem uma inclinao maior a produzir mais barra.
Se o preo cai, ele tem menos incentivos para fabricar e vender chocolates.
Essa relao direta entre o preo do bem e a quantidade ofertada chamada de lei da oferta.
A quantidade ofertada de um bem aumenta medida que o preo dele aumentar.
Quanto mais alto o preo, mais chocolate ser posto venda. Como a quantidade ofertada diminui quando o preo
diminui e aumenta quando o preo aumenta dizemos que a quantidade ofertada positivamente relacionada com o
preo. No Grfico reta ascendente inclinada para cima.

Outros fatores, alm do preo, que so importantes para a oferta:

Tecnologia tem o papel de reduzir os custos da empresa e aumentar a produo.


o Exemplo: quando o chocolate feito artesanalmente, sua produo muito menor do que
quando se usam mquinas e sua produo feita em escala industrial.
Preo dos insumos para produzir o chocolate, os produtores usam diversos insumos, tais como: leite,
acar, cacau, mquinas e mo de obra. Se algum desses insumos fica mais barato, a produo fica
mais lucrativa, logo os produtores passam a oferecer mais desse produto.
o Exemplo: crescimento econmico da China deve-se mo de obra barata e disponvel de l.

***OBS: A curva de demanda possui vrios pontos que retratam possveis preos das mercadorias e a respectiva
quantidade que os compradores desejam adquirir naquele preo.

***OBS: A curva de oferta traz os preos e as respectivas quantidades que os produtores esto dispostos a fabricar
naquele preo. E qual ser o preo final que far que tudo que foi produzido seja vendido?
Preo de equilbrio do mercado: nico ponto de intercesso entre as curvas de oferta e demanda. Elas se cruzam
no ponto E, chamado de equilbrio de mercado. Nele, temos o preo de equilbrio que faz com que a quantidade
ofertada seja igual quantidade demandada. Nesse caso, o preo de equilbrio R$ 1,20 que implica numa
quantidade demandada e ofertada de 30 barras.

As aes de compradores e vendedores conduzem naturalmente ao equilbrio de oferta e demanda. Mas, e se


houver desequilbrio? No exemplo, a quantidade que os compradores desejam comprar e os vendedores vender
de 30 barras de chocolate. Se o preo for cotado acima de R$ 1,20, os vendedores vo querer vender mais de 30
barras (excesso de oferta), mas os compradores estaro dispostos a comprar menos que isso. Da mesma forma, se
o preo for cotado abaixo de R$ 1,20, os vendedores vo produzir menos de 30 barras, mas os compradores
estaro dispostos a comprar mais do que isso (excesso de demanda). Consumidores pagaro mais pelo chocolate
escasso. Com isso, o sistema voltar novamente ao equilbrio.

Alm das foras de mercado, o preo de venda do produto vai depender da estrutura de mercado existente.
Os dois extremos so a concorrncia perfeita e o monoplio.

O mercado em concorrncia perfeita um modelo hipottico que retrata uma situao ideal, mas
algumas condies devem ser atendidas.
o Deve haver muitos compradores e muitos vendedores no mercado;
o Diversos vendedores com bens homogneos;
produtos so parecidos de forma que no h margem para ver diferenciao de preo
por causa de caractersticas individuais de produtos de cada vendedor.
o Livre entrada de firmas e compradores no mercado;
Se as firmas tentarem exagerar no preo, o aumento dos lucros atrairia novas firmas
para o mercado, aumentando a oferta total e empurrando o preo para baixo.
o Nesse modelo, todas as firmas praticam o mesmo preo e tudo que for ofertado ser vendido.
Se alguma firma tentar praticar preo mais alto, perder todos os clientes, se fizer o preo mais
baixo, no estar sendo racional, pois o seu lucro diminuir.

O monoplio outra estrutura de mercado, oposta concorrncia perfeita.


o Uma empresa um monoplio se a nica vendedora de seu produto;
o Se o produto no tem substitutos prximos;
o E se h barreiras na entrada de outras empresas.
o O problema dos monoplios que eles produzem menos do que a quantidade socialmente
eficiente, alm do que, cobram mais do que deveriam. Neste caso, o governo pode reagir
estabelecendo uma legislao antitruste para formar empresas mais competitivas. Pode, por
exemplo, proibir a fuso de grandes corporaes para evitar o mercado monopolizado.
o No entanto, alguns monoplios existem por disposio legal, como o caso da explorao de
energia nuclear no Brasil, que s o governo pode realizar.
o Os monoplios chamados de naturais so decorrentes de economia de escala na produo.
Isto , a empresa monopolista estabelecida j opera com baixos custos. Qualquer
outra empresa que tente entrar no mercado ter que fazer muitos investimentos e no
conseguir oferecer o produto com preo equivalente ao da firma monopolista.
Exemplo de monoplio natural: distribuio de energia eltrica.

Macroeconomia

Conceito: analisa a economia do pas como um todo. Estuda a relao entre os grandes agregados, dentre os
quais: a renda nacional, nvel de emprego, nvel de preos, consumo, poupana, exportaes, investimentos totais.

A mais conhecida destas agregaes o produto agregado ou Produto Interno Bruto (PIB).
PIB: o somatrio de todos os bens produzidos pela economia.
Nvel Geral dos Preos: j o preo do produto agregado a mdia de todos os preos produzidos.
Mercado de Trabalho: agregao de todos os tipos de trabalho existentes.
Outras variveis: Taxa Salarial, Nvel de Emprego, etc.

A poltica macroeconmica tem que visar algumas metas.

Alto nvel de emprego: quando um pas consegue manter a maior parte de seus trabalhadores
plenamente empregados atinge um nvel de PIB maior do que se deixasse muitos deles ociosos.
Estabilidade de preos: a inflao definida como um aumento contnuo e generalizado no ndice geral
de preos, o que provoca uma perda de poder aquisitivo da moeda. um problema porque gera
distores de toda ordem no sistema econmico, como uma piora na distribuio de renda, pois os pobres
tem mais dificuldade em se defender da inflao, e incertezas sobre o futuro, o que desestimula os
investimentos produtivos. Da, a necessidade de polticas que preservem a estabilidade dos preos.
Distribuio de renda socialmente justa: a distribuio de renda resultante do sistema econmico pode
no ser a desejada pela sociedade, o governo pode intervir por meio de impostos, subsdios e
transferncias no sentido de fazer ajustes e tornar a distribuio mais justa e equitativa.
Crescimento econmico: aumento da capacidade produtiva da economia e, portanto, da produo de
bens e servios de determinado pas. Quanto maior o produto agregado do pas, mais rica a sociedade.

Para atingir estas metas o governo deve atuar na capacidade produtiva e sobre a despesa da sociedade.
Basicamente, os instrumentos de poltica macroeconmica utilizados para isso, so:

Poltica Fiscal: diz respeito s decises do governo sobre gastos e tributos.


o Seus efeitos podem ser sentidos na demanda agregada, por meio da:
Variao dos gastos pblicos em consumo e investimento;
Pela reduo dos impostos, o que eleva a renda disponvel no setor privado.
Poltica Monetria: refere-se s decises do governo sobre a quantidade de moeda, de crdito e das taxas de juros.
o Na atualidade, o principal instrumento desta poltica a taxa de juros.
o O objetivo primordial desta poltica a inflao baixa.
Poltica Cambial: envolve as aes para afetar a taxa de cmbio.
Poltica Comercial: trata dos incentivos s exportaes e do desestmulo s importaes, que pode
acontecer por meio de alteraes nas tarifas, no crdito ou via cotas.

Para entender como funcionam os modelos macroeconmicos, vamos supor que existem, primeiramente dois
agentes na economia: as famlias e as firmas.
As famlias possuem os fatores de produo, ou seja, tudo aquilo que utilizado para produzir bens e
servios (terra campos cultivveis, minas, etc., trabalho recursos fsicos e metais do homem,
capital mquinas, instalaes e as matrias primas.
Ento, a atividade produtiva requer fatores produtivos: terra, trabalho e capital. No entanto, para que as
firmas utilizem esses fatores, elas devem pagar por eles, ou seja, as famlias devem receber uma
remunerao por esses fatores que foram entregues ao processo produtivo.

Remuneraes pagas pela utilizao dos fatores de produo:

Salrios (w): remunerao do fator trabalho.


Juros (j): remunerao do capital monetrio.
Lucros (l): remunerao do risco incorrido pelo empresrio.
Aluguis (al): remunerao do capital fsico.
o Estas remuneraes constituem a renda das famlias (Y).

As firmas utilizam os fatores produtivos adquiridos e produzem bens e servios. A soma de todos os bens e
servios produzidos na economia em determinado perodo de tempo o produto agregado.

A remunerao recebida pelas famlias gasta com os bens e servios produzidos pelas firmas. Esta despesa
com o produto a demanda agregada. O dinheiro que as firmas recebem pela venda dos bens e servios
produzidos servem para pagar os fatores de produo oferecidos pelas famlias.

Outra maneira de analisar todas essas relaes por meio do fluxo circular da renda, que descreve todas as
relaes entre as famlias e as empresas.

No diagrama existem dois fluxos:


o Linha tracejada: representa o lado real da economia, ou seja, insumos e produtos.
1. Famlias fornecem os fatores de produo para as firmas;
2. Firmas usam fatores produtivos e produzem bens/servios (Produto Agregado);
o Linha contnua: representa o fluxo de dinheiro.
1. Famlias remuneradas por fornecerem os fatores de produo (Renda Agregada);
2. A remunerao recebida pelas famlias gasta com os bens e servios
produzidos pelas firmas (Demanda Agregada);
3. O dinheiro que as firmas recebem pela venda dos bens e servios serve para
pagar os fatores de produo oferecidos pelas famlias, voltando ao ponto inicial.

No entanto, as empresas tambm investem em bens de capital, que so bens usados para produzir outros bens.
Alm disso, as famlias podem no gastar toda a sua renda, isto , podem poupar uma parte na poupana. Temos,
ainda, o Governo que arrecada e faz despesas. Por fim, tem as compras e vendas no exterior.

Essas operaes se configuram em vazamentos e injees na atividade produtiva.


o Vazamentos: consistem na poupana (S), nos impostos (T) e nas importaes (M).
o Injees: se configuram nos investimentos (I), gastos do governo (G) e nas exportaes (X).
Investimentos: so gastos que visam aumentar a capacidade produtiva da economia.
Poupana: a parcela da renda que no foi gasta com consumo.

Pelo Fluxo Circular da Renda podemos inferir a identidade macroeconmica bsica: esta identidade mostra
que o valor de todos os bens e servios produzidos em uma economia equivale ao gasto total da populao com
bens e servios que, por sua vez, igual ao valor de todos os rendimentos recebidos pela populao no mesmo
perodo de tempo Produto Agregado (Y) = Demanda Agregada (DA) = Renda Agregada (Y).

Esta identidade faz com que o fluxo circular da renda esteja sempre equilibrado.

A demanda agregada global equivalente soma do consumo agregado (C), do investimento agregado da
economia (I), do total dos gastos governamentais (G) e das exportaes (X), que entram na conta por serem uma
parte da nossa produo e consumida por agentes no exterior C + I + G + X.

Por outro lado, alm dos produtos produzidos no pas, temos os produtos estrangeiros sendo ofertados
internamente, que so as importaes (M). Ento, podemos definir a oferta agregada global, como a soma do
produto agregado interno (Y), mais as importaes (M) Y + M.

Igualando a demanda agregada global com a oferta agregada global, chegamos demanda agregada
interna ou produto agregado interno (Y). Essa provavelmente a principal expresso existente na literatura
macroeconmica. A demanda agregada interna (Y) a soma do consumo (C), do investimento (I), dos gastos
pblicos (G) e das exportaes lquidas (X-M), respectivamente, Y = C + I + G + X M.

Como ocorrem as flutuaes de curto prazo e os impactos das polticas fiscal e monetria

As flutuaes de curto prazo na economia so comuns, acontecem em todos os pases.


o Perodo de expanso econmica:
Crescimento do PIB real: crescimento da produo de bens e servios;
Taxa de desemprego diminui;
Lucro das firmas crescente;
Tendncia se alcanar um melhor padro de vida para a populao.
o Perodo de recesso econmica: empresas no conseguem vender toda a produo.
Leva a diminuio da produo;
Demisso de trabalhadores;
Taxa de desemprego aumenta;
PIB e a renda caem.

O que o governo pode fazer para incentivar o crescimento econmico?


o Para fazer o produto agregado (Y = C + + I + G + X M) crescer no curto prazo, o governo
precisa fazer com que apenas um desses componentes cresa.
Para aumentar o consumo, o governo pode diminuir os tributos, pois isso faz com
que a populao tenha mais renda disponvel para consumir.

Como fazer que as empresas aumentem sua capacidade produtiva, ou seja, seus investimentos?
o Governo pode incentivar os investimentos diminuindo a taxa bsica de juros (SELIC).

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